Arquivo mensais:julho 2019

Manifattura Tabacchi, renascimento urbano em Firenze

Renascimento urbano – Florença acaba de ganhar um novo pólo de atrações que mescla  arte contemporânea, moda, coworking, concertos, artesanato e gastronomia: a Manifattura Tabacchi, uma área industrial de 100  mil metros quadrados, onde funcionava uma fábrica de tabacos construída nos anos 30 pelo engenheiro Pier Luigi Nervi.  A área de 6 hectares, nas proximidades do Parque delle Cascine,  abriga 16 edifícios  num bairro estratégico que combina o valor do patrimônio com os melhores cenários contemporâneos.

O  local está sendo transformado em uma nova centralidade urbana, um  point de intercâmbio integrado com a cidade. Os espaços  vão acomodar uma proposta inusitada,   graças a uma nova visão de urbanismo que rompe fronteiras e interage com a arquitetura,   meio ambiente, arte e cultura.

 

Nos andares superiores dos prédios que dão na praça central serão escritórios e espaços de coworking

B9, concept space na Manifattura Tabacchi

Ao interno do complexo, o primeiro espaço recuperado foi o B9. Não é apenas um local de trabalho e criatividade.  Além de ser um novo destino de food de qualidade, no local podemos conferir talentosos makers criando suas obras. No concept space o bistrô B9  funciona diariamente das 9h à meia-noite,  com variada oferta gastronômica. À convite da Manifattura Tabacchi, experimentei todas as propostas enogastronômicas.

Um novo modelo de espaço surge do antigo complexo industrial de Manifattura Tabacchi, ativo por 70 anos e abandonado desde 2001

 

O Bulli & Ballene, que em Firenze surge na Piazza della Passera,  apresenta o bacaro veneziano com drinks, com deliciosos chicchetti gourmets e Spritz. Tortas do dia, tramezzini e pequenas porções de tira-gostos onde é possível montar o próprio prato, como saladas de quinoa, croquetes de peixe, ceviche,  tartare e crostoni.

 

O Soul Kitchen, que atende em Firenze em Santa Croce, propõe um menu com produtos artesanais do terriotiros com atenção à sustentabilizdade:  todos os pratinhos e talheres utilizados são com material reciclado. Propõem pizza a taglio  com 48 horas de levitação e  preparadas com ingredientes sazonais.  Vinhos e sucos bio, coquetéis e destilados artesanais e licores não industriais são as opções de bebidas, que são servidas até as 2 da madrugada, enquanto a pizzaria funciona até às 23 horas.

A cerveja artesanal é do Birrificio Valdarno Superiore, empresa que surgiu na província de Arezzo e que produz cervejas à alta fermentação, inspiradas no território, com matéria-prima de alta qualidade. Excelente para acompanhar as pizzas e cicchetti gourmet!

 

A charmosa varandinha do B9

No enorme espaço, ateliers de makers contemporâneos que expõem e comercializam suas criações. Portanto,  se você se apaixonar por alguma peça, pode levar pra casa mesinhas, cadeiras ou objetos pessoais ou de decoração.

A Manifattura Tabacchi é um pólo de artes  e criatividade para diálogo, colaboração e pesquisa de artistas que atuam com objetos de arte e design e  moda

 

Muitas instalações durante a programação anual. Um contraponto contemporâneo com atividades permanentes e temporárias

 

A Manifattura Tabacchi é um lugar repleto de atrações e agregação, uma área da cidade onde fervem ideias e propostas, num ambiente que ressurge mais moderno e criativo do que nunca!

Jantar nas vinhas do Chianti

Jantar sob as estrelas em meio às vinhas do Chianti. Essa é uma experiência única e surpreendente que tive o privilégio de vivenciar no encantador cenário da vinícola orgânica Querceto di Castellina, que organiza  na temporada de verão o evento  Cena in Vigna.   Vocês não podem imaginar a magia desse momento em meio à natureza!

A vinícola Querceto di Castellina é uma empresa familiar cuja história data do ano de 1945, quando o patriarca da família adquiriu a propriedade para  ser a casa de férias. Em 1997 todos os vinhedos foram replantados e com base em estudo das variedades de uvas para determinar as que melhor expressam o terroir da região.  Desde o primeiro ano de sua produção, em 1998, são utilizadas técnicas orgânicas

Além de saborear um delicioso jantar típico baseado em produtos e pratos locais, você estará cercado pela paisagem bonita e fascinante de fileiras de vinhedos, que caracterizam a região do Chianti de uma maneira única.

