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Viajar de trem na Itália

 Viajar de trem na Itália é prático, econômico e seguro. Acredito que a maioria dos brasileiros que chega à Firenze acaba escolhendo o trem como meio de transporte  já que o aeroporto da cidade não é intercontinental. Neste post dou dicas de como se locomover e economizar

Quem vem do Brasil para a Itália geralmente desembarca em Roma ou Milão e depois começa a explorar o país de carro ou de trem, que é certamente o meio mais eficiente pra você se locomover entre as cidades.

Viajar de trem é simples, prático e econômico. Mas você tem medo só de pensar na possibilidade de enfrentar uma estação ferroviária e se confundir sem saber qual trem precisa pegar? Esta é preocupação de muitos brasileiros que enviam mensagens buscando informações sobre como viajar de trem na Itália. Preparei este post com algumas informações úteis e esclarecedoras para quem tem receio de pegar  trem. Preste atenção nessas dicas e tenho certeza que na próxima viagem de trem você vai conseguir tirar tudo de letra.

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A principal estação de trem de Firenze é a Santa Maria Novella, que fica no centro da cidade. Comparada com Roma e Milão, é uma estação pequena onde é mais fácil você conseguir se virar pois possui 19 plataformas. É a 4ª no país em fluxo de passageiros

As principais companhias ferroviárias italianas são a Trenitalia e a Italo:

 

Italo

A Italo é uma companhia privada e opera apenas com trens de alta velocidade que viajam a uma velocidade de até 360 Km/h.  É fácil reconhecer um trem da Italo: seu  design é mais moderno e ousado, com a frente afunilada. Seu projeto é o resultado de uma eco-projetação com a finalidade de causar menos impacto ao ambiente.  A Italo cobre as seguintes cidades: Milão,  Nápoles, Salerno, Roma, Torino, Padova, Bolonha, Verona , Ferrara, Firenze, Brescia, Rimini, Veneza e Reggio Emilia. Se o seu interesse é explorar a Toscana será necessário adquirir o bilhete com a Trenitalia. A frota da Italo conta com  25 trens AGV  e desde o final do ano passado mais 12 trens chamados “Evo” Pendolino entraram em funcionamento. A Italo tem 4 ambientes em seus trens, que são: Smart,  Comfort, Prima e  Club Executuve. As classes superiores da Ítalo são super confortáveis.

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Trenitalia

 

A Trenitalia  opera em praticamente todas as cidades italianas. As categorias dos trens da  Trenitalia, que é a principal sociedade italiana de gestão do transporte ferroviário de passageiros, são  as seguintes:

  • Le Frecce – são os trens de alta velocidade, que fazem de 250 a 300 Km/h . Os trens Freccia são velozes e muito confortáveis. FrecciaRossa (viaja a 300 km/h), FrecciaArgento (viaja a ate 250 Km/h)e FrecciaBianca são os trens de alta velocidade (AV).   Assentos com lugar marcado.  Oferecem serviço de bordo e água e snacks são grátis. Esses trens costumam ser pontuais e mantidos em ótimo estado.
  • Intercity – eles foram substituidos pelos trens Le Frecce.  Alcança 200 Km/h e ligam mais de 200 cidades italianas.  Passou a ser menos procurado.
  • Regionale – circulam em determinada região e param em praticamente todas as estações. É comum que aconteçam atrasos de poucos minutos.
  • Regionale Veloce – é um trem parador que circula em determinada região e para em alguma estações menores.  São os trens que trazem os moradores dos arredores de Firenze,  que fazem a pendolare por exemplo.  são os trens utilizados para quem quer fazer um bate e volta.

 

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Trens regionais e regionais velozes

São os trens que circulam em uma determinada região, portanto é chamado de Regionale.  Importante lembrar que não vem especificado no bilhete o horário e nem o número do seu assento, pois não é possível comprar o bilhete com o assento marcado. Geralmente o valor da tarifa é a mesma para os trens  Regionale e Regionale Veloce.

Exemplos da duração da viagem em trens “regionali” / “regionali veloci”  saindo de Firenze e valor em euros:

Para Pisa: 49 minutos /  1:29 (€ 8,40)

Para Lucca: 1:19  (€ 7,50)/  1h45 ( €9,60)

Para Cortona Camucia:  1:20 / 1:48  (€10,70)

Para Arezzo: 45 minutos /  1h30 (€ 8,40)

Muitas cidades aqui da Toscana não são servidas por trens mais velozes e algumas não possuem nem mesmo estação ferroviária. Para quem explora a Toscana e opta pelo trem geralmente viaja no Regionale ou Regionale Veloce.  Na hora de adquirir o bilhete preste atenção na duração da viagem pois às vezes voce consegue comprar bilhete em trem mais rápido  pagando o mesmo valor.

 

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Qual companhia escolher? 

A escolha entre as companhias Trenitalia e a Italo vai depender da necessidade de cada viajante. Cada uma delas  classifica seus trens com nomenclaturas diferentes, assim como as classes de tarifa, que é o determina o valor do bilhete. Baseado na classe você terá, por exemplo, mais conforto em seu vagão e maior flexibilidade para alterar a data ou o horário de sua viagem. A diferença de preços entre a Trenitalia e a Italo pode ser enorme! Se quiser economizar,  compare os preços de ambas antes de adquirir os bilhetes e tente adquiri-lo algumas semanas antes da viagem.

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Adquirir o bilhete

Você pode comprar através da internet ou na estação de trem: nos guichês ou nas máquinas, ou seja, no caixa automático, que oferece a possibilidade inclusive em português. É super simples, prático e seguro. Existem máquinas que aceitam cartão e outras apenas dinheiro em espécie.

Para as compras online: Assim que entrar no site será preciso informar o percurso: dove vuoi andare? (a Italo vai te perguntar assim). Depois é preciso colocar as datas e marcar o percurso.  Depois prossiga informando se é apenas ida ou de ida e volta, isso é, andata e ritorno e indicando o número de passageiros. Se tiver bebê de colo (0 a 13 meses sem lugar marcado) marque Infant e para adquirir lugar para crianças, de 0 a 13 anos, selecione bambino.

Com a Trenitalia é tudo bem parecido, mas como a empresa há diversos tipos de trem, na dúvida, a melhor opção é marcar  “Tutti i treni”  antes de escolher o itinerário (englobam os trens Freccia,  Intercity e os regionais). Mas se quiser os trens mais rápidos,  que são os Frecce, marque apenas “solo frecce”. Esses trens mais rápidos não atendem estações menores, que são servidos de trens Intercity ou Regionali. Tenha certeza do nome da estaçao de partida (“da“) e chegada (“a“). Em Firenze tem a SMN e a Campo di Marte, de onde partem os trens para Verona, por exemplo. Depois de preencher o motor de busca clique em “cerca”. A partir do resultado você poderá escolher o trem.  As opções são apresentadas com os valores e as classes de reserva, que são a categoria do vagão e serviços oferecidos .

