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Como será o turismo após a pandemia?

Ainda é uma grande incógnita de como será o turismo após a pandemia, impossível fazer previsões no momento com tantos países ainda com fronteiras fechadas. O setor do turismo de todo o mundo está in ginocchio, isso é, de joelhos. E a Itália é um dos países europeus mais afetados com essa crise.  O turismo representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e emprega  cerca de 4 milhões de pessoas, portanto, é fácil compreender quanto a crise no setor turístico atinge também o setor social.  No ano passado a Itália registrou 430 milhões de visitantes (presenças totais) e foi o 4º país mais visitado do mundo.

 

A Piazza San Marco de Veneza antes da pandemia

 

Mudanças de planos devido à pandemia  – É difícil mensurar o real impacto da pandemia no sistema econômico.  Ainda não há como saber suas reais consequências. Devido à pandemia muita gente precisou adiar ou cancelar viagens já programadas. E em relação aos brasileiros que haviam planos de passear na Itália neste verão  ainda existem muitas dúvidas sobre a possibilidade de realizar a viagem. E dada a crescente gravidade do que vem acontecendo, parece razoável para quem tem viagens até o final de julho, tentar remarcar.  As companhias estão se comportando de maneira diferente em relação às remarcações,  reembolsos e multas, portanto, é preciso refletir sobre novas datas levando também em conta as perdas que o viajante pode ter na hora de decidir o que fazer. E para quando remarcar? Bem,  se eu tivesse viagem  com embarque para até inicio de agosto ia preferir remarcar para o próximo ano.  Mas repito: é preciso analisar as condições da companhia aérea, da atual situação da pandemia no Brasil e evidente, do seu  país de destino. Se a viagem é para depois de agosto, em minha opinião, melhor aguardar algumas semanas antes de tomar alguma decisão.

 

A Piazza della Signoria de Florença após a pandemia. Distanciamento interpessoal e máscara quando não é possível manter distância de ao menos 1 metro

 

Como será a nova forma de viajar? essa é a pergunta que ainda estamos tentado responder.   Não é apenas o para onde , mas também de que forma. O fator  segurança sanitária  é importantíssimo e determinante para quem está escolhendo o destino para essas férias de verão aqui na Europa, que já restabeleceu a liberdade de circulação de muitos países. Talvez a única certeza é que, ao menos por algum tempo, o turismo de massa  vai dar lugar ao turismo mais slow e sustentável,  feito de forma mais sensível e responsável.  Será uma temporada de terminologias como  sustentabilidade, segurança, undertourism (destinos alternativos fora dos destinos mais procurados), lentidão,  individualidade , conscientização e experiência e respeito. Que a escolha seja as praias, burgos ou cidades de arte, muito provavelmente o turista dará lugar ao viajante responsável e consciente.

 

 

Pienza, na região da Val d’Orcia, na Toscana

A nova forma de viajar será diferente e cada país, e até mesmo de acordo com cada região, vai adotar suas próprias regras. Aqui na Europa as fronteiras entre alguns países foram reabertas há menos de uma semana mas alguns países ainda proíbem a entrada de italianos. As fronteiras externas para países que  não fazem da  União Europeia e do Acordo Schengen estão fechadas até primeiro de julho.  Podem viajar apenas casos específicos, como residentes que precisam retornar. Nos aeroportos, procedimentos  como a medição da temperatura e solicitação de distanciamento nas filas estão sendo adotados. Os cruzeiros ainda não divulgaram datas de retorno dos itinerários. Hotéis e apartamentos para temporada precisam seguir protocolos de limpeza das acomodações. Infelizmente temos visto alguns hotéis e restaurantes encerraram definitivamente as atividades.

Litoral da Emília Romanha

Bônus de 500 euros para os italianos –  as férias de verão dos italianos serão muito provavelmente em território nacional. Não que isso possa significar um problema, afinal a Itália tem  mar, montanha, campo e esplêndidas cidades de arte.  O governo prevê  uma contribuição de até 500 euros para as famílias que fazem reservas em estruturas italianas. O incentivo será modulado com base nos membros da família: 500 euros para famílias de 3 ou mais pessoas, 300 para famílias de dois e 150 para 1 pessoa. A  proposta surge para  apoiar o setor de turismo, atingido pela crise da saúde e o futuro ainda incerto. O bônus poderá  ser utilizado entre 1 de julho a 31 de dezembro de 2020. Para aproveitar o bônus, no entanto, existe um requisito específico, como limite de renda anual (renda Isee até 40 mil euros).

