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Amor à distância

Uma das mais lindas histórias de amor que conheço é a dos avós do meu marido. E pensar que essa relação precisou superar a distância por mais de 3 anos. Mesmo separados, o amor foi nutrido por cartas e cartões-postais, que naquela época costumavam chegar ao destinatário depois de dias viajando…  Como hoje é Dia dos Namorados no Brasil preparei este post para os apaixonados que moram em países diferentes, com relatos de casais que precisaram enfrentar a distância.  E ainda bem que hoje existe FaceTime, WhatsApp e Skype para ajudar a matar a saudade!

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Cartões-postais dos anos 30 com emocionantes declarações de amor

Para começar, vou resumir a história dos nonnos, que é inspiradora. Eles se conheceram em Roma nos anos 30, onde ambos estavam morando na época. A família da nonna Maria havia deixado a Emília-Romanha em busca de melhor oportunidade de trabalho. E o nonno Bruno estava ali a trabalho, pois era Marechal Carabineiri (Polícia Militar aqui na Itália). Depois de pouco tempo de namoro precisaram se separar pois o nonno deveria trabalhar em Bolzano, no norte do país.  E aí começaram as centenas de correspondências, que sustentaram a relação a à distância por mais de 3 anos.  Era uma época em que ela não podia viajar sozinha para encontrá-lo. Só depois do casamento. Mas aí outro empecilho. De acordo com o regulamento do exército, ele só podia casar depois que completasse 28 anos.  Pois um dia após seu 28º aniversario ele deu entrada nos papéis para o casamento. Que durou toda a eternidade.  E sempre houve na relação amor, carinho e companheirismo. Me lembro que quando os conheci estava passando aqui na Itália a novela Terranostra e eles costumavam assistir televisão sentados na poltrona, de mãos dadas.  Nos últimos anos de vida, a nonna já não estava bem de saúde e não reconhecia bem as pessoas. Mas sabia que a pessoa que sempre lhe esteve perto era importante e nunca faltou entre eles demonstração de afeto e cumplicidade. O nonno morreu quando eu estava grávida do meu primeiro filho, há 8 anos. A nonna morreu há quase 2 anos, com 100 anos.

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A ideia de escrever este post surgiu recentemente quando eu estava na casa da minha sogra e ela me mostrou as cartas e os cartões-postais que seus pais trocavam, que são esses que ilustram o post.  Mas até que ponto um relacionamento à distância pode dar certo? Eu mesma namorei por quase 6 meses à distância (com algumas viagens para amenizar a saudade) pois conheci meu marido em 2002 no Brasil e na época ele ainda morava na Suíça e estava se organizando para morar no Brasil por causa do trabalho.

 

Aos depoimentos: 

 

Conversei com algumas brasileiras que narram aqui as experiências de namoro à distancia. A brasileira Adriana L. S. tem uma relação com um italiano da Sicília que começou no Brasil. Eles se conheceram há quase 7 anos. “Estávamos terminados mas agora reatamos à distância. Ele acabou comigo faz 2 anos, mesmo a gente se gostando muito, pois ele não suportava a distância e a dependência de tantas viagens. Nunca perdemos contato e agora que ele sabe que estou indo morar na Itália, ele pediu para voltar. Depois veremos como isso pode ficar, pois ele mora em Messina e eu vou morar em Gênova.  No início será assim,  mas ao menos estaremos no mesmo país”.

Adriana acha que pode dar certo um relacionamento à distância se existe possibilidade de estarem juntos no futuro. “De início se vive a relação e vê no que pode dar, depois tem que tomar decisões. É necessário conviver no dia a dia para ver se além do amor,  o relacionamento é bom. Ocorre que muitos que namoram à distância partem logo para o casamento. Acho importante viver um pouco junto porque as diferenças culturais pesam, além da personalidade. Acho que os italianos ficam muito bem com as brasileiras, mas nós devemos compreender algumas diferenças culturais, como por exemplo o quanto o italiano é direto e às vezes indelicado, também esquentado. O brasileiro tem temperamento com mais bom humor e simpatia, e esse jeito italiano pode chocar muito. Por outro lado os italianos são mais abertos, românticos, mais cúmplices. O peso do valor da família é maior e são excelentes pais. As pessoas são diferentes no mundo todo e não se pode generalizar, mas algumas diferenças culturais existem e devemos ver no dia a dia como é a relação.”

