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A Capela da Madonna di Vitaleta, no Valdorcia

Um dos símbolos do Valdorcia é a Capela della Madonna di Vitaleta, uma pequena capela situada entre ciprestes, perto de San Quirico d’Orcia.   A capela é privada e o acesso até o local é apenas à pé, através de uma estrada de chão, mas a caminhada até o local é muito prazerosa, afinal, estamos em uma das áreas mais espetaculares da Toscana!

Posicionada em meio aos campos dessa esplendida região, tornou-se protagonista das paisagens mais famosas do mundo

Reza a lenda que, no século 16, no local onde se ergue a igreja, Maria apareceu a uma pastora e sugeriu-lhe que convidasse os habitantes de San Quirico a irem a uma  bodega em Florença, onde encontrariam uma estátua para ser  colocada na igreja de Vitaleta.

No ano de 1884 a capela foi redesenhada tanto interna quanto externamente pelo arquiteto Giuseppe Partini que se inspirou nos modelos do início do século 16. Sua aparência  é simples e a fachada revestida em pedra  de Rapolano

Graças às doações do povo, os devotos  compraram uma bela imagem em cerâmica vitrificada feita por Andrea della Robbia.  Entre o final do século  16 e 17, foi construída uma igreja para abrigar a escultura, em Vitaleta, Ao longo do tempo, numerosos milagres foram atribuídos à imagem sagrada, como contam os  moradores locais.

Durante muitos anos foi local de adoração de uma imagem da Madonna. Desde meados do século 19 a estátua  é conservada na Igreja da Madonna di Vitaleta, no centro de San Quirico d’Orcia.

A capela Vitaleta está localizada no município de San Quirico d’Orcia, província de Siena, no vilarejo de Vitaleta, não muito longe de Montepulciano.

Fica a cerca de 7 km do centro da cidade,  entre as cidades de Montalcino e Pienza, portanto, se voce está passeando por essa cenográfica região, reserve alguns minutos para visitar a capelinha.

Como chegar:

A capela está localizada em uma estrada de terra que leva de San Quirico d’Orcia a Pienza na direção de Montepulciano.  Um dos acessos é ao longo da estrada SP146 , onde  você  vai encontrar uma  placa à direita que o levará a uma estrada de terra.  É preciso estacionar o carro e terminar uma parte do percurso a pé.

Villa Saletta, hospedagem e vinícola no coração da Toscana

A Toscana não para de nos surpreender! E com a chegada do mês de março que anuncia a tão esperada primavera quero apresentar um lugar de sonhos onde estive recentemente para visita, degustação de vinhos e almoço:  Villa Saletta,   uma maravilhosa estrutura localizada no coração das colinas  pisanas, a menos de 1 hora de Florença,  um complexo com três vilas para hospedagem e moderna vinícola que produz excelentes vinhos.  Visitei também o antigo vilarejo de Villa Saleta,   um burgo medieval praticamente desabitado que será completamente reestruturado nos próximos anos.

Villa Saletta fica numa área com mais de 1.200 hectares de bosques, oliveiras e vinhedos, com  lindos e confortáveis casarões para hospedagem. O antigo burgo será rees

A história do local  começou há alguns séculos,  com a  família Gambacorta, proprietárias das terras nos anos 1300, antes que passasse para a família Riccardi, que transformou a Villa Saletta em uma verdadeira empresa rural nos séculos 16 e 17, para depois ser vendida à família Castelli.  Há cerca de 20 anos  Villa Saletta   é de  propriedade da família inglesa Hands, ativa no mundo das finanças e no setor de hotelaria de luxo.

A estrutura compreende 3 casarões para hospedagem,   uma vinícola e um burgo medieval que será reestruturado

Villa Saletta disponibiliza de uma posição invejável, entre  as encostas íngremes do vale até a cidade de Palaia, e está próxima às cidades históricas de Pisa, Lucca e Volterra, que oferecem uma concentração incomparável de beleza, arte e cultura.

Hospedagem

Villa Saletta oferece um complexo constituído por 3  maravilhosas vilas históricas que foram completamente reestruturadas e disponibilizadas para aluguéis turísticos. São acomodações ideais  para quem busca uma ocasião de viver dias de descanso e relax,  circundado da beleza toscana com todo o charme e conforto,  além de hospitalidade única e de alto nível, onde cada detalhe faz a diferença.

As estruturas são luxuosas e oferecem acomodações com total conforto

Cada uma das nossas três vilas foi cuidadosamente restaurada, usando técnicas regionais tradicionais e materiais toscanos que refletem a origem local. Os três casarões disponíveis para temporada são Villa Fagnana, uma elegante casa do século 19 que proporciona uma vista para todo o bosque e para as plantações de azeitona e uva,  Valle, imersa numa tranquilo vale e Casolare,  um refúgio de caça em estilo chalet suiço.

Atenção e respeito pelas tradições locais e peças de design contemporâneo

A sala da Villa Fagnana, onde almoçamos

Na Villa Saletta é possível solicitar chef a domicilio.   O nosso almoço  contou com uma proposta gastronômica elaborada pelo chef Francesco Chiavacci.

Para começar, pappa al pomodoro com salsicha e queijo pecorino, como primo risotto Acquerello com brócolis, stracciatella e avelã, stracotto de carenou Chianina com Villa Saletta Chianti DOCG Superior 2016 em creme de batata aromatizo com trufas e para sobremesa mousse ao mascarpone com Vinsanto e crumble de cantucci

 

O brasão é da época da família Riccardi

Vinícola Villa Saletta

Villa Saletta está numa área tradicionalmente conhecida pela produção de vinho desde o século 10.

Labirinto de vinhedos:  Torrino é um antigo vinhedo circular usado em tempos antigos como uma espécie de “armadilha” para a caça. Dentre as atividades, Villa Saletta oferece piquenique e degustações nessa área no final do dia

Além da clássica variedade toscana de uva Sangiovese, a empresa  produz vinhos com uma série de variedades de origens mais distantes, como Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot, todas perfeitamente adaptadas ao terroir e que são rigorosamente selecionadas a mão.