 

museu-dell'opera

Visitas aos museus – turismo após a pandemia: ter atenção e manter o distanciamento  interpessoal. O número de visitantes nas atrações turísticas em locais fechados foi reduzido para evitar  aglomerações

O centro histórico  Firenze devagar começa a receber turistas,  nesse momento, italianos de outras regiões. As regras  que vigoram aqui:  uso de máscaras é obrigatório em locais fechados e em proximidade de outras pessoas (mínimo 1 metro),  evitar aglomerações e manter o distanciamento  interpessoal  em transportes públicos, igrejas, lojas museus e  restaurantes.  As mesinhas ao ar livre nos bares e restaurantes  são as mais requisitadas.

Na Piazza Duomo de Firenze: movimento tranquilo, pessoas que endossam máscaras e um cantor na esquina animando a noite no primeiro final de semana da fase 3

 

Entrada na Catedral Santa Maria Novella com reserva online. Antes de entrar é preciso medir a temperatura corporal, que deve ser abaixo de 37,5ºC

 

 

Retorno do Brasil para residentes –  Brasileiros com residência na Europa podem retornar pra casa mas precisam fazer quarentena.  E  o que me deixou perplexa foi que uns amigos que residem aqui na Itália retornaram  há pouco do Brasil, via Amsterdam, num voo l-o-t-a-d-o.  Apenas de Amsterdam para a Itália o voo estava mais vazio, com uma poltrona vazia entre os passageiros.  De acordo com o que me relataram, precisaram informar o motivo da viagem e ao chegar na Itália preencheram um formulário informando  o local para onde estavam indo e o endereço de onde iam  fazer a quarentena, que é um procedimento obrigatório.  Os aeroportos europeus estão medindo a temperatura de todos os passageiros antes do embarque e no desembarque.

A Comissão Européia propõe a abertura parcial das fronteiras externas da UE a partir de primeiro de julho, mas não será aplicada a todos os países. Será uma reabertura gradual e parcial,  mas ainda não há previsão de abertura para países em fase crítica da pandemia, como o Brasil.  E  a pergunta que muitos têm feito: quando a Itália abrirá as fronteiras aos turistas brasileiros? Não sabemos ainda.

 

A estação ferroviária de Milão

 

Recomeçar  unindo forças – Devagar estamos retornando à rotina mas precisamos nos adequar ao novo estilo de vida, pelo menos nesse momento, como distanciamento interpessoal, uso de máscaras em locais fechados e evitar aglomerações. Desde o  último dia 3 de junho podemos circular livremente entre todas as regiões da Itália e  as fronteiras com quase todos os países da União Europeia e do Acordo Shengen foram reabertas. Mesmo com essa possibilidade de deslocamento, acredita-se que as próximas férias de verão dos italianos serão mais curtas e dentro do próprio território. Para promover a economia circular nesse momento de percalços para o turismo, a blogueira Valentina Carbone lançou Un blogger per l’Italia, projeto  que pretende sensibilizar todos que atuam no setor de turismo e hotelaria na recuperação do turismo italiano envolvendo criadores de conteúdo.

 

A blogueira de viagens Valentina Carbone,  idealizadora da projeto Un Blogger per l’Italia: blogueiros de viagens e operadores do setor de turismo atuando juntos (foto: arquivo de Valentina)

 

A proposta de Valentina Carbone, que trabalha no setor de comunicação digital criando  estratégias de comunicação para empresas e profissionais liberais,  visa unir estruturas receptivas e blogueiros, com a intenção de divulgar o grande potencial das estruturas através do  compartilhamento  nas redes sociais,  ferramentas indispensáveis para ajudar a obter uma recuperação turística e comercial mais rápida.   Valentina conta com a colaboração de Giuseppe e Nicola. O projeto “Um Blogger para a Itália” pretende sensibilizar todos os que trabalham para o setor de turismo e hotelaria na recuperação concreta do turismo italiano, colocando o papel de criador de conteúdo em sua missão de turismo. Confiram a entrevista de Valentina para o Grazie a te:

 

1 – Com’è nato il Progetto Un blogger per l’Italia

Il Progetto “Un Blogger per l’Italia” è nato per mettere in comunicazione chi fa il Turismo e chi lo comunica tramite il web. Enti, Operatori turistici e Travel Blogger, infatti, sono chiamati a lavorare gli uni per gli altri per far rinascere il Turismo italiano dopo l’emergenza sanitaria.

1 – Come surgiu o projeto “Un Blogger per l’Italia”?

