Arquivo do Autor: Denya Pandolfi

Sobre Denya Pandolfi

A minha paixão pela comunicação e pelo turismo é herança dos meus pais. Adoro viajar para observar e vivenciar as diversidades culturais. Depois que me formei em Jornalismo, passei longa temporada em Londres, um curto período nos Estados Unidos e atualmente vivo em Florença, com meu marido e nossos dois filhos. Desde 2005 sou retail na Ermenegildo Zegna. Busco sempre ver o lado positivo em todas as coisas e prefiro ter por perto aqueles que, como eu, dão mais valor às pessoas do que às coisas materiais.

Por que o Ano Novo florentino é comemorado dia 25 de março?

Em Florença, o Capodanno, isso é, o Ano Novo,  é também comemorado no dia 25 de março, data da  Anunciação da Virgem Maria. Essa é uma  tradição secular que surpreende a todos com desfile do cortejo histórico pelas ruas do centro para celebrar a data, que vigorou na cidade até 1750.

Ano Novo florentino: até 1750, a data de 25 de março era considerada como o início do calendário civil e é celebrada até os dias de hoje. Essa tradição antiga existe há mais de 250 anos

 

Para os florentinos, a Anunciação era um feriado civil, religioso e primaveril, tanto que um velho provérbio   diz: “Para a Anunciação, a andorinha chegou; e se não  chegou, ela está  pelas ruas ou está doente”.

Anunciação de Cestello, de Botticelli, obra em exposição na Galleria degli Uffizi

Em outras cidades italianas e européias, desde 1582, no entanto, o calendário gregoriano já havia sido adotado, estabelecendo o início do ano em 1º de janeiro.  Mas Florença, fortemente ligada à doutrina mariana, decidiu não abandonar o hábito de celebrar o primeiro de ano em 25 de março. Foi apenas através de um decreto emitido pelo Grão-Duque Francesco III  no ano de 1749,  que definiu para 1º  de janeiro o início do ano civil também para  Florença.

 

A piazza della Santissima Annunziata que a abriga a homônima igreja

 

Basílica della Santissima Annunziata

Para as celebrações do ano novo os florentinos costumavam ir até a Basílica della Santissima Annunziata, onde existe um afresco muito venerado que segundo a tradição foi terminado por um anjo. Segundo a lenda, o pintor Fra Bartolomeo, que estava trabalhando na obra, não conseguia realizar o rosto da Virgem e pela exaustão, acabou adormecendo. Ao acordar, descobriu que a mão de um anjo havia finalizado a pintura e por esse motivo passaram a chamar a obra “Anunciação Milagrosa”, considerada até por Michelangelo como uma obra de arte “divina”.

Firenze ainda celebra a data de 25 de março com um cortejo histórico que vai até a igreja della Santissima Annunziata, o principal santuário mariano de Florença , centro das celebrações, onde está o afresco com a imagem milagrosa  da Virgem da Anunciação .

 

 

 

Procissão – a procissão do cortejo histórico começa no Palagio di Parte Guelfa e segue até a Basílica de SS. Annunziata, seguindo uma tradição antiga camponeses peregrinavam para homenagear Maria. A procissão leva um bouquet de lírios brancos à capela da Santíssima Annunziata. A celebração entrou para o calendário oficial de festividades da cidade desde o ano 2000.

 

 

A Loggia dei Lanzi em Firenze

Disponível para visitantes a qualquer hora do dia e da noite, a Loggia della Signoria, também chamada Loggia dei Lanzi, é um extraordinário museu a céu aberto bem no coração pulsante de Firenze! O espaço abriga  esculturas realizadas por Cellini e Giambologna e integra a Piazza della Signoria, a praça mais famosa e importante da cidade.

 

A Loggia dei Lanzi é uma galeria de esculturas ao ar livre com obras originais que podem ser apreciadas a qualquer hora do dia ou da noite

A elegante loggia foi construída entre 1376 e 1382 com o objetivo de sediar assembléias e  cerimônias públicas da República de Firenze.  Depois de 2 séculos, por vontade de Cosimo I de’ Medici, tornou-se  um espaço expositivo, onde as pessoas podiam admirar as obras de arte.

