Arquivo do Autor: Denya Pandolfi

Sobre Denya Pandolfi

A minha paixão pela comunicação e pelo turismo é herança dos meus pais. Adoro viajar para observar e vivenciar as diversidades culturais. Depois que me formei em Jornalismo, passei longa temporada em Londres, um curto período nos Estados Unidos e atualmente vivo em Florença, com meu marido e nossos dois filhos. Desde 2005 sou retail na Ermenegildo Zegna. Busco sempre ver o lado positivo em todas as coisas e prefiro ter por perto aqueles que, como eu, dão mais valor às pessoas do que às coisas materiais.

Santarcângelo di Romagna

Com rico patrimônio artístico e cultural, Santarcângelo di Romagna, a apenas 10 Km  de Rimini, é um gracioso burgo  com cerca de 21 mil habitantes. Com diversos monumentos, museus e animada vida cultural, a terra natal do Papa Clemente XIV (1705-1774) é uma das principais cidades da província de Rimini pra quem quiser dar um tempo da agitação dos balneários da Romagna e curtir a elegante  beleza desse burgo medieval. Durante as minhas últimas férias na região da Romanha, terra de gente simpática e hospitaleira, passei uma tarde em Santarcângelo,  cidade da Valmarecchia, para explorar suas ruelas e conhecer suas atrações.
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Contemplativo, o burgo é repleto de bistrôs , restaurantes, sorveterias, boutiques e lojinhas de artesanato, um contraste com a vizinha e badalada cidade litorânea Rimini

 

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Com aspecto medieval, o burgo é acolhedor, charmoso e com um ritmo envolvente, agradável e repleto de eventos culturais, com inúmeros bistrôs e restaurantes, sempre cheios e com atmosfera acolhedora, com diversas lojinhas de artesanato e bodegas. A cidade tem ar intelectual,  percebido pelo perfil de seus visitantes, que demonstram interesse nas artes, na leitura e nos eventos culturais que preenchem o calendário da cidade.

O que fazer e visitar em Santarcangelo di Romagna

 

Passear pelas ruelas da cidade – parece óbvio, mas o burgo medieval merece ser visitado com tranquilidade, para que os visitantes absorvam o seu ritmo e a beleza nos detalhes.  No século 13 a cidade teve dominação dos Ballocchi e posteriormente, no século 15, da família Malatesta.
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Chiesa San Michele alla Collegiata – edificada entre 1744 e 1758 pelo arquiteto Giovanni Francesco Buonamici, é dedicada à beata Virgem do Rosário. É o edifício religioso mais famoso da cidade.

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Paróquia San Michele Arcângelo alla Collegiata

Igreja de San Michele Arcangelo  – é uma pieve bizantina do século 6, dedicada à Maria Assunta e fica a 1 Km do centro histórico

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A igreja de San Michele Arcangelo (foto divulgação)

Rocca Malatestiana – A Rocca Malatestiana é atualmente residência privada onde é possivel visitar apenas alguns dias por semana. Pertencia à família Colonna e foi reestruturada  por Sigismondo Pandolfo Malatesta. Em sua torre residencial viveram Francesca della Polenta e Paolo, que era seu cunhado e amante.  Saiba mais a respeito neste post sobre Gradara.  O ingresso custa 3 euros e é preciso reservar as visitas. Informações aqui.

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A Rocca Malatestiana

Marchi  – É uma das lojas mais antigas da Emilia Romanha.  A  stamperia Marchi oferece tecidos pintados a mão realizados em laboratório artesanal com antiga técnica de estamparia conhecida como “impressão de ferrugem” e utilizam um Mangano antigo, do século 17, que único no mundo. Produzem roupas, cortinas, almofada e enxovais personalizados, alem de uma coleção de peças exclusivas pintadas e assinadas por Lara Marchi.

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Torre del Campanone –  mesmo não sendo original , a torre do século 19 é um dos símbolos da cidade, que fica na Piazzetta delle Monache.

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A torre tem 25 metros e foi ereta em 1893

 

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Grutas – existe um verdadeiro labirinto subterrâneo no centro histórico da cidade, cuja origem ainda é um mistério. O subsolo da cidade  é constituido por  152 cavernas (tufaceas) e são praticamente todas particulares, exceto uma,  que é visitável mediante agendamento.  São  canais subterrâneas sob a cidade que atualmente são utilizados como cantinas e que serviram de refúgio durante as guerras. O passeio é acompanhado de um guia e tem duração de 30 minutos. O bilhete custa 3 euros. Para visitas é necessário telefonar para reservar (+39) 0541 624270.

As grutas formam uma cidade subterrânea

 

O Museo del Bottone, de propriedade do senhor Giorgio Gallavotti. Sua coleção é de mais de 15 mil modelos, desde 1600

 

Piazza Ganganelli-  Giovanni Vincenzo Antonio Ganganelli (1705- 1774) era o Papa Clemente XIV e a praça da cidade è dedicada à ele. O Arco do Triunfo, ou Arco Ganganelli, foi erguido em 1777, para celebrar a eleição do Papa.  A praça é bem e circundada de restaurantes e lojinhas.  É palco de muitos eventos, como mercadinhos e exposições,  e espaço dedicado à gastronomia e  ao artesanato.

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O Arco Ganganelli, na praça Ganganelli

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A prefeitura organiza uma infinidade de eventos culturais, o que confere uma deliciosa atmosfera ao local, com artesanato, música, teatro e gastronomia

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Muitos eventos animam a cidade durante todo o ano. Desde mostra de flores, que acontece em maio, até eventos enogastronômicos e musicais. O festival de jazz acontece no mês de outubro.  Se tiverem passeando pela Emilia Romagna sugiro incluirem no roteiro um tour por essa graça de cidade!

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A melhor forma de explorar essa região é de carro, pois você poderá organizar um itinerário com paradas nas cidades próximas, como San Leo, Verucchio, San Marino  e quem sabe incluir até mesmo a minúscula e graciosa Pennabilli ?

Distâncias de Santarcangelo di Romagna:

San Leo – 27  Km/27  minutos de carro

San Marino – 22 Km/ 35 minutos

Verucchio – 14 Km/ 15 minutos

Pennabilli – 38 Km/ 37 minutos

Riccione – 25 Km/23 minutos

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Cooking class com ópera no Chianti

Imaginem esses elementos: cooking class nas belas colinas do Chianti precedido de um caprichado jantar ao ar livre, onde os participantes colhem verduras e ervas frescas na horta. E a sobremesa, também preparada durante a aula de cozinha, servida durante a apresentação de algumas óperas italianas e ao som da harpa.  Essa é a experiência proposta pelo  Opera in the kitchen, idealizado por Lucrezia Cannito,  um projeto que une as tradições culinárias  às melodias das mais lindas óperas italianas numa maravilhosa location. Mais que um curso de cozinha, uma inesquecível experiência que compartilho neste post com vocês.

 

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Opera in the kitchen, gastronomia e música em harmonia com a natureza

 

A experiência começa na horta, que fica a poucos passos da casa onde vive Lucrezia e onde funciona a escola de cozinha. Éramos em 7 participantes: um casal americano, outra canadense e 2 jornalistas italianas. Com orientação de Lucrezia, que nos mostrou e explicou sobre os produtos que  são cultivados na horta, colhemos folhas verdes, ervas, tomate, flor de abobrinha, cenoura e abobrinha.

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Em companhia de Lucrezia, ao meu lado à direita, começamos colhendo a matéria-prima para os pratos que preparamos

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Todos os ingredientes usados no curso de cozinha, como as verduras, frutas, ovos, azeite de oliva, geleias , vinho e queijos são a Km 0 pois são produzidos no próprio local ou nas propriedades  vizinhas

 

Começamos cortando as verduras e os tomates. A cenoura e a abobrinha serviram para a preparação  das tortinhas de legumes assadas  e os tomates para fazer o molho da nossa massa. Depois passamos à preparaçao do tiramissu de pêssego, preparado em porções individuais, que logo foram para a geladeira.

 

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Receitas e tradições culinárias italianas

 

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Tagliatelle? Temos!!!

