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Montefiore Conca, burgo medieval na Emília Romanha

Montefiore Conca é a capital medieval do Valle de Conca e uma das cidades da poderosa família Malatesta. Pertence  à provincia de Rimini, Emília Romagna, e  faz parte do circuito dos burgos mais belos da Itália.  E já que adoro conhecer cantinhos menos explorados pelo turismo de massa, resolvi fazer um passeio pelo vilarejo durante a nossa estadia na casa de campo, que fica nas Marcas mas a poucos quilômetros da divisa com a Emília Romanha.

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Montefiore Conca vista do alto e a Rocca Malatestiana, do século 14 (foto divulgação site Cattolica)

O vilarejo tem  menos de 3 mil habitantes, sendo que no burgo podemos contabilizar 350,  e seu centro conserva ainda traços medievais e é circundada por muralhas. O burgo surge a 385 metros acima do nível do mar,  proporcionando aos visitantes um panorama único que vai dos montes até a costa italiana. Suas origens são muito antigas, os achados encontrados remontam à Idade do Ferro. O período histórico que mais deixou vestígios é o medieval, com a presença da poderosa família guelfa dos  Malatesta, que dominou o território de Rimini nos séculos  14 e 15.

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Passear pela cidade é poder vivenciar uma Itália de outros tempos… As casinhas coloridas em ruelas de pedra trazem em seus balcões e janelas vasinhos de flores e ao entardecer os moradores posicionam suas cadeiras na porta de casa para um bate-papo com os vizinhos ou para apenas observar o movimento da cidade, que tem na fortaleza La Rocca sua principal atração.

A Rocca Malatestiana (século 14) – Imponente forte militar e residência de verão dos Malatesta, em posição estratégica a metade do caminho entre Rimini e Urbino. Constuida no inicio dos anos 1300 sob o dominio de Guastafamiglia Malatesta, foi depois ampliado por Pandolfo e decorada por Ungaro Malatesta e completada por Sigismondo Pandolfo

La Rocca Malatestiana

Em 1322, a família Malatesta adquiriu  Montefiore da cidade de Rimini e do Papa, passando a ser  propriedade privada e exclusiva da família. Como as outras aldeias medievais, a Fortaleza Malatesta de Montefiore Conca, construída por volta do século 14 para fins defensivos, abriga mistérios e tesouros em seu interior. A imponente fortaleza de pedra tem uma forma peculiar quadrada, além de ser residência de verão dos Malatesta, servia para proteger a família. A rocca ficou sob o domínio da família até 1458, até ter sido ocupado por Federico di Montefeltro.

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Por sua posição estratégia, o castelo sofreu diversos ataques e sua atual estrutura é fruto de  de uma reconstrução efetuada depois da Segunda Guerra Mundial.

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Do alto da fortaleza a vista é esplêndida,  de onde avista-se toda a riviera romanhola até a República de San Marino

Após pesquisa arqueológica iniciada no verão de 2006, foram feitas descobertas interessantes que permitiram atualizar seu período de construção. Acredita-se que o castelo foi construído por volta de 1337 por iniciativa de Malatesta Guastafamiglia (1299 -1364). Em 1347 a fortaleza já existia, tanto que  abrigou na época o rei e a rainha da Hungria. O castelo não era apenas para fins defensivos mas também residência da família. Por esse motivo,  era rico de decorações e objetos de arte.

A Sala do Trono

 

O quarto de Costanza

As recentes restaurações realizadas em toda a estrutura permitiram o acesso também a ambientes antigos, antes inacessíveis. Para realizar as escavações arqueológicas, o piso foi removido e permite aos visitantes conferir as estruturas ligadas às fases mais antigas da fortaleza.

Visita guiada dentro da fortaleza

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Pesquisas arqueológicas descobriram uma quantidade considerável de achados bem preservados, como canecas, copos e garrafas de produção veneziana.

O castelo, usado para fins defensivos e palácio real para férias em família, era equipado com o conforto de um palácio da cidade, com estadias prolongadas e hospedava  pessoas famosas e importantes como papas e imperadores. Com a queda dos Malatesta, foram os Borgia que governaram, seguidos pela República de Veneza e o Príncipe da Macedônia, Costantino Comneno, que morreu no local em 1530. Depois disso, passou ao domínio da igreja, como em grande parte da Romagna.