Vinícola moderna e de baixo impacto energético e construída com materiais como o ferro e cortiça, o que evita a necessidade de instalações de condicionamento: vinhos elegantes e com personalidade

A estrutura da vinícola é moderna e gira em torno do conceito de biodiversidade e do equilíbrio ambiental perfeito com cultivos diferenciadas e complementares,   além do vinho   azeite, silvicultura, ervas e flores silvestres, trufas e caça.

Graças ao uso conjunto de técnicas e abordagens tradicionais e as ferramentas da agronomia moderna, o sistema de viticultura da Villa Saletta está agora entre os mais avançados da Itália.  Villa Saletta combina técnicas tradicionais da Toscana e tecnologia moderna, mantendo um vínculo forte e constante com o patrimônio da propriedade,  produzindo uma série de vinhos da mais alta qualidade e reconhecidos internacionalmente.

O agrônomo e enólogo David Landini Tradição e inovação:  Villa Saletta  é uma cantina moderna e funcional onde nascem vinhos elegantes e com personalidade

O agrônomo e enólogo de Villa Saletta é David Landini,  com uma rica herança agrícola, que defende “a inovação valoriza a tradição, garantindo uma compreensão técnica e atual do território”.

Tradição e inovação:  Villa Saletta  é uma cantina moderna e funcional onde nascem vinhos elegantes e com personalidade. David apresentando os vinhos que foram degustados na vinícola

A vinícola dá máxima atenção aos detalhes de cada fase do processo de produção com o objetivo de colocar a Villa Saletta na vanguarda da produção de vinho. Desde sempre  prevaleceu a linha de produção de vinhos de qualidade superior, apostando na produção de alguns rótulos em nome da “Villa Saletta” capazes de competir no panorama vitivinícola italiano.

O burgo medieval

O burgo de Villa Saletta viveu seu período de maior esplendor entre os séculos  16 e 17  quando a família Riccardi,  cuja fortuna está ligada aos Medici,  a transformou em uma das propriedades mais conhecidas de toda a Toscana.

O local  já pertenceu a famílias nobres como Gambacorta, Riccardi e Castelli

Proximamente iniciará a restauração do burgo medieval Villa Saletta, destinado a se tornar um resort de luxo.

Rico de história e beleza, Villa Saletta é um lugar  autêntico, para uma experiência inesquecível e genuinamente toscana, em meio a vinhedos e oliveiras a perder de vista, hospitalidade de alto nível, acomodações luxuosas e confortáveis e que te permite  vivenciar a verdadeira essência toscana.

 

  • Visitei  o local à convite da empresa, em presstour organizado pela Arthouse PR.

 Villa Saletta
Via Fermi, 14

Località Montanelli

Palaia- Pisa, Toscana

 

Prato, a segunda cidade mais populosa da Toscana

Por estar perto de cidades bem maiores e mais famosas, a cidade de Prato acaba ficando de escanteio.  Localizada no coração da Toscana, a apenas 25 quilômetros de Florença,  Prato tem cerca de 200  mil habitantes.  A cidade possui muitos locais de grande interesse, repletos de arte, beleza e elegância.   Vou enumerar algumas atrações no centro histórico, que é gracioso e muito bonito:
 –  A Basílica de Santo Stefano, o Duomo da cidade, que fica na praça Duomo.  A Basílica, em estilo românico-gótico, apresenta um  púlpito externo realizado por Donatello e Michelozzo. No interior há um maravilhoso ciclo de afrescos realizado por  Filippo Lippi em meados do século 15.

Na Capela Maior o ciclo de afrescos realizado por Filippo Lippi

Aqui na igreja é mantida uma preciosa reliquia, o Cinto  Sagrado de Nossa Senhora, que segundo a tradição, foi trazido de Jerusalém em 1141 por Michele Dagomari.

O cinto, ou em italiano Sacra Cintola, ou Sacro Cingolo, è conservada na capela homônima da basílica de Santo Stefano

O púlpito realizado por Michelozzo e Donatello

O culto do cinto –  Do púlpito, a relíquia de Nossa Senhora é apresentada  para os fiéis em algumas ocasiões.  O cinto era exposto também  em caso de epidemias, mau tempo e seca, para pedir a ajuda de Nossa Senhora.
–   Outra atração de Prato está localizada na mesma praça, é o Museu dell’Opera del Duomo di Prato, inaugurado em 1967. O museu preserva pinturas, esculturas e móveis  antigos.
 –  O Palazzo Pretorio é uma imponente  construção de  tijolos vermelhos,  cuja construção iniciou no século 13.   Aqui é a sede do Museu do Palazzo Pretorio, onde podemos admirar obras de Donatello, Filippo e Filippino Lippi, Alessandro Allori,  Lorenzo Bartolini e muitos outros artistas.

O Palazzo Pretorio, centro da vida política da cidade

– Palazzo Comunale di Prato. Esse é um antigo palácio de origem medieval, localizado na praça de mesmo nome, em frente ao Palazzo Pretorio.
– Castello dell’Imperatore,   também conhecido como Castelo  Svevo ou Fortaleza de Santa Bárbara,  é construção medieval do século 13,  construída a mando de Frederico II da Suábia e que  transformou-se em prisão no século 14.  É possível subir a fortaleza  e admirar o panorama lá do alto.
_ Museo del Tessuto, Palazzo Datini,  Casa Museu Leonardo Tintori e Museo di Scienza Planetarie, Igreja de São Francisco e a Basílica de Santa Maria delle Carceri, realizada por Giuliano da Sangallo , que ficam na piazza Maria delle Carceri  são outras atrações da cidade.