 

A Loggia dei Lanzi fica na Piazza della Signoria,  nas proximidades do pátio da Galleria degli Uffizi

Durante o século 16  a loggia perdeu sua função original e tornou-se um  museu à céu aberto.

Entre os arcos, no interior de painéis, destacam-se as esculturas das Virtudes teológicas e cardeais, criadas a partir de um desenho de Agnolo Gaddi, sobre um fundo de esmalte azul

loggia dei lanzi

É chamada de Loggia dei Lanzi  porque os Lanzichenecchi, antes de se dirigirem à Roma, acamparam sob seus arcos no ano  de 1527.   É também conhecida como Loggia  dell’Orcagna,  a quem foi erroneamente atribuída a autoria do projeto, que foi executado pelos arquitetos Benci di Cione e Simone Talenti.

Dois leões em pedra como vigias sentinela na entrada da loggia

Quase todas as obras representam um tema mitológico e fazem associações ao período vivido  na cidade de Florença. Era uma  forma de enviar mensagens ao povo de poder e triunfo.

Na loggia podemos admirar  estátuas do período romano e obras-primas do século 16

Uma das obras mais extraordinárias do espaço é Perseus com a cabeça da Medusa, realizada pelo ourives Benvenuto Cellini.  Perseus, triunfante, mostra a cabeça do monstro decapitada e segura a espada  com a outra mão. A obra  maneirista representa um manifestação política: afirmação do poder de Cosimo I’ de Medici. A escultura de bronze é rica em detalhes que a tornam única e o artista trabalhou 9 anos para poder realizá-la. Uma curiosidade: atrás da obra, no cabelo de Perseus, tem esculpido  o rosto de Cellini.

 

Cellini, um dos maiores ourives renascentistas, criou este trabalho sob encomenda de Cosimo I de ‘Medici em 1545. A escultura foi exposta apenas em 1554

 

O Rapto das Sabinas, obra-prima de Giambolonha, finalizada em 1583

 

loggia-lanzi

A estátua tem 4,10 m e foi esculpida em um único bloco de mármore, o que exigiu grande precisão técnica para o êxito de equilibrar  todo o peso da obra, que representa o conceito da  estilo de uma figura serpentina , isto é, uma figura  em forma de serpente.

O Rapto das Sabinas mostra um homem jovem  pegando à força uma mulher sob o olhar desesperado de um senhor. Esse é um dos episódios lendários ligados às origens de Roma,  que após  sua fundação precisava ser povoada e contava com poucos habitantes,  que eram em sua maioria  homens. Rômulo, o primeiro rei de Roma, organizou uma festa e convidou os sabinos, que viviam num povoado próximo.  Durante o evento, em um momento combinado,  os jovens romanos atacaram e raptaram as mulheres solteiras presentes.

 

A primeira estátua realizada em 360 graus,  isto é, que pode ser admirada de qualquer ângulo, oferecendo pontos de vista diferentes ao espectador

 

loggia-lanzi

Outra escultura do artista flamingo Giambolonha, Hércules e o Centauro. A obra  de mármore mostra o corpo do centauro dobrado pela força de Hércules

 

Em mármore :  Menelau que segura o corpo de Patroclos,  cópia  de uma obra original grega, presente do Papa Pio V à Cosimo de’ Medici

 

Hércules e o Centauro

 

O Rapto de Polissena é uma escultura em mármore realizada por  Pio Fedi. Foi esculpida entre 1855 e 1865 e é a única obra moderna entre as obras renascentistas

Depois da construção do museu degli Uffizi, que fica na parte de trás da Loggia, Bernardo Buontalenti, em 1583,  reestruturou o terraço criando um espécie de jardim suspenso, de onde era possível ver a praça e assistir às cerimônias e espetáculos.

 

Foto feita do Palazzo Vecchio

 

A Itália em tempos de coronavírus

  • post atualizado em 26 de abril.  Você confere as novas medidas no final do texto:

Desde que os casos do novo coronavírus Covid-19 começaram a crescer no Brasil as mensagens de amigos e leitores do blog passaram a ser mais frequentes. Todos querem saber como está a situação na Itália, onde 60 milhões de pessoas estão fechadas em casa.  Como o país está enfrentando essa pandemia?

