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Restaurantes internacionais em Florença

Moro em Florença desde 2005 e lembro que logo quando cheguei sugeri um restaurante japonês à uma colega italiana que ficou admirada com a minha proposta. É que a tradição culinária local era tão forte que as pessoas muitas vezes não queriam nem experimentar outro tipo de comida e nem a oferta era tão vasta quanto nos dias de hoje. Eu adoro provar   pratos de  culturas diferentes e mesmo com a excelente gastronomia italiana sinto vontade de comer e experimentar pratos com um tempero diferente. Fiz uma relação com restaurantes de cozinha internacional aqui na cidade:

 

Comida japonesa – Asian-fusion

Dentre os restaurantes internacionais em Florença, os de comida chinesa e japonesa são maioria

The Fusion – um ambiente refinado, que leva a assinatura da família Ferragamo, o Fusion oferece especialidades nikkei, com drinks excepcionais! Eu adoro o local, que fica nas proximidades da Ponte Vecchio, e voltei recentemente junto ao grupo Tuscany Bloggers para experimentar o novo menu elaborado pelo chef Andrea Magnelli. Uma perfeita fusão entre as cozinhas peruana e japonesa, com pratos delicados, realizados com ingredientes frescos e muita criatividade. Quanto aos coquetéis, algumas releituras e drinks autorais, para agradar os mais exigentes amantes da mixology.  Fica no Vicolo Dell’Oro, 3

Outros locais Asian-fusion:

  • Kome, Via dei Benci, 41
  • Hibiki-àn, Piazzale Donatello, 4 r
  • Kawaii e Momoyama, Borgo San  Frediano, 8 r
  • Koko, Piazza Ferrucci

Comida chinesa 

Fulin –  O restaurante Fulin é um restaurante oriental com proposta luxury, para quem busca uma verdadeira experiência gourmet chinesa. Idealizado por Stefano Dai e Franceso Han, em sociedade com o fotografo Gianni Ugolini, proprietário do edifício histórico que abriga o restaurante: uma elegante construção dos anos  1800 nas proximidades da piazza Ferrucci. Fui conhecer o local à convite da casa, com um grupo de foodbloggers e instagrammers e pela primeira vez experimentei a verdadeira cozinha chinesa, com seus sabores autênticos, com pratos realizados com produtos frescos, locais e de primeira qualidade.  Provamos praticamente tudo que tem no menu, com degustação que começou com o famoso ravioli: foram 6 tipos diferentes, de verdura, carne e peixe, com a massa preparada no local todos os dias. Depois, involtini primavera e caramelle, arroz negro,   spaghetti al sugo do Oriente,  peixe Branzino ao vapor, carneiro e pato ò Pequim, um dos carros chefe do Fulin.   Uma proposta interessante que a casa oferece é o menu degustação, com  3 formats, de 35, 45 e 55 euros. O Fulin, aberto diariamente para almoço e jantar, fica na via Giampaolo Orsini, 113 r

Fulin é um restaurante chinês de luxo, de 2 andares, com salas privês e uma varanda de onde podemos admirar as colinas de Firenze.O elegante restaurante Fulin oferece uma verdadeira experiência culinária gourmet chinesa

 

No Fulin, os pratos da tradicional cozinha chinesa milenar, são preparados com paixão e realizados com ingredientes frescos e de alta qualidade

 

Osir – Osir é um dos mais antigos restaurantes chineses de Firenze e o considero muito bom, com ambiente típico de locais chineses, com decoração nas cores preto e vermelha, com ambiente tranquilo e com atmosfera um pouco mais intimista do que a média que encontramos aqui na cidade. O menu é amplo e o serviço eficaz. Dentre os pedidos que faço sempre ali e que não decepcionam estão rolinho primavera, porco agridoce e frango com bambu. Media de custo para um jantar é de 23 euros. Fica no viale  Spartaco Lavagnini

Outros restaurantes chineses:

  • Ciblèo, via Andrea del Verrocchio, 2 r
  • Dim Sum, via dei Neri, 37 r

 

Comida persa

Tehran –  já estive algumas vezes e recomendo o Tehran, restaurante persa a poucos passos da piazza della Signoria. Com poucos lugares e um decorrer que nos trnasporte ao Oridente Medio, o Teheran oferece pratos típicos e refinados da tradição iraniana, que mistura ervas frescas e especiarias aromáticas seja nas carnes que no peixe e arroz.  Como entrada, tris di mazè: creme de berinjela, tomate e alho, azeitonas marinadas e o outro de yogurt, depois carne de cordeiro com arroz e açafrão.  Os pratos custam em média 10 euros. Tehran fica na via dei Cerchi, 25, r