O momento da preparação da massa era o mais aguardado por todos. Lucrezia utiliza 3 diferentes tipos de farinha. Fizemos ravioli e tagliatelle.

 

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Durante a lição de cozinha Lucrezia tira as dúvidas e dá algumas dicas sobre a gastronomia italiana. Lucrezia é da Puglia mas vive na Toscana, onde há quase 3 anos criou este adorável projeto

 

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O chef Marco Vitale, que colabora com Lucrezia, dando os últimos retoques na preparação da mesa de jantar

Antes do jantar, aperitivo com prosecco de Valdobbiadene. Foram servidos flores de abobrinha e pão torrado (fettunta) com azeite extra-virgem de oliva by Opera in the kitchen.

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Após o nosso happy-hour, momento de curtir um delicioso jantar ao ar livre.

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De entrada, tortinha de verduras e como “primo” ravioli com molho de tomate

 

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Momento de experimentar a outra massa que preparamos, tagliatelle com molho pesto

E o momento da sobremesa, que nesse dia foi tiramisù de pêssego, é regado à uma comovente apresentação musical. Emoção e privilégio! Pra quem quiser ver mais sobre esse dia especial, confira no highlights do Instagram @grazieateblog clicando aqui.

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Bálsamos para alma. Ocasião para confraternizar, relaxar, aprender, apreciar e se emocionar com a música e ser grato à natureza

 

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Floriandre Dezaire na harpa e a soprano Chiara Panacci

 

Obrigada pelo convite Lucrezia, adorei ter vivenciado essa experiência única e inesquecível!

 

Opera in The Kitchen, por Lucrezia Cannito

Via Campoli, 18

San Casciano in Val di Pesa (Firenze)

Para reservas e mais informações: clique aqui 

 

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Dicas de restaurantes em Firenze, 8

Toda vez que viajo gosto de levar comigo indicações de  restaurantes e bares, pois não gosto de perder tempo durante a viagem escolhendo onde comer.  Sem contar que é a maior decepção quando a gente escolhe sem critério e erra os locais.  Neste post mais uma relação de restaurantes (já tem outros 6 posts com locais em diversos pontos da cidade) que acabo de conferir para compartilhar com vocês como boas opções para quem está vindo ou mora em Firenze:

 

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Trattoria San Pierino – A trattoria San Pierino, pertinho do Duomo,  iniciou suas atividades  em abril de 2018 com a proposta de oferecer pratos da cozinha toscana com opções de carne e peixe, tudo a km 0.  Os 4 proprietários, Antônio, Roberto, Vincenzo e Gianluca, no setor há muitos anos, receberam um grupo de blogueiros para apresentar alguns dos pratos da casa,  um local agradável e descontraído que oferece menu do dia para almoço.  Os amantes do peixe encontrarão aqui deliciosos pratos de frutos do mar  com matéria-prima proveniente de Livorno, litoral da Toscana.  Nosso almoço foi uma sucessão de deliciosos pratos! Começamos com alici marinada e cebolas seguida por um flan de abobrinha com creme de pecorino,divino! Como massa, ravioli de peras e pecorino aromatizado ao tartufo e camarata San Pierino, o meu preferido em absoluto!  Experimentamos 2 dos pratos principais: filé de porco em crosta de batata e camarão com muzarela di búfala e tomates frescos. E de sobremesa,  torta de chocolate da casa.   Muito bom poder indicar um local de qualidade no coração de Firenze! O restaurante fica na Via dell’Oriuolo,18/ r.

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Gamberoni com bufala e pomodoro fresco, ravioli di pera e pecorino e alici marinate. Os pratos são realizados com produtos frescos. Tudo acompanhado com vinhos toscanos. Aliás, a casa oferece apenas vinhos regionais

 

 

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Adorei a descontração do local, que é uma super pedida não apenas para refeições mas para quem busca um drink caprichado no centro da cidade, a poucos passos da via Tornabuoni. Conheci o local junto a um grupo de jornalistas, à convite dos proprietários

Rooster –   a família Rooster , através dos sócios Francesco e Lorenzo, acaba de inaugurar um restaurante em excelente location: na Piazza Davanzati. Pratos americanos com um toque italiano, com produtos selecionados e de primeira qualidade que são preparados diariamente a mão: da massa ao doce, é tudo realizado com a máxima atenção e carinho.  Costelinha de porco com mel, brisket, toast com abacate e ovos e espaguete com almôndegas é um pouco do que encontramos no cardápio. E o interessante é que o local, bastante acolhedor,  oferece a opção de escolher 1/2 porção. Os coquetéis são um capítulo à parte! Por esse motivo o local torna-se uma escolha certeira para um saboroso drink no final do dia. Opções glúten-free e vegetariana. A localização é excelente, fica perto da praça della Repubbica, na tranquila Via Porta Rossa, 63/r.

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Trattoria da Rocco – Esta é uma tradicional trattoria situada no Mercato di San’Ambrogio, que é um dos clássicos locais de feira dos florentinos.  O restaurante apresenta  cozinha super original, com pratos da culinária toscana. É praticamente um quiosque com algumas mesinhas com acesso através de uma porta de vidro.  De gestão familiar,  um ótimo local para se perceber a original atmosfera fiorentina, com atendimento rápido, eficaz e a preços justos. No menu opções da típica cozinha toscana. Fica dentro do Mercato di Sant’Ambrogio.

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Ara è Sud– Adorei este restaurante que fica perto do museu Bargello, que fui conhecer à convite da casa junto a um grupo de bloggers e jornalistas. O local é pequeno, aconchegante e com elementos que nos remetem à Sicilia, região que inspira os pratos sugeridos pelo chef Carmelo Pannachiello. No menu, deliciosos pratos da cozinha siciliana contemporânea, com ingredientes fresquíssimos e de alta qualidade. A proposta do restaurante nasce do encontro do chef com Francesco Agosta e Umberto Montano de trazer para Firenze os sabores do street food siciliano: os clássicos arancini, spaghetti , cannoli e cassatina  sao algumas das delícias que podem ser saboreados na casa.  O restaurante fica na Via della Via Vecchia, 4/ r. Quem quiser degustar da cozinha do restaurante em Firenze pode optar por outros 2 endereços.   Via degli Alfani, 127/ r e no primeiro andar do Mercato Centrale de San Lorenzo.

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Carpaccio palamita. Todos os pratos são servidos com caprichosa apresentação

 

Trattoria dall’Oste – inaugurada na primavera de 2017 , esta trattoria é uma das boas pedidas para quem busca comer carne no miolinho de Firenze, bem perto das principais atrações da cidade, pois o restaurante fica entre o Duomo e o Palazzo Vecchio.  Dentre as opções do menu, tagliata com batata e rucula por € 11,50, hamburguer a € 7,50, antipastos de € 5 a 7,50 e as massas saem por 5 euros. Oferecem também 4 tipo de pizza por 6 euros. Via dei Cerchi, 40 r
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Simbiosi –  O Simbiosi é um restaurante bio que fica nas proximidades de San Lorenzo. Na verdade são 2 locais, um praticamente ao lado do outro: o Pizza Bio, inaugurado em 2015, e o Pasta Bio, inaugurado em 2016. Os dois apresentam decor moderno, descontraído e aconchegante, com todos os pratos preparados a partir da agricultura biológica, respeitando a natural fertilidade do solo.  Claro que os preços são um pouco mais elevados em relação aos locais da mesma categoria, mas precisamos considerar que os produtos utilizados são todos biológicos. Via de’ Ginori, 56 e 58 r
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Tartare e ceci como acompanhamento, e como bebida água. A conta deu 24 euros

Vale a pena andar de gôndola em Veneza?

Vale a pena andar de gôndola em Veneza?  Antes de responder a essa pergunta é preciso que cada pessoa leve alguns fatores em consideração. Pergunte-se, por exemplo,  qual a próxima vez em que você poderá voltar à  cidade, quanto tempo você sonhou com essa viagem e do que vai precisar abrir mão para pagar o seu passeio de gôndola.  Se a resposta para a primeira pergunta for no mínimo daqui a 10 anos, não pense 2 vezes!

