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A enchente de Firenze de 1966

Em muitos muros de Firenze a gente pode observar uma marca praticamente na altura da porta que traz a data 04-11-66.  Essa é uma lembrança triste e dolorosa: ela indica onde as águas do Rio Arno chegaram, numa enchente que devastou grande parte da Toscana e inundou a cidade de Firenze,  causando a morte de  35 pessoas, 17 na cidade de Firenze e 18 nas províncias.

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Na época, a cidade ganhou socorro não apenas de italianos – que vieram de norte a sul – mas de tantos estrangeiros de  diversos países do mundo que vieram oferecer ajuda para salvar o patrimônio histórico e cultural de Firenze.

 

 

2.

Depois do Tibre, o Rio Arno  é o mais importante  da região central da Itália. Ele nasce nos Apeninos, atravessa a Toscana passando por Florença e Pisa  e deságua no Mar Tirreno. E no início daquele fatídico novembro, que foi de muita chuva, suas águas transbordaram causando danos em muitas cidades da Toscana.

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Não apenas o centro histórico de Firenze foi devastado como também outras cidades banhadas pela bacia hidrográfica do Arno. Pontedera, Lastra a Signa, Signa, Campi Bisenzio, Quarrata e o Mugello  foram outras localidades que sofreram fortes consequências com a inundação.

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Calcula-se que a quantidade de água que caiu nas 24 horas entre os dias 3 e 4 de novembro foi de cerca 180/200 litros por metro quadrado

Os danos causados ao patrimônio artístico e arquitetônico foram muitos. Milhares de volumes, dentre preciosos manuscritos e estampas que estavam na Biblioteca Nacional Central ficaram completamente destruídos. A enchente causou danos também à Porta do Paraíso do Batistério e alguns painéis feitos pelo artista Ghiberti se destacaram.

As portas originais, que agora encontram-se no Museo dell’Opera del Duomo,  precisaram ser substituídas por cópias. Incontáveis os danos na Galleria degli Uffizi, que mesmo depois de anos de trabalhos de restauração, não conseguiu recuperar tudo o que foi danificado. A mais importante obra perdida na enchente foi O Crucifixo de Santa Croce, de Cimabue, que encontra-se na Basílica de Santa Croce e que apesar da restauração, foi perdida em 80%.

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Esta é a piazza Santa Croce, completamente tomada pela água. Todas as fotos em preto e branco foram retiradas da internet (divulgação)

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Resumindo a fatídica manhã do dia 4 de novembro, de acordo com relatos que pesquisei na internet: às 5 da manhã do dia 4 de novembro os ourives da ponte Vecchio (os únicos que foram advertidos) conseguiram salvar as peças preciosas. Logo depois disso o Arno invade e Biblioteca Nacional e atinge Santa Croce. Ao meio dia a água atinge 6 metros e o centro transforma-se em um rio de lama. A enchente de 66 não foi a pior e nem a primeira que inundou Firenze.

Em 1333, a primeira enchente documentada foi ainda mais violenta, chegando a destruir a ponte localizada onde hoje encontramos a  Ponte Vecchio, que foi reconstruída em pedra  no ano de 1345.

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As famílias se refugiaram  nos tetos das residências, tomadas pela água, que invadiu bodegas, museus e igrejas.  Mais de 8 mil soldados salvaram vidas e ajudaram a população que se viu sem casa, sem roupas e sem alimento. As operações de socorro terminaram no final de dezembro com a juda de 8.200 militares do Exército.

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Firenze recebeu ajuda de jovens que chegaram não só de outras cidades italianas mas também do exterior.  Conhecidos como Angeli del frango (Anjos da Lama) eles ajudaram a salvar e recuperar obras de arte soterradas, destruídas em meio à lama. Foi uma verdadeira cadeia internacional de solidariedade em meio à tanta tristeza e destruição.

 

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Em muitos muros espalhados por diversas regiões da cidade a gente pode ver a placa indicando até onde a água chegou

 

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E muita gente que contempla o Rio Arno assim, lindo e soberano, espelhando a beleza dessa magnífica cidade, não imagina quanta dor e tristeza foram causadas devido à inundação que devastou a cidade em 66

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Dicas de Firenze

A Igreja de Santa Croce

Nonos da Itália 

A Basílica de Santa Maria Novella

Passeio a bordo do 500

Vinci, a cidade do gênio Leonardo

Vinci, a terra natal de um dos maiores gênios da humanidade,  é um pequeno burgo na Toscana que preserva ainda características do passado e segue num ritmo bem sossegado. E o seu charme está justamente aí: a gente pode passear tranquilamente pelos seus becos e estradinhas estreitas sem o assédio de turistas. Ao menos mês passado, quando estive visitando a cidade, tinham pouquíssimos visitantes circulando pela cidade, conhecida como o local de nascimento do artista renascentista Leonardo Da Vinci.  A cidade não costuma fazer parte dos destinos preferidos dos brasileiros,  que desconhecem que o grande artista herdou  o nome de sua cidade natal, que fica a apenas 44 Km de Firenze.

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A cidade de Vinci tem menos de 15 mil habitantes e pertence à província de Firenze

O cenário de Vinci é típico de muitas cidades do interior da Toscana: com oliveiras e videiras  que ladeiam suas estradas e compõem o panorama repleto de colinas.

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Estive visitando Vinci com uma amiga que mora em Montecatini Terme, de onde saímos de carro até a terra de Leonardo, num percurso que durou menos de 3o minutos. A cidade apresenta características diferentes, pois na parte de baixo, aos pés do burgo, a gente confere edificações mais contemporâneas enquanto que na parte superior estão as construções medievais.

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Leonardo passou sua infância por essas ruelas, antes de transferir-se à Firenze

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As construções do burgo medieval e a a Biblioteca Leonardiana , onde estão documentadas muitas obras do gênio toscano

Locais de interesse: 

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Praça da Liberdade, onde foi colocado um monumento em bronze da escultora Nina Adamu. É uma estatua inspirada nos numerosos desenhos de cavalo feitos por Leonardo.

Museo Leonardiano – Abriga protótipos baseados em estudos e desenhos de Leonardo. A exposição permanente conta a vida e as obras do gênio, mostrando máquinas, reconstruções digitais de seus projetos em tamanho natural, suas criações mais geniais e visionarias às informações e anedotas de sua vida cotidiana. Existem 2 sedes do museu leonardiano, que são bem próximas.

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As máquinas de construção usadas por Brunelleschi para construir o Duomo de Firenze despertaram a curiosidade de um jovem Leonardo, que dedicou-se também à engenharia

Uma nova área dedicada aos estudos anatômicos foi inaugurada no museu Leonardiano  com uma série de atividades didáticas e visitas temáticas que ajudarão a descobrir o grande interesse que guiou Leonardo à descoberta do corpo humano.

A Palazzina Uzielli–   fica na Piazza dei Guidi, um espaço urbano inaugurado em 2006,  recriado pelo artista contemporâneo Mimmo Paladino e inspirado nos estudos de Leonardo. Neste prédio funcionam a bilheteria, o bookshop e os setores dedicados às maquinas de construção, tecnologia da manufatura têxtil e relógios mecânicos. O espaço abriga também  exposições temporárias  e uma ampla sala para percursos  didáticos que são propostos pelo museu.

