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Museo do Bargello, em Firenze

O Museu do Bargello, localizado no antigo Palazzo del Podestà de Florença, abriga algumas das mais importantes obras da escultura do Renascimento italiano em seus majestosos salões, distribuídos em 3 andares. O museu foi construído em época medieval, no ano de 1255.  É um dos mais importantes museus de Florença, com obras de Cellini, Donatello, Luca della Robbia e Michelangelo. Suas coleções incluem esculturas, cerâmicas, medalhas, bronzes, tapeçarias, baixos-relevos medievais e mobiliário, que pertenceram à família Médici e a colecionadores. Dentre os doadores mais relevantes, o antiquário francês Louis Carrand, com sua coleção de mais de 3 mil obras, incluindo artes decorativas e pinturas. Com o decreto de 1865 tornou-se o primeiro museu nacional italiano dedicado às artes da Idade Média e do Renascimento.

 

O Museu do Bargello é o mais importante museu do mundo de escultura renascentista, com sede em um dos mais importantes palácios  medievais de Florença.

 

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O  prédio que abriga o museu é um magnífico exemplo de arquitetura medieval.  A construção, que parece um castelo, é  um dos edifícios mais antigos de Firenze.  Já foi sede de algumas instituições importantes e palco de importantes acontecimentos históricos.

 

O museu é localizado no antigo Palazzo del Podestà, que serviu como prisão até 1857

O sino chamado de Montalina ou Montanina, toca em raríssimas ocasiões, como por exemplo, na virada do milênio, como ocorrido em 2000. A última vez que tocou foi em 22 de junho de 2015, para comemorar os 150 anos do Bargello, o primeiro Museu Nacional da Itália.  Outras ocasiões em que o sino tocou  foram em  1918 para anunciar o fim da Primeira Guerra, em 1921 para anunciar as celebrações de Dante, em 11 de agosto de 1944 para anunciar a liberação da cidade e em 1945 , ao final do último conflito mundial.

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O pátio do museu é repleto de lindíssimas obras. Joia da história e da arquitetura, o Museu de Bargello abriga 16 salas

História do museu

A história do museu começou com o nascimento da figura do Capitano Del Popolo, momento em que a classe média começou a emergir e sentir a necessidade de uma personalidade que a representasse. Portanto, a partir de 1255 inicia-se a construção do palácio para hospedar o capitano del popolo, que era também chamado de bargello.  O palácio foi a sede do Bargello por 3 séculos.  A torre Volognana do palácio, que tem quase 60 metros, por séculos abrigou uma prisão. E seu nome deriva de um dos primeiros prisioneiros da torre, Geri da Volognano.

Com o estabelecimento da hegemonia Medici na segunda metade do século 15, o palácio tornou-se a sede do Conselho de Justiça e dos Juízes de Ruota.  E, a partir de 1574, sob o duque Cosimo I de ‘Medici, sede do Bargello, ou o chefe das Guardas, que tinham autoridade para prender, julgar e cumprir sentenças de morte. Depois que a sede da prisão foi transferida para Le Murate as obras de restauração no palácio começaram.  Esta prisão possuía  equipamento sofisticado e eficaz para torturar os condenados. Do lado de fora do prédio, até o final do século  17, eram expostas as cabeças dos executados, a título de advertência pública. Em 30 de novembro de 1786, com decreto de Pietro Leopoldo di Lorena, Florença foi o primeiro estado do mundo a abolir a tortura e a pena de morte.

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Niccolò Machiavelli foi preso e torturado no Bargello em 1513 com a acusação de ter participado de uma conspiração anti-medicea

 

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O antigo cárcere da cidade e local onde as pessoas condenadas à morte aguardavam a execução. Com  Pietro Leopoldo, o Grão-ducado da Toscana foi o primeiro na Europa a abolir a pena de morte, em 30 de novembro de 1786

 

Quando Firenze foi eleita capital da Itália, em 1865, o palácio passou a abrigar o primeiro museu nacional após a unificação.

