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O Palazzo Pitti de Florença

O imponente Palazzo Pitti,  o maior palácio de Florença, é a antiga residência dos grão-duques da Toscana e atualmente  abriga um  importante complexo de museus, como a Galleria Palatina, os Apartamentos Reias, o Museu da Prata, Museu Del Tesoro dei Granduchi (ex-museu degli Argenti),  Museu do Traje, a Galeria de Arte Moderna e o magnífico Jardim de Boboli. É um palácio renascentista construído pela família Pitti em 1457 e adquirido em 1549 por Eleonora di Toledo,  esposa do grão-duque Cosimo I de’ Medici.

 

 

O Palazzo Pitti fica no Oltrarno. Originalmente era menor e passou por ampliações com a família Medici

O Palazzo Pitti foi originalmente construído em meados do século 15 para ser a residência do banqueiro Luca Pitti e passou a ser a maior residência privada de Firenze. Sobre o projeto, existem algumas dúvidas.  Muitos registros atribuem a obra ao arquiteto Luca Fancelli, colaborador de Filippo Brunelleschi. A família Pitti competia com os Medici e  queria um palácio maior que o da poderosa família, que habitava no Palazzo della Signoria, e que passa então a ser chamado de Palácio Vecchio. Em 1549, o palácio foi vendido aos Medici, tornando-se a residência da família grão-ducal. A corte se transfere ao palácio no governo de Ferdinando I,  filho de Cosimo e Eleonora di Toledo,  entre os anos de  1587 e 1609.

 

 

O Palazzo Pitti era o símbolo do poder consolidado dos Medici sobre a Toscana

Palazzo-Pitti

A fachada do prédio  é coberta por pedra forte,  típica da cidade. A construção original incluía apenas a parte central do edifício atual, com as 7 janelas centrais no primeiro andar.

 

O patio foi realizado por Bartolomeo Ammannati nos anos 60 dos anos 1500, com trabalho conhecido como “bugnato”, silhar em português, processo de alvenaria caracterizado por blocos de pedras

 

Com a ruína econômica da família Pitti, o palácio foi comprado por Eleonora de Toledo, esposa de Cosimo I de’ Medici em 1549.  Com saúde debilitada devido à tuberculose, Eleonora, que teve 11 filhos, considerou a área do palácio, aos pés de Boboli no Oltrarno, mais saudável tanto para ela quanto para os filhos, com a possibilidade de ter um grande espaço ao ar livre numa residência maior. O palácio passou por ampliações e modificações,  sendo que a mais importante foi realizada por Bartolomeo Ammannati no século 16, que construiu  o suntuoso pátio interno e  realizou também alterações no Giardino di Boboli. Com a extinção dos Medici, o ducado e o palácio passou para a dinastia dos Asburgo- Lorena, sucessores dos Medici a partir de 1737.

 

No pátio aconteceu o casamento de Ferdinando I e Cristina di Lorena  com um espetáculo grandioso de naumachia,  com  a encenação de uma batalha naval, com todo o pátio coberto de água

No pátio do palácio há uma linda gruta, é  a Grotta di Mosè.  Durante o Renascimento,  uma tendência era a construção de  grutas artificiais.

Gruta de Moisés

A Gruta  de Moisés é decorada com esculturas, fontes e afrescos.  Ao centro da caverna, na parede do fundo,  o grande Moisés, que dá nome ao lugar. Originalmente a gruta, ou caverna, era sóbria e não tinha decoração em seu interior, que foram encomendadas por  encomendadas por Cosimo II e Fernando II.

palazzo-pitti

O palácio passou por algumas ampliações com os sucessores da família  Medici, que foi extinta em 1737

 

pitti

Escadaria monumental neo-classica realizada pelo arquiteto Luigi del Moro, provavelmente com esculturas de Giovanni Duprè

 

sala-di-marte

No século 19 foi usado como base militar por Napoleão e  o palácio passou a ser residência de sua irmã Elisa.  Entre 1865 e 1871, época em que Firenze foi capital da Italia, o  palácio foi residência oficial dos reis. No início do século 20 foi doado ao povo italiano por Vittorio Emanuele III.