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A Palazzina Uzielli

O Castello dei Conti Guidi, um imponente palácio medieval, abriga a segunda parte  do percurso expositivo. Desde 1953 o castelo é sede do museu. No primeiro andar são obras dedicadas à engenharia civil, máquinas de guerra, vôo, mecânica e instrumentos.  No segundo andar estudos de ética, carros automotores, bicicleta e estudos relacionados à navegação .

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É possivel admirar a cidade do alto do terraço panorâmico no Castello dei Conti Guidi após a visita às salas do museu (foto divulgação)

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Praça Guido Masi, um espaço aberto de onde temos uma linda vista da cidade, bem próximo ao Castello dei Conti Guidi, onde está a escultura de Mario Cerol, O Homem Vitruviano, que reproduz o famoso desenho de Leonardo que descreve uma figura masculina nua e separada em 2 posições sobrepostas com os braços inscritos num circulo e num quadrado, com a cabeça calculada como sendo um oitavão da altura total. A precisão matemática das proporções é o que tornou famoso este desenho, com harmonia das formas e do movimento. Atualmente encontra-se na Galeria dell’Accademia de Veneza.

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A Igreja de Santa Croce

A Igreja de Santa Croce, que fica no burgo, bem pertinho do circuito dos museus. Foi consolidada no século 13 e posteriormente restaurada em estilo neo-renascentista. Foi nesta igreja que Leonardo foi batizado, em 1452.

A Casa natal de Leonardo –  A casa colônica onde provavelmente nasceu o artista, em Anchiano, é imersa numa área verde, afastada do centro histórico. Com acesso de carro ou  ônibus, a casa fica na Strada Verde, distante 3 Km do burgo, portanto, para quem se anima, pode percorrer a estrada a pé. Aberta diariamente, das 10 às 19h ( de março a outubro até as 19h)

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A casa de Anchiano- Não é uma certeza, mas esta é a a casa atribuída como o local de nascimento de Leonard , na localidade de Anchiano, em Vinci, em 1452, filho ilegítimo de Sir Piero, um proprietário rural. Ele adotou o sobrenome em referência à sua cidade natal (foto divulgação)

Para consultar horários e tarifas, clique aqui. Existe um ingresso único que permite visitar o Museu Leonardiano, a Casa Natal de Leonardo e a Mostra L’Impossibile Leonardo que custa 11 euros.

 

Sobre Leonardo da Vinci
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Autorretrato, Torino, biblioteca Reale (em torno de 1513)

Leonardo di ser Piero da Vinci, que significa Leonardo, filho de Piero, de Vinci, foi o maior artista da humanidade. Leonardo não foi apenas pintor, mas  escultor, inventor, astrônomo, matemático, engenheiro. Nasceu em Anchiano (Vinci), no dia 15 de abril de 1452. Fruto de uma relação ilegítima,  dizem que só conheceu a mãe, a camponesa Caterina, quando ela já era anciã e pouco antes de sua morte. Apesar de ser filho ilegítimo, foi acolhido na residência paterna. Foi criado pelo avô paterno e preferiu não seguir a atividade do pai, que era tabelião.  Desde sempre muito curioso, passou a sua infância a observar e estudar a natureza. Quando tinha 16 anos perdeu o avô e toda a família se transfere para Firenze.

 

Manuscritos de Leonardo do Código Atlântico. Ele era canhoto e escrevia de trás pra frente e começava da direita para a esquerda

Suas habilidades foram percebidas desde cedo: aos 17 anos Leonardo foi aceito na oficina de Andrea Verrocchio onde, entre 1469 e 1478,  aprendeu técnicas de fundição e recebeu aprendizado sobre perspectiva e o uso das cores.  Com apenas 19 anos foi encarregado de colocar a uma esfera de bronze no topo da magnífica cúpula de Brunelleschi. Leonardo desenvolveu um sistema de gruas para elevar a mais de 100 m do chão e a posicionar sobre a catedral.  Aos 20 anos já fazia parte da corporação dos Pintores de Firenze.

Registros da corte de Florença  datados de 1476 acusam Leonardo e outros três jovens de sodomia.  Eles teriam sido pegos em flagrante tendo relações sexuais com um jovem, Jacopo Santarelli, na época com 17 anos. Uma denúncia anonima foi apresentada  mas foi dada como infundada. Mesmo assim,   essa acusação  deixou uma mancha em sua carreira artística.

Quatro anos após esse episódio, Leonardo foi excluído do grupo de artistas que  Lorenzo Il Magnifico enviou à Roma ao Papa Sisto IV, no ano  1480, para decorar os afrescos da Capela Sistina.

Em 1482, Leonardo deixou Florença e transferiu-se para Milão para atuar com a família Sforza. Encontrou  na cidade, onde passou 16 anos,  um clima intelectual e estimulante nos vários campos, como no da ciência, tecnologia e arte. Inclusive ele sustentava que ciência e arte eram coisas que não se separavam, pois estavam vinculadas. De 1492 a 1499, por ordem do duque de Milão,  envolveu-se  em diversos projetos nos campos artístico, de construção e até militar.

Com a invasão de Milão por parte dos franceses, Leonardo deixa Milão, em 1499. Ele retornou a Florença em 1500 e durante esse período  pintou “A Virgem e o Filho com Santa Ana”.

Curioso, foi um dos primeiros a sondar os segredos do corpo humano e o desenvolvimento dos fetos no útero, dissecando cadáveres para estudá-los. Dedicou-se a escrever da direita para a esquerda, de forma que suas anotações pudessem ser refletidas no espelho. Criou projetos de hidráulica, geologia, mecânica e diversos na de área da engenharia. Leonardo, observando a natureza, analisou todos os campos do conhecimento: ciência, anatomia, arte. Estudiosos descobriram que seu QI era de 180 (bem, a média do quociente de inteligência é de 90 a 109).

Seu amor pela natureza e pelos animais não se limitava à observação e representação de suas formas. Leonardo também foi animalista e sempre lutou pela liberdade dos animais. De acordo com os relatos do arquiteto Vasari,  comprava e libertava os pássaros,  deixando-os voar em total liberdade,  que era seu direito natural. Era vegetariano, por escolha ética e respeito aos animais.

Leonardo foi deserdado quando  perdeu o  pai mas herdou as posses de seu tio. Em seu testamento, deixou  aos meio-irmãos os seus bens.

Leonardo era conhecido principalmente como pintor e são de sua autoria 2 das obras mais apreciados no mundo:   A MonaLisa ou Gioconda, que encontra-se no Louvre, e a Última Ceia, um dos maiores bens conhecidos e estimados do mundo. O afresco encontra-se no Convento Santa Maria delle Grazie, em Milão.

 

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A Última Ceia, um afresco de Leonardo da Vinci para a igreja de Santa Maria delle Grazie, em Milão, provavelmente iniciado por volta de 1495/1496

Morou em Milão, Veneza e Roma e em 1513 muda-se pela segunda vez para   para a França,  a convite do soberano Francisco I, que o convidou a morar no Castelo de Clous.  Ele morreu na França aos 67 anos,  no dia 2 de maio de 1519. Não há mais vestígios de seus restos mortais devido à violação do túmulo durante as guerras religiosas do século 16.

Come chegar:

A melhor forma é alugar um carro e sair desbravando a bucólica região. Não há estação ferroviária em Vinci.  Saindo de Firenze voce pode pegar um trem até Empoli e de lá  um ônibus da empresa Piubus. O percurso de Empoli até Vinci dura 26 minutos e a linha é a 52.