Para trens Italo e os Le Frecce da Trenitalia não precisa imprimir o bilhete, apenas ter o numero da reserva que é enviado através de torpedo ou email.

Cadastro – As companhias têm um cadastro para quem mora na Itália pois depois enviam para a sua residência o seu cartão fidelidade, para vantagens e acúmulo de pontos. Mas não é obrigatório o cadastro para efetuar a compra, dá pra fazer a compra sem se registrar, mas não deixe de informar seu email. Quando a compra é através da internet a confirmação da compra é através de torpedo e email com o código.

Preencher: na hora de preencher usando os dados dos viajantes, na companhia Trenitalia voce precisa informar o nome de apenas 1 dos viajantes.  Com a Italo é preciso colocar o nome de todos.

 

Com que antecedência é melhor adquirir o bilhete?

Bem, isso depende de alguns fatores, como por exemplo,  o período do ano e  o destino desejado. Geralmente 120 dias antes do embarque você já consegue visualizar no site e adquirir os bilhetes para os trens Le Frecce, Intercity , da Trenitalia, e Italo.  Eu gosto de comprar sempre com 1 mês de antecedência.

Abaixo uma simulação para uma viagem de Firenze a Verona para embarque dia 15 de junho:

 

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Viagem para Verona: atenção que a estação que a Trenitalia utiliza para saída de Firenze é Campo de Marte

Uma recente pesquisa da GoEuro mostrou que comprando com 1 mês de antecedência você pode economizar cerca de 50% (foram analisados 8 principais destinos da Trenitalia). Eu faço sempre pesquisa de preço e escolho a companhia baseado no valor e horários que me atendem.

Para os trens regionais da  Trenitalia você pode comprar no dia da viagem, pois não vem impresso no bilhete o horário e nem é possível adquirir com lugares marcados. Somente a data vem especificada no bilhete, que precisa ser utilizado naquele mesmo dia.

 

É preciso timbrar o bilhete na máquina?

Depende se os bilhetes foram adquiridos pela internet ou na estação (nos guichês ou nas máquinas).

Se viajar com os trens Intercity e Freccia da Trenitalia e da Italo não é necessário.  Tenha em mãos o numero do PNR (QR-code).  Há muito tempo nem imprimo mais, apenas mostro a confirmação que recebo via email ou celular (você pode apresentar também o código da reserva).

Os bilhetes dos trens regionais precisam ser validados. As máquinas ficam nas plataformas de embarque. Ao inserir o bilhete para validar, a máquina imprime a data e o horário. E caso tenho comprado o bilhete na máquina lembre-se que o bilhete vale apenas para aquele dia específico.

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Validar o bilhete antes de entrar no trem para quem compra na bilheteria ou para os viajantes de trens regionais. Se comprar os bilhetes na bilheteria ou nas máquinas, não esqueça de timbra-los na plataforma

 

Na estação ferroviaria – Identificar o número do trem para saber a plataforma de embarque

Como saber qual trem pegar?  Identifique no painel o número do seu trem e horário de saída. Ex: Vamos imaginar que saindo de Firenze o seu destino seja Bolonha, com trem Trenitalia  número 1876, saindo de Firenze às 18. Muitas vezes esse trem provém de Roma e vai até Milão (ele faz todo o percurso com este mesmo número). Como saber em qual plataforma pegar o trem? Existe um painel eletrônico escrito Partenze (que são os trens que partem dessa estação) com o número, horário e a plataforma. Preste muita atenção pois às vezes o painel mostra em evidência o último destino do trem (Milão) e isso pode te confundir. O importante é se orientar pelo número do trem e o horário de saída.

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Existem muitos painéis com as Partidas e Chegadas informando o número da plataforma dos trens

Do aeroporto de Roma para Firenze:

Existe trem direto do aeoporto de Fiumicino (Roma) até a estação  Firenze Santa Maria Novella. Para preencher os dados para pesquisa escreva “Fiumicino aeroporto”. Fiz esta simulaçao de viagem saindo de Roma, Fiumicino às 11:08. A  duração da viagem é de 2 h e 14 minutos e as tarifas custam a partir de 31,50 euros.

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Leonardo Express: 32 minutos do aeroporto de Fiumicino até o centro de Roma

 

Alterações

É possível alterar os bilhetes mas isso depende da regra da tarifa adquirida.  Caso tenha dificuldade em fazer por telefone vá até a estação ferroviária e converse pessoalmente para ver as opções e efetuar o pagamento caso haja diferença tarifaria e multa para alteração.

Termos que você precisa saber

trem- treno ; plataforma- binario;  vagão :- carrozza ; poltrona – posto; bilhete- biglietto ; partidas– partenze  ; chegadas – arrivi ; ida– andata; volta– ritorno; troca – cambio

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Importante: você só vai saber a plataforma de embarque minutos antes do trem partir. Não é possível sabermos com antecedência , muito menos quando adquirimos o bilhete de qual plataforma o trem parte. Existem os painéis  com a escrita  “partenze” que indica a cia, o número do trem, o horário e a plataforma de embarque

Vale a pena viajar de trem pela Toscana?

O trem é uma ótima  maneira de viajar pela Toscana, principalemnte entre cidades de porte médio e grande, que apresentam as estações geralmente no centro. É muito prático e fácil  viajar de trem pois você não vai ter preocupação de procurar estacionamento para o carro, tarefa complicada aqui na Itália.  Não deixe de considerar que  muitas lindas e graciosas cidades da Toscana não possuem estação ferroviária, pois encontram-se em colinas, como por exemplo Cortona e Volterra. Outro lugar onde o trem pode não ser a melhor opção é Siena, pois a estação fica fora do centro. E para San Gimignano e Monteriggioni é melhor ir de carro.  Cidades que possuem estação de trem no centro da cidade: Pisa, Lucca, Arezzo, Certaldo, Carrara e Viareggio.

 

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Estações ferroviárias de Firenze:

A estação Santa Maria Novella fica no centro da cidade e a de Campo di Marte fica a 15 minutos de centro histórico.

