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Greve in Chianti

Greve in Chianti fica bem no centro da Toscana e é uma das principais cidades do famoso Chianti Classico, região que produz excelentes vinhos e azeites. Dista apenas 30 Km de Firenze e para quem visita a Toscana é difícil não incluí-la no roteiro.

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A zona do Chianti Classico estende-se entre Firenze e Siena e a Chiantigiana, também conhecida como SS-222, que atravessa todo o territorio,  é a principal estrada do vinho e azeite do Chianti . Grande parte da estrada é constituida por estradinhas que ligam as cidades maiores a muitos vilarejos e castelos, onde é possível conhecer e degustar as especialidades da gastronomia local. Greve é a primeira parada quem sai de Firenze e vai em direção à Siena. Esta sempre foi uma região valorizada do ponto de vista agrícola, que fomentou o crescimento de outras cidadezinhas ao redor, colaborando para o fortalecimento do território que firmou-se como importante pólo produtor de vinho
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Na praça Matteotti fica o Palazzo Comunale, em estilo neo-renascentista, que é a sede da prefeitura da cidade. O atual edifício fica sobre os restos do antigo palácio pretoriano, cuja construção foi concluída em 1489. Acima deste edifício, foi construída a nova prefeitura, com obras finalizadas em 1895, e desde 1896 tornou-se sede administrativa

Em Greve, a primeira parada é a praça Giovanni Matteotti, no centro da cidade, em forma triangular. A praça abriga a estátua do navegador Giovanni da Verrazzano, que nasceu na cidade no ano de 1485.
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Na praça de Greve – O navegador e explorador Giovanni da Verrazzano que descobriu a baía de Nova York em 1524, enquanto buscava uma passagem alternativa para a Índia. Em sua homenagem, uma grande ponte suspensa da cidade recebeu o seu nome

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A praça é repleta de pórticos, são verdadeiras galerias arqueadas em 3 lados, onde ficam lojas e restaurantes. Em época medieval nessa praça acontecia o mercado de carnes e em dias de chuva, os pórticos serviam para proteger os animais. 

Esta sempre foi uma região valorizada do ponto de vista agrícola, que fomentou o crescimento de outras cidadezinhas ao redor, colaborando para o fortalecimento do território que firmou-se como importante pólo produtor de vinho.
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Na piazza Matteotti : aqui a Antica Macceleria Falorni , que começou como açougue neste mesmo local no ano de 1729 e que atualmente funciona também como restaurante

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Uma típica bodega toscana onde você encontra excelentes vinhos da região do Chianti Clássico

 

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Próximo à praça, do lado oposto ao Palazzo Comunale, fica a igreja dedicada à Santa Croce, que é do século XIX.  Caminhando por ali você vai poder  apreciar os produtos dos artistas locais.
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Greve é acolhedora e para conhecê-la você precisará dedicar poucas horas do seu dia. Um passeio ao local resume-se basicamente à praça Matteotti, onde ao seu redor, sobre os pórticos, estão as lojinhas de artesanato, produtos típicos locais e alguns bares restaurantes.
Restaurante Nerbone
Nerbone começou a sua história no Mercado Central de Firenze,  vejam mais detalhes sobre o mercado  neste post.
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O Nerbone tem uma atmosfera que nos remete ao passado, como uma antiga botega onde os presuntos e vários produtos típicos ficam à mostra, num ambiente acolhedor com suas grandes mesas de madeira e paredes de pedra

O Nerbone é o meu restaurante preferido de Greve. Ali você encontra a típica culinária toscana, desde os panini até pratos mais elaborados, sempre com total respeito às tradições italianas. E obviamente o cardápio é preparado em base às estações do ano, já que a qualidade dos produtos é fundamental para a preparação dos pratos. Eles preferem tirar do menu algumas opções a oferecer produtos congelados. Essa filosofia é uma garantia para o cliente e um dos segredos da culinária local. Não será possível apreciar um prato de ribollita (sopa com verduras e feijão) se não nos meses de inverno e a pappa al pomodoro ou a bruschetta não estarão no cardápio se o chef não tiver certeza que os tomates amadureceram sob o sol . Essas peculiaridades  são levadas muito a sério. E com toda razão. Nessa época do ano as mesas na varanda do segundo andar e essas do lado de fora, sobre o pórtico, são as mais requisitadas.
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Os vinhos oferecidos são todos de produção local, seja de marcas já conhecidas como de pequenos produtores, que não deixam a desejar no quesito qualidade.
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O lampredotto (tripa) é um dos pratos mais pedidos da casa (13 euros). Depois de tantas entradas quis experimentar o risotto de flores de abóbora. Excelente escolha!  Este prato abaixo é uma massa com molho de javali, outra escolha tipicamente toscana que precisa ser saboreada. Impossível resistir aos doces caseiros. Os doces aqui da Itália não são enjoativos pois a quantidade de açúcar que utilizam é bem menor que no Brasil. E geralmente o chocolate de quase todos os doces é amargo ou meio-amargo. Os doces custam entre 5 e 8 euros e o restaurante propõe o vinho ideal para a sobremesa escolhida.
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Paisagem do Chianti de tirar o fôlego