 

Térreo 

 

O poço octogonal ao centro do pátio do museu

Quando adentramos o museu chegamos ao belíssimo pátio com um poço ao centro e circundado de pórticos.  A estrutura medieval acolhe maravilhosas obras renascentistas que deixam os visitantes encantados. Dentre as obras, a esplêndida  Fontana di Sala Grande (1556- 1561), em mármore.  As estátuas  foram encomendadas em 1555 à Ammannati por Cosimo I de Medici para o Salão dos 500 do  Palazzo Vecchio mas nunca foram instaladas no local. Depois de pronta a obra esteve nos Jardins de Pratolini e Boboli.

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Niccolò Ammannati, Fontana del Granduca

O pátio do palácio traz os brasões  dos Podestá, da época em que o edifício tinha função administrativa.

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A obra Oceano, de Giambologna

No térreo temos acesso ao Salão de Michelangelo,  sem dúvidas o espaço mais disputado do museu. Ali encontramos  esculturas de Buonarroti, Giambologna e Ammannati.

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Bacco (o Deus romano do vinho), de 1497, esculpido por Michelangelo quando o artista havia apenas 22 anos

 

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Mercurio Volante, em bronze, a obra mais célebre de Giambologna, realizada provavelmente em 1580

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Primeiro andar

Quando subimos as escadas para começar a explorar o primeiro andar do prédio nos deparamos com uma magnífica loggia, repleta de estátuas. No primeiro andar fica a Sala de Donatello com as obras mais famosas do artista fiorentino, as esculturas de Luca Della Robbia, as coleções de arte islâmica, as doações de Louis Carrand e a Capela com a efígie mais antiga da  Dante Alighieri, a Sala degli Avori e a Sala del Trecento. Outras peças que merecem atenção são os paineis de portas realizados por Filippo Brunelleschi e Lorenzo Ghiberti, chamados de Sacrifício de Isaac, fundidos em bronze. Ambos foram realizados no ano de 1401, quando participaram  da competição  para a decoração das portas do Batistério de São João em Firenze.

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A Loggia que fica no primeiro andar do museu

 

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Esta é a espetacular Sala de Donatello e das escultura dos anos 1400

 

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A família Della Robbia foi uma das mais importantes no cenário fiorentino dos séculos 15 e 16, especializados na técnica da terracota vitrificada. Ao centro, algumas das obras Luca Della Robbia

 

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Lucca della Robbia, Madonna con Bambino, 1441 – 1445, em terracota vetrificada

 

Donato di Niccolò di Betto Bardi, Donatello, nasceu em Firenze em 1386, considerado um dos pais do Renascimento, bem como um dos escultores mais célebres de todos os tempos.

 

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Davi em mármore, realizada por Donatello entre 1408 e 1410

 

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O Davi de Donatello em mármore é a primeira obra do artista

 

O Davi em bronze do artista Donatello, realizado  entre 1440/44

 

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Ao centro da sala a obra San Giorgio, a primeira obra-prima de Donatello, um maravilhoso exemplo de sua habilidade como escultor. A estátua havia sido colocada em um dos nichos da igreja de Orsanmichele, onde atualmente existe uma cópia

 

San Giorgio, de Donatello, considerada uma das obras-primas das esculturas do Renascimento dos anos 1400

Os outros espaços do primeiro andar são a Capella del Podestà, Sala degli Avori, Sala del Trecento e Sala delle Maioliche, Sala de Arte islâmica, com as doações de Louis Carrand,  um antiquário de Lyon, que em 1888 presenteou o Bargello com sua coleção de cerca 3 mil peças da Idade Média e do Renascimento, incluindo artes decorativas, joias, armas,  cerâmicas, tecidos e pinturas.

 

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Cappella del Podestà ou  Capela de Santa Maria Madalena,  com afrescos da oficina de Giotto, realizados provavelmente entre 1330 e 1337. A capela foi construída em 1280. Era local de oração para o  podestà (ou prefeito) e  posteriormente  a capela passou a ser usada como quarto onde os condenados à morte passaram sua última noite.

A Cappella del Podestà ou  Capela de Santa Maria Madalena. A  capela hospedava os condenados à morte que esperavam o suplício na época em que  o prédio transformou-se em prisão, em 1574.

