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Acessibilidade na Itália

Uma viagem  de férias pode apresentar obstáculos para pessoas portadoras de deficiência,  mas isso não significa abrir mão de passear. De jeito nenhum!  É possível viver experiências inesquecíveis quando se viaja bem informado e prestando atenção a alguns detalhes.  O turismo acessível é uma definição recente, usada para delinear o turismo dirigido a viajantes com necessidades especiais, que podem ser caracterizadas por alguma deficiência motora, sensorial, intelectual ou relacional. Andrea Pires é leitora do blog e mãe da pequena Beatriz, que tem deficiência visual. A família passou  temporada na Itália  no verão de 2019 e compartilha com a gente um pouco da viagem, que foi uma experiência inesquecível e muito enriquecedora:

Andréa e o marido Florêncio com as filhas Giovanna e Beatriz. Andrea trabalha como cake designer em Balneário Camboriú. Eles passearam por Roma, Milão e Vercelli, no  Piemonte

Oi, meu nome é  Andrea Pires, moro em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Sou casada com Florêncio  e mãe da Giovana, 19 anos,  e da Beatriz, de 8 anos. Somos apaixonados pela cultura e  pela gastronomia  da Itália e resolvemos viajar com nossa família,  mas a nossa preocupação  era com a minha filha Beatriz  que é deficiente visual. Viajar com criança não é nada fácil! Sempre que programamos algum passeio ou alguma  atividade   em família sempre a incluímos e fazemos de tudo para que ela aproveite da melhor  maneira possível. E nossas dúvidas e preocupações eram com relação à acessibilidade e como ela iria se comportar diante do desconhecido.

 

Fomos para Roma e lá  passeamos  por vários  lugares incríveis  e em cada um deles  íamos descrevendo o que víamos para a Beatriz.  Ficamos encantados com o carinho e a atenção  que recebemos das pessoas  por onde passávamos.
Fomos para Milão e ao chegar  na Estação  Central  tivemos uma experiência incrível!!! Lá pude perceber que  em cada escada rolante  havia  as descrições em braille  para orientar as pessoas  com deficiência visual  e ao lado da estação  existe uma  placa de metal descrevendo  todo aquele  lugar .
Eu confesso  que fiquei  emocionada  em ver aquele  lugar lindo e maravilhoso,  mas foi indescritível  ver minha filha  tendo  a possibilidade de  conhecer  com mais detalhes.

A questão da acessibilidade foi o que mais nos emocionou,  ficamos  felizes em ver nossa filha sendo incluída, participando  e sendo respeitada. E  mais ainda em ver que a Itália  valoriza e respeita as pessoas  com deficiência, seja ela qual for.  E posso dizer que a Beatriz  foi quem mais gostou e aproveitou a viagem!

Quero ressaltar  o carinho que recebemos  das pessoas por onde íamos.  E  a frase que mais nos diziam era “in bocca al  lupo”, que significa boa sorte (fotos arquivo de família)

Lembranças- É  incrível , mas ela comenta muitas coisas, como por exemplo: de como eram as casas que ficamos hospedados, uma delas escada para a cama  e outra o banheiro  era enorme e tinha banheira  onde ela tomou banho  nela todos os dias. Comenta também  dos sorvetes   e das cerejas que comeu  e diz que amou o sabor. Também lembra do som das fontes e da água  gelada  e saborosa. Ela se recorda de lugares e de coisas que compramos que nem eu mesma lembro. Acredito que  uma viagem vai além  do que vemos. Envolve  sons, aromas e sabores.

Na Piazza della Repubblica de Florença existe uma maquet realizada em bronze para os portadores de deficiência visual poderem tocar a cidade e conhecer sua arquitetura e seus principais monumentos

  • Muito obrigada Andrea e família pela participação na Seção Amici Miei.

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