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Il Borro

Voltar no tempo não é possível. Mas alguns lugares te dão sensação de poder senti-lo escorrer mais lentamente. É assim no burgo medieval Il Borro,  no Valdarno, um vilarejo na Toscana de propriedade  da família Ferragamo que conjuga de forma harmoniosa a simplicidade da natureza, o luxo de suas instalações e a excelência nos serviços. Um estilo de hospedagem pra lá de peculiar!

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Vivenciar momentos neste burgo secular é uma experiência única e inesquecível!  Imaginem que é possível se hospedar em uma das 3 luxuosas villas ou escolher entre os 30 exclusivos quartos distribuídos pelo vilarejo. Fui convidada para conhecer as instalações e os serviços oferecidos pelo Il Borro, que desde 2013 ganhou a assinatura Relais&Chateaux. Vou contar aqui essa maravilhosa experiência junto a outras 3 amigas blogueiras.

 

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Nosso grupo era formado por Alice Cheron, do Ali di Firenze, Georgette Jupper do blog Girl in Florence, e Alexandra Korey, do Art Trav. Fizemos um passeio pelos cinematográficos jardins onde ficam as 3 mansões, a área da piscina e a capela. O lugar exala romantismo. Fiquei imaginando um casamento naquele cenário de sonhos!

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O local já pertenceu à famílias prestigiosas como os Medici e os Savoia. Em 1993 a família Ferragamo adquiriu o burgo e a partir de então, Ferruccio, com a ajuda do filho Salvatore (neto do fundador da marca e CEO do Il Borro),  começaram ali trabalhos de restauração e melhorias, já que o local havia sofrido ataques durante a 2 ª Guerra Mundial.  A proposta era de resgatar tradições e a história do lugar em total respeito à natureza, utilizando o conceito da sustentabilidade.

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A capela da casa principal onde são realizadas cerimônias religiosas

O Il Borro fica a 20 Km de Arezzo e a 55 Km de Firenze.  É nessa área de 700 hectares, com natureza exuberante, que possibilita os visitantes de desfrutarem dias inesquecíveis  num espaço que conserva sua arquitetura medieval em modernas e confortáveis instalações.

 

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Vista para o burgo medieval , que é do ano 1000. A família Ferragamo transformou o burgo em um destino de luxo, em ambientes elegantes e discretos ao mesmo tempo contemporâneo, sem exageros, refletindo o perfil da própria família

Wellness– Nossa programação matinal foi na área do spa e começou com aula de yoga com a querida Hanna, num salão espetacular, de frente para uma piscina de borda infinita com toda a exuberante natureza que circunda o local. Em seguida fomos para a Suite Spa,  com jacuzzi e banho turco.  Ali é possível vivenciar uma completa experiência de beleza e bem-estar, com ginástica e massagens relaxantes. Mesmo quem não está hospedado no complexo pode agendar para desfrutar da academia e do spa.

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A área do spa. Jacuzzi, bate-papo agradável em excelentes companhias, um delicioso coquetel e muito relax… a gente acaba finando mal acostumada!

Revigoradas depois de uma manha na área spa passamos para conhecer a boutique que fica em anexo.

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A boutique da área wellness com maravilhosos artigos. Bom gosto em bijuterias, home-decor e vestuário

 

Gastronomia –  o local possui 2 restaurantes, a Osteria del Borro e o Vin Cafè, ambos sob o comando do chef Andrea Campani. A osteria conta com 2 espaços distintos:  no subsolo fica o Tuscan Bistrot com uma adega e espaço para degustação com alguns rótulos que levam a assinatura Ferragamo enquanto que a Osteria del Borro, que fica no primeiro andar e conta com um terraço com vista para o vilarejo. O Vin Cafè fica localizado na área ao redor da piscina infinita, num ambiente moderno e refinado, ideal para um snack e aperitivo.Produzem 3 vinhos tintos e um branco. Nas proximidades da osteria a gente pode ver a bem cuidada horta que produz alimentos orgânicos que abastecem as cozinhas do complexo.
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O ambiente do Vin Cafè é mais descontraído e o local e ideal para um happy-hour no final do dia, alguns dos vinhos produzidos no local e os nossos antipastos da Osteria del Borro

Nosso almoço foi na Osteria del Borro, que oferece cozinha gourmet.
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O chef Andrea veio nos receber. Ele explicou sobre a escolha e proveniência dos ingredientes utilizados em sua cozinha, com pratos rigorosamente preparado com alimentos frescos e da estação

 

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Como antipasto uma variedade de gostosuras propostas pelo chef Andrea: queijos com mel, tomate e mozzarella, carpaccio e tortinha de legumes. Depois escolhi polvo com batata e para finalizar, torta de maçã que veio acompanhada de gostosuras como cheesecake e um saboroso e delicado creme de ovos.
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Il Borro Relais & Chateaux oferece 2 tipos de acomodação, que pode ser em seus luxuosos casarões ou nos charmosos e exclusivos quartos que ficam no burgo,  onde cada apartamento tem um nome e uma história. Os quartos ficam espalhados pela cidadezinha medieval, circundado de uma grande área verde, onde  vinhedos e oliveiras  emolduram a paisagem.
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Charmoso hotel em estilo de vila medieval

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E pensar que no século 12 o local era um castelo fortificado

O vilarejo, que é uma cidade em miniatura, conta com muitas lojas de artesãos distribuídas próximas aos apartamentos : cerâmica, jóias, pinturas e como não podia deixar de ser, a gente encontra também o serviço de sapatos sob medida.

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Um dos locais imperdíveis é a sala Pinocchio, que apresenta um presépio com personagens que se movem. Além de representar algumas passagens do conto do mentiroso rapazinho, reproduzem de forma fiel algumas casinhas e personalidades que fazem parte da história do vilarejo

Dentre as atividades na área externa estão passeios a cavalo e golf.

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Mesmo quem não está hospedado pode visitar o local e se quiser usufruir dos serviços e atividades, favor entrar em contato diretamente com o resort

Agradeço o convite e o carinho de toda a equipe do Il Borro!  Foi uma maravilha desfrutar de um dia tão prazeroso nesse pedacinho de paraíso!

