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Empreender na Itália

Quando uma pessoa resolve mudar de país para se aventurar em terras estrangeiras dificilmente imagina que um dia ela pode ser dona do próprio negócio.  Ao menos para os brasileiros que entrevistei foi dessa forma. Fico feliz demais quando vejo meus compatriotas conquistando espaço e triunfando.

Empreender na Itália

Não é fácil, é preciso compreender a cultura local, estudar o mercado e ter paciência para aguardar  os resultados.  Abandonar a estabilidade de um contrato de trabalho para se arriscar por conta própria é um grande desafio. Vocês poderão conferir nos depoimentos, que fazem parte da série sobre viver na Itália, a experiência de 3 brasileiros que se lançaram  nessa aventura cheios de otimismo e  coragem e contam como é empreender na Itália:

 

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Andreia Cruz em seu atelier de Firenze

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A gaúcha Andreia Cruz vive em Firenze há 13 anos. Desde o primeiro curso que fez de Modelagem que fez logo quando chegou até os dias de hoje, sua vida profissional mudou completamente. Atualmente ela administra o seu próprio negócio, onde cria vestidos de noivas e festa sob medida que saem do ateliê com seu nome estampado na etiqueta.  “Acho que o brasileiro tem uma marcha a mais por natureza, o fato de ter morado em outros países como no meu caso, me permite de colecionar habilidades, experiências e ter um olhar diferente em relação aos meus prováveis concorrentes”.

1) Qual a sua formação e desde quando vive na Itália?

Estudei Fashion Design no Brasil, na UCS (Universidade de Caxias do Sul), e estou na Itália desde 2004. Aqui cursei modelagem na Polimoda, Master in Pattern Techniques na Tr Cutting School, e especialização em bordados para alta moda.

 

2) Quais os trabalhos que desenvolveu aqui na Itália? Sempre atuou na sua área?

Sempre trabalhei na área de moda. Ainda no Brasil trabalhei por 4 anos em um atelier de alta costura, aqui na Itália, após terminar os estudos na Polimoda, trabalhei como modelista paras as marcas Gucci, Alexander Mcqueen e Saint Laurent. Minha última experiência na indústria foi para Vivienne Westwood onde passei uns dois anos como responsável da modelagem da primeira linha, a Gold Label.

3)  Como foi a ideia de abrir o seu próprio atelier? Quando você entendeu que era o seu momento?

Na verdade esse sempre foi meu sonho, sempre gostei muito de trabalhar diretamente com a cliente, oferecer o que ela não encontra nas lojas, peças exclusivas e sob medida, com estilo e modelagem personalizada. Ao deixar meu trabalho na Vivienne, passei um ano  só lecionando modelagem na Polimoda. Sempre tinha um vestido de alguém pra fazer. No início era  na minha casa, até que em 2015 resolvi mudar e abrir o atelier onde é hoje

4) Você está  satisfeita com a sua decisão?

Sim

5) Quais as maiores dificuldades que um empreendedor (empresa de pequeno porte) precisa enfrentar aqui na Itália?

Toda a burocracia e as altas taxas.

6) Qual o valor com o investimento?  E com o aluguel e  contas?

Como investimento inicial, se calcular reforma do local, mobília, decoração, maquinário e matéria-prima, em torno a € 20 mil

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Criação assinada pela estilista Andreia (Fotos Sam Sacramento)

 

 

Cristina

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Cristina e sua doce e inseparável companheira, a cadelinha Terry

Habilidosa e criativa,  a goiana Cristina Borges já foi fabricante de velas artesanais e de produtos pet. Apaixonada por design, há 10 anos ela administra junto ao marido Francesco o charmoso B&B  Podere Gattabigia onde a gente nota a forma especial e carinhosa com que se dedica às minuciodades, percebidos em cada cantinho do agroturismo, que fica a poucos quilômetros de Firenze.

1) Qual a sua formação e desde quando vive na Itàlia?
Sou interior designer e vivo aqui há 16 anos.  Na verdade vim morar em Firenze por acaso, porque meu curso de italiano era na Linguadue em Milão com duração de 1 ano, mas não me adaptei na cidade por causa do clima e pedi a transferência do curso para Firenze, mesmo porque o curso sucessivo de restauro seria aqui.