Dante e Giotto  –  Na Capela do Podestà  está o mais antigo  retrato de Dante Alighieri, realizado por Giotto. Dentro do afresco do “Julgamento Final”,  o artista  e seus colaboradores realizaram os afrescos retratando  Dante Alighieri entre os abençoados.

 

Bargello

 

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Bargello

 

Segundo andar

No segundo andar estão as principais coleções de obras-primas de Andrea, Luca e Giovanni della Robbia, com a famosa majorai envidraçada, as Sala dei Bronzetti, Sala di Verrocchio,  com esculturas de Verrocchio, Mino da Fiesole, Rossellino, Da Maiano  e Sala das Armas com peças do arsenal bélico com armas de origem medieval.

 

Da bodega de Giovanni della Robbia, terracota vitrificada (1515-1520)

 

Sala de Andrea Della Robbia, com 4 vãos, é dedicada às peças de terracota verificada realizada por Andrea Della Robbia. A família Della Robbia é muito conhecida pela arte da terracota esmaltada

 

A Sala das Armas. Esta seção do museu possui cerca de 2 mil peças, em sua maioria proveniente de arsenais dos Grãos-Duques Médici

 

A Sala dos Bronzes

Museo del Bargello

Via del Proconsolo, 4. – Firenze

Horários:

Diariamente , das 8h15 às 14 h (aos sábados abertura prolongada com fechamento às 18 ou 20 horas, dependendo do mês)

Dias de fechamento:

2º e 4º domingo de cada mês e  1ª, 3ª e 5ª segunda-feria de cada mês

Valor do bilhete:

Inteiro: 8 euros

Reduzido: 4 euros para jovens entre 18 e 25 anos com cidadania de um país da União Européia

Gratuidade:  para menores de 18 e maiores de 65 anos que tiverem cidadania de um país da União Européia

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O que visitar em Montepulciano

Montepulciano, habitada desde época etrusca, é uma cidade medieval localizada sobre uma colina ao sul da Toscana, a uma altitude de 605 m acima do nível do mar.  Circundada de vinhedos e oliveiras,  é a terra que produz o famoso vinho Nobile. Seu centro histórico é acolhedor, com elegantes prédios  de arquitetura renascentista e conservsa ainda traços do passado medieval.

 

Montepulciano

Localizada ao sul de Siena, Montepulciano foi fundada como castelo no início do século VIII , sobre uma das mais altas colinas da Toscana

 

Rica em história, arte e cultura, Montepulciano é uma das mais fascinantes cidades da Toscana. Está localizada numa das mais altas montanhas da região

Montepulciano, província de Siena, possui cerca de 15 mil habitantes e está localizada em posição privilegiada na Toscana, pois é bem próxima da encantadora Pienza, da vila termal de Bagno Vignoni e da famosa Montalcino, terra do Brunello.  Na Idade Média, a cidade se enriqueceu  graças ao comércio e às atividades manufatureiras. Sempre foi alvo de disputa entre as cidades de Firenze e Siena, sendo que em 1404 os florentinos tomaram posse da cidade, que atingiu seu esplendor a partir desse período, principalmente no século 16, com a família Medici.   Por solicitação de Cosimo I, foi circundada por muralhas fortificadas, com projeto de Antonio da Sangallo il Vecchio.

 

Por sua posição estratégica, Montepulciano sempre foi motivo de guerra entre Siena e Firenze que queriam garantir o controle da Valdichiana e da Val D’orcia

 

Uma das portas de acesso à cidade

O que visitar em Montepulciano

Montepulciano é uma das cidades medievais mais bonitas da Toscana e você pode percorrer suas ruelas a pé.  Fazendo ziguezague pelas vielas do centro histórico, que sem dúvidas vão te conduzir à única estrada principal, que é a via del Corso, que começa na parte baixa da cidade e chega até à Piazza Grande.