 

Os Museus 

O  Palácio Pitti, que é o maior de Firenze,  abriga 7 museus públicos com  importantes coleções de esculturas, pinturas, objetos de arte, figurinos e porcelanas, em um complexo monumental:

  • Galleria  Palatina: reúne  grande coleção de pinturas dos séculos 15 a0 17, que inclui a maior concentração de obras de Rafael no mundo, além de pinturas de Tiziano,  Pontormo, Filippo Lippi, Tintoretto, Caravaggio e Rubens.  As pinturas decoram as paredes com ambientes enriquecidos de esculturas, vasos e mesas de pedras semipreciosas, segundo o modelo típico das galerias do século 17.  Enriquecem o museu os belíssimos afrescos barrocos  e o mobiliário original;
  • Apartamentos Reais: eram os aposentados da família Savoia e os ambientes foram utilizados na época em que Florença foi a Capital da Italia, entre 1865 e 1871.
  • Museo del Tesoro dei Granducchi (Museo degli Argenti), funciona na ala do palácio que abrigava os quartos do apartamento de verão da família Medici. Objetos em prata, ouro, âmbar e marfim, vasos em pedras semipreciosas e cristais de rocha
  • Museo della Porcellana: grande coleção de porcelanas das familias Medici e Lorena
  • Giardino di Boboli: uma magnifica área verde em Florença com 45 mil m² de jardim alla italiana, com estátuas, fontes e  grutas
  • Museo della Moda: roupas e acessórios do século 18 a hoje.
  • Museo di Arte Moderna : pinturas e esculturas do século 18 até o inicio do século 20

 

Na Galeria Palatina, um dos primeiros ambientes é a Sala dell’Iliade e ao centro estátua realizada por Lorenzo Bartolini, que representa a caridade educadora

Nesta área do palácio, estão as salas dedicadas à 5 planetas onde os afrescocs se referem aos planetas.  Saturno, Giove,  Marte, Venere e Apolo.

Sala di Saturno.  Aqui encontramos  8 obras de Rafael Sanzio.  No teto, afrescos dedicados à Galileo Galilei

pitti

Sala di Giove

 

Sala di Marte, Deus da Guerra, com obras de  Tintoreto, Rubens

 

Sala di Venere, com a Vênus de Canova

 

 

 

palazzo-pitti

Decoração – os salões são repletos de quadros e afrescos da Galleria Palatina

 

Obra realizada por Rafael em 1518. Retrato de Leão X

No espaço que abriga os Apartamentos Reais estão os  móveis de época do século 19. São 14 salas usadas pelo segundo Rei da Itália Umberto I e sua esposa Margherita di Savoia, que residiram no palácio entre 1865 e 1871.

 

 

No térreo e no mezanino fica o Museo degli Argenti, que contém uma grande coleção de objetos preciosos que pertenciam à família Medici.

 

A Galleria de Arte Moderna, que fica no último andar,  expõe uma bela coleção de pinturas e esculturas do neoclassicismo até a  década de 30. Reúne os maiores intérpretes da arte italiana no suntuoso ambiente que ja foi residência da família Lorena.

galleria-palatina

Na Galleria d’Arte Moderna – Obras do Neoclassicismo e Romantismo

Sala Bianca –  O Salão dos Forestieri da época dos Médici foi transformado, por vontade do Grão-Duque Pietro Leopoldo, em um suntuoso salão de baile.   Este magnifico salão de Dança,  no período do pós-guerra, acabou se tornando um importante local para a moda internacional. Em 1951 aconteceu o primeiro desfile de moda italiano, organizado pelo marquês Giovanni Battista Giorgini na Villa Torrigiani, sua residência na época, com   importantes compradores norte-americanos. E sempre por iniciativa de Giorgini que em junho de 1952 os desfiles foram transferidos para a Sala Bianca do Palazzo Pitti, contribuindo para a internacionalidade da moda, divulgando o nome ‘Pitti’ em todo o mundo. Aliás, o maior evento de moda masculina do mundo acontece em Firenze, na Fortezza da Basso: Pitti Uomo.