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A gôndola é a embarcação mais típica e conhecida de Veneza e é um maiores símbolos da cidade

 

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Já fiz alguns passeios de gôndola e sempre a emoção é diferente. Já havia feito o passeio com meu marido mas desta vez levamos também as crianças, que curtiram cada minuto!!!

Existem cerca de 470 gôndolas que circulam pelos diversos canais da Lagoa de Veneza. E quando você caminha pelas vielas estreitas dos sestieri da cidade depois de superar mais uma ponte, parece que tem sempre uma prontinha te esperando.

 

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Conhecer e apreciar a beleza de Veneza em um tranquilo passeio por usas aguas é uma experiência inesquecível!

 

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O passeio de gôndola te possibilita admirar a cidade por um ângulo único

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A atividade do gondoleiro é quase milenar. Antigamente a gôndola era a embarcação mais adequada para ser utilizada para o transporte de pessoas nos canais de Veneza mas hoje em dia é utilizada apenas para turismo.

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A gôndola é considera a embarcação mais linda do mundo, por sua forma elegante. Tem quase 11 metros de comprimetno e é assimétrica, com lado esquerdo mais largo que o direito

Se você der sorte de pegar um gondoleiro aplicado e bem disposto, ele vai atuar como guia e compartilhar o seu conhecimento explicando sobre a história da cidade, arte e te mostrar as principais construções e palácios. O gondoleiro acaba tendo grande responsabilidade em tornar o seu passeio agradável e prazeroso. Alguns são mal humorados, impacientes e nada gentis. Antes de contratar o serviço, procure saber o trajeto do passeio, que pelos canais menores é bem mais interessante!

 

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Fique de olho no relógio, alguns espertinhos encurtam um pouquinho. Assisti a uma cena de um casal de turistas da Alemanha que explicou que tinham ainda 10 (DEZ) minutos – 1/3 – disponíveis mas não teve jeito, o gondoleiro disse que o passeio havia terminado e ponto final

 

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Para os apaixonados: reza a lenda que os casais que se beijarem na gôndola enquanto passam sob a Ponte dos Suspiros terão um relacionamento duradouro

 

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O passeio de gôndola pode até ser um programa clichê. Mas ser clichê em Veneza não tem o menor problema!

Quanto custa andar de gôndola? A primeira vez em que estive em Veneza e andei de gôndola os preços não eram tabelados. Negociamos um passeio e conseguimos um bom desconto. Até porque os valores iniciais eram bem salgados! Atualmente os preços são tabelados e para um passeio de 30 minutos o valor é de 80 euros. A embarcação pode acomodar até 6 pessoas. Existe também a opção do passeio noturno, só que custa mais caro, nesse caso, 100 euros.

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A Basílica de San Miniato al Monte, em Firenze

A Basílica de San Miniato al Monte, que fica em um dos pontos mais altos de Firenze,  celebrou 10 séculos em 2018. Sua construção começou em 1013, onde inicialmente existia um oratório, edificado por São Miniato.

A Basílica de San Miniato al Monte, um dos mais bonitos exemplos do estilo românico fiorentino

 

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Participei do Millenium Sunset Concert,  uma das festas em comemoração ao milésimo aniversário da igreja , no verão de 2018

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A Basílica de San Miniato al Monte tem vista para a cidade de Florença do alto da colina em que está localizada. Faz parte do distrito do cemitério  delle Porte Sante

 

São Miniato

A Basílica de San Miniato  recebeu este nome em homenagem ao santo que foi o primeiro mártir de Firenze, provavelmente um príncipe armênio ou um mercante grego que deixou sua casa para fazer peregrinação a Roma.  Por volta do ano de 250 DC chegou a Firenze e tornou-se ermitão.  São Miniato sofreu perseguições anticristãs do imperador Décio e  recusou-se a fazer sacrifícios para deuses romanos. Segundo a lenda, ele  foi decapitado num anfiteatro nas redondezas de Piazza Beccaria mas pegou a sua própria cabeça, atravessou o rio Arno e retornou ao monte, onde foi construído um santuário e uma capela. Miniato teria sido sepultado ali com outros cristãos.

 

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A igreja fica nos arredores do piazzale Michelangelo, em um dos pontos mais altos de Firenze e que nos proporciona uma esplêndida vista

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A Basílica de São Miniato 

A igreja de San Miniato, que atualmente pertence aos monges Olivetanos, foi construída entre os séculos 11 e 13 e é uma obra-prima do estilo românico fiorentino.

 

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Sua fachada é em mármore verde e branco com mosaico na parte central, do século 12

 

A parte interna da igreja  é dividida em 3 naves, com uma central e duas laterais menores e o pavimento é em mármore e decorado na parte central com símbolos do zodíaco. A Basílica é rica de simbologia e sinais esotéricos, como a águia de bronze de asas abertas no topo da igreja, símbolos da Arte de Calimala, a cruz grega da fachada e a presença constante do número 5.

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A igreja está entre as estrutura românicas mais bonitas da Toscana

 

Na parte central da igreja fica a bonita Cappella Del Crocifisso, projetada por Michelozzo em 1448, por solicitação de Piero de Medici.  A decoração em terracota vetrificada de Lucca della Robbia e com obras atrás do altar de Agnolo Gaddi.

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A Capela do Crucifixo, projetada por Michelozzo em 1448

As paredes da igreja são afrescadas  com obras dos anos séculos 14 e 15 e com algumas pinturas que retratam episódios de São Benedito.

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A Capela do Cardeal Jaime de Portugal

 

A Cappella del Cardinale ou de San Jacopo, atribuita à Antonio Manetti, construída entre 1461 e 1466. Jaime de Portugal era filho  do Infante D. Pedro, duque de Coimbra e morreu em Florença em  1459, aos 25 anos.  O forro da capela mortuária é de Lucca della Robbia em terracota vitrificada.

 

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A cripta é a parte mais antiga da igreja, do século 11

 

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Em 1200 foi construído o prédio em estilo ao lado da Basílica,  chamado Palazzo dei Vescovi, que depois virou convento.  A comunidade monástica é atualmente composta por 12 monges de diversas partes do mundo.

 

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Na lojinha é possível adquirir produtos como velas, doces, licores, biscoitos, chocolates e chás, produzidos pelos monges

 

Cemitério Porte Sante

Na parte externa fica o cemitério monumental, conhecido como Porte Sante, rico de obras de arte.  Ali estão enterradas personalidades famosas, como o produtor de filmes Cecchi Gori, o escritor Giovani Papini, o pintor Annigoni e Carlo Collodi, o criador de Pinóquio.

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Este é um dos maiores cemitérios monumentais da Toscana  e se estende por todo San Miniato al Monte, e cerca a basílica e o mosteiro

 

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O cemitério, inaugurado em 1848,  foi projetado por Niccolò Matas, o mesmo arquiteto da fachada de Santa Croce. É um museu de esculturas ao ar livre, com dezenas de capelas funerárias privadas que são verdadeiras obras-primas da arquitetura medieval e renascentista florentina.

Millenium Sunset Concert

As comemorações do milênio da Basílica começaram exatamente no dia 27 de abril, data em que há mil anos foi inaugurada a igreja. A programação é de um ano de celebrações,  com um evento a cada mês, até abril de 2019. Eu participei do Millenium Sunset Concert, na noite de 21 de junho, dia que marca o solstício de verão.  Assistimos ao pôr do sol numa tarde regada à muita música, dança e teatro, iniciativa beneficente  para realização de uma escultura que será doada à comunidade de San Miniato.

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A apresentação contou com narração do ator Glauco Mauri, que através de alguns episódios retratou a história de Firenze e da Abadia. A musica seguiu o mesmo caminho e possibilitou aos espectadores da Idade Média até a comtemporaneidade, com Orpheus Ensemble e a Orquestra la Filharmonie, dirigida pelo maestro Nima Keshavarzi, com performances teatrais do Medici Dynasty. A organização foi da Associação Passignano,  a quem agradeço imensamente. E para surpresa dos participantes, o encerramento foi uma espetacular queima de fogos sobre a cidade de Firenze. Que privilégio ter participado de um evento tão significativo e emocionante!