O Projeto “Um blogueiro para a Itália” nasceu para colocar em contato quem faz turismo e quem o comunica via web. Agências, operadores turísticos e blogueiros de viagens são chamados a trabalhar um para o outro para fazer renascer  o turismo italiano após a emergência de saúde.

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A estação ferroviária Santa Maria Novella, em Firenze

2- In cosa consiste il progetto e  quale sono le tue aspettative?

È nato con l’idea di creare un aggregatore di professionisti e strutture ricettive ma, in poco meno di un mese, si è trasformato in un’iniziativa apprezzata da Istituzioni italiane e da professionisti del settore. L’aspettativa più grande è che diventi un Portale di riferimento per tutti coloro che vogliono fare delle campagna di Destination Marketing grazie alle quali le Destinazioni possono essere raccontate, in maniera professionale, dai Travel Blogger.

2- Em que consiste o projeto e quais são as suas expectativas?

Nasceu com a idéia agregador profissionais e estruturas receptivas, mas, em pouco menos de um mês, tornou-se uma iniciativa apreciada por instituições e profissionais italianos do setor. A maior expectativa é que ele se torne um portal de referência para todos aqueles que desejam fazer campanhas de marketing de viagem, graças às quais os destinos podem ser contados, de maneira profissional, pelos blogueiros de viagem.

 

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A Praia de Cala Mariolu, na Sardenha

 

3- Come crede che sarà il turismo in Italia e nel mondo nei prossimi anni dopo la pandemia?

Credo che il turista italiano, affinché riprenda a viaggiare con serenità, abbia bisogno di fiducia e noi Travel Blogger possiamo dare un grandissimo supporto al Territorio italiano. Non sarà semplice ripartire ma dovremo fare di tutto affinché questo avvenga perché l’Italia – come tutto il resto del Mondo – è stata messa a dura prova e abbiamo bisogno di rifiorire e condividere la nostra rinascita.

3- Como você acha que será o turismo na Itália e no mundo nos próximos anos?

Acredito que o turista italiano, para começar a viajar novamente com serenidade, precisa de confiança e nós, bloqueios de viagens, podemos dar um grande apoio ao território italiano. Não será fácil começar de novo, mas teremos que fazer todo o possível para que isso aconteça, porque a Itália – como o resto do mundo – foi posta à prova e precisamos florescer novamente  e compartilhar o nosso renascimento.

 

As fases 2 e 3 do coronavírus na Itália

Post atualizado em  9 de junho  2020

A fase 2 da emergência coronavírus começa hoje, 4 de maio, em toda a Itália. E o que efetivamente muda? É que a partir de agora passaremos a ter um pouco de liberdade. Além de que, chegou  o momento que teremos que conviver com o vírus, como explicou o Presidente do Conselho de Ministros  Giuseppe Conte. Desde o dia 8 de março o lockdown foi decretado na Itália e todo o país praticamente parou. Leia também A Itália em tempos de coronavírus para entender sobre as medidas que o governo impôs há quase  meses, com uma dura restrição de circulação para a população.  A curva de contágios finalmente começou a  diminuir mas não podemos afrouxar o cinto. O  país contabilizada pouco mais de 29 mil mortes.  Cerca de 81 mil pessoas estão internadas e os casos de contágios somam 212 mil.   A reabertura acontece de forma gradual. A partir de hoje as regras mudam e a fase 2 estabelece a reabertura das fábricas e empresas, com retorno de 4,4 milhões de trabalhadores e nos concede um pouco de liberdade. Agora  podemos sair de casa não apenas  para fazer compras ou por motivos de saúde, mas é possível realizar atividades esportivas, freqüentar os parques e visitar  parentes. Mas o governo insiste em pedir cautela e consciência, cada um precisa continuar fazendo a sua parte. Precisamos cooperar e manter o distanciamento social de no mínimo 1 metro para evitar novos contágios.

 

Desde o dia 14 de abril as livrarias foram liberadas para abrir as portas

O primeiro dia da fase 2 na Ponte Vecchio. As lojas encontram-se ainda fechadas

O Duomo foi reaberto hoje, com possiblidade de oração entre as 9 e 13 horas

As regiões têm autonomia para estabelecerem as medidas para a população, sempre respeitando o protocolo de segurança. Aqui na Toscana, desde o dia primeiro de maio foi liberado passeio de bicicleta. Estive hoje no centro para fotografar os locais mais turísticos de Firenze, que estavam bem vazios.