2) Quais os trabalhos que desenvolveu aqui? Sempre atuou na sua área?
Trabalhei para a Poltrona Frau e Roche Bobois por vários anos atuando na minha area e há 10 anos me dedico somente a projetos de clientes privados e ao nosso b&b .
3) Você está satisfeita com a sua decisão?  De quem foi a ideia de abrir o agroturismo?
Completamente satisfeita. A ideia foi minha e do meu marido
4) Já havia imaginado que um dia abriria o próprio negòcio? Como deu-se a concretização desse projeto?
Pensava em abrir um escritório de Design de interiores, mas nunca imaginei em abrir um b&b. Mas como Francesco já tinha a casa no campo (em ruínas), resolvemos entrar juntos nesse percurso.
5) Quais as maiores dificuldades que um empreendedor (empresa de pequeno porte) precisa enfrentar aqui na Itália?
Acho que como todos, as altas taxas impostas pelo governo.
6) Como é seu ritmo de trabalho?
Trabalho 16 horas por dia de março a outubro e nos outros meses me dedico aos meus clientes privados, preparo o b&b para a estação do ano seguinte e saio de férias obviamente.
7) É muito alto o investimento para esse tipo de atividade?
Acho que tem possiblidade para todo bolso.
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Aqui turistas de todo o o mundo se sentem em casa e são recebidos com o maior carinho e hospitalidade. O B&B fica em Lastra a Signa, a apenas 30 minutos de Firenze

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Fotos: Cadeira Amarela

 

 

Totô

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Com grande experiência no setor de restaurantes desde que chegou em Firenze,  Totô atualmente possui seu próprio estabelecimento

O gaúcho Jean Ribeiro, conhecido como Toto,  vive na Itália desde 1995. Veio sem muitas expectativas, gostou de viver aqui em Firenze e resolveu ficar.  Atualmente ele é sócio no restaurante  Baldovino,  nas proximidades da  praça Santa Croce ?.

 

1-  Quais os trabalhos que desenvolveu? Sempre atuou na sua área?

Sim, sempre atuei na área de restaurantes e enotecas, casas de vinhos

2 – Como foi e quando surgiu a ideia de abrir o seu próprio negócio?

Na verdade, em 1998 eu entrei como sócio na trattoria Baldovino, aqui na região de Santa Croce. E depois abrimos a então Enoteca Baldovino, onde realmente nasceu minha paixão por vinhos. Depois disso fiz experiências em outros locais e voltei há pouco tempo  pra cá, agora como Baldovino.

3- Você está satisfeito com a sua decisão? Quantas horas trabalha por semana, em média?
Sim, muito satisfeito com minha escolha, adoro socializar com clientes de toda parte do mundo, difícil dizer quantas horas trabalho por semana,  mas trabalho muito! Na verdade o cansaço é mais mental do que físico. Eu sempre adorei trabalhar com público,  me dá muita satisfação. A gente conhece pessoas de todo o mundo, isso é muito bacana e me dá energia.  O que não é simples é administrar o local. O restaurante é pequeno e não é tão simples coordenar os pedidos, horários,  problemas internos e a pressão, a corrida contra o tempo. Mas eu gosto muito, estou muito satisfeito!

4- Quais as maiores dificuldades que um empreendedor (empresa de pequeno porte) precisa enfrentar aqui na Itália?

O que mais pesa realmente são as taxas e mais taxas, impostos, aluguéis e funcionários, sempre menos competentes… mas vamos em frente!

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Outras entrevistas sobre viver na Itália:

Maternidade na Itália

Trabalhar na Itália

Namoro à distância

 

20 atrações grátis em Firenze

Dicas de Firenze

A Igreja de Santa Croce

Nonos da Itália 

 

Trabalhar na Itália

Há alguns meses vocês puderam conferir entrevistas onde o tema abordado foi namoro à distância, com o relato de brasileiras que contaram como fizeram para driblar e manter um relacionando à distancia. E dando continuidade às entrevistas,  no post de hoje o assunto é “Trabalhar na Itália”, com o depoimento de algumas pessoas que compartilham suas experiências com os leitores do Grazie a Te. Alguns dos entrevistados ja possuíam cidadania e outros chegaram aqui e precisaram solicitar um permesso di soggiorno,  que é autorização de residência, documento emitido pela Polizia di Stato (na questura) que concede a permanência legal de estrangeiros aqui na Itália por um período superior a 90 dias. A validade do permesso di soggiorno varia de acordo com cada caso e o mesmo precisa ser renovado.