 

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As termas e cascatas de Saturnia

A ideia de ir conhecer as termas de Saturnia em pleno mês de novembro, isso é, pertinho do inverno, estava me desanimando um pouco. Mas o frio acabou tornando ainda mais interessante o nosso relax nas águas quentes durante uma breve viagem à Maremma, no sul da Toscana. Sem contar que nesse período é bem mais vazio! Quando se fala nas termas de Saturnia, os locais para visitar são basicamente 2: Le Cascate del Mulino, que faz parte das nascentes termais da província de Manciano, a poucos quilômetros de Saturnia,  e o spa Le Terme di Saturnia, um luxuoso hotel com excelente estrutura para quem busca descanso e bem-estar.  Estive nos 2 e relato agora pra vocês:
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Natureza e bem-estar. As Cascatas do Moinho: belezas da Toscana, região que não para de surpreender. As cascatas foram criadas naturalmente, sem interferência do homem. As piscinas foram escavadas graças à força das aguas que caíram das cascatas

Imaginem que em meio à natureza existem essas piscinas naturais quase escondidas, onde a água quase beira os 38 graus. E o melhor: você pode desfrutar dessas jacuzzis de hidromassagem sem pagar nada. Isso mesmo, o acesso ao local é grátis.  Mas achar as cascatas não é tarefa das mais fáceis. E é um local onde sugiro ir de carro  – com GPS obviamente- pois transporte público para chegar até ali acho complicado. Tem estacionamento a pagamento a poucos minuto das cascata.
Para quem vai nos meses frios, um conselho: como ali não tem estrutura como banheiros ou locais para se trocar, você pode ir com as roupas de banho sob um roupão. Depois aproxime-se das margens para deixar seus pertences e se jogue nas águas mornas e relaxe. Não esqueça de levar os chinelos de dedo.  É uma verdadeira hidromassagem terapêutica!
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As Cascatas del Mulino, também chamadas de Cascatas de Gorello, são abertas ao público. A temperatura de suas águas, que possuem propriedades terapêuticas e relaxantes, é de 37,5 graus. A água é muito rica em sais naturais mas tem um único porém: o cheiro de enxofre é forte!

O outro local visitado da região é o hotel Terme di Saturnia Spa e Golf Resort, com seu estilo elegante, que oferece uma estrutura excelente para quem busca conforto e relax. Em nosso segundo dia na região resolvemos conhecer suas estruturas. O acesso à área de lazer do hotel custa 25 euros por adulto.  Passamos um dia inteiro em suas piscinas.
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O centro de bem-estar oferece tratamentos e massagens e banheiros de hidromassagem, banho turco e sauna. O hotel produz também uma linha de cremes e produtos de higiene e beleza para homens e mulheres

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O hotel dispõe também de campo de golf . Os visitantes podem curtir suas instalações com banhos romanos em suas piscinas de águas mornas

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E claro que fomos também dar uma voltinha no centro da cidade. Na localidade vivem menos de 300 habitantes. Tinha pouca gente nas ruas, a maioria idosos que faziam compras ou descansavam nos bancos na pracinha.
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A principal igreja é a de Santa Maria Maddalena

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Saturnia é desses lugares pacatos onde tudo parece estar em seu devido lugar

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Isso mais parece um quadro! Mas é um prédio residencial em Saturnia

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Este foi o agroturismo onde estivemos, um lugar rústico, aconchegante e em meio à uma natureza exuberante. Fica a 20 minutos das termas Le Cascate del Mulino

 

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Este é um tipo de passeio para quem busca desacelerar e descansar o corpo e a mente. A gente acaba entrando no ritmo tranquilo do lugar e isso faz um bem enorme!

Distâncias:

Roma -180 Km

Firenze -200 Km

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Pitigliano, na Maremma toscana

Pitigliano fica na Maremma, no sul da Toscana, perto das regiões da Umbria e do Lazio.  Observando-a de longe, ainda do carro, a impressão que temos é de que a cidade foi colocada no alto da rocha. Talvez devido à proximidade ao Natal parecia que à nossa frente estava uma cidade de presépio. E não é que sua atmosfera é quase mágica? Mostro pra vocês um pouquinho dessa gracinha de cidade.

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Pitigliano fica a 48 Km de Grosseto. Seu centro histórico é conhecido como “Pequena Jerusalém”, porque desde o século 16 abrigava uma grande comunidade  hebraica  dentro de suas muralhas.

 

O pequeno burgo de Pitigliano é conhecido como Città del tufo (tufo é o conjunto de rochas porosas). É tão minúsculo que com certeza você vai conseguir circular por todos os lugares em apenas meio-dia de visita.  Dentro das muralhas, as atrações mais importantes são a Catedral  de Pietro e Paolo (em estilo barroco) e o Palazzo Orsini, onde funciona o museu arqueológico.

Pitigliano está a mais de 300 m de altitude

 

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Centro histórico – A Piazza della Repubblica é a principal da cidade e abriga o antigo aqueduto, com a fonte construída nos anos de 1637/38. A vista da praça é fantástica!

 

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O Palazzo Orsini foi construido no século XII. Na entrada podemos observar os emblemas das duas famílias reinante na cidade: os Aldobrandeschi e os Orsini

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Você percebe a tranquilidade do lugar quando os comerciantes deixam artigos expostos até mesmo quando fecham para almoço

 

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Pitigliano reúne diversas lojinhas de artesanato e bodegas. Além de desenhos e gravuras, vi trabalhos maravilhosos em cerâmica e madeira

Como a maioria das cidadezinhas aqui da Toscana, Pitigliano precisa ser explorada com calma. Ali você vai passear calmamente por suas ruelas para conferir o artesanato local em suas bem ajeitadas lojinhas e bodegas. Você vai se admirar à medida que for desbravando seus inúmeros becos com suas casinhas em pedras.

 

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Junto a Sovana e Sorano, também de passado etrusco, os 3 vilarejos medievais são os mais conhecidos da região sul da Toscana. As muralhas da cidade são da época etrusca e datam do século VII a.c.

 

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Pitigliano é uma cidadezinha pequena. Tem pouco mais de 4 mil habitantes e pertence à província de Grosseto. Diferente das cidades muito turísticas, aqui você se deixa levar pelo ritmo lento e pela emoção de perambular sem rumo por seus becos seculares

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Passeando pelos becos da cidade, indo conhecer o gueto hebraico

Um cantinho da cidade que não pode deixar de ser visitado é o gueto hebraico, onde tem a sinagoga (o ingresso custa 5 euros).  A presença hebraíca é forte na cidade, que é inclusive chamada de “Pequena Jerusalém”.  Os hebreus, que se estabeleceram na cidade no século 16,  sempre foram muito bem integrados no contexto social.