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A principal estação ferroviária de Firenze é a Santa Maria Novella

Dicas de restaurantes em Firenze, 6

Quando o assunto é gastronomia, Firenze não para de surpreender. Com propostas novas e ideias interessantes, mostro no post de hoje mais uma relação de locais na cidade onde estive e recomendo:

 

Restaurante Santa Maria Novella – sempre tive um pouco de dificuldade para encontrar bons restaurantes ao redor da praça Santa Maria Novella. Agora na primavera foi inaugurado este restaurante a apenas 5 minutos da praça homônima. Fui conhecer o local, que é elegante, oferece pratos preparados com capricho e ingredientes de qualidade e excelentes vinhos! Experimentei os espetinhos de camarão, presunto Iberico, panzanella croccante e as bisteccas Tomawak e Nebrasca. O restaurante fica na Via della Scala, 8

 

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Bem pertinho da praça fica o restaurante homônimo Santa Maria Novella. Destaque para a bistecca e para os vinhos Castelvecchi

 

Il Gourmettino –  estive no Il Gourmettino com um grupo de blogueiross à convite do restaurante, que inaugurou há pouco tempo e  apresenta maravilhosas opções da culinária do sul da Itália, mais especificamente da região da Puglia.  A gente logo percebe a atenção com a decoração, que remete ao sul do país, com o balcão na entrada ornamentado com azulejos coloridos. O ambiente é refinado mas está longe de ser presunçoso. O chef Domenico Cilenti Aberto é pugliese e serve especialidades do sul da Itália num restaurante aconchegante e com ambiente simpático e cordial. As  hortaliças, conservas e peixe que abastecem o restaurante chegam de cidades do sul do pais: não abrem da matéria-prima de primeira qualidade para a preparação de especialidades de pratos da Puglia e da Campania. Bacalhau amanteigado com amêndoa à base de pomodoro Prunile,  a burrata servida com tamarinho datterini,  orecchiette alle cime di etapa e Rombo com tempera de nero di seppia.  E agora que estamos em plena primavera, o restaurante promove todas as quartas jantar “Calici sotto le Stelle”, no lindo e aconchegante jardim externo, com harmonização de  entradas até o doce, com menu fixo a 35 euros. O restaurante fica perto da praça Santa Croce, na via Palmieri, 31 (Arco di San Pierino)

* o restaurante Il Gourmettino encerrou suas atividades no final de 2017

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Pescepane – A ideia de oferecer um serviço mais expresso com frutos do mar como especialidade  surgiu há alguns anos com a proposta de foodtruck. E ha pouco o primeiro street seafood de Firenze acaba de chegar na região de Santo Ambrogio.  O local é pequeno e o ambiente é vintage com temas marítimos. as opções não são vastíssimas mas o resumido menu concentra  deliciosos pratos com frutos de mar. Adorei a panzanella croccante di mare . Os crostini com bacalhau também são super saborosos!  Fica na Via Carducci, 15r

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No Pescepane: fritura de frutos do mar com salada crua, nota 10!

Canto del Ramerino – A poucos passos da Catedral de Santa Croce fica este pequeno e acolhedor restaurante, que mesmo sendo em um dos locais mais disputados da cidade, oferece excelentes opções a um preço honesto.  No balcão dá  pra pedir pizza ou um panino.  No menu tábuas de frios super caprichadas, coccoli (massa de pizza frita) e crostini. Como massas opções como gnocchetti ravioli e linguine, no valor de  7 a 9 euros). Se quiser ir de carne, tem desde bistecca até hambúrguer vegetariano.  O restaurante Canto del Ramerino fica na frente da escola de Couro de Firenze, na Via San Giuseppe, 18 r.

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Sem dúvidas aqui você vai se sentir em casa e poder falar português: 2 brasileiras trabalham no local, além do proprietário da casa Toto Ribeiro, que também é brasileiro

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Gattabuia – É um restaurante e pizzaria no mesmo ambiente, distribuído em 2 andares. O local é pequeno e aconchegante.   E com a chegada da bela estação é possível escolher uma mesinha fora, com vista para o rio Arno. A pizza que servem é divina! Pedi margherita com pomodori confit  (tomate caramelado). Não é posicionado bem pertinho das atrações principais da cidade mas vale a pena uma caminhada à beira do Arno para experimentar seus pratos!  Fica no Lungarno Benvenuto Cellini, 33

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Supper Club by TuscanyPeople – Este não é um restaurante, mas uma ideia importada de Nova York que vem fazendo o maior sucesso aqui em Firenze. Organizado por Valentina Alisi e Tommaso Baldassini, da revista TuscanyPeople, esta  é uma proposta diferente: um jantar secreto organizado  para um seleto número convidados: máximo  60 pessoas. O diferencial? Que simplesmente os participantes não sabem onde será e quem serão as outras pessoas que estarão presentes. O  local é revelado apenas 12 horas antes através de um torpedo. Dessa forma os participantes ficam sabendo onde será o jantar e recebem conselho sobre o dresscode da noite.  Os organizadores solicitaram aos participantes para endossar um acessório laranja. O jantar aconteceu no showroom de Andrea Corsi, em Sesto Fiorentino, um open space de 2 andares a cerca de 20 minutos de Florença.  As araras com roupas foram ajeitadas nas laterais para abrir espaço às mesas arrumadas para acomodar de 8 a 10 pessoas. Tudo preparado com capricho e a atenção aos mínimos detalhes. No início da noite música ao vivo durante o aperitivo para o pessoal ir se entrosando. Em seguida um excelente jantar nos aguardava.  Achei interessante essa proposta aqui na cidade pois é uma forma inovadora para conhecer outras pessoas e transcorrer uma noite permeada de surpresas, com animação, requinte e bom gosto. O jantar secreto acontece uma vez por mês e você pode obter mais informações no site da revista. Todos os detalhes desta noite super especial você confere neste post aqui.
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Tartare com ovo e tartufo. A alta qualidade imperou do aperitivo à sobremesa. À convite dos organizadores, participei da 4ª edição do Supper Club

 

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Showcooking com o mestre sorveteiro Vetulio Bondi que preparou diante dos convidados um delicioso sorvete com azeite de oliva, oferecido no meio do jantar

*atualizado em julho 2017

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Streetstyle primavera Firenze

O calor chegou e os modelitos com as pernas de fora começam a ganhar as ruas. Mas como sempre alerto, a primavera é caracterizada por temperaturas mais baixas pela manha e à noite, portanto, não deixe de carregar um casaquinho leve contigo. Em dias de sol o calor pede camisetas com manguinhas curtas. Vamos agora ao streetstyle de Firenze:

 

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Maternidade na Itália

Existem alguns aspectos bem diferentes em relação à maternidade na Itália e no Brasil. Partindo do pressuposto que o sistema público de saúde daqui funcione de forma mais eficaz (apenas de ter piorado nos últimos anos mas não vou entrar nessa questão),  as mulheres podem desfrutar de serviços gratuitos para todos os exames e para o parto,   que provavelmente será realizado por um obstetra e não pelos ginecologistas que te acompanham a gestante durante a gravidez. Outro fator importante a ser considerado é que a cirurgia cesariana aqui não é realizada por opção da mãe, mas apenas quando é identificado algum problema ou complicação que resulte risco para a gestante ou para o bebê. Dando sequência às entrevistas sobre a vida aqui na Itália,  neste post vocês poderão conferir o depoimento de 3 brasileiras que relatam suas experiências sobre a maternidade:

 

viver na italia

Antes das entrevistas, alguns esclarecimentos gerais sobre a licença maternidade obrigatória e facultativa:

Licença maternidade obrigatória –  é o período em que a mãe pode se ausentar do trabalho, seja antes ou depois do parto. Aqui na Itália a licença obrigatória é de 5 meses (2 meses antes da data prevista do parto e 3 meses depois  ou então 1 mês antes e 4 depois). O mesmo também em caso de adoção.  A retribuição é de 80% do salário.