São vários os acessos ao seu centro histórico, sempre através das portas seculares, que eram as entradas do burgo fortificado.  Existem estacionamentos próximos aos acessos ao vilarejo, que como fica na parte alta, exige um mínimo de resistência física do visitante para chegar até o miolinho do burgo, que é a Piazza Grande, onde estão o Palazzo Comunale, o Duomo, o Palazzo Contucci, o Palazzo Del Capitano del Popolo e o Palazzo Nobili-Tarugi.

 

A Piazza Grande, o ponto de encontro de turistas e locais, e sede das muitas iniciativas da cidade

 

Do Palazzo Comunale é possível aceder ao terraço da torre para observar a cidade do alto

O Palazzo Comunale, sede da prefeitura, é um edifício medieval que foi transformado no século 15 por Michelozzo, que século acrescentou a torre e a fachada ao complexo gótico original. A construção é muito parecida com o Palazzo Vecchio de Firenze.

A praça é o principal cenário de eventos na cidade, como mercadinhos e feiras e o campeonato de corrida de barris Bravio delle Botti, realizado em agosto, onde participam as 8 contratas (bairros) da cidade

 

A igreja medieval de Santa Maria Assunta, o Duomo da cidade

O Duomo da cidade é a Igreja de Santa Maria Assunta,  construída entre 1592 e 1680 por Ippolito Scalza e consagrada em 1712. Guarda obras de Andrea della Robbia, Benedetto di Maiano e Michelozzo di Bartolomeo.

A obra Altare dei Gigli, de Andrea della Robbia, realizada em torno ao ano de 1512

 

Dentre as principias atrações, estão Torre de Pulcinella, torre do relógio, na Piazza Michelozzo.

A Torre de Pulcinella

 

Outra igreja que merece uma visita é a Igreja de Santagostinho, na piazza Michelozzo, em frente à torre de Pulcinella. Fundada em 1285,  foi restaurada no século 15 por Michelozzo  di Bartolomeo, para realização da parte inferior da fachada. Em seu interior, “Ressurezione di Lazzaro” de Alessandro Allori,  “San Bernardino”, de Giovanni di Paolo, “Crocifisso”  de Antonio da Sangallo e “Crocifissione”, de Lorenzo di Credi.

A igreja de Santagostinho, na piazza Michelozzo

 

Interior da igreja di Sant’Agostino, construída por Michelozzo em 1427

Durante o passeio, entrei também na  Paróquia Santissimo  Nome di Gesù,  que fica no Vicolo Delle Scuole Pie. É uma igreja em estilo barroco, com início da construção em 1691 pelo arquiteto milanês Giovan Battista Origoni e  foi completada em 1712.

Nesta foto o interior da Paróquia Santissimo  Nome di Gesù, que foi consagrada em 1716

Montepulciano é um desses locais onde você vai sem muita programação sobre o que vai visitar. Permita-se passear a pé pela cidade sem pressa para admirar sua beleza e descobrir cantinhos sugestivos.

 

Entre subidas e descidas, bistrôs, lojinhas de artesanato local, enotecas e restaurante, afinal, estamos na terra do bom vinho e da boa mesa!

Vinícolas com entrada gratuita que oferecem degustações.

Natal em Montepulciano

O Evento Natale a Montepulciano, festa que costuma acontecer entre meados de novembro até a Epifania, deixa a cidade com uma atmosfera ainda mais envolvente com todas as suas luzes e decoração natalícia.  Portanto se você escolher o final do ano para visitar o vilarejo vai poder se encantar com a decoração natalina por suas ruelas e com o Villagio di Natale di Montepulciano. Por diversas praças e ruas da cidade acontece o característico mercadinho com 80 casinhas de madeira que oferecem produtos típicos e o ponto de encontro para os pequenos é no Castello de Papai Noel, que promove diversas atividades para as crianças.

Villaggio di Natale di Montepulciano. A mágica atmosfera natalícia torna Montepulciano  ainda mais charmosa e acolhedora

poço dei grifi e dei leoni

Montepulciano

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Na praça, cerca de 80 casinhas em madeira oferecem produtos típicos e artesanato

 

Montepulciano

O Castello  di Babbo Natale é a atração principal para os pequenos, que podem participar de diversas atividades dentro do castelo.  É  nessa fantástica casa, localizada dentro da imponente Fortaleza Medieval, que Papai Noel espera pelos pequenos visitantes.