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A sinagoga foi construída em 1598

 

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Na parte subterrânea podemos visitar os locais onde os judeus assavam os pães e onde funciona o açougue, a cantina Kasher, e onde era produzido o vinho

Pitigliano – Distâncias:

Siena – 81 Km

Firenze– 132 Km

Arezzo – 95 Km

Roma 105 Km

 

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Monteriggioni, o pequeno burgo toscano

Entre Firenze e Siena está a pequena Monteriggioni , cidadezinha que se concentra em uma fortaleza e mais parece um castelo desses que estamos acostumados a ver nos filmes. O burgo é minúsculo! Para explorá-lo você precisa estacionar o carro sob as oliveiras e superar a grande porta que dá acesso à cidade. Dali você vai começar a sua aventura explorando a cidade e revivendo o passado através de suas características medievais tão bem conservadas.

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O acesso ao pequeno burgo é através de suas portas medievais. O vilarejo foi fundado como função defensiva e aqui na parte fortificada vivem cerca de 45 pessoas

Monteriggioni, província de Siena, representa um dos burgos fortificados mais significativos do território  e tem pouco mais de 10 mil habitantes (considerando o comune). Construído entre 1213 e 1219 para ser uma estrutura defensiva, é composto por 14 torres e 2 portas. O burgo sofreu algumas mudanças no século 16  e em 1921, quando 3 de suas 14 torres foram abaixadas ao mesmo nível das muralhas.

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Fiz esta foto de dentro do carro, da estrada. De longe avistamos o castelo em forma circular. Essa forma que tem a fortaleza não foi proposital. A construção respeitou a forma original do terreno

O castelo de Monteriggioni fica posicionado sobre as colinas do monte Ala e é circundado de vinhedos e oliveiras, o que rendem o cenário ainda mais bonito! Foi construído no início do século13 pelos seneses para se defenderem dos possíveis ataques dos fiorentinos, seus históricos rivais. São muitas batalhas entre as 2 cidades que por séculos brigaram pelos territórios toscanos.

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Monteriggioni é um dos burgos medievais murados mais conhecidos da Itália. É conhecido como a Porta da Idade Média.

 

O que atrai a curiosidade dos  visitantes é a pequena fortaleza murada, em forma circular. É possível atravessá-la de um lado ao outro em menos de 5 minutos. A cidade tem 2 entradas: a porta Franca ou Romea que é em direção à Siena e a Francigena, em direção à Firenze.
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Esta é a porta  Franca ou Romea, voltada para a cidade de Siena. Esta é a principal entrada. Muito provavelmente era composta por uma ponte levadiça

A outra porta da cidade e é de Ponente ou San Giovanni, voltada para Florença.  Esta porta é mais simples e consiste num arco. Próximo à entrada, alguns versos de Dante Alighieri, que cita Monteriggioni em seus poemas.
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A igreja Maria Assunta em estilo românico-gótico foi construída  em  1213, ano da fundação da cidade. Fica na praça principal . preserva um sino do ano de 1299 e uma pintura do século 17 que representa a Madonna do Rosario.
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A praça Roma é que reúne os bares, restaurantes típicos e lojinhas de artesanato e produtos típicos locais, como o vinho, queijos e geleias. E como vocês devem imaginar, existem muitos revendedores de vinho Chianti e de antiguidades. Sua pavimentação atual não é original, foi feita nos anos 70.  Ao redor da praça fica o Museu das Armaduras que tem reproduções fiéis de armas e armaduras. A entrada é gratuita.
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Lojinha de artesanato

Desde 2005 é possível percorrer uma parte do caminho que circunda a muralha.  É uma beleza observar a paisagem do Chianti e do Valdelsa e admirar a cidade do alto das muralhas! O ingresso que dá acesso à atração custa 2 euros e fica perto da porta Francigena, entrada principal da cidade.
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Para ver a cidade do alto é possível passear por uma parte das muralhas onde foi constuida uma espécie de passarela. O ingresso custa 2 euros

Dentro da fortaleza existem muitas oliveiras e plantações de frutas e verduras, que na época eram utilizadas para garantir alimento aos habitantes em período das batalhas.

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Siena transformou Monteriggioni numa imponente fortaleza para proteger seu território ao norte durante as guerras contra Firenze. As muralhas de Monteriggioni estão praticamente intactas. A fortaleza possui 14 torres

 

Ali perto podemos ver as oliveiras e plantações de frutas e verduras que na época eram utilizadas para garantir alimento aos habitantes em período das batalhas.
Festa tradicional – Em julho acontece a Festa Medieval de Monteriggioni. Nos dois primeiros finais de semana do mês o burgo se transforma em uma vila medieval graças ao Monteriggioni  di torri si corona. Stands com artesãos por suas estradinhas, cavaleiros, música ao vivo, acrobatas e teatro. Para conferir mais autenticidade ao evento, os moradores se vestem a caráter e ajudam a recriar a atmosfera medieval. Para  fazer transações apenas moedas medievais são usadas.
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Não deixe de passear pelos becos da cidade para apreciar as casinhas em pedras tão graciosas

 

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O lindo jardim da cidade repleto de oliveiras

Como chegar:

Viajar de carro pela Toscana é a maneira mais simples, prática e prazerosa, pois você pode parar quando quiser seja para fotografar como para degustar produtos típicos locais  nos estabelecimentos na beira da estrada.
Mas existe também opções de trem e de ônibus:
Trem – Monteriggioni não possui estação ferroviaria.  É preciso ir até a estação Castellina Scallo- Monteriggioni (linha Empoli, Siena)  que fica a 3 Km dali (e depois pegar um taxi ou ônibus).
Ônibus – serviço Sita saindo de Firenze.
Distâncias:
Siena– 15 Km
Firenze – 61 Km
San Gimignano – 27 Km

Pietrasanta

Algumas cidades emanam energia positiva e conseguem transmitir aos visitantes um pouco de boa vibração!  E Pietrasanta, província de Lucca, é uma delas. A cidade é pequena mas cosmopolita. Pietrasanta fica entre os Alpes Apuanos e a menos de 3 Km do mar. É reduto de artistas plásticos, artesãos e escultores, é uma das mais famosas cidades de arte da Itália. Em suas ruas moradores, frequentadores e amantes das artes se encontram para trocar ideias, apreciar e apresentar suas obras, seja ela um livro, um quadro ou um vestido com toque artesanal. Pietrasanta é um caldeirão cultural!

 

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A Piazza Matteotti, na entrada da cidade, e a obra “Guerriero”, de autoria do colombiano Fernando Botero. O artista é muito ligado à cidade e tem inclusive um ateliê na cidade.