A primavera aqui é celebrada com muito entusiasmo pelos italianos. Pensei que o centro da cidade fosse estar lotado, mas as famílias preferiram passear nos parques da cidade. No centro, hoje à tarde, tinha pouco movimento

 

Ponte Vecchio vista da Ponte Santa Trinità

 

Piazza Santo Spirito

 

Lungarno degli Acciuaiuoli, perto do Museu delgi Uffizi

Fase 2 – O que reabre hoje:

Fábricas: as fábricas e as indústrias retomam as atividades. Cerca de  4,4 milhões de pessoas voltam  a trabalhar no país

Restaurantes: bares e restaurantes apenas com serviços de delivery. Bares e restaurantes reabrem a partir do dia primeiro de junho

Comércio:  continua fechado, exceto para gêneros alimentícios, higiene pessoal, quiosques, farmácias, tabacarias, livrarias, lojas de roupas para crianças e bebês, flores e plantas. Em breve abrirão as  oficinas e lojas de bicicletas

Visitas a parentes: são permitidas visitas  a parentes mas o governo pede que sejam limitadas.  Não é possível visitar amigos.

Sair da própria região: não é possível sair da região (Estado) de residência, a não ser  por motivo de trabalho ou necessidade urgente. É consentido sair da própria cidade mas é preciso justificar o motivo do deslocamento

Segunda casa: não é permitido ir para a segunda casa. Aqui na Itália o termo segunda casa é a casa de campo ou de praia. So é possível se a casa for na mesma região de sua residência.

Transporte público: o transporte público está funcionando é um dos pontos mais críticos deste recomeço. As regiões têm a tarefa de especificar regras para garantir seu funcionamento, com respeito ao distanciamento. Haverá parâmetros para que seja respeitada a distancia de segurança.  Os usuários do transporte deverão usar uma máscara e, em algumas regiões, até luvas descartáveis

A estação de Firenze Santa Maria Novella

Parques e jardins públicos: parques e jardins foram reabertos  hoje. A orientação é que  não haja  aglomeração de pessoas , a menos que sejam membros da mesma família.

Atividades motoras:  não há mais o limite de proximidade com a casa, que era de 200 metros.  Portanto, passa ser permitido usar o carro para se deslocar a um parque para fazer jogging ou outras atividades físicas ou esportivas.

Esporte individual: o treinamento a portas fechadas é permitido para esportes individuais

Escolas:  Aqui na Itália o primeiro semestre do ano letivo começa em setembro e as aulas terminam em junho.  Os estudantes não retornam às escolas e continuam a desenvolver as tarefas em casa para encerrarem o ano letivo. Provavelmente os estudantes voltarão à escola em setembro.  As universidades poderão  realizar exames e sessões de tese de graduação, mantendo as condições da distância.

Funerais e cemitérios: são permitidos funerais, mas com um máximo de 15 pessoas , com a utilização de máscaras. É consentido visita aos cemitérios,  mas sem aglomeração.

Turismo internacional:   ainda não foi divulgado até quando vai durar o fechamento das fronteiras. Segundo o Ministro do s Bens Culturais e do Turismo Dario Franceschini vai depender do andamento epidemiológico e das escolhos de outros países da União Européia.

Hotéis fechados em Firenze

Salões de beleza e centros estéticos, bares e restaurantes:  retorno  previsto para  o dia primeiro de junho

 

 

  

 

Atualizações:

As medidas  de contenção, que começaram  a ser relaxadas  desde a semana passada,  estão acontecendo gradativamente. O governo italiano anunciou no último dia 15/5  outras medidas que passarão a valer a partir de 18 de maio, com abertura completa das atividades e o distanciamento social é de 1 metro:

  • restaurantes , bares e cafeterias (que estavam funcionando com serviço de take-away). Serviço de buffet não é consentido
  • piscinas, academias, cabeleireiros e  centros estéticos (apenas com horário marcado)
  • lojas ,  museus, exposições e bibliotecas
  • escritórios de atendimento ao público
  • estabelecimentos balneares (praias a pagamento) e a distância exigida entre as sombrinhas é  de 1,5 m e nas áreas com praia livre a distância entre as pessoas tem que ser de 1 metro
  • retorno dos mercados ao ar livre, mas terão que ser cercados e o número de stands de vendas será reduzido
  • será possível deslocamento  dentro da própria região de residência
  • pessoas que resultam positivo ao teste de coronavírus  (casos sem necessidade de internação) precisam respeitar a quarentena e ficar em casa
  • missas voltam a ser realizadas em conformidade com os protocolos  contendo as medidas adequadas de distanciamento para evitar o risco de contágio.
  • será possível visitar amigos (durante os encontros, obrigatório o uso de máscaras e distanciamento interpessoal)

A partir de 3 de junho:

  • será consentido deslocamento entre as regiões
  • reabrem as fronteiros da União Européia  ( haverá uma subsequente medida para estabelecer as regras)

 

Para quem quiser imprimir, aqui o novo modelo de auto-certificação para deslocamentos.