O Castello di Babbo Natale

 

Castello di Babbo Natale – um castelo dos sonhos, luzes, decorações, surpresas, onde todas as crianças podem conhecer o verdadeiro protagonista do Natal, com jogos, músicas, atividades educacionais e de entretenimento, shows interativos e oficinas criativas

Natale em Montepulciano é uma festa que começa em meados de novembro e vai até a Epifania, dia 6 de janeiro.

Casa di Babbo Natale

Valores: crianças de 2 a 9 anos 8 euros e 10 euros para acima de 10 anos

Distâncias:

Pienza -13 Km

Siena – 67 Km

Bagno Vignoni – 27 Km

O Museu degli Innocenti de Florença

Bem perto da Catedral Santa Maria del Fiore de Firenze, na praça renascentista de Santissima Annunziata, está o Museo degli Innocenti, que surgiu em 1419  com a designação de hospital: Spedale degli Innocenti.  Foi o primeiro orfanato europeu e a primeira obra arquitetônica do Renascimento, realizada por Brunelleschi.

Eugenio Giani, Presidente do Conselho da Toscana e  Maria Grazia Giuffrida, Presidente da Instituição. A obra Madonna degli Innocenti, de Domenico di Michelino, metade do século 16

Visitei o local  junto à Eugenio Giani, Presidente do Conselho Regional da Toscana e  Maria Grazia Giuffrida, Presidente da instituição.

O Ospedale degli Innocenti foi construído por Brunelleschi no século XV e está localizado na Piazza della Santissima Annunziata com a Loggia del Brunelleschi (1419), repleta de pórticos, arcos e colunas. A construção é considerada a obra mais antiga da arquitetura renascentista

 

História do Ospedale degli Innocenti 

A criação do instituto deu-se graças à doação de 1000 fiorinos por parte de Francesco Datini,  um rico comerciante que havia ficado órfão quando criança que patrocinou a construção de um grande hospital para abrigar crianças órfãs e abandonadas. Uma das corporações mais potentes da época, a Arte da Seda, ajudou a concretizar e gerenciar a construção da instituição confiando o projeto a Filippo Brunelleschi, o melhor arquiteto da época, autor da cúpula da  Catedral Santa Maria del Fiore. O Hospital foi projetado e construído entre 1419 e 1444, permanecendo sob a direção de Brunelleschi até 1427.

 

O Museo degli Innocenti está localizado no complexo monumental que inclui o prédio projetado por Filippo Brunelleschi, o primeiro exemplo da arquitetura renascentista

Desde sua criação a instituição presta  assistência  à crianças  órfãs e filhos ilegítimos. Na época do Renascimento  muitos bebês foram abandonados e deixados no hospital.  Os registros da instituição guardam informações sobre a primeira criança acolhida: Agata Esmeralda,  a primeira criança “inocente”, que foi deixada no local, no dia 5 de fevereiro de 1445. Foi chamada assim porque dia 5 de fevereiro é dia de Santa Agata.

O instituto  surgiu há 6 séculos para acolher crianças abandonadas. Fica na piazza Santissima Annunziata, uma das primeiras praças renascentistas do mundo

Sob os pórticos da fachada da instituição havia um local por onde chegavam os alimentos e onde os bebês eram colocados. Era através dessa espécie de  “janela de ferro”, que as mães  apoiavam seus filhos antes de tocar a campainha para informar a chegada da criança. Em 1660 foi introduzida a  porta giratória.

Local onde os bebês eram  deixados

Ainda é possível ver o local onde ficava a  porta giratória, sob os pórticos do instituto. Ali a mãe colocava o bebê, que era recuperado na parte interna, sem que a mãe fosse identificada. Essa era considerada uma maneira eficaz de garantir o anonimato às mães que deixavam ali seus filhos.