 

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Manuela, Federico e a filha Lavinia (foto divulgação)

A jornalista Manuela Andrade mora em Milão e é casada há 5 anos com o italiano Federico.  Eles se conheceram pela internet em 2004 e o namoro começou depois do primeiro encontro, no Rio, poucos meses depois.  “Namoramos à distancia pouco tempo, por cerca de seis meses, e nos falávamos diariamente, pelo MSN e por telefone”.  Para Manuela,  as maiores dificuldades que encontrou desde que veio morar aqui é a saudade dos amigos e da família. “Foi sem dúvida a parte mais difícil da mudança. Também sofri um pouco com os dias frios e cinzentos do meu primeiro inverno aqui, sou muito meteopática!”

 

Outra história de amor que precisou superar a distância é a de Rafaela (nome fictício) e do italiano Luca. Sem querer se identificar, ela aceitou compartilhar  aqui no blog a sua trajetória e as dificuldades que enfrentou logo quando chegou aqui na Itália.
Rafaela conheceu o marido há 8 anos, no Orkut,  numa comunidade de futebol, uma paixão em comum e o namoro começou 2 anos depois. “Quando falamos dos nossos sentimentos e assumimos um compromisso, ainda era virtual. Depois ele foi ao Brasil me conhecer pessoalmente. E namoramos à distância ainda mais 7 meses. A gente se falava por telefone diariamente. No primeiro mês paguei uma conta altíssima de telefone. Depois aprendi e fiz um plano internacional e ligava toda noite. E ele tinha um plano de celular que permitia enviar SMS e fazer ligações grátis”.
Rafaela trabalhava no Brasil como assistente em um consultório médico e não titubeou para vim morar aqui. “Eu arrisquei! Foi inclusive a minha primeira viagem de avião. A primeira vez que vim era verão aqui, foi tudo maravilhoso! As pessoas são mais receptivas nessa época do ano. Foi tudo um sonho! Eu, como muita gente que vem morar na Europa, pensei que o frio seria meu maior problema. Mas isso eu tirei de letra,  comprei roupas adequadas logo que cheguei. Como minha cidade é muito pequena , a população às vezes é um pouco cruel.  A minha maior dificuldade foi me acostumar com todos os olhares de curiosidade e preconceito. Sofri por um tempo no início e até me isolei. Cheguei a não sair de casa com medo das pessoas. Rezava pedindo proteção na porta de casa antes de sair.  Com o tempo e apoio do meu marido fui percebendo que o ser humano sempre vai pensar diferente um do outro e tenho que conviver com isso. A intolerância é o mal do mundo. Mas eu não posso ficar dentro de casa chorando e a vida passando lá fora.Hoje sou muito feliz aqui! E ambientada. Aqui eu não trabalho, já fiz alguns serviços de limpeza algumas vezes. Emprego eu não tenho mas trabalho nunca falta pra quem quer trabalhar. No início é complicado sim recomeçar. É tudo novo.”
Rafaela dá alguns conselhos para quem tem uma relação com uma pessoa de outro país: “ter muita atenção e paciência. Muita atenção aos sinais. Você vai perceber pelo comportamento do outro se é um sentimento verdadeiro ou não. E paciência. Este conselho é para quem já passou da fase de saber se a pessoa com quem você está se relacionando à distância é uma pessoa séria ou não. Tenha paciência e cuidado com seus sonhos e objetivos! “
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A pernambucana Shirlei e o italiano Franco, da cidade vêneta de Castelfranco (foto divulgação)