 

Todo mundo em casa!  Em poucas palavras, é isso que determina o mais recente decreto estabelecido pelo Presidente do Conselho de Ministros Giuseppe Conte. Nessas últimas semanas, as decisões têm sido tomadas de forma gradativa.  Inicialmente o decreto, em vigor desde o  dia 8 de março era   limitado à região da Lombardia e mais 14 províncias.  Contendo novas medidas, esse último anunciado  domingo passado passou a valer em todo o território italiano, considerado “zona protegida”. Portanto,  de 10 de março até o dia 3 de abril, toda a Itália em quarentena. Isolamento social: precisamos ficar em casa para evitar novos contágios. #iorestoacasa (eu fico em casa)  é a hashtag do momento.  Proibição absoluta de sair de casa para os que resultam positivo para o vírus. Escolas e universidades encerraram as atividades desde o dia 4 de março. Museus e  cinemas  foram fechados, estão proibidas atividades esportivas e até as missas foram suspensas, assim como cerimônias de casamentos e funerais não podem ser realizados.  Os rituais para o funeral não incluem missa, é possível apenas um  pequeno ritual de enterro. Podemos sair apenas para irmos ao supermercado, farmácia ou por algum motivo de urgência.  É necessário apresentar uma declaração que assinamos para justificar o deslocamento. Se algum cidadão for flagrado passeando ou não for capaz de justificar o motivo da saída corre o risco de levar uma multa  de 206 euros e até 3 meses de prisão. Não  é permitido visitar familiares e amigos.  As estradas estão sendo  controladas e nada de viagens. Cada um deve ficar onde está, independente se você mora em Milão e quer passar esse período de quarentena com a tua mamma que vive em Nápolis.  Alguns escritórios e repartições estão funcionando. Mas quem pode, trabalha de casa. Lojas, bares e restaurantes estão fechados, inicialmente até 25 de março.   Alguns restaurantes entregam em domicílio. Cabeleireiros e centros estéticos também. Muitas fábricas e indústrias estão abertas mas, como em qualquer ambiente, precisam impor aos seus colaboradores de manter entre eles  a distância de 1 metro. Os supermercados estão bem abastecidos (salvo em alguns locais onde falta, por exemplo, papel higiênico), mas grandes e demoradas filas foram criadas na porta dos estabelecimentos devido ao número limitado de pessoas que podem entrar contemporaneamente. É possível fazer pedidos de compras pela internet  mas aqui em Firenze a próxima entrega não chega antes do dia 25, portanto, daqui a quase 2 semanas! Sobre esse assunto tenho em casa talvez a pessoa mais bem-informada da cidade, rs. Posso confiar tranquilamente à meu marido a questão das compras de supermercado.  Lazer? Praticamente nada. Algumas cidades estão fechando seus parques públicos devido aos frequentadores não respeitarem  a distância de segurança. Aqui em Firenze foi assim. Em todo o país os serviços  de transporte público são garantidos, mas foram reduzidos.  Muitas companhias aéreas também cancelaram voos com chegada e partida da Itália.