As crianças abandonadas eram cuidadas por enfermeiras e depois confiadas às famílias do interior da Toscana que eram remuneradas para criá-las até a  idade de 5 ou 6 anos.  Depois elas voltavam ao  instituto para serem educadas e orientadas para uma profissão. Entre 1600 e 1700 foi dada a possibilidade de amamentar dentro do instituto.  Desde o início de sua criação o instituto não apenas cuidava e alimentar, mas também educava e preparava as crianças para integrá-las à sociedade. Passaram pela instituição cerca de 500 mil crianças. As últimas crianças que foram deixadas no instituto em 29 de junho de 1875, ano em que terminou o abandono anônimo.  As últimas crianças que chegaram receberam os nomes de Laudata Chiusuri e Ultimo Lasciati.

Essas esculturas representam Maria e José e falta o  Menino Jesus. Toda criança que chegava ao orfanato era colocada entre os dois. Era uma forma de representar que eram acolhidas e que dali em diante poderiam ter uma família

Muitas das crianças que chegavam  registradas como filhos ilegítimos possuíam uma família, mas foram confiadas à assistência pública devido às dificuldades econômicas.

As crianças eram abandonadas anonimamente e não era informado o sobrenome, eram identificadas apenas com o primeiro nome. Um fato curioso é que quando as crianças adquiriam a maioridade e deixavam o instituto recebiam os sobrenomes  Innocenti, degli Innocenti, Nocenti ou Nocentini. O sobrenome Innocenti é o segundo mais difuso na Toscana.

Desde que foi instituído, 500 mil crianças já passaram pelo local. Atualmente  abriga dois núcleos: 2 creches para crianças de 0 a 6 anos e outra ala, constituída de apartamentos que funcionam como casas familiares, que no momento acolhem  14 mães e filhos carentes em dificuldade, além de escritórios da Unicef para Estudos Internacionais relacionados à infância.

 

O pátio do complexo. Obra de Andrea della Robbia sobre a porta no pátio que conduz à igreja

Museu degli Innocenti 

É possível conhecer a história do local e das crianças que já passaram por aqui através do Museu degli Innocenti, um patrimônio artístico, monumental e histórico inaugurado em 2016.  O museu conta a história do hospital e das atividades assistenciais e médicas realizadas ao longo de 6 séculos, através da exibição de obras de arte, documentos fotográficos,  vídeos e objetos.

 

Seção histórica – Existem mais de 38 mil objetos como medalhas, colares e pedaços de tecido. Algumas pessoas deixavam uma sacolinha com sal, pois isso significava que a criança já havia sido batizada

Acredito que o momento mais emocionante do percurso é quando chegamos ao arquivo histórico. Existe uma sala que contém um móvel com 140 gavetas com objetos que eram deixados pelas mães das crianças que eram entregues ao instituto. Os visitantes podem abrir as gavetas, onde consta o nome da criança e a data de nascimento. Todos os objetos foram divididos, como moedas, medalhas, tecidos e cordões: uma parte ficava com a mãe e a outra metade era deixada junto com a criança, muito provavelmente na esperança de poder reencontrá-la.

Uma medalha incompleta. A parte qu falta ficava com a mãe da criança abandonada. Esses objetos eram o único meio de comunicação entre a família e a criança, que era  deixada de forma anônima

 

O museu  preserva milhares de pequenos objetos: medalhas, moedas, clipes de papel, cartões sagrados, botões, pedaços de pano, e alguns deles são exibidos na exposição com o nome do recém-nascido a quem eles pertenciam

No segundo andar fica a seção com obras valiosas do museu de autores como Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio, Neri di Bicci e Andrea e Luca della Robbia.

Os querubins enfaixados de Andrea della Robbia  (1487), em terracota envidraçada

 

Este representa uma menina. Obra de Andrea della Robbia  (1487)

 

A obra Adoração dos  Magos, de Ghirlandaio

 

Obra de Botticelli, Madonna col bambino

Um dos lindos ambientes do museu é o  Cortile degli Uomini  (Pátio dos Homens), um pátio renascentista

 

Caffè del Verone 

Um espaço maravilhoso do complexo é o Caffè Verone, localizado numa grande varanda com vista para cidade e para as colinas que a circundam. A cafeteria  funciona onde, no século 15, era utilizado para secar as roupas. O  café proporciona aos visitantes uma vista exclusiva de Firenze, com a cúpula de Brunelleschi e a Sinagoga.