 

A vinícola tem uma área de 11 hectares de vinhas divididos em 6 áreas separadas:  Belvedere, Poggio, Campocorto, Campolungo, La Fonte e Livia,  registrados no Chianti Classico DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida) e com objetivo de produzir  vinhos sem tratamento químico. As uvas Sangiovese cobrem aproximadamente 80% da área plantada.

Jantar nas vinhas

Antes do jantar nas vinhas participamos de um aperitivo na varanda da vinícola, onde funciona também um agroturismo.  Ali fomos recebidos pelos proprietários Jacopo e Mary para um brinde ao por do sol, com o vinho rosé Furtivo IGT Rosato, 100% Sangiovese.

jantar nas vinhas do Chianti

 

Por volta das 20.30 seguimos para as vinhas, onde uma linda mesa esperava os 60 participantes.  Começamos com uma tábua com os antepastos: flan de flor de abóbora, pan de figado, com anchova e hortelã e almôndega de peposo.

 

Apresentação impecável, com capricho e atenção aos detalhes. Nosso antepasto foi servido nessa tábua de madeira. O menu foi preparado pelo estrelado restaurante La Tenda Rossa

Três vinhos foram servidos e os participantes podiam escolher a ordem que quisessem para degustação: L’aura Chianti Classico DOCG 2017 100% Sangiovese, Sei Chianti Classico DOGC 2016 100% Sangiovese e Podalirio IGT Toscana Merlot 2015 100% Merlot.

O jantar foi preparado pelo restaurante La Tenda Rossa, localizado em Cerbaia in Val di Pesa, coração do Chianti. Os chefs estrelados Maria Probst e Cristian Santandrea, apresentaram um maravilhoso menu com pratos realizados com produtos frescos e locais, uma verdadeira viagem gastronômica e sensorial.

Cenário encantador, circunados com toda a beleza da natureza, entre os vinhedos do Chianti

Peito de pato grelhado com laranja e erva-doce: este foi o meu prato predileto! Todos os pratos criados com ingredientes sazonais acompanhados pelos vinhos Querceto di Castellina

 

Jantar nas vinhas do Chianti

Noite mágica! Jantar sob as estrelas, vivência inesquecível com o melhor  que a região do Chianti pode proporcionar!

 

Uma vivência espetacular que possibilita aproveitar o que de melhor a magnífica região de Chianti tem a oferecer:  paisagens, vinhos, tradição, beleza  e uma atmosfera única!

 

Jacopo e Mary, idealizadores dessa fantástica vivência, a quem agradeço imensamente!

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As joias do artista Alessandro Dari

Florença é uma cidade efervescente e berço de artistas contemporâneos. No bairro de San Niccolò, no Oltrarno, fica o ateliê do artista  Alessandro Dari, ourives, escultor e músico.  Mas é de suas joias que vou falar aqui no post.  Impossível não se encantar ao adentrar em seu museu-bodega, um lugar mágico, num prédio histórico do século 15, onde estão expostas mais de 1200 criações, peças únicas, “resultado de estudos que fundem o mundo físico e o especial numa alquimia de formas e pensamentos, que ele vive constantemente e que o inspiram em seu trabalho”.

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Alessandro Dari é um mestre florentino em ourivesaria e escultor. Ele é o fundador do movimento artístico Dinamismo Perceptivo. Alessandro é um artista versátil: formado em Farmacia, é também guitarrista clássico

Alessandro Dari  realiza suas criações num  prédio histórico do bairro de San Niccolò, no Oltrarno, onde é também a sua residência. Documentos comprovam que desde o século XVII,  sua família, que é de origem fiorentina, era constituída de artistas habilidosos em pedra, bronze e joalheria.

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Sua técnica de realização refere-se ao estilo etrusco, gótico e renascentista. Arquitetura e anatomia são elementos sempre presentes em suas criações. Dari estudou química para se tornar farmacêutico.

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Suas joias escultóricas dão forma a arquiteturas em miniatura retratando castelos medievais, igrejas góticas, instrumentos astronômicos e figuras mitológicas

Toda a produção é realizada no ateliê de Alessandro Dari: fundição, esmaltado, cravação das pedras. E todas as fases tratadas com paixão e total dedicação.