A Itália, o segundo país com mais casos de coronavírus,  tomou providências diferentes daquelas  adotadas pela China, país onde o surto teve origem e que desde o início impôs a quarentena em algumas cidades onde foram registrados os primeiros surtos e conseguiu diminuir a curva epidêmica.  Não sou médica, nem matemática e nem especialista de saúde pública, mas a minha opinião é que não tomamos providências imediatas quando os casos começaram a aparecer aqui na Itália. Fechar as fronteiras e proibir voos da China? Fechar escolas e universidades? Cancelar shows e manifestações em locais aglomerados?  Decretar quarentena? Só pra vocês terem uma noção sobre a desorientação do modo de se comportar, assim que foram suspensas as aulas, que foi uma das primeiras medidas para evitar o contágio, muitas famílias reservaram viagens para estações de esqui e até para o exterior.  Desdenhamos da pandemia desconhecendo o inimigo, que é rápido, silencioso e invisível. Tosse, febre e dificuldade para respirar são os principais sintomas, mas não é em todos os infectados que se manifesta dessa forma. Os casos começaram a aparecer sempre carregados de incertezas.  E ainda continuamos sem conhecer o denominador. Talvez o que também assusta tanto quando falamos em coronavírus é que não sabemos quem foi contagiado.  Uma coisa é saber o número de pessoas positivas depois que se submetem ao teste, outra coisa é não saber e nem imaginar quem está infectado e que pode ser transmissor.  Muitos pacientes apresentam poucos sintomas – que em alguns casos são  como os da gripe – sem contar que pessoas assintomáticas podem transmitir o vírus.  As medidas aqui na Itália começaram a ser tomadas de acordo com a evolução da questão. Ficamos um pouco sem saber como agir. No início, desconhecendo o problema,  alguns governantes até incentivaram o convívio sem julgamentos e sem preconceito, contra o terrorismo psicológico nos primeiros dias de fevereiro: vamos abraçar um chinês! Além disso, até mesmo iniciativas culturais com museus abertos gratuitamente para todos, para ajudar a enfrentar o medo que estava deixando as cidades sempre com menos turistas.  E  num espaço muito curto de tempo, o jogo virou impondo regras  bem diferentes: nada de socialização,  todo mundo em casa! Ainda não temos respostas para muitas perguntas que envolvem o assunto. Mas uma coisa é certa: é preciso frear os contágios e para isso precisamos nos  isolar.

Não vou entrar nos problemas econômicos. Em relação aos números negativos desse baque acho que nem o Ministro da Economia tem condições de quantificar.  Coloquem nessa conta o abalo emocional da situação.  Pode parecer fácil, mas não estamos de férias trancados em casa.  É uma sensação estranha que mexe com nosso emocional. Agora temos tempo à disposição. Ah, esse mesmo tempo do qual somos tão escravos e que tanto almejamos!  O sagrado tempo. E que agora é só nosso…  mas afinal,  do que importa se não podemos escolher o que fazer com esse tempo? Tenho dois filhos, de 7 e 11 anos. Moro num apartamento, portanto, as brincadeiras se limitam entre os quartos e a sala. Passamos esse período entre  leitura, filmes, jogos eletrônicos, brincadeiras em família e tarefas de casa que foram passadas pelas professores através de mensagens e plataformas divulgadas pela escola. Não é fácil explicar que só sairemos de casa dentro de algumas semanas. A primavera vai anunciar sua chegada e nós estaremos aqui, em casa, imaginando os parques e jardins que se colorem, sem poder contemplar toda a beleza de perto.  Mas vai passar. Essa é a frase que hoje pintamos em casa,  a partir de uma mobilização nacional onde as crianças colocam faixas penduradas na janela com um arco-íris e a frase:  “andrà tutto bene“.

E como estão sendo tratados os casos que resultaram positivo? Ainda não existe uma vacina contra o vírus, mas existe tratamento. Muitos pacientes podem se tratar em casa, e os que apresentam outros sintomas, como   insuficiência respiratória, precisam de internação em UTI com equipamentos de respiração assistida e os hospitais estão sobrecarregados. Médicos e enfermeiros estão empenhando-se com longos turnos de trabalho em hospitais lotados. Alguns estão usando as redes sociais para alertar a população: “estamos combatendo como se fosse uma guerra, é preciso que as pessoas fiquem em casa para evitar os contágios”.  Outro assunto que está causando surpresa nos brasileiros é que a notícia que está sendo difundida é que os hospitais estão  escolhendo  os pacientes a serem tratados.  Diante da delicada situação, o SIAARTI (Sociedade Italiana de Anestesia, Analgesia, Reanimação e Terapia Intensiva), divulgou um documento informando que, se necessário,  os médicos precisarão selecionar os pacientes a serem atendidos de acordo com as chances de sucesso no tratamento e de sobrevivência, devido a “um enorme desequilíbrio entre as reais necessidades clínicas da população e a disponibilidade real de recursos intensivos”.  Além dos casos de coronavírus, os hospitais lidam com emergências de todo tipo, como cirurgias de urgência.  Não há leitos para todos os pacientes. Esse é o maior desafio: conseguir vaga e equipamento para internar os pacientes e disponibilizar as maquinas de respiração.  E uma notícia boa é que desembarcaram ontem na Itália 9 profissionais vindos da China. São especialistas no tratamento do coronavírus, que trouxeram também equipamentos respiratórios e milhares de máscaras. Que fique claro: o desafio maior  será conseguir cuidar e dar assistência aos infectados que precisam de internação: o problema se agrava quando número de doentes é maior do que a capacidade que temos nos hospitais!

