Arquivo mensais:março 2016

A street art de Clet

Quanta coragem uma pessoa precisa ter para entrar no museu Uffizi – sem que os seguranças percebam – com o próprio autorretrato debaixo do braço e pendurá-lo na parede de uma de suas salas? Pois o artista contemporâneo Clet Abraham o fez. Ele me contou que há cerca de 5 anos entrou na Galleria Uffizi e colocou a sua pintura na parede, que no momento estava vazia depois que uma obra de Bronzino havia sido retirada para exposição em outro local. Antes de ir embora ele ainda tirou uma foto para registrar a brincadeira, que só foi percebida no dia seguinte. Assim é Clet: um provocador. Ele quis chamar a atenção para os artistas que vivem e trabalham em Firenze.
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O pintor e escultor Clet Abraham é francês e vive na Itália desde 1990.  Depois da graduação em Belas Artes na França,  escolheu Roma para atuar como restaurador de móveis mas descobriu na street art a sua paixão.  Desde 2006 vive em Firenze, onde montou seu studio numa esquina do bairro de San Niccolò, nas redondezas do Piazzale Michelangelo.
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As simpáticas intervenções nos sinais de trânsito

Clet é conhecido em toda a Europa por modificar os cartazes estradais aplicando adesivos cheios de humor nas placas. Mas que fique claro: sempre respeitando o real sentido das placas e sem colocar em risco a segurança das estradas. A placa preferida é a vermelha com um traço branco na parte central, que significa sentido proibido.
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Suas obras estão espalhadas em diversas cidades européias e também nos Estados Unidos, por enquanto em Nova York. Já tem planos de modificar alguns cartazes no Canadá, pois em setembro estará visitando seu irmão em Quebec, e informa que vai levar pra lá também o seu trabalho. Ainda não esteve no Brasil mas disse que tem muita vontade.
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Seu objetivo maior é provocar. Tenta transformar os cartazes em mais humanos em mensagens de liberdade e anti-conformismo

Os adesivos são fixados geralmente nos finais de semana, depois que deixa os restaurantes, lá pelas 11, meia-noite ou 1 da manhã. Num gesto que dura poucos minutos, ele usa a sua bicicleta para conseguir alcançar as placas e voilà… mais um cartaz modificado, sempre sob o olhar cúmplice da namorada, a japonesa Mami Urakawa. Inclusive ela foi presa ano passado em Osaka pois no Japão é crime ter um relacionamento com um artista de rua. Mami também foi acusada de ter ajudado Clet a alterar mais de 80 cartazes no Japão, onde estavam passando temporada. Clet retornou à Italia mas sua namorada passou 4 meses na cadeia.
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Nem mesmo aqui na Itália o trabalho de Clet é completamente aceito e o artista coleciona diversas multas por violação de bens públicos.  Mas há esperança para que as coisas melhorem. Há poucos dias Clet encontrou-se com o prefeito de Firenze Dario Nardella e parece que finalmente fizeram as pazes. Sobre conseguir livrar-se de todas as multas que acumula é ainda um capítulo a parte, mas ao menos o prefeito admitiu que a sua arte não é vandalismo. Curiosamente, 2 prefeituras contrataram seu trabalho e ele tornou mais simpáticas e coloridas as placas das localidades de Calenzano e Dicomano,  que pertencem à província de Firenze.

 

Estive em seu ateliê para saber um pouco mais sobre a sua ousada atividade:

 

1- Desde quando você conseguiu o direito de fazer as intervenções nos cartazes sem problemas? Quero dizer, desde quando seu trabalho foi aceito pelas autoridades?
Na verdade não aceitam totalmente o meu trabalho. A prefeitura sim, mas a polícia não. Mas as pessoas adoram e me dão muito apoio, apesar de existirem algumas forças que são contrarias: a justiça e a polícia. As forças obscuras que estão por trás da SAS (Società alla Strada) não aceitam de jeito nenhum. Eles não apenas tiram os adesivos, mas retiram os cartazes com os adesivos e os substituem. Eu ja pedi o meu trabalho de volta mas eles não devolvem. E isso acaba tendo um custo alto pra eles, pois recolocam um cartaz novo.
2 – Mas os policiais passam diariamente em frente às placas com seu trabalho e não o retiram.
Há 2 semanas enquanto eu estava perto da Ponte Vecchio e estava colocando o adesivo o policial pediu que eu não alterasse o cartaz. Eu não obedeci e continuei meu trabalho. Acabo de passar lá e vi que o cartaz continua no mesmo lugar.

3 – Qual a mensagem que quer transmitir através da sua arte?
É uma mensagem multipla. Primeiro que a lei não é religião, não deve ser uma imposição. Eu sou contra todo tipo de imposição. A lei é sempre atrasada. A lei devia ser um ponto de referência e não uma coisa imposta. A partir do momento que precisamos obedecer perdemos a nossa capacidade intelectual.

4-Como surgiu o convite para fazer uma intervençao em um dos mais importantes predios de Siena, em plena Piazza Maggiore?
Siena estava concorrendo para ser a capital da cultura e me convidaram para fazer um trabalho no Palazzo . Ficou cerca de 1 mês.

5- Eu acho o fiorentino um pouco tradicionalista e imagino que resista um pouco em aceitar a sua arte. É desse jeito? Qual a idade média dos seus maoires admiradores?
O fiorentino é muuuito tradicionalista. A faixa etária que mais aprecia o meu trabalho é de pessoas entre 25 e 35 anos. Mas o que me deixa muito feliz é ver o nonno que traz o netinho aqui para admirar o meu trabalho. É uma grande satisfação quando percebo que a minha arte agrada a gerações diferentes.

 

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Os cartões-postais e os adesivos são vendidos em seu atelier por 1 euro. A loja fica na Via dell’Olmo, 8 r, em San Niccolò no Oltrarno

 

Clet também adquire cartazes estradais diretamente das empresas que os produzem e utiliza os mesmos motivos das intervenções que faz nas placas de rua. Obviamente essa é uma atividade regularizada. Portanto, você também pode ter em sua casa ou studio uma obra assinada pelo artista.