 

 História

Pietrasanta tem cerca 25 mil habitantes. De origem romana, foi fundada em 1255 por luca Guiscardo da Pietrasanta, por este motivo o seu nome. O século XV foi de grande importância para Pietrasanta pois foi o período de sua ascensão graças ao mármore. Inclusive foi Michelangelo o primeiro escultor a reconhecer e exaltar a beleza do mármore da região.
Com o surto da malária no séculos XVII e XVIII a cidade sofreu um grande declínio e voltou a reerguer-se graças ao grão duque da Toscana Leopoldo II, que a partir de 1841 iniciou uma campanha para a reconstrução da cidade através da arte criando escolas especializadas na técnica da escultura com o mármore, matéria-prima local.  Pietrasanta foi elevada como cidade nobre.

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Via Mazzini é uma das principais ruas da cidade que nos conduzem até a piazza Duomo

 

Pietrasanta é famosa pelos trabalhos de mármore e bronze que atrai escultores de todos os cantos do Planeta e é considerada um museu a céu aberto. Devido à grande ligação e amor por Pietrasanta, muitos artistas, como Igor Mitoraj, Juan Mirò e Botero doaram algumas de suas obras enriquecendo o acervo da cidade.
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A praça Duomo, área de pedestres. Pietrasanta não sofre a invasão do turismo de massa e ainda é pouco conhecida pelos brasileiros. Ideal para quem prefere locais mais exclusivos

O centro histórico é bem conservado, repleto de galerias de arte e exibições temporárias na praça do Duomo, cuore da cidade.  Apesar de pequeno, apresenta muitos monumentos e edifícios históricos.

 

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Traços marcantes de séculos passados convivem em harmonia com o moderno. O Duomo de San Martino, em estilo românico-gótico, foi construído no século 13.  Sua fachada é revestida de mármore branco . Ao lado fica a Torre Cívica.

A fachada em mármore do duomo e a escultura do artista Fabio Viale (verão de 2020)

 

Interior da catedral de San Martino

 

O Batistério do Duomo: Oratorio di San Giacinto, na via Garibaldi, a poucos metros da igreja . Foi edificado no início do século 17 e apresenta 2 fontes batismais

 

Na Piazza Duomo fica a igreja de Sant’Agostino

Outro ponto de interesse é  igreja de Sant’Agostino, que tem vista para a praça principal de Pietrasanta, perto do Palazzo Moroni e da Catedral de San Martino, o Duomo da cidade. Junto com o antigo convento em anexo forma o complexo da Igreja de Sant’Agostino,  de considerável interesse histórico e artístico.  Atualmente abriga a biblioteca municipal e  o  museu dei Bozzetti, onde são realizados eventos e exposições de arte contemporânea.

O  pátio do ex-convento e pátio de Sant’Agostino

 

Pietrasanta

O verão é a melhor estação para visitar a cidade, que promove anualmente exposições de artistas de fama internacional não apenas nos museus mas também em suas praças e ruas principais. Este ano a cidade faz uma homenagem póstuma ao polonês Igor Mitoraj, que morreu ano passado e era bastante ligado à cidade. Suas esculturas em bronze estão espalhadas pela pracinha do Duomo, onde o artista adorava circular. São 6 obras em bronze e 2 esculturas em argila.

 

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Pietrasanta é repleta de galerias de arte. E em todos os cantos da cidade esculturas embelezam ainda mais a cidade

Lojas de design, ateliês, galerias de arte  e boutiques ornamentadas com muita criatividade e bom gosto misturam-se aos inúmeras bares e restaurantes de charme.

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Atmosfera magicamente encantadora!

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Pietrasanta é um destino tranquilo, elegante e uma excelente opção para uma viagem em família. Na pracinha do Duomo muitos artistas de ruas promovem espetáculos nos finais de semana. As crianças se divertem a valer!

 

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Vocação turística – A elegante orla de Marina di Pietrasanta é bonita, organizada e meta requisitada da Versilia durante o verão. Pietrasanta fica a apenas 111 km de Firenze

 

Para saber mais sobre a Versília, clique aqui.

  • Post atualizado em setembro de 2020

O burgo de Volterra

Visitar a pequena Volterra é poder testemunhar um local que contabiliza mais de 3 mil anos de história. Esta é outra cidadezinha aqui da região Toscana que a gente sugere para os que gostam de lugares mais pitorescos, únicos, tranquilos e cheios de histórias. Outra vantagem em inclui-la em seu roteiro é que Volterra não registra grande assédio de turistas como San Gimignano, Pienza e Montalcino.

 

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Volterra, como a maioria das cidades etruscas, fica no cume de uma colina. E a vista que proporciona a seus visitantes já lhe rendem outros pontos positivos: a natureza que a circunda é exuberante!

A cidade de Volterra está localizada a mais de 500 metros acima do nível do mar e pertence à província de Pisa.
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A charmosa Volterra fica na região conhecida como Val Di Cecina, devido ao rio Cecina

Depois de um trajeto pelas encantadoras estradas da região – inevitavelmente você vai querer parar para fazer algumas fotos pois o cenário mais parece uma pintura – onde tons das verdes colinas contrastam com o dourado das plantação de trigo (ao menos nos meses de maio e junho ) e de subidas em curvas, chegando até a parte alta da cidade é preciso deixar o carro no estacionamento (a pagamento) para explorar a cidade a pé.  O centro é fechado ao tráfego, apenas automóveis credenciados podem circular.
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Volterra pode ser uma alternativa para quem gosta de visitar lugarejos menores da Toscana e fugir um pouco do trivial. A cidade oferece construções milenares, ruas de pedra, opções enogastronômicas de qualidade, arte e história

 

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Volterra precisa ser admirada sem pressa senão você vai na contramão do pacato ritmo local. Saia sem rumo e fique à vontade para se perder entre seus becos enquanto admira monumentos e construções seculares.
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Detalhes que sempre encantam. Visitar Volterra na primavera a rende ainda mais especial… flores para todos os lados!

Volterra é uma das mais antigas e bem conservadas cidades do mundo e o fascínio em desbravar seus cantinhos está justamente em poder voltar no tempo para apreciar a herança de diferentes períodos históricos.
 
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Volterra tem pouco menos de 11 mil habitantes e surpreende seus visitantes graças ao seu ritmo lento, seu charme, e seu rico patrimônio histórico e cultural. Difícil quem a visite e não se apaixone!

