Arquivo mensais:setembro 2020

Saludecio, o burgo dos murales

Há um pequeno vilarejo no Valle del Conca, na província de Rimini, inserido numa paisagem verde, onde as paredes vão ganhando, a cada ano, novos murales, contribuindo assim para transformar o pequeno burgo num encantador museu a céu aberto! É Saludecio, onde caminhar é uma prazerosa descoberta! Imagine que esse gracioso burgo é todo colorido por murales que  retratam principalmente invenções do século 19.

 

Saludecio tem cerca de 3 mil habitantes e era um vilarejo fortificado que pertencia à Senhoria Malatesta

 

São suaves subidas e descidas e ruas de paralelepípedos, por onde passeamos e paramos para admirar os  40 murales  pintados por diferentes artistas que tornam este lugar  ainda mais mágico

 

Arte urbana enfeitando o pacato burgo de Saludecio. O interessante é cada obra traz a explicação da obra com ricas informações. Educativo também para as crianças

 

Saludecio é um minúsculo e charmoso  burgo medieval  na Emília Romanha, onde cerca de 40 murales colorem os muros de suas vielas e pracinhas retratando principalmente invenções do século 19. Realizado pela ARPERC  -Arte per Comunicare di Castellabate (SA) – desde o início dos anos 90, o projeto “800 Festival” acontece anualmente no verão, onde artistas realizam suas obras que vão se juntando às preexistentes.

 

Com seus 40 murales, o  projeto 800 Festival  permitiu que a cidade passasse a fazer parte da Associação Italiana de Países Pintados

 

Meucci e Garibaldi sobre a fábrica de velas, em meados no século 19

 

Sobre a invenção do tutu. Que beleza poder admirar arte nos muros de um pacato burgo medieval! E o mais interessante é que as pinturas trazem informações sobre o que é retratado.

 

A Porta Marina, a principal porta de acesso à cidade. Todo o vilarejo é fortificado por muros que “protegem” o centro histórico

 

Portão de Marina do século 14 é a principal  a porta de entrada principal da cidade.  É uma  estrutura da época de Sigismondo Pandolfo Malatesta , quando  o burgo era todo fortificado.   Localizada numa  colina, a cidade apresentava  uma posição ideal para a construção de castelos  com fins defensivos. Saludecio, de 1500 até 1800, se tornou o povoado mais importante desta parte do Valconca.

 

Igreja – A Igreja de San Biagio fica próxima à porta principal e  guarda um considerável patrimônio de obras de arte e também os restos mortais do venerável Beato Amato Ronconi.  Bem próxima à igreja fica a Torre Cívica,  do século 14.

 

Interior da igreja de San Biagio

 

Este é o muro da escola do burgo

 

Para quem estiver passeando pela Emília Romanha e quiser explorar as cidades próximas à Saludecio, deixo aqui algumas indicações  de alguns lugares que  já visitei.

 

Distâncias:

Bolonha – 130 Km

Rimini – 20 Km

Montefiore Conca – 5 Km

San Marino – 33 Km

Santarcangelo di Romagna – 45 Km

Urbino – 24 Km

Verucchio –  47 Km

San Leo –  46 Km

Verucchio –  48 Km

 

Fattoria Betti, em Pistoia, na Toscana

A Toscana é uma das mais famosas regiões produtoras de vinhos e o enoturismo é um mercado potencialmente muito forte e  não apenas pela qualidade dos vinhos mas também porque estamos num território de extrema beleza natural.  Pois é claro que, degustar vinhos com um belo panorama  faz – e como –  uma grande diferença!  A  região guarda preciosos segredos, como vinícolas de excelência em locais menos conhecidos, como a Fattoria Betti,  em Quarrata, província de Pistoia, norte da Toscana.

