Você sabia que a região do Chianti Classico tem mais de 300 anos? Foi em 24 de setembro de 1716 que o grão-duque Cosimo III de’ Medici decidiu delimitar alguns territórios da Toscana com vocação para a produção de vinhos de alta qualidade. Vamos explorar comigo esse magnífico território?

O “gallo nero”, símbolo do Chianti Classico
A região do Chianti Classico
O Chianti Classico é uma região que se estende entre Siena e Firenze, num total de 70 mil hectares. Circundada por oliveiras e vinhedos, num cenário muito retratado por pintores e que impressiona pelos seus castelos, burgos fortificados e construções medievais, é nesse esplêndido território que é produzido um dos vinhos mais famosos e apreciados do mundo, o Chianti Classico.
As garrafas do vinho produzidos na região entre Firenze e Siena levam o emblema que garantem a qualidade e proveniência dos vinhos conhecidos como Chianti Classico e são controlados pelo Consorzio Vino Chianti Classico, fundado em 1924 para proteger o vinho e sua denominação. O gallo nero (galo preto) é o símbolo que qualifica os vinhos do território do Chianti, que são produzidos em 9 sub-regiões, que são as seguintes: Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Greve in Chianti, Radda in Chianti, parte de Barberino Tavarnelle, Castelnuovo Berardenga, Poggibonsi, San Casciano in Val di Pesa e Tavarnelle Val di Pesa.

Chianti Classico – São 580 sócios, dos quais 376 que engarrafam seus produtos, com uma produçao média anual é de 35 milhões de garrafas
De acordo com os regulamentos de produção desta Denominação de Origem Controlada e Garantida, DOCG, um Chianti Clássico deve ter um percentual mínimo de 80% da composição Sangiovese, e os 20 % restantes devem ser de uvas tintas, podendo chegar a 100% (varietal).
Existem 3 tipologias de Chianti Classico: Annata, Riserva (envecelhecido mínimo 24 meses) e Gran Selezione (envelhecido mínimo 30 meses). O Chianti Classico pode ser comercializado a partir de 1º de outubro do ano posterior ao ano da vindima. Já os vinhos engarrafados como Chianti são feitos a partir de uvas provenientes de áreas diversas do Chianti e devem levar ao menos 70% de Sangiovese no blend.
O galo preto, símbolo do Chianti Clássico
A origem deste símbolo provém de uma lenda do século 12, período das sangrentas guerras medievais. Na época, Firenze e Siena viviam em conflito para expandir suas fronteiras. Foram muitas as batalhas sanguinárias pelo apoderamento da fascinante região do Chianti, até que as 2 cidades decidiram resolver o impasse de uma forma bastante inusitada: cada uma escolheria um galo, que assim que cantasse pela manhã, um guerreiro de cada cidade sairia em direção à cidade rival. E a fronteira seria no ponto de encontro dos dois cavaleiros. Cada cavaleiro partiria do portão de sua cidade e o que mais corresse teria condições de garantir um território maior para a sua cidade.
Siena escolheu um galo branco e o preparou dando bastante comida. E por outro lado, o governo de Firenze escolheu um galo preto e o deixou sem comer, para que logo cedo sentisse fome e cantasse.
No dia seguinte, o galo preto, faminto, cantou cedinho e o cavaleiro de Firenze saiu ainda de madrugada. Enquanto que o galo branco de Siena, muito bem alimentado, continuou dormindo. Os 2 cavaleiros se encontraram no município de Castellina, a 12 Km de Siena, o que garantiu à cidade de Firenze uma grande parte das terras do Chianti de forma pacífica. Quase toda a área do Chianti ficou sob o domínio da Republica Fiorentina.
E como setembro é mês de vindima, a Toscana apresenta muitos eventos em diversas cidadezinhas de seu território para celebrar a colheita da uva. Uma festa bacana na região é a Expo Chianti Classico, uma feira enograstronômica pelas ruas de Greve, com intensa programação cultural. E em Panzano acontece a Vino al Vino. Para mais detalhes, clique aqui.
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