 

A Sala Branca ou Salone dei Forestieri. Foi no elegante salão que aconteceu  um importante desfile de moda, organizado por Giovanni Battista Giorgini, no ano de 1952.

 

Todas as obras que podemos conferir no local é  graças ao legado de Ana Maria Luisa de Médici, a última herdeira da sua dinastia e que evitou que a coleção fosse saqueada, o que geralmente te acontecia às coleções privadas. O museu foi aberto ao público em 1833.

 

 

Num prédio separado, conhecido como Casino del Cavaliere, nos Jardins Boboli, fica o Museu da Porcelana, enquanto a Palazzina della Meridiana abriga o Museo della Moda e del Costume, fundado em 1983, que apresenta roupas, jóias e artefatos da moda contando a história do vestuário dos últimos 400 anos.

 

 

Este é o primeiro museu estadual da história da moda na Itália e um dos mais importantes do mundo, com  coleção que inclui mais de 6000 peças, e com modelos raros  do século 16  usados pelo Grão-Duque Cosimo I de ‘Medici e sua esposa Eleonora.

 

boboli

Lindo esse ângulo dos jardins onde vemos Firenze e a cúpula do Duomo

Jardins de Boboli – Atrás do Palazzo Pitti ficam os maravilhosos Jardins de Boboli.  Essa é a maior área verde monumental de Florença, abrangendo uma área  de mais de  45 mil m2.

 

Do Palazzo Pitti: vista para o anfiteatro e a Fontana del Carciofo

palazzo-pitti

 

Palazzo Pitti

Aberto de terça à domingo, 9:15 às 18:50

Valor do bilhete: 10 euros (Palazzo Pitti: Galleria Palatina, Galleria d’Arte Moderna, Tesoro dei Granduchi, Museo della Moda e del Costume, Appartamenti Imperiali e Reali)

Jardim de Boboli : aberto diariamente a partir das 8:15  com horário de fechamento que varia de acordo com a época do ano

  • Os horários sofreram alterações devido à emergência Coronavírus

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A Igreja de San Lorenzo

A  Igreja de San Lorenzo, uma das mais antigas de Florença  e a preferida da família Medici, foi por 300 anos a catedral da cidade. Difícil imaginar que encontramos numa igreja com a simples fachada em pedra um interior tão rico, bonito e simétrico: a Basílica de San Lorenzo abriga muitas obras-primas de grandes nomes da cena artística e arquitetônica de Firenze. Consagrada em 393 por Santo Ambrósio, foi por 3 séculos a igreja mais importante de Florença, até ser substituída pela Igreja de Santa Reparata, que mais tarde se tornou a Catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo da cidade.

 

A Basílica de San Lorenzo, uma das mais antigas igrejas de Firenze, foi consagrada em 393 d.C e reconstruída por Brunelleschi no século 15

A fachada da igreja é inacabada porque na época o encarregado era  Michelangelo, que não conseguiu  terminá-la porque mudou-se para Roma quando foi contratado para pintar o teto da Capela Sistina. Muitos fatores complexos envolvem a fachada: disputa e ciúmes entre artistas, custos altíssimos e até mortes.

 

A Igreja de San Lorenzo e a estátua de Giovanni dalle Bande Nere, pai do granduca Cosimo I de’ Medici

A Igreja de San Lorenzo fica ao lado do mercado de rua homônimo e bem próxima ao Palazzo Medici-Riccardi, a primeira residência da família Medici em Firenze.

A igreja é dividida em três naves com colunas coríntias e arcos arredondados

Em 1059, houve a primeira ampliação da igreja românica, sendo que em 1419, quando os Médici decidiram expandir a estrutura e tansformá-la na igreja da família. Os trabalhos foram atribuídos à Filippo Brunelleschi, arquiteto responsável pela construção da cúpula da igreja Santa Maria del Fiore.   Com isso temos a primeira igreja considerada uma obra-prima do Renascimento.