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Construída por volta do século 14, a igreja de San Polo fica dentro das muralhas da cidade, perto do portão de Curina. Em seu interior impera o estilo tardo-gótico, enquanto o campanario é em estilo românico

 

Chiesa dell’Ospedale della Misericordia – Construído no centro histórico a serviço de um pequeno abrigo  para os peregrinos, o Ospedale del Pozzo, preserva interessantes afrescos do século 15. É neste edifício antigo  situado na viela  XX Setembro, que todos os anos termina a procissão  de Sexta-feira Santa.

Junto à beleza da paisagem, dos monumentos e da Rocca, é possível experimentar as antigas rotas que podem ser percorridos a pé, a cavalo ou de bicicleta. Portanto, se você está em busca de destinos mais tranquilos na região da Emília Romanha, inclua Montefiore Conca em seu roteiro.

 

Rimini, requisitado litoral da Emília Romanha

Rimini, na costa romanhola,  é um dos mais cobiçados balneários do leste da Itália!  É uma cidade divertida, com muitas opções para todas as idades e meta muito requisitada por famílias com crianças e adolescentes, pois apresenta excelente estrutura para os pequenos em seus estabelecimentos balneares. E à noite as festas animam jovens seja nas areias das  praias que nas discotecas e casas de show.

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Rimini e a riviera romanhola são sinônimo de entretenimento, afinal, animação ali é o que nao falta! Mas Rimini nao é apenas isso, possui lindas  praças, vielas e igrejas e tesouros arqueológicos. Sua gastronomia é excelente e sua posição geografica privilegiada fazem da cidade um destino digno de ser incluído num roteiro turistico, principalmente na temporada de verão. Rimini é a joia da Emilia Romana, terra que acolhe os turistas com simpatia e hospitalidade.

 

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Corso D’Augusto é uma das principais ruas de compras de Rimini. Ela parte do Arco d’Augusto e vai até a Ponte de Tiberio. É repleta de lojas, restaurantes e barzinhos

Fundada pelos romanos depois de uma vitória sobre os gauleses, a antiga  Ariminum  transformou-se num importante centro, com 2 grandes obras:  a Via Flaminia , liga Roma a Rimini e termina no Arco de Augusto, e a Via Emilia, que parte da ponte de Tibério e percorre 100 km até Piacenza. Diferentes povos e dominações, como os bizantinos aos longobardos, das malatestas aos venezianos,   deixaram um traço surpreendente e admirável na arquitetura e nas principais atrações da cidade, como o Anfiteatro, a Fortaleza Malatesta, o Arco de Augusto ou o Templo Malatesta.

 

O que visitar em Rimini:

Centro histórico – Uma concentração de história, cultura, charme e vida noturna contribuem para tornar o centro histórico de Rimini numa imperdível atração da cidade: é o verdadeiro coração de Rimini, um local animado graças à presença maciça de locais e turistas em suas praças e localidades perto dos museus e monumentos mais importantes.

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Piazza Cavour –  A Piazza Cavour é o coração do centro histórico de Rimini. Encontramos na praça lojas e bares, a estátua de Paolo V, a Fontana della Pigna  e maiores e mais importantes palácios da cidade, como o Palazzo del Podestà, o Palazzo dell’Arengo e a Vecchia Pescheria, onde é possível  respirar a atmosfera mais jovem e animada da cidade, com muitos bares e restaurantes. O Palazzo del Podestà remonta a 1334 e é um monumento medieval de grande impacto. A praça abriga também o Palazzo Garampi, , atualmente sede da prefeitura. Encontramos também na praça o Teatro Galli, em estilo neoclássico, inaugurado em 1857 por Giuseppe Verdi.

No centro histórico de Rimini é  possível admirar palácios que remontam à Idade Média.  Na Piazza Cavour fica o palácio Arengo, construído em 1204 e o Palácio gótico del Podestà, construído no ano de 1334

 

Arco de Augusto – Símbolo de Rimini, o  majestoso Arco de Augusto, construído em 27 a.c. em homenagem ao primeiro Imperador romano, é o  mais antigo arco romano conservado.

De época romana, o Arco d’Augusto tem 10 metros de altura

 

Igreja de Santa Maria  dei Servi – Oficialmente Igreja de San Maria in Corte, a Igreja dos Servos, foi construída em 1317 em estilo românico e está localizada na homônima Piazzetta dei Servi. No século 18 foi totalmente transformada pelo arquitecto bolonhês Gaetano Stegagni.

