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Setembro, mês da vindima e do Vino al Vino, em Panzano

Para os amantes de vinho, setembro é um mês maravilhoso para visitar a Itália!  É epoca da colheita de uvas e de vários eventos relacionados à bebida de Baco!  Sempre no terceiro final de semana de setembro acontece  em Panzano, coração do Chianti Classico, o evento Vino al Vino,  com a participação dos produtores da cidade. E como se não bastasse  o foco no vinho, Panzano é um burgo medieval gracioso,  circundado por vinhedos e oliveiras, num cenário onde a natureza dá espetáculo!

Chianti

Em Panzano o protagonista é o Chianti Classico, entre os mais conhecidos do mundo

De 15 a 17 de setembro aconteceu na Piazza Bucciarelli a  29ª edição, que contou com  a participação de 22 empresas.

Chianti Classico

Desde 1995, Vino al Vino promove o encontro entre viticultores, enólogos e visitantes

Em três dias de  evento,  as empresas da Unione Viticoltori di Panzano in Chianti apresentaram seus produtos. E o interessante é que esse evento permite  que amantes e profissionais do setor tenham a oportunidade de conhecer  de perto a história dos vinhos e das empresas, contadas pelos próprios produtores.

No Vino al Vino oportunidade de degustar vinhos de antigas e novas colheitas de prestigiados rótulos Chianti Classico

Vino al Vino: o prazer da descoberta, do encontro e da partilha, que conta com os próprios proprietários apresentando seus vinhos, permitindo ao público conhecer o produtor, sua história e obter informações sobre as características das vinhas e sobre as técnicas de vinificação.

Encontramos também na praça stands gastronômicos, além da participação do artista Luca Carfagna, que tem ateliê na cidade e é bastante conhecido pelos amantes do vinho. Em seus trabalhos ele representa homens e animais estilizados envolvidos em diversas situações ligadas ao mundo do vinho

Como funciona:  os participantes de  Vino al Vino podiam adquirir o bilhete diretamente no local, por 30 euros. Esse valor dava direito ao  kit, que consistia numa taça , informações sobre as vinícolas,  caneta e uma caderneta de anotações, o participante podia degustar todos os vinhos, durante os três  dias de evento.

Panzano, comune de Greve in Chianti,  um pequeno vilarejo com cerca de mil habitantes e que constitui a famosa região do Chianti Classico, entre Florença e Siena.

Natureza exuberante: arredores de Panzano in Chianti e as plantações de vinho e azeitona

Grazie tante Vino al Vino pelo convite para participar do evento!

 

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Radda in Chianti

Radda in Chianti é um dos vilarejos que constituem a região do Chianti Classico, famosa pela produção de vinhos que traz o galo negro como símbolo. Radda é um pequeno burgo medieval de origem  etrusca localizada a 530 m acima do nível do mar. Com menos de 2 mil habitantes, Radda é circundada  por muralhas defensivas, e está sob uma colina que divide os vales da Arbia e do Pesa.

 

O burgo de Radda in Chianti tem a aparência medieval característica e é imerso numa interminável fileiras de videiras, um cenário de filmes que encanta os visitantes, onde a natureza é protagonista

A área em que Radda está localizada é habitada desde os tempos remotos. Achados arqueológicos testemunham a presença de uma antiga vila de 2000 aC , mas a primeira referência documentada à Radda é por volta do século 11

 

Em uma das  portas de acesso ao burgo,  vestígios das muralhas da cidade antiga. Radda é pequena, fácil de ser explorada a pé. Vale lembrar que o centro histórico é fechado ao tráfego de automóveis não autorizados

 

Do castelo histórico existem apenas restos de muralhas e torres

 

 

Devido à sua localização estratégica, Radda esteve no centro dos conflitos entre as cidades de Siena e Florença.  No final de 1200, estava sob o comando de Florença, que lhe concedeu o podestà (título que significa autoridade e poder). Em 1384, tornou-se a capital da Lega del Chianti, que também incluía os territórios de Castellina e Gaiole in Chianti. As ligas eram jurisdições autônomas, uma organização militar que tinha a tarefa de administrar a área do Chianti e defender suas fronteiras do sul de ataques inimigos.  E para tutelar o vinho, principal produto da região, em 1716  Grão-Duque Cosimo III de ‘Medici estabeleceu os limites da área de produção do Chianti: uma área entre as cidades de Florença e Siena onde nasceu o vinho homônimo.

Passear por suas ruelas é poder experimentar a típica atmosfera do Chianti, com seus vinhos, gastronomia e paisagem irretocável

O coração do burgo é a Piazza Ferrucci com interessantes edifícios históricos e religiosos, como o Palazzo del Podestà e a igreja de San Niccolò.

Propositura de San Niccolò, na piazza Ferruci

De origem românica, a Propositura de San Niccolò é o maior local de culto católico em Radda in Chianti e está localizada em frente ao Palácio do Podestà. A igreja, cuja construção iniciou-se no século 13, foi danificada na Segunda Guerra Mundial e teve sua fachada reconstruída em estilo neo-romântico pelo arquiteto Adolfo Coppedè.