Maternidade antecipada por trabalho de risco (Maternità anticipata per lavoro a rischio) – A gestante pode solicitar afastamento antecipado do trabalho por complicações da gravidez ou por risco, dependendo da função que desenvolve (quem trabalha em pé,  precisa fazer escadas ou tem contato com produtos químicos, por exemplo).  Nesses casos o empregador  dispensa a gestante. A  retribuição  é de 80% do salário.

Licença maternidade facultativa – conhecida como congedo parentale (ex facoltativo),  pode ser solicitada pela mãe e também pelo pai, inclusive contemporaneamente, por um período de até 10 meses de abstenção do trabalho, até o 8 º ano da criança. A retribuição do congedo parentale é de 30% do salário,  até o 6º ano de vida da criança, sendo que esse período pode ser fracionado, portanto, não é necessário usufruir da licença de uma só vez. Este período pode ser dividido em meses, semanas, dias ou horas. Do 6º até o 8 º ano de vida da criança a maternidade facultativa pode ser solicitada mas não é remunerada.  Importante explicitar que aria de acordo com a categoria e tipo de contrato e remuneração.

Aleitamento – As mães têm o direto a serem dispensadas 1 hora mais cedo,  até o 1º ano de vida da criança.  As mães podem optar por acumular e usufruir essas horas da maneira que preferirem.

Para quem tem contrato a tempo determinado – gestantes com contrato de trabalho a tempo determinado gozam dos mesmos direitos, compatíveis com a duração do contrato. Para mais informações, clique aqui.

Para mais esclarecimentos sobre maternidade e direitos das gestantes, consulte o site do INPS  (que seria o nosso INSS).

 

Mariana

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Mariana Marchioni , que mora em Milão, após o nascimento do filho Angelo, há 2 anos, que nasceu de parto natural

 

1-   Onde o Angelo nasceu? Foi parto natural ou cesárea? Hospital público ou particular?

Nasceu em Milão, de parto natural, no hospital público Vittorio Buzzi.

2-   Principais diferenças entre gravidez aqui e no Brasil.

Eu não tive bebê no Brasil para comparar, mas olhando um pouco para as pessoas do meu círculo uma das principais diferenças é a melhor qualidade do serviço público, tanto que conversando com meus colegas de trabalho na Itália tive segurança em optar por ele. Em Milão os melhores hospitais são justamente públicos.

3-  Quantos e quais exames fez? Fez tudo pelo sistema público?

O sistema público cobre um “pacote” de exames na gravidez e no caso de fazer alguma coisa extra pode ser necessário pagar o que eles chamam de “ticket” que tem valores relativamente baixos. Fiz todos os exames do “pacote”, não me lembro exatamente, mas basicamente eram exames bimestrais de urina e sangue, 3 ultrassons sendo que eu fiz 4 a pedido do médico, curva glicêmica, exame para verificar infecção urinaria para o parto. Fiz ainda um exame para verificar a possibilidade de algumas doenças genéticas que foi feito pelo serviço público, mas considerado opcional a pagamento. Outro exame considerado opcional que eu resolvi não fazer foi o ultrassom em 3D.

4-  Desfrutou da licença maternidade obrigatória ou facultativa?

Eu estou cursando um programa de doutorado e a licença maternidade era obrigatória podendo fazer de 5 meses a 1 ano, sendo que eu optei por 6 meses. No meu caso a bolsa de estudo me pagava 4 meses de licença maternidade.

5-   Como considera, de forma geral, a maternidade aqui na Itália?

Apesar de ouvir muitas reclamações principalmente na questão da mulher e a licença maternidade eu sinto que no geral temos uma situação satisfatória principalmente pelo serviço médico público e um maior acompanhamento na amamentação e dos primeiros meses do bebê. Aqui existem vários centros da família onde podia justamente obter informações nesses pontos. Existem também alguns tipos de ajuda financeiras para a mãe e o bebê recém-nascido (bônus bebê, bônus mamma) ainda que eu não usei.

6-    Algumas curiosidades em relação à maternidade na Itália.

Algumas diferenças do que eu considerava “normal” da minha experiência no Brasil no início me deixaram ansiosa, mas eventualmente não foram um problema. Alguns exemplos:  o médico obstetra que me seguiu durante a gravidez não seria o mesmo durante o parto, inicialmente fiquei aflita talvez porque tinha esta imagem do médico-psicólogo-amigo. Aqui funcionou assim, o médico obstetra anota todas as informações detalhadas da consulta e eventualmente quando você vai para o hospital você leva todas essas informações e assim o médico de plantão no momento tem o que ele precisa para o parto. Existe até a possibilidade de ter o mesmo medico, mas nesse caso era a pagamento e ao longo do percurso eu acabei sentindo que não era necessário, até porque não conhecia um médico. O quarto no hospital público é normalmente para duas pessoas e eu confesso que logo que fiquei grávida eu imaginava aquela cena do quarto super decorado com toda a minha família e que isso me deixou meio triste… cheguei a ver a possibilidade do quarto single, mas no hospital que eu escolhi era complicado e eventualmente me pareceu bobagem mudar para um hospital particular, com menos recursos médicos, por este motivo. No fim, a mãe que dividiu o quarto comigo se tornou uma das minhas melhores amigas! Os horários de visita são bem restritos, no meu caso era 1 hora por dia e no máximo duas pessoas. Foi outra coisa que no início me deixou aflita, mas depois percebi que no meu caso foi melhor assim. Aqueles dias logo depois do parto serviram para descansar, iniciar a amamentação e o contato com o bebe recém-nascido e acho que foi a melhor coisa aproveitar aquele tempo para isso.

7-      Contou com a ajuda de alguém após o parto? Conte sobre a questão de ter filhos longe da família e amigos.

Sem dúvida não é fácil! Eu não quis contratar baba e não temos família por perto e o início foi muito cansativo! Aliás, ainda é! Uma coisa que me ajudou muito foi justamente um desses centro família que comentei, se trata de um espaço onde eu ia uma ou duas vezes por semana para a consultoria de amamentação e massagem para bebes e servia principalmente para trocar informações com outras mães e com as psicólogas e obstetras.

8-      Como considera a licença maternidade na Itália?

