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A igreja de Santa Croce, em Firenze

Uma das mais lindas e impressionantes igrejas que conheço é a Basílica franciscana de Santa Croce,  em Firenze. Sua magnífica fachada, em mármore de Carrara, representa um dos maiores expoentes do estilo neogótico italiano. A Santa Croce é famosa não apenas pela sua beleza, mas também porque ali estão os restos mortais de italianos ilustres como Maquiavel, Ghiberti, Michelangelo e Galileo.  Na Basílica, conhecida com o Templo das Glórias Italianas,  estão enterrados  muitos artistas do Renascimento e também  personalidades importantes de áreas como música e literatura.  Atuaram na igreja artistas  extraordinários como Giotto, Benedetto da Maiano, Taddeo Gaddi, Vasari, Donatello e Brunelleschi.

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A fachada neogótica da igreja Santa Croce, na praça homônima

 

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Estátua de Dante Alighieri, pai da língua italiana. Contrariamente como muitos pensam, sua tumba não está na igreja Santa Croce, mas em Ravenna, onde morreu no ano de 1321. No interior da igreja existe um túmulo simbólico dedicado ao poeta

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O monumento a Dante Alighieri foi esculpido por Enrico Pazzi em 1865 e retrata o poeta com uma expressão severa segurando sua obra-prima, a Divina Comédia, em uma das mãos. A obra demorou 14 anos para ficar pronta e a cidade de Ravenna não conseguiu custear a escultura, que foi patrocinada pela cidade de Firenze e por ricos senhores que contribuíram para custear a obra.

A fachada da igreja é obra de Niccolò Matas, inaugurada na segunda metade do século 19

O monumento foi colocado no centro da praça Santa Croce, que foi escolhida pela presença de muitos ilustres italianos sepultados na basílica. A obra foi  oficialmente inaugurada na presença do rei Vittorio Emanuele II, em 1865, por ocasião das comemorações do sexto centenário do nascimento de Dante.  A obra sofreu estragos causados ​​pela inundação de 1966 e a estátua foi restaurada e remontada em 1971  na escadaria da igreja.

 

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Participei de uma visita guiada à igreja  promovida pela Opera de Santa Croce,  com o apoio do jornal The Florentine e do @igers_firenze. O nosso encontro aconteceu neste pátio, de onde pudemos apreciar os arcos da igreja e ver ao fundo a Cappella dei Pazzi. Depois que atravessamos este jardim fomos para o subsolo, numa parte da igreja que geralmente não é  aberta ao público. Passamos por um corredor onde estão diversas sepulturas de italianos que lutaram na II Guerra Mundial.

 

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Em uma das capelas no subsolo com a nossa guia Donata Grossoni diante da Pietà, obra de Baccio Bardinelli, que representa Jesus morto (de 1552)

 

Depois que passamos por um corredor secreto e subimos por uma íngrime escada estreita tivemos uma excelente surpresa: fomos agraciados pelas espetaculares obras que adornam  a Cappella Maggiore. Os maravilhosos afrescos são de Agnolo Gaddi do ano de 1380.
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Na Santa Croce existem quase 4 mil obras que vão do século XIII ao século XX. Algumas se encontram em seu contexto original e mantém a função para a qual foi criada

 

Agnolo Gaddi, Leggenda della Vera Croce ( 1380-1390), na Cappella Maggiore

 

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Riqueza de detalhes nas pinturas e nos vitrais

Construção da igreja –  a construção da igreja começou em 1294 e o projeto foi  atribuído à Arnolfo Di Cambio, mas foi concluída quase um século depois e contou com a ajuda das ricas famílias florentinas que contribuíram com doações em troca de sepulturas na igreja.  Por este motivo é conhecida como  “a igreja de todos os cidadãos florentinos”.