 

Grazie Sandra Panerai pela foto!

Grupo de Tuscany bloggers, Gloria, Sandra, Barbara, Erika, Gilli, Ksenia, Yulia, Leonardo e Raoul, com Eugenio Giani e Maria Grazia Giuffrida ( Foto Ksenia)

 

O Caffè Del Verone  é aberto diariamente (exceto às terças) das 10 às 20 horas. É também acessível para quem não possui ingresso para o museu.
Instituto degli Innocenti
Piazza della Santissima Annunziata – Firenze
Horários:
Diariamente (exceto às terças): das 10 às 19 horas – de 1º abril à 31 outubro
Diariamente (exceto às terças): das 11 às 18 horas – de 1º  novembro à 31 de março
Valores:
9 euros – adulto
10 euros- bilhete familia (para 2 adultos e 2 crianças de até 11 anos)

Restaurantes em Firenze, 11

Trago muitas dicas de lugares onde comer em Firenze e adoro dividir com vocês os locais que gosto e freqüento. A cidade tem uma quantidade impressionante de restaurantes e nem sempre é fácil acertar!   Trago aqui mais uma lista de locais onde estive e recomendo:

 

O restaurante Il Paiolo, que oferece pratos da tradicional cozinha toscana num ambiente acolhedor à luz de velas

Il Paiolo – em pleno centro de Firenze, numa atmosfera envolvente e aconchegante. Já  havia ouvido falar do local como um dos  restaurantes mais românticos da cidade e recentemente fui jantar com meu marido e posso dizer que a experiência foi surpreendente!  O Il Paiolo oferece pratos da tradição toscana, preparados com ingredientes refinados e de qualidade, e tem como especialidades a bistecca e as massas caseiras. Com dois ambientes, possuem a saleta intimista Santa Elisabetta, onde os pratos são degustados numa atmosfera romântica e elegante, à luz de velas. Começamos com uma degustação de queijos pecorinos, servidos com mel e geleia caseira. Depois enroladinho de bresaola e queijo,  muito delicado e saboroso! Como a carne é o carro-chefe, optamos pela bistecca alta fiorentina, que é um dos pratos mais tradicionais da cidade. A carne é macia e realmente deliciosa! Finalizamos nosso jantar com um divino tiramisù. O restaurante Il Paiolo possui uma ampla seleção de vinhos locais, nacionais e internacionais. Fica entre o Duomo e a Piazza della Signoria, na Via Del Corso, 42, r

O sofisticado ambiente do Il Paiolo

 

Osteria del Gatto e la Volpe –  para quem busca pratos típicos da cozinha toscana, esse é um endereço que vai agradar em cheio!  A  atmosfera informal sabe transmitir muito bem a “fiorentinidade” através do ambiente e do menu, com uma grande diversidade de pratos da culinária local.  Experimentei  os crostini como entrada, depois como massa optei pelo pappardelle al de cinghiale e como “secondo”  tagliata com rúculas. Tudo delicioso, sem contar com o saboroso tiramisù da casa! A osteria, aberta todos os dias, fica bem perto do Museu do Bargello, na via Ghibellina 151, r

Os deliciosos crostini di fegatini e bruschetta da Osteria del Gatto e la Volpe

Foody Farm–  Inaugurada em julho de 2019, Foody Farm é um restaurante que oferece desde o café-da-manhã até o jantar. “A comida certa vindo dos lugares certos”, esse é o slogan da casa, que oferece um menu específico que inclui uma grande variedade de carnes, legumes, massas caseiras e queijos. Baseado no conceito da simplicidade, sempre em busca de excelentes matérias-primas acessíveis a todos. O Foody Farm oferece as clientes um  verdadeiro passeio gastronômico pela Toscana, desenvolvendo pratos tradicionais de uma maneira inovadora.   O Foody Farm fica no Lungarno Corsini, 2a