A fase 3

A fase 3 começou  dia 3 de junho com relaxamento das medidas de restrições.  Desde o dia 3 de junho é possível circular livremente por todo o país,  por todas as regiões italianas, sem apresentar a  autocertificação.  Foram reabertas fronteiras para muitos países da União Européia e do Acordo de Shenghen, sem a necessidade obrigatória de quarentena.

Muitos restaurantes, hotéis e museus foram reabertos.

Museu dell’Opera del Duomo de Firenze

As regiões têm autonomia para decidirem por si mesmas quando recomeçar, estabelecendo datas diferentes de acordo com a situação das infecções por coronavírus no território.

Para mais informações sobre as fases 2 e 3,  consulte o site do governo  com todos os esclarecimentos detalhados.

 

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Arte em casa durante a quarentena

Em tempos de lockdown devido ao coronavírus, encontrar alguma atividade inusitada e estimulante para fazer em casa nem sempre é fácil. Alguns museus criaram uma iniciativa divertida: recriar obras de arte utilizando os objetos que temos à disposição em casa. E resolvi propor através do meu perfil Instagram @grazieateblog e muita gente aderiu à brincadeira.  Solicitei que recriassem, preferencialmente, alguma obra que podemos encontrar em Firenze, seja nos museus, nas praças ou igrejas.  Uma forma divertida e instrutiva de se distrair. E aqui está o resultado, com muitas fotos criativas que contou também com a participação de diversas famílias:

 

Por Benedetta Mazzocchi. Benedetta e o filho Adriano e o coelho Nevi

 

Dany Barcellos

 

Lorenzo Pieri,  em cena da obra Primavera de Botticelli

 

Bruno Pieri,  Giovane con Pomo, de Rafael Sanzio, na Galleria degli Uffizi

 

Obra de Rita, autora do blog O Porto Encanta. Participação da tartaruga Nikita

 

Giuditta Tani

 

Olivia Tani

 

Barbara Mingazzini

 

Francesca Azzini

Marco com os sobrinhos Ruggero e Emma. Fotos de Silvia Saluttari

 

Giovanna e a filha Stephanie Greer, interpretando o Duca e a Duquesa de Urbino, obra de Piero della Francesca

 

Cristina Rosa do blog Sol de Barcelona

 

Cristina e a filha Martina

 

Carina Costa

 

Zilda Pandolfi reproduziu numa pintura Flora, da obra Primavera, de Botticelli

 

A família Melani: Eleonora e Alessio com os filhos Jacopo e Alice

 

Gaia Bardelli em foto da mãe Francesca

 

Cosimo Bianchi faz o “Putto che suona”, de Rosso Fiorentino, no museu Uffizi de Firenze

 

Lapo Bianchi, Ragazzo morso da un ramarro, Caravaggio

 

Tina Wells, com o gato Mulder

 

Izabel Silvestre em Dama com Arminho

 

Sofia Silvestre

 

Izabel Silvestre e Fabio Oliveira, Duca e Duquesa de Urbino. O quadro pode ser visto na Galleria degli Uffizi

 

Rosa Esposito e a filha Lisa

 

Emma Russo

 

Sophie Visciano em  Moça com o Brinco de Pérola, de Vermeer

 

Palova Valenti

 

Duccio Gori interpreta Raffaello. Esse auto-retrato está exposto no Museu degli Uffizi de Florença

E o meu muito obrigada a todos que aceitaram participar dessa brincadeira!  Não deixem de conferir o excelente feed do Tussen Kunsten apenas com fotos feitas durante a quarentena, aqui vai o perfil Instagram: @tussenkunstenquarantaine.

 

A Itália em tempos de coronavírus

  • post atualizado em 26 de abril.  Você confere as novas medidas no final do texto:

Desde que os casos do novo coronavírus Covid-19 começaram a crescer no Brasil as mensagens de amigos e leitores do blog passaram a ser mais frequentes. Todos querem saber como está a situação na Itália, onde 60 milhões de pessoas estão fechadas em casa.  Como o país está enfrentando essa pandemia?

