Arquivo mensais:novembro 2019

Brisighella, para os adeptos do slow travel

Brisighella é uma antiga vila medieval e termal no Valle del Lamone, nos Apeninos da tosco-emiliano entre Florença e Ravena e é excelente destino para os adeptos do slow travel. Todos os anos quando vamos para a casa de campo, que fica perto de San Marino, escolhemos para visitar uma cidade que fica no percurso. E foi assim que resolvemos passear em Brisighella, província de Ravena.

 

Na província de Ravenna, nas encostas dos Apeninos entre Florença e Ravena, a vila medieval de Brisighella

Na província de Ravenna, nas encostas dos Apeninos entre Florença e Ravena, a vila medieval de Brisighella

Com menos de 8 mil habitantes,  o vilarejo medieval é dominado por 3 construções que à distância chamam a atenção: a fortaleza manfrediana do século 14, a Torre do Relógio, do século 19, e o Santuário de Monticino, do século 18.

Longe das rotas do turismo de massa , Em Brisighella reinam a paz e  a tranquilidade

O protagonista de Brisighella é o gesso,  presente sob todo o  vilarejo e em todo o vale  que o circunda. Inclusive o gesso está presente nas fachadas das casas e nas escadas esculpidas.

As cavernas de gesso de Brisighella

A colorida Via degli Asini, ou Via del Borgo

Um símbolo da cidade é a Via degli Asini, ou Via del Borgo,  incorporada às residências. Toda em tons pastel, como muitas construções da cidade,  apresenta uma série de janelas arqueadas. Nasceu no século 14 para fins defensivos e mais tarde começou a ser utilizada para o transporte  do gesso das pedreiras das redondezas com o auxilio dos burros, por esse motivo chama-se “Rua dos Burros”. A via degli Asini  é símbolo do trabalho humano relacionado à extração e ao processamento do mineral.

Via degli Asini – A rua é uma lembrança do trabalho humano relacionado à extração e ao processamento do mineral. Neste bairro viveram pessoas que trabalhavam nas pedreiras de gesso.Foto do blog Viaggiare uno stile di vita

Torre do Relogio

A Torre do Relógio está localizada em uma das três colinas de Brisighella. Foi construída em 1290, quando Maghinardo Pagani da Susinana construiu uma torre com blocos de gesso para controlar o castelo de Baccagnano. Pode ser alcançado a pé ou de carro. Para os pedestres, o caminho é a partir da Via degli Asini.

 

A Torre do Relógio foi completamente reconstruída em 1850, quando o atual relógio foi inserido. Uma curiosidade: o mostrador do relógio apresenta apenas seis horas , e não doze

 

Rocca Manfrediana

Foi construída em 1310 pela família Manfredi, que eram os senhores de Faenza. Foi a residência dessa poderosa família até 1500, quando passou ao domínio de Cesare Borgia,  posteriormente para os venezianos e por um período  passou a ser propriedade dos Estados Papais. A torre, que sofreu diversas reestruturações ao longo dos anos, é visitável e um passeio ao redor da estrutura é um excelente programa, principalmente para quem viaja com crianças! O panorama lá do alto é maravilhoso!  A estrada até a fortaleza  oferece um  lindo visual de toda a região, é a panorâmica Strada della Rocca.

Os pequenos se divertem: é possível caminhar pelas paredes de defesa, olhar pelas brechas, espiar o vilarejo e conferir onde as pontes levadiças eram enganchadas

 

Santuário da Madonna del Monticino

Sobre as colinas de Brisighella fica o Santuário da Madonna del Monticino, que guarda a obra em cerâmica La Madonna con Bambino, datada de 1626. A primeira construção, demolida em 1758, foi substituída pela atual. Nos fundos do santuário, a pedreira da qual  era extraído o gesso, tornou-se um Museu Geológico ao ar livre. Desde 1662, no mês de setembro é comemorado um dos mais antigos festivais da Romanha dedicado à Madonna del Monticino.

