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30 anos do Consórcio Chianti Colli Fiorentini

Montefioralle, no Chianti Classico

Montefioralle, que pertence à cidade de Greve in Chianti, é provavelmente um dos mais antigos vilarejos do Chianti.  O burgo é minúsculo e conserva até hoje  parte das muralhas originais que o circundam.

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Até 1630 o nome do burgo era Monteficalle

 

Com cerca de 100 habitantes, Montefioralle, localizado sobre uma colina, fica a apenas 2 Km de Greve e é circundado de plantações de azeitonas e uvas, afinal, estamos na famosa e encantadora região da Toscana, meta desejada não apenas pela beleza da paisagem mas também pelos excelentes produtos locais, como o vinho e o azeite.

 

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Durante a Idade Média era um dos centros militares e administrativos mais importantes da região. Os primeiros núcleos habitacionais referem-se ao ano de 1085, com as famílias Ricasoli, Benci, Gherardini e Vespuci. Inclusive muitos relatos dizem que o navegador fiorentino Américo Vespúcio  passou parte de sua infância em Montefioralle.

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Montefioralle é um pequeno e muito bem preservado burgo medieval com poucas ruas circulares. Posicionado no alto de uma colina, era importante ponto durante as guerras entre Firenze e Siena.

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O vilarejo  desenvolveu-se em volta ao antigo castelo e é dali  que partem suas poucas vielas estreitas que constituem o burgo, com construções em pedra e algumas torres de aspecto medieval.

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Montefioralle é o destino ideal para quem busca um lugar tranquilo para passear.  Não há muitas atrações na cidade, mas para quem gosta de vivenciar o ritmo de um burgo pacato e quiser ter a possibilidade de bater um papo com os moradores, grande parte constituído de pessoas mais idosas, vale muito a pena a visita! Não circulam carros pelo vilarejo, o que torna o passeio ainda mais interessante. Você vai se divertir ao caminhar por suas ruas com chão de pedra e descobrir as passagens secretas sob os arcos em pedra e admirar o capricho dos moradores com suas casinhas, adornadas com vasinhos floridos e plantas.

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Montefioralle apresenta construções em pedra e vielas estreitas enfeitadas por flores e plantas

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A pracinha que dá acesso à igreja

No ponto mais alto fica a igreja de Santo Stefano, reconstruída nos séculos 17 e 18.  Atrás do altar,  o quadro  Trinità e Santi, do século 15. Outra famosa obra é Madonna con bambino, atribuída ao Maestro di Monteioralle identificado por alguns estudiosos como Meliore di Jacopo e data do final do século 13.

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A igreja de Santo Stefano, padroeiro da cidade

 

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Como chegar:

Não há estação de trem em Montefioralle. Para chegar até o vilarejo é preciso pegar um  ônibus Sita até Greve e de lá pegar um táxi ou percorrer o caminho a pé, são 2,4 Km. De Montefioralle até Siena são 45 Km e 33 até Firenze.

 

Eventos em Montefioralle:

Festa delle Frittelle- acontece no primeiro domingo depois de San Giuseppe (março)

I Vini del Castello- no mês de maio

 

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Jantar no Castello di Spaltenna, no Chianti

Sobre uma noite especial do verão italiano.  Aliás, super especial!  Imaginem jantar num castelo no Chianti em excelentes companhias, chefs renomados e uma lua espetacular abrilhantando ainda mais a noite? Participei de uma edição do Dining with the Stars, que acontece no Castello di Spaltenna, em Gaiole in Chianti,  com um dos maiores pizzaiolos da Itália,  Gianfranco Iervolino.

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De arquitetura medieval, o  Castello di Spaltenna fica em Gaiole in Chianti,  entre  Firenze e Siena, região do Chianti Classico .  Spaltenna é um burgo feudal  que conta com uma torre campanária do ano 1000. Um verdadeiro mergulho no passado!  É um elegante e exclusivo resort que conta com 37 apartamentos, com 6 categorias diferentes de acomodação.