 

Do período etrusco parte das muralhas que a circundam e  a magnífica Porta all’arco; do medieval, que deriva a sua principal estrutura, estão ruelas estreitas, casas com torres, palácios e igrejas. Já a civilização do período do Renascimento, a imponente Fortezza Medicea e outros palácios importantes como o Minucci Solaini e Incontri-Viti.
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A catedral é uma construção do ano de 1120 tendo sido ampliada e modificada. A atual estrutura foi restabelecida em 1843.
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Conhecida como cidade mágica e misteriosa, Volterra é citada na série de livros e filmes Crepúsculo, de Stephenie Meyer. No entanto, as cenas cinematográficas foram rodadas em Montepulciano, outra joia da nossa amada Toscana.
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O maravilhoso Palazzo Priori, do século 13, com a Torre do Relógio, serviu de inspiração para o Palazzo Vecchio, de Firenze. Aqui funciona a sede da prefeitura da cidade

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Desbravando a cidade certamente você vai chegar até a piazza dei Priori, o coração da cidade . Com suas construções medievais,  a praça abriga lojinhas e bons restaurantes. É o melhor local para quem quer observar o ritmo da cidade. Ali na praça fica o Palazzo Priori, sede medieval do governo. Foi construído na época romana, no ano de 1208.

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Volterra é cheia de ótimos bares, restaurantes, sorveterias e lojas de artesanato, principalmente com trabalhais em alabastro , um tipo de mineral que parece com o mármore.  Pelas lojinhas da cidade, além de esculturas, você vai apreciar jóias e artigos de decoração.
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Loja com alabastro

Obras e monumentos podem ser admirados em um passeio a pé pela cidade mas os turistas podem aprofundar seus conhecimentos através de visitas aos museus , como o Etrusco, a Pinacoteca cívica e o museu D’arte Sacra.
Volterra possui também um lindo parque arqueológico, super bem cuidado e uma boa opção para um descanso ou um piquenique.  Vale a pena um passeio ao parque porque a vista do local é admirável!
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Aqui estamos no parque arqueológico Enrico Fiumi, que é circundado por muralhas etruscas

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Do parque avistamos a a Fortezza Medicea, uma construção do ano de 1474.

Na Fortezza funciona o cárcere de Volterra. E uma curiosidade é que, uma vez por mês, o presídio se transforma em restaurante. Isso mesmo.  Cene Galeotte é uma iniciativa que conjuga os prazeres da mesa com um projeto de grande valor social.  A cada edição os carcerários contam com a ajuda de um chef renomado convidado que prepara o menu. A próxima edição será dia 26 de junho, com o chef Filippo La Mantia.

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Ali flagramos uma artista americana que retratava os telhados da cidade de Volterra

E para os curiosos e apaixonados por história, o museu Guarnacci, um dos primeiros museus públicos da Europa, fundado em 1761, guarda verdadeiros tesouros etruscos. Fica na rua Don Giovanni Minzoni.

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Em agosto existem muitas manifestações culturais na cidade, sendo que a mais importante é a Volterra ad 1398, onde a cidade faz um mergulho no passado. Nos dois últimos domingos do mês uma festa medieval relembra costumes antigos com feiras, exposições, danças e comemorações com moradores e visitantes vestidos a caráter. E olhem que legal: para entrar na festa é preciso trocar suas moedas de euro pelo grosso volterrano – que é uma réplica fiel da moeda utilizada no ano de 1398 d.c.  Um verdadeiro retorno ao passado!
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Situada entre Pisa e Siena, Volterra fica a 75 km de Firenze e a melhor opção é ir de carro, já que as estradinhas que a circundam são um espetáculo a parte. Como falei, certamente você vai querer parar fazer algumas fotografias para registrar a generosa natureza local.  Volterra dista apenas 30 km de San Gimignano;  52 km de Siena e 70km de Pisa.
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É possível fazer o percurso de trem saindo de Firenze até Pontedera e de la pegar um ônibus até Volterra.
Para mais informações: Volterra City, o portal oficial cultural de Volterra.
Em busca de hospedagem na Toscana?  Que tal começar a pesquisar aqui?

A região do Mugello, perto de Firenze

Ao norte de Firenze, a poucos quilômetros da capital toscana,  fica a região do Mugello, terra natal da poderosa família Medici, os mecenas de Florença

Belezas naturais – constituída de vales, ciprestes e verdes colinas –  tranquilidade, hospitalidade, tradições artesanais e excelente cozinha  fazem do Mugello uma das metas que aconselho visitar aqui na Toscana, principalmente se estiver baseado em Firenze e estiver em busca de  lugares mais tranquilos e que não sofrem grande assédio de turistas.  Dependendo da cidade que quiser visitar, o percurso de carro pode durar de meia até quase 2,  caso tenha interesse de visitar o Alto Mugello, divisa com a Emília Romanha.  Na região você poderá também admirar os maravilhosos casarões e castelos construídos pela família Medici, que é originária deste território. Os principais burgos que constituem a região são os seguintes:  Barberino, San Piero, Borgo San Lorenzo, Dicomano, Vicchio, Scarperia,  Vaglia e Marradi.

 

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Fui convidada para um blog day no esplêndido Villa Campestri Oil Resort, que fica em Vicchio. Encrustado numa colina e cercado de uma área verde deslumbrante, o local propicia uma vista incrível da Toscana.  Vou compartilhar algumas atividades do nosso dia e mostrar também outras localidades do Mugello.

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Quem nos recebeu com toda atenção foram os proprietários, o senhor Paolo Pasquali e suas filhas Gemma e Viola. Na foto as participantes do blog day Amy , Valentina, Ilaria, Georgette, Coral e Nardia, com o senhor Paolo

 

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A proposta do Villa Campestri é oferecer aos visitantes a possibilidade de vivenciar momentos únicos em contato com a natureza. Iniciamos nosso passeio com uma caminhada pela propriedade, em meio às 2500 oliveiras que a família possui

Antes do nosso almoço no terraço do casarão renascentista, fizemos um aperitivo nos jardins do resort para brindar o dia perfeito de sol com céu azul e temperatura amena. E como se não bastasse, nos despedimos desse pedacinho de paraíso com uma relaxante massagem de azeite de oliva.

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Nosso almoço aconteceu no terraço do resort Villa Campestri. Para fechar com chave de ouro: tiramisù com direito à esta vista cinematográfica

 

Agora mostro um pouco da região do Mugello pra vocês. Tenho certeza que irão se encantar!
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O Mugello, esta pequena área constituída de diversas localidades é a opção ideal para quem busca contato com a natureza e tranquilidade nos arredores de Firenze (foto gentilmente cedida por Valentina Dainelli)

 

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O autódromo de Mugello que sedia importantes eventos, inclusive Mundiais de moto GP. Fica no burgo de Scarperia, a 32 Km de Firenze. Foi construído em 1972 e desde 1988 pertence à Ferrari

 

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A beleza singela da região do Mugello

 

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As famosas facas que são produzidas em Scarperia

Circundado de muros e torres, Scarperia (cidade aos pés dos Apeninos), apresenta um dos centros históricos mais interessantes do Mugello. A cidade  é famosa pela fabricação de facas,  uma tradição de mais de 5 séculos. Possui um dos mais interessantes centros históricos da região e o Palazzo dei Vicari é uma das construções mais importantes do burgo. É aberto para visitação e fica na pracinha principal .