O Santuário della Beata Vergine del Monticino, na Via G. Pascoli. Em 1926, o Santuário foi enriquecido com uma fachada grandiosa, doada pelo cardeal Michele Lega, projetada por Edoardo Collamarini

 

Distâncias:

Bolonha – 69 Km

San Leo – 98 Km

Gradara –  104 Km

San Marino- 98 Km

Ravenna – 52 Km

Firenze – 89 Km

Rimini – 83 Km

 

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O Museu Novecento de Firenze

Não só de obras renascentistas vive a cidade de Firenze.  O Museu Novecento, uma realidade museológica no coração de Firenze, é dedicado à arte italiana dos século 20. Inaugurado em 24 de junho de 2014, é um museu e galeria de arte, com exposições permanentes e temporárias. A sede é no Antigo Convento Delle Leopoldine, na Piazza Santa Maria Novella.

 

O Museu Novecento apresenta uma seleção de obras de coleções cívicas que ilustram a arte italiana da primeira metade de  1900

Muitas obras foram doadas à cidade de Firenze pelo colecionador Alberto Della Ragione após a enchente de 1966:  fazem parte da coleção obras de Giorgio De Chirico, Filippo De Pisis, Renato Guttuso, Casorati entre outros.

 

O Museo Novecento funciona no antigo Spedale Delle Leopoldine di Piazza Santa Maria Novella 

 

O percurso começa no andar térreo, com salas dedicadas às mostras temporárias e com projetos especiais, que são também expostos no pátio do museu. No primeiro andar ficam a sala de cinema e de conferencias e ambientes reservados à exposição temporárias enquanto que no segundo andar as obras da coleção permanente.

O Museo Novecento tem acervo permanente e exposições temporários e diversos projetos especiais durante todo o ano. Nas noites de verão promovem sessões de cinema no pátio, com o projeto “Cinema nel chiostro”

Exposições permanentes 

Uma importante coleção é de Alberto Della Ragione, que foi doada para cidade de Florença em 1966,  com obras de Giorgio De Chirico, Filippo De Pisis, Gino Severini, Giorgio Morandi, Mario Mafai, Renato Guttuso, Felice Casorati e altri. Outros artistas que enriquecem a coleçao permanente são  Ottone Rosai,  Corrado Cargli, Mirko Basaldella e Aldo Palazzeschi.

Marino Marini

 

Lucio Fontana

 

Ottone Rosai

 

Virgilio Guidi, Donna solitaria  1938

 

Exposições temporárias

Além da coleção permanente, as mostras temporárias e as programações das salas de cinema e conferências enriquecem as atividades do museu com aprofundamentos temáticos e multidisciplinares. Em minha visita ao museu pude apreciar artistas italianos  como Bice Lazzari (até 13 de fevereiro), Mirko Basaldella e Rä di Martino, Lino Mannocci, Rebecca Moccia e Wang Yuang.

 

As obras de Mirko Basaldella, até 16 de janeiro

 

Bice Lazzari

 

Appolinaire Cefaloforo, de  Lino Mannocci, até 16 de setembro de 2020

 

Wang Yuang

 

Museo del Novecento

Piazza Santa Maria Novella, 10 – Firenze

Valor: 9 euros

Horários:

De abril a setembro

De segunda à domingo: 11 às 20h ( às quintas fecha às 14h e às sextas às 23h)

De Outubro a março

De segunda à domingo: 11 – 19 (às quintas fecha às 14h)

 

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As Capelas dos Medici

As Capelas dos Medici, ou Le Cappelle Medicee em italiano, é local que abriga o mausoléu dos Medici,  poderosa dinastia que governou a cidade entre os séculos 15 e 18 e responsável por Firenze  ser conhecida como Berço do Renascimento. O conjunto das capelas compreende, além da cripta onde muitos membros da família Medici estão enterrados, a Capela dos Principes, onde estão os túmulos de seis grão-duques da família Médici, e a Sacristia Nuova, outra capela funerária, onde Michelângelo atuou como arquiteto e escultor.