 

Todo mundo em casa!  Em poucas palavras, é isso que determina o mais recente decreto estabelecido pelo Presidente do Conselho de Ministros Giuseppe Conte. Nessas últimas semanas, as decisões têm sido tomadas de forma gradativa.  Inicialmente o decreto, em vigor desde o  dia 8 de março era   limitado à região da Lombardia e mais 14 províncias.  Contendo novas medidas, esse último anunciado  domingo passado passou a valer em todo o território italiano, considerado “zona protegida”. Portanto,  de 10 de março até o dia 3 de abril, toda a Itália em quarentena. Isolamento social: precisamos ficar em casa para evitar novos contágios. #iorestoacasa (eu fico em casa)  é a hashtag do momento.  Proibição absoluta de sair de casa para os que resultam positivo para o vírus. Escolas e universidades encerraram as atividades desde o dia 4 de março. Museus e  cinemas  foram fechados, estão proibidas atividades esportivas e até as missas foram suspensas, assim como cerimônias de casamentos e funerais não podem ser realizados.  Os rituais para o funeral não incluem missa, é possível apenas um  pequeno ritual de enterro. Podemos sair apenas para irmos ao supermercado, farmácia ou por algum motivo de urgência.  É necessário apresentar uma declaração que assinamos para justificar o deslocamento. Se algum cidadão for flagrado passeando ou não for capaz de justificar o motivo da saída corre o risco de levar uma multa  de 206 euros e até 3 meses de prisão. Não  é permitido visitar familiares e amigos.  As estradas estão sendo  controladas e nada de viagens. Cada um deve ficar onde está, independente se você mora em Milão e quer passar esse período de quarentena com a tua mamma que vive em Nápolis.  Alguns escritórios e repartições estão funcionando. Mas quem pode, trabalha de casa. Lojas, bares e restaurantes estão fechados, inicialmente até 25 de março.   Alguns restaurantes entregam em domicílio. Cabeleireiros e centros estéticos também. Muitas fábricas e indústrias estão abertas mas, como em qualquer ambiente, precisam impor aos seus colaboradores de manter entre eles  a distância de 1 metro. Os supermercados estão bem abastecidos (salvo em alguns locais onde falta, por exemplo, papel higiênico), mas grandes e demoradas filas foram criadas na porta dos estabelecimentos devido ao número limitado de pessoas que podem entrar contemporaneamente. É possível fazer pedidos de compras pela internet  mas aqui em Firenze a próxima entrega não chega antes do dia 25, portanto, daqui a quase 2 semanas! Sobre esse assunto tenho em casa talvez a pessoa mais bem-informada da cidade, rs. Posso confiar tranquilamente à meu marido a questão das compras de supermercado.  Lazer? Praticamente nada. Algumas cidades estão fechando seus parques públicos devido aos frequentadores não respeitarem  a distância de segurança. Aqui em Firenze foi assim. Em todo o país os serviços  de transporte público são garantidos, mas foram reduzidos.  Muitas companhias aéreas também cancelaram voos com chegada e partida da Itália.

A Itália, o segundo país com mais casos de coronavírus,  tomou providências diferentes daquelas  adotadas pela China, país onde o surto teve origem e que desde o início impôs a quarentena em algumas cidades onde foram registrados os primeiros surtos e conseguiu diminuir a curva epidêmica.  Não sou médica, nem matemática e nem especialista de saúde pública, mas a minha opinião é que não tomamos providências imediatas quando os casos começaram a aparecer aqui na Itália. Fechar as fronteiras e proibir voos da China? Fechar escolas e universidades? Cancelar shows e manifestações em locais aglomerados?  Decretar quarentena? Só pra vocês terem uma noção sobre a desorientação do modo de se comportar, assim que foram suspensas as aulas, que foi uma das primeiras medidas para evitar o contágio, muitas famílias reservaram viagens para estações de esqui e até para o exterior.  Desdenhamos da pandemia desconhecendo o inimigo, que é rápido, silencioso e invisível. Tosse, febre e dificuldade para respirar são os principais sintomas, mas não é em todos os infectados que se manifesta dessa forma. Os casos começaram a aparecer sempre carregados de incertezas.  E ainda continuamos sem conhecer o denominador. Talvez o que também assusta tanto quando falamos em coronavírus é que não sabemos quem foi contagiado.  Uma coisa é saber o número de pessoas positivas depois que se submetem ao teste, outra coisa é não saber e nem imaginar quem está infectado e que pode ser transmissor.  Muitos pacientes apresentam poucos sintomas – que em alguns casos são  como os da gripe – sem contar que pessoas assintomáticas podem transmitir o vírus.  As medidas aqui na Itália começaram a ser tomadas de acordo com a evolução da questão. Ficamos um pouco sem saber como agir. No início, desconhecendo o problema,  alguns governantes até incentivaram o convívio sem julgamentos e sem preconceito, contra o terrorismo psicológico nos primeiros dias de fevereiro: vamos abraçar um chinês! Além disso, até mesmo iniciativas culturais com museus abertos gratuitamente para todos, para ajudar a enfrentar o medo que estava deixando as cidades sempre com menos turistas.  E  num espaço muito curto de tempo, o jogo virou impondo regras  bem diferentes: nada de socialização,  todo mundo em casa! Ainda não temos respostas para muitas perguntas que envolvem o assunto. Mas uma coisa é certa: é preciso frear os contágios e para isso precisamos nos  isolar.