 

Celebração dos 500 anos da morte de Leonardo

Em 2019, para celebrar os 500 anos da morte do gênio,  a exposição Leonardo e Firenze, lembrando o vínculo que sempre teve com a cidade.  São 12 folhas do Código Atlantico da Biblioteca Ambrosiana expostas entre 29 de março e 24 de junho, na Sala dei Gigli do Palazzo Vecchio, com referências ao lugar de origem de Leonardo.

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Na sala de projeção, imagens que apresentam as maiores obras de Leonardo, como a Gioconda, A Ultima Ceia A e A Adoração dos Magos

Museu Leonardo Da Vinci de Firenze – A exposição das “Máquinas de Leonardo da Vinci” pode ser conferida em Firenze, na centralíssima Via Cavour, a poucos passos do Duomo, no museu interativo Leonardo da Vinci com mais de 50 modelos de máquinas. O ingresso custa 7 eursos. O museu fica na Via Cavour, 21

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O museu Leonardo Da Vinci de Firenze

 

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A estátua de Leonardo da Vinci no pátio da Galleria degli Uffizi de Firenze

 

Em Firenze, as pinturas de Leonardo da Vinci podem ser admiradas na Galleria degli Uffizi, que reúne três obras do pintor, realizadas quando o artista iniciou seus estudos na oficina de Verrocchio São trabalhos de sua juventude, como L’adorazione dei Magi, il Battesimo di Cristo el’Annunciazione.

A obra Anunciação

A cúpula do Duomo de Firenze

A cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze, construída pelo grande mestre Filippo Brunelleschi no início do século 15, é um dos maiores símbolos da arquitetura renascentista. É um extraordinário e audacioso  projeto, com utilização de uma revolucionária técnica de construção para a época e que até hoje impressiona.

A cúpula  do Duomo é um dos mai0res símbolos de Florença que pode ser vista de diversos pontos da cidade.  Ela foi realizada entre 1420 e 1436 e é a maior cúpula em alvenaria do mundo.

Contemplar Florença do alto da cúpula  de Brunelleschi, tendo todas as suas construções seculares a nossos pés, é um deleite! Principalmente depois de superar 463 degraus numa subida íngreme, onde em alguns pontos a passagem é  super estreita e com a pavimentação irregular. Mas a vista que ganhamos ao chegarmos no topo do Duomo  é de lavar a alma!

 

 

História da cúpula

Em 1418  Filippo Bunelleschi foi o vencedor de um concurso de arquitetura para a construção da cúpula da Catedral Santa Maria del Fiore. Uma curiosidade é que Brunelleschi havia sido escolhido para fazer a cúpula junto ao artista Lorenzo Ghiberti, autor da Porta do Paraíso, e seu rival, visto que em 1401 foi Ghiberti que faturou o primeiro lugar no lugar para a construção das portas Norte do Batistério de San Giovanni.

Brunelleschi, desolado pela derrota, não se sentiu compreendido na época quando apresentou seu projeto para as portas do batistério e decidiu ir para Roma com seu amigo Donatello.    Na cidade eterna passa dias inteiros no Panteão e estudando também os fóruns para examinar as técnicas de construção usadas pelos grandes engenheiros romanos.

Mas voltando à cúpula, um fato curioso:  no início das obras Brunelleschi faltou ao trabalho  dizendo que estava doente e quando retornou disse que a obra estava  sendo realizada de forma incorreta. Ele quis humilhar Ghiberti e deixá-lo de fora. Depois disso conseguiu se liberar do seu antigo “rival” e seguir sozinho como arquiteto responsável.

A catedral até então não havia um teto, mas apresentava um grande buraco. Brunelleschi era um ourives e não um arquiteto. Com uma proposta ousada, ele  apresentou um projeto com 2 cúpulas, uma interna e outra externa.

A cúpula do Duomo foi construída  por Brunelleschi, o primeiro arquiteto renascentista. Esta é a maior cúpula em alvenaria do mundo e  anos de pesquisa foram necessários para que se compreendesse como foi feito

O tambor octogonal, a base da cúpula, tem  cerca de  55 metros de altura  e 116  até no topo dela. Uma estrutura imensa, presumivelmente composta por mais de 4 milhões de tijolos. A cúpula serviu de modelo para outras cúpulas do mundo,  como  a de San Pietro  no  Vaticano, desenhada por Michelangelo.

 

O interior da cúpula, com pinturas realizadas por Vasari e Zuccari

Afrescos no interior – A pintura mural da cúpula retrata o Juízo Final e foi encomendada por Cosimo I à Vasari, que criou os desenhos preparatórios e iniciou as  pinturas em 1572.   Depois da morte do artista e do Grão-Duque, em 1574,  o  sucessor dos Medici, Francesco I,  solicitou a finalização dos afrescos ao artista Federico Zuccari. É uma das maiores pinturas da história da arte: 3.600 m2 de superfície com mais de 700 figuras, das quais 248 anjos, 235 almas, 21 personificações, 102 personagens religiosos,  dentre outras figuras de malvados, monstros e animais.

 

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A complexidade da obra despertou por séculos a curiosidade pois era permeada de segredos que foram revelados depois de quase 40 anos de estudos: como ele conseguiu  construir a gigantesca estrutura sem usar um suporte de madeira ou ferro?

 

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A cúpula do Duomo foi construída por Brunelleschi, o primeiro arquiteto renascentista

 

Curiosidade

Peposo all’Impruneta o alla fornacina –  Uma curiosidade que envolve a construção dessa magnífica obra é que uma típica receita toscana está intimamente ligada à  história da cúpula.  Diz-se que durante a construção da cúpula da catedral, Brunelleschi  ia à Impruneta, cidade próxima à Florença e famosa pela produção da terracota, material que foi utilizado na obra, e ali ele viu a preparação do peposo all’Impruenta, prato feito com músculo, vinho e pimenta do reino,  preparado nas tigelas de barro. O   cozimento da carne era muito lento. O músculo era cortado em cubinhos, colocado na panela de barro junto com vinho tinto e muita pimenta, que ajudava  a encobrir a baixa qualidade da carne, que cozinhava por horas até amolecer e  ficar mais saborosa. O prato era preparado na boca dos fornos que eram utilizados para assar a terracota. Brunelleschi  ficou impressionado com este prato pobre, mas muito saboroso,  e decidiu levá-lo também para os canteiros de obras do Duomo.  Segundo uma tradição, os operários que trabalhavam na construção da cúpula saíam para almoçar e se atrasavam para iniciar o turno vespertino. Muitos voltavam embriagados depois de almoços prolongados e regado à muito vinho, imaginem que precisavam superar  463 degraus até o topo da cúpula!. Uma solução encontrada por Brunelleschi foi a de preparar um prato no próprio local de trabalho,  aproveitando os fornos acesos para o cozimento da terracota, que é muito utilizada para a realização cerâmicas  e também para construções.  Terracota significa “terra cozida” e apresenta coloração avermelhada.  Esse material, que é um tipo de cerâmica, é sólido e ao mesmo tempo leve. É trabalhado manualmente e depois assado nos fornos. Ainda é utilizado  em esculturas,  na confecção de tijolos, vasos e telhas.

Já escrevi um post sobre os pratos típicos da cozinha toscana.

