Muita gente tem receio de visitar a Itália na estação do frio. Mostro como é o inverno em Roma e aponto algumas vantagens para quem decide encarar o frio
Estive recentemente em Roma para um blogtour à convite da Linda, proprietária do The Beehive, um luxury hostel que promove a cidade no inverno e organiza diversos eventos para incentivar os visitantes a viajarem também nessa época do ano. Neste post conto como foi a minha experiência me hospedando pela primeira vez em um hostel e mostro os programas que fizemos, visitando atrações culturais e igrejas. E para melhorar ainda mais, o tempo colaborou e pudemos fazer um fantástico tour de vespa num dia ensolarado deste inverno romano!
Inverno em Roma
O evento começou na quinta mas não pude participar da programação completa. Infelizmente perdi o passeio de sexta que incluiu um tour de bicicleta com o The Roman Guy. Como eu trabalhei na sexta, peguei um trem em Firenze no final do dia (neste post falo sobre bate e volta Firenze-Roma). Portanto, o blogtour começou no sábado pra mim. De manhã participei de um café-da-manhã caprichado no hostel, onde conheci os outros blogueiros que estavam participando do evento. Nosso primeiro compromisso de sábado foi um passeio de vespa com a turma do Scooteroma, da divertida Annie, que nos levou para um tour temático: street art vespa tour.
Tour de vespa – Passamos pelo Coliseu e fomos explorar alguns bairros, conhecidos como borgata (gueto), regiões autênticas de Roma que não são incluídas nos roteiros mais tradicionais. Nesses bairros mais underground, artistas contemporâneos e criativos vêm colorindo as fachadas de construções abandonadas e dando outra cara para cidade.
Passamos pelo boêmio Pigneto, atualmente um bairro pra lá de hyspter, onde foram gravadas cenas do filme Accattone, de Pasolini. Atualmente o Pigneto é um local cool, que dita tendência, com locais bacaninhas, reduto de artistas e intelectuais. Quer conhecer a face mais cool de Roma? Inclua o Pigneto em seu passeio.
Nosso passeio de vespa passou pelo Circo Máximo (antiga arena utilizada para jogos e entretenimento pelos reis etruscos de Roma onde cabiam 250 mil pessoas) e pelas Catacumbas de São Calisto (cemitérios subterrâneos criados no século 2 pelos antigos romanos), na Via Appia Antica.
Depois de um almoço light e saboroso no hostel preparado por Steve, marido de Linda e por Viola, filha do casal de 10 anos e que é apaixonada por cozinha (inclusive me ensinou uma deliciosa receita de beringela), pegamos o metrô e descemos na estação San Giovanni.
Nosso passeio à tarde foi com a Personalized Italy, com a guia Alessandra, que deixou transparecer toda a sua paixão e respeito pela história, segredos e tesouros que a cidade guarda. O nosso foi um tour exclusivo intitulado Cosmatesque onde pudemos apreciar mosaicos cosmatescos e pisos de construções seculares, verdadeiras preciosidades artísticas! O nosso passeio estava marcado para começar na Basílica San Giovanni in Laterano mas não pudemos visitar o interior da igreja pois ali estava acontecendo a missa de encerramento do Jubileu dos Dominicanos com o Papa Francesco. Seguimos para explorar outras atrações nas redondezas que estavam em nosso roteiro.
Escada Santa – Próximo à praça de São João Latrão está a Capela dos Papas do antigo patriarcado e uma das formas de acesso é através da Escada Santa. Construído em 1589, é um dos lugares de peregrinação mais requisitados de Roma. Segundo a tradição católica, os degraus foram os mesmos por onde subiu Jesus em seu julgamento durante a Paixão. Os degraus foram trazidos para Roma no século 4 por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino. Quem opta subir pela “Scala Sancta” precisa fazer o percurso de joelhos. São 28 degraus de mármore. No alto da escada fica a Capela de Sao Lourenço, uma capela privada dos antigos papas. A entrada é gratuita.
Igreja Dos Santos Quatro Mártires Coroados – Construída provavelmente nos séculos 4 e 5 e dedicada a 4 santos mártires anônimos, a Basilica fica num complexo que abrange dois pátios, uma capela e um convento.