A Igreja de São Francisco

 

Basílica de Santa Maria delle Carceri

 

Prato é a terra do cantucci ou cantuccini, mais conhecido como biscotti di Prato,  que são biscoitinhos secos,  crocantes, feitos com amêndoas e geralmente servidos com Vin Santo. Clique aqui para conferir as tradições gastronômicas da Toscana.

No centro histórico de Prato uma loja da Antonio Mattei, premiada fabrica de biscoitos fundada em 1858

Prato fica perto de importantes cidades da arte, como Arezzo (90 km), Siena (90 km) e Pisa (75km). O percurso de trem de Florença até Prato dura apenas 20 minutos.   Você  já tinha ouvido falar em Prato?
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O pavimento da Catedral de Siena

Um dos maiores tesouros da arte italiana é o pavimento da Catedral medieval de Siena Santa Maria Assunta: “o mais belo, maior e magnífico que já foi feito”, segundo descreveu Giorgio Vasari. Para sua  melhor preservação, o pavimento do Duomo passa a maior parte do ano coberto.

O piso é descoberto durante poucas semanas do ano

 

Por apenas  um período muito limitado do ano é possível admirar por inteiro o excepcional pavimento da Catedral de Siena,  que por uma questão de  preservação passa a maior do tempo coberto.   E mais do que poder ver o minucioso trabalho bem de pertinho, tive a oportunidade de admirar do alto, graças ao percurso exclusivo Porta del Cielo,  passando por corredores, subindo escadarias estreitas e caminhando alguns momentos por dentro e outros por fora do Duomo.

O percurso exclusivo “Porta del Cielo” permite admirar o pavimento do alto. Experiência incrível!

Vamos descobrir algumas curiosidades:

– são 56 painéis  com cenas bíblicas e mitológicas, cuja mensagem representa  um convite  à Sabedoria,

–  o pavimento do Duomo foi realizado em mármore,

– para a execução do pavimento duas técnicas foram utilizadas: o “commesso marmoreo”  que é um tipo de mosaico e o “grafitto”, com realização de desenhos que eram traçados sobre parte do mármore branco com pequenos furos feitos com cinzel e broca , que eram em seguida preenchidos com estuque preto,

–  o piso é descoberto  em dois períodos por ano, sendo que uma das vezes é de 18 de agosto até o final de outubro,

– O piso é o resultado de um complexo programa iconográfico realizado  entre os séculos XIV e XIX,

– os temas apresentados são ricamente ornamentados em toda a nave, nos corredores laterais e na área do altar e do coro,

– o trabalho foi realizado por artistas senenses como Domenico di Bartolo, Matteo di Giovanni e Domenico Beccafumi e Pinturicchio, artista umbro,

– o pavimento cobre a inteira superfície da catedral, ou seja, 1300 m2,

– o ingresso à catedral  é a pagamento

 

Uma obra-prima absoluta é o grandioso piso de mármore, único tanto pela técnica de execução como pela mensagem que os seus painéis figurativos consagram

 

A melhor forma de  admirar o piso é subir a escada em espiral

Em estilo românico-gótico, a Catedral de Santa Maria Assunta foi construída no início do século 13: é um único e enorme complexo monumental que contém obras de importantes mestres da história da arte européia

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Participei de um tour exclusivo “La Porta del Cielo”, onde é possível admirar o Duomo de ângulos diferentes

Realizei a viagem  à convite da prefeitura de Siena, com organização de Destination Florence CVB.  

Para mais informações sobre horários, datas e valores, clique aqui.

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As masserias na Puglia

Tem tempo que não tinha texto aqui  no  Amici Miei.  Na verdade esse texto que a Mariana Freitas Mouraria preparou com tanto carinho havia sido agendado e não sei explicar o motivo pelo qual ele não foi publicado.  Mas então vamos lá,  hora de conferir o texto da Mari, que conta sobre a sua experiência numa masseria na Puglia:

Masseria, muito difundido no sul da Itália, especialmente na Puglia e na Sicília,  era uma grande fazenda habitada por proprietários de terras e camponeses e também incluía espaço para estábulos e plantações e que atualmente são utilizadas como agroturismos

Mariana Mouraria numa masseria na Puglia

Ahhhh, a Itália! Quando penso na querida “bota”, logo me vem à cabeça o trocadilho da marchinha de Carnaval: “Doutor, eu não me engano, o coração é italiano”. Fonte inesgotável de deslumbramento e colecionadora de uma legião de fãs mundo afora, a Itália nunca se cansa de nos surpreender e despertar paixões.  E é na categoria “surpresa apaixonante” que a lindíssima região da Puglia se encaixa perfeitamente.
Era final de setembro, comecinho de outubro de 2019. São Pedro muito generosamente ofertou lindos dias de outono: azuis e ensolarados. Depois de Roma (amor eterno) e Matera (mais uma nova paixão), chegamos à Puglia em grande estilo, na maravilhosa Masseria Cervarolo, aquele tipo de hotel que, por si só,  já é  um destino.
A Masseria Cervarolo tem localização espetacular, fica na cidade de Ostuni (a linda città bianca), mas fora da zona urbana. As masserias seriam a versão pugliese dos agroturismos da Toscana e da Umbria. E que lugar ! Espetacular, perfeito, para dizer o mínimo.  O querido Teo, sua família e time incrível fazem da Masseria Cervarolo uma experiência inesquecível,  daquelas para se guardar com todo amor e carinho no coração,  no recanto seleto das melhores lembranças.

Lugar mais que especial

Procura os trulli, as inconfundíveis casinhas cônicas com telhado de pedra, cartões-postais da Puglia ? Na masseria tem! Piscina cinematográfica,  belas paisagens, igrejinha pra chamar de sua? Tem também! E a comida? Bom, basta dizer que é  para se comer rezando, com direito à  aula/degustação de vinhos puglieses e aula de culinária,  todas gentilmente oferecidas, sem custo adicional. Aquele agrado que conquista a todos!
Um grande abraço a todos!!! E posso garantir, a Puglia é  uma ótima ideia!!!
Texto e fotos: Mariana Mouraria
Mari, grazie di cuore por sua participação!