O almoço dos operários envolvidos na construção da cúpula era preparado no próprio local de trabalho. Alguns dizem que Brunelleschi se inspirou numa receita que havia visto em Impruneta, cidade nas colinas toscanas famosa pela produção da terracota, material utilizado na cúpula

 

A conclusão de muitas décadas de estudos pelo arquiteto Massimo Ricci é a seguinte: ele utilizou um sistema de cordas  que permitia calcular a posição e o ângulo em que cada tijolo deveria ser colocado. Os tijolos foram colocados na diagonal, como a espinha de um peixe, com o auxílio de cordas que permitia calcular  a posição e o angulo esta em que cada tipojo precisaria ser posicionado. Um sistema jamais visto e repetido na história.

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Alguns trechos são bem estreitos com pontos de difícil acesso. Algumas pessoas se sentem mal e precisam ser acudidas, e até mesmo o acesso para os socorristas é complicado. Não é recomendável para quem sofre de claustrofobia

 

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A Catedral é a principal igreja fiorentina e é um dos símbolos da cidade

 

Horários e valores: O acesso à igreja é gratuito. O ingresso para visitar a cúpula de Brunelescchi custa 15 euros e você tem direito a visitar também o Campanário de Giotto,  a cripta e o Batistério e o Museu. Veja aqui no site oficial sobre os horários, que sofrem alterações de acordo com a época do ano.

 

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Na piazza Duomo a fila com as pessoas que aguardam para subir até a cúpula. Em determinado ponto existe uma placa informando que o tempo de espera é de aproximadamente 1 hora. A entrada é pela Porta della Mandorla

Quer uma maneira deliciosa para conhecer Firenze?

Participe de um tour enogastronômico.

 

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A colheita de uvas na Itália

O mês de setembro é um dos mais importantes e esperados aqui na Itália:  é o momento de darmos as boas-vindas ao outono e é também o período da tão esperada vindima, a colheita de uvas para a produção de vinho, um dos costumes mais enraigados na cultura deste país.  E este ano eu participei pela primaria vez de uma vindima, a convite da Villa Medicea di Lilliano, que fica nos arredores de Firenze.

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Esta é a segunda vez que visito a elegante propriedade, que já pertenceu à poderosa família Medici e que tem como proprietários desde 1830 a família Malenchini, que há mais de um século se dedica à produção de vinho e azeite

A área abrange 70 hectares,  circundada de videiras e oliveiras a perder de vista, um cenário verde deslumbrante. E é aqui nas colinas do Chianti fiorentino que  a  renomada vinícola Malenchini, convertida em empresa biológica desde 2014, produz Chianti DOCG, Chianti Colli Fiorentini DOCG, Vin Santo DOC  e o Super Tuscan IGT Bruzzico e produz degustações de vinho e de típicos produtos toscanos.

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São 17 hectares de vinhedos, onde são cultivadas uvas Sangiovese, Canaiolo, Merlot e Cabernet Sauvignon

Durante o verão as uvas ganham forma, cor e sabor… e dependendo das condições climáticas e do território, geralmente no início do outono é quando acontece a colheita.

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A vindima se modernizou em muitos aspectos mas ainda é realizada em clima de festa e confraternização. Nesta foto os blogueiros convidados junto ao pessoal que estava realizando a colheita, um grupo de amigos constituído basicamente por rapazes (tinha apenas uma mulher com eles nesse dia)

 

Quem nos acompanhou até os campos onde estava sendo realizada a colheita foi  Diletta Malenchini, proprietária da vinícola, e o gerente, o simpaticíssimo e divertido Eric Veroliemeulen . A  vindima dura cerca de 3 semanas e geralmente acontece no mês de setembro, mas o dia exato depende antes de mais nada das condições climáticas. Para saber se é o momento certo de começar a colher, Diletta nos explicou que utilizam um refratômetro, aparelho que permite medir a quantidade de açúcar da uva. Baseado no resultado,  um agrônomo e um sommelier decidem se é hora de colher os frutos, de acordo com o tipo de vinho que esperam produzir.
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Munidos de luvas e tesouras, o nosso grupo de blogueiros participou da colheita das uvas, que por sinal, estavam super doces e saborosas!

 

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Parece diversão, mas é trabalho. Uma coisa é passar uma horinha passeando entre as videiras e fazendo fotos, outra coisa é encarar todo o período da vindima. Falo isso porque algumas pessoas me escreveram dizendo que queriam participar. Para mais detalhes, entrem em contato direto com a administração da Malenchini pois eles oferecem degustações com possibilidade de visitar as plantações

A vindima é uma tradição que faz parte da cultura italiana, que comemora a cada ano o momento da colheita das uvas, que consiste num trabalho manual onde são utilizadas tesouras.  É preciso ter bastante atenção para colher apenas as uvas sadias  (me falaram para observar se as uvas não tinham mofo na parte interna dos cachos. As uvas secas também são descartadas já no momento da colheita).

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Diletta e Eric no caminhão carregadinho de uvas, que são super mocinhas e saborosas

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Logo após a colheita, o transporte para a adega é imediato pois o calor que costuma fazer nesse período pode levar a uma fermentação prematura das uvas.

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Num primeiro momento, uma máquina exclui os pequenos ramos e amassa as uvas, que depois é  transportado para a “cantina”, local onde é feito o vinho. Ali acontece a prensagem (pressionam a polpa da uva delicadamente para extrair o sumo). Depois o líquido, chamado mosto,  deve fermentar em tanques de aço inox à temperatura controlada. Ali começa a primeira etapa do processo, que dura cerca de 10 dias e é conhecido como rimontaggio, onde o suco e a casca (que costuma ficar na superfície) são misturados três vezes por dia. Este processo serve para dar cor ao vinho, já que é a casca que dá cor à bebida.  Portanto, saibam que é impossível obter vinho tinto a partir de uvas brancas,  pois suas cascas não apresentam pigmentação necessária para dar cor a um vinho tinto.

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Em seguida, acontece o segundo processo de fermentação, que dura cerca de 3 meses e é quando o vinho é é “svinato”: é o momento  de separar o líquido da casca, que são prensadas até que se extraia todo o líquido.   As cascas são prensadas mais uma vez e seguem para a destilaria para se tornar grappa,  uma bebida italiana de alto teor alcoólico, feita por destilação de resíduos de bagaço de uva. Depois desta segunda fermentação,  o vinho pode seguir caminhos diferentes, dependendo do resultado que querem obter. Depois do envelhecimento em barris especiais de madeira  e que podem durar anos (essa etapa é a mais interessante e complexa),  a bebida está pronta para o consumo.

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Alguém ai a fim de uma tacinha direto da fonte? 😉

Depois dessa inesquecível experiência, fomos recebidos na villa, onde nos esperava um almoço especial com delícias da cozinha toscana.  Como é bom confraternizar ao redor da boa mesa!!!

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E não podia faltar a tradicional schiacciata con l’uva, preparada com todo carinho pela senhora Marina Malenchini

A minha amiga Valentina Danielli, que também participou da colheita, conta em seu ótimo blog Too Much Tuscany  sobre a essa experiência, confira aqui o texto dela.

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Pratos típicos da Toscana

A Toscana é uma das regiões italianas mais ricas de pratos típicos.  Se você tem planos de passear por aqui e aproveitar o que de melhor a  cozinha local pode oferecer, confira aqui para ficar por dentro de tudo o que pode pedir nos restaurantes.