A construção da Basílica de Santa Croce começou em 1294, provavelmente com projeto do grande arquiteto Arnolfo di Cambio. As obras foram concluídas em 1385 e a igreja foi consagrada em 1443

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Existem 16 capelas familiares na igreja, que é considerada a maior igreja franciscana do mundo.  A igreja é repleta de obras que encantam! Em seu interior uma infinidade de afrescos de pintores consagrados como Giotto e Taddeo Gaddi.

As capelas familiares da igreja de Santa Croce. Aqui, à direita  do altar, as duas capelas dos Bardi e Peruzzi, ricos banqueiros e comerciantes florentinos. Os afrescos nas paredes são o testemunho pictórico do maior renovador da arte do século 14: Giotto.

 

A Basílica de Santa Croce foi consagrada em 1443 pelo cardeal Bessarione, na presença do papa Eugênio IV.
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Entre as obras existentes na Basílica, uma das mais importantes é Crucificação de Donatello, datada de 1425

Apesar de ser uma igreja católica, existem túmulos de ateístas.   A primeira personalidade que foi enterrada lá foi Leonardo Bruni, enquanto o último foi Giovanni Gentile, em 1944. Estão sepultados na basílica celebridades como Gioachino  Rossini, compositor , e Leon Battista Alberti, arquiteto que desenhou a fachada da igreja de Santa Maria Novella.

 

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Pulpito de Benedetto da Maiano

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Na Capela Bardi di Vernio

Um dos momentos mais emocionantes do passeio foi poder visitar a Capela Niccolini, que normalmente não é aberta à visitação, e saber que naquele local, exatamente diante daquelas obras surgiu a Síndrome de Stendhal – esta é uma síndrome rara e é causada pela overdose da beleza de determinadas obras de arte, especialmente em espaços fechados. O nome da síndrome deve-se ao francês Stendhal que descreveu da seguinte forma a sua emoção: “absorto na contemplação de tão sublime beleza, atingi o ponto no qual me deparei com sensações celestiais”. Impressionante as pinturas e esculturas que enfeitam o local!
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Pintura do teto da capela Niccolini

Em seus sete séculos de história, a igreja foi enriquecida por doações de famílias ricas da cidade, que em troca obtiveram o privilégio de enterrar os parentes em suas muitas capelas. Hoje, sua herança artística é realmente extraordinária! Incrível imaginar como aquele ambiente abriga tanta arte e história,  além de segredos, mistérios e acontecimentos importantes para a humanidade também foram enterrados junto às numerosas sepulturas de artistas, cientistas e escritores. Em Santa Croce estão sepultados Maquiavel, Michelangelo, Rossini e Galileu Galilei. A Basílica  reúne o maior número de túmulos de  artistas renascentistas do que qualquer outra igreja na Itália.

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As lindas sepulturas da igreja. A presença de monumentos fúnebres de pessoas famosas, incluindo alguns cientistas, faz de Santa Croce o “panteão dos italianos”

 

Túmulo de Michelangelo Buonarroti, que morreu em Roma no ano de 1564 e foi trazido escondido pelo seu sobrinho Lionardo para Firenze

 

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Era comum construir túmulos decorados. Aqui o monumento em homenagem à Galileo Galilei

 

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Tumba do fiorentino Dante Alighieri (1265- 1321) , pai da língua italiana. A igreja também foi concebida para acomodar um imponente monumento à Dante, mas o seu corpo foi enterrado em Ravenna

 

Tumba monumental de Nicolau Maquiavel, que morreu em Florença em 21 de junho de 1527. A sepultura foi realizada na segunda metade do século 18

 

Obra de Donatello Annunciazione Cavalcanti  (1433-1435). Esta é uma das raras obras do artista colocada em sua posição original

 

Mas o principal motivo do nosso passeio era visitar a Cappella dei Pazzi,  que fica do lado direito da basílica, e é uma das obras primas renascentistas assinadas por Brunelleschi. A sua construção foi ordenada em torno de 1429 por Andrea de’ Pazzi, membro da rica família de banqueiros, mas as obras só começaram em torno de 1441, sendo completada na década de 1460. Atualmente o claustro faz parte do museu de Santa Croce. A campanha lançada para arrecadação de fundos para o restauro é através da plataforma de crowdfunding Kickstartrer.