No meu caso de estudante de doutorado ressalto o fato que a minha bolsa permitia um período de pagamento na licença maternidade porem existem bolsas que não contemplam pagamento de licença maternidade. Dessa forma, em certos casos a mulher precisa pedir o período de afastamento do programa de doutorado, mas não obterá pagamento neste mesmo período e isto tem sido fonte de muitas discussões aqui.

 

Rejane

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Rejane Terzani mora em Firenze e tem uma filha de 10 anos, que nasceu de parto natural

1-  Você fez parto natural ou cesària?

Natural.

2 -Hospital público ou particular?

Público.

3- Principais diferenças entre gravidez aqui e no Brasil.

Aqui quem acompanha o parto é um obsteta e muitas vezes não é a sua ginecologista.

4- Quantos e quais exames fez? Fez tudo pelo sistema pùblico?

Ecografia tridimensional fiz participar mas o restante dos exames, inclusive as ecografias e exames de sangue de rotina mensal, foram todos pelo sistema público.

5- Você trabalhava na época? Usou licença maternidade obrigatório ou facultativa?

Não trabalhava quando engravidei.

6- Como considera , de forma geral, a maternidade aqui na Itália?

Benefícios e direitos, muito melhores que no Brasil. Mas quando falamos dos métodos de cirurgia, acho muito arcaico comparando com o Brasil.
7-  Algumas curiosidades e diferenças entre Brasil e Itália em relação à maternidade.
Minha filha poderia ter nascido com uma césaria, pela dimensão da criança. Mas percebo que aqui são muito resistentes à césaria… No meu caso a médica obstetra acompanhou e seguiu até o final. Foi feita uma episiotomia  porque minha filha era muito grande, nasceu  com 4.210kg. Onde ocorreu muito sofrimento da minha parte a causa do corte profundo.

Luciana 

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Luciana, mãe de Sofia, de 6 anos e Francesco, de quase 3, é esteticista e durante as 2 gestações trabalhava com contrato a tempo indeterminado. Atualmente é sócia da empresa

1- Seus filhos nasceram de parto natural? Em qual hospital?

Os 2 nasceram em Florença, de parto natural, no hospital público Centro Nascita Margherita de Careggi

2 –  Fez os exames através do sistema público de saúde ou particular?

Nos 2 casos eu fiz todos exames e algumas visitas pelo sistema público, mas a ginecologista que me seguia durante a gravidez foi particular, pelo simples fato que eu confiava muito nela e não quis trocar nesse momento tão especial

3- Você usufruiu também da maternidade facultativa (congedo parentale)?

Usei tudo o que eu tinha direito! A licença foi primeiro obrigatória, que é de 5 meses, e depois a facultativa, por outros 6 meses, nas 2 gravidezes.  Na primeira gravidez trabalhei até o oitavo mês. A licença obrigatória da primeira gestação usei um mês antes do nascimento e 4 meses depois, optei dessa forma pois a gravidez foi perfeita, estava indo tudo muito bem. Já na segunda gestação  fiz como a norma aqui na Itália, até o sétimo mês, que é de 2 meses antes e 3 depois, pois eu já estava cansada. Já a facultativa usei tudo pelas duas gestações e até peguei também a licença sem ser remunerada por um período… Pois quando acaba a facultativa na Itália tem a possibilidade de pegar um período sem ser remunerada (aspettativa), assim voltei ao trabalho quando as crianças já tinham 13 meses.

4- Considerou solicitar a maternidade antecipada?

O meu trabalho na verdade não tem riscos, o importante é não exagerar!

5- Como você considera a maternidade aqui na Itália?

Pela experiência positiva que tive,  considero excelente.

6- Principais diferenças  ou curiosidades sobre a gestação aqui.

Inicialmente achei muito estranho o fato que a ginecologista não sempre é a mesma na hora do parto, quem me assistiu foram as obstetras.  Além da assistência na hora do parto, fui seguida também depois do parto, com a primeira gravidez,  a amamentação e a parte psicológica também fui muito seguida, tive duas ou três visita em casa de uma obstetra do meu território, além de vim controlar os pontos (que foram somente dois) para ver como eu estava, se me sentia sozinha, se precisava de algo, as vezes até somente para conversar, enfim ótima.

7- Como conseguiu se organizar para retornar ao trabalho?

Na volta ao trabalho tive que me organizar com berçário, creches (pública e particular) e baby-sitter

 

Para mais informações sobre maternidade e direitos das gestantes, consulte o site do INPS  (que seria o nosso INSS).

 

As outras entrevistas com  brasileiros que compartilham suas experiências:

Trabalhar na Itália

Namoro à distância

20 atrações grátis em Firenze

Dicas de Firenze

A Igreja de Santa Croce

Nonos da Itália 

 

A Costa Etrusca, na Maremma Toscana: mar, colinas e história

A Maremma, conhecida como o coração selvagem da Toscana,  permite aos visitantes de vivenciar experiências inesquecíveis através de suas cores, aromas do Mediterrâneo, história, arqueologia, arte, sabores e belezas do mar e montanha. Há diversas maneiras de aproveitar esse lindíssimo território, ao sul da região toscana: passeando por seus bosques, fazendo trilhas, degustando de sua gastronomia, curtindo dias em suas praias de águas cristalinas, visitando burgos medievais ou admirando sua natureza constituída de oliveiras e vinhedos.

 

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A Costa Etrusca, na Maremma superior, inclui todo o território continental da província de Livorno, como os territórios de Piombino, San Vincenzo, Castagneto Carducci, Bibbona, Cecina, Rosignano Marittimo e Livorno, de norte a sul e cidades não litorâneas, como Collesalvetti, Sassetta, Suvereto e Campiglia Marittima.  Essa região é assim conhecida devido às numerosas necrópoles etruscas presentes principalmente entre o Golfo de Baratti e Populonia, que era a única cidade etrusca construída na faixa costeira.

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Un mare di gusto, festa tradicional dedicada ao peixe azul –  Conheci a costa etrusca graças ao evento “Un Mare di Gusto – Palamita & Friends”, que acontece anualmente na cidade litorânea de San Vincenzo. Junto a outros  blogueiros e jornalistas visitamos algumas localidades proximas à San Vincenzo que constituem o Val di Cornia. Aliás, uma das vantagens em escolher essa região como destino é que este é um lindo território constituído de colinas, mar e  vilarejos cheios de história que ficam coladinhos uns aos outros, e cada  um com suas particularidades. A pesca nesse litoral é uma das atividades da região, que além de ser uma graça,  é também  produtora de vinho e azeite.

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A linda e rica Costa Etrusca: perfeita harmonia entre terra e mar. A região, que compreende de Livorno a Piombino, é conhecida como Costa Etrusca devido à presença da população etrusca que povoou a região a partir do século 9 a.c.