 

Produção de vinhos em Quarrata, Pistoia: clima, solo,  longa tradição vinícola e a beleza natural do território, que contribuem para transformar a experiência da degustação

 

O prédio é uma construção do ano 1903 e no passado foi o local onde os agricultores das redondezas traziam a  uva  para vinificação

 

Fattoria Betti 

A Fattoria Betti é uma empresa familiar, de propriedade dos irmãos Guido e Gherardo Betti, que  tem provavelmente a  única  cantina em estilo Liberty da Itália, construída no início dos anos 1900.

 

O edifício era o local onde os produtores da vizinhança traziam as uvas que depois seriam destinadas à vinificação

As fileiras de vinhas estão   localizadas  a  cerca de 200 metros acima do nível do mar e ali crescem as frutas da Fattoria Betti, em solo argiloso, o que confere à produção um carácter próprio.  Sangiovese, Cabernet, Trebbiano, Canaiolo nero e Merlot são algumas das uvas, que são colhidas à mão. A produção total é de  60 mil garrafas, mas a vinícola está se estruturando para proximamente dobrar  esse número.

Cheers! Um privilégio poder desfrutar de toda a beleza da natureza, degustar os produtos do território e conhecer sobre os processo de vinificação

“Os vinhos que produzimos nascem de uma profunda paixão que, aliada ao orgulho pelo território, nos leva a utilizar tecnologias inovadoras sem trair a milenar arte da vinificação e a utilizar a madeira de forma não invasiva”,  diz Gherardo, enólogo, que nos  explicou sobre os processos adotados na vinícola.

Na Fattoria Betti são utilizados barris de aço ,  de madeira e  cimento vitrificado (foto gentilmente cedida por Sandra Panerai)

 

Vindima

Setembro é mês de colheita de uvas, a vindima, e não podíamos ter visitado a vinícola em uma época melhor!  Tivemos a oportunidade de acompanhar algumas fases do processo, passear por entre as vinhas e experimentar a fruta docinha colhida diretamente das vinhas que ainda estão carregadas, visto que a colheita este ano deve  acontecer até o final do mês.

Para escolher o momento certo é fundamental verificar a maturação das uvas e verificar o teor de açúcares, e assim determinar o potencial teor alcoólico na fermentação

 

Momento que Gherardo chega na cantina com a máquina carregada de uva. É aqui que  começa, de fato, o beneficiamento da fruta. Esse processo é chamado de desengace, que é a separação das bagas, os grãos da uva, do engaço, que sustentam os cachos, que é precedido pelo esmagamento

 

#ungiornodabetti: um dia muito agradável, onde pudemos passear pelos vinhedos e conferir de perto e aprender sobre parte do processo de vinificação

 

Piquenique

Aproveitar a beleza da natureza em locais ao aberto para as refeições, principalmente num momento delicado como esse,  é a proposta certeira! Participei da visita à cantina, com degustação  de safras especiais e de um piquenique super especial nos jardins da empresa,  à convite da Fattoria Betti, em evento que levou a assinatura da expert Claudia Bondi, da Perle & Perlage, para um grupo de bloggers e jornalistas. “Un giorno a colazione nel Bund” foi o tema do evento, que contou com buffet com menu asiático.

 

Guido Betti, responsável comercial da empresa, acompanhou nosso grupo. Na foto, a organizadora do evento, Claudia Bondi, com Francesca Giagnorio, Alireza Mohtashami e Marco Bechi

Toalhas e cestinhas de piqueniques foram  colocados sob o gramado da vinícola. Participamos de uma degustação de vinhos harmonizados com pratos inspirados na China e suas tradições culinárias circundados por toda a beleza do território com seus vinhedos, ciprestes e oliveiras.

A blogger Azzurra, do La Cucina di Azzurra e a guia e blogger  Michela Ricciarelli, do Passion4Food4Fashion. Estava tudo muito gostoso, mas o ravioli com camarão acompanhado pelo Caprone Rosè, realmente excepcional!