 

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A guia Alexandra Korey explica sobre a Cappella dei Pazzi, obra da arquitetura renascentista, que apresenta perfeita geometria

No interior da Capela dos Pazzi obras em terracota vitrificada, realizadas por Luca e Andrea Della Robbia no século 15.

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O claustro da Cappella dei Pazzi que necessita de restauro. O material da capela foi feito em pietra serena (arenito) que se deteriora com o passar dos anos

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Entrada da capela. Uma das questões levantadas por especialistas em arte é que a fachada possivelmente é de outro artista, e não de Brunelleschi, pois apresenta um  estilo bem diferente do dele

Cenáculo 

No complexo de Santa Croce, próximo à Cappella dei Pazzi, fica o refeitório do convento com maravilhosas obras, como a Última Ceia, realizada por Giorgio Vasari e “Albero della Vita, Ultima cena e storie sacre”, realizada Taddeo Gaddi,  por volta de 1355.

 

Albero della Vita, Ultima cena e storie sacre, de Taddeo Gaddi,  estudante de Giotto

Abaixo, obra de Vasari que foi encomendada por Eleonora di Toledo para o convento delle Murate. Posteriormente a pintura foi transferida para o complexo de Santa Croce mas sofreu danos com a enchente de 1966, tendo ficado 12 horas  debaixo d’água. Apenas em 2006 decidiu-se de restaurar a obra, que ficou pronta em 2016.

A  Última Ceia,  obra de Vasari, realizada em 1546, mede  2,62 por 5,80 cm

O antigo dormitório dos frades franciscanos atualmente deu lugar à Escola de Couro onde os visitantes podem ver os artesãos criando objetos em couro como carteiras e bolsas, que são vendidos na loja em anexo.
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O pátio da Scuola del cuoio (escola de couro), com entrada pela rua San Giuseppe

 

Igreja de Santa Croce – Piazza Santa Croce, Firenze
A igreja de Santa Croce fica aberta de segunda à sábado,  das 9:30 às 17:30 e aos domingos  das 14 às 17:00 (sugiro confirmar no site os horários devido às festividades e feriados).
Valor do ingresso inteiro : 8  euros
Valor do ingresso reduzido (entre 12 e 17 anos): 6 euros
– A igreja oferece visitas guiadas a pagamento

 

 

O que visitar em 2 dias em Firenze

Grazie a te recebe um grande número de mensagens de pessoas interessadas numa programação de 2 em Firenze.   Neste post cito 15 locais que considero os mais interessantes para quem vem passar dois dias em Firenze e é claro, mesmo para quem nos acompanha de longe e gosta de imaginar o ritmo, os tons e os sabores dessa terra. Para não ficar extenso demais não vou me aprofundar na descrição das atrações, ok? Mas caprichei na quantidade de fotos:

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A maravilhosa piazza della Signoria

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O centro é dividido em 4 áreas históricas: Santa Maria Novella, San Giovanni , Santa Croce e Santo Spirito

Firenze ou Florença, o berço do Renascimento, tem arte em todos os cantos. Não deixe de observar sua arquitetura, igrejas, palácios, ruas e monumentos. Suas estradinhas, esquinas e bodegas  não podem passar despercebidos. A  cidade é pequena e uma volta a pé te permitirá passar praticamente por todos os locais mais interessantes e imperdíveis. Quando me perguntam quantos dias reservar para conhecer a cidade eu sugiro 3 ou 4 (isso depende do ritmo de cada um), mas se você dispõe de apenas 2, te ajudo com os 15 locais que considero os mais importantes para quem visita a cidade pela primeira vez.  Reserve meio-dia para o museu que mais te interessa e nos demais locais acontente-se em contemplar as fachadas.
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É obvio que em 2 dias você não terá tempo para entrar em todos os locais. Mas uma das vantagens desta linda cidade é que você poderá admirá-la circulando por suas praças, atravessando pontes e caminhando pelas ruelas