A festa tradicional dedicada à Palamita (tipo de peixe da região) e ao peixe azul e à cultura enogastronômica acontece em San Vincenzo. O evento, organizado pela prefeitura com a direção artística de Deborah Corsi, conta com o envolvimento de toda a população, até mesmo das crianças, que preparam poesias e desenhos que são expostos no stand principal,  que fica na  piazza Unità d’Italia,  ponto de encontro e de partida para explorar a cidade.

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Un Mare di Gusto – Durante o final de semana acontecem varias competições com jovens chefs promissores da Costa Toscana,  cooking shows e muitos laboratórios para as crianças. E no domingo à tarde é o tão esperado Percorso di Gusto, com diversos stands de degustação onde os restaurantes da região preparam suas especialidades à base da Palamita e do peixe azul. São diversos stands de comida, bebida e artesanato com produtos da região. Funciona da seguinte forma:  você adquire o passe que te dá direito a 7 degustações ao valor de 7 euros e o Calice pass no valor de 5 euros dá direito à 2 degustações de vinho.

 

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Domingo é o dia das degustações nos diversos stands onde os visitantes puderam experimentar muitas especialidades à base de Palamita e do Peixe Azul, ocasião para saborear novos pratos e receitas tradicionais

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Alguns restaurantes desenvolveram alguns pratos preparados com peixe para serem servidos durante a semana do evento. Aqui a Palamita tonnè preparado pela chef Deborah Corsi, do Perla del Mare

Jantar de boas-vindas – A festa começou na sexta-feira, quando foi apresentado o projeto que contou com a presença do prefeito da cidade, Alessandro Bandini. Depois seguimos para jantar no restaurante La Perla del Mare, de Deborah Corsi, que nos recebeu para  um maravilhoso jantar à base de peixe. O restaurante La Perla del Mare fica na Via della Meloria, 9.

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Deborah Corsi, diretora artística do evento, em seu agradável e refinado restaurante na beira da praia

San Vincenzo, a anfitriã do evento

Com cerca de 7 mil habitantes, San Vincenzo, província de Livorno, é uma cidade hospitaleira do litoral da Toscana com 12 Km de litoral com lindas praias de areia branca e aguas límpidas e com grande área verde constituída de parques e bosques, oferecendo percursos naturias para os amantes de caminhadas e do turismo esportivo.

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O Porto turístico de San Vincenzo, construído em 1967

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Campiglia Marittima

Na manhã de sábado fomos conhecer Campiglia Marittima, província de Livorno, um dos burgos da Costa Etrusca. Enquanto a gente percorre o caminho que dá acesso a Campiglia Marittima pode admirar as plantações de azeitonas e as pedreiras de mármore; inclusive o mármore branco daqui reveste o Campanille di Giotto e a fachada da igreja Santa Maria Novella de Firenze.

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As fachadas medievais que ganham o colorido das flores durante a primavera

Com cerca de 13 mil habitantes, o charmoso centro histórico fica sobre uma colina circundada por oliveiras seculares. Com ruas e becos estreitos, é dessas cidadezinhas medievais que nos fazem voltar no tempo.  O centro é constituído de construções medievais e com algumas bodegas alimentares, barzinhos e lojinhas de artesanato.  Em algumas paredes dos prédios mais antigos podemos encontrar  brasões das nobres famílias que já viveram na cidade.

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Piazza della Repubblica – Assim como muitos burgos da Toscana, Campiglia Marittima conserva muito da arquitetura medieval.

Após explorarmos o centro histórico em companhia de um guia fomos até a Pieve de San Giovanni, sobre as colinas do cemitério. Foi construída em 1173 no centro do camposanto, de onde temos uma vista deslumbrante!

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Em estilo românico, a Pieve de San Giovanni data do século 12. Ao fundo a cidade de Campiglia Marittima

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Prosseguindo nosso tour, fomos ao Parco Archeominerario de San Silvestro, onde pudemos visitar  uma mineira subterrânea.   No parque funciona também um museu. Após a visita à mineira fomos almoço no restaurante Blue Marlin (Via della Principessa, 137) com todos os pratos preparados à base de peixe.

 

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Pudemos visitar as mineiras antigas, desde a época dos etruscos com técnicas extrativas antigas e modernas

Suvereto

Após o almoço seguimos para Suvereto,  na Alta Maremma,  a poucos minutos de Campiglia Marittima, para um passeio guiado. Com forte tradição rural, Suvereto é um pequeno burgo medieval e um dos mais antigos da Val di Cornia, terra que produz vinho e azeite.

 

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Perto da porta que dà acesso à cidade fica a igreja românica de San Giusto, que terminou de ser construída em 1189. Atravessando a  Porta Principal ou “di Sotto” (de Baixo) , restaurada em  1857, a gente pode começar a explorar o vilarejo, que tem pouco mais de  3 mil habitantes.

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Parte das construções originais são muralhas do século 12 que circundam a cidade. Atmosfera de séculos passados…

Suvereto

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Uma das atrações da cidade é o Convento de São Francisco,do ano de 1286. Este espaço urbano que é dotado de excelente acústica é um dos mais cobiçados endereços para eventos culturais, sociais e enogastronômicos de Suvereto

 

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Palazzo Comunale, do século 13, um dos mais significativos exemplos de arquitetura medieval da Maremma

Suvereto é um vilarejo tranquilo mas festeiro.  A cidade é palco da “Corsa delle Botti”, uma corrida com barris de vinho que anima as ruelas do burgo e acontece duas vezes por ano: no dia 3 de maio,  dia de Santa Croce, padroeira da cidade e sempre na véspera do feriado de Ferragosto.

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O ponto mais alto do vilarejo é a Rocca Aldobrandesca, provavelmente do final do século 9, símbolo do passado medieval de Suvereto. Na fortaleza acontecem festas medievais com acampamentos e roupas de época

A gastronomia local é muito conhecida pelas carnes de caça, como o javali, que é base para preparação de muitos pratos da região. Uma das sagras mais antigas e conhecidas da Toscana acontece em Suvereto há 50 anos, a Sagra del Cinghiale, uma festa cultural e artística que movimenta a ciadade entre o final de novembro e início de dezembro.

Vinícola Petra

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Arte e enologia – A cantina Petra, projeto moderno que evidencia a paisagem rural e a beleza da natureza nessa região, com mais de 300 hectares de plantações de oliveiras e vinhedos

Como estamos na terra do vinho e do azeite, não podíamos deixar de visitar a moderna Vinícola Petra, em Suvereto, localidade de San Lorenzo Alto, com sua moderna arena de mármore. De propriedade da família Moretti que produz vinho há 20 anos, é um maravilhoso e ousado projeto do arquiteto Mario Botta: uma estrutura contemporânea num cenário constituído pelas leves colinas da Val di Cornia.