A imponente Capela dos Príncipes, com piso que é bastante recente, foi finalizado em 1962

O complexo de San Lorenzo inclui a Basílica, a Biblioteca Laurenziana, , considerada uma das primeiras bibliotecas públicas do mundo com cerca de 11 mil manuscritos da coleção dos Médici, as Capelas  dos Medici e o belíssimo claustro interno. Reúne tesouros artísticos realizados por  Donatello, Bronzino, Filippo Lippi, Michelangelo e Brunelleschi. As Capelas Medici abrigam os túmulos de 50 membros da poderosa família.  As capelas estão localizadas no Complexo da Basílica de San Lorenzo mas o acesso é por  trás da Basílica.   E as salas principais do Museo delle Cappelle Medicee são a Nova Sacristia e a Capela dos Príncipes.

 

A capela nasceu como um mausoléu da família Medici, que a queria como um símbolo do poder da dinastia

O pátio do complexo de San Lorenzo, perto da bilheteria e de onde temos acesso à Biblioteca Laurenziana e ao subterrâneo onde está sepultado o artista Donatello

 

A tomba do artista Donatello

A Igreja de San Lorenzo

Por 300 anos, a Basílica de San Lorenzo foi a igreja mais importante de Florença, até ser substituída pela Igreja de Santa Reparata, que mais tarde se tornou a Catedral de Santa Maria del Fiore. Fica ao lado do mercado homônimo de San Lorenzo, a poucos passos do Duomo e do Batistério.

Consagrada em 393 por Santa Ambrósio, a antiga basílica, reconstruída em estilo românico em 1059,  foi reformada por Brunelleschi no século XV, à pedido da família  Médici

Em 1419, época em que os Médici decidiram utilizá-la como paróquia da família, confiaram  à Filippo Brunelleschi, arquiteto que construiu a cúpula da igreja Santa Maria del Fiore.  Os trabalhos de Brunelleschi resultaram na primeira igreja obra-prima do período renascentista, importante obra para a arquitetura religiosa, com elementos clássicos e proporções geométricas.

As obras em bronze O Púlpito da Ressurreição e Paixão, de Donatello

 

Perto do altar, na capela próximo à Sacristia Vecchia, a obra Anunciação Martelli, de Filippo Lippi, datada de 1440

Sacristia Velha

Realizada por Brunelleschi entre 1422 e 1428, a Sacristia Velha, a parte mais antiga da igreja, representa um dos primeiros projetos do célebre  florentino em que sua visão arquitetônica se concretiza através da geometria e precisas proporções, com total harmonia entre espaço arquitetônica e decoração. O artista Donatello é o autor de duas portas de bronze e dos relevos nas paredes que representam a vida de São João Batista.

A Sacristia Velha é uma das criações mais completas do primeiro Renascimento florentino, com o tumlo de Giovanni Bicci ao centro

 

As Capelas dos Medici

As Capelas  dos Medici são um museu estadual desde 1869 e tem sua história ligada à da Igreja de San Lorenzo, à qual pertencem, localizada no mesmo complexo. As capelas foram erguidas como sepulcro da família Medici na Basílica de San Lorenzo, que os Medici consideravam a igreja particular, posicionada em frente à residência de Via Larga , agora Via Cavour, o Palazzo Medici-Riccardi.

 

As Capelas dos Médici foram anexadas à igreja de San Lorenzo, que era a igreja da família Médici enquanto habitavam  no Palazzo Medici-Riccardi

 

Cripta

O primeiro ambiente encontrado é a Cripta,  realizada por Buontalenti. No chão da cripta ficam as lápides de mármore dos túmulos dos Grão-Duques, suas esposas e parentes mais próximos.

Na parte central da cripta existe também um espaço onde estão expostas em  vitrines relíquias dos séculos 17 e 18.

 

Capela  dos Príncipes

No segundo andar fica a lindíssima  Capela dos Príncipes,  que surge da ideia do grão-duque  Cosimo I de realizar um mausoléu para a família. O mausoléu dos grão-duques da Toscana é uma grande capela octogonal com 59 metros de altura e uma imensa cúpula. Entre 1561 e 1568  as obras foram confiadas à Giorgio Vasari, mas os trabalhos começaram apenas com Ferdinando I. Em 1602  foi realizado um concurso e o projeto de Don Giovanni, filho natural de Cosimo I e de Eleonora, que encarregou  a direção dos trabalhos ao arquiteto Matteo Nigetti, que ficou responsável pelas obras até 1650.