Comida Armena

Ararat–  Um local alternativo para quem quiser experimentar outro tipo de cozinha que não seja italiana. É um restaurante que serve pratos da Armênia e da Georgia. Na cozinha e na sala, staff dos países de origem que auxiliam e ajudam a explicar sobre os pratos da casa e os vinhos, que também são  provenientes desses países. Experimentei Pkhali,  uma especie de almôndega servida com  molho, o Khinkali, ravioli com recheio de carne, e o Tolma, enroladinho de carne acompanhado de yogurt. A preparação dos pratos, como da tradição, são realizados com produtos frescos e naturais, mas geralmente são elaborados e precisam de cozinheiros muito pacientes. Segundo Amalia, a gerente da casa que nos recebeu, a cozinha desses países tem base pobre, portanto, precisa ser calórica.  Muitos pratos levam nozes, pão e batata. Ambiente moderno e requintado, de dois andares, o Ararat fica perto da Piazza Beccaria, na Borgo da Croce,  32, r

Ararat

Colorida e variada , a cozinha armena é perfumada de ervas aromáticas e temperos, mas nao particularmente picante. Uva e romã, símbolos de abundância, são presentes em muitos pratos

 

Ararat

Khachapuri agiaruli , pão-pizza georgiano. Este é o clássico, servido com ovos, mas pode ser com preparado com beringela, tomate, pimentão , funghi ou espinafre

Americano e mexicano

1950 American Diner – O 1950 American Diner é  para os amantes de um bom cheesburger! No menu, nachos,  burritos e burgers.  A nova area oferece também um espaço para crianças, com sala de jogos onde os pequenos podem se divertir a valer num ambiente temático que remonta os anos 50. Além de almoço e jantar, oferecem também  American breakfast e brunch. Fica na esquina entre as ruas Guelfa e Nazionale, a 5 minutos da estação ferroviária  SMN.

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1950 American Diner – o ambiente vintage remonta aos anos 50 e as garçonetes circulam de patins

Melaleuca – é um bistro com especialidades americanas e australianas. Com ambiente informal, iluminado e moderno, propõe também uma variedade de delicias da confeitaria.ingredientes toscanos de qualidade, da nossa cozinha ao Arno, assamos, engarrafamos e fabricamos cerveja em pequenos lotes, de bagels ao pão, à kombucha e à bebida gelada. , de 8 às 12 h servem café-da-manhã e depois até às 17 horas opções de almoço e lanche e nos finais de semana, brunch das 8 às 15 horas. no menu, toasts, ovos, pão com abacate, sanduíches de salmão,  saladas e petiscos. Mas Fica no Lungarno delle Grazie, 18

 

Outros locais americanos:

  • Old Wild West , Centro Comercial San Donato
  • The Diner,  via dell’Acqua, 2
  • Hard Rock Café, Piazza della Repubblica
  • Rooster – Via Porta Rossa, 63 r
  • Sugar & Spice – Borgo la Croce e via dei Servi
  • Mama’s Bakery – via della Chiesa, 34 r

Locais mexicanos:

  • El Chico, via dei Benci, 15 r
  • Eby’s Latin Bar , via dell’Oriuolo, 5
  • I 5  Tavoli, via del Sole, 26 r
  •  Tijuana , via Ghibellina e Porta al Prato

 

Comida indiana 

Haveli –  Esse restaurante, inaugurado em 2000, é um ponto de referência para a culinária indiana em Firenze. Já estive inclusive no local com toda a família ,  incluindo as crianças, que adoraram os pratos. Servem principalmente  receitas do Punjab, região dos proprietários, que oferecem receitas da tradição culinária milenar,  preparadas com modernas técnicas. Você pode saborear os pratos típicos da culinária indiana, como frango ao curry ou tandoori e tanta receitas, baseadas no uso harmonioso de vegetais. Fica no Viale Fratelli Rosselli, 31.

 

Haveli – Aromas e especiarias indianos num ambiente refinado.