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Para trabalhar na Itália

Antes de conferirmos as entrevistas, apenas alguns esclarecimentos: não é necessário visto para entrar na Itália mas os brasileiros (que não possuem cidadania italiana) precisam de uma autorização para ficarem no país por mais de 90 dias, que é conhecida como permesso di soggiorno, concedido também para quem vem estudar. E a licença para os brasileiros que querem trabalhar legalmente é solicitar o permesso di soggiorno per motivo di lavoro.  Para mais esclarecimentos em relação à permanência de brasileiros aqui na Itália,  confira aqui no site do Consulado-Geral do Brasil em Roma quais são as dúvidas mais frequentes dos brasileiros. E no  Trabalho na Italia vocês poderão obter muitas informações úteis sobre o assunto.

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Salário

Aqui na Itália não existe salário mínimo fixo e a remuneração varia de acordo com a região italiana  Os valores são determinados de acordo com o tipo (categoria) de emprego. A média para empregos que não exigem qualificação formal é de 1.100 euros por mês. Para  quem tem qualificação técnica a media é de 1.4oo e para setores que exigem formação superior a media é entre  1.500 euros e 5 mil euros por mês. Os contratos podem ser a tempo determinado (com um tempo de duração estipulado,  podendo ser prorrogado) ou indeterminado (efetivo). Na Itália, além do 13 º salário, existe também o 14º (benefício não previsto por lei, mas acordado entre as partes).

Vamos agora conferir os depoimentos:

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Apaixonada pela cidade, Palova Valenti passa um período aqui e outro no Brasil: “Eu fico onde tem o amor. Eu amo Florença!”

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Palova –  A gaúcha  Palova Oselame Valenti é de Bento Gonçalves e divide seu tempo entre Florença, onde passa cerca de 8 meses por ano, e o Brasil, para onde embarcou na semana passada para estar perto da família.  A entrevista com Palova foi feita há algumas semanas, quando ela estava ainda trabalhando numa agência de viagens.  O amor à Firenze a traz pra cá todos os anos! “Morar aqui é magico, é como se eu estivesse em outra dimensão, aqui tudo me inspira”.  A Palova tem um canal no Youtube onde ela compartilha as suas experiências.

1-  Motivo que te trouxe para Firenze e desde quando vive aqui?

Eu tive uma desilusão amorosa e como amo a Itália decidi curar ela cum um curso de italiano de um mês em Florença e um mês viraram 4 anos! Eu não sabia que eu tinha tanta arte,  arquitetura e pintura na minha veia… eu vim pra cá pela primeira vez em 2013 e falei: preciso morar aqui! A minha vida era mais fácil nos Estados Unidos, onde morei por muitos anos.  Mas sou apaixonada por essa cidade.

2- Você trabalha?  Como conseguiu emprego?

Este é o meu quarto ano na Itália porém todos os anos eu vou pro Brasil e fico 5 meses, então pra mim é  sempre um recomeço,  porque todas as vezes que volto pra cá tenho que procurar emprego de novo. Nos outros anos foi mais fácil, algum conhecido meu sempre indicava alguma coisa que acabava dando certo, mas esse ano foi mais difícil. Fiquei 3 meses procurando alguma coisa, e já era alta estação, ou seja, muitos turistas, sem considerar que é a melhor época pra encontrar um emprego! O importante também é falar inglês já que pelo menos aqui onde moro o inglês é muito usado!

3-  Você  já considerou a possibilidade de morar definitivamente em Firenze?
Já, mas como não tenho profissão e família, me sinto livre pra passar tempo com a minha família no Brasil, que é meu bem mais precioso, por isso vou todos os anos pra lá.

4- Como brasileira, como é possível trabalhar aqui? Como você fez?

Eu sou brasileira mas sou também cidadã italiana, então nunca tive problema.

5- Você está satisfeita com seu trabalho?

Já trabalhei de camelô, já limpei casa, já fiz serviços garçonete e agora estou nesse emprego na área do turismo. Estou satisfeita sim, embora o salário seja um pouco baixo, mas eu foco sempre no meu amor por Florença, então eu faço o que precisar pra ficar aqui!

5- Qual a média de seus gastos aqui em Firenze?

