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O burgo de Civita di Bagnoregio

Tem algo de muito especial em Civita di Bagnoregio. Talvez o fascínio desse burgo, que parece suspenso no Vale do Calanchi,  é porque sabemos que ele pode desaparecer.  Conhecida como  “a cidade que morre”,  uma pequena fração do município de Bagnoregio, na província de Viterbo, é um dos destinos turísticos mais famosos de Tuscia, na Itália.

Civita

Posicionado numa falésia, o acesso à cidade é feito apenas através  de uma ponte de concreto armado de 300 metros de comprimento, que foi construída em 1965. Mas por que o lugar é conhecido  como “a cidade que morre”? Porque o vilarejo  perde cerca de 7 cm por ano devido à erosão.  A cidade,  fundada pelos etruscos há 2500 anos,  atualmente conta com apenas 11 habitantes.

 

Civita di Bagnoregio fica no maravilhoso Vale do Calanchi, a 443 metros de altitude. A cidade,   localizada  sobre uma colina, é um belo exemplo de vilarejo medieval, que surgiam no topo das montanhas por questões defensivas

 

Os gatinhos são famosos aqui no burgo. Vocês vão encontrar centenas deles!!!!

O encantador vilarejo fica ao norte da região do Lazio, província de  Viterbo, quase fronteira com a Úmbria, entre Roma e Firenze. Civita di Bagnoregio é considerado um dos mais belos burgos da Itália e todos os anos é visitada por centenas de milhares de pessoas de todo o mundo para admirar sua aparência atemporal e vivenciar sua atmosfera mágica!   E uma curiosidade para os brasileiros, em Civita foram  gravadas cenas da novela global Esperança, com Reynaldo Gianecchini e Priscila Fantin, além de o filme Pinocchio, dirigido por Alberto Sironi em 2009.

 

Civita di Bagnoregio é ameaçada por deslizamentos de terra e erosão do solo. Esta é a  ponte que nos conduz até a entrada do burgo tem 300 metros de comprimento

 

Porta Santa Maria é hoje o único acesso à vila. Depois da travessia da ponte, é por ali que passamos para começarmos a explorar o burgo. E  para acessar o centro de Civita, os visitantes devem pagar uma pequena taxa de entrada (5 euros), que permite à administração municipal realizar obras de restauração e estabilização e manter a vila aberta aos visitantes.

 

A Porta Santa Maria

 

Você pode perceber a atmosfera de outros tempos caminhando por  seus becos estreitos e admirando a arquiteta  medieval

 

A vila remonta ao final da Idade Média e, desde então, permaneceu quase intacta, dando a este lugar a aura fascinante de um lugar onde o tempo parou

 

Civita di Bagnoregio tem apenas 11 habitantes por causa da precária condição estrutural que acabou esvaziando a cidade. Nos últimos anos várias casas foram reformadas e, na temporada de verão costuma  abrigar artistas e turistas estrangeiros.  Civita está passando por uma nova fase de desenvolvimento, graças ao turismo ,  mas ao mesmo tempo tornou-se necessário controlar o acesso de pessoas para não danificar o equilíbrio frágil das estruturas antigas.

 

A Piazza di San Pietro. Este é o local que nos recebe assim que adentramos o pequeno burgo

 

O coração do burgo  e local mais movimentado do vilarejo é a praça  San Donato que abriga a igreja de San Donato e o Palazzo Alemanni, sede do Museo Geologico  e delle Frane. Interessante é que a praça não é  pavimentada, mas  há uma espécie de terra bem dura no chão, o que nos dá a sensação de uma volta ao passado de uns 300 ou 400 anos.

 

A igreja de San Donato. Segundo a tradição a igreja é do século  V e é de origem romana

 

Entre as atrações principais, podemos citar a Grotta di San Bonaventura que certamente é um símbolo da cidade de Civita di Bagnoregio e o lugar onde, segundo uma história mítica, a cura milagrosa de uma criança – o pequeno São Boaventura – aconteceu pela mão de Sao Francisco, que ficou nesta caverna por alguns dias enquanto ajudava a criança. Segundo a antiga lenda, após a cura, São Francisco dirigiu-se à criança dizendo “Bona Ventura” e, uma vez que a criança chegou à idade adulta, entrou na ordem dos Franciscanos com o nome de Boaventura.  A caverna, na verdade uma antiga tumba etrusca, está aberta aos turistas para uma visita.

 

Antica Civitas  é um pequeno museu em uma caverna etrusca no centro de Civita di Bagnoregio. No interior, estão expostas as ferramentas clássicas da vida camponesa, como as prensas para preparar azeite e vinho, potes antigos,  pás e outras ferramentas antigas de trabalho.  O ingresso custa 1 euro para adultos (grátis para crianças). 

Grutas subterrâneas. Escavações e vestígios que datam de época  etrusca e romana

Nós ficamos hospedados no vilarejo vizinho de Bagnoregio, que é  pequeno e muito gracioso. Fizemos todos os passeios à pé.  Fizemos o percurso da casa onde ficamos hospedados até a entrada do vilarejo de Civita di Bagnoregio numa caminhada de 20 minutos.

A Porta Albana em Bagnoregio

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As Rampas do Poggi de Florença

As Rampas do Poggi de Florença,  Le Rampe Del Poggi,   foram reinauguradas na primavera de 2019  após  quase um século desativadas. Graças a um novo sistema hídrico, as cascatas voltaram a embelezar  o   Oltrarno.

As Rampas do Poggi em todo  o esplendor original com suas fontes e cascatas. A obra tem uma superfície de 6700 metros quadrados,  distribuídos em 3 níveis

 

O sistema das rampas  é parte integrante do complexo arquitetônico-paisagístico do Viale dei Colli, projetado e construído pelo arquiteto Giuseppe Poggi

As Rampas do Poggi,  nas proximidades da Torre de San Niccolò, ligam o lungarno ao Piazzale Michelangelo.  A obra foi realizada entre 1872 e 1876 pelo arquiteto Giuseppe Poggi, encarregado do novo projeto de revitalização urbana. Ele foi o responsável pelo novo plano urbanístico quando Firenze tornou-se a capital do Reino da Itália, em 1865. O plano previa importantes transformações urbanas graças às quais, pela primeira vez,  criou-se um sistema verde urbano de dimensão europeia, com  jardins públicos destinado e dedicado não apenas às classes privilegiadas mas para toda a comunidade. O arquiteto Poggi projetou os viales, as grandes avenidas de Firenze e é dele também o projeto do Piazzale Michelangelo.

A Torre de San Niccolò, que é aberta à visitação entre os meses de junho e setembro. Proprorciona uma vista linda não apenas de Florença, mas também das Rampas

As grutas e piscinas foram limpas e toda a superfície decorada foi recuperada após a restauração

 

As Rampas ficaram desativadas por quase um século e  voltaram à vida graças à uma grande obra de restauração financiada pela Fundação CR Firenze (Art Bonus), onde foram gastos 2,5 milhões de euros. A arquitetura original foi restaurada e o jogo mágico de fontes e cachoeiras foi reativado.

 

As Rampas do Poggi apresentam um verdadeiro espetáculo de água com cascatas, fontes e plantas

 

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