Extraordinária cidade de arte e cultura, Ravena é a capital dos mosaicos e abriga preciosos monumentos religiosos, paleocristãos e bizantinos. A cidade é um tesouro – infelizmente- desconhecido pela maioria dos turistas que visitam a Itália. Ravena já foi por três vezes a capital de três impérios: do Romano do Ocidente (de 402 a 476), do reino dos Ostrogodos de Teodorico (de 493 a 553), e do Império Bizantino na Europa (de 558 a 751). A magnificência desse período deixou uma grande herança artística: Ravena possui 8 monumentos que foram declarados Patrimônios da Humanidade pela Unesco em 1996. Quando a gente passeia pela elegante cidade pode facilmente perceber a fusão harmoniosa de influências ocidentais e orientais.

Ravenna é repleta de construções que abrigam mosaicos mas nada se equipara aos que encontramos na Basílica di San Vitale
Ravena, a mais importante cidade da Emília Romanha, está a poucos quilômetros da costa adriática. O centro histórico da cidade, que possui cerca de 160 mil habitantes, é pequeno e pode ser explorado a pé. Caminhar por suas ruas é reviver uma história milenar, que partindo da época romana atravessa o pedido Renascimental até os anos de 1800, quando a cidade foi redescoberta por celebres visitantes como Lord Byron, Sigmund Freud, Gustav Klimt, Oscar Wilde.




Cidade tranquila de arte e cultura, Ravena fica a pocos kms do Mar Adriático, na costa leste italiana




Esplêndida cidade de arte, Ravenna guarda verdadeiros tesouros muito bem preservados
Em Ravena respira-se arte, cultura e história: a cidade conserva o mais rico patrimônio de mosaicos datados dos séculos V e VI d.c. Seu passado é testemunhado pelas basílicas e batistérios que preservam uma rica herança de mosaicos. E o interessante é que as construções são modestas e até bem simples do lado de fora, mas quando a gente cruza a porta de entrada acaba se surpreendendo com a riqueza e suntuosidade do interior dos monumentos.
Principais atrações de Ravena
Basílica de São Vital – Este é um dos monumentos mais importantes da arte paeocristã da Itália. É onde estão os mais extraordinários ciclos de mosaicos da cidade. A Basílica de San Vitale começou a ser construída a partir de 535 dc e foi completada em 547. Possivelmente ela foi a inspiração para a igreja Reina Sophia, em Istambul, construída 15 anos depois.




A Basílica, em formato octagonal, foi consagrada em 548. Os mosaicos mostram cenas do Antigo Testamento, anjos e o próprio imperador Justiniano e sua esposa Teodora. Admire os mosaicos mas não se esqueça de observar a beleza do pavimento




O interior da Basílica de San Vitale com usa sugestiva iluminada e os contrastes de luz e sombra
Horários: 9 às 19 h ou 10:00 às 17 h (dependendo do período do ano). Bilhete cumulativo.
Mausoleu de Galla Placidia – No complexo onde fica a Basílica está o Mausoléu de Galla Plácidia, filha do imperador Teodósio. Foi o imperador Honório, que transferiu a capital do império ocidental de Milão para Ravena em 402, que solicitou a construção do mausoléu para dedicar à sua irmã Galla Plácida, uma das das principais forças políticas do Império Romano.
Horários: 9 às 19 h ou 9:30 às 17 h (dependendo do período do ano). Bilhete cumulativo.




Aqui estão os mosaicos mais antigos de Ravena. Na cúpula do mausoléu mosaicos na cor azul representam um seu pontilhado de centenas de estrelas
Basílica de São Apolinário Novo – Sua construção começou em 505 para a corte de Teodorico, o Grande. As paredes da nave central são divididas em 3 faixas distintas de mosaicos, que contam a vida de Cristo, de santos e profetas e apresenta o famoso Palazzo de Teodorico.
Horários: 9 ou 10 horas até 17 ou 19 horas (dependendo do período do ano). Bilhete cumulativo com mais 4 atrações




A igreja é do ano de 490 dc e o campanário cilíndrico é do século IX




A basílica contém o maior ciclo de mosaicos do mundo
Túmulo de Dante – O túmulo de Dante Alighieri, nascido em Firenze em 1265, autor da famosa obra A Divina Comédia, fica no centro de Ravena. Dante foi exilado e expulso de Firenze em 1302, numa época de disputas políticas entre os guelfos e os guibelinos. Ele pertencia aos guelfos, que era representado pela baixa nobreza e o clero, e na época a cidade estava sob o domínio dos guibelinos, grupo formado pela alta nobreza e pelo poder imperial. Dante passou seu exílio em Forli, Verona, Veneza, Lucca e Pádua e em 1317 fixou-se em Ravena, onde passou os últimos anos de sua vida, até sua morreu, no ano de 1321. Dante ganhou um túmulo simbólico construído em 1829, que encontra-se na Basílica de Santa Croce, em Firenze.




O sarcófago de Dante Alighieri na Basílica de San Francesco
Muitos fatores curiosos envolvem os restos mortais do poeta, que a cidade de Firenze tentou recuperar sem sucesso. Justamente por esse motivo o sarcófago passou séculos vazio, pois os ossos ficaram escondidos. No século 16 uma delegação florentina foi à Ravena para pegar os ossos, pois aconteceu uma petição popular, que foi assinada até mesmo por Michelangelo. Nessa petição, o Papa, que era da família Medici, havia dado a autorização para transportar os osso de Dante de Ravena à Firenze. Quando a delegação florentina chegou à Ravena o sarcófago estava vazio. É que os freis franciscanos haviam feito um buraco na parede, pela parte externa, para transportar os ossos e escondê-los. E os ossos ficaram escondidos 3 séculos e meio, só mesmo os freis sabiam onde estavam. Em 27 maio de 1865, durante os preparativos para a comemoração do 6º centenário do nascimento de Dante, os ossos foram descobertos numa caixa na área externa do convento.