Poder e magnificência da família dos Medici. O ambiente é ricamente decorado com pedras preciosas, mostrando a grandeza da dinastia Medici. Nas paredes estão brasões das cidades toscanas governadas pelos grão-duques

 

Os grão-duques queriam cobrir as paredes do mausoléu com os materiais preciosos e incorruptíveis, como mármore , granito, alabastro,   lápis-lázuli , coral e madrepérola

Para mostrar o poder da família, a capela tinha que ser grandiosa e luxuosa e, por esse motivo, foi fundado o Opificio delle Pietre Dure, um instituto que existe até hoje, que surgiu para cuidar do trabalho das pedras semipreciosas, com a utilização de uma técnica conhecida como commesso fiorentino, um tipo de mosaico com utilização de pedras  maiores.

 

Mas as obras foram finalizadas em meados do século 18, com a última representante da casa dos Médici, Anna Maria Luisa,   que queria concluir o imponente mausoléu da família. Foram feitas as janelas e a cobertura da cúpula, enquanto a decoração  interna foi realizada por Piero Benvenuti entre 1828 e 1837, criou um ciclo de afrescos com tema bíblico, retirados das histórias de Gênesis e e tantos outros episódios do Novo Testamento. O pavimento em pedra dura foi concluído em 1962.

O altar é resultado de uma reconstrução de 1937 com diversos painéis  em pedras duras de varias épocas

Na Capela dos Principes estão os túmulos de Cosimo I, Francesco I, Ferdinando I, Cosimo II, Ferdinando II, Cosimo III.  Cada nicho deveria haver uma escultura, mas restam apenas 2, a de Ferdinando I e Cosimo II.

Nos seis nichos nas paredes estão os sarcófagos dos Grão-Duques e também as estátuas de bronze dourado de Cosimo II e Ferdinando I

 

A Capela dos Príncipes é conhecida como um triunfo da fabricação florentina da  pedra dura devido à riqueza e esplendor de seu interior.  Sua  cúpula é enorme, menor apenas da de Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze

 

Sacristia Nova

A Sacristia  Nova é  outra capela funerária, com obras de Michelangelo, que atuou no local como arquiteto e escultor, a partir de  1520.  Foi o  cardeal Júlio de Médici (Papa Clemente VII), que quis construir as capelas fúnebres para ter um lugar apropriado para enterrar os membros da família. Michelangelo dedicou-se à sua realização até 1534, o ano em que estabeleceu-se em Roma. Depois que deixou as obras, a Sacristia Nova foi terminada por Vasari e Bartolomeu Ammanati, em 1546.

 

Michelangelo realizou  3  grupos de esculturas  entre os anos 1520 e 1534: o  túmulo de Lorenzo, neto de Lorenzo o Magnifico, com estátuas que simbolizam a vida contemplativa, o  túmulo de Giuliano, terceiro filho de Lorenzo o Magnifico, simbolizando a vida ativa e o terceiro grupo de esculturas é a Madonna col Bambino ladeada por São some e Sao Damião, padroeiros da família,  esculturas  realizadas para adornar o túmulo dos irmãos Lorenzo o Magnífico e Giuliano. Michelangelo não  chegou a terminar o projeto com a tomba dos irmãos.

 

Os túmulos dos irmãos Lorenzo e Giuliano. Sobre a sepultura existem 3 esculturas: Maria com o menino Jesus, realizada por Michelangelo, e os Santos Cosme, esculpido por Montorsoli e Damião, feita por Raffaello da Montelupo. As esculturas foram colocadas por Vasari em 1554

Os ossos dos irmãos Giuliano e Lorenzo foram trazidos para a  Sacristia Nova em 1559, pois antes estavam na Sacristia Velha, na Igreja de San Lorenzo.

A sepultura de Lorenzo, Duca de Urbino,  foi realizada por Michelangeo em seus últimos anos de permanência em Firenze, entre 1531 e 1532. Na tomba,  esculturas  com duas figuras alegóricas da Aurora e do Crepúsculo

 

Sobre o altar, 2 candelabros em mármore projetados por Michelangelo

 

Capelas dos Medici

Endereço: Piazza di Madonna degli Aldobrandini, 6.