Oliviero –  esse é um restaurante bastante conhecido, pois foi inaugurado em 1962 e sempre foi muito bem frequentado. Sob nova gestão, os sócios propõem um cardapio com massas frescas feitas  emacia , como raviolli, tagliolini, paccheri gnocchi, pici e risotto, na media de 14 euros. Como escondo, carnes grelhadas, bisteca , carneiro, com pratos na media de 23 euros.  Carta de vinhos com excelentes etiquetas.Dividido em algumas saletas, possui o bar próximo à entrada com um piano-forte à disposição dos clientes que quiserem se eventurar. Serviço cordial e atento. Fica na Via delle Terme, bem pertinho da Praça Santa Trinità

 

Grazie Assai –  Esse é o primeiro restaurante na cidade especializado na culinária da Calábria.  Inclusive os proprietários e os chefs são calabreses e primam pela fidelidade da gastronomia do sul da Itália e utilizam ingredientes típicos, que chegam regularmente para abastecer o restaurante. Aliás, dá inclusive pra levar pra casa os molhos prontos preparados com receitas originais, já que usam bastante  alimentos em conserva, como as anchovas salgadas e tomates secos. A ‘nduja , salsicha cremosa preparada com pimenta calabresa. No hall de entrada, onde fica o bar, há uma delicatessen com diversos produtos expostos. Mas vamos falar dos pratos que a casa propõe. Como sabem, a Calabria é conhecida por pratos preparados com pimenta e legumes, pcaciocavallo, lingüiça apimentada, pimentões, molhos saborosos, pizzas, vinhos e licores, num atmosfera descontraída e agradável de um restaurante alegre e sorridente.  Todos os calabreses: produtos, vinhos, bebidas, licores e receitas, todos estritamente calabreses. Fica próximo ao estádio Artemio Franchi.

 

É grande a lista de produtos típicos da Calábria é longa, como, salsichas, queijos, pães, vinhos como verduras e legumes, como a cebola vermelha de Tropea, berinjela,  pimenta,  batata e tomate, que servem de base para diversas receitas deliciosas com um sabor único!

 

Baldovino – A 2 minutos da Piazza Santa Croce, o restaurante Baldovino é um bistrô com pratos toscanos, aberto para almoço e jantar: é o local ideal para todos os momentos do dia: almoço com colegas, aperitivo com amigos e jantares românticos. apresenta 3 salas diferentes com acesso independente e a possibilidade de reservá-las para seus eventos privados. As tábuas de frios, com produtos de ótima qualidade, são caprichadas e bem apresntadas. Massas saborosas, sendo que o meu preferido foi  o risotto. Fica na via di San Giuseppe, 22

 

Trattoria Antico Fattore – esta é uma tradicional trattoria florentina, a 2 passos da Galleria degli Uffizi, numa ruazinha tranquila e charmosa.  Se escolher o restaurante para almoço, pode optar pelos pratos do dia aconselhados pelo chef: diariamente é exposto na area externa os pratos, como carpaccio de ganso, crostoni, presuntos, risottos e carnes. Como oferecem pratos sazonais, os acompanhamentos também são baseados nas ofertas da estação, como  alcachofras e funghi. Via Lambertesca, 1r

 

Na porta da trattoria, uma placa diz: desde 1865, a mais antiga trattoria de Firenze

Habitat –  Tá a fim de fazer um  pit stop no centro de Firenze para beber alguma coisa enquanto saboreia as propostas da casa, como os deliciosos “cicchetti”  e se distrair num ambiente moderno e aconchegante?  O Habitat é um local descolado, aberto  diariamente das 7 da manhã à 1 da madrugada, onde você pode escolher seja para o seu café-da-manhã, almoço, jantar ou apenas para um drink, pois possuem uma lista excepcional de coquetéis! A partir das 17 horas o local transforma-se em cocktail bar com drinks excepcionais e exclusivos, realizados com produtos toscanos. Fica perto das Capelas dos Medici, na via Del Giglio, 59

Habitat – Cicchetti, drinks e delícias num ambiente moderno e super aconchegante

 

*Post atualizado em abril de 2022.