 

O que ver em 2 dias em Firenze

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1- Duomo de Firenze
De estilo gótico renascentista, a Catedral de Santa Maria del Fiore é uma obra que se estendeu por vários séculos e foi concluída em 1436. Sua famosa cúpula foi feita por um dos arquitetos da época, Filippo Brunelleschi. Na praça do Duomo encontram-se o batistério e a Torre de Giotto, de onde você poderá contemplar a cidade do alto.
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Um espetáculo: interior da cúpula de Brunelleschi com afresco de Giorgio Vasari e Federico Zuccari: obra de arte de cair o queixo

2- Piazza della Signoria
Aqui nesta enorme e elegante praça fica o Palazzo Vecchio,  sede da prefeitura da cidade. Na praça está a réplica da obra de Michelangelo. Contente-se com esta, pois a original está no museu da Accademia e a menos que conhecer o Davi não seja um dos motivos que te trouxeram à cidade, não tente incluir em seu curto roteiro pois pode não sobrar tempo para as outras atrações.

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Na Loggia dei Lanzi estão muitas famosas estátuas, como o Perseus, a mais reverenciada obra de Cellini

 

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3- Mercado Nuovo ou do Porcellino
Este é um mercadinho popular com artigos em couro e souvenirs. Ali fica a famosa estátua de bronze de javali feita por Pietro Tacca. Apesar de não ser um porquinho (Porcellino) mas sim um javali, é um símbolo de superstição da cidade. Funciona assim: você pega a moeda e esfrega no focinho dele. Depois deve colocá-la na boca do javali e observar se cai no ralo. Se sim, é sinal de boa sorte e de que você retornará à cidade.
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4- Uffizi Gallery
O museu abriga as maiores obras primas renascentistas do mundo e é dividida em cerca de cinquenta salas ou ambientes, nomeadas geralmente pelo artista mais importante exposto. Existem salas dedicadas a Leonardo da Vinci e Rafael Sanzio e dentre as obras mais procuradas estão a Primavera e o Nascimento da Vênus, de Botticelli. A fila é sempre muito grande e sugiro adquirir os bilhetes com antecedência. Este é o site oficial do museu. Atenção: a menos que você visite apenas obras já selecionadas, este é um programa demorado. Reserve no mínimo 2 horas para passear pelos corredores do museu.
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5- Ponte Vecchio
A ponte é um dos símbolos de Firenze e uma das mais famosas do mundo. Fica bem pertinho da galeria Uffizi, e é uma construção do século XII. Esta é a única ponte original da cidade que foi poupada dos bombardeios alemães durante até a Segunda Guerra Mundial.
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Avistamos a Ponte Vecchio e o Corredor Vasariano de uma das salas da Galleria degli Uffizi

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Praticamente todas as lojas da ponte Vecchio vendem artigos em ouro. O local rende excelentes da cidade. No meio da ponte, existe um monumento em homenagem a Benvenuto Cellini, que foi um dos ourives mais importantes de Firenze

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Um pintor reproduz em suas pinturas as cores alegres da Ponte Vecchio

6- Piazza della Repubblica
Esta é a minha praça favorita da cidade! Circundada de lojas, restaurantes e históricos cafés, esta praça é a mais antiga da cidade. O Arco do Triunfo  é uma construção do século XIX. O carrossel rende a praça ainda mais animada e muitos artistas de rua se apresentam por ali tornando o local ainda mais charmoso e interessante.
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O carrossel de Firenze é do início do século 19. Traz os símbolos dos 4 bairros da cidade: Santa Maria Novella, Santa Croce, San Giovanni e Santo Spirito

7-Palazzo Strozzi
O Palazzo Strozzi fica a dois minutos da Piazza della Repubblica e é uma autêntica obra de arquitetura renascentista, construído entre 1489 e 1538. No primeiro andar do Palazzo Strozzi funciona uma galeria de arte, com importantes mostras de arte contemporânea.