 

Greve é tranquila e pacata. O tempo aqui segue num ritmo brando, sem nenhuma pressa. Durante o ano, vários eventos são realizados na praça principal, sendo os mais interessantes a feira de antiguidades, o festival clássico de vinho de Chianti e o festival de flores.

Mercato Centrale San Lorenzo

Ir ao Mercado central de San Lorenzo, em Firenze, é uma excelente maneira de conhecer um pouco os costumes locais, mesmo se de clientes florentinos vemos poucos atualmente. Mas os que frequentam são facilmente reconhecidos, pois sabem exatamente em qual banca devem ir e os produtos que querem levar para casa. Atraída pelos produtos típicos toscanos, uma multidão de turistas invade o mercado, que é um dos pontos turísticos da cidade, apesar de passar quase despercebido, pois uma infinidade de barracas do mercado de rua de San Lorenzo cobrem o histórico prédio, localizado bem no centro de Firenze. Caso você queira conferir o post  sobre o mercadinho de rua, clique aqui. E no mesmo prédio, no primeiro andar, funciona um grande espaço gastronômico,  local imperdível onde você vai encontrar especialidades não apenas da Toscana mas de diversas regiões da Italia. Veja mais no post Novo Mercado de San Lorenzo.

 

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A construção realizada no final do século 19 foi considerada revolucionária para o período, com a utilização de materiais como ferro e vidro no teto, realizado pelo arquiteto Giuseppe Mengoni (o mesmo que pouco antes havia feito a Galleria Vittorio Emanuele, em Milão),  em estilo art-nouveau, que ainda hoje chamam a atenção. O mercado funciona de segunda à sábado, das 7 às 14 horas.

A estrutura,  em ferro e vidro, foi  erguida em 1874.  A obra é do arquiteto Giuseppe Mengoni, já autor do mercado de Sant’Ambrogio e da Galleria Vittorio Emanuele de Milão

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Algumas osterias e restaurantes  oferecem refeições típicas, com produtos da culinária local, preparados na hora, bem na sua frente. O Nerbone é endereço sem erro para um lanche rápido, saboroso e tipicamente toscano. Este é o sobrenome de um ambulante que desde o final de 1800 vendia pratos da culinária florentina. Mesmo que encontre fila para pedir, aguarde um pouco pois o atendimento é veloz. Pra entrar no clima dos “locais”, peça um simples panino ou um prato de lampredotto com uma taça de vinho tinto. E deixe-se levar pela atmosfera e pelos aromas ao seu redor.
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A explosão de cores, aromas e sabores é uma experiência imperdível. Adquirir produtos frescos direto do agricultor é uma característica de uma feira de qualquer lugar do mundo.

O interessante aqui é observar os costumes, que mudam de acordo com a cultura de cada país. Na Itália, por exemplo, melhor não tocar as frutas e verduras sem usar luvas. No mercado quem escolhe os produtos são os vendedores. Bom prestar atenção porque para os italianos é grave infringir essa regra. Confira nesta foto abaixo que a cliente aguarda o feirante escolher e pesar as suas frutas.
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Nesta feira alimentar coberta podemos encontrar uma variedade de produtos típicos como queijos, pães, massas, azeites, vinhos e doces. Fora a vasta gama de peixes, frutos do mar e carnes. Inclusive é neste mercado onde os brasileiros residentes em Firenze adquirem o famoso corte de picanha, no açougue  Manetti.
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Azeites, geleias e pastas coloridas são alternativas típicas para presentear os amigos.  Muita gente que visita o mercado  adquire ao menos um produto  para levar pra casa.
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papaya
Aqui o nosso papaya é vendido em uma banca de produtos peruanos a 6 euros o quilo. Há alguns anos o mercado perdeu sua característica de ser um local apenas com produtos e comerciantes italianos. Devido à imigração, muitos estrangeiros passaram a gestir seu próprio negocio. Reparei que dentre os comerciantes estrangeiros a maioria parece ser peruana e tem clientela cativa que adquire além de produtos não perecíveis, frutas e verduras vindas da América do Sul.
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Um carregador atravessa em meio a residentes e turistas com os carrinhos cheios para reabestecer a banca de frutas. Afinal, às dez da manhã muita coisa já aconteceu em uma feira.