Horários

Diariamente das 08:15 às 14h

A bilheteria fecha às 13:20

Fechamento: no 2º e no 4º domingo de cada mês, assim como na 1ª, 3ª, e 5ª segunda-feira de cada mês, 1º de maio, Natal e Ano Novo

Os horários e valores sofrem alterações de acordo com o período do ano. Visitar o site para mais informações.

Preços

Adultos: 9 euros
Crianças e adolescentes até 18 anos: grátis

 

Radda in Chianti

Radda in Chianti é um dos vilarejos que constituem a região do Chianti Classico, famosa pela produção de vinhos que traz o galo negro como símbolo. Radda é um pequeno burgo medieval de origem  etrusca localizada a 530 m acima do nível do mar. Com menos de 2 mil habitantes, Radda é circundada  por muralhas defensivas, e está sob uma colina que divide os vales da Arbia e do Pesa.

 

O burgo de Radda in Chianti tem a aparência medieval característica e é imerso numa interminável fileiras de videiras, um cenário de filmes que encanta os visitantes, onde a natureza é protagonista

A área em que Radda está localizada é habitada desde os tempos remotos. Achados arqueológicos testemunham a presença de uma antiga vila de 2000 aC , mas a primeira referência documentada à Radda é por volta do século 11

 

Em uma das  portas de acesso ao burgo,  vestígios das muralhas da cidade antiga. Radda é pequena, fácil de ser explorada a pé. Vale lembrar que o centro histórico é fechado ao tráfego de automóveis não autorizados

 

Do castelo histórico existem apenas restos de muralhas e torres

 

 

Devido à sua localização estratégica, Radda esteve no centro dos conflitos entre as cidades de Siena e Florença.  No final de 1200, estava sob o comando de Florença, que lhe concedeu o podestà (título que significa autoridade e poder). Em 1384, tornou-se a capital da Lega del Chianti, que também incluía os territórios de Castellina e Gaiole in Chianti. As ligas eram jurisdições autônomas, uma organização militar que tinha a tarefa de administrar a área do Chianti e defender suas fronteiras do sul de ataques inimigos.  E para tutelar o vinho, principal produto da região, em 1716  Grão-Duque Cosimo III de ‘Medici estabeleceu os limites da área de produção do Chianti: uma área entre as cidades de Florença e Siena onde nasceu o vinho homônimo.

Passear por suas ruelas é poder experimentar a típica atmosfera do Chianti, com seus vinhos, gastronomia e paisagem irretocável

O coração do burgo é a Piazza Ferrucci com interessantes edifícios históricos e religiosos, como o Palazzo del Podestà e a igreja de San Niccolò.

Propositura de San Niccolò, na piazza Ferruci

De origem românica, a Propositura de San Niccolò é o maior local de culto católico em Radda in Chianti e está localizada em frente ao Palácio do Podestà. A igreja, cuja construção iniciou-se no século 13, foi danificada na Segunda Guerra Mundial e teve sua fachada reconstruída em estilo neo-romântico pelo arquiteto Adolfo Coppedè.

 

O Palazzo del Podestà

O Palazzo del Podestà,  edifício municipal sede da prefeitura, remonta ao século 15 e foi quase completamente destruído em 1478, quando, após as guerras aragonesas, a cidade foi conquistada e saqueada. O pórtico ainda pode ser visto do primeiro edifício, enquanto as janelas do primeiro andar foram reconstruídas.

 

Post relacionado: Chianti cashmere nas colinas de Radda

 

Vinícolas em Radda – Como já citei acima,  o vilarejo de Radda está inserido num território repleto de plantações de uvas e azeitonas. Vinhedos e oliveiras a perder de vista constituem  o cenário dessa magnífica parte do Chianti que tanto fascina. Muitas empresas vinícolas oferecem degustações de vinho, além de outros produtos locais como geleias e  biscoitos. E para quem busca uma verdadeira imersão neste cenário pode optar por dormir nos agroturismos, que são estruturas receptivas no campo que lembram fazendas, onde os hóspedes compartilham das áreas em comum e vivenciam uma experiência mais autêntica.