 

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A pieve românica do século 10. O Castello di Spaltenna é um antigo convento que foi reestruturado conservando suas principais características

O restaurante Il Pievano funciona no castelo e apresenta duas salas internas, decoradas com preciosas peças antigas oferecendo aos visitantes uma vista panorâmica para as colinas que circundam o hotel. Para quem preferir degustar as refeições ao aberto pode optar pelo pátio interno do castelo que é todo decorado por velas dando um toque ainda mais especial ao local, que tem como chef o estrelado chef Vincenzo Guarino (1 estrela Michelin), napolitano que tem uma forte relação com o território toscano. No menu, ele propõe tradições de ambas as regiões, com um toque internacional,  propondo pratos criativos com um toque de ousadia, utilizando  produtos de excelência que são fruto de minuciosa pesquisas. O chef  Guarino é quem recebe os colegas para os jantares no castelo, preparados a 4 mãos.

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O pátio do restaurante Il Pievano. Olhem que proposta maravilhosa um jantar com esse cenário?

 

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As ediçoes do evento Dining with the stars acontecem aqui no Castello di Spaltenna

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O resort conta com piscina, campo de tenis, Spa e bar

 

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A varanda onde foi instalado o forno e servido o jantar, com música ao vivo

 

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Os chefs Gianfranco Iervolino e Vincenzo Guarino. Além de excelente pizzaiolo Iervolino è também um otimo musico! Acompanhado do violão encantou os participantes com uma seleção de cançoes italianas com sua voz excepcional!

Esta edição do Dining with Stars contou com a participação do chef pizzaiolo  Gianfranco Iervolino, que foi recebido pelo chef da casa Vincenzo Guarino. A noite foi dedicada à pizza, claro!  Para começar foi servido flor de abobora frita com ricota e manjericão  sobre creme de abobrinha. E na sequencia, experimentamos 3 pizzas. A primeira foi a napoletana, depois malattia e a última ciummarella.

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Piazza e bollicine – Essa foi a que mais gostei. Dentre os ingredientes da Pizza Malattia: stracciatella de bufala, pimenta rosa, pappardelle de verduras, abobrinha e cenoura. Achei deliciosa!

 

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A piazza Ciummarella: pimenta verde do rio com tomatinhos do piennolo, provolone, pesto e salsicha de cinta senese

 

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E para encerrar tartelletta com lamponi e yogurt grego cremoso e hortelã

Os  demais convidados para o evento que foram meus companheiros de mesa nessa noite tão especial foram Elena Farinelli, Alessandro Frassica, Paola Mencarelli e Giulia  Marcucci.

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As proximas edições do Dining with the Stars serão:

15 de agosto  com  Simone Fracassi , 22 de agosto com Francesco Gasbarro (Suiça), 30 de agosto com Simone Fortunato,  4 de setembro com Giovanni Santarpia, 29 de setembro com Laurent Leal (França), 12 de outubro com Joachim Koerper (Portugal) e no dia 26 de outubro o evento Charity Closer Dinner que contara com 15 chefs estrelados, 5 chefs pasticcieri (confeiteiros) e 10 empresas vinícolas.  Para informações, contatar diretamente o resort.

O Castello di Spaltenna faz recesso no inverno. Este ano encerra suas atividades no dia 3 de novembro e reabre provavelmente no inicio de abril.

O Chianti Clássico

Você sabia que a região do Chianti Classico tem mais de 300 anos? Foi em 24 de setembro de 1716 que o grão-duque Cosimo III de’ Medici decidiu delimitar alguns territórios da Toscana com vocação para a produção de vinhos de alta qualidade.  Vamos explorar comigo esse magnífico território?

 

O “gallo nero”, símbolo do Chianti Classico

 

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Plantação da uva sangiovese nas colinas do Chianti Classico

 

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A região do Chianti Classico

O  Chianti Classico é  uma região que se estende entre Siena e Firenze, num total de 70 mil hectares. Circundada por oliveiras e vinhedos, num cenário  muito retratado por pintores e que impressiona pelos seus castelos, burgos fortificados e construções medievais, é nesse esplêndido território que é produzido um dos vinhos mais famosos e apreciados do mundo, o Chianti Classico.