 

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Muitas receitas da tradição toscana são as que definimos hoje em dia vegetariana. Isso porque a gastronomia local tem sua origem ligada aos camponeses e que nem sempre tinham possibilidade de preparar pratos com carne

 

A Toscana é terra de camponeses e sua cozinha, que tem como base ingredientes frescos e genuínos, além de ser sazonal é muito simples.  Inclusive é conhecida como cucina povera, isso é, cozinha pobre. Mas nem por isso não deliciosa! A gastronomia toscana é repleta de aromas e sabores! Muitos pratos fazem alusão à sua origem rural e e  essa simplicidade que seduz e surpreende.  Muitos pratos são à base de pão e azeite, pois a Toscana é uma rica região produtora de azeite de oliva (veja mais aqui) e isso faz toda a a diferença no preparo de inúmeras receitas.  A gastronomia local baseia-se nos produtos que temos à disposição aqui no território.  Para você saborear um delicioso prato típico da culinária toscana é preciso levar em consideração a estação do ano.  Alguns pratos são encontrados apenas no verão e outros apenas no inverno  (quando os restaurantes utilizam produtos congelados, indicam no menu). Agora explico um pouquinho sobre cada especialidade:

 

Pão sem sal – Difícil falar de gastronomia toscana sem citar o pão, utilizado como base de muitos antepastos e sopas. O pão toscano é sem sal, tem o miolo macio e a crosta crocante. No início eu achava estranho mas atualmente adoro e  chego a sentir falta quando viajo para outras regiões e não consigo encontrá-lo. O pão toscano é oferecido no início da refeição e é uma delicia com uma pitadinha de sal e azeite.

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O pão toscano serve de base para alguns antepastos toscanos e também é usado na preparação de alguns pratos típicos

 

Crostini –  Servidos como antepasto, são fatias de pão tostado com uma variedade de sabores. Tem crostini de fegatini (preparado com fígado de frango), funghi, bruschetta (principalmente no verão), queijo brie e nozes , tomate, apenas azeite ou linguiça e queijo stracchino (este é uma perdição!) . E nos meses frios, a bruschetta de tomate se transforma em fettunta. E não há nada de mais simples para preparar:  depois de tostar o pão, basta passar um pouquinho de alho e caprichar no azeite extra-virgem de oliva.

crostini-toscani

 

Presunto – O Prosciutto Toscano DOP – Denominaçao de Origem  Protegida –  é produzido apenas aqui no território toscano e envelhecido no mínimo 12 meses. Geralmente o presunto é servido como antepasto. Se vier aqui no verão, não deixe de experimentar presunto cru e melão, que formam uma dupla irresistível!

Antipasto-toscano

 

Finocchiona-   é um tipo de salame típico do sul da Toscana preparado com erva-doce (funcho). Quando pedimos affettati misti toscani como antepasto geralmente incluem também a finocchiona.

 

Lampredotto – típico de Firenze, você vai encontrar diversas barraquinhas espalhadas pela cidade que servem a iguaria. O lampredotto é servido como sanduíche e bastante comum em toda a Toscana. O panino al lampredotto, que é preparado com  a 4ª parte do estômago do boi, ocupa um dos primeiros lugares quando o assunto é street-food. Visitar Firenze e não experimentar esse clássico não vale!

 

O panino al lampredotto encabeça a preferência do street-food de Firenze

 

Bistecca alla fiorentina –  a bistecca é bem alta, com corte em “T”, preparada na grelha e servida bem mal passada dentro, bastante rosada. É  feita com a carne Chianina,  raça de boi da região toscana do Val di Chiana. Sempre digo e vou repetir: não peça a bistecca bem passada. Se você não curte carne ao sangue, escolha outro prato.

bistecca

A bistecca alla fiorentina é super macia e mal passada

Pepposo dell’Imprunetta– Este prato é preparado com cubos de carne, bastante pimenta do reino em grãos e vinho tinto. Algumas pessoas acrescentam alho e tomate. É preciso cozinhar a fogo baixo por bastante tempo, tipo 2 ou 3 horas,  e quando feito com músculo da carne Chianina é ainda mais gostoso!  O nome do prato deriva da localidade de Imprunetta, nas colinas de Firenze.

 

peposo

 

Pappardelle al ragù di cinghiale–  é um prato típico da Maremma, sul da Toscana. O molho lembra bastante o ragú alla bolognese, mas tem um sabor mais selvagem.  A gente encontra esta massa com molho de javali praticamente o ano todo.

pratos-típicos

 

Pappardelle alla lepre –. Outra receita típica toscana com carne de caça é o pappardelle com carne de lebre. Assim como o  javali, a carne às vezes é marinada por até 48 horas  para eliminar o forte odor.

 

Pratos vegetarianos 

Panzanella– é um prato rústico e típico da cozinha toscana,  servido como primo (no lugar da pasta). É preparada à base de pao dormido molhado na  água. Como é super fácil fazer, deixo inclusive aqui a receita: deixe o pao dormido embebido em agua filtrada por cerca de 1 hora. Depois amasse com as mãos para tirar a agua e esmigalhe os pedaços. Acrescente tomate, pepino, fatias bem  fininhas de cebola vermelha, manjericão,  folhas de rúcula (se quiser)  e bastante azeite.  Uma pitada de sal  e pimenta do reino fresca a gosto. Veja aqui a  receita da panzanella toscana.

 

Ribollita – este é um prato preparado com pão velho e verduras das regiões de Pisa e Firenze que surgiu  para reaproveitar as sobras. Esta é uma sopa de verduras com pão, requentada (bollire significa ferver, cozinhar… ribollita significa cozinhada 2 vezes).  Em muitos locais você encontra o ano todo, mas aqui é bem mais consumida no inverno.

ribolita

 

Minestra di pane – esta é uma sopa de pão com legumes.  É preparada com pedacinhos de batata, cenoura, aipo, cebola, tomate e feijão e encontrada nos restaurantes entre novembro e março, que são os meses mais frios do ano.

 

Crespelle alla fiorentina – é  como um crepe ou panqueca, com a massa fininha, preparado com  recheio de espinafre e ricota

 

Cecina – A cecina é uma torta de grão de bico,  que surgiu de forma  aleatória  através da mistura de farinha de grão de bico, azeite e água. Muitos atribuem  a sua origem à “farinata ligue”. É uma torta bem baixinha, crocante fora e macia por dentro. Pode ser degustada com pão ou schiacciata. Ainda mais saborosa quando feita no fogão a lenha.

Pappa al pomodoro – dentre os chamados pratos pobres, este é o principal deles. A pappa al pomodoro é uma deliciosa sopa de pão, alho, manjericão e tomates. A qualidade dos tomates é primordial para um excelente resultado. E é no verão que o fruto amadurece, portanto,  agosto e setembro são meses excelentes para se saborear este típico prato toscano. Você encontra a pappa al pomodoro durante todo o ano, mas nos meses de inverno ela é feita com a massa de tomate congelada ou então com molho de tomate industrializado.

A pappa al pomodoro é um dos principais pratos da cozinha toscana

Cacciucco –  o cacciucco mais tradicional é o preparado com peixe, pois existem também outras variantes. Esta sopa de peixe preparada com frutos do mar é servida sobre o pão tostado.  Este prato é típico de Livorno e bastante difundida também em Viareggio e surgiu também das sobras, ou seja, dos peixes de qualidade inferior que eram aproveitados sobre um pedaço de pão. Leva polvo, lula, mexilhões, camarões. Uma delícia!!!