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8- Igreja de Santa Maria Novella
A igreja de Santa Maria Novella  fica na praça que leva seu nome. Estão próximas à estação central de trem de Firenze. A igreja é uma das mais bonitas da cidade e guarda obras de Giotto, Masaccio e Ghirlandaio. Foi projetada por dois frades dominicanos e a construção começou no meio século XIII. Clique aqui para mais informações.
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Leon Battista Alberti projetou a parte superior da fachada, completada em 1470, incrustada em mármore preto e branco

9 – Igreja de San Lorenzo
Esta é outra obra do início do renascimento e foi concebida por um dos maiores arquitetos da época, Filippo Brunelleschi. Integrada ao centro histórico da cidade, o local é classificado Patrimônio  Mundial pela Unesco. Nos arredores da igreja está o Mercado Central de San Lorenzo que foi recentemente reformado. Podemos dizer que esta é a feira de frutas, verduras e produtos frescos frequentada pelos fiorentinos e acho válido entrar para observar seus costumes. Falamos aqui sobre o local.

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10- Igreja de Santa Croce
Situada na praça Santa Croce, esta é a principal igreja franciscana de Firenze. Fica um pouco mais afastada de todas as outras atrações e por este motivo acaba sendo ignorada. Mas saindo do Duomo você vai gastar exatos dez minutos para chegar e vale a pena conferi-la. Nesta bela e suntuosa igreja estão enterrados Michelangelo, Galileo e Maquiavel. Foi consagrada em 1442 e muitas das suas capelas foram decoradas com afrescos de Giotto.  Clique aqui para mais informações.
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11-  Igreja de Santo Spirito
A igreja agostiniana que foi fundada em 1250 apresenta seu edifício atual projetado pelo arquiteto Brunelleschi, no ano de 1435. Diferente das demais igrejas da cidade, apresenta a parede lisa. Localizada na praça de mesmo nome na região de Oltrarno, este é um boêmio cantinho da cidade, reduto de estudantes, jovens e artesãos.  Já falamos um pouco sobre o local, confira aqui.
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A pracinha arborizada de Santo Spirito

 

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Comer um panino toscano com ingredientes locais é uma experiéncia que precisa ser vivenciada

 
   Dicas de hotéis:  escolha seu hotel clicando aqui
12- Via de Santo Spirito
O artesanato é marca registrada de Firenze. Você vai se encantar se passar pelas ruas de Santo Spirito e San Frediano, a região mais autêntica da cidade. Aqui você vai poder observar artesãos e designers atuando em suas bodegas: sapatos sob medida, bijuteria, objetos em madeira, molduras de quadro, joias, acessórios e artigos de decoração, ainda concebidos como antigamente, seguindo tradições que são passadas de geração a geração.
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13- Palazzo Pitti
Esta é a antiga residência da poderosa família Medici, e é uma grande construção renascentista. Atualmente abriga um complexo de museus.
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14- Jardim de Boboli
Atrás do palácio está o Jardim de Boboli, que é o parque mais famoso da cidade.
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15-Piazzale Michelangelo
Do alto da praça você terá um incrível panorama de toda a cidade. Aqui você encontrará outra réplica do Davi bem no centro da praça. Acho um lugar excelente para você fechar com chave de ouro a sua visita a Firenze!
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E se sobrar tempo saia caminhando para descobrir por conta própria o que Firenze pode te oferecer.  Bem perto da movimentação de turistas e cidadãos fiorentinos existem lugarzinhos mais tranquilos e bem característicos.

Nos arredores da Piazza della Passera, no Oltrarno

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E em hipótese alguma deixe de experimentar um sorvete aqui em Firenze. Com certeza você vai passar por diversas sorveterias mas para não errar, conte com a nossa ajuda na indicação, pois nós selecionamos os melhores endereços da cidade onde você poderá apreciar um delicioso gelato, dê uma olhada aqui.