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O Palazzo dei Vicari, em Scarperia

 

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As ruelas de Scarperia com o Palazzo dei Vicari ao fundo

 

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Cantinhos de charme de Scarperia

 

O Museu de Leprino, em Sant’Agata

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O senhor Leprino no museu criado por ele, que reproduziu a cidade em miniatura com personalidades da localidade. Impressionante a perfeição de sua obra

 

Arte, magia, beleza e fantasia – A poucos minutos de Scarperia a gente pode visitar o museu do Leprino. Faliero Lepri, que era conhecido como Leprino,  faleceu em 2016 aos 95 anos e era personalidade famosa na Toscana graças ao museu que construiu. Ele reproduziu bonecos com os mínimos detalhes,  que  são na verdade os cidadãos da cidade em miniatura, com cerca de 70 cm de altura, e que graças a um mecanismo implantado pelo próprio, ganharam movimento. Todos os personagens estão ligados por um fio elétrico e se mexem contemporaneamente.
Para visitar o museu de Leprino não há cobrança de ingresso. Cada visitante faz uma doação no valor que quiser. O Museu fica no centro polivalente de Santa Ágata artigiana e Contadina.  Para visitar o local, aberto das 15.30 às 18 horas, é preciso agendar através do telefone 05584406750.
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No museu estão representados personalidades da cidade, como o barbeiro , o carteiro, o maquinista, além obviamente de toda a sua família

 

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A cozinha mugellana é genuína e de qualidade. A bistecca fiorentina que preparam por aqui é espetacular! Esta aqui é do restaurante Rústico, em Scarperia

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No burgo de Vespignano, em posição panorâmica, fica o museu Giotto di Bondone, casa onde o pintor e arquiteto Giotto nasceu e viveu até os 10 anos de idade, quando se mudou para Florença para trabalhar como aprendiz na oficina do Maestro Cimabue. A casa tem um grande jardim. Foi uma construção antiga e sóbria da Idade Média que passou por algumas restaurações.

Nascido em 1267, Giotto é conhecido como o precursor do estilo renascentista. Começou a pintar aos 11 anos de  idade. Ele transformou a arte do estilo bizantino em um novo conceito, introduzindo o conceito de perspectiva e uma visão mais realista da vida. Ele inseriu a perspectiva em suas pinturas (figuras tridimensionais em telas planas).

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O Museu Giotto, em Vicchio

 

Dentre suas obras mais importantes,  os painéis com a vida de São Francisco de Assis  na alta capela da Basílica de Assis, os afrescos na Cappella degli Scrovegni, em Pádua, a Santa Cruz de Firenze, O Crucifixo de Santa Maria Novella e A Madonna di Ognissanti. Transcorreu seus últimos anos atuando como arquiteto em Firenze. Em. 1320 chefiou a construção da Catedral Santa Maria de Fiore e o Campanário da cidade leva seu nome. Giotto morreu em 1337 em Firenze.

 

Convento de Monte Senário 

Monte Senario está a apenas 20 Kms de Firenze. O monumental complexo arquitetônico de Monte Senário, que pertence à ordem dos Servos de Maria, está a 800 metros acima do nível do mar, portanto, é um refugio principalmente nos dias quentes de verão.

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Há 120 anos os frades produzem licores seguindo receitas da antiga farmácia do convento.

Em 1233, sete nobres florentinos escolheram o local para fazer um retiro. Viviam como eremitas e por alguns anos viveram em meditação em pequenas covas escavadas na rocha. Em 1241, receberam como presente do bispo as ruínas do castelo, onde construíram o primeiro convento.

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Monte Senário – O Convento de Montesenário fica na localidade de Vaglia. Foi construído em 1234. Essas fotos foram feitas em janeiro… reparem a neve pelas escadarias

 

O Parco di Pratolino, em Vaglia, é um dos maiores e mais bonitos da Toscana . Desde 2013 foi reconhecido como patrimônio da Humanidade pela Unesco. O parque passou a ser chamado de Villa Demidoff desde que a família de origem russa o adquiriu em 1872. O parque é muito bem cuidado, tem uma vasta área verde para jogos e caminhadas. Fazer um piquenique no local é uma experiência deliciosa . O parque tornou-se um local público em 1981 e o ingresso é gratuito. Caso esteja em Firenze e queira visitar o parque é possível ir de ônibus da linha Ataf (número 25 a) que sai da piazza San Marco.

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O Parco di Pratolino, em Vaglia

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No parco mediceo de Pratolino a escultura O Gigante, de Giambolonha, realizado entre 1579 e 1583

Barberino

Nos anos 90 o Mugello ganhou o Lago Di Bilancino, um lago artificial na região de Barberino, muito procurado por quem curte esportes aquáticos.

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O Lago de Bilancino, em Barberino di Mugello, pelas lentes da minha amiga Valentina Dainelli, do blog Too Much Tuscany

 

E fica também em Barberino o famoso outlet homônimo,  um dos destinos para quem busca roupas de marca a preços mais em conta. A apenas 30 minutos de Firenze,  o Barberino Outlet,  um dos maiores da Toscana, conta com mais de 100 lojas.

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O outlet de Barberino

 

Alto Mugello

Toda a região do Mugello atrai apaixonados por esportes como ciclismo e motociclismo. E no Alto Mugello o trekking vem ganhando destaque. Visitei Marradi, a última cidade do Mugello,  nos Apeninos, entre a Toscana e a Emília Romanha, cidade banhada pelo rio Lamone que com cerca de 3.500 habitantes. Participei de um caprichado brunch no Palazzo Torriani, do século 16, que foi totalmente restaurado e que conta com 6 elegantes e históricas acomodações.  Eu e minha família fomos recebidos pela senhora Anna Maria, herdeira do palácio.

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Variedade de queijos e geleias no maravilhoso brunch no Palazzo Torriani. Tudo preparado pelas amáveis anfitriãs Anna Maria e sua filha Maria Emilia

 

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Suntuoso: o Palazzo Torriani tem mais de 500 anos de história. Para quem quer fugir de lugares muito turísticos: natureza, cultura e gastronomia

Fiz o passeio até Marradi de carro (saindo do burgo de Conta, o percurso até lá é de mais de  30 Kms de curvas) . Mas  é possível chegar a Marradi de trem. De Firenze o percurso dura cerca de 40 minutos.  Em Borgo San Lorenzo e San Piero também contam com estações ferroviárias.