 

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Esta loja que fica na via della Spada vende alguns dos trabalhos do artista. As placas estão em torno de 5 mil reais

 

Alguém já tinha reparado essas intervenções em alguma cidade européia ou em Nova York?

 

O Corredor Vasariano de Florença

65 anos após o descobrimento do Brasil, inaugurava-se em Firenze uma das mais curiosas e interessantes obras arquitetônicas da Itália: o Corredor Vasariano, uma passagem secreta que era utilizada pela poderosa família Medici para se deslocar do Palazzo Pitti ao Palazzo della Signoria, também conhecido como Vecchio. A passagem,  que abrigava a maior coleção de autorretratos do mundo, tem aproximadamente 1 Km.

Fechado em 2016, o Corredor Vasariano tornará a fazer parte integrante da estrutura do Museu Uffizi e reabre dia 21 de dezembro de 2024.  Eu tive o privilégio de visitar o corredor antes do seu fechamento, quando era decorado por mais de 600 obras, entre coleções de pinturas dos séculos 17 e 18 e uma grande coleção de autorretratos, iniciada pelo cardeal Leopoldo Medici, em 1664.

 

O Corredor Vasariano é um dos indicadores do poder e prestígio da família Medici, que construiu sua própria maneira de chegar ao centro administrativo da cidade de forma segura, sem precisar de escolta para se deslocar

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O corredor passa sobre a Ponte Vecchio, a única ponte de Firenze poupada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial

 

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A Galleria degli Uffizi (Galeria dos Ofícios em português) é o mais importante museu de Firenze. Abriga verdadeiros tesouros das época do Renascimento, o mais rico período cultural da Europa

 

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É possível observar o corredor da rua através de suas minúsculas janelas. Na verdade existem no local 73 janelas que serão “reabertas”, pois muitas foram obscurecidas para proteger as pinturas. Os visitantes poderão admirar a  beleza do centro histórico a partir da famosa passagem secreta

 

A história do Corredor Vasariano  e sua coleção de autorretratos
O corredor foi construído por exigência de Cósimo I, um dos membros da abastada família e então Grão-Duque da Toscana, que buscava uma forma de interligar o Palazzo Vecchio – o centro político e administrativo  da cidade – ao Palazzo Pitti,  que havia sido adquirido por Eleonora di Toledo, esposa de Cosimo,  para ser a residência privada dos Medici. Ele queria mostrar seu prestígio na ocasião do casamento de seu filho Francesco com Giovanna D’Austria.  A incumbência da construção ficou a cargo do arquiteto Giorgio Vasari, que em tempo recorde – em menos de 6 meses – conseguiu concluir a obra, que ficou pronta em dezembro de 1565.
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A Ponte Vecchio era ocupada por bodegas, peixarias e açougues. Em setembro de 1593, o grão-duque Ferdinando I exigiu que esse mercado que acontecia na ponte fosse transferido para outro local para evitar o mau cheiro que causava.  Os açougues foram substituídos por bodegas de ourives, que até hoje caracterizam o local. Para quem não sabe, a Ponte Vecchio possui exclusivamente joalherias.

 

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A abertura das janelas foi realizada em 1938, por ordem de Benito Mussolini. Ele queria possibilitar o ditador Hittler admirar a cidade durante a sua visita

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O acesso ao corredor é por uma das entradas da Galeria Uffizi

O corredor secreto tem cerca de 1 Km. Ladeia o Arno e passa sobre a Ponte Vecchio, quase inobservado. O corredor parece integrado aos prédios e às torres da área e passa inclusive por uma igreja e circunda a Torre de Mannelli, pois ao contrário dos outros proprietários que foram desapropriados para a construção do corredor, a família se recusou a demolir a torre.
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Aqui a nossa guia Giulia, da Florence Town, que nos acompanhou no percurso ao corredor, que durou cerca de 1 hora. Uma guia do museu também segue todos os grupos que visitam o local

 

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A família Medici utilizou o corredor por cerca 200 anos. Com a chegada da   família Lorena e com o Pacto de Família, que sucedeu os Medici, o corredor torna-se um local público, e perde a sua função de passagem particular

É claro que não haviam quadros enfeitando as paredes no local quando foi criado, já que era apenas utilizado como passagem.  A coleção foi iniciada pelo cardeal Leopoldo Medici, em 1664.  No corredor haviam expostas mais de 600 obras, entre autorretratos de artistas italianos e estrangeiros, desde o século XVI.
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A exposição de autorretratos do Corredor Vasariano

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O corredor passa também por dento da igreja de Santa Felicità . A família Medici assistia à missa através de um balcão com vidro, sem ser vista ou incomodada pelos fiéis

 

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Para quem é fã das obras de Dan Brown deve lembrar: Em “Inferno” é pelo corredor que os personagens Robert e Sienna escapam

 

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Todas as obras do corredor foram retiradas do local em 2016

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O Corredor Vasariano passa em volta da Torre dei Mannelli, que foi poupada durante a obra construída por Vasari

 

O Corredor Vasariano faz parte da Galleria degli Uffizi e o acesso é através de uma das entradas do museu. Antes de visitarmos o Corredor Vasariano passamos por algumas salas do museu.