 

O Palazzo del Podestà

O Palazzo del Podestà,  edifício municipal sede da prefeitura, remonta ao século 15 e foi quase completamente destruído em 1478, quando, após as guerras aragonesas, a cidade foi conquistada e saqueada. O pórtico ainda pode ser visto do primeiro edifício, enquanto as janelas do primeiro andar foram reconstruídas.

 

Post relacionado: Chianti cashmere nas colinas de Radda

 

Vinícolas em Radda – Como já citei acima,  o vilarejo de Radda está inserido num território repleto de plantações de uvas e azeitonas. Vinhedos e oliveiras a perder de vista constituem  o cenário dessa magnífica parte do Chianti que tanto fascina. Muitas empresas vinícolas oferecem degustações de vinho, além de outros produtos locais como geleias e  biscoitos. E para quem busca uma verdadeira imersão neste cenário pode optar por dormir nos agroturismos, que são estruturas receptivas no campo que lembram fazendas, onde os hóspedes compartilham das áreas em comum e vivenciam uma experiência mais autêntica.

O maravilhoso convento do século XVIII de Santa Maria al Prato, sede da Casa Chianti Classico

Casa do Chianti Clássico –  é em Radda que está localizada a Casa Chianti Classico, no convento de Santa Maria al Prato, uma construção do século  18. O local oferece diversas propostas dedicadas ao vinho e à cultura local, com espaços para exposições, cursos aprofundados sobre vinho e espaço para eventos e aulas de culinária. Estive na Casa do Chianti Classico à convite da jornalista Roberta Perna, da organização e promoção do evento anual Vignaioli di Radda, que reuniu jornalistas e especialistas do setor para degustação dos vinhos da região. A associação Vignaioli di Radda tem como principal objetivo a difusão da cultura vitícola de Radda, apresentando medidas de apoio e em particular a produção de vinho de qualidade.

 

O pátio do Convento Santa Maria al Prato, onde durante o dia jornalistas do setor podem degustar os vinhos das vinícolas da região. A Casa Classico Chianti é aberta ao público de abril a outubro

 

Vignaioli di Radda, evento que reúne os produtores de Radda

 

Como parte da programação de Vignaioli di Radda, um tour de jeep para visitar vinhedos e vinícolas de Radda

Acontece também em Radda outro evento dedicado ao vinho, o Radda  nel Bicchiere, geralmente no inicio do mês de junho, com degustação de vinhos e produtos do território.

 

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O Chianti Clássico

Você sabia que a região do Chianti Classico tem mais de 300 anos? Foi em 24 de setembro de 1716 que o grão-duque Cosimo III de’ Medici decidiu delimitar alguns territórios da Toscana com vocação para a produção de vinhos de alta qualidade.  Vamos explorar comigo esse magnífico território?

 

O “gallo nero”, símbolo do Chianti Classico

 

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Plantação da uva sangiovese nas colinas do Chianti Classico

 

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A região do Chianti Classico

O  Chianti Classico é  uma região que se estende entre Siena e Firenze, num total de 70 mil hectares. Circundada por oliveiras e vinhedos, num cenário  muito retratado por pintores e que impressiona pelos seus castelos, burgos fortificados e construções medievais, é nesse esplêndido território que é produzido um dos vinhos mais famosos e apreciados do mundo, o Chianti Classico.

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As garrafas do vinho produzidos na região entre Firenze e Siena levam o emblema que garantem a qualidade e proveniência dos vinhos conhecidos como Chianti Classico e são controlados pelo Consorzio Vino Chianti Classico, fundado em 1924 para proteger o vinho e sua denominação. O  gallo nero (galo preto) é o símbolo que qualifica os vinhos do território  do Chianti, que são produzidos em 9 sub-regiões, que são as seguintes: Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Greve in Chianti, Radda in Chianti, parte de Barberino Tavarnelle, Castelnuovo Berardenga, Poggibonsi, San Casciano in Val di Pesa e Tavarnelle Val di Pesa.

 

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Chianti Classico – São 580 sócios, dos quais 376 que engarrafam seus produtos, com uma produçao média anual é de 35 milhões de garrafas

De acordo com os regulamentos de produção desta Denominação de Origem Controlada e Garantida, DOCG, um Chianti Clássico deve ter um percentual mínimo de 80% da composição  Sangiovese,  e os 20 %  restantes devem ser de uvas tintas, podendo chegar a 100% (varietal).

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Existem 3 tipologias de Chianti Classico: Annata, Riserva (envecelhecido mínimo 24 meses) e Gran Selezione (envelhecido mínimo 30 meses). O Chianti Classico pode ser comercializado a partir de 1º de outubro do ano posterior ao ano da vindima. Já os vinhos engarrafados como Chianti são feitos a partir de uvas provenientes de áreas diversas do Chianti e devem levar ao menos 70% de Sangiovese no blend.