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Alessandro Dari em sua bodega. Desde 2014 realiza cursos de ourivesaria escultural

 

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Suas peças refletem sua inspiração criativa através de igrejas, castelos e monumentos. Um dos temas de suas criações são igrejas e ele reproduziu diversas catedrais de Firenze

 

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Alessandro Dari

Via San Niccolò, 115 r

Firenze

Buchetta del vino, a janelinha do vinho

Quem é atento e gosta de observar a arquitetura das cidades já deve ter notado em Florença uma espécie de janelinha bem perto das entradas dos prédios, a buchetta del vino. São os pequenos buracos do vinho,  aberturas que foram feitas nas fachadas de casas e palácios que remonta aos anos 1500.  Através dessas janelinhas  eram passados  frascos e copos de vinho, vendidos diretamente do produtor ao consumidor. Essa antiga tradição foi uma iniciativa dos produtores de vinho que eram proprietários de vinhedos na Toscana para vender seus produtos em Florença, onde viviam. Dessa forma eles tinham maior lucratividade, pois saltavam os intermediários e se livraram de impostos. Atualmente voltaram a ser utilizadas e não apenas para a venda de vinho e drinks, mas também de sorvete!

 

Geralmente em forma de arco, as janelinhas se abrem nas fachadas principais ou laterais dos palácios. A origem é de época renascentista, de meados do século 16. Em Florença existem cerca de 180 e algumas voltaram a ser utilizadas

 

O buraco do vinho, abaixo da janela no andar térreo. Estas são pequenas portinhas nas paredes de palácios nobres, onde no passado o vinho era vendido com absoluta discrição

 

Esses buracos do vinho  começaram a ser utilizados a partir do século 16.   Mas afinal, como funcionavam?  Na parte interior das habitações havia uma sala com os barris de vinho e o empregado da família,  pronto a servir. As vendas eram realizadas num determinado período do ano e em horários estabelecidos. Mas no final do século 19 começaram a cair em desuso e começaram a ser abandonados, alguns tendo sido até destruídos ou reutilizados para outra finalidade. Outros foram até cimentados e desapareceram depois das reformas dos prédios e encontram-se escondidos nos halls de entrada ou dentro de lojas e restaurantes.

 

As portinhas do vinho representam uma tradição fiorentina que nasceu no Renascimento

Em 1630  uma terrível  peste atingiu a Itália e Florença adotou  as primeiras medidas de higiene para proteger a saúde dos cidadãos.  Por ser altamente contagioso, qualquer contato direto deveria ser evitado.   Aí entraram em jogo os providenciais  janelinhas do vinho.  Para evitar o contato,  as portinhas eram utilizadas para a venda do vinho e também ajudar os mais necessitados.

 

Além de buchette,  outros nomes são utilizados: tabernacoli, finestrini, mostre, nicchie, porticelle, porticine, sportellini, porte del paradiso, porticciole

Dessas janelinhas  com uma porta de madeira, os descendentes das famílias florentinas mais antigas venderam por séculos os produtos de suas empresas agrícolas.

O tamanho convencional da janelinha, que pode variar,  é de  23 x 36 cm, tamanho ideal para conseguir passar o frasco

 

As garrafas de vinho envolvidas com palha. Aqui são chamadas de “fiaschi di vino”

 

Depois de séculos sem serem utilizadas, uma das antigas tradições de Florença ressurge ajudando a resgatar parte da história da cidade.  O Babae, bistrô localizado na via Santo Spirito,  reabriu uma “buchetta del vino” e a ideia está dando o que falar!  Conversei com os sócios da casa sobre  essa ideia, que na verdade surgiu muito por acaso, quando viram que no local havia uma dessas famosas janelinhas. E a proposta tem agradado turistas e locais, entusiasmados com a possibilidade de  adquirir uma taça de vinho através da buchetta del vino.

 

Inaugurado em meados de junho, o Babae, dos sócios Chiara, Claudio e Brando. O local oferece vinho através da janelinha diariamente , das 19 às 20 horas

 

 

Essa “buchetta del vino” que fica na Via delle Belle Donne traz as datas e horários de atendimento

Existe inclusive uma Associação Cultural BDV  Buchette del Vino, instituída em 2015 , com a intenção de divulgar, reforçar e salvaguardar esse patrimônio único chamado buchetta del vino.