Depois do tour voltamos ao hostel pois era dia de storytelling. Fiquei admirada com a turma grande e animada que participou! Há mais de 2 anos este programa acontece mensalmente no hostel. Este é um momento de escutar os contadores de histórias que compartilham suas experiências, relatos engraçados ou dramáticos da vida. A turma é toda formada por English speakers, a maioria amigos do casal Linda e Steve que moram em Roma, além dos hóspedes do hostel que também são muito bem-vindos seja para contar quanto escutar as crônicas. Depois de ouvir histórias hilárias e quase surreais, um delicioso jantar nos aguardava na área do refeitório. Pamela Sheldon Johns , autora de diversos livros de culinária italiana, preparou alguns livros que estão em seu último livro, Cucina Povera.
Palazzo Massimo alle Terme – No domingo, passeio cultural no Palazzo Massimo alle Terme, que guarda umas das mais importantes coleções de arte clássica do mundo. Nosso grupo contou com a assessoria da Context Travel, e as competentes guias Patrizia e Luisa tornaram a nossa visita ainda mais interessante com explicações sobre a evolução da cultura artística da cidade apresentando informações preciosas e detalhadas. O museu fica bem pertinho da estação ferroviária de Termini fica este magnifico museu, que é uma das 4 sedes do Museo Nazionale Romano, com esculturas, mosaicos, numismática e afrescos. Com 4 andares, o prédio renascentista, construído entre 1883 e 1887, guarda uma das maiores coleções arqueológicas do mundo.
Nosso tour começou no último andar, portanto vou mostrar aqui de acordo com o que visitamos. Uma grata surpresa as salas que guardam os maravilhosos afrescos do século I a.c.. Os afrescos foram encontrados na Villa di Livia e na Villa Farnesina e posteriormente restaurados e instalados nas paredes do Palazzo Massimo.
Dois andares do museu são dedicados às esculturas romanas e reproduções de famosas esculturas gregas.
No primeiro andar do museu estão obras originais gregas descobertas em Roma, como a magnífica peça Boxer at Rest, uma obra realística e impressionante, encontrada em 1885. A estátua de bronze “Pugile in riposo”foi realizada provavelmente no século III a.c.. O bilhete para visitar o museu custa 7 euros.
Após o nosso tour de quase 3 horas no museu Palazzo Massimo fomos para região de Esquilino onde nos aguardava um brunch super especial, no descolado Gatsby Cafè.
O Gatsby Café, inaugurado há poucos meses, foi aberto onde funcionava antigamente uma chapelaria. É um bistrô moderno e traz elementos dos anos 50 no decor. Fomos agraciados com um brunch caprichado, com uma grande variedade de petiscos, sucos naturais, vinhos e sobremesas. Este foi o último compromisso do programa. Sai do café e fui direto para a estação ferroviária de Termini e dali peguei o trem para retornar para Firenze.
Apesar de não ter conseguido participar de toda a programação essa foi uma experiência enriquecedora e inesquecível! Linda já havia me convidado em outras situações mas eu não pude participar. E dessa vez consegui me organizar e mesmo dizendo que não conseguiria fazer todo o programa ela disse que eu seria muito bem-vinda e poderia me agregar ao grupo no sábado pela manhã. Como falei precedentemente, o evento começou na quinta à noite, onde os blogueiros foram recebidos para aperitivo e jantar no BonAppetour. Na sexta fizeram um passeio de bicicleta com The Roman Guy e um cocktail tour, seguido de almoço com a Eating Italy food tour.
Hospedagem no The Beehive
Agora vou contar sobre a minha experiência no hostel The Beehive, do Steve e da Linda, que promoveu o blogtour na cidade. A estrutura inicial do hostel, inaugurado há quase 20 anos, conta com um jardim (que por alguns instantes me fez lembrar das pousadas da Bahia) e onde fica a recepção e o refeitório. Linda e Steve gerenciam outras estruturas que ficam nas proximidades. Eu fiquei hospedada no Sweets (onde todos os quartos tem banheiro), que fica no mesmo quarteirão do hostel mas não tem refeitório, sendo que os hóspedes podem utilizar o restaurante da estrutura principal, na via Marghera. Existem varias categorias de hospedagem: com banheiro e quarto compartilhado e suítes com camas de casal e solteiro. Para o café-da-manhã (ah, que beleza a colazione do The Beehive!) as opções são muitas. E tudo é realmente delicioso! Cada pessoa adquire e paga pelo que escolher: ovos mexidos, torradas, geleias, frutas, suco natural de laranja, café, croissants e bolos. Tudo preparado com produtos orgânicos. Aliás, um fator que chama a atençao é o cuidado em utilizar produtos de limpeza orgânicos e materiais reciclados.