A brasileira Shirlei Barreto namora com Franco desde 2015. Eles se conheceram na véspera do reveillon de 2015 de forma inusitada: num posto de gasolina em Recife,  quando ela estava com uma amiga lanchando e ele procurava sinal de Wi-fi. Trocaram olhares, a amiga fez de cupido mas quando começaram a conversar e ela percebeu que ele não era brasileiro, acabou desanimando. “Acho que tive medo, vergonha, não sei ao certo! O fato é que ele muito habilidoso prendeu minha atenção e trocamos telefone. No dia seguinte, 31/12/14, marcamos de tomar café no shopping. O mundo corria para comemorar o novo ano e nós só sabíamos conversar e conversar.  Nos despedimos mas nos 5 dias seguintes não nos desgrudamos mais, até que por um motivo absolutamente sem lógica, provavelmente diferença cultural muito forte e temperamentos idem, a gente brigou.  Ele voltou para a Itália e durante 4 meses não nos falamos mais”. Por muita insistência dele eles voltaram a se falar e ela decidiu lhe dar uma chance e veio passar um período aqui na Itália: “foram dias lindos, intensos, divertidos, difíceis também porque novamente as diferenças pesaram muito… Mas voltei ao  Brasil sabendo que havia deixado meu namorado, nos falamos todos os dias por whatsapp, tem sido assim até agora.

Depois disso ele foi outra vez ao Brasil em outubro do ano passado, ficou hospedado na casa dela e conheceu toda a família. Em dezembro foi a vez dela conhecer a família dele na Italia, onde passaram Natal e Ano Novo juntos. E olhem que legal: desde sexta ele está no Brasil,  depois de 5 meses separados, e vão curtir inclusive a data de hoje juntinhos!

E quando estão separados o que “salva”, segundo Shirlei, é  o WhatsApp, que diz que a maior dificuldade que encontra com a distância é lidar com o ciúme. “É dificílimo!!! É a pior parte de toda esta história. Já acabamos 2 vezes por causa de ciúmes, ele tem muito ciúme quando está perto e não demonstra nenhum ciúme à distância. E eu sou justamente o inverso. Não sei se tem uma fórmula para relacionamento assim, mas eu vou engolindo mesmo, procuro não fazer cobranças loucas, vamos sublimando as inseguranças e nos prendendo ao que sentimos um pelo outro. Vivemos sonhando com o dia do nosso reencontro, e isso é o que nos mantem juntos. Agora decidimos conversar sobre tudo isso, e sobre o que vamos fazer de nossas vidas. Porque para ambos, já chegou o limite.
Shirlei dá alguns conselhos para quem namora à distância, aqui vão:  só ficar na relação se amar muito, se apesar de tudo esta pessoa ainda for “aquela” com quem você deseja estar; evitar desconfianças combinada com cobranças; enviar fotos , videos , música, mimos, cartas etc.,  para construir uma memória afetiva,  fazer planos juntos;  investir na comunicação;  investir em reencontros e não ter medo de tentar. Shirlei, acho que você despertou a curiosidade em todos nós. Mande notícias para contar as cenas dos próximos capítulos, rs. Boa sorte!
E muito amor na vida de todos!!! 
O post de hoje estreia uma serie de entrevistas com brasileiras que moram aqui na Itália e que vão dividir suas experiências falando sobre trabalho, vida na Itália, maternidade e muitos outros assuntos. Vem muita coisa bacana em breve! 
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San Valentino, o Dia dos Namorados na Itália

 

Como em muitos outros países do mundo, o Dia dos Namorados aqui na Italia é celebrado no dia 14 de fevereiro.