 

Perto do altar, sob os últimos arcos da nave central, estão os dois púlpitos de bronze realizados por Donatello, o da esquerda dedicado ao tema da Paixão de Cristo e o direito à ressurreição

 

O arquiteto Filippo Brunelleschi transformou a antiga igreja românica em basílica renascentista

 

 

 

Na parte esquerda fica a Capela Martelli, com um sarcófago da família Martelli, realizado por  Donatello ou  por sua oficina, e a obra Anunciação Martelli, de Filippo Lippi ( cerca 1440).

A obra Anunciação Martelli, de Filippo Lippi, datada de 1440

 

Sacristia Velha

Realizada entre 1421 e 1428, a  Sacristia Velha é uma das obras-primas do artista Filippo Brunelleschi e a única concluída. Era a capela fúnebre particular da família Medici construída por Brunelleschi e decorada por Donatello entre 1428 e 1429.   A decoração foi realizada por Donatello após término dos trabalhos de Brunelleschi e a Sacristia Velha, por  incompatibilidade, marca o fim da amizade e colaboração entre os dois gênios do início da Renascença.

O brasão dos Medici na Sacristia Velha

O túmulo de Giovanni Bicci, fundador do banco dei Medici e  morto em 1429, foi colocado sob a grande mesa de mármore na parte central da capela, a sacristia tornou-se o mausoléu dos Medici.

Ao centro da sacristia, os túmulos de Giovanni di Bicci e Piccarda Bueri

A Sacristia Velha de San Lorenzo recebeu esse nome para distingui-la da “nova”, que foi construída um século depois por Michelangelo, e que encontra-se nas Capelas dos Medici.

Donatello realizou as duas portas de bronze

 

Igreja de San Lorenzo

Piazza de San Lorenzo – Firenze

Horário: todos os dias da semana das 10h às 17h
Domingo: das 13h30 às 17h30

Os horários podem sofrer alterações dependendo da época do ano

Preço do bilhete: 4,50 €

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O café-da-manhã na Itália

Os italianos adoram tomar o café-da-manhã no bar. É um hábito muito difuso de norte a sul do país. Essa é uma mania tão arraigada que conheço italianos que deixam de tomar o café-da-manhã com a família para irem ao bar tomar aquele cafezinho que só encontram ali! O café no bar vem acompanhado de jornal e papo com outros frequentadores e com o barista, que sabe de cor a preferência de cada um dos clientes habituais.  É assim  que muitos italianos gostam de começar o dia! E nas casas dos italianos o café-da-manhã não oferece tantas opções como estamos acostumados no Brasil, com frutas, sucos, bolos e  opções salgadas.  Aliás os italianos preferem alimentos doces para começar a giornata!

 

Nós brasileiros estamos acostumados com um café-da-manhã farto, com sucos, frutas, bolos e pão de sal ou pão na chapa.  Aqui na Italia é bem diferente, principalmente porque consomem-se alimentos doces pela manhã. Na foto brioche sfogliata e cappuccino

 

Os baritas quase enlouquecem pela manhã com tantos pedidos específicos e variações de cafés! Os mais consumidos são o expresso e o cappuccino

Café no bar

Nos bares a lista de opções, seja para os cafés que para os quitutes é grande, visto que a arte de panificação oferece delícias como focaccia, brioches, biscoitinhos e diversos tipos de pães.  Mas geralmente, os italianos optam por um croissant acompanhado de um cappuccino ou expresso. Muito pedido também é o macchiato (manchado), que é o café expresso com um pouquinho de leite, pois assim fica menos forte. Mas existe uma lista grande cafés e suas variações na hora de servir.  Quem já esteve num bar italiano pela manhã ja percebeu a confusão que é na hora de pedir: macchiato in tazza di vetro, cappuccino decaffeinato,  ou caffè lungo.  Não deixe de ler  como pedir um café na Itália para entender melhor. Para acompanhar o café,  brioche,  também chamado de  croissant, que pode ser vuota  (vazia, sem recheio) ou com recheio de Nutella, chocolate, creme de ovo ou pistache.  Geralmente no inverno muitos optam por um suco natural de laranja, aqui chamado de spremuta d’arancia.