Outros restaurantes:

  • Salaam Bombay, viale Fratelli Rosselli, 45r

Comida espanhola

La Cova –  Depois de Prato, o La Cova abriu as portas em Firenze no inverno de 2017  com as delícias do street food espanhol num cantinho muito sugestivo da cidade: uma ruela a 2 minutos do Palazzo Pitti. A proposta da casa é  celebrar a Andalusia em Firenze! Servem tapas, patatas bravas, tortilla, croquetas de bacalhau e claro,  presuntos espanhóis nobres envelhecidos  (Jamón Serrano Gran Reserva, Ibérico Cebo e Ibérico de Bellota). E claro que não podia faltar, a sangria! Atmosfera descontraída e acolhedora em 3 ambientes, o local é uma excelente opção para quem quer socializar. Aliás, a proposta é essa também:  compartilhar a mesa, fazer novas amizades e  bater papo com quem está nas mesinhas próximas enquanto se degusta vinhos e comida da qualidade. Os produtos são frescos e trazidos diretamente da Espanha. O restaurante fica no Sdrucciolo de’ Pitti, 19 r

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La Cova, local divertido onde se respira atmosfera espanhola

Italian Tapas   A dois passos da piazza Santo Spirito encontramos um local descontraído que funciona como bar, restaurante e cocktail bar, numa envolvente atmosfera espanhola, com petiscos e pratos preparados com produtos da estação. A especialidade são tapas,  pequenas porções de petiscos servidos com alguma bebida, que pode ser alcoólica ou não. Adorei os 2 tipos super inusitados que experimentei:  gnudi toscani com ricota, peixe e açafrão e o gnocconi com queijo pecorino com molho funghi!  No menu uma ampla e variada seleção,  propostos em 2 mini-porções, bom pra quem quiser experimentar vários dividindo com os amigos. Os coquetéis merecem atenção especial! A lista é grande e o barman prepara drinks deliciosos! Aliás,  o local é ótimo para quem busca apenas um drink num dos bairros mais badalados da cidade.  Via Sant’Agostino, 11/r.

  • o Italian Tapas fechou em 2020

 

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O agradável ambiente do Italian Tapas, que abriu as portas no verão de 2017

A Igreja de Ognissanti de Firenze

Uma das minhas igrejas prediletas de Firenze é a de San Salvatore in Ognissanti, localizada na praça homônima, no centro histórico da cidade e a poucos minutos da piazza de Santa Maria Novella. A Igreja de Ognissanti, isto é, de Todos os Santos, é pouco conhecida  mas reúne verdadeiros tesouros artísticos. Seu interior é ricamente decorado, com obras de  Giotto, Taddeo Gaddi, Botticelli e Ghirlandaio.  A igreja franciscana tem sua história ligada à família de Américo Vespucio, que a patrocinou.  Veio daí o nome de Baía de todos os Santos (Bahia), por onde Vespúcio passou em 1501.

A igreja franciscana foi edificada em 1251 e fazia parte do complexo do convento dos “Umiliati”. No ano de 1571 os Umiliati foram substituídos pelos franciscanos, que expandiram o complexo com dois claustros, novos altares e reconstruíram a fachada

 

Na fachada,  terracota vitrificada,  atribuída a Benedetto Buglioni

A igreja fazia parte do complexo do convento fundado em 1251 pelos Humilhados, ordem que se dedicava à pobreza e ao trabalho. Vindos da Lombardia, chegaram em Firenze no ano de 1239 e se estabeleceram  incialmente fora da cidade e depois estenderam as propriedades ao burgo, onde construíram a igreja e o convento. O complexo foi terminado em 1260.

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A igreja inicialmente fazia parte dos “Umiliati”, congregação religiosa que se dedicou ao trabalho com a lã, entre os séculos 13 e 15, que foi a principal atividade comercial de Firenze

 

O interior da igreja. A ordem dos Humilhados,  dedicava-se  não apenas à prática religiosa mas também ao comércio e negócios

A região era apropriada ao trabalho com a lã devido à proximidade do Rio Arno e  a formação do canal, que garantia energia hidráulica para os moinhos. Foram os freis que impulsionaram o setor com sua experiência no manuseio e tingimento da lã e contribuíram para o crescimento urbano na região, que começou a girar em torno das atividades da igreja, especialmente no que diz respeito aos artesãos. Devido ao prestígio que alcançaram , os Humilhados foram convidados para ocupar importantes cargos públicos. A igreja passou a receber obras importantes, graças sobretudo à contribuição das famílias de prestígio do bairro.