O maravilhoso convento do século XVIII de Santa Maria al Prato, sede da Casa Chianti Classico

Casa do Chianti Clássico –  é em Radda que está localizada a Casa Chianti Classico, no convento de Santa Maria al Prato, uma construção do século  18. O local oferece diversas propostas dedicadas ao vinho e à cultura local, com espaços para exposições, cursos aprofundados sobre vinho e espaço para eventos e aulas de culinária. Estive na Casa do Chianti Classico à convite da jornalista Roberta Perna, da organização e promoção do evento anual Vignaioli di Radda, que reuniu jornalistas e especialistas do setor para degustação dos vinhos da região. A associação Vignaioli di Radda tem como principal objetivo a difusão da cultura vitícola de Radda, apresentando medidas de apoio e em particular a produção de vinho de qualidade.

 

O pátio do Convento Santa Maria al Prato, onde durante o dia jornalistas do setor podem degustar os vinhos das vinícolas da região. A Casa Classico Chianti é aberta ao público de abril a outubro

 

Vignaioli di Radda, evento que reúne os produtores de Radda

 

Como parte da programação de Vignaioli di Radda, um tour de jeep para visitar vinhedos e vinícolas de Radda

Acontece também em Radda outro evento dedicado ao vinho, o Radda  nel Bicchiere, geralmente no inicio do mês de junho, com degustação de vinhos e produtos do território.

 

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O que fazer e o que não fazer em Firenze?

À convite de Pierluigi, do curso Vou Aprender Italiano, dei algumas dicas para o canal do Youtube e gostaria de deixar aqui o link para quem quiser assistir.  Ele me perguntou sobre o que fazer e o que não fazer em Firenze.  Bem, as dicas sobre o que fazer são algumas sugestões que fogem um pouco às atrações mais óbvias e turísticas que encontramos em todos os guias da cidade. Espero que possa ser útil, para acessar, clique neste link.

As 7 dicas que passei aqui são dicas menos óbvias, fugindo um pouco dos principais conselhos que encontramos com frequência de quem fala de Firenze

 

O que fazer em Firenze:

1- Estudar sobre a cidade e se informar sobre as atrações e monumentos

2- Reservar um tempo para passear sem destino. Perder-se pelas ruelas para apreciar a cidade de forma mais tranquila

3-  Visitar a igreja de Ognissanti, onde está sepultado Botticelli

4- Visitar o museu do Bargello , repleto de esculturas de Donatello e obras de artistas  como Della Robbia, Verrocchio e Michelangelo

5- Curtir o pôr do sol num terraço da cidade e fazer um aperitivo

6-  Visitar San Mianito al Monte, perto do Piazzale Michelangelo

7- Alugar um apartamento em Firenze

 

O que não fazer em Firenze

1-  Evitar alugar carro na cidade porque é difícil conseguir estacionamento (além de ser muito caro). A dica é pegar o carro apenas nos dias em que for fazer passeios fora de Firenze. É importante prestar atenção nas ZTL (zonas de tráfego limitado) no centro histórico para não levar multa. Caso o seu hotel fique no centro histórico e disponibiliza estacionamento,  verifique e peça  orientação na recepção sobre como proceder, pois é necessário informar a placa do veículo para isenção de multas.

2-  Não deixar pra comer muito tarde. Muitos restaurantes fecham às 15 horas, portanto, tente se programar e se possível, reserve os restaurantes de sua preferência. Neste post dicas importantes para quem vem pra Firenze.

3-  Para não gastar tanto na hora de tomar um cafezinho, peça o café “al banco”, como a maioria dos italianos, pois caso você se sente, o mesmo café poderá custar até 3 vezes mais caro. Se tiver tempo, aí sim vale a pena escolher uma cafeteria numa praça bem bonita e apreciar o seu cafezinho com tranquilidade enquanto observa o ritmo da cidade. Mas ao menos você estará consciente do porque vai receber a conta tão salgada.

 

 

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