 

Porque o Corredor Vasariano foi fechado

Desde o mês de maio de 2016 o corredor Vasariano tem sido alvo de discussões e polêmica (normal em se tratando de arte envolvendo a cidade de Firenze, seus patrimônios e seus cidadãos) devido à decisão do diretor do museu Eike Schmidt de tornar acessível o ingresso a todos os visitantes do museu Uffizi e a um preço mais acessível. Explico melhor: conhecer o corredor era um verdadeiro privilégio, já que para visitá-lo era necessário agendar com bastante antecedência devido ao número super limitado de dias de abertura.
A visita ao corredor era acessível apenas através de operadores turísticos e agências de viagens, com grupos fechados e guiados, com extrema segurança, a valores mínimos de 45 euros por pessoa (segundo informou o diretor do museu, mas na prática os preços que encontramos são quase o dobro deste valor). Ah, fora que a lista de espera era muito longa.
O diretor do complexo de museus quer oferecer aos visitantes a possibilidade, e não a obrigatoriedade, de passar através do Vasariano para chegar até o Palazzo Pitti com o mesmo bilhete que os visitantes adquirem para visitar o museu Uffizi, o principal  museu renascentista do mundo. Para conseguir esse feito seria necessário deslocar a coleção de autorretratos expostos no local para o interno dos prédios do museu Uffizi. Outra questão que foi levantada que justificaria o deslocamento dos autorretratos é em relação às condições climáticas a que as obras estão sujeitas: frias temperaturas de inverno e altas durante o verão. Mas existem alguns poréns que freiam a decisão do diretor, como a dificuldade em relação às saídas de emergência para um possível fluxo tão intenso de pessoas.  O custo das obras é estimado em 10 milhões de euros.
O novo percurso será acessível a pessoas com deficiência e será equipado com sistema de rampas , plataformas, elevadores e toiletes.   Terá sistema de ar condicionado e aquecimento e iluminação LED a baixo consumo.
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A nova da abertura do corredor está prevista para 2022, só que os quadros que decoravam o local foram retirados e expostos em outros locais e alguns ainda estão no depósito. A previsão é de que no máximo 125 pessoas poderão estar contemporaneamente no local

O Museu Uffizi
A Galleria degli Uffizi foi projetada pelo arquiteto Giorgio Vasari, que iniciou as obras em 1560. O museu, que  abriga a maior acervo renascentista do mundo, abriu suas portas ao público em  1769. Abriga a coleção criada pela família mais influente de Firenze, os Medici, uma família de mecenas que governou a cidade por mais de 3 séculos.

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As novas salas Caravaggio foram re-inauguradas em feveriro de 2018

 

A coleção de autorretratos do Museu Uffizi foi iniciada pelo cardeal Leopoldo de’ Medici em 1664 é a mais antiga existente, totalizando quase 1800 obras. As do Corredor Vasariano também ajudam a engrossar esse número, com suas 527 obras.

 

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O museu Uffizi tem cerca de 50 salas e ambientes, com obras de artistas italianos e estrangeiros dos século 12 ao 18. Reúne obras de artistas como: Rafael, Michelangelo, Botticelli, Da Vinci, Rembrandt, Caravaggio, Tiziano e Piero della Francesca.
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A Tribuna, realizada por Bernardo Buontalenti em 1584, é a sala mais antiga do museu

 

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Um dos quadros mais famosos da Galeria Uffizi: “O Nascimento de Vênus” , de Sandro Botticelli

 

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“A Primavera”, de Botticelli

 

A visita ao Corredor Vasariano termina nos jardins do Palazzo Pitti, no Oltrarno.

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O acesso ao Corredor Vasariano é através dessa portinha cinza, à esquerda, ao lado da Grotta del Buontalenti

 

Participei do tour organizado pela Florence Town.

 

Museu Uffizi – para informações sobre horários e valores, consulte o site oficial

 

Este post faz parte da blogagem coletiva #MuseumWeek de blogueiros da RBBV. Confira aqui outros blogs que estão também participando:

 

Europa

Alemanha

Tá indo pra onde? – Berlim- Ilha dos museus

Viajoteca – 5 museus inusitados em Berlin

Pelo Mundo Com Vc – Museu do Holocausto ou Memorial aos Judeus Mortos da Europa

Já Fomos – Visitando o Campo de Concentração em Dachau

Pequenos pelo Mundo – Museus de  Automóveis na Alemanha

A Li na Alemanha – Museu Mercedes-Benz

Bulgária

Escolho Viajar – Museu Nacional de História Militar

Croácia

Rodinhas nos Pés – Museu Croata de Arte Primitiva

Espanha

Virando Gringa- Museo Atlantico

Comendo Chucrute e Salsicha – Museo de Artes y Costumbres Populares de Sevilla

Esto Es Madrid, Madrid – Museo de Altamira

Sol de Barcelona- Barcelona

França

Viagem Lado B –  Museè D’Orsay

A Path to Somewhere – Centre Pompidou

Destinos por onde andei… – Louvre

Direto de Paris – Musée Rodin

SOSViagem – Museu do Louvre X Museu d’Orsay

Apure Guria – Antigo Egito no Museu do Louvre

Grécia

Viaje Sim! – Museu Arqueológico de Delo

Fourtrip – Museus de Atenas

Holanda

Novo Caroneiro – Sexmuseum

Hungria

Juntando Mochilas –  Museu do Terror

Irlanda

The Life of isa – 4 museus gratuitos em Dublin

Itália

Roma Pra você – Galleria Borghese

Passeios na Toscana –Palazzo Pitti

Vou pra Roma –Museus do Vaticano

Malta

Viagens Invisíveis – Palácio dos Grandes Mestres e Armaria

Reino Unido

No Mundo da Paula –Museum of London

Vamos Viajar – British Museum

Segredos de Londres – Victoria and Albert Museum

Mochilão Barato – Madame Tussauds

República Tcheca

Trilhas e Cantos –Museu do Comunismo

Rússia

Love and Travel- Hermitage Museum

Viajei Bonito – Museu da Vodka

Suécia

Viajar pela Europa – Museu Vasa de Estocolmo

Suíça

Carta sem Portador – Martigny 

Turquia

Travel with Pedro –  Istambul

 

Geral

A Fragata Surprise: Casas-museus. A vida cotidiana de gente muito especial 

Despachadas: 5 museus interativos ao redor do mundo

D&D Mundo Afora – Museu do Mazzaropi, Museu do Forró Luiz Gonzaga, Museu do Barro, Dreamland – Museu de Cera, Mundo a Vapor, Museu Regional, Museu de Artes e Ofício, Museu da Vale e Museu Histórico do Exército

 