Certaldo, bate-volta saindo de Firenze

Um excelente passeio bate e volta partindo de Firenze é a pequena cidade medieval de Certaldo, que dista apenas 50km da capital Renascentista. Certaldo,  um aconchegante burgo da região do Val d’Elsa,  circundado de oliveiras, ciprestes e parreiras,  é também famosa por ser a cidade natal de Giovanni Boccaccio.

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Certaldo, província de Florença, tem cerca de 16 mil habitantes

Possui uma parte baixa, que é mais moderna, e outra alta,  que constitui o antigo núcleo medieval, rodeado por muralhas com 3 portas de entrada: Porta al Sole, Porta Alberti e Porta del Rivellino.

O vilarejo medieval é pequeno, mas perfeitamente preservado

Certaldo é um burgo que tem mais de mil anos e foi construído com tijolos vermelhos. A cidade toscana é conhecida por ser a terra do poeta e escritor Giovanni Bocaccio, autor da obra-prima Decamerão.

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A cidade é dividida em duas: na parte baixa fica o bairro residencial, com seu comércio, bares e restaurantes. Mas o que certamente mais interessa é a parte alta, um burgo cercado por muros medievais que circundam a colina. O acesso à parte alta pode ser de carro ou através da funicular, num percurso que dura apenas 2 minutos.

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Certaldo é uma cidade de origem etrusco-romana e a parte que mais surpreende é a alta, circundada por muralhas medievais. Aqui estamos saindo da estação de trem e indo pegar o teleférico para subir na parte conhecida como Certaldo alto

Quando a gente desembarca na parte alta logo se surpreende ao nos depararmos com as torres e castelos num cenário que mais parece um filme da Idade Média.
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A parte antiga da cidade é minúscula e a via Bocaccio, a mais importante, é em homenagem ao seu mais célebre morador. As casas são bem preservadas e ao longo da rua encontramos lojinhas de artesanato, principalmente cerâmica, restaurantes e bodegas que oferecem degustações das especialidades toscanas. Mas a vantagem de passear por Certaldo é que ela não faz parte da rota massiva de turistas.
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O prédio mais importante da cidade é  Palazzo Pretorio, ou dei Vicari,  construído na parte mais alta da colina, no século 13, para abrigar os “vicari”ou seja, os magistrados florentinos que administravam a justiça criminal na região.
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O Palazzo Pretorio com sua fachada decorada por brasões em pedra e terracota. A estrutura original da fortaleza é do final do século 13

O percurso de visitação dos museus inclui o Palazzo Pretorio, o museu de arte Sacra e a Casa Bocaccio. Com um bilhete único é possível conhecer as três atrações. A casa onde nasceu Bocaccio foi reconstruída após ter sido atingida na 2ª Guerra e hoje é sede de uma importante biblioteca. Bocaccio morreu no ano de 1375 e a casa onde viveu foi restaurada e atualmente funciona um museu.

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Piazzeta del Vicario

 

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Nosso pit-stop foi na Osteria del Vicario. Vinho Chianti, petiscos toscanos, boa companhia e uma vista espetacular. Ah, a Toscana…

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Uma das antigas portas da cidade

 

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Como quase toda a Toscana, a paisagem é poética!  É fácil caminhar pelo burgo que tem praticamente a rua principal e esta estrada que beira a colina e presenteia os visitantes com uma paisagem inesquecível

 

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A atmosfera tranquila do burgo é encantadora… a cidade estava vazia e pudemos curtir cada cantinho da cidade

 

A vantagem de visitar Certaldo é que a cidade não é assediada por turistas como a sua vizinha famosa San Gimignano. Inclusive é possível visitar as duas cidades no mesmo dia, pois Certaldo fica a apenas 8 km de San Gimignano.

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O barzinho Dolce Vita é um charme! Aqui degustamos excelentes produtos regionais, como azeites e geleias

 

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A escola de cozinha da Giuseppina

Em Certaldo funciona a escola de cozinha de  Giuseppina.

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Em seu passeio pelo burgo não deixe de visitar a igreja de San Jacopo e Filippo, que é uma construção do século XIII e onde atualmente funciona um museu de arte sacra.

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 Sobre a obra Decameron

A obra foi dividida em 10 capítulos com 10 histórias em cada um, escrita de forma inovadora e realista entre 1348 e 1353. As histórias são contadas por um grupo de amigos que se isola em uma vila senhoril  para se proteger da peste que assolava Firenze por volta do século XIV.  Bocaccio foi um divisor de águas da literatura numa época em que as narrativas retratavam figuras divinas e temas que abordavam a religião. Em sua obra ele falava de relações humanas, traições, amores correspondidos e aventuras sexuais.

Come chegar a Certaldo:

Certaldo fica a 50 km de Firenze e a 40 km de Siena. O percurso de trem saindo de Firenze dura 1 hora e o bilhete custa 5,90 cada trecho. Chegando na estação de Certaldo você poderá ver a fortaleza sobre as colinas. Para quem quiser ir de ônibus pode procurar a empresa Sita (saída próximo à estação de Firenze) que oferece o percurso, que dura cerca de 1h40.

  •  O acesso até a parte alta pode ser de carro (trajeto dura 10 minutos) ou através do teleférico (funicolare) e o valor para ida e volta é de 1,50.

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Agroturismo na Toscana com o conceito do Km 0

Este inverno aqui na Itália foi longo e de muita chuva. A gente esperava com muito entusiasmo por dias de sol neste início de primavera. E para celebrar a estação mais florida do ano escolhemos passar um final de semana em um agroturismo no Chianti. Estivemos no Andreini, que fica sobre as colinas de Siena, a cerca de uma hora de Firenze. E sabem o que mais despertou o nosso interesse, além do cenário exuberante da natureza local? Que todos os alimentos oferecidos pela família são produzidos no local: do vinho aos presuntos!

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Os Andreini são agricultores seneses que possuem um casarão colonial que foi reestruturado no final dos anos 80. Desde então criaram o agroturismo, um local ideal para quem busca tranquilidade em meio à natureza, passeios a pé, em bicicleta ou a cavalo. (Quem nos acompanha já deve ter lido sobre o conceito desse tipo de hospedagem aqui no blog).