Pago 380 por um quarto em um apartamento no centro historico, 15 reias pro meu celular e digamos que mais 300 entre comida e outras coisas. Não tenho carro nem bicicleta, ando por tudo a pè e quando preciso uso transporte público.

6- Consegue juntar dinheiro nesse período que vem pra cá?
Consigo pra comprar a passagem e ter o mínimo pra quando eu voltar ter um pouquinho porque eu nunca sei quanto tempo vai demorar pra eu arrumar emprego!

7- Acha que é um momento difícil para conseguir emprego aqui em Firenze?

Depende da área, mas acredito que sim. Onde trabalho, muitas pessoas vem deixar o currículo. É muito importante saber falar italiano e também o inglês.

8- Quais são as principais diferenças entre o setor de trabalho italiano e brasileiro?

Morei 11 anos nos Estados Unidos e há 15 anos estou fora do Brasil, não saberia responder a essa pergunta. O que me espanta aqui na Italia é a falta de treinamento quando a pessoa começa a trabalhar.  Praticamente tu tem que aprender as coisas por ti mesmo, porque eles não explicam muito o que tu terá que fazer.

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Carolina  –  Carolina Kfouri é de Guaratinguetá (SP) e mora em Firenze há 2 anos com a filha Ana Clara, de 13 anos. Depois de um período em Milão, ela voltou para Firenze e há cerca de 2 meses conseguiu emprego para gerenciar uma agência de turismo no centro de Firenze. Carol é youtuber e faz muitos vídeos contando sobre o seu lifestyle e mostrando um pouquinho da cidade.

1- Motivo que te trouxe para Firenze e desde quando vive aqui

Havia estudado por um mês em Londres e cismei que iria me mudar do Brasil. Fiquei encantada com a organização da cidade em todos os sentidos mas o visto pro Reino Unido era muito mais difícil do que pra vir pra Itália então decidi vir pra cá justamente por poder trabalhar.

2-  Quem entra com vista de estudo pode trabalhar? Explique como vc fez. 

Sim, pode trabalhar até 20 horas semanais. No meu quarto mês aqui entreguei alguns curriculuns e no mesmo dia fui chamada pra ser hostess em um restaurante na Piazza della Repubblica, bem tradicional e com uma pizza de dar água na boca.

3- Como brasileira é possível trabalhar aqui? 

Eu vim com visto de estudos e podia trabalhar 20 horas semanais, com esse contrato o trabalhador ganha aproximadamente 200 euros por semana. Quando este visto estava por vencer, um outro empregador fez a “proposta de trabalho” junto à prefettura e além de renovar por mais um ano, mudei a tipologia para visto de trabalho podendo assim trabalhar por mais de 20 horas. Foi um grande avanço!
4-  Com qual periodicidade precisa renovar o permesso di soggiorno?
 Depende do tipo de permesso, se estivermos falando do permesso “per motivo de lavoro” ou seja, trabalho, depende também do contrato que deu origem à renovação/pedido de visto. Em linhas gerais seria de 2 em 2 anos para quem tiver um contrato por tempo indeterminado e para os demais casos, a renovação se baseia no contrato, 6 meses dura 6 meses, 1 ano dura 1 ano.
5-  Você  está satisfeita com seu trabalho?
Agora sim, mas já enfrentei várias situações complicadas. A legislação trabalhista no Brasil é mais paternalista e é mais difícil de o empregador permitir que o funcionário trabalhe sem ser registrado. Já aqui, chamamos de trabalho “in nero” e acontece muito. Com exceção das grandes marcas, os pequenos restaurantes, lojas, registram de uma forma, pagam de outra e quem não quiser que reclame pro Papa! Hoje tenho um emprego com contrato registrado, 1 folga por semana e não passo de 8 horas diárias. Ja cheguei a fazer 11 horas num dia em uma enoteca sem ser paga por isso!
6- Fale um pouco sobre salário… 
Uma pessoa que trabalhe 40 horas semanais recebe cerca de 1.200 euros, sem contar horas extras e benefícios. Com a desculpa da crise, muitos empregadores consideram “salário” os benefícios e declaram ter pago, por exemplo, seu décimo terceiro no holerite para não serem executados mais pra frente em juízo mas na realidade você não recebe. Existem também os que te contratam por 20 horas semanais e te pagam por fora as 20 horas mas vale lembrar que é ilegal e se forem pegos tomam multa. É super comum, diga-se de passagem. Raros são os que recebem as horas contratuais, direitos trabalhistas e horas extras.