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Cacciucco alla livornese

 

Pici – Não  é  um prato, mas um tipo de massa, bem parecida com o spaghetti,  só que mais grossa e rugosa. Essa massa é originária do sul da Toscana e dentre os molhos para acompanhá-la estão l’aglione (um tipo de alho),  molho de carne moída, funghi, carbonara ou cacio e pepe (que é uma receita romana mas que combina muitíssimo bem com o picio).

pratos tipicos

Pici all’aglione: prato simples e rústico da região dei Siena (foto divulgação)

 

Fagioli all’uccelletto – é um prato típico da à base de feijão cannellini, molho de tomate, sálvia e pimenta   do reino. Este não um prato, mas um acompanhamento para pratos de carne. 

Gnudi toscani –  este prato é basicamente o recheio do ravioli, isto é,  ricota e espinafre.  Os gnudi (nudi, nus)  são preparados com a receita do recheio do ravioli e depois servidos geralmente com molho de tomate, o que confere mais sabor ao prato! Algumas receitas são preparadas com manteiga e sálvia.

 

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Doces

 

Schiacciata con l’uva – é muito parecido a um bolo e é feito com ingredientes simples, como massa de pão, azeite, açúcar e uva vermelha, a canaiola, sempre no período da colheita, isto é, setembro. Portanto, a gente só encontra essa delicia no mês de setembro e início de outubro.

schiacciata

O doce típico da época das vindimas, a schiacciata con l’uva. Esta foi preparada por Emiko Davies, autora do livre Florentine, cheinho de receitas maravilhosas!

Cavalucci –  é um biscoito típico de Siena, preparado com mel, nozes e frutas cristalizadas. Apesar de serem típicos das festas de final de ano,  podem ser encontrados durante todo o ano.

Pan ramerino – é um pão feito com uva e alecrim e servido na Quarta-feira Santa.

Schiacciata alla fiorentina – típico para ser saboreada no período de carnaval, é um  bolo branco, macio e delicado com o topo de açúcar fino.

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Ricciarelli – este doce é originário de Siena e feito com amêndoas, ovos e açúcar, e geralmente servido nas festas de final de ano.

Panforte –  este é um doce clássico italiano e foi criado em 1200, em Siena. É feito com frutas, casca de laranja e nozes. Apesar de ser um doce de Natal a gente encontra durante todo o ano

Castagnaccio – doce à base de farinha de castanha, pinoli, passas, nozes e alecrim e castanhas, típico dos meses de outubro e novembro.

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Torta della nonna –  de origem aretina, a torta della nonna ,   ou a “torta da vovó”, é um dos mais tradicionais doces toscanos. A receita é bem simples e o doce é bem leve e delicado, com recheio cremoso e com pinoli e açúcar no topo.

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A torta della nonna é irresistivel! No topo, açucar e pinoli. E a maravilha é que a gente encontra essa gostosura durante todo o ano (foto divulgação)

Cenci – doce de carnaval, seria o equivalente à nossa mentira. A gente encontra nas confeitarias, restaurantes e supermercados apenas durante o período de carnaval.

Cantucci e vin santo – muito comum aqui na Toscana, esta dupla é inseparável!  Servida após as refeições, o cantucci,  também conhecido como “biscoito de Prato”, é crocante e feito com amêndoas.

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O comum aqui é mergulhar o cantucci no copinho de vin santo, assim ele amolece um pouco. Mas cada um come preferir. Eu como os biscoitos e depois tomo o vinho 😉

E aqui alguns dos produtos da horta e do pomar de cada estação :

Primavera – alho, aspargos, acelga,  rabanete, alcachofra , aspargos, couve-flor, cenoura, chicória, feijão, folhas verdes, repolho roxo, rabanete, espinafre, abobrinha. Frutas: laranja, morango, kiwi, pera, cereja, melão, maçã

Verão –   alho,  cenoura, cebola branca, pimenta, milho, tomate, aspargos, abobrinha, beringela, cavalo, radicchio, rúcula, pimentão, rabanete, radicchio, folhas verdes,  feijão, flor de abobrinha. Frutas: abricó, melancia, melão, pêssego, ameixa, figo, mirtilo e uva

Outono – Alho, aspargos, tartufo, espinafre,  castanha, limão, batata doce, rabanete, era-doce, funghi porcini, aipo, abóbora, cavolini de bruxelas e espinafre. Frutas: caqui, pera, uva, mixirica

Típico do outono, a castanha é um alimento saudável e digerível de alto valor nutritivo e calórico. Graças às suas propriedades energéticas, a castanha foi o pão da população até o final da Segunda Guerra Mundial

Inverno – bietola, brocolis, chicória, abóbora , couve-flor, erva-doce, espinafre, abóbora, alcachofras, espinafre, erva-doce. Frutas: laranja, mixirica, pera, maça, kiwi

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Aldravas italianas

Caminhando pelas ruas da Itália a gente percebe detalhes da arquitetura que chamam a atenção.  Já mostrei em outros posts as portas, sacadas e janelas.  Mas vocês já repararam nos batedores de portas que ornamentam e embelezam as construções?  Hoje vou falar das aldravas, que encontramos fixadas às portas e portões e que eram usadas como campainha antigamente.

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Sua origem é greco-romana e foi bastante utilizada até o século 20, quando surgiu a eletricidade e sua função caiu em desuso. As aldravas surgiram como objeto de praticidade, para que as pessoas pudessem anunciar a sua chegada, batendo-as contra a porta para fazer barulho.

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Associado ao uso prático,  ganhou status artístico e decorativo. Assim foram surgindo peças artísticas e elegantes, que passaram a adornar as portas de muitas cidades.

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Esta peça que é geralmente de bronze, ferro ou metal, aqui na Itália , de acordo com a região,  é chamada de battiportabattente , bussarello ou picchiotto.

 

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Na época neo-clássica se difundiram os modelos em ferro fundido, com formas diversas, alguns inspirados no Antigo Egito,  representando esfinges, outras traziam animais, medusas,  flores , mãos e cabeças de mulheres.

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Inicialmente consistia em formas mais simples mas com o passar do tempo transformou-se em objeto de arte

Mas desde tempos antigos, os batentes tinham não apenas a função de alarmar a chegada ou saída das pessoas ou de auxiliar a abrir portas pesadas.  Por motivos místicos e religiosos, eram atribuídas às aldravas o poder de afastar influências negativas e os espíritos malignos que pudessem prejudicar a casa e seus habitantes. Por este motivo a maior parte dos batedores traz uma expressão ameaçadora ou de animais ferozes.

 

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E se você também admira a arquitetura italiana, aqui tem uma série de posts que podem te interessar: janelas da Toscana, portas italianas e janelas e sacadas da Emília Romanha.

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Hábitos alimentares dos italianos

Acredito que diante de todo aquele ritual de comilança na hora das refeições aqui na Itália com antepasto, primo piattosecondo piatto,  contorno (acompanhamentos), sobremesa e café – ufa- você também deve se perguntar se é assim todos os dias.  Costumava ser.  É que os os costumes dos italianos estão mudando e no ritmo frenético do dia-a-dia as pessoas acabam não podendo dedicar tanto tempo às refeições. Ao menos durante a semana.  Vou explicar sobre os hábitos alimentares dos italianos de forma genérica e abordar principalmente os costumes gastronômicos aqui da Toscana, região onde vivo.   Mas sim, claro que muita gente pode e faz questão de saborear cada portata (como é chamado aqui cada um dos pratos) todos os dias da semana, e não apenas nos almoços de domingo em família ou em ocasiões especiais e nos restaurantes.