Não vou entrar nos problemas econômicos. Em relação aos números negativos desse baque acho que nem o Ministro da Economia tem condições de quantificar.  Coloquem nessa conta o abalo emocional da situação.  Pode parecer fácil, mas não estamos de férias trancados em casa.  É uma sensação estranha que mexe com nosso emocional. Agora temos tempo à disposição. Ah, esse mesmo tempo do qual somos tão escravos e que tanto almejamos!  O sagrado tempo. E que agora é só nosso…  mas afinal,  do que importa se não podemos escolher o que fazer com esse tempo? Tenho dois filhos, de 7 e 11 anos. Moro num apartamento, portanto, as brincadeiras se limitam entre os quartos e a sala. Passamos esse período entre  leitura, filmes, jogos eletrônicos, brincadeiras em família e tarefas de casa que foram passadas pelas professores através de mensagens e plataformas divulgadas pela escola. Não é fácil explicar que só sairemos de casa dentro de algumas semanas. A primavera vai anunciar sua chegada e nós estaremos aqui, em casa, imaginando os parques e jardins que se colorem, sem poder contemplar toda a beleza de perto.  Mas vai passar. Essa é a frase que hoje pintamos em casa,  a partir de uma mobilização nacional onde as crianças colocam faixas penduradas na janela com um arco-íris e a frase:  “andrà tutto bene“.

E como estão sendo tratados os casos que resultaram positivo? Ainda não existe uma vacina contra o vírus, mas existe tratamento. Muitos pacientes podem se tratar em casa, e os que apresentam outros sintomas, como   insuficiência respiratória, precisam de internação em UTI com equipamentos de respiração assistida e os hospitais estão sobrecarregados. Médicos e enfermeiros estão empenhando-se com longos turnos de trabalho em hospitais lotados. Alguns estão usando as redes sociais para alertar a população: “estamos combatendo como se fosse uma guerra, é preciso que as pessoas fiquem em casa para evitar os contágios”.  Outro assunto que está causando surpresa nos brasileiros é que a notícia que está sendo difundida é que os hospitais estão  escolhendo  os pacientes a serem tratados.  Diante da delicada situação, o SIAARTI (Sociedade Italiana de Anestesia, Analgesia, Reanimação e Terapia Intensiva), divulgou um documento informando que, se necessário,  os médicos precisarão selecionar os pacientes a serem atendidos de acordo com as chances de sucesso no tratamento e de sobrevivência, devido a “um enorme desequilíbrio entre as reais necessidades clínicas da população e a disponibilidade real de recursos intensivos”.  Além dos casos de coronavírus, os hospitais lidam com emergências de todo tipo, como cirurgias de urgência.  Não há leitos para todos os pacientes. Esse é o maior desafio: conseguir vaga e equipamento para internar os pacientes e disponibilizar as maquinas de respiração.  E uma notícia boa é que desembarcaram ontem na Itália 9 profissionais vindos da China. São especialistas no tratamento do coronavírus, que trouxeram também equipamentos respiratórios e milhares de máscaras. Que fique claro: o desafio maior  será conseguir cuidar e dar assistência aos infectados que precisam de internação: o problema se agrava quando número de doentes é maior do que a capacidade que temos nos hospitais!