Pistoia
Pistoia é uma pequena cidade da Toscana que fica entre Florença e Lucca. Foi proclamada Capital da Cultura Italiana em 2017 e é famosa pela cultivação de plantas ornamentais, tanto é que quando passamos pela estrada, os lindos viveiros de plantas chamam a atenção. Situada aos pés dos Apeninos, tem cerca de 90 mil habitantes. Para mais informações sobre  Pistoia e suas principais atrações, clique aqui.
* Grazie tante Fattoria Betti e Perle & Perlage per l’invito.

A Torre de Arnolfo

A Torre de Arnolfo, de 95 metros de altura, é um dos maiores símbolos de Firenze. É a segunda construção mais alta da cidade, perdendo apenas para a cúpula de Brunelleschi, e pode ser vista de diversos pontos da cidade.  Faz parte do  primeiro núcleo do Palazzo Vecchio, sede municipal da cidade de Florença, que foi construído em 1299, com  projeto de Arnolfo di Cambio.  A  torre, que  é aberta ao público para visitação,  foi realizada em  1310 e é um dos pontos panorâmicos mais bonitos de Firenze!

A curiosa assimetria em relação ao centro da fachada é que a torre foi erguida incorporando uma torre pré-existente que ficava naquela posição

As casas-torre eram demonstração de poder e prestígio das famílias que as construíam. Em Firenze  existiam inúmeras casas-torre e a torre de Arnolfo foi construída a partir de uma torre já existente,  a torre denominada “della Vacca”, que pertencia à família Foraboschi, e tornou-se a mais alta da cidade.

A Torre do Palazzo Vecchio é chamada de Torre Arnolfo em homenagem a Arnolfo di Cambio, o arquiteto do palácio, realizado no final do século 13

 

Na parte superior da torre ficam os 3 sinos campanários: um toca marcando as horas e os outros dois tocam em festividades cívicas. No alto da torre fica o catavento de bronze com uma esfera e  o Marzocco, o leão  símbolo  de Florença.

Os três sinos, a Martinella,  o sino do meio-dia e o sino dos sobrados,  ainda  estão em uso. E o leão Marzocco, símbolo de Florença

 

Com acesso pela parte interna do palácio, as escadarias com seus 223 degraus nos conduzem até o topo da torre.  No percurso, uma curiosidade: existe uma pequena cela, conhecida como Alberghetto, que já serviu de prisão para Cosimo Il Vecchio  e Savonarola.

Realmente fantástico o panorama de Firenze do alto! Temos a possibilidade de admirar a cidade pelos  quatro lados: dos monumentos, às colinas circundantes

Uma das principais curiosidades  relacionadas à torre é a pequena prisão, chamada Alberghetto,  situada praticamente na metade do caminho das escadarias que  conduzem até  o topo. É uma pequena  cela com uma janelinha que era usada, na maioria das vezes,  para deixar os cidadãos que aguardavam julgamento.  Duas personalidades  já estiveram presas no local: Cosimo Il Vecchio e Savonarola.  Cosimo de’ Medici  foi preso  em 1433 devido à suspeita, não muito infundada, de traição e de querer derrubar a República para obter a Senhoria de Florença. Ele foi condenado ao exílio e passou um período em Pádua e depois em Veneza e cerca de um ano mais tarde conseguiu retornar e estabeleceu de fato a Senhoria em Firenze.  Já  o frei dominicano Girolamo Savonarola, preso 65 anos depois, não teve a mesma sorte.  O líder religioso foi  condenado por heresia e queimado  na fogueira na  praça della Signoria,  em 23 de maio de 1498.
A prisão onde ja estiveram Cosimo I e Savonarola

A vista do alto da Torre de Arnolfo, que pode receber um número restrito de visitantes por vez

 

Torre de Arnolfo
Palazzo Vecchio -Firenze
Visitas: de segunda à domingo , das 9 às 21 horas (até 14h às quintas)
Valor: 10 euros (reduzido ) e 12,50 euros inteiro
Visite  o site da  Muse para mais informações
obs: Devido à pandemia é necessario se certificar dos horários de visitação , que  podem sofrer alterações