 

cafe

Os italianos tomam o café-da-manhã no balcão

 

colazione

O cappuccino é uma das bebidas mais apreciadas pelos italianos no bar, obviamente junto com o café

 

Café em casa

A prima colazione  ou colazione genuína feita nas casas dos italianos é geralmente  constituída de torrada ou  pão e geleia e café da moka, a tradicional cafeteira italiana. É um cafe mais forte, intenso e baixo. As crianças geralmente comem cereais ou biscoito com uma taça de leite.  As crianças também consomem chocolate em pó ou mel junto ao leite. Outro produto consumido é yogurt, com cereais ou frutas.

 

Os costumes também variam de norte a sul do país, mas de forma geral, em casa, é o café da moka que todos tomam! E uma dica importante para quem adquire a maquininha de café: ela não precisa ser lavada com sabão, apenas com água

 

Gosto muito de variar, de vez em quando preparo misto quente e suco de laranja. E sempre tem um cafezinho

Como sou fã de café-da-manhã, sempre preparo à maneira brasileira e gosto de variar bastante. Diariamente gosto de preparar o café com frutas,  suco e pão, que às vezes é com presunto e queijo e outras com produtos doces, como geleia e creme de avelã.  Nos finais de semana sempre gosto de caprichar, com bolo de maça ou de chocolate e  às vezes faço ovos mexidos com pão.

 

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Ponte Vecchio

 

As fases 2 e 3 do coronavírus na Itália

Post atualizado em  9 de junho  2020

A fase 2 da emergência coronavírus começa hoje, 4 de maio, em toda a Itália. E o que efetivamente muda? É que a partir de agora passaremos a ter um pouco de liberdade. Além de que, chegou  o momento que teremos que conviver com o vírus, como explicou o Presidente do Conselho de Ministros  Giuseppe Conte. Desde o dia 8 de março o lockdown foi decretado na Itália e todo o país praticamente parou. Leia também A Itália em tempos de coronavírus para entender sobre as medidas que o governo impôs há quase  meses, com uma dura restrição de circulação para a população.  A curva de contágios finalmente começou a  diminuir mas não podemos afrouxar o cinto. O  país contabilizada pouco mais de 29 mil mortes.  Cerca de 81 mil pessoas estão internadas e os casos de contágios somam 212 mil.   A reabertura acontece de forma gradual. A partir de hoje as regras mudam e a fase 2 estabelece a reabertura das fábricas e empresas, com retorno de 4,4 milhões de trabalhadores e nos concede um pouco de liberdade. Agora  podemos sair de casa não apenas  para fazer compras ou por motivos de saúde, mas é possível realizar atividades esportivas, freqüentar os parques e visitar  parentes. Mas o governo insiste em pedir cautela e consciência, cada um precisa continuar fazendo a sua parte. Precisamos cooperar e manter o distanciamento social de no mínimo 1 metro para evitar novos contágios.

 

Desde o dia 14 de abril as livrarias foram liberadas para abrir as portas

O primeiro dia da fase 2 na Ponte Vecchio. As lojas encontram-se ainda fechadas

O Duomo foi reaberto hoje, com possiblidade de oração entre as 9 e 13 horas

As regiões têm autonomia para estabelecerem as medidas para a população, sempre respeitando o protocolo de segurança. Aqui na Toscana, desde o dia primeiro de maio foi liberado passeio de bicicleta. Estive hoje no centro para fotografar os locais mais turísticos de Firenze, que estavam bem vazios.

A primavera aqui é celebrada com muito entusiasmo pelos italianos. Pensei que o centro da cidade fosse estar lotado, mas as famílias preferiram passear nos parques da cidade. No centro, hoje à tarde, tinha pouco movimento

 

Ponte Vecchio vista da Ponte Santa Trinità

 

Piazza Santo Spirito

 

Lungarno degli Acciuaiuoli, perto do Museu delgi Uffizi

Fase 2 – O que reabre hoje:

Fábricas: as fábricas e as indústrias retomam as atividades. Cerca de  4,4 milhões de pessoas voltam  a trabalhar no país

Restaurantes: bares e restaurantes apenas com serviços de delivery. Bares e restaurantes reabrem a partir do dia primeiro de junho

Comércio:  continua fechado, exceto para gêneros alimentícios, higiene pessoal, quiosques, farmácias, tabacarias, livrarias, lojas de roupas para crianças e bebês, flores e plantas. Em breve abrirão as  oficinas e lojas de bicicletas

Visitas a parentes: são permitidas visitas  a parentes mas o governo pede que sejam limitadas.  Não é possível visitar amigos.