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O interior da igreja, com estuques dourados criados por Antonio Trentanove e com afrescos da escola de Giotto

 

Tempio Malatestiano –  O Templo Malatestiano é o Duomo da cidade. Este importante edifício religioso foi construído sob encomendada de Sigismondo Pandolfo Malatesta para celebrar o esplendor de sua família. Leon Battista Alberti projetou a parte externa da estrutura da Catedral. A parte interna foi realizada por  Matteo de’ Pasti, em estilo gótico, levando a um evidente contraste arquitetônico com a parte externa,  inspirado nas formas clássicas da Renascimento. No interior é possível admirar o crucifixo de Giotto pintado em madeira em 1312 e um afresco de Piero della Francesca representando Sigismondo ajoelhado aos pés de San Sigismondo. A entrada para visitar o Duomo é gratuita.

O Duomo fica na rua IV Novembre. A parte externa é obra de Leon Battista Alberti e apresenta uma fachada majestosa e inacabada na parte superior

Ponte di Tiberio  – Também conhecida como a ponte de Augusto,  outra obra magnífica, ainda da época romana.  Foi realizada a pedido do imperador Augusto e só mais tarde foi concluída por Tibério. Juntamente com o Arco de Augusto, é  uma das mais interessantes atrações da cidade que remontam à época romana.

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Construída no rio Marecchia, a ponte foi então completada por Tibério e por esta razão leva seu nome

 

Borgo San Giuliano – Rimini é cidade do grande cineasta italiano Federico Fellini.  Muitos locais da cidade remetem às suas obras, como  Borgo San Giuliano, um bairro popular onde o diretor nasceu, cheio de murais que retratam algumas das obras mais importantes do cineasta “Otto e Mezzo”. Para quem curte street art   um excelente programa é passar por essa pequena vila, com suas cores características e sua atmosfera atemporal.

Perto do Borgo San Giuliano as casinhas são assim coloridas e decoradas

Praia –  Em Rimini existem praias livres e a pagamento, que são os estabelecimentos que têm concessão para explorar e terceirizar uma faixa da praia. São locais equipados que oferecem aos frequentadores as sombrinhas, espreguiçadeiras,  chuveiros, serviço de resgate, escorregadores e plataformas de entrada. Em ambos os casos, no entanto, a entrada é gratuita, mas para usufruir dos serviços e facilidades, é necessário pagar.

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Em estilo neo-gotico, a Paróquia de Santa Maria Auxiliadora, construída em 1912. Ficana piazza Marvelli, perto da praia

Parques: Em Rimini existem muitos parques temáticos, como o Itália em Miniatura, um parque com maquetes das principais cidades italianas, Fiabilandia, um parque de diversões entre Rimini e Riccione com uma area de 150 mil metros quadrados e o Atlantica, parque aquático em Cesenatico.

 

Santarcângelo di Romagna

Com rico patrimônio artístico e cultural, Santarcângelo di Romagna, a apenas 10 Km  de Rimini, é um gracioso burgo  com cerca de 21 mil habitantes. Com diversos monumentos, museus e animada vida cultural, a terra natal do Papa Clemente XIV (1705-1774) é uma das principais cidades da província de Rimini pra quem quiser dar um tempo da agitação dos balneários da Romagna e curtir a elegante  beleza desse burgo medieval. Durante as minhas últimas férias na região da Romanha, terra de gente simpática e hospitaleira, passei uma tarde em Santarcângelo,  cidade da Valmarecchia, para explorar suas ruelas e conhecer suas atrações.
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Contemplativo, o burgo é repleto de bistrôs , restaurantes, sorveterias, boutiques e lojinhas de artesanato, um contraste com a vizinha e badalada cidade litorânea Rimini

 

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Com aspecto medieval, o burgo é acolhedor, charmoso e com um ritmo envolvente, agradável e repleto de eventos culturais, com inúmeros bistrôs e restaurantes, sempre cheios e com atmosfera acolhedora, com diversas lojinhas de artesanato e bodegas. A cidade tem ar intelectual,  percebido pelo perfil de seus visitantes, que demonstram interesse nas artes, na leitura e nos eventos culturais que preenchem o calendário da cidade.