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O show foi no pátio de San Miniato, com mil convidados, quando foram acesas mil velas assim que o sol se pôs

 

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Os monges e o canto gregoriano

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Basílica de San Miniato al Monte

Via delle Porte Sante, 34. – Firenze  (entrada gratuita)

Horários de visitação: 

De segunda à sábado : 9.30 – 13 ; 15 às 19 h (19h30 no verão)

Domingo : 8:15 às 19 h (19h30 no verão)

Para as apresentações do canto gregoriano: De segunda a sábado,  às 7h e aos domingos  às 8:15 (entrada da via dele Porte Sante)

Horários de celebrações eucarísticas:

O parque e o mercado delle Cascine, em Firenze

O Parque delle Cascine é o maior parque público de Firenze, com uma área de 130 hectares,  onde florentinos e turistas praticam esportes,  descansam e fazem piquenique. O local abriga diversos eventos culturais e esportivos e uma feira que acontece todas as terças-feiras, durante todo ano.  É o Mercado delle Cascine, o maior e mais econômico mercado ao ar livre da cidade, onde você encontra artigos a precinhos bem em conta!

O Parque delle Cascine é o maior parque publico de Florença

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 O parque delle Cascine
O parque surgiu no século 16 e era uma área agrícola da família Medici. O primeiro núcleo do parque consistia na propriedade Cascine dell’Isola, adquirida pelo duque Alessandro I de’ Medici e aplicada por Cosimo, com a aquisição de outras terras, utilizadas para  a agricultura e para a caça. Seu nome deriva da palavra cascio, que era o local de ordenha das vacas para a produção de queijo.
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São cerca de 130 hectares de área verde a poucos minutos do centro de Firenze

 

O patrimônio arbóreo do parque é muito rico, com mais de 19 mil exemplares

Em 1563  toda a área verde delimitada pelo  Arno e pelo Mugnone e pelo canal Macinante, a poucos  passos  do centro histórico, tornou-se o Parque delle Cascine. Com a passagem de propriedade para a família Lorena a função pública do parque aumentou cada vez mais.

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Monumento dedicado ao jovem príncipe indiano Rajaram Chuttraputti, que morreu em Firenze em 1870. Ali perto fica a Ponte All’Indiano, que liga os bairros de Peretola e Isolotto

 

Ao final do parque, a Cafeteria dell’Indiano, pausa no lindo cenário perto da ponte All’Indiano

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Mercado delle Cascine

O Mercado delle Cascine funciona todas as terças de manhã, às margens do rio Arno,  na via Lincoln, com uma grande quantidade de stands, que vendem artigos novos e também usados, até mesmo objetos vintage e para colecionadores e também artesanato.
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Toalhas de mesa por 3 euros

O percurso do mercado é de 1 Km e voce pode encontrar de tudo, a um precinho bem baixo:  partindo do chafariz do parque, as primeiras bancas são de vestiário. No final, produtos como mel, geleia, frutas, pão e até flores.
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A praça do chafariz e ao fundo a Palazzina Reale onde funciona a Escola Agrária da Universidade de Estudos de Firenze

Os produtos são bem econômicos. A maiora das bancas exibe o valor da mercadoria e algumas, atè de marcas famosas, especificam que são remanescências de estoques de lojas.
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Os visitantes podem adquirir alimentos e produtos típicos, como queijos e salames e se a fome aplacar, optar por um panino!

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Quando acontece:
Todas as terças –  das 7 h às 14h (no inverno começa às 8 horas )

Como chegar:

Alugar bicicleta  com o programa de bicicleta compartilhada por ser uma excelente ideia! Detalhes aqui.
A pé –  são apenas 15 minutos do centro, o melhor percurso é pelos lungarnos (beirando o Rio Arno)
Ônibus: 17 (adquirir bilhetes no tabacchi)
Tram – saindo de SMN, o percurso dura poucos minutos. Pegue o tram em direção à Villa Costanza e desça na estação Olmi, no parque Le Cascine (Olmi) . Para retornar para a estação, direção Alamani.

Os lançadores de bandeiras

A arte dos lançadores de bandeira tem origem medieval, surgiu mais precisamente durante as guerras. A bandeira era um sinal do orgulho cidadão mas ao mesmo exprimia uma necessidade tática e era um ponto de referência durante os combates. E os lançadores de bandeira encarregavam-se de comunicar e transmitir mensagens como o momento para atacar e os movimentos que precisavam fazer com as tropas durante as batalhas.

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Os lançadores de bandeiras em apresentação na Praça da Signoria

 

Atualmente as apresentações dos lançadores de bandeiras são um belíssimo espetáculo que podemos presenciar em determinados eventos e festividades. O que não mudou mesmo depois de tantos séculos é orgulho de quem está envolvido nessa atividade. E Firenze, que é uma cidade que conserva tradições antigas, nos presenteia com lindas festas tradicionais quando é possível admirar o voo das bandeiras num cenário com figurantes a caráter e damas renascentistas que integram o cortejo e desfilam pelas ruas do centro histórico.

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Os lançadores de bandeiras colorem e deixam boquiabertos milhares de espectadores! Movimentos, cores e coreografias dos lançadores de bandeira que encantam num espetáculo que pode ser visto em poucos lugares do mundo.

 

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Esta arte milenar que encanta multidões é uma atividade com regras rígidas, com critério e técnicas. As bandeiras são agitadas e depois lançadas para cima e em seguida apanhadas pelo cabo, sem que caiam no chão

 

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Os lançadores de bandeiras dos Bandierai degli Uffizi e a arte do manejo das bandeiras, originalidade. No rico currículo de sua tradição já participam de eventos importantes, tanto no âmbito esportivo quanto histórico

 

Em Firenze e arredores existem diversos grupos de lançadores de bandeiras, sendo que o principal é o  dos Bandierai degli Uffizi, que surgiu em 1973 como parte do Corteo Storico della Repubblica Fiorentina, com cerca de 530 integrantes,  figurantes com vestimentas nobres e armas, armaduras, música e damas renascentistas.

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Os Bandierai degli Uffizi são parte integrante da Procissão Histórica da Republica Florentina e do Calcio Storico. É o unico grupo que representa oficialmente a cidade de Florença

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A procissão histórica da República Fiorentina nasceu com a intenção de recordar a atmosfera da Florença Renascentista e atualmente integra  o grupo do Calcio Storico Fiorentino, o jogo tradicional da cidade quedou origem ao futebol moderno.

 

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As bandeiras representam as 16 magistraturas e escritórios da Florença renascentistas na época da República do século 16. O grupo se apresenta durante jogos do Calcio Storico

 

Troféu Marzocco

Existe uma competição entre os grupos de lançadores de bandeiras, o Trofeo Marzocco, que acontece sempre no dia 1º  de maio, ao centro da divina Piazza della Signoria.  Participei do evento à convite dos Bandierai degli Uffizi, o grupo oficial do Palazzo Vecchio.  É um torneio entre os grupos  históricos de lançadores de bandeiras,  que aqui  na Itália são chamados de sbandieratori.
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A apresentação é resultado de um treinamento realizado respeitando as antigas tradições

Antes da manifestação tem cortejo pelas ruas do centro histórico da cidade, que parte do Palaggio di Parte Guelfa, na imediações do Mercado Del Porcelino, percorre algumas ruas da cidade e vai até a Piazza della Signoria, onde acontecem as exibições entre os participantes do evento.

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O Cortejo pelas ruas de Firenze, com os participantes em trajes renascentistas

 

Para saber mais a respeito da atividade, fiz uma entrevista com Christian Marini, que faz parte do Bandierai degli Uffizi desde 2003.   Apaixonado e orgulhoso da atividade que começou quando tinha 23 anos, Christian já participou de diversos eventos importantes, dentre os quais, uma exibição em Nova York:

 

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Christian Marini, que começou a dedicar-se à atividade de lançador de bandeiras aos 23 anos. “Aconselho a todos, foi a melhor escolha que fiz” (foto divulgação)

 

1 – Como começou?