7- É mais fácil juntar dinheiro aqui ou no Brasil?
 Olha, no Brasil eu não arrumava nem emprego! Isso é sério! Rs

8-  Dica para brasileiros que querem deixar o Brasil para virem trabalhar aqui.

Façam um planejamento coerente. Tenho um canal no youtube onde ajudo a brasileiros que pretendem deixar o Brasil e às vezes recebo algumas perguntas que “mamma mia”, fico pensando como uma pessoa pode cogitar ir embora do próprio país sem o mínimo de cautela ou organização.

 9 – Qual a média mensal dos seus gastos?
Como despesas, posso dizer que o aluguel de um apartamento com 1 quarto, mobiliado mais condomínio fica em torno de 700 euros,  sem contar contas de água, luz e internet que tudo giraria aí por volta de 150€ mês.
Por semana uma pessoa sozinha, gasta 100€ de supermercado se cozinhar em casa,  20€ para recarregar o celular e 30€ de transporte público mensal, ilimitado. Esses seriam os gastos básicos, sem considerar lazer, higiene pessoal e emergencias. Eu moro com a minha filha de 13 anos então tirando o gasto com o aluguel, todo o resto pago dobrado. Obviamente numa familia onde dois adultos trabalham o conforto é maior.

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Nemuel  – Nemuel de Souza Viana mora há 11 anos na Itália e há 5 veio para Firenze, onde trabalha na Mercado do Porcellino,  geralmente das 8.30 às 19h.  A decisão de sair do Brasil não foi dele: “meu pai é pastor da igreja e como ele e minha mae estavam aqui eu também vim, na época eu tinha 16 anos. Eu não queria vim de jeito nenhum, todos os meus amigos estavam no Brasil, mas agora me acostumei”. Depois de alguns anos conheceu a atual  esposa, também brasileira, e acabou se habituando com o ritmo de vida daqui.  Segundo Nemuel eles vivem bem aqui na Itália, apesar de trabalharem bastante.

1- Por que você saiu do Brasil?

No início não queria ter vindo, eu tinha 16 anos, era jovem.  Não foi uma escolha minha. Vim porque meus pais vieram devido à igreja.

2- Como conseguiu permanecer regularmente na Italia? 

Como meus pais já estavam aqui, o meu tipo de visto foi ricongiungimento familiare.  Quem tem parente aqui pode pedir esse tipo de visto. Foi a partir daí que regularizei a minha situação e depois pude trabalhar.  Meu primeiro emprego foi aos 18 anos, quando ainda morava em Viareggio. Antes de vim pra Firenze morei um tempo em Certaldo.

3- Qual tipo de contrato você tem? 

Atualmente meu contrato é por prazo determinado. Deixei o emprego em outra banca com contrato a tempo indeterminado porque recebi uma proposta melhor e resolvi arriscar. Agora tenho contrato a tempo determinado mas com grande possibilidade de ser renovado.

4- Quantas horas por dia trabalha?

Trabalho cerca de 11 horas por dia e tenho apenas um dia de folga,  sempre no domingo.

5- Consegue juntar dinheiro aqui?

Consigo. A minha esposa Edilaine também trabalha (na casa de uma senhora ajudando nos afazeres domésticos)

6- Quanto ja conseguiu receber por mes trabalhando no mercado?

No verão, fazendo hora extra, já cheguei a receber 2.200 euros

7- Você encorajaria outros brasileiros em busca de trabalho e oportunidade a virem pra cá?

Se a pessoa tiver garra, sim. Nem todos que chegam aqui dão  sorte de conseguir logo trabalho.

8- Está satisfeito com seu trabalho ou busca algo diferente?

Eu gosto muito de música. Estou estudando e tenho projetos. Espero conseguir atuar nesse setor.

 

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Marcella– A cariocaMarcella Cardoso Vieira Gomes veio estudar em Firenze há 4 anos e se encantou com a cidade.  Formada em Publicidade,  ela trabalha na Aquaflor, uma butique artesanal de perfumes mas seu salário não basta, já seus gastos giram em torno dos 3 mil euros por mês, portanto ela conta com o suporte da família.

