A street art em
Florença vive nas esquinas e muros de praticamente todas as ruas da cidade. À sombra dos antigos edifícios renascentistas e da cúpula de Brunelleschi, novas expressões da arte contemporânea encontram o seu espaço numa cidade que se transforma cada vez mais num museu a céu aberto. Neste post algumas fotos que fiz ao longo dos últimos meses, no centro histórico:
Sobre a street art: a arte de rua começou como uma evolução do grafite com o qual partilha o lugar de ação, isso é, o contexto urbano, e que surgiu nas décadas de 70 e 80. A princípio, um movimento underground, que foi devagarzinho conquistando seu espaço e conceito de cunho artístico, e não mais associada à vandalismo.

O artista Maurizio Rapiti se inspirou em Rafael Sanzio. Elementos contemporâneos e um pouco de ironia: Fornarina Suicide Girl
Sem autorização, artistas com formação tradicional começaram a criar suas obras nos muros, becos e esquinas, colorindo, provocando e procurando um confronto direto com os transeuntes e às vezes transmitindo mensagens de protesto e denúncia social.

Whatifier mora em Nápoles, mas seus pôsteres estão espalhados pelas ruas de todo o mundo. Os cartazes que cria são pintados à mão, principalmente em acrílico. Suas obras tratam principalmente de tolerância, inclusão e um mundo sem fronteiras

Cartaz com intervenção do artista Clet, que tem ateliê em San Niccolò, no Oltrarno
Um dos mais célebres artistas da street art do cenário florentino é o francês Clet, que tem ateliê no Oltrarno. Ele modifica sinais de trânsito através de simples adesivos, reinterpretando-os de forma irônica.

Clet é um dos mais conhecidos artistas da street art italiana

Outro artista com muitas obras pela cidade é o misterioso Blub. Com bom humor retrata personagens famosos usando máscara de mergulho e snorkel. O artista não se identifica e nem mesmo revela seu sexo. A ideia de entitular seus trabalhos como “A arte sabe nadar” (
L’arte sa nuotare) é transmitir a mensagem de que mesmo em dificuldade, com água até o pescoço, a arte resiste.

Blub utiliza geralmente as cores azul e vermelha em seus desenhos

O Dante de Blub, na Via dell’Inferno
Atista de origem francesa radicado na Itália, Hopnn, que mora em Roma, também decorou algumas ruas de Florença. Ele coloriu a rua Borgo Stella de branco, preto e vermelho com personagens da família Medici.

Pop art . Denominado “Mebici”, o trabalho faz alusão às bicicletas, que foram desenhadas no rosto e vestimentas dos personagens
Nos últimos anos o artista toscano Exit Enter divulgou pela cidade seus personagens estilizados que são notados e apreciados pelo público nas ruas. É quase impossível não ter notado suas obras de “homenzinhos” por Florença. Ele retrata cenas simples, símbolos de entrada e saída de um mundo de possibilidades ou, simplesmente, metáforas de fuga da realidade.

Do artista Exit Enter: seus personagens são simples nas linhas e nas cores
Seus desenhos invadiram a cidade com as palavras “free”, “exit” e “lost”, sempre em preto e vermelho. O artista manifesta-se de acordo com o que percebe sobre ambiente circundante e de acordo com seu estado emocional.

Os homenzinhos de Exit Enter, desenhados com linhas pontilhadas, nascem de pequenas histórias, perseguem corações, voam agarrados a balões, veneram flores e procuram saídas

Obra perto da piazza Santa Croce, de Lediesis
E caminhando por Florença prestando atenção também nos muros, não é dificil se deparar com as obras de Lediesis, que também faz mistério sobre sua identidade, que provavelmente é constituído por um pequeno grupo de amigos. Em suas obras pela cidade, os artistas anônimos homenageiam mulheres dando-lhes superpoderes. As heroínas transbordam emancipação, independência e consciência.

As obras assinadas Lediesis falam por si e contam a história de protagonistas da cultura contemporânea que se tornaram heroínas, exibindo o inconfundível “S” no peito, que é símbolo do Super-Homem e dando uma piscadinha de olho para o observador, para capturar a atenção de quem passa diante de suas obras.


Da artista franco-asiática que assina Showshowart. Não sei se existem outras obras dela aqui na cidade, mas adorei essa que vi perto da Ponte Vecchio
Dicas de Firenze
A Igreja de Santa Croce
Nonos da Itália
A Basílica de Santa Maria Novella