Um meu caro amigo, que infelizmente não está mais com a gente, Filippo Galli, fazia parte dos Bandierai degli Uffizi e sempre quando a gente se encontrava ele dizia que eu deveria provar a executar as bandeiras pois iria gostar e me divertir. Se pudesse voltar no tempo, teria seguido o conselho dele muito antes.

2- O que representa essa atividade?

Fazer o executado de bandeiras me permitiu representar a minha cidade, seja nas manifestações que acontecem aqui em Firenze seja por todo o pais e ate mesmo no mundo. portanto, è segumangte uma grande honra pra mim. Alem disso, e importante é a diversão.

 

3- Quando surgiu e o que representa o grupo dos Bandierai degli Uffizi?

Surgiu em 1973 e fazem parte do Corteo della Repubblica Fiorentina. Nos exibimos em ocasião do Cálcio Storico Fiorentino, uma rievocazione de uma partida disputada em fevereiro de 1530 quando os florentinos, assediados das tropas de Carlo V começaram a jogar para despistar o inimigo.

 

4- Quantas vezes por ano?

São 60 vezes por ano como lançadores de bandeira. Para quem, como eu, ha uma família e filhos, é impossível participar de todas as exibições, em media, participo de 20 ou 25 por ano.

 

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Christian, o primeiro da esquerda, durante apresentação na Piazza Santa Croce, em Firenze

 

5- Quais sao as principais dificuldades para um lançador de bandeiras?

É uma atividade extremenaten difícil e precisa de muito treino ara aprender, as dificuldades principais  é fazer com precisão os vários lançamentos de uma coreografia, talvez passando em poucos segundos de lançar uma bandeira a 15 metros e logo depois lançar-la a quem está ao seu lado.. Existem depois algumas variantes que aumentam a dificuldade, o vento e2 certamente o nosso maior inimigo, a chuva e os espaços limitados. É difícil também conseguir segurar o lado emotivo. Nesse pedido tive a sorte de me exibir em locais belíssimos e em ocasiões e eventos muito importas, e nesse casos, é muito importante saber controlar a emoção .

 

6- Existem também mulheres que participam?

O corteo storico da Repubblica Fiorentina é de origem militar e a única figura feminina permitida é a das “madonne fiorentine”.

 

7- Existe rivalidade entre os lançadores de bandeira de outros grupos de Firenze?

Absolutamente não  Na província são diversos grupos, alguns numerosos.  Nós, que fazemos parte da prefeitura de Firenze, nos exibimos principalmente nas festas do município e logicamente somos os únicos que nos exibimos nessas manifestações. A única competição que participam é o Trofeo Marzocco na Piazza della Signoria, quando convidados grupos de toda a Itália. Não é possível que haja rivalidade com associações privadas que fazem espetáculos em ocasiões diferentes das nossas.

 

8 – Como vocês se preparam para as exibições?

Com treinamento, que serve para aperfeiçoar os movimentos e melhorar a harmonia com os movimentos com todos os participantes. Uma apresentação é realmente bela se todos os  componentes fazem os movimentos idênticos e ao mesmo tempo, sincronizados.

 

9- Qual o local mais bonito em que se apresentou?

Nesses 15 anos, tive a sorte de me apresentar em locais e ventos fantásticos, mas se devo escolher um fora de Firenze, direi que ter feito  voar a bandeira que traz a flor de lírio estampada em meio aos arranha-céus de Nova York  foi uma experencia única.

 

 

As apresentações em Firenze acontecem em determinados períodos do ano, como no Domingo de Páscoa, no dia 1º de maio (Trofeo Marzocco), em junho durante as partidas do Calcio Storico. O cortejo histórico passa por algumas ruas e praças do centro histórico de Firenze e não é necessário adquirir bilhete para assistir ao desfile.

 

Apresentação do dia 24 de junho – Festa de San Giovanni

15 horas-  O cortejo histórico parte do Palácio di Parte Guelfa em direção à praça Santa Maria Novella onde se encontra com os jogadores e outros integrantes do cortejo

16 horas – todo o cortejo sai em em direção à Piazza Santa Croce, passando por Via Tornabuoni, Piazza della Repubblica, Via Calimala, Piazza della Signoria e via dei Neri

17 horas- Final do Calcio Storico na piazza Santa Croce (Rossi contra Verdi)

 

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Em 24 de outubro de 2018, os Bandierai degli Uffizi festejaram 45 anos do grupo em solenidade no Salone dei 500, no Palazzo Vecchio, onde foi lançado o selo postal comemorativo

Bucine e a Valdambra, na Toscana

A deslumbrante região da Toscana não para de surpreender!  Território pouco conhecido mas com muito a oferecer, Bucine e a Valdambra, sem dúvida alguma tem tudo para encantar seus visitantes! É uma excelente opção que pode servir de base para explorar diversas cidades, pois está localizada em posição estratégica: entre Siena, Firenze e Arezzo.  Valdambra, ou Val d’Ambra,  é o vale que segue o curso da torrente Ambra. O centro habitado mais importante é Bucine, com média de 3.500 residentes, sendo que a população total do município, que pertence à província de Arezzo, é de cerca de 10 mil.

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Explorando a Valdambra

 

Esse cantinho da Toscana é rico de história, cultura e belezas naturais.  Em suas verdes colinas, a perder de vista, plantações de azeitona e uva onde são produzidos produtos de excelência. A Valdambra é terra de gente hospitaleira, apaixonada pelo território e por suas tradições,  que recebe com carinho, amor e orgulho e que transformam a sua visita numa experiência de viagem inesquecível!

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Habitado desde a antiguidade, no território encontramos fósseis e artefatos antropológicos de épocas etrusca e romana, importantes castelos e abadias da Idade Média. Confinante com cidades do Chianti, a Valdambra é uma região que atende muito bem quem é adepto do slow travel e busca um passeio despretensioso, para desbravar a localidade com tranqüilidade, visitar suas igrejinhas, flanar pelos becos do burgos medievais admirando suas torres e castelos,  papear com os moradores, experimentar sua singular culinária baseada nos produtos locais e absorver um pouco dos hábitos e da cultura locais.  E para os amantes de esportes, é uma academia a céu aberto, onde os visitantes podem praticar esportes como trekking, jogging, ciclismo, moutain bike e muitas atividades ao ar livre, como cavalgada.

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À convite da prefeitura de Bucine passei um maravilhoso final de semana na região da Valdambra.  Mostro como foram esses 2 dias nesse  fascinante território, rico de história e belezas, com vilarejos medievais, festivais gastronômicos e natureza incontaminada.

 

Sábado 

Nosso ponto de encontro foi no sábado pela manhã, em Bucine, onde fomos recebidos pelo assessor de promoção do território Nicola Benini e por John Werich, que colaborou com a organização do evento.  Começamos o nosso blog tour no sábado pela manhã, visitando a pieve românica de San Giovanni Battista a Petrolo,  onde estão custodiadas obras em terracota vitrificada de Giovanni della Robbia, realizadas entre 1517 e 1521.

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A Pieve de Galatrona

Logo depois seguimos para a Torre di Galatrona, a poucos quilômetros dali. Conhecida como  “Il Torrione”, tem 26 metros e é o que restou de um dos mais importantes castelos da Valdambra, em posição estratégica respeito à vale. Em 1351 os florentinos ocuparam  o castelo. De acordo com documentações resulta que existiam 2 torres, e no século 15 , um vilarejo fortificado.

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A torre tem 26 metros e durante o percurso de subida podemos testemunhar um pouco da história de Galatrona e da torre, com fotografias, documentos e objetos custodiados em seu interior

 

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Do alto da Torre de Galatrona avistamos a vinícola Petrolo

Dali seguimos para a vinícola  Petrolo, que concentra sua produção em vinhos de prestígio , como os renomados Galatrona, Torrione e Bòggina, com meticuloso cuidado tanto nas videiras quanto na cantina. A Petrolo, no Valdarno Superior, produz azeite extra-virgem biológico e vinhos prestigiosos. Com cerca de 150 mil pés, em sua maioria Sangiovese – mas também Merlot e Cabernet Sauvignon -, a Petrolo, gerenciada pela quarta geração da família Bazzocchi-Sanjust,  produz também azeite de oliva extra-virgem biológico IGP toscano.