1- Motivo que te trouxe para Firenze e desde quando vive aqui.

Eu vim para Firenze em 2012 para estudar. Fiz curso de italiano, História da arte e Fotografia no primeiro ano. Eu já conhecia Firenze mas me apaixonei pelo estilo de vida e decidi me mudar. Como tenho dupla cidadania não foi um problema. Já era formada em Publicidade quando cheguei e então  decidi continuar os estudos, fiz pós em Hotelaria, Marketing Digital e curso de sommelier.

2- Com o que trabalha?
Eu trabalho em uma boutique artesanal de perfumes, faço a mídia social, vendas e de tudo um pouco. Tenho contrato por tempo determinado e espero que  seja renovado. Senão, vou continuar procurando um trabalho na minha área, que é marketing digital.
3- Você está satisfeita com seu trabalho? 
Acredito que na Itália em geral poderia ter mais oportunidades para os jovens
4- Qual a mèdia de seus gastos aqui em Firenze? 
 Em torno dos 3 mil euros por mês mas claro com a ajuda da minha família.
5- Acha que è um momento dificil para conseguir emprego aqui em Firenze?
Sim, passei quase um ano procurando sem receber respostas.
6- Quais as principais diferenças entre o setor de trabalho italiano e brasileiro 
Sao tantas que ate difícil explicar, eu diria tudo, do bom humor ate a garra, Brasileiro que é Brasileiro não para enquanto não termina, os Italianos param para o cafe, a comida, o repouso….
7- Pretende voltar para o Brasil?
Não pretendo voltar, mas se com o passar dos anos perceber que não tenho oportunidade de crescer na minha carreira posso considerar.

8- O que almeja profissinalmente aqui em Firenze?

Trabalhar com o que eu adoro, que é o marketing digital.
9- O que faz aqui que não faria no Brasil? 
Trabalhar como vendedora.

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Roberto – O carioca Roberto Ferreira Gomesvive em Firenze desde 98. Veio pra cá incentivado pela família, já que 6 das suas irmãs estavam morando aqui (atualmente 5 estão aqui).  Ele trabalha como barman desde 2006 no Caffè La Posta, no centro da cidade.  Roberto vive com a esposa Tatiana (gaúcha que veio pra cá para fugir da violência no Brasil)  e com a filha de 4 anos. “Não existe dinheiro no mundo que pague a liberdade e a sensação de segurança, de poder sair a qualquer hora e não se preocupar se alguém vai te assaltar”.

1- Por que você veio?

Na época que cheguei eu tinha 24 anos e no Brasil trabalhava ganhando um salário mínimo. Como as minhas irmãs estavam aqui eu resolvi experimentar, até porque o Rio estava muito violento.  A situação no Brasil piorou demais nos últimos 10 anos. Nem sonho em voltar.

2- Como conseguiu regularizar a sua situação para poder trabalhar?

No início entrei no país com a autorização que é concedida aos familiares (ricongiungimento familiare).  Depois consegui emprego e me casei com uma brasileira que é cidadã italiana e devido também à nossa filha que nasceu aqui, consegui a cidadania.

3-  Quantas horas trabalha por semana?

Cerca de 40 horas mas sempre faço extraordinário. Tenho apenas 1 dia livre por semana. Mas nem todo dia trabalho 8 horas, às vezes faço meio expediente, depende da semana.

4- Quais são seus maiores gastos?

Meus gastos maiores são com aluguel e depois comida, carro.

5- Pode dizer a média do seu salário por mês? Consegue juntar dinheiro?

Ganho cerca de 1.200 euros por mês, mais extraordinário que varia a cada mês. Consigo juntar. Pouco, mas consigo (rs). E mando pro Brasil, diretamente na conta.

6- Qual o melhor aspecto de viver aqui em relação ao Brasil?

Em primeiro lugar está a segurança.  Não existe dinheiro no mundo que pague isso.

 

Antes de se aventurar é bom estudar a lingua  italiana, pois alem de sua capacitado e força de vontade, esse é um dos aspectos que podem te ajudar.  Deixo aqui alguns sites de empregos na Itália e agências especializadas na seleção de candidatos:

Indeed

Clicca lavoro 

Monster

Infojobs 

Cerco lavoro

Adecco

Obbietivo Lavoro

Gi Group

Bancalavoro

 

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