Durante a Segunda Guerra Mundial os ossos de Dante foram escondidos novamente no jardim e coberto de vegetação




Atualmente seus restos mortais encontram-s neste mausoléu, construído em 1780. A visitação é aberta ao público e gratuita. Em seu interior, uma placa e uma chama que queima continuamente, uma lâmpada a óleo, oferecido pela prefeitura de Firenze, como uma forma de pedir desculpas ao poeta




Fachada da Basílica de Santa Croce de Firenze, com a estátua de Dante Alighieri
Batistério Ariano – foi construído durante o Reinado de Teodorico, quando Ravena era a capital do Império e o arianismo era a religião oficial da corte. É o mais simples da cidade e possui apenas um circulo de mosaicos na cúpula, presenta um famoso mosaico com os 12 apóstolos e Jesus sem barba.
Horários: das 08: 30 às 16:30 ou 18:30 (dependendo do período do ano). Entrada gratuita.
Batisterio Neoniano – Este batistério, também chamado de batistério dos ortodoxos, foi a resposta católica do bispo Neone à heresia ariana. Este é um dos monumentos mais antigos de Ravena e o melhor e mais completo exemplo de um batistério dos primeiros tempos do Cristianismo. Com estrutura de planta octogonal, foi construído provavelmente no início do século V. Fica bem próximo à catedral de Ravena.
Horários: das 9h às 19 ou 10 às 17 h (dependendo do período do ano). Ingresso cumulativo.
Duomo de Ravena – é o principal local de culto catóica da cidade, Catedral Metropolitana da Ressurreição do Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi realizado por Gianfrancesco Buonamici no século 13. Em seu interior, afrescos realizados por Domenico e Andrea Barbiani. A igreja foi consagrada em 1749. A Catedral fica na Piazza Duomo, 1. Horários: 8 às 12h 15:30 às 18 horas. Aos sábados e dias festivos fecha às 19 horas. Ingresso gratuito.




Em contraste com o estilo barroco da fachada, o campanário cilíndrico, de 35 metros, é do século 9. O edifício passou por muitas reestruturações e foi reconstruído em 1743
Piazza del Popolo – esta é a praça mais famosa da cidade, cuja origem data do século 13, quando a cidade estava sob o comando da nobre família Da Polenta. Localizada na parte mais central de Ravena, colega as principais ruas da cidade e reúne ao seu redor bares, restaurantes e lojas. Na praça está o Palazzo Comunale, dos anos 1400, sede da pefeitura da cidade.
Basilica di Sant’Apollinare in Classe – Fica a 4 Km de Ravena e infelizmente não conseguimos visitá-la. Foi construída no século VI. É o maior exemplo de basílica paleocristiana e uma das igrejas mais simbólicas e visitadas da cidade.
Horários de visitas: das 08:30 às 19:30 (abertura às 13 horas aos domingos e dias festivos). O valor do bilhete é de 5 euros.
Mausoléu de Teodorico – construído em 520 por vontade do próprio Teodorico. É um monumento austero feito em pedra branca.
Horários de visitas: das 08:30 às 17h, 18 ou 19 horas, dependendo do período do ano. Custa 4 euros o ingresso.
Dica importante: Existe um bilhete cumulativo que inclui visitas aos seguintes monumentos: Museu do Arquebispo, Basílica de São Apolinário Novo, Basílica de San Vitale, Mausoléu de Galla Placidida e o Bastitério Neoniano no valor de 9,50 euros. Válido para 7 dias consecutivos, a partir da data de emissão.
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'O que fazer em Ravena' have 7 comments
8 de agosto de 2019 @ 10:57 Grazie a te / Como é o verão na Sardenha, a ilha mais cobiçada da Itália nas férias
[…] O que fazer em Ravena […]
9 de setembro de 2019 @ 19:38 Grazie a te / Onde comer bistecca em Florença - Grazie a te
[…] O que fazer em Ravena […]
17 de setembro de 2019 @ 10:46 Grazie a te / É dificil para brasileiros conseguirem trabalhar na Itália?
[…] O que fazer em Ravena […]
27 de novembro de 2019 @ 22:24 Grazie a te / O charmoso vilarejo de Brisighella, para os amantes do slow travel
[…] Brisighella é uma antiga vila medieval e termal no Valle del Lamone, nos Apeninos da tosco-emiliano entre Florença e Ravena e é excelente destino para os adeptos do slow travel. Todos os anos quando vamos para a casa de campo, que fica perto de San Marino, escolhemos para visitar uma cidade que fica no percurso. E foi assim que resolvemos passear em Brisighella, província de Ravena. […]
19 de maio de 2020 @ 15:25 Grazie a te / O burgo de Bagno Vignoni, famoso por suas termas
[…] O que fazer em Ravena […]
7 de setembro de 2020 @ 11:36 Grazie a te / Pietrasanta é reduto badalado e cultural do litoral da Toscana
[…] O que fazer em Ravena […]
25 de março de 2021 @ 21:12 Grazie a te / Dante Alghieri, o maior escritor da história da literatura italiana
[…] foi exilado de sua cidade natal e passou a viajar por diversas cidades, sendo que a última foi Ravenna, onde morreu e foi sepultado, no ano de 1321. Dante foi a primeira pessoa a escrever um poema […]