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Nos anos 80 a família abriu na localidade um agroturismo nesta linda região rural. Local sossegado e para quem busca relax e contato com a natureza, com a típica paisagem toscana constituída de plantações de uvas e azeitonas.

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A Tenuta Petrolo é composta da Villa Petrolo e de 3 casarões independentes para os hóspedes. No local é possível fazer degustações e adquirir produtos como vinho e azeite de oliva

Desde 2016 os vinhos Petrolo ganharam o EU Organic Certification. A peculiaridade do território com oliveiras, bosque e vinhedos, a altitude e a composição do terreno são fatores fundamentais que favorecem a alta qualidade dos vinhos. “O resto faz a paixão e a capacidade de estar os ensinamentos que a própria terra transmite”, exalta o proprietário Luca Sanjust.

Petrolo

Depois de uma visita à cantina, uma farta mesa com produtos locais. Degustação de vinhos e azeites Petrolo com produtos típicos locais. Presunto cru, finocchiona e os saborosos salames da Macelleria Sani com os vinhos da Petrolo.

 

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Os queijos pecorino da Azienda Agricola Panzano casam super bem seja com geleia que com mel!  Adorei o mel com pimenta e  a pasta de amora (preparada com menos açúcar que a geleia).  da Sapori della Valdambra, de Cinzia Valentini

 

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Encerramos nosso almoço com um delicioso Vin Santo, o Sanpetrolo um dos melhores que já experimentei na vida! Produzido desde os naos 50, o Sanpetrolo, envelhecido 9 ano, não é filtrado e contém 50% uva Trebbiano e 50% Malvasia Bianca

Após o almoço seguimos para a vinícola Il Carnasciale, no Val d’Arno di Sopra,  a única no mundo a produzir a uva Caberlot, que é a mistura entre as espécies Merlot e Cabernet Franc. A vinícola, de propriedade da família alemã Rogosky desde os anos 70, fica em Mercatale Valdarno.

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E a vontade de passar horas e horas apreciando este panorama? A região atende muito bem os que querem desacelerar e curtir com toda a tranquilidade a beleza da natureza

Quem nos recebeu foi o proprietário Moritz junto ao enólogo Peter Schilling. Eles nos explicaram sobre a unicidade das uvas Caberlot, que crescem apenas nesta região, numa área de 3 hectares. Valorizando a produção com insumos naturais e  proteção do solo, a Carnasciale é uma vinícola orgânica onde as uvas são colhidas a mão.

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O resultado é um vinho de alta qualidade, elegante, com proporções perfeitas e perfume original. A produção é pequena,  são cerca de 3.500 garrafas por ano de Caberlot, o que ajuda a tornar o vinho tão especial. Vencedor de prêmios e com excelente reputação,  é produzido apenas em garrafas magnum que são numeradas manualmente pela senhora Bettina, mãe de Moritz. A primeira produção foi em 1988 e em 2000 foi introduzido o vinho Carnasciale,  com produção anual de 4 mil garrafas. Ambos feitos exclusivamente com uvas Caberlot.

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As etiquetas do Il Caberlot (foto divulgação site da empresa)

Prosseguimos nosso passeio em visita à  Ceccina, burgo medieval que está posicionado sobre uma colina a 470 m de altitude.

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A fortaleza que foi de grande importância no passado, devido à sua posição estratégica. O Castelo de Ceccina é de 1167

 

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Um dos burgos mais encantadores e pitorescos da região. A primavera dá espetáculo e confere mais beleza às casas do pequeno vilarejo

No final do dia fomos para o Il Verreno Resort, onde ficamos hospedamos. A recepção em grande estilo foi com Prosecco e deliciosos e refinados quitutes.

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O Il Verreno, inaugurado em julho de 2017, é um resort num ambiente toscano mas com toque moderno, em posição privilegiada, com maravilhoso jardim, sauna, piscina, área para festas e playground para as crianças.

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Resort Il Verreno, refugio toscano com atmosfera de uma casa de campo e excelente serviço de hotel

O restaurante do hotel La Cucina di Donnaluisa é comandado pela expert chef Marialuisa Lovari, que nos recebeu para um maravilhoso jantar, onde tivemos a companhia do prefeito de Bucine Pietro Tanzini e de Nicola Benini, que nos acompanhou em nossas visitas e passeios.

 

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Marialuisa Lovari nos recebeu com um excepcional jantar. No menu galeto com espuma de batata, creme de feijão com tortelli, pici com ragu de pato, cubos de carne de porco com funghi e chutney de cebolas e para finalizar, esta maravilha de sobremesa: barra de chocolate e café com cremoso de lamponi e sorvete de creme

 

Domingo

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Colazione caprichada no resort Il Verreno

Depois de um reforçado café-da-manhã no hotel seguimos para Badia a Ruoti,  a poucos kms de Ambra, que desenvolveu-se em torno da construção que abriga abadia dedicada à San Pietro, que é do século 10, e que por mais de 400 anos pertenceu à diocese de Montepulciano.

 

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O burgo fortificado de Badia a Ruoti

 

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O pátio do convento. Tivemos acesso aos ambientes no sub-solo, com cantina os locais de deposito de cereais e onde mantinham o gelo (ghiacciaia), para preservar alimentos. A abadia atualmente é sede de atividades recreativas e culturais, com possibilidade de alojar pessoas interessadas em pernoitar no local

Visitamos o convento, que é do ano 1000,  ao lado da igreja de San Pietro a Ruoti. A igreja apresenta afrescos e a divina obra L’Incoronaziaone della Vergine di Neri di Bicci, de 1472, que traz moldura realizada por Da Maiano,  único exemplar que permanece intacto.

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A obra L’Incoronaziaone della Vergine, de Neri di Bicci

 

Dali seguimos para visitar os bucólicos burgos de Sogna, Rapale e Ambra.

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O burgo de Sogna, para quem busca sossego e total relax em lugar mais isolado

Ambra – O burgo de Ambra faz parte do comune de Bucine e está a 258 m de altitude.  A cidade é pequena, com cerca de 1300 habitantes.  Quem visita a cidade em setembro poderá conferir o evento gastronômico  “Sagra della Lumaca”, com música, cerveja e a atividades para toda a família. E no último dia do evento, acontece o “Palio della Palla Tonchiata”, uma rememoração dos conflitos entre Ambra e Bucine, onde os participantes precisam empurrar uma roda de pedra com cerca de 90 quilos fazendo 2 giros em volta do burgo.

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Ambra – a igreja de Santa Maria Assunta, de 1300

 

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O burgo de Rapale

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Antes de seguirmos para Montebenichi visitamos o Polo Club Villa a Sesta do Relais la Martina, uma área que abriga um encantador hotel que conta com o restaurante de cozinha típica toscana La Martina.

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O Polo Club Villa a Sesta é palco de competições profissionais nacionais e internacionais de polo

Prosseguimos para  Montebenichi, um antigo burgo bem conservado, situado sobre as colinas do Chianti aretino, uma joia da região, que graças aos seus 511 metros de altitude desfruta de uma posição privilegiada na paisagem toscana. O nome do lugar e do castelo originaram-se de um assentamento longobardo, do qual restam poucos vestígios, exceto por algumas partes das muralhas e relíquias da torre. A Praça Gorizia, com suas antigas construções, é o coração do burgo.

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O “Castelletto”, castelo original da fortaleza, restaurado em refinada arquitetura neo-gótica pelo pintor Salvadore Malesci onde atualmente funciona um hotel

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Explorar Montebenichi é ter a sensação de passear por um autêntico local medieval

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Almoçamos na Osteria Orciaia, sob a batuta do chef Simone Biagi, que preparou alguns deliciosos pratos da tradicional cozinha toscana.  Começamos com crostino e bruschettina al pomodoro fresco, depois como primo crespelle de ricota al pomodoro e para finalizar, stracotto di Chianina com vinho tinto e o saboroso feijão cozido em frasco de vidro.