 

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Piazza Ognissanti com a igreja ao fundo. Ficam do lado oposto à região de Santo Spirito, geralmente fora do roteiro dos turistas, apesar de estar a apenas a 5 minutos da ponte Vecchio. Beirando o Arno você chega até a praça, que fica pertinho da Ponte alla Carraia

 

Aqui o ônibus faz o passeio turístico passando pela ponte alla Carraia

Explorando Firenze – Existem muitas maneiras de conhecer a cidade. Aqui também existem os ônibus de turismo de 2 andares, o Citysightseeing Firenze, que dão uma volta passando pelas principais atrações e aqui na cidade eles fazem três itinerários diferentes. Para mais detalhes, clique aqui.  Você pode alugar os carrinhos elétricos e ter total liberdade de circular inclusive nas áreas limitadas ao tráfego (para aluguel:  piazza della Repubblica ou Duomo).  Se viajar com crianças, uma alternativa é uma volta de carruagem para dar à sua viagem um gostinho especial te permitindo reviver costumes do passado (meia-hora custa 50 euros).  Ou então alugar uma bicicleta e ir desvendando os locais de seu interesse. Firenze é uma cidade ideal para curte pedalar, inclusive ja escrevi um post a respeito,  clique  aqui para conferir.

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Outra alternativa: um passeio de barco no rio Arno, um jeito diferente de admirar as maravilhas da cidade. Parece uma boa pedida, concordam?

 

Caso você tenha interesse em fazer um passeio por aqui com uma guia brasileira ou fazer um ensaio fotográfico pelas ruas da cidade, favor enviar email para grazieateblog@gmail.com.

 

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A cidade medieval de San Leo

Apresento hoje para vocês uma verdadeira joia de lugar!  Vou falar da minúscula cidade medieval de San Leo, que pertence à província de Rimini e foi construída sobre uma rocha, a 589 metros de altitude.  Avistando-a da estrada e mesmo antes de desvendar suas ruelas dá para intuir que a fortaleza esconde verdadeiros tesouros. Apesar de pouco conhecida, San Leo, que fica a apenas  20 km de San Marino, já hospedou São Francisco de Assis e  Dante Alighieri, que faz referência à cidade em sua obra Purgatório, na Divina Comédia. Apesar de bem pequena, San Leo concentra  uma surpreendente quantidade de de monumentos e obras de arte.

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Nas fronteiras entre as regiões da Emília Romanha e Marche, no coração de Montefeltro na Alta Valmarecchia está San Leo,  uma cidade tranquila e ainda pouco explorada pelo turismo de massa, o que a torna ainda mais peculiar, pois ali podemos perceber bem de pertinho o ritmo de seus moradores, seus hábitos e costumes.

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O resplendor da cidade foi durante a Idade Média quando sediou  a dinastia da família Montefeltro. Mas foi com a inquisição e com a condenação do Conde Cagliostro que San Leo ficou famosa. Alquimista, curandeiro e fundador de diversas lojas maçônicas na Europa, Cagliostro foi sentenciado à morte pela inquisição mas através do Papa conseguiu trocar sua pena e foi condenado à prisão perpétua. Depois de quatro anos preso na solitária do Forte, ele morreu em 1795 e os mistérios que envolvem sua vida de heresia e bruxaria tornam ainda mais fascinante um passeio pelas ruas e monumentos da cidade.

 

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O burgo medieval tem menos de 3 mil habitantes

 

As origens de San Leo datam do século III quando os romanos construíram um pequeno forte sobre a montanha. A cidade era conhecida como Montefeltro mas a chegada de San Leone, que difundiu o cristianismo no lugar foi tão importante que a cidade passou a se chamar San Leo, a partir do ano 1000.