 

O galo preto, símbolo do Chianti Clássico 

A origem deste símbolo provém de uma lenda do século 12, período das sangrentas guerras medievais. Na época, Firenze e Siena viviam em conflito para expandir suas fronteiras.  Foram muitas as batalhas sanguinárias pelo apoderamento da fascinante região do Chianti, até que as 2 cidades decidiram resolver o impasse de uma forma bastante inusitada: cada uma escolheria um galo, que assim que cantasse pela manhã,  um guerreiro de cada cidade sairia em direção à cidade rival.  E a fronteira seria no ponto de encontro dos dois cavaleiros. Cada cavaleiro partiria do portão de sua cidade e o  que mais corresse teria condições de garantir um território maior para a sua cidade.

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Siena escolheu um galo branco e o preparou  dando bastante comida. E por outro lado, o  governo de Firenze escolheu um galo preto e o deixou sem comer, para que logo cedo sentisse fome e cantasse.

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No dia seguinte, o galo preto, faminto, cantou cedinho e o cavaleiro de Firenze saiu ainda de madrugada. Enquanto que o galo branco de Siena, muito bem  alimentado, continuou dormindo. Os 2 cavaleiros se encontraram no município de Castellina, a 12 Km de Siena, o que garantiu à cidade de Firenze uma grande parte das terras do Chianti de forma pacífica.  Quase toda a área do Chianti ficou sob o domínio da Republica Fiorentina.

 

uva

Setembro é o mês da vindima, a colheita da uva

E como setembro é mês de vindima, a Toscana apresenta muitos eventos em diversas cidadezinhas de seu território para celebrar a colheita da uva. Uma festa  bacana na região é a Expo Chianti Classico, uma feira enograstronômica pelas ruas de Greve,  com intensa programação cultural.  E em Panzano acontece a Vino al Vino. Para mais detalhes, clique aqui.

 

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Um passeio em Castellina in Chianti

Depois de percorrer algumas curvas pelas estradas do Chianti entre Firenze e Siena- admirando sua paisagem verde constituída de vinhedos e oliveiras – sobre uma colina, fica essa gracinha de lugar: Castellina in Chianti. Com menos de 3 mil habitantes,  este antigo burgo repleto de estradinhas de pedra, ritmo pacato e construções medievais,   é uma das cidades que constituem a famosa região do Chianti Classico, produtora de vinho. Vale muito a pena incluí-la em seu roteiro pela Toscana!

 

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Castellina in Chianti é uma das sub-regiões que fazem parte do Chianti Classico, que produz o vinho homônimo e que este ano completa 300 anos

Castellina in Chianti, que pertence à província de Siena, é uma dessas cidades que nos cativam logo de cara.  Talvez você percorra todo o centro histórico – a gente passeia a pé pela cidade, que é pequena e bastante acolhedora, em no máximo uma hora. Parte da cidade foi reconstruída , mas mesmo as casas mais “atuais” mantiveram os elementos das antigas casas do burgo.

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Castellina in Chianti foi povoada pela civilização etrusca. A cidade era toda murada, e existiam 2 portas de acesso, uma voltada para Firenze e outra para Siena, mas que foram destruídas

 

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Caminhando por sua ruazinha principal, a Ferruccio, limitada ao tráfego de veículos,  a gente admira as lojinhas de artesanato, as vitrines dos pequenos empórios abarrotados de produtos típicos da região,  como vinhos,  queijos e presuntos, e observa o movimento dos restaurantes com mesinhas na rua e se mistura aos poucos turistas que também ficam maravilhados com a tranquilidade daquele lugar onde o tempo parece não correr. E é essa gostosa sensação que vai fazer com que você se apaixone pelo vilarejo.

 

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Restaurante na via Ferruccio, que é a mais movimentada da cidade

 

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A Via delle Volte é uma estradinha misteriosa e secreta entre as ruínas da antiga cidade. Atualmente sobre os arcos foram construídas casas. É um caminho curto que beira uma parte da cidade, de onde temos uma vista espetacular para as verdes colinas desse cantinho da Toscana repleto de encantos

Em 1500, quando o burgo fortificado passa a fazer parte do Ganducato di Toscana, dia de lado seu caráter estratégico-militar para se transforma em centro agrícola. A partir daí suas colinas começaram a fazendas e casarões, muitos dos quais hoje em dia foram transformados em agroturismo.

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A Igreja de San Salvatore

A igreja de San Salvatore, que foi destruída durante a 2ª Guerra Mundial e reconstruída em estilo neoromânico.

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A Rocca Comunale di Castellina in Chianti, construída no século 14. Ela fazia parte dos muros construídos pelos florentinos

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Caso esteja fazendo o seu tour de carro, você pode tranqüilamente visitar outras cidades próximas no mesmo dia, como Monteriggioni ou San Gimignano ou Greve in Chianti. Tudo vai depender do roteiro estabelecido. Confira abaixo as distâncias de cidades proximas à Castellina in Chianti:

Panzano in Chianti – 13 Km

San Gimignano – 27  Km

Siena– 31 Km

Greve– 20 Km

Firenze –  42 Km

Monteriggioni – 16Km

Certaldo – 28 Km