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Atmosfera amigável – O chef Simone Biagi (com o frasco onde é cozido o delicioso feijão) e o prefeito de Bucine Pietro Tanzini. Simone preparou também uma deliciosa trippa alla fiorentina, um dos mais típicos pratos da culinária toscana

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O territorio é caracterizado pela presença de uma olivicultura muito difusa e para promover, valorizar  e tutelar a atividade, a prefeitura de Bucine junto ao CNR- Ivalsa de Firenze,  está desenvolvendo o projeto Olio Nostrum, difundindo a cultura da qualidade do azeite produzido na região, que conta com 33 espécies de azeitonas.

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Esta é o “Olivone”, que tem mais de 300 anos e é a maior e mais antiga oliveira da Toscana e foi inserida no elenco “Alberi della Memoria” , projeto de proteção e promoção do patrimônio natural e cultural

 

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Antes do nosso retorno para Firenze fomos conferir a 1ª edição do Festival delle Frazioni, evento dedicado à promoção e valorização dos produtos e pratos da Valdambra. Cada burgo apresenta uma receita típica e um juri técnico e popular votam para eleger o vencedor

 

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À esquerda, John Werich, um dos organizadores do evento e alguns dos jurados do concurso de gastronomia (foto divulgação cedida por John)

Participaram do evento Nicolas Pradier e Georgette Jupe, do blog Girl in Florence,  Nardia Plumridge, do blog Lost in Florence, e a jornalista Selin Sanli.

Meu muito obrigada à prefeitura de Bucine, na pessoa do prefeito Pietro Tanzini e do assessor de promoção do território Nicola Benini, e à John Werich, um dos organizadores do evento. Fomos muito bem recebidos por toda a equipe, que nos acolheu calorosamente, com muito profissionalismo, entusiasmo e dedicação.

 

Meio de transporte

Bucine tem estação ferroviária, mas a melhor maneira de visitar a região é de carro, pois o visitante terá possibilidade de visitar localidades e atrações sem depender de transporte público e não ficar limitado ao seus horários. Com seu próprio meio de transporte você terá  condições de explorar seus burgos, vinícolas e atrações com toda a calma e tranquilidade que o local merece.

 

Distâncias:

Firenze – 50 Km

Siena – 30 Km

Arezzo – 30 Km

 

A feira Pitti Uomo, verão 2018

Adoro a versão de verão da feira de moda masculina Pitti Uomo.  A edição de número 94, que começou hoje,  já deu o maior ânimo na cidade de Firenze, que durante quase 1 semana transforma-se no maior reduto fashion do mundo. Firenze respira moda e até sexta diversos eventos agitam a cidade, com muitas  festas e eventos privês super disputados,promovidos por ateliês, grifes renomadas, lojas e estilistas. Muitas marcas trazem special guests para os desfiles que apresentam as novidades para o próximo verão.

 

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Esta é a edição de numero 94, Pop- Pitti Optical Power, que antecipa em um ano as coleções de moda masculina

 

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Giorgio Giangiulio

 

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Franco Mazzetti

 

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Lino Ieluzzi

 

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Gianni Fontana

A feira Pitti não é uma semana de moda, mas é o evento internacional mais importante para coleções de moda masculina e acessórios e acontece duas vezes por ano aqui, na Fortezza da Basso em Firenze, nos meses de janeiro e junho, bem pertinho das grandes semanas de moda na Europa, como Londres, Milão e Paris. Mais do que circular pela feira, adoro conferir os outfits de quem visita o evento. Jornalistas, modelos, empresários do setor e alfaiates sempre capricham nos looks e fazem a alegria dos fotógrafos. E os estilos são os mais variados, desde looks dandy super estudados, até  o despojado-esportivo, sempre com muito estilo e personalidade.

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menswear

menswear

 

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Um passeio por Veneza

Veneza é única, linda, romântica e encantadora! São muitos os adjetivos para definir esta cidade formada por mais de 100 ilhotas e que fascina e impressiona multidões!  Já estive em Veneza outras vezes e voltei agora no início da primavera com a minha família. Foi uma experiência mais enriquecedora, pois passamos alguns dias explorando cada cantinho com mais calma e atenção.

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Veneza é situada sobre um grupo de 117 pequenas ilhas, separadas por canais e ligadas por pontes, que contabilizam cerca de 400! Está ligada ao mar Adriático por 3 aberturas e a parte da cidade em terra firme está na localidade de Mestre

Localizada na Lagoa de Veneza, é uma das cidades mais exclusivas e originais do mundo! Formada por centenas de ilhas, Veneza apresenta diversas pontes, por onde transitam gôndolas e traghettos. A cidade  surge sobre as águas da laguna e é mantida por estacas que foram encravadas no terreno. Imaginem que ao invés de ruas existem canais e ao invés de carros, embarcações. E é o maior vai e vem de barcos!  Praticamente toda a cidade depende de embarcações para funcionar: transporte para a população e abastecimento, barcos que transportam mudanças, polícia, ambulância, táxi.

Desenhada por Santiago Calatrava, A Ponte della Costituzione, aberta ao público em 2008, atravessa o Canal Grande, entre a praça Roma e a estação ferroviária

 

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A instalação de quase 9 metros do artista Lorenzo Quinn, para chamar a atenção da população sobre as questões do aquecimento global. A obra ficou até o inicio de maio no Canal Grande

 

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A gondola é um dos símbolos da cidade e das melhores pedidas para os visitantes. Aqui os turistas curtem um passeio no sestiere de Cannaregio

Veneza é a capital do Vêneto e no seu centro histórico vivem cerca de 53 mil habitantes (cerca de 81  mil se consideramos também as ilhas), mas os números caem a cada ano. Os venezianos me disseram que a cidade perdeu um pouco da sua essência e que atualmente  encontram dificuldades para manter vivas as suas tradições.  A cidade tem sofrido o grande assédio de turistas e os órgãos públicos vêm fazendo muitos apelos para conscientizar os frequentadores sobre a boa conduta, cuidados e preservação da cidade.  E é nossa obrigação respeitar e ajudar a manter esse lindo patrimônio.

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A Basílica de Santa Maria della Salute, na Punta della Dogana, costruída para celebrar o fim da peste. Foi construída entre 1631 e 1687

 

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Artesão produzindo as tradicionais máscaras de Veneza

 

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Mapa da cidade com os 6 sestieri de Veneza

A senhoril Veneza divide-se em 6 bairros, ou seja, sestiere, cada um com suas próprias características. Em breve falarei mais especificamente sobre eles. Neste post vou falar sobre as principais atrações que você vai encontrar em cada um dos bairros:

San Marco 

Seu nome deriva da Basílica de São Marcos e este é o coração da cidade e sem dúvida o bairro mais conhecido pelos turistas. Geralmente é daqui que os turistas começam a explorar a ilha. Reúne atrações como a Basilica di San Marco, o Campanario di San  Marco (tem 99 metros de altura e de onde tem-se uma vista espetacular da cidade) , o Palazzo Ducale, a Ponte dos Suspiros  (construída entre 1600 e 1603, fica perto da Praça Sao Marcos e liga o Palazzo Ducale às Prigioni Nuove, o primeiro edifício no mundo que foi construído para ser uma prisão) , a  Torre do Relógio (construida entre 1496 e 1499) e o Palazzo Ducale.

 

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San Marco é o centro político e legislativo da cidade desde a República e é o maior espaço aberto de Veneza, que abriga a Basílica, que é uma suntuosa construção e um dos principais cartões-postais da cidade

 

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O interior da Basílica de São Marcos, em estilo bizantino. A igreja tem mais de mil anos e é o resultado de quatro igrejas anteriores

 

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A igreja possui uma grande cúpula central e quatro cúpulas menores. Os mosaicos da basílica são de uma riqueza que impressiona! Representam a vida e a obra de Cristo

 

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Os concertos no elegante Caffè Florian, na Piazza San Marco. Inaugurada em 1720, esta é a mais antiga cafeteria da Europa e merece uma visita, é um deslumbre!