O burgo toscano de Barga, na Garfagnana

A Toscana é de fato uma das regiões mais bonitas e requisitadas da Itália, principalmente por suas importantes cidades de arte.  Mas existe também uma Toscana bem menos conhecida,  genuína e pacata, constituída de pequenos burgos que encanta seus visitantes! Visitei recentemente Barga, que está inserido numa área da Toscana que não frequento muito: a Garfagnana.   Amantes  do slow travel,  vai aqui mais uma dica de passeio de uma cidade pouco explorada pelo turismo de massa e que sem dúvidas vai te conquistar por seu ritmo lento e graciosidade. Barga sedia eventos artísticos como  Opera Barga, que surgiu nos anos 60, e o Barga Jazz , importante manifestação musical de jazz que acontece na cidade desde os anos 80.

Barga é uma encantadora vila medieval, cercada por muralhas e portas antigas. Destacam-se os elegantes edifícios históricos, construídos sobre os restos de edifícios medievais

Localizada a cerca de 400 m de altitude, a  pequena Barga tem cerca de 10 mil habitantes e é uma  charmosa cidadezinha que fica no topo de uma colina no Valle del Serchio, na província de Lucca. Circundada por uma paisagem maravilhosa,  Barga  pode ser explorada a pé e em poucas horas.

Com características medievais, Barga é circundada pela esplêndida natureza da região e é famosa por ser um dos “Borghi più Belli d’Italia” graças às suas belezas históricas, arquitetônicas e naturais. Barga  é a cidade adotiva de Giovanni Pascoli, um dos mais renomados poetas italianos de todos os tempos, que foi sepultado na cidade.

Barga também foi agraciada com o reconhecimento de “Città slow”, que a identifica como uma zona turística de grande importância

Barga  é a cidade mais escocesa da Itália.  Essa forte ligação com a Escócia é que no século 19 muitos habitantes emigrantes em busca de uma vida melhor no exterior.  E quando retornaram para o país,  trouxeram esposas, filhos e tradições escocesas com eles.   Inclusive é fácil conseguir experimentar o famoso “fish and chips” em alguns restaurantes.  A Scottish  Week acontece sempre no mês de setembro.

 

Para explorar o centro histórico é preciso subir algumas ladeiras. E vamos caminhando subindo escadas e superando seus estreitos becos

Barga  conserva o típico traçado medieval de avenidas , com as duas ruas principais, Via di Mezzo e via Petrorio. Porta Reale é a principal de acesso ao burgo

 

 

O Teatro dei Differenti, inaugurado em 1795

 

Interior da chiesa di Sant’Elisabetta d’Ungheria

 

O Duomo de San Cristoforo, de origens bem antigas, provavelmente edificado no século 11

A Catedral de San Cristoforo de Barga é uma joia românica no centro da aldeia que por fora quase se assemelha a uma fortaleza. O edifício original data de antes do ano 1000, mas foi modificado nos séculos seguintes, com elementos decorativos que vão do românico ao gótico.

História do Barga
Como muitas outras cidades toscanas, achados arqueológicos do período pré-histórico evidenciam seu antigo passado. Barga era habitada por ligúrios-apuanos e posteriormente pelos romanos. As primeiras notícias documentadas de um núcleo habitado remontam ao século 9,  quando o território era feudo lombardo. Nos séculos 11 e 12   sofreu  diversos assédios de milícias de Lucca e Pisa e em meados do século 14 passou a fazer parte dos domínios florentinos. Seu esplender econômico e cultural foi em época Medicea, quando experimentou um período de grande desenvolvimento econômico, evidenciado pela construção de numerosos edifícios de prestígio.  Foi  de domínio pisano antes da cidade de Lucca.

 

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1 dia em Orvieto

A  Úmbria, conhecida como o coração verde da Itália, é uma região repleta de maravilhosos burgos medievais. Dentre os mais visitados está Orvieto, onde é possível passar 1 dia de  visita e conhecer suas principais atrações, que ficam próximas uma das outras e o percurso pela cidade é quase intuitivo. Com cerca de 20 mil habitantes, Orvieto tem atrativos turísticos, naturais e culturais, sendo que os mais importantes são o  espetacular  Duomo com sua fachada em estilo gótico e o famoso poço de San Patrizio.  Além dos museus e monumentos de Orvieto, também existem áreas verdes e parques para os amantes da natureza e passeios ao ar livre.

Orvieto está localizada na província de Terni, mas fica a cerca de 80 quilômetros desta cidade

Orvieto é uma cidade “museu” que viveu diferentes épocas históricas,  como etrusca e medieval, representando um centro de grande importância histórica e cultural em toda a Itália. Nós estávamos viajando de carro pela região e buscamos  estacionamento , que  é a pagamento, perto da linha da funicular e dali atingimos o centro histórico, que fica na parte alta.

 

Orvieto é chamada de “Alta e estranha” e não é difícil entender por quê. Situada numa bonita falésia de tufo, Orvieto domina todo o panorama!

Assim que chegamos pela funicular  seguimos pela via Cavour, que praticamente divide a cidade em duas partes. É  uma área pedonal com lojinhas, bares e ateliês, com produtos realizados a mão pelos artesãos locais. Mostro aqui as principais atrações de Orvieto:

Orvieto é um charmoso burgo na Úmbria com cerca de 20 mil habitantes

Jardim Albatroz – A Fortaleza Rocca ou Albornoz é acessível a partir da Piazza Cahen e hoje abriga os principais jardins públicos da cidade. A fortificação original  remonta a 1364,  com fosso e pontes levadiças, mas hoje apenas uma parte permanece com a bela torre, ainda em perfeito estado.