Sair da própria região: não é possível sair da região (Estado) de residência, a não ser  por motivo de trabalho ou necessidade urgente. É consentido sair da própria cidade mas é preciso justificar o motivo do deslocamento

Segunda casa: não é permitido ir para a segunda casa. Aqui na Itália o termo segunda casa é a casa de campo ou de praia. So é possível se a casa for na mesma região de sua residência.

Transporte público: o transporte público está funcionando é um dos pontos mais críticos deste recomeço. As regiões têm a tarefa de especificar regras para garantir seu funcionamento, com respeito ao distanciamento. Haverá parâmetros para que seja respeitada a distancia de segurança.  Os usuários do transporte deverão usar uma máscara e, em algumas regiões, até luvas descartáveis

A estação de Firenze Santa Maria Novella

Parques e jardins públicos: parques e jardins foram reabertos  hoje. A orientação é que  não haja  aglomeração de pessoas , a menos que sejam membros da mesma família.

Atividades motoras:  não há mais o limite de proximidade com a casa, que era de 200 metros.  Portanto, passa ser permitido usar o carro para se deslocar a um parque para fazer jogging ou outras atividades físicas ou esportivas.

Esporte individual: o treinamento a portas fechadas é permitido para esportes individuais

Escolas:  Aqui na Itália o primeiro semestre do ano letivo começa em setembro e as aulas terminam em junho.  Os estudantes não retornam às escolas e continuam a desenvolver as tarefas em casa para encerrarem o ano letivo. Provavelmente os estudantes voltarão à escola em setembro.  As universidades poderão  realizar exames e sessões de tese de graduação, mantendo as condições da distância.

Funerais e cemitérios: são permitidos funerais, mas com um máximo de 15 pessoas , com a utilização de máscaras. É consentido visita aos cemitérios,  mas sem aglomeração.

Turismo internacional:   ainda não foi divulgado até quando vai durar o fechamento das fronteiras. Segundo o Ministro do s Bens Culturais e do Turismo Dario Franceschini vai depender do andamento epidemiológico e das escolhos de outros países da União Européia.

Hotéis fechados em Firenze

Salões de beleza e centros estéticos, bares e restaurantes:  retorno  previsto para  o dia primeiro de junho

 

 

  

 

Atualizações:

As medidas  de contenção, que começaram  a ser relaxadas  desde a semana passada,  estão acontecendo gradativamente. O governo italiano anunciou no último dia 15/5  outras medidas que passarão a valer a partir de 18 de maio, com abertura completa das atividades e o distanciamento social é de 1 metro:

  • restaurantes , bares e cafeterias (que estavam funcionando com serviço de take-away). Serviço de buffet não é consentido
  • piscinas, academias, cabeleireiros e  centros estéticos (apenas com horário marcado)
  • lojas ,  museus, exposições e bibliotecas
  • escritórios de atendimento ao público
  • estabelecimentos balneares (praias a pagamento) e a distância exigida entre as sombrinhas é  de 1,5 m e nas áreas com praia livre a distância entre as pessoas tem que ser de 1 metro
  • retorno dos mercados ao ar livre, mas terão que ser cercados e o número de stands de vendas será reduzido
  • será possível deslocamento  dentro da própria região de residência
  • pessoas que resultam positivo ao teste de coronavírus  (casos sem necessidade de internação) precisam respeitar a quarentena e ficar em casa
  • missas voltam a ser realizadas em conformidade com os protocolos  contendo as medidas adequadas de distanciamento para evitar o risco de contágio.
  • será possível visitar amigos (durante os encontros, obrigatório o uso de máscaras e distanciamento interpessoal)

A partir de 3 de junho:

  • será consentido deslocamento entre as regiões
  • reabrem as fronteiros da União Européia  ( haverá uma subsequente medida para estabelecer as regras)

 

Para quem quiser imprimir, aqui o novo modelo de auto-certificação para deslocamentos.