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As garrafas do vinho produzidos na região entre Firenze e Siena levam o emblema que garantem a qualidade e proveniência dos vinhos conhecidos como Chianti Classico e são controlados pelo Consorzio Vino Chianti Classico, fundado em 1924 para proteger o vinho e sua denominação. O  gallo nero (galo preto) é o símbolo que qualifica os vinhos do território  do Chianti, que são produzidos em 9 sub-regiões, que são as seguintes: Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Greve in Chianti, Radda in Chianti, parte de Barberino Tavarnelle, Castelnuovo Berardenga, Poggibonsi, San Casciano in Val di Pesa e Tavarnelle Val di Pesa.

 

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Chianti Classico – São 580 sócios, dos quais 376 que engarrafam seus produtos, com uma produçao média anual é de 35 milhões de garrafas

De acordo com os regulamentos de produção desta Denominação de Origem Controlada e Garantida, DOCG, um Chianti Clássico deve ter um percentual mínimo de 80% da composição  Sangiovese,  e os 20 %  restantes devem ser de uvas tintas, podendo chegar a 100% (varietal).

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Existem 3 tipologias de Chianti Classico: Annata, Riserva (envecelhecido mínimo 24 meses) e Gran Selezione (envelhecido mínimo 30 meses). O Chianti Classico pode ser comercializado a partir de 1º de outubro do ano posterior ao ano da vindima. Já os vinhos engarrafados como Chianti são feitos a partir de uvas provenientes de áreas diversas do Chianti e devem levar ao menos 70% de Sangiovese no blend.

 

O galo preto, símbolo do Chianti Clássico 

A origem deste símbolo provém de uma lenda do século 12, período das sangrentas guerras medievais. Na época, Firenze e Siena viviam em conflito para expandir suas fronteiras.  Foram muitas as batalhas sanguinárias pelo apoderamento da fascinante região do Chianti, até que as 2 cidades decidiram resolver o impasse de uma forma bastante inusitada: cada uma escolheria um galo, que assim que cantasse pela manhã,  um guerreiro de cada cidade sairia em direção à cidade rival.  E a fronteira seria no ponto de encontro dos dois cavaleiros. Cada cavaleiro partiria do portão de sua cidade e o  que mais corresse teria condições de garantir um território maior para a sua cidade.

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Siena escolheu um galo branco e o preparou  dando bastante comida. E por outro lado, o  governo de Firenze escolheu um galo preto e o deixou sem comer, para que logo cedo sentisse fome e cantasse.

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No dia seguinte, o galo preto, faminto, cantou cedinho e o cavaleiro de Firenze saiu ainda de madrugada. Enquanto que o galo branco de Siena, muito bem  alimentado, continuou dormindo. Os 2 cavaleiros se encontraram no município de Castellina, a 12 Km de Siena, o que garantiu à cidade de Firenze uma grande parte das terras do Chianti de forma pacífica.  Quase toda a área do Chianti ficou sob o domínio da Republica Fiorentina.

 

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Setembro é o mês da vindima, a colheita da uva

E como setembro é mês de vindima, a Toscana apresenta muitos eventos em diversas cidadezinhas de seu território para celebrar a colheita da uva. Uma festa  bacana na região é a Expo Chianti Classico, uma feira enograstronômica pelas ruas de Greve,  com intensa programação cultural.  E em Panzano acontece a Vino al Vino. Para mais detalhes, clique aqui.

 

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Um passeio em Castellina in Chianti

Depois de percorrer algumas curvas pelas estradas do Chianti entre Firenze e Siena- admirando sua paisagem verde constituída de vinhedos e oliveiras – sobre uma colina, fica essa gracinha de lugar: Castellina in Chianti. Com menos de 3 mil habitantes,  este antigo burgo repleto de estradinhas de pedra, ritmo pacato e construções medievais,   é uma das cidades que constituem a famosa região do Chianti Classico, produtora de vinho. Vale muito a pena incluí-la em seu roteiro pela Toscana!