 

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Tem turista que acha que nos restaurantes eles ficam chateados se você não pedir todos os pratos. Não é bem assim. Escolha apenas o que realmente você quiser comer (eles provavelmente vão cobrar o couvert de qualquer jeito, que custa de 1 a 3 euros). Pode ser que você queira um prato de massa (primo) enquanto a pessoa que está contigo prefira um prato com carne (secondo piatto). Informe ao garçom para trazer os pedidos contemporaneamente

 

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Não seria exagero dizer que tudo na Itália gira em torno de comida.  E de comida boa, de qualidade. A cozinha italiana é simples e baseada em pratos preparados com produtos frescos, da estação. E é por este motivo que não encontramos os mesmos pratos o ano inteiro, a cozinha é sazonal.  E nem sempre encontramos os mesmos pratos em todas as regiões do país, pois a culinária italiana é conhecida pela sua diversidade regional. Cada território prepara seus pratos em base à matéria-prima que tem. O uso de manteiga e gorduras é bastante restrito e é grande o consumo do azeite de oliva. E este é um dos segredos da boa forma. Escrevi um post explicando porque os italianos não engordam. Não deixe de conferir! 😉

 

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Existe uma grande variedade de aromas nas receitas, graças aos temperos bastante utilizados, como manjericão, sálvia e alecrim. A simplicidade no preparo dos alimentos é uma das características da gastronomia italiana

Todos querem e fazem questão de comer bem. E é vero, aqui só se fala em comida! Nas filas dos supermercados as pessoas comentam e trocam receitas, no trabalho, nos eventos, nos mercadinhos de rua e entre desconhecidos que engatam uma conversa (se não estão comentando sobre o tempo, pode saber que o papo é comida!).  Quando se escolhe um local para sair à noite pouco importa se o local é bonitinho, badalado ou da moda; tem que ser um lugar onde se “mangia bene”. O local de uma festa de casamento não é escolhido baseado na paisagem ou na elegância do lugar, mas é o buffet que vai pesar mais na hora da decisão (não apenas farto, mas com produtos de qualidade).

supermercato

Na minha casa adaptamos alguns costumes da tradição italiana à brasileira e na maioria das vezes costumo fazer um prato único, coisa que aqui não acontece, pois os italianos não gostam de misturar os sabores.  Adotei o prato único desde que meu filho começou a fazer as refeições junto com a gente. E foi por questão de praticidade.  Ou vocês acham que é fácil manter uma criança de 1 ano sentada à mesa por uma hora esperando todo o ritual e troca de pratos? Costumamos comer o antepasto e depois o prato principal, que pode ser uma massa com carne ou peixe e verduras. Acho bem mais prático preparar refeições aqui do que no Brasil.  A facilidade é grande de encontrar molhos semi-prontos e de ótima qualidade seja em bodegas que nos supermercados.

 

As refeições 

Vou agora falar sobre as principais refeições, que são basicamente 5: café-da-manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.

Eu considero o café-da-manha, ou colazione, daqui escasso comparado ao nosso.  Aqui é um hábito que o desjejum seja no bar onde as pessoas geralmente optam por um café com brioche (veja mais detalhes aqui).  Em casa,  as famílias costumam consumir pão com geleia, biscoitos, café com leite ou cereais e leite.  Eu costumo variar e de vez em quando faço misto-quente com pão toscano.  No meio do dia, por volta das 10, 11 horas, comem fruta ou yogurt.

O típico almoço italiano, considerado a refeição principal do dia, tem vários pratos e começa com o antepasto, pães, presuntos, queijos, embutidos, depois o primo piatto, que pode ser uma massa (por exemplo fusilli, penne, farfalle, strozzapreti, fettucine, ravioli, spaghetti, gnochi e orecchiette;  cada massa tem seu molho específico), risotto ou sopa, o secondo piatto de carne ou peixe (ou também à base de ovo) e acompanhados pelo contorno, preparados com verduras e legumes.  A salada vem no final da refeição (e não no início como acontece no Brasil). E sempre o pão acompanha as refeições (que quando sobra, a gente faz a scarpetta, conhece?).

Hábitos-alimentares-dos-italianos

Quem trabalha e não vai em casa na hora do almoço geralmente escolhe um bar perto do local de trabalho e opta ou por uma massa ou carne. Um prato de massa como este custa entre 5 e 7 euros. E quando não tomam vinho bebem água, quase nunca refrigerante

Mas como mencionei, com o ritmo de vida mais agitado, na pausa pranzo (pausa de almoço de quem trabalha), muitos mudaram seus hábitos alimentares e passaram a reduzir a quantidade de pratos optando ou pelo primo ou pelo secondo. E sem contar que alguns substituem o almoço por um panino. Todo o tradicional ritual fica reservado para o almoço em família de domingo. O italiano adora e não abre mão de comer com tranquilidade e saborear os alimentos pelo menos nos finais de semana, afinal, é importante confraternizar reunindo os amigos e a família em torno da boa mesa. O lanche da tarde aqui é chamado de merenda e costumamos comer frutas, yogurt, suco, pão ou biscoitos.

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Este é um exemplo de secondo piatto (tagliata, que é a bistecca cortada em fatias) com carciofi (acompanhamento) , e salada, que nesse caso era apenas para enfeitar o prato. Reparem que a porção não é grande

 

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Uma tacinha de vinho para acompanhar as refeições, quando não apenas água. Quase nunca as pessoas pedem suco ou refrigerante

À noite, por volta das 20 horas, geralmente é o horário do jantar (ah, e nem pense em propor um lanche para substituí-lo!).  E aquilo que é preparado no jantar depende do que a pessoa comeu no almoço. E quem pode e gosta, repete todo o ritual do almoço, com diversos pratos. Os mais idosos não abrem mão de jeito nenhum desse modo de comer.  Já as famílias com crianças e os mais jovens costumam optar por uma substanciosa salada com algum tipo de carne (costumam fazer bastante grelhada) ou sopa, nos meses mais frios. No verão prevalecem pratos mais leves e práticos, como presunto e melão, saladas, queijos e presuntos.  E com essa onda de fazer aperitivo (saiba mais aqui), a gente percebe algumas mudanças de hábito na ultima refeiçao do dia, pois depois de participar de um happy-hour com buffet farto muitos acabam nem jantando.

fruta

As frutas da estação são consumidas não apenas na hora do lanche mas também após as refeições como alternativa para o doce na hora da sobremesa

 

 

 

 

 

Arte handmade em peças exclusivas

Firenze é uma cidade de arte,  inspiradora e que não para de surpreender e revelar talentos. Neste post falo sobre 3 locais incríveis onde encontramos peças exclusivas e feitas a mão. Conversei com todas elas e aqui vai o resultado do trabalho que desenvolvem com tanta maestria e paixão. Em pauta, a  excelência da artesanalidade e bom gosto, em objetos únicos e preciosos.