O que fazer e visitar em Santarcangelo di Romagna

 

Passear pelas ruelas da cidade – parece óbvio, mas o burgo medieval merece ser visitado com tranquilidade, para que os visitantes absorvam o seu ritmo e a beleza nos detalhes.  No século 13 a cidade teve dominação dos Ballocchi e posteriormente, no século 15, da família Malatesta.
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Chiesa San Michele alla Collegiata – edificada entre 1744 e 1758 pelo arquiteto Giovanni Francesco Buonamici, é dedicada à beata Virgem do Rosário. É o edifício religioso mais famoso da cidade.

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Paróquia San Michele Arcângelo alla Collegiata

Igreja de San Michele Arcangelo  – é uma pieve bizantina do século 6, dedicada à Maria Assunta e fica a 1 Km do centro histórico

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A igreja de San Michele Arcangelo (foto divulgação)

Rocca Malatestiana – A Rocca Malatestiana é atualmente residência privada onde é possivel visitar apenas alguns dias por semana. Pertencia à família Colonna e foi reestruturada  por Sigismondo Pandolfo Malatesta. Em sua torre residencial viveram Francesca della Polenta e Paolo, que era seu cunhado e amante.  Saiba mais a respeito neste post sobre Gradara.  O ingresso custa 3 euros e é preciso reservar as visitas. Informações aqui.

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A Rocca Malatestiana

Marchi  – É uma das lojas mais antigas da Emilia Romanha.  A  stamperia Marchi oferece tecidos pintados a mão realizados em laboratório artesanal com antiga técnica de estamparia conhecida como “impressão de ferrugem” e utilizam um Mangano antigo, do século 17, que único no mundo. Produzem roupas, cortinas, almofada e enxovais personalizados, alem de uma coleção de peças exclusivas pintadas e assinadas por Lara Marchi.

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Torre del Campanone –  mesmo não sendo original , a torre do século 19 é um dos símbolos da cidade, que fica na Piazzetta delle Monache.

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A torre tem 25 metros e foi ereta em 1893

 

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Grutas – existe um verdadeiro labirinto subterrâneo no centro histórico da cidade, cuja origem ainda é um mistério. O subsolo da cidade  é constituido por  152 cavernas (tufaceas) e são praticamente todas particulares, exceto uma,  que é visitável mediante agendamento.  São  canais subterrâneas sob a cidade que atualmente são utilizados como cantinas e que serviram de refúgio durante as guerras. O passeio é acompanhado de um guia e tem duração de 30 minutos. O bilhete custa 3 euros. Para visitas é necessário telefonar para reservar (+39) 0541 624270.

As grutas formam uma cidade subterrânea

 

O Museo del Bottone, de propriedade do senhor Giorgio Gallavotti. Sua coleção é de mais de 15 mil modelos, desde 1600

 

Piazza Ganganelli-  Giovanni Vincenzo Antonio Ganganelli (1705- 1774) era o Papa Clemente XIV e a praça da cidade è dedicada à ele. O Arco do Triunfo, ou Arco Ganganelli, foi erguido em 1777, para celebrar a eleição do Papa.  A praça é bem e circundada de restaurantes e lojinhas.  É palco de muitos eventos, como mercadinhos e exposições,  e espaço dedicado à gastronomia e  ao artesanato.

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O Arco Ganganelli, na praça Ganganelli

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A prefeitura organiza uma infinidade de eventos culturais, o que confere uma deliciosa atmosfera ao local, com artesanato, música, teatro e gastronomia

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Muitos eventos animam a cidade durante todo o ano. Desde mostra de flores, que acontece em maio, até eventos enogastronômicos e musicais. O festival de jazz acontece no mês de outubro.  Se tiverem passeando pela Emilia Romagna sugiro incluirem no roteiro um tour por essa graça de cidade!

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A melhor forma de explorar essa região é de carro, pois você poderá organizar um itinerário com paradas nas cidades próximas, como San Leo, Verucchio, San Marino  e quem sabe incluir até mesmo a minúscula e graciosa Pennabilli ?

Distâncias de Santarcangelo di Romagna:

San Leo – 27  Km/27  minutos de carro

San Marino – 22 Km/ 35 minutos

Verucchio – 14 Km/ 15 minutos

Pennabilli – 38 Km/ 37 minutos

Riccione – 25 Km/23 minutos

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