América do Sul

Argentina

Sonhando em Viajar – Buenos Aires 

Brasil

Coisos on the go –Inhotim

E aí, Férias! – Museu Imperial

Outro blog –Museu do Amanhã

KariDesbrava – Museu Nacional de Belas Artes

O Melhor Mês do Ano – Museu do Futebol

Cantinho de Ná –Museu do Frevo

De Cá Pra Lá –Museu Palácio dos Bandeirantes

Viagens que Sonhamos – Fundação Iberê Camargo

Orientando-se pelo Mundo – Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

Nativos do Mundo – Museu da República

Atravessar Fronteiras –CCBB – DF

Embarque neste blog –Museu Casa Guilherme de Almeida

Vida de Turista- Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS

Mel a Mil pelo Mundo –Museu Julio de Castilhos

Rodando pelo Ceará – 5 Museus Incríveis para Conhecer no Ceará

Devaneios de Biela – Museu Oscar Niemeyer (Museu do Olho)

Tirando Férias –Museu de Zoologia da USP

Viagem em Detalhes – Museu Catavento – Espaço Cultural da Ciência

EstrangeiraCidade: Alcântara –  Museu Histórico de Alcântara (MA)

Viajar hei- Os melhores museus para levar as crianças entre Rio e São Paulo.

Chile

Gastando Sola Mundo Afora-  Museo Chileno de Arte Precolombino

Peru

De Mochila e Caneca- Museu da Inquisição

 

América do Norte

Estados Unidos

Família Viagem – Museu: Fernbank Museum of Natural History

Janela para o Mundo – Museu: Graceland

RenataPereira.tv- Bibliotecas e Museus presidenciais nos EUA, com foco para o Lyndon Johnson Presidential Library and Museum

Aquele Lugar-Museu do Ar e Espaço

Fica Dica Viagens –  Vizcaya Museum

Casal Califórnia – Museus no Balboa Park

Malas e Panelas – The Broad Museum

Felipe, o pequeno viajante- Museu de Anchorage, Alaska

Ideias na mala – Melhores Museus de San Francisco

México

Viagem de Fuga –  Museu Frida Kahlo

Viviendo en el México Mágico!- Museo Nacional de Antropologia

Uzi Por Aí – Museu Soumaya

Eu sou à toa- Casa-museu de Frida Kahlo e Casa-estúdio de Diego Rivera

 

Asia

China

Like Wanderlust – Museu Qin e os Guerreiros de Terracota

Vietnã

Brazuka- Museu da Guerra (War Remnants Museum)

Japão

A Aventura Começa- Meijimura

 

Oceania

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Blog: Coordenadas do mundo –Museu de Arte Contemporânea

 

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  • P0st atualizado em dezembro de 2024

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Um passeio por Mantova

A cidade de Mântua, Mantova em italiano, é uma cidade de origem etrusca localizada no norte da Itália, na região da Lombardia. Na Idade Média, sob o domínio da família Gonzaga, tornou-se um ducado.  A poderosa família incentivou atividades artísticas e colaborou para o enriquecimento da cidade, que conta com belíssimas e imponentes construçõe. Possui muitas áreas verdes e o seu centro histórico é circundado por 3 lago:  Superior, Médio e Baixo. Para falar mais sobre a cidade, dessa vez quem participa do Amici Miei é a Daphne Pierin, brasileira de Santos, que vive na cidade há 10 anos:

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Daphne e o marido Lorenzo, no dia do casamento. Ao fundo a igreja Rotonda di San Lorenzo. O casal tem 2 filhos: Matteo, 8 anos, e Analuisa de 5

 

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A minha história com a Itália começou há muitos anos, quando eu ainda era uma pré-adolescente. Talvez a influência da família pelos nossos antepassados serem de origem vêneta, talvez pelo destino. O fato é que em 2005 finalmente encontrei a minha metade, aquela que chamam de alma gêmea e, naturalmente, um italiano. Logo nos casamos e já fui me adaptando à minha nova vida, em Mantova, uma pérola do Renascimento. De lá para cá 10 anos se passaram e hoje posso dizer que me sinto em casa por aqui.

Para quem não sabe, a cidade de Mantova, faz parte da UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade desde 2008. Tem grande valor por ter sido local de residência da importante família dos Gonzaga. E justamente por isso  um dos pontos de parada obrigatória no centro histórico de Mantova deve ser o Palazzo Ducale, a residência da família Gonzaga.

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O interessante é que o Palazzo Ducale é localizado ao lado do Castello de San Giorgio e  você pode fazer a visita das duas atrações turísticas com um único  bilhete, se for de seu interesse.

Isso se deve ao fato de que quando haviam invasões em Mantova e ameaçavam a residência dos Gonzaga, a família se dirigia internamente para o Castello di San Giorgio para se refugiar.

Lá dentro voce irá ficar de “queixo para o ar” (literalmente!) admirando o teto da sala Picta -conhecida também como “Camera deli sposi”,  realizada por Andrea Mantegna.

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Piazza Sordello com a Catedral de São Pedro, o Duomo de Mantova, onde do lado oposto temos o Palazzo Ducale

 

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Interior do Duomo

Aproveitando que você está passeando por Mantova, aconselho fortemente experimentar o riso a Mantovana (arroz de Mantova), prato local muito apreciado pelos mantovanos, feito com arroz, um tipo de carne moída de porco (salamella), noz – moscada e parmesão ralado. E também o tortelli di zucca, que é um tipo de raviole com recheio de abóbora, essa por sua vez com um sabor intenso devido ao uso da mostarda mantovana. Você pode escolher o restaurante Giallozucca no centro antigo da cidade.  Os preços são acessíveis e de quebra você pode passear pelo comércio nas ruas próximas ao restaurante, encontrando lojas como Kiko, Max Mara, Douglas entre outras.

 

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Sequê ncia de fotos: O Palazzo Ducale, a árvore florida neste início de primavera e o mercado na cidade que acontece na praça Sordello

Deixo uma dica imperdível para você ver em Mantova: o Festival da Literatura, que acontece no mês de setembro. São centenas de voluntários que participam desse grande evento que ocorre no centro histórico de Mantova e que envolvem artistas, escritores, autores de todo o mundo em espetáculos, palestras e laboratórios, inclusive com foco em adolescentes e crianças. A cidade fica cheia em clima de festa e o evento se prolonga por cinco dias repletos de atividades. Caso você tenha interesse, fique a vontade em conhecer mais de Mantova comigo através do meu canal no Youtube: Daphne Pierin e pelo blog Mix pelo Mundo.