 

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Castellina in Chianti é uma das sub-regiões que fazem parte do Chianti Classico, que produz o vinho homônimo e que este ano completa 300 anos

Castellina in Chianti, que pertence à província de Siena, é uma dessas cidades que nos cativam logo de cara.  Talvez você percorra todo o centro histórico – a gente passeia a pé pela cidade, que é pequena e bastante acolhedora, em no máximo uma hora. Parte da cidade foi reconstruída , mas mesmo as casas mais “atuais” mantiveram os elementos das antigas casas do burgo.

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Castellina in Chianti foi povoada pela civilização etrusca. A cidade era toda murada, e existiam 2 portas de acesso, uma voltada para Firenze e outra para Siena, mas que foram destruídas

 

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Caminhando por sua ruazinha principal, a Ferruccio, limitada ao tráfego de veículos,  a gente admira as lojinhas de artesanato, as vitrines dos pequenos empórios abarrotados de produtos típicos da região,  como vinhos,  queijos e presuntos, e observa o movimento dos restaurantes com mesinhas na rua e se mistura aos poucos turistas que também ficam maravilhados com a tranquilidade daquele lugar onde o tempo parece não correr. E é essa gostosa sensação que vai fazer com que você se apaixone pelo vilarejo.

 

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Restaurante na via Ferruccio, que é a mais movimentada da cidade

 

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A Via delle Volte é uma estradinha misteriosa e secreta entre as ruínas da antiga cidade. Atualmente sobre os arcos foram construídas casas. É um caminho curto que beira uma parte da cidade, de onde temos uma vista espetacular para as verdes colinas desse cantinho da Toscana repleto de encantos

Em 1500, quando o burgo fortificado passa a fazer parte do Ganducato di Toscana, dia de lado seu caráter estratégico-militar para se transforma em centro agrícola. A partir daí suas colinas começaram a fazendas e casarões, muitos dos quais hoje em dia foram transformados em agroturismo.

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A Igreja de San Salvatore

A igreja de San Salvatore, que foi destruída durante a 2ª Guerra Mundial e reconstruída em estilo neoromânico.

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A Rocca Comunale di Castellina in Chianti, construída no século 14. Ela fazia parte dos muros construídos pelos florentinos

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Caso esteja fazendo o seu tour de carro, você pode tranqüilamente visitar outras cidades próximas no mesmo dia, como Monteriggioni ou San Gimignano ou Greve in Chianti. Tudo vai depender do roteiro estabelecido. Confira abaixo as distâncias de cidades proximas à Castellina in Chianti:

Panzano in Chianti – 13 Km

San Gimignano – 27  Km

Siena– 31 Km

Greve– 20 Km

Firenze –  42 Km

Monteriggioni – 16Km

Certaldo – 28 Km

 

 

 

Volpaia, no Chianti Clássico

Volpaia é um dos vilarejos que integram a região conhecida como Chianti Classico, área onde é produzido um dos mais conhecidos vinhos do mundo

A primeira vez que eu  visitei o burgo de Volpaia, há 10 anos, fiquei impressionada com uma informação que recebi da proprietária de um restaurante no local: ali viviam apenas 44 habitantes. Voltei algumas outras vezes e parece que absolutamente nada mudou desde então. E é essa característica que fascina os visitantes de Volpaia: a sensação de que o tempo não passa.
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A natureza foi generosa na região: o cenário que encontramos entre Firenze e Siena é constituído por oliveiras e parreiras

 

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A Commenda di Sant’Eufrosino

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Volpaia é um castelo do século XII que atualmente conserva apenas parte das antigas muralhas. As casas do vilarejo foram reformadas mas conservam o aspecto medieval.

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Este é o castelo onde funciona uma enoteca. Apesar da devastação, o castelo reconstruído preserva características e traços antigos

 

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Os cantinhos sossegados de Volpaia são puro charme

Você vai precisar de menos de um dia inteiro para conhecer toda a cidade. No local, além do castelo, existem 2 bons restaurantes: a Osteria Volpaia e La bottega di Volpaia.

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Este é o terraço do restaurante La Bottega di Volpaia, com vista para as colinas toscanas

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Volpaia

De volta ao passado. Passeando pelas suas ruelas estreitas e admirando a construção medieval de pedras ainda bem preservadas

Já postei várias dicas aqui no blog e  você pode seguir este itinerário para explorar a região. Saiba mais sobre as outras localidades que integram o Chianti, como Panzano e Greve.
Bom final de semana a todos!