Existe mais de uma versão sobre a origem da festa dos apaixonados. Do ponto de vista histórico,é uma iniciativa da Igreja Católica, que tentou  cristianizar o rito da fertilidade,  uma festa pagã chamada  Lupercália, que acontecia na Roma antiga no mês de fevereiro e era dedicada ao deus da fertilidade Luperco e interrompidos a mando do Papa Gelásio I em 496 dC. Eles eram celebrados em 15 de fevereiro e consistiam em celebrações selvagens, que contrastavam com a ideia de amor cristão. O Papa Gelásio, depois de pôr fim às celebrações blasfemas, decidiu adiar a data  para 14 de fevereiro, consagrando o Dia dos Namorados como protetor dos amantes.O Pontífice substituiu esta tradição pagã por uma festa religiosa dedicada ao amor romântico, de acordo com a moral cristã. E ele a vinculou ao culto de São Valentim, que foi decapitado em 347, precisamente em 14 de fevereiro.

San Valentino nasceu em Terni, na Itália e, segundo uma lenda, ele fez dois amantes fazerem as pazes depois de chamar um bando de pombos ao redor do casal. Segundo outra lenda, ele doou o dote a uma menina pobre para permitir que ela se casasse. De qualquer forma, o Dia dos Namorados é considerado o santo padroeiro desta festa e comemorado no mundo há muitos séculos.

 

E para não passar em branco essa data tão especial, condivido algumas imagens que conotam amor,  romance e ternura:

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Cópia romana de Amore Psique, exposta no museu Uffizi de Florença. Existe uma célebre escultura, realizada por Canova, que popularizou o mito de Eros e Psique e está conservada no museu do Louvre de Paris

Amor e Psique – uma lenda da mitologia greco-romana que retrata esse nobre sentimento. Amor (ou Eros, é conhecido na mitologia grega como  Cupido),  é filho de Afrodite, deusa do amor e da beleza e Psique, uma das 3 filhas de um rei, é uma lindíssima mortal. A vingativa Afrodite (ou Venus), invejosa pela beleza da jovem, armou um plano  e pediu ao próprio filho Eros que o executasse,  lançando uma de suas flechas e  fazendo ela se apaixonar por um monstro horrível.  Eros aceitou, mas, quando se aproximou da moça, ficou tão encantado com sua beleza que se distraiu a ponto de uma de suas flechas o acertar, fazendo-o apaixonar-se perdidamente por Psique, que em grego significa alma.
Para viver seu amor “mortal” sem que sua mãe soubesse, Eros levou Psiquê para  um palácio, sem revelar a sua identidade. Durante as noites,  o Cupido ia se encontrar com Psique, mas sem nunca mostrar o rosto, e os dois viviam momentos intensos de paixão. A jovem princesa havia aceitado o acordo, mas,  como era muito curiosa, e instigada por suas irmãs, queria ver o rosto de seu amado. Ela  esperou que Cupido dormisse e  se aproximou dele com uma vela. Ela ficou tão extasiada com a beleza do marido que se distraiu e deixou cair acidentalmente uma gota de cera no corpo de Cupido, que acordou e fugiu raivoso. Para conseguir ficar com Cupido Psique precisou superar várias provas e  acabou sendo perdoada por Eros, que também estava sofrendo com a sua ausência.  A partir desse momento os dois  nunca mais se separaram. O mito de Eros e Psiquê retrata a união entre o amor e a alma. É uma tema retirado da fábula mitológica do escritor Apuleio, do século II dC.

 

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E que seja constante em nossos corações: a capacidade de amar!  O amor, em todas as suas formas, sempre vale a pena!

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Dia dos Namorados na Itália

Enquanto o clima no Brasil é de festa pré-carnaval, aqui na Itália, como em muitos outros países do mundo, o final de semana vai ser especial para os apaixonados, já que no dia 14 de fevereiro comemora-se o Dia dos Namorados, na Itália chamado de San Valentino.
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Ano passado postei uma série de fotos para mostrar a atmosfera aqui na Toscana (clique aqui). E agora com vocês imagens inspiradoras que têm o amor como protagonista. Porque é sempre bom celebrar o amor!!!
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