Grazie Daphne por ter participado do Amici Miei!

Quer registrar aqui no blog  a sua história e paixão por alguma cidade ou região da Italia? Escreva para o Amici Miei: grazieate@gmail.com

 

7 maravilhas da Toscana que são Patrimônio Unesco

A Toscana é uma das regiões mais amadas e fascinantes da Itália. É um pedacinho da Itália que reúne riquezas históricas, artísticas, culturais e arquitetônicas únicas no mundo. Vamos descobrir os Patrimônios Unesco da Toscana?

 

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A Itália possui o maior número de locais Patrimônio UNESCO do mundo!  Dos 55 lugares, 7 encontram-se aqui  na Toscana. Apresento pra vocês esses 7 lugares da Toscana que foram declarados pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Patrimônio Mundial da Humanidade.  São locais que possuem importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade. Desde cidades de arte como tranquilos burgos medievais que preservam tradições seculares, tive o privilégio de conhecer todos agora apresento pra vocês:

 

1 – Centro histórico de Firenze – 1982

O centro histórico de Firenze, capital e maior cidade da Toscana, foi o primeiro local da Toscana a ser considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, há quase 35 anos . Berço do Renascimento,  Firenze é historia, arte, tradição e cultura. O centro abriga a maioria das principais metas turísticas, como museus, igrejas, edifícios e jardins, com destaque para a Catedral Santa Maria del Fiori,  Palazzo Pitti,  Palazzo Vecchio e a Galleria deli Uffizi, apenas para citar alguns.

 

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A Ponte Vecchio, um dos símbolos de Firenze, uma das pontes que atravessam o rio Arno, no centro histórico

 

2- Piazza dei Miracoli de Pisa – 1987 

A Piazza dei Miracoli, ou praça do Duomo, com a Torre Pendente domina o cenário da pequena cidade de Pisa, famosa em todo o mundo graças à sua excêntrica torre inclinada, localizada ao lado da magnífica catedral. É uma área grande, com os extraordinários monumentos  como a Catedral, a Torre Pendente, o Bastitério e o Camposanto. A catedral é considerada uma ópera de arte do estilo românico.

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A torre, que tem mais de 55 metros, começou a inclinar-se logo no início de sua construção, em 1173. A construção, de 8 andares, terminou em 1350. Ela começou a se inclinar durante a construção do 3º andar devido ao afundamento do terreno

 

3- Centro histórico de San Gimignano – 1990

Essa gracinha de cidade, na província de Siena,  tem menos de 8 mil habitantes e exerce grande fascínio sobre seus visitantes!  Devido ao seu ritmo pacato e à sua beleza arquitetônica constituída por suas torres medievais, San Gimignano é um dos destinos preferidos dos turistas que visitam a Toscana. Conhecida como a Manhattan da Idade Média, o burgo está praticamente intacto desde o século 13.  Atualmente existem 13 torres na cidade. Dizem que em 1300 já existiram 72, que era número equivalente ao número de famílias abastadas, que mostravam poder através das construções. É um lugar autêntico e que conta com uma grande vantagem: fica na metade do caminho entre Firenze e Siena.

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San Gimignano e suas torres, o fascínio de épocas passadas

4- Centro histórico de  Siena – 1995

Siena é uma cidade medieval que soube conservar através dos séculos muito de suas características passadas. A cidade exerceu forte poder no campo das artes e arquitetura no período medieval. Seu centro histórico é circundado de um muro de 7 Km (dos século 14 e 15), cujo percurso segue a forma das colinas sobre as quais surge a cidade. No centro histórico de Siena está a esplêndida piazza del Camp, uma da praças mais lindas do mundo. Com sua forma de concha, abriga ao seu redor a Torre del Mangia e o Palazzo Pubblico. Não deixe de visitar também o Duomo de Siena, com obras de arte de artistas como Michelangelo e Donatelllo.

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5- Centro histórico de Pienza – 1996

Pienza, com suas ruelas estreitas ornamentadas por casas de pedra enfeitadas com vasinhos de flores, é um charme. A impressão é de que nada ali seja real. Mas é! Impossivel não cair de amores pelo lugar! O centro guarda obras renascentistas do arquiteto Bernardo Rossellino, que idealizou e transformou o burgo medieval em modelo de cidade ideal do Renascimento, graças à vontade do Papa Pio II, que em 1462 encomendou o projeto.  Pienza é a terra do famoso queijo pecorino e um dos burgos mais encantadores da Toscana. Pienza fica ao sul da Toscana, na região do Val D’orcia.

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A vontade do Papa Pio II era transformar Pienza na cidade ideal do Renascimento, como símbolo ideal de perfeição arquitetônica e renascentista

 

6 – A região de Val D’orcia – 2004

A natureza nessa região, que fica entre Firenze e Siena, mais parece uma pintura!  É exatamente aqui que você vai poder apreciar aquela paisagem das verdes colinas, com ciprestes, oliveiras, videiras e aquelas casinhas isoladas que te vêm em mente quando se escuta falar da Toscana. Graças ao excelente estado de conservação da paisagem natural, o Val D’orcia recebeu o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2004.  O território,  que fica próximo à região da Umbria,  influenciou pintores da Scuola Senese durante o Renascimento,  (séculos 13 a 15).  Num passeio pela região, que engloba cidades como Pienza, Montalcino, Montepulciano, Bagno Vignoni e Montecchiello, que é um minúsculo burgo proximo à Pienza:

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Montalcino, terra do famoso vinho Brunello. Lugar de perfeita harmonia entre o homem e a natureza

 

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A pitoresca Pienza

 

San Quirico D'Orcia

San Quirico D’orcia mais parece uma pintura… um colírio para os olhos!