San Polo

Apesar de ser  o menor bairro da cidade, é repleto de atrações, bodegas e osterias. É aqui que encontramos a Ponte di Rialto, cuja construção começou em 1588, e o Mercato di Rialto, o típico mercado de peixe e verdura e o mais importante da cidade. O quarteirão recebe este nome devido à igreja e ao Campo  San Polo, a maior praça de Veneza, depois da de São Marcos.

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O Canal Grande que tem mais de 4 Km de extensão

 

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Construída em 1181, a Ponte do Rialto é a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Canal Grande

 

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O Campo San Polo, ou Praça San Polo

A Praça San Polo abriga a igreja homônima. Outra igreja que merece uma visita é a de San Giacomo di Rialto, considerada a mais antiga da cidade. Em San Polo estão presentes importantes atrações, como as Scuola Grande di San Rocco, que contém uma maravilhosa coleção de arte com obras de Tintoretto, que decorou seus tetos e paredes por mais de 20 anos, e a Scuola di San Giovanni Evangelista, fundada em 1261.

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A Scuola Grande di San Rocco (foto divulgato Wikipedia)

Castello

Situado na parte leste da ilha, o sestiere de Castello é o maior da cidade e mais residencial e é o único que não é voltado para o Canal Grande. Seu nome deriva de um forte medieval onde o bairro desenvolveu-se.  Castelllo é uma das áreas mais verdes da cidade, com jardins arborizados e excelente área para recreação de crianças.

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Um passeio pelo bairro vai te levar ao encontro do famoso Arsenale (um grande canteiro naval fundado em 1104, atualmente sede do Museu Naval) e da Biennale di Venezia, instituição que organiza o Festival de Cinema de Veneza.

Castello

Dentre os prédios mais importantes estão a Basilica dei Santi Giovanni e Paolo,Chiesa di Santa Maria Formosa, Fondazione  Querini Stampalia, Museo di Palazzo Grimani,  Monastero di San Francesco della Vigna e a  Riva degli Schiavoni, um excelente local para passeio à beira mar,  com menor concentração de turistas.

 

Castello

O sestiere de Castello é o bairro mais distante da estação, a pé você vai gastar cerca de 40 minutos para chegar (linhas 4.1 e 5.1 do vaporetto).

 

Dorsoduro

Ligado ao sestiere de San Marco através da Ponte dell’Accademia, este é o bairro mais boêmio da cidade, que costuma atrair artistas, intelectuais e estudantes. Área rica de museus, igrejas e palácios, apresenta uma atmosfera mais nostálgica e muitas atividades culturais.  Para os visitantes, são muitas as atrações, como a  Galleria dell’Accademia a Collezione Peggy Guggenheim, no Palazzo Venier dei Leoni, o  Museo di Arte Contemporanea di Punta della Dogana, a Galleria di Palazzo Cini  e Ca’ Rezzonico, prestigioso palácio veneziano de frente ao Canal Grande e sede do Museo Del Settecento. Dentre as igrejas do bairro, Chiesa dei Gesuati, com obras de Tiepolo e Tintoretto, Chiesa di San Sebastiano, em estilo renascentista e famosa pelas obras de Veronese, a Chiesa di San Trovaso e a Chiesa dei Carmini.

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Perto da Universidade de Veneza está o Campo Santa Margherita, um dos locais mais movimentados do bairro.  Rodeada de restaurantes e barzinhos, é a praça onde as famílias passeiam e onde acontecem os mercadinhos.

 

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O Campo Santa Margherita

 

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Proximidades do Campo San Barnaba, onde está a Igreja de San Barnaba, outra atração de Veneza

É em Dorsoduro que está a linda basílica Santa Maria della Salute, monumental igreja barocca, na Punta della Dogana.

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A construção da igreja começou em 1631 e foi realizada pelo arquiteto Longhena

 

Cannaregio

Este foi o bairro que escolhemos para nossa hospedagem.  O sesteiro di Cannaregio estende-se do Canal Grande até a Laguna e  fica na parte norte da cidade,  uma região mais tranquila,  bem menos turística e mais autêntica.  Nesta região fica a estação ferroviária de Veneza Santa Lucia. É repleto de vielas, bodegas, ateliês, restaurantes e bares.

 

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No bairro de Cannaregio, um restaurante na “fondamenta”, que é um calçadão que beira um canal ou um rio

Uma atração famosa do bairro é o gueto hebraico, que é o mais antigo do mundo e possui 5 sinagogas.

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Campo di Ghetto Nuovo, praça onde podemos observar os judeus em sua vida cotidiana

Uma das atrações mais visitadas do bairro é o Ca’ d’Oro, um dos mais lindos palácios do Canal Grande, perfeito exemplo do gótico veneziano. Cannaregio tem importantes e bonitas igrejas dentre elas a  Chiesa della Madonna dell’Orto, igreja gótica que abriga obras de Tintoretto, a Chiesa di Santa Maria dei Miracoli, exemplo de arquitetura renascimental veneziana e a Chiesa degli Scalzi, perto da estação.

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Campo Santi Apostoli e a igreja dei Santi Apostoli

 

Neste parte da cidade encontram-se as Fondamente Nuove, de onde partem os traghettos para outras ilhas,  como Burano e Murano.

 

Santa Croce 

É neste bairro  que fica a estação de ônibus e é a única parte da cidade onde circulam carros. Inclusive na Piazzale Roma é onde você encontra estacionamento na cidade, mas é bem caro!  Passei pouco tempo neste sestiere, que é o menos turístico de Veneza.  e o cantinho da cidade com restaurantes mais econômicos.

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Dentre as atrações do bairro estão a Chiesa di San Giacomo dell’Orio, a igreja de San Stae,  o Fondaco dei Turchi,  um palácio medieval que se debruça sobre o Canal Grande e que abriga o Museu de Historia Natural e os lindos prédios, o Palazzo Mocenigo  (excelente pedida para os interessados por história da moda, pois ali estão expostos  vestidos autênticos do século 18)  e a Ca’ Pesaro, sede permanente da Galeria Internacional de Arte Moderna, rica em obras dos séculos 19 e 20.

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A Igreja de San Simeone Piccolo, vista da estação ferroviária de Santa Lucia

 

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Gastronomia em Veneza

A gastronomia local é outra atração! Muitos pratos são à base de frutos do mar. Se quiserem experimentar algo típico, optem pelo bacalhau amanteigado, Sarde in saor (sardinha preparada com cebolas refogadas com azeite e vinagre), Bigoli in salsa (à base de cebola e anchovas), scampi  in busera (espagheti com camarão e molho de tomate), polenta,  spaghetti al nero di seppia,  fegato alla  veneziana (fígado preparado com cebolas). O Veneto é uma região que produz excelentes vinhos e claro, o Prosecco. E os locais onde você vai encontrar muitas das gostosuras dessa terra são os bacari, que são bares típicos que servem quitutes, as pequenas osterias.  E não deixem de aprender o significado da palavra “cicchetto“, ou finger food, que são os belisquetes para acompanhar as bebidas.  Ah, e por falar em drink,  vá de Spritz, a bebida da região!

 

Transporte 

Existem tarifas válidas para 1 dia, 2, 3 ou 7 dias, com direito a usar onibus e vaporetto, válido inclusive para Burano e Murano. Para informações sobre transporte na cidade, clique aqui e veja rotas, horários e valores.

Hospedagem

Eu escolhi hospedagem no sestiere de Cannaregio. Foi a primeira vez que fiquei hospedada em Veneza. Nas outras vezes busquei hotel em Mestre, o que acho que não vale a pena, pois Veneza oferece muitas opções de hospedagem  não apenas em hotel mas também em apartamento, que geralmente fica bem mais em conta.  Fiquei no apartamento Grand Canal 3 (Belvedere). O que me atraiu quando estava buscando acomodação foi a vista da sala que dá pro  Canal Grande.

 

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A vista do apartamento onde ficamos hospedados

Fiz a reserva através da Juice Glam /Faville Tours , que me ofereceu 10% de desconto, portanto, as 2 noites para a minha família (2 adultos e 2 crianças) ficou por 330, euros. Gostei muito da localização do apartamento mas sinceramente esperava um local um pouco mais charmoso e aconchegante. A empresa possui diversos outros apartamentos distribuídos por todos os bairros da cidade.