Arquivo mensais:abril 2025

O museu La Specola de Florença

Pouco conhecido do grande público, o Museu La Specola é um verdadeiro tesouro que temos em Florença!   O  Museu de Historia Natural La Specola é o museu científico mais antigo da Europa,  fundado em 1775  pelo Grão-Duque Pietro Leopoldo di Lorena, com o nome de Museu Real Imperial de Física e História Natural. Além da importante coleção  de zoologia e de ceras anatômicas,  o museu  ganhou em 2024 duas seções: a de mineralogia e a de ceras botânicas.

 

O museu La Specola reúne importantes coleções de zoologia e mineralogia, ceras anatômicas e ceras botânicas, raridades relacionadas à arte e à ciência

O museu, instalado no histórico Palazzo Bini Torrigiani, a poucos passos da Piazza Pitti, reabriu suas portas em  2024, após longas e importantes obras de remodelação, modernização e expansão.

 

E um passeio por suas grandes salas causa certa impressão, entre fósseis pré-históricos,  insetos tropicais e até  animais cuja existência jamais  poderíamos imaginar, até  ceras anatômicas

Em 2025 o museu  festeja 250 anos. A ideia de Pietro Leopoldo era criar um museu que apresentasse todos os aspectos da natureza, em um percurso  “da terra ao céu”, de exemplares minerais à astronomia, passando pela botânica, anatomia e zoologia.

 

No primeiro andar estão as coleções de mineralogia,organizada segundo um percurso que documenta os minerais , suas variações e  propriedades químicas e físicas. Aqui   podemos admirar também a espetacular  coleção  de pedras trabalhadas da família Medici, com obras-primas que pertenceram a Lourenzo “O Magnífico”.

 

A  novidade  que trouxe a reabertura do museu é o novo itinerário dedicado à coleção de ceras botânicas florentinas: plantas, frutos e tabelas de anatomia, histologia e fitopatologia de realismo excepcional e beleza extraordinária.

No térreo encontramos também o “Salão dos Esqueletos”: um espaço expositivo do início do século 19  que abriga os 3.000 achados da rica coleção osteológica, constituída em sua maioria por mamíferos, com algumas raridades, como o grande esqueleto do elefante asiático que foi trazido até Florença e  que faleceu em 1655.

Ceras anatômicas –  o museu é conhecido internacionalmente por sua enorme coleção de ceras anatômicas , uma coleção única ao mundo :  1.400 elementos da extraordinária coleção de ceras anatômicas,  realizados entre o final do século  18 e o início do século 19, possibilitando a observação direta de um cadáver, ilustrando  a anatomia do corpo humano.

O nome Specola faz referência ao observatório que o Grão-Duque Pietro Leopoldo instalou na torre, onde também ficava a estação meteorológica.

 

 

Esse é um dos museus que aconselho para quem viaja com crianças e adolescentes.

Em 2025 o museu festeja 250 anos de atividade

Museu La Specola

Via Romana, 17 – Firenze

De terça à domingo, das 9 às 17h (os horários podem sofrer alterações de acordo com o período do ano)

Para informações sobre valores e horários, consultar o site do museu. 

 

O que é um burgo medieval?

O burgo medieval, também conhecido como vila fortificada, surgiu na Baixa Idade Média, entre os séculos 11 e 13.  Nessa época, ocorreram grandes transformações econômicas e sociais que culminaram na crise do sistema feudal. Com isso,  os centros habitados nas planícies começaram a ser substituídos pelas vilas,  pequenas cidades cercadas por muralhas, que serviam para defender os habitantes de ataques externos.

A palavra vem do latim “burgus”, que significa “pequena fortaleza povoada”

Os burgos eram fortificações defensivas, geralmente construídos em colinas ou terrenos elevados, por razões estratégicas e práticas,  pois possibilitavam maior visibilidade e controle em caso de ataque, além de oferecer vantagens estratégicas, permitindo aos habitantes controle sobre as rotas comerciais e de transporte.

 

Os burgos eram áreas urbanas fortificadas, refúgios seguros em tempos de conflito. As colinas ofereciam uma vantagem crucial: maior  visibilidade  e dificuldade de ataque

Construir os burgos em colinas ou em terrenos elevados era uma escolha  sensata durante a Idade Média, pois proporcionava vantagens militares, econômicas e logísticas.

burgo

Construções medievais bem conservadas

A Toscana é repleta de lindos  burgos medievais muito bem  preservados.   Essas  vilas medievais,  justamente por conservarem aspectos do seu passado com estruturas fortificadas, representam uma interessante atração,   caracterizada por castelos, fortalezas, construções de pedra e vielas de charme irresistível.

O Castello di Poppiano, no Chianti Colli Fiorentini

Um passeio pelas ruelas estreitas desses vilarejos nos fazem sonhar! Flanar por entre seus becos para admirar esses pitorescos cantinhos, são momentos de pura magia e encanto. É a riqueza intangível, momentos que são sentidos, vivenciados…

O burgo medieval de San Casciano in Val di Pesa

 

montalcino

A cidade de Montalcino, no Valdorcia: a Toscana proporciona aos viajantes beleza natural, história, boa gastronomia e excelentes vinhos!