Vinícola Antinori, na Toscana

Comento sempre aqui no blog sobre o forte apego do povo italiano com a sua terra natal e suas origens. E hoje mostro um pouquinho da história da família Antinori, que há 26 gerações dedica-se à produção de vinho e construiu na pequena cidade de Bargino, entre Firenze e Siena, uma moderna e belíssima vinícola. A cantina, inaugurada em 2012,  é um presente da família à terra do Chianti Classico confirmando seus laços históricos com a sua terra de origem.  Uma ótima opção para quem tem vontade de conhecer uma vinícola nos arredores de Firenze.

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A vinícola Antinori nel Chianti Classico

Estive recentemente visitando o espaço, uma obra arquitetônica espetacular, moderna e completamente integrada à paisagem. Podemos dizer que este é um verdadeiro templo do vinho, onde cada detalhe foi minuciosamente estudado para que o homem pudesse aproveitar da melhor forma os recursos da natureza. Durante o tour pela vinícola pudemos conhecer um pouco da história da família, do seu amor pela cultura do vinho e por este pedacinho da Toscana. A Marchesi Antinori transferiu grande parte do seu escritório para o local, que abriga também um museu, um restaurante, uma  bodega e uma livraria. Esta é uma obra do arquiteto Marco Casamonti,  que utilizou na estrutura materiais naturais da região.
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Praticamente uma simbiose entre arquitetura e paisagem. A Antinori é um excelente exemplo de construção eco-friendly

 

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Com tradição de mais de 600 anos na produção de vinhos, a empresa tem à frente o marquês Piero Antinori, que conta com a ajuda das três filhas

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Entre interrupções e dificuldades encontradas, o projeto durou quase 10 anos (7 apenas para a construção). Uma das exigências do marquês era que o prédio fosse integrado ao ambiente e por este motivo precisaram escavar a terra para que a construção não agredisse o panorama.

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Aqui começou o nosso tour, que tem duração de uma hora. Durante o passeio são explicadas as técnicas de prensagem, fermentação, maturação e envelhecimento

 

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A adega foi pensada para permitir a vinificação “por gravidade” e garantir naturalmente a temperatura ideal para a produção e conservação do vinho

 

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Pudemos observar os tanques de fermentação e os barris onde os vinhos descansam. Olhem que elegante sala de degustação com as paredes em vidro

 

Visitando a vinícola 

Desde que foi inaugurada, há quase dois anos, a empresa está aberta para visitas e oferece ao público a possibilidade de acompanhar todos os processos que envolvem uma produção de larga escala e conhecer um pouco da história da tradicional família. Para agendar visitas e degustações basta entrar aqui.
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Antigo barril para armazenamento de azeite de oliva

 

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Obra contemporânea em exposição na escadaria do artista argentino Tomas Saraceno. Na esfera uma planta que sobrevive sem água, apenas com humidade

 

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A guia Elisa nos acompanhou neste tour pelo moderno e surpreendente espaço. Aqui estamos na sala dedicada ao Vin Santo

 

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Estes foram os vinhos que degustamos ao final do passeio pela empresa

 

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A empresa é conhecida mundialmente pela produção de vinhos Chianti e Supertoscanos, como o Tignanello e Solaia, que estao entre os melhores vinhos italianos

 

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Quando a gente chega até o terraço onde fica o restaurante é impossível não se surpreender com a espetacular vista. Em meio ao verde da natureza e às plantações de uva. Nem mesmo a chuvinha que caiu tirou o charme do local

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A vinícola foi concebida para ter um baixo impacto ambiental e uma grande economia energética

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Com um panorama surpreendente, no restaurante Rinuccio 1180, são servidas delícias da culinária toscana e o sommerliere do local aconselha os melhores vinhos que harmonizam com os pratos escolhidos. Estive com a minha amiga Monica Cantagalli, que atua na presidência da empresa, e me fez companhia na hora do almoço