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Os vinhos são produzidos principalmente com uvas Sanvigiovese, Cabernet Sauvignon,  Merlot e Vermentino, Syrah e Alicante. As uvas de elevada qualidade são trabalhadas atingindo o melhor da tradição com técnicas e critérios modernos que resultam na criação de vinhos que possam refletir a personalidade da terra. As uvas descansam seja em tanques de aço  quando em barris de de madeira.

 

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Depois da visita à empresa participamos de uma degustação de 3 vinhos com um caprichado apetitivo preparado com produtos Km 0. A empresa produz também azeite de oliva extra-virgem. Tudo excelente!

 

No sábado à noite fomos recebidos para jantar no restaurante La Tuga,  que fica em excelente localização,  bem na orla da praia (Via Trento, 119), com ambiente elegante e com staff cordial e simpático.

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O restaurante do chef Nicola Ricci, inaugurado há poucos meses, oferece pratos preparados com ingredientes de qualidade onde a gente percebe o capricho e carinho também no momento da apresentação

Parque de Baratti e Populonia

Na manhã de domingo fizemos um passeio pelo Parque Arqueológico de Baratti e Populonia e  se estende no Golfo di Baratti e Populonia. O parque abrange uma área de 80 hectares, com tumbas e edificações etruscas e romanas.

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As construções etruscas eram geralmente realizadas em madeira e tijolo

 

Terra do ferro e dos metais, Populonia é a única cidade etrusca que se debruça sobre o mar. A cidade teve um papel importante internacionalmente na comercialização do ferro e de minerais.

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Populonia é uma antiga cidade de origem etrusca, situada sobre uma colina circundada pelo mar, no Golfo de Baratti

O Castello di Populonia é um pequeno burgo medieval construído no século 15  pelos etruscos sobre uma colina, ao redor da antiga torre, que é do século 12. Nas redondezas do castelo  desenvolveu-se a cidade de Populonia Alta.

Populonia era uma das mais ricas e poderosas cidades da Dodecápolis, que prosperou graças  às atividades  de mineração e à indústria do ferro

 

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Populonia era uma das mais ricas e poderosas cidades da Dodecápolis, que prosperou graças  às atividades  de mineração e à indústria do ferro

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A vista do alto do Castello de Populonia

 

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A igreja de Santa Croce, do século 15

 

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O vilarejo é minúsculo e o que impressiona é que conta com apenas cerca de 20 habitantes. Aqui a rua principal, com algumas bodegas e lojinhas de artesanato

 

Após o tour à Populonia, almoço na vinícola Poggio Rosso, que fica nas imediações do Glamping onde me hospedei e que pertence à família Monelli, que desde 2002 dedica-se à produção de vinhos. Os vinhedos cultivados são de uvas Merlot, Sangiovese, Vermentino, Cabernet Sauvignon e Viogner.

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Com Camilla, Kathleen, Carlotta e Silvia

 

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O nosso light lunch com delícias toscanas preparadas pela senhora Edi Monelli

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Hospedagem – Fiquei hospedada no Glamping Poggiorosso. Esta seria a minha primeira experiência em uma estrutura do tipo e estava super empolgada com a ideia! Glamping é uma nova forma de hospedagem que vem conquistando adeptos em muitos países do mundo. Significa camping com glamour. Estrutura elegante, muito charme, conforto e riqueza em detalhes.  Feitas com materiais ecossustentavies, as barracas são produzidas por uma empresa holandesa. São espaçosas e resistentes, com estruturas fixas de madeira, com ambiente climatizado,  Wi-fi, banheiro com duchas com jato hidromassagem e cozinha toda equipada. A sensação é de estar numa luxuosa casinha na árvore!

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Acomodações ecofriendly num ambiente tranquilo e em contato direto com a natureza, com vinhedos e oliveiras nas proximidades. Toda a tenda era equipada com móveis de madeira e a decoração é de muito bom gosto, charme e requinte

 

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Mimos de boas-vindas. Este é o quarto de casal. A nossa barraca era de 2 quartos, com banheiro, cozinha e varanda. As paredes internas são de madeira

 

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No Poggiorosso são disponíveis no momento 10 barracas, todas circundadas de árvores e com bem cuidado jardim que atende a cada uma das acomodações

Como chegar:

Carro – Sugiro alugar um carro para visitar a região pois as cidades ficam muito próximas umas às outras e e é sempre bom poder parar nas localidades que mais chamam a atenção. A paisagem é bucólica e linda!

Trem- O trajeto de Firenze até San Vincenzo dura cerca de 2 horas e meia.  Valor do bilhete € 13,50 com Trenitalia

Distâncias:

139 Km – Firenze

43 Km- Massa Marittima

66 Km – Volterra

88 Km – Pisa

49 Km – Castiglione della Pescaia

 

Participei do evento Un Mare del Gusto à convite da Prefeitura de San Vincenzo. Todas as refeições foram oferecidas pelos estabelecimentos citados, assim como a hospedagem. O meu relato é resultado de minha experiência e minhas observações pessoais, sem nenhum vínculo editorial. O meu muito obrigada aos organizadores e promotores do evento.

 

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Cinque Terre

A minha vontade de conhecer Cinque Terre era tão grande que estive na região em pleno inverno, numa viagem que fiz com amigas há cerca de 15 anos. Queria voltar no verão para  ver aquelas cores acesas e apagar da memória aquela sensação do vento gélido de fevereiro. Ah, quanta diferença em visitar esse pedacinho da Itália em dias ensoladoros! Com menos de 5 mil habitantes, esta região que tanto fascina e encanta é constituída por 5 vilarejos de pescadores com casinhas coloridas incrustadas uma ao lado da outra nas montanhas da riviera da Ligúria.

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Para quem dificuldade de locomoção e para quem estiver com carrinho de bebê leve em consideração que visitar os burgos de Cinque Terre significa subir e descer ladeiras e fazer degraus

É um paraíso natural que recebe 2,4 milhões de turistas por ano atraídos pelo charme desses burgos que constituem a meta mais cobiçada da Ligúria, vizinha das regiões italianas da Emília Romanha, Piemonte e Toscana.  Em 1997 a região de Cinque Terre, província de La Spezia, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Por estar a apenas 2 horas de trem de Firenze, é muito comum que turistas escolham fazer um bate-volta para visitar a região, o que sinceramente não recomendo, pois acho cansativo e muito corrido para explorar uma região tão peculiar.  Se escolher visitar a região na alta temporada, isso é,  entre junho e agosto, prepare-se para enfrentar a multidão de turistas que invadem os burgos. O turismo de massa é devido também aos cruzeiros marítimos que aportam na costa da Liguria nessa época.