 

Duomo de Orvieto – A catedral de Santa Maria Assunta de Orvieto é uma das maiores obras arquitetônicas do final da Idade Média. A pedra fundamental foi lançada em 13 de novembro de 1290 pelo papa Nicolau IV. Na bela fachada em estilo gótico, podemos admirar as decorações arquitetônicas que vão do século 14 ao 20, como mosaicos dourados e três majestosas portas de bronze.  O interior é decorado com duas capelas com afrescos de grandes pintores italianos,  sendo que merece destaque o famoso Julgamento Universal de Luca Signorelli.

A fachada da igreja é decorada com grandes e baixos relevos e estátuas com os símbolos dos evangelistas, provavelmente projetados por Arnolfo di Cambio e seguido por Lorenzo Maitani na  primeira metade do século 14. Os trabalhos prosseguiram por mais 3 séculos

O plano da catedral de Orvieto é uma cruz latina com três naves

Capela della Madonna di San Brizio – Famosa por seus maravilhosos afrescos, a capela foi adicionada à catedral no século XIV. Na realização dos afrescos atuaram inicialmente Beato Angélico e Benozzo Gozzoli, substituídos por Luca Signorelli quando transferiram-se à Roma. As paredes e as abóbadas  foram afrescadas por Luca Signorelli, que começou os trabalhos em 1499.  Rica em expressividade e drama, é  uma verdadeira  obra-prima do pintor originário de Cortona que representa o tema do Juízo Final.  E uma curiosidade: o tema e as representações criadas por Signorelli serviram de inspiração para Michelangelo na realização dos afrescos da famosa Capela Sistina.

Torre del Moro – Inicialmente foi chamada Torre del Papa, depois foi renomeada Torre del Moro. A  torre fica no coração da cidade, localizada no cruzamento dos bairros e das ruas mais importantes e centrais: Corso Cavour, Via della Costituente e Via del Duomo. A torre é visitável diariamente e metade do percurso  pode ser feita de elevador . O ingresso custa 2, 80 euros e é gratuito para crianças de até 10 anos (os horários variam de acordo com a época do ano).

 

Igreja de Sant’Andrea – Localizada ao lado do Palazzo Comunale e na bela Piazza della Repubblica, a igreja de Sant’Andrea e Bartolomeo sofreu alterações arquitetônicas significativas ao longo do tempo.  Curiosidade: evidências dos períodos etrusco e romano foram encontrados no “porão da igreja”.

A possui uma bela fachada e é ladeada por uma torre dodecagonal

Poço de San Patrizio  – O poço de Sao Patrício é uma obra-prima da engenharia renascentista. Foi construído  no século 16 à mando de Clemente VII, que se refugiou em Orvieto durante o Sacco di Roma em 1527.  A obra,  realizada  por Antonio da Sangallo ,  foi concluída em 1537. O poço foi construído para garantir abastecimento de água à cidade, mesmo em caso de cerco e calamidade. A construção impressiona tanto pelas 72 grandes janelas simetricamente colocadas dentro de toda a cavidade, como pela estrutura em dupla escada espiral, que permitia  descida fácil  também para animais de carga.  O poço, construído em forma cilíndrica,  tem  54 metros de profundidade.

O Pozzo di San Patrizio, construído em forma cilíndrica,  tem  54 metros de profundidade

Como devem ter percebido através das fotos e do texto, Orvieto é um verdadeiro museu a céu aberto,  que mescla arte,  história e belezas naturais.  E como a cidade é pequena, recomendo andar sem destino para descobrir os encantos desse pequeno burgo medieval.

As agradáveis surpresas quando passeamos por suas ruelas laterais e mais tranquilas

Orvieto fica a apenas 23 Km de outro lindo burgo medieval , Civita di Bagnoregio, conhecida como “a cidade que morre”.

 

6 de janeiro, Dia de Reis, Epifania e Festa da Befana

Dia 6 de janeiro é feriado nacional na Itália, Dia da Epifania, e dos Reis Magos, e também da Befana, que presenteia as crianças que se comportam bem com balas e doces.  Pode-se dizer que a data praticamente marca o início do ano aqui, pois só depois deste feriado é que as crianças voltam à escola, depois de um curto período das férias invernais.

Para festejar a data, acontece anualmente em Firenze a Cavalcata dei Magi, organizada pelo Museu dell’Opera del Duomo, um cortejo histórico que remonta ao século XV  com  figurantes que desfilam em lindos trajes de época.

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Os trajes usados foram inspirados no ciclo de afrescos realizado por Benozzo Gozzoli,  na Cappella dei Magi, no Palazzo Medici Riccardi, a primeira residência da família Medici em Firenze

O percurso começa no Palazzo Pitti e conta com os 3 reis magos  que levam os presentes ao Menino Jesus,  ouro, incenso e mirra, até a Piazza do Duomo, onde termina o cortejo.

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Na religião cristã, o dia 6 de janeiro, a Epifania é celebrado  no 12º dia após o Natal,  com a Adoração dos Magos confirmando e testemunhando Jesus Cristo como  a encarnação do filho de Deus

cavalcata-dei-magi

O cortejo histórico conta com cerca de 700 figurantes que desfilam em lindos trajes  renascentistas  e conta com a participação dos lançadores de bandeiras. A indumentária foi inspirada no ciclo de afrescos realizado por Benozzo Gozzoli,  na Cappella dei Magi, no Palazzo Medici Riccardi, a primeira residência da família Medici em Firenze.

epifania

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A celebração nos leva de volta ao tempo, mais precisamente ao ano de 1417, quando o desfile  se repetia a cada 3 ou 5 anos.  O desfile contava também com a participação de alguns membros masculinos da família Medici.  Provavelmente por este motivo a celebração foi suspensa em 1494, quando os Medici foram expulsos da cidade de Florença. Em 1997, durante as comemorações do sétimo centenário da catedral, a Opera Santa Maria Del Fiore resolveu retomar esta tradição, organizando anualmente uma solene procissão que representa os Reis Magos, em vestimenta de seda, que atravessam o centro de Firenze.

