Uma das mais lindas e impressionantes igrejas que conheço é a Basílica franciscana de Santa Croce, em Firenze. Sua magnífica fachada, em mármore de Carrara, representa um dos maiores expoentes do estilo neogótico italiano. A Santa Croce é famosa não apenas pela sua beleza, mas também porque ali estão os restos mortais de italianos ilustres como Maquiavel, Ghiberti, Michelangelo e Galileo. Na Basílica, conhecida com o Templo das Glórias Italianas, estão enterrados muitos artistas do Renascimento e também personalidades importantes de áreas como música e literatura. Atuaram na igreja artistas extraordinários como Giotto, Benedetto da Maiano, Taddeo Gaddi, Vasari, Donatello e Brunelleschi.
O monumento a Dante Alighieri foi esculpido por Enrico Pazzi em 1865 e retrata o poeta com uma expressão severa segurando sua obra-prima, a Divina Comédia, em uma das mãos. A obra demorou 14 anos para ficar pronta e a cidade de Ravenna não conseguiu custear a escultura, que foi patrocinada pela cidade de Firenze e por ricos senhores que contribuíram para custear a obra.
O monumento foi colocado no centro da praça Santa Croce, que foi escolhida pela presença de muitos ilustres italianos sepultados na basílica. A obra foi oficialmente inaugurada na presença do rei Vittorio Emanuele II, em 1865, por ocasião das comemorações do sexto centenário do nascimento de Dante. A obra sofreu estragos causados pela inundação de 1966 e a estátua foi restaurada e remontada em 1971 na escadaria da igreja.
Participei de uma visita guiada à igreja promovida pela Opera de Santa Croce, com o apoio do jornal The Florentine e do @igers_firenze. O nosso encontro aconteceu neste pátio, de onde pudemos apreciar os arcos da igreja e ver ao fundo a Cappella dei Pazzi. Depois que atravessamos este jardim fomos para o subsolo, numa parte da igreja que geralmente não é aberta ao público. Passamos por um corredor onde estão diversas sepulturas de italianos que lutaram na II Guerra Mundial.
Apesar de ser uma igreja católica, existem túmulos de ateístas. A primeira personalidade que foi enterrada lá foi Leonardo Bruni, enquanto o último foi Giovanni Gentile, em 1944. Estão sepultados na basílica celebridades como Gioachino Rossini, compositor , e Leon Battista Alberti, arquiteto que desenhou a fachada da igreja de Santa Maria Novella.
Em seus sete séculos de história, a igreja foi enriquecida por doações de famílias ricas da cidade, que em troca obtiveram o privilégio de enterrar os parentes em suas muitas capelas. Hoje, sua herança artística é realmente extraordinária! Incrível imaginar como aquele ambiente abriga tanta arte e história, além de segredos, mistérios e acontecimentos importantes para a humanidade também foram enterrados junto às numerosas sepulturas de artistas, cientistas e escritores. Em Santa Croce estão sepultados Maquiavel, Michelangelo, Rossini e Galileu Galilei. A Basílica reúne o maior número de túmulos de artistas renascentistas do que qualquer outra igreja na Itália.
Mas o principal motivo do nosso passeio era visitar a Cappella dei Pazzi, que fica do lado direito da basílica, e é uma das obras primas renascentistas assinadas por Brunelleschi. A sua construção foi ordenada em torno de 1429 por Andrea de’ Pazzi, membro da rica família de banqueiros, mas as obras só começaram em torno de 1441, sendo completada na década de 1460. Atualmente o claustro faz parte do museu de Santa Croce. A campanha lançada para arrecadação de fundos para o restauro é através da plataforma de crowdfunding Kickstartrer.
No interior da Capela dos Pazzi obras em terracota vitrificada, realizadas por Luca e Andrea Della Robbia no século 15.
Cenáculo
No complexo de Santa Croce, próximo à Cappella dei Pazzi, fica o refeitório do convento com maravilhosas obras, como a Última Ceia, realizada por Giorgio Vasari e “Albero della Vita, Ultima cena e storie sacre”, realizada Taddeo Gaddi, por volta de 1355.
Abaixo, obra de Vasari que foi encomendada por Eleonora di Toledo para o convento delle Murate. Posteriormente a pintura foi transferida para o complexo de Santa Croce mas sofreu danos com a enchente de 1966, tendo ficado 12 horas debaixo d’água. Apenas em 2006 decidiu-se de restaurar a obra, que ficou pronta em 2016.
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'A igreja de Santa Croce, em Firenze' have 11 comments
15 de maio de 2015 @ 19:12 Nara Maria Galesi
Adorei as fotos, os textos! Excelente! Parabéns Denya Pandolfi e a todos do Grazie a Te.
18 de maio de 2015 @ 18:05 Denya Pandolfi
Oi Nara, Muito obrigada! Felizes com o seu recadinho… Beijo com carinho, Denya
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26 de setembro de 2018 @ 09:02 promover23@uol.com.br
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