Elizabeth Orchard

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Elizabeth Orchard e sua filha Claire

Elizabeth Orchard é uma artista nata.  Expressa em suas telas e em seus foulards em seda a sua habilidade para mesclar cores e formas. A artista inglesa  divide seu tempo entre a Inglaterra, Dubai e Firenze, onde passa atualmente a maior parte de seu tempo.  E foi em seu elegante atelier, nas colinas de Bellosguardo, arredores de Firenze, que ela recebeu um grupo de blogueiras para um delicioso chá para apresentar suas novas criações. Foi uma tarde agradável, com sanduichinhos, bolos, morangos e champagne, no espaço onde a artista inglesa produz pashimas inteiramente feitas a mão e exclusivas.

arte

Sua arte abstrata captura a beleza e a essência das estações

Elizabeth realiza um trabalho primoroso de pintura e expressa a sua arte através de pashiminas em seda e em suas telas, pintadas com as técnicas de pintura acrílica e óleo sobre tela. Suas criações nascem como verdadeiras obras de arte!   Elementos naturais, como árvores, água, pedra e flores servem de inspiração para suas criações . Ela atende em seu atelier apenas com hora marcada.

foulard

echarpes

As blogueiras que foram recebidas por Elizabeth. Aqui as diversas formas de endossar suas criações

 

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Elizabeth só atende com hora marcada em seu atelier

 

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Foulard da nova coleção “Scarves painted 4 u”

Il Giardino Segreto

A paixão pelo homedecor e a vontade de transformar pequenos objetos com a técnica da decoupage uniu 3  amigas, que em 2001 abriram o atelier Il Giardino Segreto. Inicialmente  participavam de feiras e exposições mas perceberam a necessidade de terem um local para atender a demanda dos apaixonados do trabalho que realizam em móveis e objetos.  Elas repaginam e dão cara nova a móveis e objetos do próprio cliente.  Todas as peças são únicas e exclusivas.

A loja fica na via Doni, 4

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As sócias Daniela, Sandra e Laura na linda loja que apresenta peças selecionadas e de muito bom gosto

 

decoupage

Móvel restaurado com a técnica da decoupage, que consite em transformar a peça mudando a sua superfície, seja com tinta, jornal,papel, e vale para loucas, moveis , molduras e objetos

 

decoracao

Esses são alguns dos móveis que foram repaginados pelas artistas, proprietárias da loja

homedecor

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Dandelion

Com peças únicas desenhadas por duas amigas que se chamam Carlotta, a marca Dandelion, criada em 2012, produz artigos realizados completamente a mão.  A marca Dandelion  nasceu por acaso, pela paixão das sócias pela reciclagem de materiais antigos, como rendas, botões e tecidos garimpados nos mercadinhos não apenas da Itália mas de outras cidades da Europa.  E o trait d’union do trabalho delas é justamente  recuperar o passado conferindo um ar contemporâneo às peças, através da reutilização de matérias-primas de qualidade. Inicialmente realizavam apenas  brincos em renda mas começaram a criar também braceletes rígidos e colares com botões e pedrarias e também bolsas oversize e vestidos feitos a mão, com tecidos e foulards vintage.  As criações sao vendidas online, no atelier ou nas diversas feiras de artesanato.

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Uma das sócias, Carlotta, no evento Artigianato e Palazzo, em Firenze. Elas transformam peças preciosas antigas em criações refinadas e atuais

 

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Brincos leves e refinados, coloridos com pigmentação natural e decorados a mão. A filosofia é aquela da reciclagem. Estão sempre em busca da matéria-prima preciosa para transformar com paixão e maestria para realizar objetos únicos. Elas possuem um estilo atual, refinado e ao mesmo tempo muito criativo

 

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O atelier de Firenze, onde as 2 sócias que se chamam Carlotta materializam suas criações (foto divulgação)

 

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Brinco em renda (foto divulgação)

Exposição internacional de artesanato

A cada ano que passa, a exposição internacional de artesanato que acontece aqui em Firenze se supera. Esta é a 80ª edição, que está sendo realizada na Fortezza da Basso, onde a Itália e outros 50 países estão expondo o que há de mais significativo de seu artesanato.  Uma verdadeira volta ao mundo apreciando a beleza e criatividade do artesanato que encontramos nos 4 cantos do Planeta.
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São cerca de 800 expositores de mais de 50 países

 

A Mostra Internazionale dell’Artigianato é um espaço que reúne uma grande diversidade de culturas, onde artesãos profissionais e jovens de talento apresentam as suas criações. E o Brasil é o convidado de honra dessa edição!  O verde e amarelo do nosso país ocupa posição privilegiada no pavilhão dedicado aos países estrangeiros. A Itália e os demais países participantes apresentam não apenas as suas tradições, mas também novas tendências no setor de vestuário, alimentação e há 3 anos existe existe um pavilhão dedicado à beleza e bem-estar.
Pavilhão dos países internacionais:
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Tapetes da India, artigos de decoração da Indonesia e os pratos pintados a mão da Tunísia

 

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Livros em miniatura. São feitos no Peru e existe também em português

 

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Cerâmica da Lituânia

 

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Para admiração dos visitantes, neste stand da Tunísia o artista produzia peças em cerâmica

 

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Um dos meus prediletos foi o stand da Turquia, do Oldcity Bazaar. Comprei pratos, potinhos e um abajur.
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O chapeu-panamá (feito no Equador), artigos do Nepal e na foto grande, stand do Senegal

 

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Peças do Iran

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O Marrocos montou uma tenda e oferece diversos produtos típicos e especiarias

Espaço do Brasil – convidado de honra
“Para festejar seus 80 anos, a exposição de artesanato apresenta o Brasil, colocando no centro da cena a alma colorida e original do maior país da America Latina através da extraordinária variedade de produtos e estilos, expressões de diversas comunidades, etnias e tradições dessa terra vital, jovem,  e cheia de expressões e soluções criativas.”
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Num espaço de 200 metros, o Brasil apresentou seus produtos, como cangas, toalhas, chinelos, vestidos, artigos de decoração para a casa e biquinis.  E para os que quisessem experimentar pratos da nossa cozinha, podem optar inclusive pela típica feijoada e pelo churrasco.
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Pavilhão T-riciclo, com peças realizadas com material reciclado ou reutilizado:
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reciclado

Adorei os trabalhos assinados “Pesce Fresco_”

Pavilhão Itália:
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sabonete-firenze
artesanato

Artesanato de design

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A artista Angela Cosenza, da Anitya, e suas criações

O evento, que começou no último dia 23,  termina neste domingo, dia 1º de maio e o ingresso é de 4 e 6 euros (durante a semana e final de semana, respectivamente).

Exposição de flores em Firenze

Programa imperdível aqui em Firenze durante a primavera é a Mostra dei Fiori, que acontece anualmente de 25 de abril –  feriado da Libertação da Itália – até o dia 1º de maio, no Giardino dell’Orticultura, que fica próximo à praça della Libertà.  Este ano a exposição começou um pouco antes, no último sábado, dia 23.

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O maravilhoso visual que temos através da entrada pela rua Vittorio Emanuele. A outra entrada do jardim é pela rua Bolognese

O jardim é um dos mais lindos e bem cuidados da cidade e durante os dias da exposição ganha um reforço e tanto com as diversas espécies de plantas e flores que enfeitam ainda mais o lugar.  Contrariando a previsão da meteorologia, esta segunda foi de sol intenso  e muitas famílias aproveitaram para curtir o feriado ao ar livre, em meio à beleza e ao colorido das flores.

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Não podia deixar de compartilhar com vocês essas imagens tão lindas!

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São mais de 60 expositores de toda a Itália que participam do evento.

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Neste post aqui você confere outra edição do evento.

A entrada é grátis e o horário de visitação é das 9 às 19h30.

Como chegar:

O Giardino dell’Orticultura fica a 5 minutos da piazza della Libertà.

Duas entradas: Via Vittorio Emanuelle II , 4 ou Via Bolognese 17

Firenze