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O percurso – Palazzo Pitti até a Piazza Duomo

O inicio do percurso é da Piazza Pitti.  A  procissão passa pelas ruas do centro da cidade (via Guicciardini, Ponte Vecchio, Via Por Santa Maria, Via Lambertesca,  Piazza della Signoria, Via Calzaiuoli), até chegar na Piazza Duomo.

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Após a chegada da procissão na Piazza Duomo, acontece a oferta dos presentes dos Magos ao Menino Jesus. No final da cerimônia, como de costume, a liberação de muitos balões coloridos no céu, que representam nossos pensamentos,  orações e esperanças.

Epifania

A Epifania é uma celebração cristã que acontece em quase todo o mundo (calendário gregoriano) 12 dias depois do Natal e marca o encerramento das férias de inverno. Na tradição cristã a Epifania é a festa da revelação de Jesus como Deus. O termo  Epifania deriva do grego antigo que  significa “manifestação”, “aparição divina” e refere-se à apresentação do Menino Jesus à humanidade, representada pela visita do 3 Reis Magos. 

Festa da Befana

Como em outras situações, como Halloween, a fusão entre festividades cristãs e tradições de origens antigas, a Befana,  representada por uma velha voando na vassoura, é uma figura  popular típica da Itália e não muito conhecida no resto do mundo, que tem origem antiga  associada  a ritos pagãos que se fundem com  elementos folclóricos e cristãos. A  Befana traz presentes em memória daqueles oferecidos ao Menino Jesus pelos Reis Magos.

A Befana é representada, no imaginário coletivo, por uma velha de nariz comprido e queixo pontudo, que viajando  com uma vassoura leva doces e presentes para  as crianças.  Ela usa saia larga, um avental com bolsos, um xale, um lenço ou um chapéu na cabeça

Não se sabe quando nasceu a tradição folclórica da Befana. Há muitos séculos a festa entrou permanentemente nos ritos  pagãos. Durante as doze noites que seguiam ao solstício de inverno, período dedicado às celebrações do renascimento da natureza, os romanos acreditavam que figuras femininas guiadas pela deusa Diana  voavam sobre os campos recém-semeados garantindo dessa forma boa colheita.  Dessa forma surgiu o mito da “mulher voadora”.

No dia Da Befana acontecem manifestações em diversas cidades italianas. Aqui na loja La Rinascente de Florença

Existe uma lenda que relaciona a figura da Befana aos Reis Magos: quando os 3 Reis Magos estavam viajando para Belém encontraram uma senhora e a convidaram para que ela fosse junto com eles, mas ela se recusou.  Arrependida por ter negado de acompanhar os reis, ela  decidiu sair  à procura dos Reis Magos. Na noite do dia 5 para o dia 6 de janeiro, a velhinha pegou a sua vassoura e saiu voando, levando consigo um cesto com doces para presentear o menino Jesus. Como ela não sabia quem era, decidiu presentear as crianças que encontrava pelo caminho. Desde então, a velhinha foi destinada a girar o mundo presenteando crianças com doces para que ela fosse perdoada.

 

As meias temáticas vendidas nessa época do ano na Itália. Essa é uma tradição que  as crianças pendure em casa  uma meia para esperar a visita da  Befana, que deposita balas, doces, chocolates e às vezes  brinquedos. As crianças que se comportaram bem durante o ano recebem  doces e chocolates e as que não foram obedientes, recebem carvão, que na verdade é uma bala ou um doce preto

 

A Befana visita as casas do dia 5 para o dia 6 de janeiro. A data marca também o momento de desmontar a árvore e guardar os enfeites de Natal. L’Epifania tutte le feste porta via!

 

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Dimora Palanca e o restaurante Mimesi, em Florença

Florença acaba de ganhar um novo endereço de hospedagem de luxo, o Dimora Palanca, inaugurado em meados de agosto, que abriga também o Mimesi,  um excelente restaurante gourmet.  Com um novo conceito de confort, o boutique art hotel ocupa um elegante casarão da segunda metade do século 19, próximos às muralhas medievais da cidade e que faz parte da história da capital toscana.  O local é um clássico da arquitetura fiorentina, com espaços funcionais e requintados, com móveis de design ultramodernos em ambientes elegantes e refinados.  A estrutura dispõe de 18 quartos,  que conjugam o luxo florentino ao design contemporâneo. Vivenciei recentemente uma maravilhosa experiência no local, onde me hospedei por uma noite e também pude conhecer o restaurante Mimesi, capitaneado pelo chef Giovanni Cerroni. A atmosfera no Dimora Palanca é de uma elegância atemporal de um hotel cinco estrelas propondo uma nova forma de hospitalidade, onde charme,  luxo e sofisticação encontram  com facilidade uma dimensão de vivência extremamente pessoal,  onde é muito fácil nos sentirmos em casa!

O Dimora Palanca ocupa uma linda villa em estilo Liberty, a poucos minutos da estação ferroviária de Santa Maria Novella

 

Luxo fiorentino e design contemporâneo . Baseada em uma paleta de cores neutras que valoriza os objetos de decoração , a repaginação do espaço ficou por conta do arquiteto e designer Stefano Viviani, que optou em não mexer nos elementos arquitetônicos originais

História
Construída em Via della Scala no século 19, a villa era de propriedade da família Palanca e por isso mantem o mesmo nome.  A villa ficou abandonada por cerca de 30 anos e sua reestruturação é um projeto que leva a assinatura do arquiteto Stefano Viviani, responsável por uma repaginação contemporânea e elegante, dando  nova interpretação aos ambientes, com destaque para a nova  iluminação de afrescos, estuques, colunas, mármore e ferro forjado, sem descaracterizar  os traços que dão identidade ao local. A intenção é trazer de volta a mesma atmosfera de quando a estrutura era um ponto de encontro de viajantes cosmopolitas e amantes da arte que visitavam Florença.
O Hotel 
Chegando ao hotel temos a impressão de entrar numa grande mansão,  bastante  iluminada,  elegante e acolhedora,  mas nada ali conota  ostentação e nem intimida.  O hotel dispõe de 18 quartos, divididos em dois edifícios.  Todas as acomodações são arejadas e bem iluminadas, com tetos altos e pisos de madeira natural, cada um lindamente mobiliado e decorado no mais alto nível com peças únicas de design, sendo que alguns quartos  oferecem vista para as torres e cúpulas de Florença. Alguns dos espaços comuns são a Sala da Arte e da Música, Sala de Relax, para leitura, filme e TV.