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Mas o que nos chamou a atenção foi a proposta da família de oferecer todos os produtos preparados por eles, dentro do conceito “km 0”. Este movimento que começou aqui na Itália com o apoio dos apreciadores do slowfood busca a proximidade entre o produtor e o consumidor. Dessa forma ajuda a resgatar a dignidade do pequeno agricultor valorizando as práticas tradicionais. Isso significa que você vai consumir aquilo que a terra te oferece naquela região. Mais uma vez palmas para os que defendem suas tradições e prezam pela qualidade em detrimento à quantidade.

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A nossa viagem foi bem agradável. Mas também pudera, com um panorama desses!!!

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A dona Giulia em sua casa no momento de nossa chegada

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Cantinho charmoso na área externa da casa onde ficamos

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A família possui 80 hectares de terra onde desenvolvem uma agricultura peculiar e cultivam vinhedos e oliveiras, diversas plantas, frutas e verduras. Criam animais e são reconhecidos principalmente pela criação da carne chianina.

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O casal Andreini tem 3 filhas e quem nos recebeu tão carinhosamente foi a Mônica, um doce de pessoa!

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O senhor Gianfranco Andreini, incansável, trabalha de segunda a segunda. Ele planta, colhe, limpa o terreno, alimenta os animais e por aí vai…. Aqui nesta foto ele em meio ao seus vinhedos. Amor e paixão à sua terra e às tradiçoes

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Ah, espalhado pela grama: brinquedos e mais brinquedos…. Depois a gente recolheu tudo, rsrsrsrs

A simplicidade que encanta: a nossa refeição do domingo foi um piquenique improvisado gentilmente preparado pela Mônica, com os tradicionais crostini toscanos, queijos, presuntos e salames. Momentos assim onde você percebe que precisa de muito pouco para experimentar a felicidade! E olhem quem apareceu para nos fazer companhia!

 

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O restaurante fica na casa próxima, localizada aos pés da colina. Tudo ali é preparado com muito carinho e atenção. Desde a primeira refeição pela manhã com pães, tortas e geleias até os salames, presuntos, vinhos e azeites, produzidos no local. A senhora Giulia é a responsável pelas gostosuras: bolo de limão com azeite extravirgem e geleias de fruta nos mais variados sabores. Tudo baseado no conceito Km zero, e preparado no fogão à lenha.

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E para estimular o convívio e fazer novos amigos, a proposta é esta: condividir uma mesa enorme onde todos os hóspedes se sentam lado a lado. Nós fomos com um casal de amigos com dois filhos pequenos e ali conhecemos pessoas queridas, principalmente graças aos momentos de confraternização em volta da velha e boa mesa.

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O dia começa muito bem!!! Aqui a nossa “colazione” com uma crostata de geleia de amoras e as diversas geleias preparadas por dona Giulia

 

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Energias renovadas!!!Lugar que deixou saudade. Desculpem pelas fotos em baixa resolução mas devido a um imprevisto precisei fazer as fotos com o meu celular. Algumas fotos foram gentilmente cedidas por uma hóspede romana, Micaela Imperatori, que estava com a sua adorável família passeando na região e outras foram tiradas do site do agroturismo

 

Anghiari, na Toscana

A  cidade medieval de Anghiari, que pertence a Arezzo, está localizada entre as regiões da Toscana, Umbria, Marche e Emília Romanha.  Anghaiari é uma joia toscana que conserva a estrutura de um burgo medieval e encanta também pela tranquilidade. A cidade, toda murada, fica no cume de uma colina, de onde o panorama é espetacular. Geralmente não costuma fazer parte dos roteiros turísticos, mas para quem já conhece as atrações de Firenze (dista 116 km) convém reservar um dia para conhecer esta maravilha de lugar.

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O vilarejo de Anghiari fica a penas 30 Km de Arezzo

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O charmoso vilarejo medieval de Anghiari, a poucos quilômetros de Arezzo

 

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A Piazza Baldaccio, coração da cidade

O palácio Petrorio, na piazza Baldaccio, é a sede do município. Passear pelo centro histórico não é muito cômodo, pois como toda cidade antiga suas ruas são desniveladas com o chão de pedras. Não esqueça de levar sapatos confortáveis para  explorar a cidade. Anghiari é pequena e em pouco tempo podemos visitar todas as atrações. Da praça podemos seguir para a Abadia de San Bartolomeu e depois continuar até a piazza Mameli, onde estão o museu Taglieschi e o Santuário da Madonna del Carmine, que são outros pontos de interesse.

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Monumento a Garibaldi na piazza Baldaccio, de onde geralmente iniciamos o passeio a pé para descobrirmos os becos e ruelas da cidade. Nesta praça é onde acontece a feira de antiguidades, no segundo domingo do mês.

 

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Anghiari tem cerca de 5.800 habitantes e é internacionalmente conhecida por uma atividade que enche de orgulho seus moradores:  o antiquariado. É um local frequentado pelos amantes de peças antigas que encontram em suas lojinhas e feiras de rua verdadeiros tesouros. A cidade abriga experientes restauradores e colecionadores de obras de arte, móveis e objetos de decoração.

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Artesanato – Todos os anos , na primavera, acontece em Anghiari a Mostra Mercato dell’Artigiano della Valtiberina Toscana

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As passagens estreitas que abrigam as casas de pedra, as escadas, igrejas, e pracinhas encantam os visitantes: um verdadeiro mergulho no passado.

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 A tranquilidade impera. Impossível ficar indiferente a um cenário como este, onde somos surpreendidos pela simplicidade.

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A Batalha de Anghiari

Devido sua posição estratégica Anghiari foi palco de muitas batalhas importantes no período medieval. Possivelmente a que ficou mais conhecida  foi a que deu a vitória aos florentinos contra os milaneses, que mesmo em número maior foram  derrotados. Para retratar o triunfo dos florentinos nesta batalha que aconteceu em 1440, quando a Itália ainda não era unificada, foi solicitado um afresco ao artista Leonardo da Vinci no Palazzo Vecchio de Firenze. A questão é que essa obra está desaparecida e a possibilidade de estar escondida atrás de uma tela de Vasari,  na Sala dos 500 do Palazzo Vecchio, acendeu uma grande discussão ano passado. Segundo os pesquisadores, foram encontrados indícios que comprovam estar mesmo ali o afresco feito por Da Vinci mas ainda não ficou definido se irão arriscar danificar a obra de Vasari para aprofundar as pesquisas.

 

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Fiz esta foto há quase 10 anos! Aqui a cidade enfeitada para a festa celebrar a Batalha de Anghiari, comemorada dia 29 de junho