A fase 3

A fase 3 começou  dia 3 de junho com relaxamento das medidas de restrições.  Desde o dia 3 de junho é possível circular livremente por todo o país,  por todas as regiões italianas, sem apresentar a  autocertificação.  Foram reabertas fronteiras para muitos países da União Européia e do Acordo de Shenghen, sem a necessidade obrigatória de quarentena.

Muitos restaurantes, hotéis e museus foram reabertos.

Museu dell’Opera del Duomo de Firenze

As regiões têm autonomia para decidirem por si mesmas quando recomeçar, estabelecendo datas diferentes de acordo com a situação das infecções por coronavírus no território.

Para mais informações sobre as fases 2 e 3,  consulte o site do governo  com todos os esclarecimentos detalhados.

 

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Parque de diversões que funciona sem energia elétrica

Existe um parque de diversões no Vêneto onde os brinquedos funcionam sem eletricidade e grande parte dos materiais utilizados são reciclados.  A ideia do parque surgiu a partir da inauguração da Osteria dei Pioppi,  fundada pelo senhor Bruno Ferrin há cerca de 50 anos: a Osteria e Parque ai Pioppi  é um parque construído a mão, onde tudo funciona sem energia elétrica e o ingresso é gratuito.

Eu e minha família estivemos no parque com a minha amiga Helen, conterrânea de Linhares, que mora pertinho de Treviso

O senhor Bruno Ferrin, que nasceu em 1937,  trabalhava numa padaria e tinha as tardes livres. Daí resolveu arriscar numa nova atividade. Em  15 junho de 1969 inaugurou junto à esposa Marisa Zaghis a Osteria dei Poppi, em meio a um bosque. Pensando nas famílias com crianças, teve ideia de montar um balanço.  Foi num ferro velho pedir ajuda para soldar os ganchos de ferro. O dono do local, vendo que o trabalho não valeria a pena disse que não havia tempo e sugeriu que Bruno tentasse fazer sozinho. Ele voltou pra casa determinado e se empenhou para soldar e montar sozinho o  balanço. “De repente aquela faísca se acende e você descobre uma paixão”, relata o senhor Bruno, que desde então,  nunca mais parou de construir brinquedos para o parque.

 

Todos as atrações são sem motor

Há alguns anos o senhor Bruno ganhou ajuda na realização do trabalho:  o neto Francesco, futuro herdeiro do parque.  Eles projetam, constroem e cuidam da manutenção, que é realizada toda segunda-feira, em todas as atrações.

Numa área de 300 mil metros quadrados no bosque de Montello, na província de Treviso,  freqüentado por  40 mil pessoas por ano , em cerca de 40 atrações. E para muitos brinquedos a regra é simples:  quanto maior  o esforço que você faz, maior a adrenalina!

Empurrando o carrinho da montanha-russa: quem quer se divertir precisa se esforçar

São mais de 40 atrações, como escorregadores, tobogãs,  montanha-russa, carrinhos e balanços.  CriançAs a partir dos 3 anos podem se divertir  nas gangorras , balanços e camas-elásticas.  Todas as atrações são divididas por faixas etárias, que são identificadas por cores diferentes.

Em cerca de 50 anos Bruno e a esposa Marisa transformaram  o local num espetacular parque de diversões onde não é necessária energia elétrica

 

O giro da morte, onde quanto mais voce pedala, mais a roda gira . Se tiver força suficiente para conseguir fazer a roda girar, você fica de cabeça pra baixo e roda dentro da gaiola.

Não existe ingresso a pagar mas é proibido fazer piquenique no local. As refeições são em companhia do senhor Bruno e família, que servem pratos tradicionais da cozinha vêneta na osteria,  um local simples  onde compartilhamos grandes meses com outros clientes da casa. Tudo a um precinho mais do que justo.

 

Osteria ai Pioppi

Via VIII Armata, 76

Nervesa della Battaglia, Treviso

 

 

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