Burguesia – Com o aumento da população e a migração dos camponeses para as cidades medievais, houveram transformações sociais, econômicas e culturais que marcaram o período medieval. Esses centros abrigavam os mercados, artesãos, guildas e corporações de ofício e  atividades culturais e comerciais, estabelecendo assim um sistema capitalista primitivo.

Esse processo também gerou uma nova classe social:  a burguesia, pequenos comerciantes que ascenderam de classe social em função das atividades comerciais. O comércio levou ao crescimento das cidades, que começaram a se desenvolver em torno de feiras e mercados.

 

O burgo medieval de San Gimignano

Confira  também o post: 10 burgos medievais na Toscana

Anghiari, burgo da Toscana

Em sua próxima viagem à Toscana, não deixe de incluir um passeio em um dos pitorescos burgos medievais  da região!  E caso precise de auxilio em seu planejamento de viagem, me envie um email.

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O “Museo Galileo” de Florença comemora 100 anos

Florença, berço das artes, foi também centro de excelência do conhecimento científico. A cidade foi palco de episódios e descobertas que marcaram profundamente a história da ciência moderna. O Museo Galileo é uma das principais instituições internacionais de história da ciência e  preserva uma das mais importantes coleções de instrumentos científicos e aparatos experimentais do mundo

O Museu Galileo, na praça, na Piazza dei Giudici

O “Istituto di Storia delle Scienze”, hoje Museu Galileo, está completando cem anos e, para celebrar, um calendário muito rico e interessante, com inúmeras iniciativas, como eventos especiais, espetáculos, inaugurações noturnas, exposições e conferências, a partir de 15 de abril, até 2027.

Sobre o Museu

O museu ocupa o histórico palácio Castellani, um dos edifícios mais antigos da cidade. As preciosas coleções do museu, entre as mais importantes do mundo, incluem instrumentos científicos antigos que datam do século 11 ao 19,  incluindo todos os instrumentos originais de Galileu.
As diversas salas são dedicadas, entre outros temas, à astronomia e à medição do tempo, à representação do mundo na antiguidade, à ciência da guerra, aos instrumentos para medir o tempo, como relógios, calendários e outros objetos.
 Os objetos mais antigos do museu vêm das coleções das famílias Médici e Lorena.

A maior esfera armilar do mundo, realizada na segunda metade do século 16, por Antonio Santucci, por vontade de Ferdinando I de’ Medici

Qualquer entusiasta de ciências vai visitar este museu com grande interesse, inclusive, sempre recomendo a visita para as famílias que viajam com crianças e adolescentes. No Museu Galileu é possível conferir inúmeras invenções e também participar de experiências interativas.
Uma curiosidade: o museu também abriga, como relíquia, o dedo médio de Galileu, roubado do corpo do cientista em 1737, quando seus restos mortais foram transferidos para a cripta da família.

A apresentação da programação para comemorar os 100 anos do Museu Galileo contou com as presenças de Francesco Pavone e Roberto Ferrari, respectivamente presidente e direto do Museu

 

100 anos do museu
As comemorações do centenário do Museu Galileu estão divididas em um rico programa de eventos que começarão em 15 de abril de 2025,  no Salone dei Cinquecento do Palazzo Vecchio, que vai contar com uma palestra de Martin Kemp, Professor Emérito da Universidade de Oxford (18h).
Em 7 de maio de 2025, por ocasião do aniversário oficial de sua fundação, as portas do Museu Galileu estarão excepcionalmente abertas até às 23h. Às 21h será a vez da estreia do espetáculo teatral “Caterina, la madre di Leonardo”.
De 20 de junho a 19 de outubro, será inaugurada a exposição “100 anos de história da ciência em Florença”, que exibirá edições raras e valiosas, manuscritos e documentos científicos preservados na biblioteca do museu.
De 19 a 21 de novembro será realizada a conferência internacional “Escalando o Cosmos: Instrumentos e Imagens do Universo”, três dias de estudos interdisciplinares, que pretendem desenvolver uma história visual do universo analisando como imagens e instrumentos moldaram a compreensão dos fenômenos celestes na era moderna.
A Escola de Inverno de História da Ciência será realizada de 24 a 28 de novembro, organizada em colaboração com a Sociedade Italiana de História da Ciência.
E em 2027, será inaugurado o GalileoLab, um novo espaço no Complexo Santa Maria Novella que sediará eventos com curadoria do Museu Galileu, com o objetivo de oferecer caminhos de conhecimento alternativos aos tradicionais.

O Museu Galileo proporciona aos visitantes e curiosos uma viagem ao tempo no mundo da ciência, física , matemática e tecnologia

Qualquer entusiasta de ciências vai visitar este museu com grande interesse,  inclusive, sempre recomendo a visita para as famílias que viajam com crianças e adolescentes.No Museu Galileu é possível conferir inúmeras invenções e também participar de experiências interativas.