 

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As termas do burgo de Bagno Vignoni, cidade que fica bem pertinho de Pienza. Em breve no blog um post inteirinho dedicado ao local

 

7 – As villas e os jardins dos Medici, como Boboli, Pratolino e Vaglia – 2013

Há apenas 3 anos, 12 villas (casas residenciais) e 2 jardins que pertenciam à influente e prestigiosa família Medici, foram declarados pela Unesco Patrimônio da Humanidade.  Essas vilas e jardins, que eram locais dedicados ao lazer, à arte e ao conhecimento, foram construídos entre os séculos 15 e a primeira metade do 18 e representam um sistema de construção rural em total harmonia com a natureza.  Aqui vai a relação de todos locais, espalhados por diferentes pontos não apenas da cidade de Firenze como em outros locais da Toscana, onde cada tem a sua própria historia:  Castello del Trebbio, Villa di Cafaggiolo, Villa di Careggi, Villa Medici di Fiesole, Villa di Castello, Villa di Poggio a Caiano, Villa della Petraia, Giardino di Boboli, Villa di Cerreto Guidi, Palazzo di Seravezza, Giardino di Pratolino, Villa la Magia, Villa di Martimino e Villa del Poggio Imperiale.

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Giardino di Boboli, em Firenze

 

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O Giardino di Pratolino, que fica a poucos quilômetros de Firenze

 

A Toscana é ou não é uma terra surpreendente? Vocês já estiveram em algum desses lugares que são Patrimônio Unesco?

 

 

A Basílica de Santa Maria Novella

Uma das atrações mais visitadas em Firenze é a Basílica de Santa Maria Novella, localizada na praça homônima, no centro histórico de Firenze, que reúne obras de arte e objetos históricos do setor da pintura,  escultura e arquitetura. A igreja foi consagrada em 1420, com a fachada ainda incompleta, que foi finalizada apenas em 1470 pelo arquiteto Leon Batista Alberti.

 

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Complexo de Santa Maria Novella: da arquitetura gotica à renascentista

 

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A entrada do convento

 

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No pátio do convento, o chiostro Verde, lugar de paz e serenidade

Visitei o local com um grupo de instagrammers de toda a Toscana. Começamos a nossa visita no convento, anexo à igreja, onde funciona o museu.  No pátio de entrada fica o grandioso claustro verde, todo arborizado, que colega os outros ambientes, como o Claustro dos Mortos, a Capela dos Espanhóis, o Refeitório e a Capela degli Ubriachi .

 

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O Chiostro Verde, com afrescos de Paolo Uccello

 

Uma das salas mais bonitas é a Sala Capitular ou Cappellone degli Spagnoli, com afrescos realizados por Andrea di Bonaiuto entre 1367 e 1369

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Sequência de fotos: Cappellone degli Spagnoli , buraco da fechadura do portão que dà acesso ao jardim onde funciona em anexo a perfumaria Santa Maria Novella e na última foto afresco do antigo refeitório dos frades

Depois da visita ao convento foi hora de explorarmos a magnífica igreja,  com suas diversas capelas, que guardam tesouros artísticos realizados por Giotto, Masaccio, Filippino Lippi, Brunelleschi e Ghirlandaio.

 

A Catedral de Santa Maria Novella

Essa catedral é a principal igreja dominicana de Firenze. O assentamento dos dominicanos em Santa Maria Novella remonta a 1219, quando San Domenico enviou doze monges de Bolonha, que em 1221 obtiveram a sede.   Foi construída no local onde funcionava a pequena igreja Santa Maria Delle Vigne, assim chamada pois  ficava num terreno com plantações de uvas,   daí o nome Vigne (vinhedos). Os dominicanos decidiram constuir uma nova igreja e um convento em anexo.  Em 1279 a primeira pedra foi solenemente colocada. A construção, que começou no século 13 , terminou por volta de 1360, quase 100 anos depois. Mas a fachada só foi completada em 1470. Para completá-la, Giovanni Rucellai, comerciante e humanista, encomendou os trabalhos à Leon Battista Alberti. A igreja, até então construída em estilo gótico, foi transformada em um esplêndido exemplo de românico toscano graças ao uso de mármore branco, verde e preto e uma escolha cuidadosa das proporções dos elementos. Feita em mármore,  é uma das mais importantes obras do Renascimento fiorentino, mesmo tendo sido iniciada precedentemente.

 

 

Na fachada elementos que simbolizam a união das famílias Medici e Rucellai

 

Entre 1572 e 1575, o cosmógrafo Ignácio  Danti (1536-1586) instalou três instrumentos astronômicos na fachada da Basílica de Santa Maria Novella para realizar  novos cálculos astronômicos destinados ao projeto de reforma do calendário juliano. Danti estava convencido de que o calendário  exigia uma revisão completa. Na foto, a  base de mármore do quadrante astronômico que possuía relógios solares

 

 

Bem ao centro da igreja a obra Crucificação, realizada provavelmente entre 1288 e  e 1289 por Giotto, considerado o precursor do Renascimento e o primeiro pintor moderno. É impressionante a quantidade de tesouros artísticos e obras de arte que o local abriga. São afrescos ainda do período gótico como também do início do Renascimento.

 

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Ao centro da igreja, a magnífica obra do artista Giotto, Crocifisso

 

A beleza da obra consiste no realismo do modelo  do Cristo que não é idealizado, como vemos na arte bizantina, mas fiel à realidade.  O crucifixo de Giotto é considerado uma obra fundamental para a história da arte italiana, pois o artista explora e inova a iconografia de Cristo, com seu corpo abandonado.

 

 

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A Cappella Filippo Strozzi, entre as Capelas Bardi e Tornabuoni, com afrescos realizados por Filippino Lippi, iniciados no final dos anos 1480 e concluída por volta de 1502. Esta foi a última série de pinturas realizadas do artista

 

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No interior da igreja está a última obra conhecida de Masaccio, o afresco la Trinità, produzida possivelmente entre 1426 e 1428 e considerado por muitos a sua obra-prima. Masaccio foi um dos primeiros pintores a usar a perspectiva linear

 

A Cappella Maggiore, ou Cappella Tornabuoni, que fica atrás do altar,  é a maior capela e repleta de afrescos de Ghirlandio e Bottega (realizados entre 1495  e 1490).