O hostel é uma gracinha, simples e muito limpo e uma característica que me chamou a atenção é a atmosfera familiar do lugar. No subsolo, onde tem o refeitório e uma saleta de leitura as paredes são todas decoradas com recordações de viagens e fotos do casal e das 3 filhas. Os hóspedes são recebidos com o maior carinho e ali se sentem realmente em casa.
Ingresso para as principais atrações de Roma sem fila:
Clique aqui para selecionar as atrações e saber mais detalhes (sem fila, sem impressão de bilhete e sem espera)
São muitas as vantagens em se hospedar nas proximidades da estação de Termini, que é a principal estação ferroviária da cidade: a região é mais econômica que outros bairros da cidade, posição estratégica para quem chega seja de trem que de avião, pois o transporte é barato para os aeroportos de Fiumicino e Ciampino. Bem servido de metrô, pois por ali passam as linhas A e B. E o hostel The Beehive fica a apenas 2 quadras da estação de Termini. 😉
- Participaram do evento: Diana Simon, Browsing Italy e Browsing Rome, Estrella Gomez e Jared Chuba, do La Casa Bloga e What if We , Katie Dawes, The Hostel Girl, Natalie Kennedy, An American in Rome, Orna O’Reilly, Travelling Italy, Robyn Woodman, Curated Travel, Saskia Balmaekers e Carola Willemsen, Ciao Tutti e Tom Weber, The Palladian Traveler, Gillian McGuire, Gillians’ List e Trish McNeill, Go, See, Write.
- A gratuidade da hospedagem e das refeições em nada interfere no meu relato, que é baseado na minha experiência pessoal e tenho total liberdade de expressão sem nenhum vínculo com organizadores e/ou fornecedores.
- Para verem mais sobre o inverno de Roma basta utilizar nas mídias sociais a hashtag #winterinrome. E se estiver em Roma, compartilhe suas experiências na Cidade Eterna utilizando também a hashtag.
'Inverno em Roma' have 13 comments
29 de janeiro de 2017 @ 13:40 Silvana Gonçalves Monteiro Santos
Querida Denya
Que passeio maravilhoso.
Parabéns pela publicação, informações e dicas valiosas.
Muito grata.
29 de janeiro de 2017 @ 19:36 Denya Pandolfi
Oi Silvana,
Obrigada pelo recado. Foi realmente um passeio muito bacana! Explorar Roma no inverno é uma experiência excelente!
Abraço e tudo de bom,
Denya
5 de fevereiro de 2017 @ 19:47 Estrella
It was so great to have met you and great post! I hope to see you around Rome again sometime 😉
http://www.lacasabloga.com
6 de fevereiro de 2017 @ 15:33 Denya Pandolfi
Ciao Estrella,
Grazie mille! It was great to have met you as well…. Waiting for you in Florence. Abbraccio, Denya
18 de maio de 2017 @ 13:16 Grazie a te / Trastevere, o bairro mais autêntico e charmoso de Roma
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9 de maio de 2018 @ 09:49 Grazie a te / O Mercato Centrale Roma, excelente opção gastronômica na estação Termini
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14 de maio de 2018 @ 10:34 Grazie a te / Sabem qual a região da Toscana compreende o Chianti Classico?
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23 de junho de 2018 @ 12:34 Grazie a te / Quer saber os meus locais prediletos para comer pizza em Firenze?
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27 de junho de 2018 @ 09:16 Grazie a te / Monteriggioni, um burgo circundado por muralhas medievais
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1 de julho de 2018 @ 20:38 Grazie a te / A arte dos sbandieratori, os lançadores de bandeiras
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22 de julho de 2018 @ 23:45 Grazie a te / Uma lista de locais onde fazer refeições ao ar livre em Firenze
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23 de setembro de 2018 @ 12:11 Grazie a te / Um passeio em Coppedè, meta insólita e fora dos roteiros turísticos em Roma
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