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Objetos como taças e decanters à venda na loja da Antinori

 

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Como chegar:

A Antinori fica em Bargino, a menos de 30 minutos de Firenze. Caso você não esteja de carro, existem ônibus da Sita saindo de Firenze que param na entrada da empresa e o percurso dura 40 minutos.
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Total harmonia com a natureza – Cercado pelas colinas do Chianti e coberto de vinhas, a vinícola é integrada ao ambiente, buscando respeitar e valorizar a paisagem local

A Antinori nel Chianti Classico  faturou o premio Wold’s Best Vineyards 2022, numa competição entre 50 vinícolas do mundo inteiro. A escolha de melhor vinícola  levou em consideração não somente a qualidade dos rótulos, mas critérios como beleza do territorio, infraestrutura, tours, oferta gastronômica e historia, enfim, tudo o que contribui para a experiencia do visitante.

Quer conhecer a Antinori? Escreva um email para grazieateblog@gmail.com.

Agroturismo na Toscana com o conceito do Km 0

Este inverno aqui na Itália foi longo e de muita chuva. A gente esperava com muito entusiasmo por dias de sol neste início de primavera. E para celebrar a estação mais florida do ano escolhemos passar um final de semana em um agroturismo no Chianti. Estivemos no Andreini, que fica sobre as colinas de Siena, a cerca de uma hora de Firenze. E sabem o que mais despertou o nosso interesse, além do cenário exuberante da natureza local? Que todos os alimentos oferecidos pela família são produzidos no local: do vinho aos presuntos!

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Os Andreini são agricultores seneses que possuem um casarão colonial que foi reestruturado no final dos anos 80. Desde então criaram o agroturismo, um local ideal para quem busca tranquilidade em meio à natureza, passeios a pé, em bicicleta ou a cavalo. (Quem nos acompanha já deve ter lido sobre o conceito desse tipo de hospedagem aqui no blog).

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Mas o que nos chamou a atenção foi a proposta da família de oferecer todos os produtos preparados por eles, dentro do conceito “km 0”. Este movimento que começou aqui na Itália com o apoio dos apreciadores do slowfood busca a proximidade entre o produtor e o consumidor. Dessa forma ajuda a resgatar a dignidade do pequeno agricultor valorizando as práticas tradicionais. Isso significa que você vai consumir aquilo que a terra te oferece naquela região. Mais uma vez palmas para os que defendem suas tradições e prezam pela qualidade em detrimento à quantidade.

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A nossa viagem foi bem agradável. Mas também pudera, com um panorama desses!!!

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A dona Giulia em sua casa no momento de nossa chegada

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Cantinho charmoso na área externa da casa onde ficamos

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A família possui 80 hectares de terra onde desenvolvem uma agricultura peculiar e cultivam vinhedos e oliveiras, diversas plantas, frutas e verduras. Criam animais e são reconhecidos principalmente pela criação da carne chianina.

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O casal Andreini tem 3 filhas e quem nos recebeu tão carinhosamente foi a Mônica, um doce de pessoa!

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O senhor Gianfranco Andreini, incansável, trabalha de segunda a segunda. Ele planta, colhe, limpa o terreno, alimenta os animais e por aí vai…. Aqui nesta foto ele em meio ao seus vinhedos. Amor e paixão à sua terra e às tradiçoes

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Ah, espalhado pela grama: brinquedos e mais brinquedos…. Depois a gente recolheu tudo, rsrsrsrs

A simplicidade que encanta: a nossa refeição do domingo foi um piquenique improvisado gentilmente preparado pela Mônica, com os tradicionais crostini toscanos, queijos, presuntos e salames. Momentos assim onde você percebe que precisa de muito pouco para experimentar a felicidade! E olhem quem apareceu para nos fazer companhia!

 

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O restaurante fica na casa próxima, localizada aos pés da colina. Tudo ali é preparado com muito carinho e atenção. Desde a primeira refeição pela manhã com pães, tortas e geleias até os salames, presuntos, vinhos e azeites, produzidos no local. A senhora Giulia é a responsável pelas gostosuras: bolo de limão com azeite extravirgem e geleias de fruta nos mais variados sabores. Tudo baseado no conceito Km zero, e preparado no fogão à lenha.