O que visitar em San Leo

A Piazza Dante é o principal ponto de encontro da cidade. Em torno à praça, como sua fonte ao centro, que encontramos restaurantes, bares, sorveterias, bistrôs e prédios de grande importância, como  o Palazzo  Mediceo, la torre Campanaria, La Pieve de San Maria Assunta e bem pertinho dali, o Duomo di San Leone.

 

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A praça principal da cidade abriga os restaurantes e lojinhas de artesanato. Neste prédio a placa de homenagem ao poeta florentino Dante Alighieri

 

San Leo recebeu também uma visita muito especial: a de São Francisco de Assis,  em 1213. O local onde transcorreu alguns dias não é aberto a visitações mas o apartamento ainda conserva em maneira original seus aposentos.  Ali ele recebeu em doação do conde Orlando Catani di Chiusio o monte della Verna. Após uma oração feita pelo Santo que impressionou o conde ele resolveu presenteá-lo com este monte localizado na Toscana, que seria ideal para meditação e orações.

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A passagem de São Francisco de Assis ajudou a enriquecer a história do local. O prédio onde ele se hospedou fica na pracinha do centro histórico

 

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A cidade de San Leo é conhecida como Cidade de Arte e praticamente todas as lojas são de artesãos, pintores e artistas.  As obras do senhor Moretti me impressionaram desde a primeira vez que as vi. Adquiri uma peça realizada em ferro que hoje enfeita a sala da casa dos meus pais.  Seu trabalho, algumas vezes representado por metáforas, é alvo de muitos elogios. O atelier mais parece um museu, tamanho o interesse das pessoas que querem conferir de perto a sua habilidade em reciclar materiais como o ferro e transformar em esculturas, bem ali diante dos olhares curiosos.

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Ao explorar o centro histórico encontramos outras lojinhas de artesanato e antiquariado, com objetos expostos do lado de fora

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Atrás do chafariz de São Francisco, na pracinha, está a Pieve de Santa Maria Assunta, mas o acesso à igreja não é pela praça principal. Este é o mais antigo local de culto da cidade, edificado no século IX.

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A pieve é o mais antigo monumento religioso de San Leo

 

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Interior da Pieve de Santa Maria Assunta

O Duomo de San Leo, de 1173, que fica a poucos passos da pieve, é a mais importante igreja da cidade. A construção, em estilo românico, apresenta em seu interior esculturas e objetos com símbolos do cristianismo primitivo. Era o local de oração de San Leone.

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O Duomo de San Leo foi construído em 1173 . É o maior exemplo de arquitetura medieval bem conservada da região de  Montefeltro

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Subindo por uma estrada cheia de curvas, podemos alcançar a fortaleza, local mais alto da cidade, que foi convertido em prisão para os inimigos do Papa quando o ducato passou aos domínios dos Estados Pontifícios, em 1631.  Atualmente no forte funciona um museu que expõe alguns instrumentos de tortura que eram utilizados de forma cruel contra as pessoas que eram condenadas. 

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Os magos e alquimistas acusados de bruxaria sofreram perseguição da Igreja Católica e muitos foram encarcerados na fortaleza de San Leo durante a Idade Média, sendo que o conde Cagliostro foi o mais famoso de todos

Mas agora vamos falar de um assunto prazeroso… comida, rsrs!!! Quero deixar pra vocês uma ótima dica de restaurante, o Il Bettolino, um restaurante que já conhecíamos e fica bem pertinho da praça principal. Os pratos são caprichados e os preços não são exagerados. Um prato de  pasta para a entrada custa entre 7 e 9 euros e tem o tris de primi, com opção de degustação de três massas por 10 euros. Os pratos principais variam de 8 a 15 euros.

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Após passarmos sob um romântico arco de pedras uma agradável surpresa nos fundos do restaurante. Fomos agraciados por um panorama de tirar o fôlego: bem à nossa frente toda  a incontestável beleza do Monte de Marecchia. Uma sensação de paz e tranquilidade que comove e marca esse delicioso passeio à mágica San Leo. Uma despedida que deixou gostinho de quero mais.

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