 

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A Cappella Maggiore, a que mais chama a atenção devido aos seus vitrais coloridos, fica na parte central da igreja, atrás do altar

 

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Ghirlandaio pintou sobre as paredes a história dedicada à vida da virgem Maria e passagens do evangelho e de San Giovanni Batista (São João), padroeiro de Firenze

 

Os vitrais da Cappella Maggiore

 

A Sacristia

Na Sacristia, o lavabo realizado por Giovanni della Robbia, 1499

Horários e valores:

Os bilhetes custam € 7.50 e a visitação pode ser feita de segunda à quinta, de 9 às 19 e  às sextas entre 11 e 19, aos sábados entre 9 e 17h e aos domingos entre 13 e 17:30.  Os horários podem sofrer alterações de acordo com o período do ano. Para evitar contratempos, confira  no site os horários.

 

Cenário encantador! A praça Santa Maria Novella em foto que fiz ano passado, na primavera. Quem visita Firenze entre abril e setembro provavelmente poderá testemunhar esse espetáculo

 

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Na porta da igreja Santa Maria Novella, erguida entre os séculos 13 e 14, o grupo que participou do evento (foto Tuscanybuzz)

 

Existem dois obeliscos na praça, realizados provavelmente por Giambolonha na segunda metade do século 16, sob encomenda de Cosimo I de’ Medici. Os obeliscos serviam para delimitar a área onde  acontecia o “Palio dei Cocchi”, uma corrida com charretes que eram puxadas por dois cavalos e que começou a ser realizada na praça em 1563

 

Visitei o local num evento organizado pela Tuscanybuzz, numa iniciativa da Opera per Santa Maria Novella, em companhia de quase 50 pessoas, entre bloggers e apaixonados por fotografia.

 

Dica: reserve um tempinho para conhecer também a Perfumaria Santa Maria Novella que fica bem próxima à igreja, na via della Scala, que tem sua história relacionada ao plantio de ervas pelos frades dominicanos.

 

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Sou fã e usuária da bicicleta . Quem acompanha o blog e as mídias sociais – Facebook , Instagram e Snapchat grazieateblog  já deve ter percebido. Firenze é uma cidade propícia ao seu uso e aqui vou enumerar alguns deles: as distâncias na cidade são relativamente curtas e as ruas são planas, além de que, o tráfego de veículos no centro histórico é limitado e é difícil conseguir vaga para estacionar o carro. Aí a bicicleta aparece como a alternativa perfeita!  Mostro neste post os estilos de quem usa a bike como meio de transporte aqui na cidade:

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Caso ainda não tenha visto,  confira aqui o post sobre Firenze e a paixão pela bicicleta.

A paradisíaca ilha de Capri

Capri é um dos destinos mais procurados por quem visita o sul da Itália no verão.  A ilha que abriga a magnífica Gruta Azul permeia nossos pensamentos quando fazemos referimento à dolce vita italiana, com aquela imagem de um mar cristalino num lugar paradisíaco. Conheci aqui em Firenze um carioca que tem uma relação de amor linda e emocionante com o lugar:  Leonardo Gadelha, que me presenteou com a sua obra Carla, principessa di Capri, um guia completo da romântica e vibrante ilha. Tenho certeza que vocês vão adorar conhecer a ilha e essa linda história de amor, com A maiúsculo!

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Carla em sua piscina em Fontelina. Ela era muito conhecida e querida em Capri: “Carla amava Capri e Capri amava Carla”

Além das informações preciosíssimas, o livro é cheio de emoção…É uma tocante e comovente homenagem postuma à sua esposa Carla Sousa Lima (1959- 2010), que assim como ele, era apaixonada pela ilha. Imaginem que durante 10 anos eles tiveram a oportunidade de morar em Capri 2 meses por ano:”um período especial e único da vida”, relata Leonardo, que é consultor de vinhos e escritor. Com a ajuda de sua obra, vamos agora dar dicas preciosas para quem quer incluir a ilha de Capri no roteiro.

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Capri pertence à província de Nápoles, na região da Campania. Na foto, o terraço do Hotel Scalinatella

Estive em Capri há 10 anos, na primavera, e não me esqueço daquele tom turquesa de suas águas.  A ilha do Mediterrâneo, de apenas 10 quilômetros quadrados, é um lugar mágico,  elegante e encantador! Meu passeio por lá durou apenas um dia, pois fiz um bate-volta de Sorento, cidade que fica a 20 minutos de ferry.  Certamente teria sido reprovada por Carla: “jamais ir para Capri e chegar pela manhã para voltar à tarde,  com a funicolare cheia, é o fim do mundo”. (Ainda bem que quando eu fui estava bem tranquilo pois era final de abril) . “Chique é ir para Capri pela primeira vez e transcorrer ao menos 3 dias. Pra vocês terem uma ideia Capri  tem 8 mil habitantes e nas férias de agosto, no feriado de Ferragosto  (15 de agosto) chegam à Capri 40 mil pessoas!”
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A Praia da Fontelina no final da tarde, com a maré alta

Carla, principessa di Capri é uma obra que fala de amor, do começo ao fim. E não apenas; é um guia completo para quem quer desbravar a ilha com as dicas super quentes sobre o que fazer, onde comer e o que visitar. Para aproveitar o máximo possível da sua temporada na ilha, aqui vão as sugestões de Leonardo sobre o que fazer e ver em Capri, num roteiro standart de 3 noites, que você pode condensar, caso disponha de menos tempo:

Dia 1 – No primeiro dia passeio de barco visitando as diversas grutas com parada na Gruta Azul, que é a mais famosa do mundo. Para entrar é necessário usar um barco a remo (pois é preciso passar por uma parte aberta na rocha). O  lugar é de uma cor azul inimaginável.  Mas a coisa mais incrível, que os turistas não sabem: depois das 17, quando os barcos se retiram, é possível nadar na gruta. A primeira vez que fizemos chorei de emoção.