E a mensagem que deixo para quem está no Brasil é a seguinte: é preciso prevenção, é preciso ser consciente e ter senso de responsabilidade e de coletividade. Não é momento de histeria e nem de pânico, mas de atenção, de racionalidade.  Pessoas jovens e saudáveis correm menos riscos, mas idosos e pessoas com doenças prévias são vulneráveis. Isso de forma alguma  justifica ignorar as medidas de prevenção.  Todos precisamos colaborar! E para evitar a proliferação do vírus, além de cuidados de higiene,  é preciso evitar locais com grande concentração de pessoas e  evitar contato com idosos, que precisam ficar o máximo de tempo possível em casa.  Sei que é difícil pedir que as pessoas se socializem menos, sobretudo conhecendo  a nossa cultura, mas façam um sacrifício por um período e deixem de lado festinhas, shows, cinemas e locais muito cheios. Procure manter distância das pessoas, mesmo de conhecidos,  e tenha muito cuidado ao usar transporte público. E para os chegam de viagem internacional, isolamento domiciliar de 14 dias.   Não é preciso ter pânico, mas é necessário seguir as recomendações de higiene e de bom comportamento.

Agora sejamos sinceros, você  já deve até  ter pensado, há poucos dias,  que o problema desse vírus, que surgiu lá do outro lado do mundo, não era um problema seu. Aí o vírus começou a se proliferar na Itália, continuando a não ser problema seu. Mas agora ele está em todo lugar. E o problema é tanto meu quanto  seu. Assim como é do Trump, do Bolsonaro e de todos os habitantes desse Planeta.  De todos, afinal, estamos todos na mesma ciranda. Será que agora ficou claro?

 

Busque informações em sites oficiais, como o do Ministério da Saúde que traz dicas e informações de como se comportar em caso de suspeitas da doença. Quem desejar monitorar os casos de Coronavirus em tempo real, aqui vai um mapa que está sendo atualizado constantemente, clique aqui

 

Fase 2 

O Presidente do Conselho dos Ministros, Giuseppe Conte, anunciou na noite de 26 de abril as novas medidas que passarão a valer a partir de 4 maio.  Pode ser que alguma medida informada seja modificada. As decisões são tomadas de acordo com o andamento dos casos.  Conte iniciou o pronunciamento dizendo que teremos que conviver com o vírus e respeitar a distância de segurança, que é de ao menos 1 metro: “Graças aos sacrifícios feitos por todos até agora nós estamos conseguindo controlar a difusão da pandemia. Vocês manifestaram todos, de norte a sul, força, coragem,  senso de responsabilidade  e de comunidade. Agora começa  para todos a fase de convivência com o vírus. Tempo que ser conscientes que nessa nova fase, a  fase 2, pode ser que a curva do contagio suba em algumas áreas do país. Esse é um risco e devemos enfrentá-lo. Na fase 2 será ainda mais importante manter a distancia de segurança, de ao menos 1 metro.”

Muitas fábricas reiniciam as atividades amanhã, 27 de abril.

O bônus de 600 euros que foi concedido para trabalhadores autônomos ou temporários será renovado automaticamente.

As escolas continuam fechadas ate o final do ano letivo (aqui na Itália termina em  junho). Muito provavelmente abrirão em setembro, mês que começa  o ano letivo aqui na Itália.  Os alunos seguem fazendo atividades em casa. Haverá um  grande esforço para que possa ser realizado o “esame di maturità“, exame do curso do ensino medio, com as devidas condições de segurança.  Algumas prefeituras estão analisando a possibilidade de retornar em meados de maio.

A partir de 4 de maio:

  • é possível visitar parentes, mas  utilizando máscaras (necessário auto-certificação)
  • viagens apenas dentro da própria região
  • viagens para outras regiões apenas por motivos de trabalho ou visitas médicas (necessário auto-certificação)
  • o acesso a parques e jardins públicos será permitido, mas mantendo  sempre a distância de segurança
  • para atividades esportivas, necessário mante distância de dois metros. Atletas profissionais poderão retornar ao treinamento a portas fechadas para disciplinas individuais. Não aos esportes coletivos, provavelmente após o dia 18 de maio. Para atividades esportivas a distância mínima é de 2 metros.
  • será possível realizar cerimônias fúnebres, com participando de no máximo 15 pessoas (missas ainda não são permitidas)
  • bares e restaurantes:  serviços de  take-away serão permitidos. Os alimentos  devem ser consumidos em casa
  • as máscaras devem ser vendidas por no máximo 50 centavos de euro

 

A partir de 18 de maio:

  •  Reabertura de museus, bibliotecas, exposições  e locais culturais
  • Reabertua de lojas
  • Esporte: treinamento para equipes. Sobre o campeonato de futebol da série A,  será necessário avaliar se existem condições para terminar a temporada.

 

A partir de 1º de junho:

  • Reabertura de bares, restaurantes, cabeleireiros e centros estéticos.

 

 

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