 

Os 5 burgos que constituem a região de Cinque Terre

 

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Riomaggiore– Saindo de La Spezia, a primeira parada é Riomaggiore, portanto,a primeira parada para quem chega de barco. Suas casinhas coloridas seguem o esquema de construção de casas-torres e são todas coladinhas umas às outras. Na parte alta fica a Igreja San Giovanni Battista, construída em 1340.  Segundo a tradição, o burgo é do século 8 e teria sido fundado por um grupo de refugiados gregos. Em Riomaggiore começa a Via dell’Amore, que vai até Manarola, uma estrada de cerca 1 quilometro que se percorre a pé, para quem tem fôlego e quer admirar a esplêndida paisagem mas que desde 2012 foi fechada por motivos de segurança com previsão de reabertura em 2019.

 

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Aqui a gente vê Manarola e Riomaggiore, à direita

Manarola – Formada por casas-torre, é um vilarejo charmoso, pequeno mas bastante íngreme, e com menos fluxo de turistas.  Em sua praça estão concentrados os prédios religiosos, como a igreja de São Lorenzo em estilo gótico do ano de 1338, o oratório del Disciplinati e a Torre Campanária.

 

Corniglia

Corniglia é a 3ª cidade, ela fica no meio entre as outras2. O menor dos vilarejos é Corniglia que também não há praia e nem marina. É o que recebe menos visitantes

Corniglia–  suas origens são da época romana. Com casas mais baixas, é o menor dos burgos e não tem acesso ao mar. Para chegar  até o topo,  você  vai precisar encarar cerca de 382 degraus  a partir da estação ferroviária (pois Corniglia não tem estação central).  Fica no alto de um penhasco de onde o pôr do sol é um espetáculo imperdível e de onde é possível admirar todos os outros 4 burgos. Corniglia é o único vilarejo onde as embarcações não param.

 

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Vernazza – Foi fundada no ano 1000. Já foi a mais próspera das cidades que constituem a região, possui construções arquitetônicas importantes como pórticos e arcadas. Prepara-separa o maior sobe e desce: Vernazza é cheia de ladeiras íngremes e estreitas. É entre os burgos mais populares e requisitados. Sua rua principal é repleta de lojinhas de souvenires e restaurantes. Uma das atrações da cidade é a igreja de Santa Margherita , em estilo românico.  No topo ruínas fica o Castello dei Doria,  símbolo da importância econômica do vilarejo e de onde a vista é espetacular!

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A deslumbrante vista que temos do Castello dei Doria (entrada a pagamento)

 

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Estava quente mas nao tomei banho. Os burgos estavam lotados! O auge da temporada é entre maio e agosto

Monterosso al mare – é o maior dos 5 vilarejos e o mais plano, portanto, para quem viaja com crianças e pessoas com dificuldade de locomoção  (ou que simplesmente querem evitar as escadarias), passa a ser a opção mais interessante. Para quem curtir praia, Monterosso é a mais indicada, pois sua praia é extensa e tem grande área com areia. Vale ressaltar que as praias da região são com muita pedra e pouca areia. Nas colinas do vilarejo são cultivadas uva e azeitona.  Devido à extensão das praias e ao maior número de estruturas hoteleiras, é a mais turística e cobiçada de todas as 5 cidades. É dividida em duas: a parte nova e velha.

 

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Monterosso é o local mais apropriado para quem quer curtir praia, praticar esportes e dar um bom mergulho!

 

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Porto de em La Spezia de onde saem as embarcações

Onde dormir

Eu me hospedei em La Spezia e achei excelente essa opção. A cidade é tranquila, com boa estrutura e com acomodações a preços razoáveis.  Dali partem trens e embarcações para todos os vilarejos de Cinque Terre. Optei em visitar os burgos de barco, que saem do porto de La Spezia.

 

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A vantagem de visitar de barco é poder apreciar os burgos do mar… mas para quem visita pela primeira vez e não tem muito tempo, o trem é mais prático

Come chegar 

Barco – Entre março e outubro diversas embarcações conectam La Spezia, Levanto e Portovenere até todas as 5 cidades de Cinque Terre. Você pode escolher uma dessas cidades como base. A maioria dos passeios de barco permite que você pare em qualquer uma das cidades, portanto, você tem condições de visitar as 5 no mesmo dia.  Para adquirir os bilhetes das embarcações basta se dirigir aos guichês que ficam no próprio porto. Dependendo da época do ano, chegue 1 hora mais cedo do horário em que pretende partir. Para ver os horários e opções de itinerários, clique aqui.

Trem – Caso seja a sua primeira viagem, acredito que o trem seja a melhor opção pois é bem mais prático que barco. Eu visitei a primeira vez de trem e a segunda de barco. Todos os 5 vilarejos são servidos de estações ferroviárias.  Existe o trem Cinque Terre Express que faz o trajeto La Spezia a  Levanto parando em todas as 5 cidades. Serviço disponível das 7.55 às 20:10 diariamente com 3 trens por hora em cada direçao. O bilhete custa 4 euros para cada trecho. O  percurso entre cada uma das cidades dura poucos minutos varia de 3 a 10 minutos.

Cinque Terre Card –  é um passe que custa 15 euros e dá direito de viajar de trem pela região durante 1 dia. E como você vai passear de um local para o outro, sai bem mais em conta do que pagar por cada trecho separadamente.

Carro -desaconselho porque é praticante impossível conseguir estacionamento e é proibido entrar nas vilas de carro. Descarte a possibilidade de ir de carro.

Avião – os aeroportos internacionais mais próximo são os de Pisa (84 Km)  e Gênova (112 Km).

 

Quando visitar – Apesar da lotação, melhor época para visitar Cinque Terre é entre meados de abril até início de outubro. Os meses mais cheios são de final de maio até agosto. Se visitar nesse período prepare-se para a superlotação. Se quiser aproveitar com menos gente chegue bem cedinho, antes das 10 horas ou depois das 16 horas, horário que termina a visita de quem está fazendo cruzeiro.

Bate-volta saindo de Firenze–  não aconselho sair de Firenze para fazer bate-volta pois não sou fã de passeios apressados onde temos a sensação de que estamos perdendo algo importante quando visitamos uma atração. O trajeto dura cerca de 2h30, portanto, considere que você vai passar mais de 5 horas no trem.  Caso você queira muito visitar Cinque Terre e não tem outra opção, acorde bem cedinho e pegue o primeiro trem saindo de Firenze e programe-se para voltar à noite. Se a sua viagem é nas temporadas de primavera e verão, terá a seu favor o horário de verão,  quando costuma escurecer por volta das 21 horas.

Importante: os valores mudam de acordo com a estação do ano. Antes de programar sua viagem aconselho visitar os sites de transportes e serviços.

Distâncias

Firenze – 188 Km

Pisa- 117 Km

Milão – 227 Km

Gênova- 100 Km

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