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A água é desse tom mesmo, super cristalino! Não tem nenhum fotoshop nesta foto

Fazer um passeio à Fontelina, um lugar mais sossegado para descansar e almoçar – no restaurante Aurora, claro – que  tem uma vista de tirar o fôlego.

(A capa do livro foi feita numa piscina em Fontelina, inclusive o local onde foi colocada uma placa homenageando Carla com os escritos: “Piscina da princesa Carla, 08/11/59  – 03/09/10”)

Depois um passeio pela piazzetta di Capri.  A Piazza Umberto I é a famosa praça no centro de Capri, que era o centro da vida local com mercadinhos de fruta, verdura e peixe. Em  1938 o jovem caprese Raffaelle Vuotto teve a ideia de colocar mesinhas transformando a pracinha no principal point da vida social.

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A Piazzetta, o principal point social da ilha, com suas boutiques e restaurantes disputados (foto divulgação)

Dia 2- Visita aos Jardins de Augusto, criado em 1930, repleto de flores e plantas de típicas da ilha Capri que possui um terraço e panorama fantásticos. Do alto pode-se admirar o símbolo principal de Capri: I Faraglioni, que são 3 grandes pedras que se desprenderam da terra devido à erosão do mar e de agentes atmosféricos. Cada um tem um nome: Stella, Faraglioni di Mezzo e Scopolo.

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Em seguida, visita à Via Krupp, uma estrada pedonal che parte de Capri e vai até a praia della Marina Piccola. Esta estrada foi constuída no início de 1900. É um circuito que corta a pedra e chega até o mar, uma verdadeira obra de arte. Este é um passeio inesquecível! A caminhada dura cerca de 30 minutos  com o panorama do mar de Capri. A noite jantar no restaurante Da Paolino,  sob as árvores de limão.

Dia 3- No terceiro dia uma visita à villa de San Michele, em Anacapri, constuida no inicio do século 20. Dos jardins da pra admirar Sorento e o Monte Vesuvio. E no final do dia um passeio na Via Camerelle para admirar as vitrines das luxuosas lojas.

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A Villa de San Michelle, em Anacapri

 

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A Escada Fenícia liga o porto de Marina Grande, em Capri, à Anacapri. Por séculos, até a inauguração da estrada para automóveis, era o único meio de acesso à Anacapri. A escada de 921 foi completamente restaurada e é considerado um dos pontos turísticos mais importantes de Capri e Anacapri. Programa para quem tem fôlego. Mas a vista compensa, vero?

 

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E à noite, jantar no Aurora: “Todos que visitam Capri querem ir ao Da Paolino. Mas não é o melhor, é o mais bonito.” (foto divulgação)

 

 

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O “Arco Natural”

Outras dicas de Leonardo:

  • melhor período para visitar a ilha de Capri: maio e junho. Ou em setembro, quando acabarem as férias escolares. Ainda é verão, mar quente…
  • E para quem quer conhecer a ilha e não gastar muito? Sugiro alugar um motorino. E para economizar nas refeições optar por um almoço mais leve ou fazer compras no supermercado
  • Quais sao os passeios imperdíveis? Passeios Gruta azul , Arco Natural, Monte Solaris , um passeio da ilha em barco, Villa San Michelle (Anacapri) e Villa Yovis
  • Pratos que aconselha: Mozzarella , pomodoro , peixes e polpeta de melanzane

 

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Leonardo: Capri é famosa em todo o mundo pela Gruta Azul, i Faraglioni, a pracinha e pelos vips que frequentam a ilha durante o verão. É possível reunir tudo que uma pessoa deseja para aproveitar as férias. Não apenas pelas coisas que oferece, mas este pequeno território guarda uma infinidade de história, lendas e mistérios

“Carla amava Capri e se sentia no paraíso. Defino Capri como um lugar belo, romântico, tranquilo, simples, aconchegante, vibrante, perfumado, cheio de história, cosmopolita, e acima de qualquer coisa, “solar” (solare é uma palavra que está na moda na Itália, e que significa uma pessoa luminosa, serena, alegre, radiante, otimista, cheia de energia). Assim era Carla. Exatamente com as mesmas características de Capri.

 

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Carla era modelo, ícone das passarelas nos anos 80 e 90 trabalhou para grifes como Givenchy, Yves Saint Laurent e Nina Ricci. Depois que abandonou as passarelas abriu uma escola de formação de modelos e dedicou-se também a trabalhos voluntários. Sua última atividade foi a pintura em garrafas de vinho, que ela decorava lindamente com cores vibrantes. Chegou inclusive a fazer uma exposição na Enoteca Fasano, no Fashion Mall, em abril de 2010.

O livro é repleto de dicas minuciosas, um elenco dos locais que Carla e Leo gostavam de frequentar. Tudo passado com carinho e atenção, com detalhes que fazem toda a diferença. Na edição a gente encontra uma relação completa de restaurantes, hotéis e locais imperdíveis. No finalzinho do livro, uma foto mostra Leonardo à beira da praia. Dessa vez com um mar mais agitado e cinzento. É uma foto tirada no dia 19 de dezembro de 2010, quando ele voltou ali para lançar nas águas do mediterrâneo as cinzas de Carla. Este era o seu último pedido. “Depois da morte de Carla, devido a um câncer no pulmão, reuni todas as minhas forças e voltei à Capri. Foi difícil chegar. Passei 72 dias na ilha. Retornar foi tão duro quanto a minha chegada. Não conseguia entender. Talvez inconscientemente esperava rever Carla no seu paraíso durante a minha estadia”.

Como chegar: Do Porto de Nápoles , Beverello, partem as embarcações (traghetto em italiano, que seria o ferry), a cada meia hora. Custa 16 euros por pessoa.  Uma coisa importante é telefonar para o hotel informando o horário de chegada à Marina Grande a Capri para que o hotel envie alguém para pegar as malas. Dali pega-se um taxi (10 minutos, 15 euros) ou a funiculare (5 minutos, 1,50 euro) para ir até Capri.

Fotos divulgação, cedidas por Leonardo Gadelha

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