 

 

Em Florença, as janelinhas de vinho totalizam quase 180, sendo que 149 estão concentradas no centro histórico.  Vou deixar aqui algumas ruas onde vocês poderão encontrá-las. No Oltrarno muitas estão concentradas nas vias Santo Spirito, Sant’Agostino, via dei Serragli e San Niccolò. E entre a piazza del Duomo e a piazza Santa Croce, nas ruas Borgo Pinti, borgo degli Albizi, Ghibellina e Oriuolo.  Além de toda a beleza artística e riqueza arquitetônica que encontramos em Florença,  as janelinhas de vinho são mais um motivo pra você prestar atenção aos detalhes dessa preciosa e interessante cidade.

Quer fazer uma passeio enogastronômico em Florença e ficar por dentro de curiosidades da cidade? Escreva para grazieateblog@gmail.com

 

Vinhos de agricultura biodinâmica

A fazenda Cosimo Maria Masini fica nas colinas da antiga vila medieval de San Miniato, ao longo da Via Francigena, no coração da Toscana.  A estrutura foi adquirida pela família Masini no ano 2000, que desde passou a cultivar vinhedos com método de agricultura biológica e que tornou-se biodinâmica alguns anos depois. À convite da guia Nastassia Voinaya,  visitei  o local com um grupo de blogueiros e jornalistas. 

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A vinícola biológica Cosimo Maria Masini fica em San Miniato, província de Pisa, ao longo da rota da Via Francigena, terra dos vinhos e da trufa branca

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A senhora Maria Masini e Anastasia, que depois de uma visita à estrutura, nos recebeu para um brunch com vinhos da Cosimo Maria Masini

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Interior da villa da senhora Maria Masini (Foto de Serguei Koultchitskii)

 

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Vinhos biodinâmicos

Os vinhos biodinâmicos são produzidos com práticas sustentáveis e técnicas que respeitam o meio ambiente.  O cientista e filósofo Rudolf Steiner é o criador da biodinâmica, cujos princípios são: manter a fertilidade da terra liberando nutrientes, tornar as plantas saudáveis para que possam resistir a doenças e pragas e produzir alimentos de maior qualidade possível.   A natureza, a energia, o ar, a chuva, a lua, o calor, são elementos respeitados e que conferem riqueza aos sabores, em total harmonia e equilíbrio com o meio ambiente e a astrologia também influencia nos ciclos de produção. Nesse tipo de agricultura é a natureza que se ajuda e segue seus ciclos,  com utilização apenas de compostos orgânicos  feitos de plantas e minerais para ajudar as plantas a se nutrir e lutar contra as pragas.  Não são utilizados venenos, herbicidas e nem adubos sintéticos. Através de um processo de vinificação isento de adjuvantes enológicos, como enzimas, taninos e leveduras selecionadas, nasce um vinho que preserva as características do terroir fiel e intacto. Os vinhos biodinâmicos oferecem  maior complexidade e autenticidade do que os produzidos sob métodos mais tradicionais. 

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A produção biodinâmica, que utiliza o calendário astronômico,  visa a integração, respeito e a harmonia das atividades de uma propriedade agrícola. A biodinâmica vai além da agricultura orgânica:  ela exclui o uso de fertilizantes químicos e sintéticos

 

O local da produção do Vin Santo. As uvas são penduradas em ganchos para secarem

 

O Vin Santo, vinho servido com doce ou com biscoitamos feito com amêndoas que se chama cantucci

 

 

 

Vinícola Cosimo Maria Masini

Nessa região onde está localizada a vinícola, a viticultura tem origens muito antigas, com mais de dois mil anos de história. As vinhas, localizadas a cerca de 100 metros acima do nível do mar, se estendem por cerca de 13 hectares em solo argiloso, rico em fósseis com condições microclimáticas ideais para a videira.

Neste cenário em San Miniato são produzidos os vinhos de agricultura biodinâmica

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A propriedade, que pertence à família Masini desde 2000, se estende por uma única colina, com 40 hectares de vinhedos, oliveiras e terras aráveis. Villa la Selva, o coração da propriedade, é uma antiga habitação que já pertenceu à família Bonaparte, adquirida em meados do século 19 pelo marquês Cosimo Ridolfi,  que começou a aplicar no local técnicas inovadoras nos vinhedos e construir a adega que está atualmente em uso.