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E para estimular o convívio e fazer novos amigos, a proposta é esta: condividir uma mesa enorme onde todos os hóspedes se sentam lado a lado. Nós fomos com um casal de amigos com dois filhos pequenos e ali conhecemos pessoas queridas, principalmente graças aos momentos de confraternização em volta da velha e boa mesa.

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O dia começa muito bem!!! Aqui a nossa “colazione” com uma crostata de geleia de amoras e as diversas geleias preparadas por dona Giulia

 

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Energias renovadas!!!Lugar que deixou saudade. Desculpem pelas fotos em baixa resolução mas devido a um imprevisto precisei fazer as fotos com o meu celular. Algumas fotos foram gentilmente cedidas por uma hóspede romana, Micaela Imperatori, que estava com a sua adorável família passeando na região e outras foram tiradas do site do agroturismo

 

Janelas da Toscana

Como se não bastassem todas as belezas da Toscana retratadas em monumentos e obras de arte, outra coisa aqui me chamou a atenção: as janelas. Por muitas vezes me peguei observando a finestra das casas, essa abertura que nos possibilita, de certa forma, participar e perceber o que acontece do lado de fora, mesmo estando no conforto e segurança do nosso lar ou escritório. E como espectadora, deixo fluir a imaginação a respeito das pessoas que habitam esses lares. Uma brincadeira inofensiva durante meus passeios por várias cidades da região toscana nesses últimos dias.

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Segundo o Wikipédia: a janela possibilita a ventilação e insolação dos ambientes internos. A palavra assumiu diversos significados devido a esta acepção, em geral relacionando-a com a ideia de vazio. Por remeter ao exterior, pode ser considerada como ângulo de visão, pois permite a entrada de elementos como luz e ar, mas também possibilita a extensão do olhar como um indivíduo que participa da ação observada. É o símbolo da receptividade, da abertura para as influências vindas de fora, da entrada da luz. Representa também a sensibilidade às influências externas. A janela pode ainda ser considerada como sendo um símbolo da consciência, ou um portal para o inconsciente.

Então, vamos admirar comigo as janelas que registrei?  São bastante características, a maioria cheia de charme, beleza e poesia.

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Passeio pelo Chianti, Lamole

Muitos amigos do Brasil, principalmente descendentes de italianos, me perguntam como é o ritmo das cidades menores  que ainda conservam alguns costumes mais tradicionais.  Dando continuidade ao último post, falo hoje da pequena Lamole, que pertence a Greve in Chianti.

Lamole é um pequeno borgo medieval onde o tempo parece ter parado. Sabe esses lugares onde os vizinhos são amigos,  as crianças brincam sozinhas e a chave fica pendurada na fechadura do lado de fora? Sim, ainda existem paraísos na Terra e este com certeza é um deles. Uma maravilha!

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As plantações de uva e azeitona dominam a cena. Mas mesmo para o consumo pessoal produtores cultivam frutas e verduras em seus próprios quintais

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Aqui é possivel adquirir azeite e vinho direto do produtor

No centro da cidade estava acontecendo a festa Profumi di Lamole, com a venda de produtos típicos locais onde os participantes dividiam as mesas enormes de madeira ajeitadas no meio da praça depois da escolha dos pratos, que estavam à venda nos stands. Tudo regado a boa musica, conversa animada e um espírito de amizade que ditava o tom do encontro,  no melhor convívio familiar e de alegria. Como em uma grande família italiana. Auguri!

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Os produtores locais de vinho e azeite expõem e vendem seus produtos. Uma vasta opção de vinhos do Chianti a preços irresistíveis.

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Este artista local trabalha com produtos em palha há mais de 70 anos, fazendo tudo exatamente da mesma forma desde que iniciou as suas atividades

 

 

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Um evento tipicamente italiano é organizado assim: com mesas grandes que propõem a interaçāo entre pessoas desconhecidas no momento da refeiçāo

 

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A vista da praça, que fica sobre as colinas do Chianti, é um espetaculo da natureza

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