Recepção do Dimora Palanca,  um clássico da arquitetura fiorentina do século 19, com ambientes funcionais e requintados,  com peças arrojadas de arte moderna e  móveis de design

 

Elegância atemporal . Essa é a Sala de Relax e Leitura

O Dimora Palanca  tem uma decoração tradicional, moderna e luxuosa. Além da recepção,  no piso térreo funcionam também um bar, a sala de café da manhã com acesso ao jardim com mesinhas, cadeiras e confortáveis  chaises distribuídas por todo o espaço.  Quando o tempo permite,  é possível  tomar o café da manha na área externa.  No prédio anexo à estrutura principal fica a antiga serra,  uma área do hotel com 4 quartos, ideal para hospedar pessoas da mesma família ou grupo de amigos.

Todas as comodidades dos quartos da estrutura contam com Wifi, café da manha a la carte, presente de boas-vindas, frigobar com drinks e refrigerantes , roupões e chinelos, secador de cabelo, ar condicionado,   amenities  Lorenzo Villoresi e em algumas categorias,  os plaids são em cashemire, um luxo!!!

Drinque e bilhete de boas-vindas, com chocolates artesanais e muito carinho

Esse foi o quarto onde me hospedei, com banheira hidromassagem no quarto

Fiz uma site inspection para conhecer outras categorias de hospedagem

Alguns apartamentos apresentam tetos com  afrescos

Bar do hotel e o  restaurante Mimesi
O hotel conta com um sofisticado bar e dois restaurantes.  No subsolo fica o restaurante Mimesi, originalmente a cozinha da antiga villa, com pratos sofisticados.   Como toda a estrutura, o ambiente do restaurante também é muito elegante e acolhedor, com  apenas 20 lugares,  onde o chef propõe  suas criações inspiradas em suas viagens e experiências de trabalho, tendo  já passado pela Espanha, China e Japão.

O bar é outro ambiente requintado do hotel, com mesas e bancada de mármore e maravilhoso ciclo de afrescos. O bar e o restaurante são abertos ao público , não apenas aos hóspedes

 

O café da manhã do Dimora Palanca é praticamente uma experiência gastronômica! Fiquei admirada com a quantidade de opções, entre doces e salgados, de tortas, bolos, pães, geleias, omeletes, sucos frescos e detox e uma grande variedade de chás e cafés, com notável atenção a uma variedade de propostas saudáveis e deliciosas!

Na sequência abaixo mostro um pouco da minha experiência de jantar no restaurante Mimesi, que é aberto ao público, cujo menu sugere a quintessência de sabores mediterrâneos, com pratos realizados com  ingredientes locais e sazonais sabiamente combinados com sabores e técnicas desenvolvidas pelo chef.

A abordagem pessoal do chef Giovanni Cerroni redefine uma viagem à cozinha contemporânea

 

Jantar harmonizado onde é possível optar pelo menu degustação de 5, 7 ou 9 courses

Festa de inauguração 
Participei também da  festa de inauguração  do Dimora Palanca que aconteceu no belíssimo jardim da hotel. Roaring Twenties, com buffet do restaurante Mimes. O evento contou com a presença da família Ugliano, proprietária do local, que recebeu os convidados ao lado da  gerente geral  Laura Stopani. Estiveram presentes mais de 150 convidados, dentre empresários, expoentes da indústria da moda, representantes de instituições  culturais, jornalistas e socialites.

Música ao vivo, atmosfera e sabores inspirados nas glórias dos anos 20. Foi uma festa divertida, com buffet do Mimesi, com drinks deliciosos, ostras e champanhe

“Esperamos esta data com muito entusiasmo e estamos muito felizes por iniciar oficialmente a nova vida de Dimora Palanca. Florença redescobriu um pedaço da sua história e a nossa vocação é fazer com que os hóspedes do nosso hotel tenham uma experiência capaz de os fazer respirar a essência de uma cidade única como Florença “, comentou Michele Ugliano

  • Grazie mille Dimora Palanca per l’invito e l’accoglienza impeccabile.

O Museu dos Medici de Florença

O Museo de’ Medici de Florença é o primeiro e único espaço expositivo inteiramente dedicado à história dessa poderosa família que por cerca de 3 séculos governou Florença e a Toscana.  Com  elementos reais e virtuais, o museu conta principalmente a  história da família  a partir dos anos 1500 e dos Grão-duques da dinastia por meio de salas temáticas, retratos, medalhas, documentos, manuscritos e exposições temporárias, de coleções particulares e portanto, inéditos. O museu , localizado no Palazzo Sforza Almeni, foi inaugurado em junho de 2019.

 

Esse é o primeiro museu dedicado exclusivamente à história da família Medici, onde podemos conferir  coleção de pinturas, manuscritos, objetos pessoais e raridades pertencentes a alguns dos mais  ilustres membros da família

Participei de uma visita guiada organizada pela Toscana è,  associação que ajuda a divulgar as belezas do território toscano. Nossa visita foi conduzida pela competente guia Elena Petrioli, autora do blog Guarda Firenze,  e contou com a participação do diretor do museu, Samuele Lastrucci.