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As variedades produzidas são aquelas da tradição vinícola da Toscana: Sangiovese, Canaiolo, Trebbian0, Malvasia Branca e Negra, Buonamico, San Colombano e um nativo quase desaparecido, o Sanforte, do qual estamos recuperando o patrimônio genético. Existem também variedades internacionais: Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc.

pato

Grazie tante Anastasia @itali-amo-trips e @cosimo_maria_masini

A Torre de San Niccolò de Firenze

Que tal admirar Firenze do alto de uma torre medieval? Essa é uma das mais gratificantes experiências que podemos vivenciar aqui na cidade! Durante o verão, a Torre de San Niccolò é aberta para visitação, numa iniciativa da Mus.e, que está promovendo visitas guiadas diariamente, até o dia 30 de setembro.

A porta de San Niccolò apresenta aspecto de torre. Seu nome deriva da região onde está, San Niccolò, no Oltrarno

Superados os 160 degraus, o visual que temos lá de cima é deslumbrante: o Duomo, o Palazzo Vecchio e a Torre de Arnolfo, todas os principais monumentos da maravilhosa cidade de Firenze,  a 360 graus.

Do alto da torre: um dos panoramas mais evocativos e exclusivos da cidade

 

A Porta de San Niccolò, que tem aspecto de torre, faz parte das antigas muralhas que protegiam Firenze

 

A Torre de San Niccolò, que encontra-se na Piazza Poggi,  é um  importante testemunho que nos ajuda a compreender a história da cidade,  em particular modo sobre os muros urbanos que protegiam a cidade.  A torre foi construída  entre os anos de 1324 e 1327 com o objetivo de defender a cidade. Com 45 metros de altura,  é a mais alta das antigas torres da cidade ainda existentes e a única que apresenta altura original.  Com a evolução da maneira de  fazer guerra, quando as armas de fogo começaram a substituir as armas brancas, na primeira metade do século 16,   as portas precisaram ser  reduzidas para oferecer um alvo menor e diminuir o perigo em caso de colapso. Mas a Porta de San Niccolò não foi tocada porque a colina de San Miniato lhe oferecia uma proteção natural contra os golpes da artilharia.  Todas os outras portas foram abaixados durante o cerco de Florença, que começou em outubro de 1529, sob o comando do Imperador Carlo V.  Em 17 de fevereiro de 1530, os florentinos, fingindo ignorar a presença das tropas de Carlo, disputaram na Piazza Santa Croce uma partida de futebol para zombar dos inimigos. Foi assim que surgiu o  calcio storico fiorentino. Em 1530 a cidade foi tomada e o Imperador nomeou seu genro Alessandro de ‘Medici como o novo governante da cidade.

A estrutura está bem conservada. As  ameias  das muralhas  foram reconstruídas após a 2 ª Guerra Mundial

Em 1864, quando Firenze foi proclamada capital da Itália  fez-se necessário um projeto de modernização da cidade. Em 1865, o arquiteto florentino Giuseppe Poggi apresentou ao rei Vittorio Emanuele II  um novo layout da cidade. Com isso, quarteirões medievais do centro histórico tiveram que ser destruídos e as muralhas do século 13 de Arnolfo di Cambio foram abatidas para que a cidade se alargasse, dando espaço às novas avenidas de Circonvallazione. Na parte norte do Arno, apenas as principais portas de acesso foram deixadas, enquanto que do lado sul, na área do Oltrarno, parte das muralhas e portas são visíveis e bem preservadas.

Torre de San Niccolo de Firenze

 

Este ano, mais um motivo para visitar a torre é a possibilidade de admirar de maneira privilegiada a Rampe del Poggi, o sistema de fontes que embeleza a praça e a colina abaixo da Piazzale Michelangelo, que foi reinaugurado em junho de 2019. Outras atrações que ficam próximas à torre: Basílica de San Miniato al Monte, Giardino delle Rose e Villa Bardini.

 

Le Rampe del Poggi

Le Rampe: depois de um século, retorna o sistema de águas com cascatas e grutas. Esta obra monumental foi projetada por Giuseppe Poggi e liga o Piazzale Michelangelo à Torre de San Niccolò

 

Torre di San Niccolò

Piazza Giuseppe Poggi – Firenze

Visitação: diariamente, das das 17 h às 19:30 h, a cada meia-hora, de 24 de junho até o dia 30 de setembro.   De 1 de setembro das 16 h às 18:30 h ( último acesso meia hora antes de fechar)

Valor: 6,00 euros

Atenção: visitas permitidas a partir de 8 anos, entrada gratuita até 18 anos.

Informações e reservas: Tel. 055/2768224 – 055/2768558
info@muse.comune.fi.it