 

Logo depois da chegada à Firenze, os freis adquiriram um terreno próximo ao Rio Arno, favorável ao processo de fabricação. A igreja fica próxima ao Lungarno

Durante o século sucessivo os Humilhados  reduziram de número e começaram a perder prestígio, tanto que em 1571, por vontade de Cosimo I de’ Medici, cederam o mosteiro aos franciscanos. O complexo foi restaurado, foram construídos dois claustros e a igreja foi consagrada em 1582 recebendo o nome de San Salvatore ad Ognissanti . 

igreja-ognissanti

A igreja é pequena e lindamente decorada, com obras de Giotto, Ghirlandaio, Taddeu Gaddi e Sandro Botticelli

 

San Girolamo, realizado por Domenico Ghirlandaio  provavelmente em 1480

 

Madonna della Misericordia (1474-1477), de Ghirlandaio

 

Botticelli

Obra de Sandro Botticelli, Sant’Agostino nello studio, realizada por volta de 1480

 

No século 15, Sandro Botticelli (que está enterrado na igreja) e Domenico Ghirlandaio, nomes de grande expressão do Renascimento italiano,  trabalharam em Ognissanti. Ghirlandaio havia sido contratado pela família Vespucci, que eram aliados dos Médici e da qual fazia parte o famoso Américo,  navegador que deu seu nome à América. Sob encomenda da família,  Ghirlandaio afrescou uma Pietà e uma Madonna della Misericordi, San Girolamo  e também a Última Ceia,  no refeitório do convento.

 

 

Na igreja está a capela da família Vespucci, localizada ao longo da parede direita da nave da igreja e que contém  afrescos realizados por Ghirlandaio  (1448-1494) por volta do ano 1470 e a obra  La Pietà e la Madonna della Misericordia,  que acolhe sob o seu manto os membros da família Vespucci, como Simonetta Vespucci, a musa de Sandro Botticelli (1445- 1510) e diva do Renascimento. Foi casada com o banqueiro Marco Vespucci, primo de Américo, cuja família era ligada aos Medici, poderosa família de mecenas.

 

Túmulo Simone Vespucci, filho de Piero, morto em 1400 e fundador do Hospital de Santa Maria da Humildade, chamado depois de San Giovanni di Dio (conhecido como Torregalli)

 

Capela do Santissimo Sacramento, com obras de artistas como Giuseppe Pinzani, Matteo Rosselli e Ranieri Del Pace

 

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Dessa porta à direita temos acesso ao claustro, com visitas apenas às segundas e sábados pela manhã

Uma das obras mais importantes da igreja é o Crucifixo realizado por Giotto di Bondone por volta de 1315. Até poucos anos atrás, o Crucifixo foi considerado um trabalho realizado por algum parente de Giotto. Depois de uma cuidadosa restauração foi possível atribuir ao artista a autoria do trabalho, colocado em destaque, do lado esquerdo do altar.

 

Perto do altar, o crucifixo de Giotto

O túmulo do artista florentino Sandro Botticelli (1445-1510) fica na capela di San Pietro de Alcantara, nas capelas posicionadas do lado direito do altar. Botticelli é autor das obras Primavera e O Nascimento de Venus, expostas no Museu Uffizi.

tumulo-botticelli

Local onde fica o túmulo de Sandro Botticelli

 

Convento

A construção do convento, assim como da igreja, iniciaram em 1250 pelos Humilhados, que  obtiveram obras de altíssima qualidade. Do claustro do convento, repleto de  afrescos de Jacopo Ligozzi e outros pintores que contam a histórias da vida de São Francisco, é  possível ter acesso ao refeitório, que abriga a obra-prima o Cenacolo, realizado por  Ghirlandaio em 1480.  A obra  não é mais de propriedade dos freis e da igreja, mas sim do Ministério dos Bens Culturais.

A obra Madonna col Bambino, Nanni di Bartolo, realizada entre 1420 e 1423

 

A Última Ceia, obra de Ghirlandaio realizada em 1480, visitável apenas às segundas e sábados pela manhã.

O convento foi eliminado em 1866 e 2m 1923 passa a sediar o quartel  dos Carabinieri. Em 1885 os franciscanos retomaram parte da antiga sede.

É possível visitar o claustro e a obra de Ghirlandaio às segundas e aos sábados, das 9 às 13 horas.

 

Igreja de Ognissanti

Piazza Ognissanti, 42 – Firenze

Entrada gratuita

Horários

Manhã: 9:30 às 12:30 (fechada às quartas pela manhã)

Tarde: 16 às 19:30

 

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