Com a guia Elena, Mad e Sandra e os  membros da  Toscana è Leonardo, Gloria, Marco e Erika

Palazzo Sforza Almeni  – o antigo palácio fica a poucos passos da Catedral Santa Maria Del Fiore

O museu está localizado no Palazzo Sforza Almeni, antiga residência do cavaleiro Sforza Almeni,  que foi conselheiro de Cosimo I de ‘Medici. Sforza Almeni foi  secretário de Cosimo por mais de 20 anos, de quem obteve  privilégios e recebeu muitas honras, como o título de Cavaleiro de Santo Stefano e a posse do edifício, confiscado da família Taddei, que havia se oposto ao regime dos Medici.   Almeni convocou os melhores artistas da época  para reestruturar o palácio,  como Vasari e Ammannati. O papel de secretário confidencial do duque era também muito perigoso e arriscado e aproveito para contar pra vocês uma curiosidade envolvendo o Grão-Duque:  Sforza Almeni pagou com a própria vida a revelação à Francesco I, filho de Cosimo,  de sua relação  amorosa com a jovem Leonora degli Albizi. Cosimo I não gostou nada que seu secretário revelasse ao filho sobre sua vida amorosa  e o assassinou com suas próprias mãos.

Brasão original,  do século 16  das familias Medici e Toledo,  no hall de entrada. Na esquina do prédio fica uma cópia

Família Medici
Um breve resumo sobre a poderosa família Medici, que governou Florença por  cerca de 3 séculos e foi uma das mais importantes do Renascimento italiano. Muito provavelmente a família Medici é originária do Mugello, norte de Florença, mas não existem evidências que comprovem a sua origem.  Os Medici não eram nobres, mas comerciantes de tecidos e banqueiros.
A dinastia começou com Giovanni di Bicci que se tornou o financiador do Papa João XXIII, e a partir desse momento os Medici se tornaram a maior e mais eficiente organização econômica e financeira da época. O processo de construção do domínio dos Medici sobre a cidade de Florença, entretanto, começou com Cosimo de’ Medici, conhecido como Cosimo “O Velho”, em 1434. O esplendor florentino  chegou com Lorenzo de’ Medici, conhecido como “O  Magnífico”, em meados do século XV.
O museu conta principalmente a história da família a partir do século 16,  quando Cosimo I tornou-se o primeiro Grão-Duque da Toscana, título que manteve até sua morte.
Os Medici nunca ocuparam cargos públicos, mas exerciam o poder através da criptomonarquia (“cripto” está para oculto), isso é, eles comandavam colocando no poder personalidades manipuláveis e favoráreis às suas ideias e interesses.

O Museo de’ Medici e a Fondazione Anna Maria Luisa apresentam um espaço inteiramente dedicado à família mais importante de Florença

 

 

A “Sala do Tesouro”, com a reconstrução tridimensional fiel da coroa grão-ducal, que foi perdida

No início do percurso uma sala com uma coleção de retratos, começando pelo casal Cosimo I e Eleonora di Toledo

Salas – Nas salas do museu, grande parte da história da família é contada através da exposição de obras de arte originais, documentos e relíquias, testemunhas diretas do domínio secular dos Médici em Florença.

Três grandes salas do museu são divididas por períodos e retratam os séculos 16, 17, até a primeira metade do século 18, quando faleceu a última herdeira da família.
A primeira sala  é dedicada à genealogia, com diversos retratos expostos por casais, sendo o primeiro o de Cosimo I e Eleonora di Toledo, filha do vice-rei de Nápoles.  A seguir encontramos Francesco I e Giovanna da Áustria. E aqui aproveito para contar sobre uma história de amor que marcou a Senhoria Medici: Francesco era amante de Bianca Cappello, ambos casados na época. Depois que ambos ficaram viúvos, finalmente se casaram. Mas o casal de amantes morreu em circunstâncias misteriosas até hoje não esclarecidas, numa das  vilas da família, a Villa de Poggio a Caiano, arredores de Florença. Depois disso, seu irmão Ferdinando I, que era cardeal,  casou-se com Cristina de Lorena.
Os últimos retratos da sala são os de Anna Maria Luisa de’ Medici, filha de Cosimo III. Anna Luisa foi a última herdeira dos Medici e morreu em 1743.

Afrescos da escola de Giorgio Vasari na pequena capela do Palazzo Sforza Almeni

Na Sala del Cinquecento. No século 16, o poder absoluto passou a ser de Cosimo I de’ Medici, do ramo cadete da família, que assumiu quando tinha apenas 18 anos, após o assassinato do Duca Alessandro, em 1537

Cosimo I de ‘Medici, Grão-Duque da Toscana, em retrato realizado por Agnolo Bronzino (1545 aproximadamente)

 

O Diretor do Museu dos Medici, Samuele Lastrucci

 

Ao centro da Sala del Seicento , escultura do busto de Ferdinando II realizada por Giovanni Battista Foggini

 

Modelo de um galeão da frota dos Medici. Vocês sabiam que  Ferdinando I tentou fundar uma colônia do Grao-Ducado no Brasil? A expedição, liderada pelo inglês Robert Thornton, desembarcou na Guiana e posteriormente no Brasil e quando retornou para a Itália, em 1609, Ferdinando I havia falecido e seu filho não teve interesse em dar continuidade à ideia de seu pai

 

A Sala del Settecento com os retratos dos últimos membros da família

 

Algumas reproduções de cartas e documentos da família

Em outubro de 2023 o Museo de’ Medici passou a funcionar na Rotonda del Brunelleschi

 

Museo de’ Medici

Via dei Servi, 12 – Firenze

Horário :  das 10 às 18 horas, diariamente

Valores do bilhete: 9,00 euros com guia de rádio

5, 00 euros com guia habilitada

15, euros  em companhia do diretor do museu (requer agendamento)

Email: museodemedici@gmail.com

 

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