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Prato, a segunda cidade mais populosa da Toscana

Por estar perto de cidades bem maiores e mais famosas, a cidade de Prato acaba ficando de escanteio.  Localizada no coração da Toscana, a apenas 25 quilômetros de Florença,  Prato tem cerca de 200  mil habitantes.  A cidade possui muitos locais de grande interesse, repletos de arte, beleza e elegância.   Vou enumerar algumas atrações no centro histórico, que é gracioso e muito bonito:
 –  A Basílica de Santo Stefano, o Duomo da cidade, que fica na praça Duomo.  A Basílica, em estilo românico-gótico, apresenta um  púlpito externo realizado por Donatello e Michelozzo. No interior há um maravilhoso ciclo de afrescos realizado por  Filippo Lippi em meados do século 15.

Na Capela Maior o ciclo de afrescos realizado por Filippo Lippi

Aqui na igreja é mantida uma preciosa reliquia, o Cinto  Sagrado de Nossa Senhora, que segundo a tradição, foi trazido de Jerusalém em 1141 por Michele Dagomari.

O cinto, ou em italiano Sacra Cintola, ou Sacro Cingolo, è conservada na capela homônima da basílica de Santo Stefano

O púlpito realizado por Michelozzo e Donatello

O culto do cinto –  Do púlpito, a relíquia de Nossa Senhora é apresentada  para os fiéis em algumas ocasiões.  O cinto era exposto também  em caso de epidemias, mau tempo e seca, para pedir a ajuda de Nossa Senhora.
–   Outra atração de Prato está localizada na mesma praça, é o Museu dell’Opera del Duomo di Prato, inaugurado em 1967. O museu preserva pinturas, esculturas e móveis  antigos.
 –  O Palazzo Pretorio é uma imponente  construção de  tijolos vermelhos,  cuja construção iniciou no século 13.   Aqui é a sede do Museu do Palazzo Pretorio, onde podemos admirar obras de Donatello, Filippo e Filippino Lippi, Alessandro Allori,  Lorenzo Bartolini e muitos outros artistas.

O Palazzo Pretorio, centro da vida política da cidade

– Palazzo Comunale di Prato. Esse é um antigo palácio de origem medieval, localizado na praça de mesmo nome, em frente ao Palazzo Pretorio.
– Castello dell’Imperatore,   também conhecido como Castelo  Svevo ou Fortaleza de Santa Bárbara,  é construção medieval do século 13,  construída a mando de Frederico II da Suábia e que  transformou-se em prisão no século 14.  É possível subir a fortaleza  e admirar o panorama lá do alto.
_ Museo del Tessuto, Palazzo Datini,  Casa Museu Leonardo Tintori e Museo di Scienza Planetarie, Igreja de São Francisco e a Basílica de Santa Maria delle Carceri, realizada por Giuliano da Sangallo , que ficam na piazza Maria delle Carceri  são outras atrações da cidade.

A Igreja de São Francisco

 

Basílica de Santa Maria delle Carceri

 

Prato é a terra do cantucci ou cantuccini, mais conhecido como biscotti di Prato,  que são biscoitinhos secos,  crocantes, feitos com amêndoas e geralmente servidos com Vin Santo. Clique aqui para conferir as tradições gastronômicas da Toscana.

No centro histórico de Prato uma loja da Antonio Mattei, premiada fabrica de biscoitos fundada em 1858

Prato fica perto de importantes cidades da arte, como Arezzo (90 km), Siena (90 km) e Pisa (75km). O percurso de trem de Florença até Prato dura apenas 20 minutos.   Você  já tinha ouvido falar em Prato?
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A Fogueira das Vaidades

No dia 7 de fevereiro de 1497, véspera da Quaresma, aconteceu um episódio  importante na Piazza  della Signoria de Florença conhecido como a Fogueira das Vaidades,  quando seguidores do  pregador Girolamo Savonarola queimaram objetos considerados pecaminosos, que eram associados à ostentação, ao luxo,  ao pecado e ao prazer. ras de Savonarola, diz-se que até Sandro Botticelli atirou  algumas de suas obras na fogueira.

Savonarola predica contro il lusso e prepara il rogo delle vanità”, Ludwig von Langenmantel, 1881

Milhares de obras de arte, joias,  quadros, livros, vestidos,  cartas de baralho e  instrumentos musicais foram destruídos. Convencido pelas palavras de Savonarola, diz-se que até Sandro Botticelli atirou  algumas de suas obras na fogueira.

A praça da Signoria, onde aconteceu a Fogueira das Vaidades em 7 de fevereiro de 1497

 

Predica di Savonarola nella basilica di San Miniato a Firenze , obra de Hyppolite Flandrin, 1840, Lione

A “Fogueira das Vaidades” era uma prática que acontecia em diversas cidades européias. Nessas ocasiões, acompanhados de  sermões  concorridos e fervorosos que condenavam os vícios , riquezes e vaidade, queimavam-se  objetos relacionados  ao  pecado.  Mas,  devido à sua proporção  e impacto, a expressão designa especialmente o acontecimento  ocorrido  em Florença, cidade onde se expressava o Renascimento, que traduzia  ideias humanísticas  no âmbito da  arte,  literatura e ciências.

A Piazza Savonarola de Florença em dia de mercado

 

Savonarola, nascido em Ferrara,  veio para Florença em 1490  a pedido do próprio  Lorenzo O Magnifico, que faleceu 2  anos depois. Em toda Florença não havia um homem que gozasse do mesmo consenso que o frei, sem contar com sua indiscutível oratória e   extraordinário carisma.

Savonarola alcançou grande sucesso com seus sermões, ouvidos e apreciados sobretudo pelos pobres e descontentes. Isso porque em seus sermões  não teve medo de denunciar a decadência e a corrupção da igreja, e não deixou de questionar, lançando inúmeras acusações contra os governantes e  a exploração do povo.

Para facilitar as assembléias do conselho,  Girolamo Savonarola mandou construir um enorme salã dentro do Palazzo della Signoria: o que hoje conhecemos como Salone dei Cinquecento, e que ganhou decoração no século 16

Savonarola viveu no convento de San Marco,  onde foi prior,  entre 1491 e 1498. No ex-convento de San Marco é possível visitar a cela de Savonarola e ver alguns de seus objetos.

O Convento de San Marco, onde Savonarola viveu

Savonarola, o “senhor religioso”, protestava contra a devassidão da sociedade e a corrupção eclesiástica e também contra  o papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia), que, segundo o frei, personificava o vício e a corrupção. Ele criticava abertamente o Vaticano e o Sumo Pontifice.  Por esse motivo, Florença precisava decidir:  ou entregam o herege ao Papa ou a cidade sofreria  interdição papal.  O  apoio popular de  Savonarola decaiu e  ele  acabou por ser preso.  Processado  por heresia, ele foi levado à prisão o na Torre de Arnolfo no Palazzo Vecchio,  uma pequena cela na torre de Arnolfo, conhecida como Alberghetto.

O religioso foi condenado à morte, enforcado e  queimado  em  23 de maio de 1498, aos 46 anos. Suas cinzas foram  jogadas no Rio Arno.

Essa é a placa colocada no local onde Girolamo Savonarola foi executado na Piazza della Signoria

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