E a mensagem que deixo para quem está no Brasil é a seguinte: é preciso prevenção, é preciso ser consciente e ter senso de responsabilidade e de coletividade. Não é momento de histeria e nem de pânico, mas de atenção, de racionalidade.  Pessoas jovens e saudáveis correm menos riscos, mas idosos e pessoas com doenças prévias são vulneráveis. Isso de forma alguma  justifica ignorar as medidas de prevenção.  Todos precisamos colaborar! E para evitar a proliferação do vírus, além de cuidados de higiene,  é preciso evitar locais com grande concentração de pessoas e  evitar contato com idosos, que precisam ficar o máximo de tempo possível em casa.  Sei que é difícil pedir que as pessoas se socializem menos, sobretudo conhecendo  a nossa cultura, mas façam um sacrifício por um período e deixem de lado festinhas, shows, cinemas e locais muito cheios. Procure manter distância das pessoas, mesmo de conhecidos,  e tenha muito cuidado ao usar transporte público. E para os chegam de viagem internacional, isolamento domiciliar de 14 dias.   Não é preciso ter pânico, mas é necessário seguir as recomendações de higiene e de bom comportamento.

Agora sejamos sinceros, você  já deve até  ter pensado, há poucos dias,  que o problema desse vírus, que surgiu lá do outro lado do mundo, não era um problema seu. Aí o vírus começou a se proliferar na Itália, continuando a não ser problema seu. Mas agora ele está em todo lugar. E o problema é tanto meu quanto  seu. Assim como é do Trump, do Bolsonaro e de todos os habitantes desse Planeta.  De todos, afinal, estamos todos na mesma ciranda. Será que agora ficou claro?

 

Busque informações em sites oficiais, como o do Ministério da Saúde que traz dicas e informações de como se comportar em caso de suspeitas da doença. Quem desejar monitorar os casos de Coronavirus em tempo real, aqui vai um mapa que está sendo atualizado constantemente, clique aqui

 

Fase 2 

O Presidente do Conselho dos Ministros, Giuseppe Conte, anunciou na noite de 26 de abril as novas medidas que passarão a valer a partir de 4 maio.  Pode ser que alguma medida informada seja modificada. As decisões são tomadas de acordo com o andamento dos casos.  Conte iniciou o pronunciamento dizendo que teremos que conviver com o vírus e respeitar a distância de segurança, que é de ao menos 1 metro: “Graças aos sacrifícios feitos por todos até agora nós estamos conseguindo controlar a difusão da pandemia. Vocês manifestaram todos, de norte a sul, força, coragem,  senso de responsabilidade  e de comunidade. Agora começa  para todos a fase de convivência com o vírus. Tempo que ser conscientes que nessa nova fase, a  fase 2, pode ser que a curva do contagio suba em algumas áreas do país. Esse é um risco e devemos enfrentá-lo. Na fase 2 será ainda mais importante manter a distancia de segurança, de ao menos 1 metro.”

Muitas fábricas reiniciam as atividades amanhã, 27 de abril.

O bônus de 600 euros que foi concedido para trabalhadores autônomos ou temporários será renovado automaticamente.

As escolas continuam fechadas ate o final do ano letivo (aqui na Itália termina em  junho). Muito provavelmente abrirão em setembro, mês que começa  o ano letivo aqui na Itália.  Os alunos seguem fazendo atividades em casa. Haverá um  grande esforço para que possa ser realizado o “esame di maturità“, exame do curso do ensino medio, com as devidas condições de segurança.  Algumas prefeituras estão analisando a possibilidade de retornar em meados de maio.

A partir de 4 de maio:

  • é possível visitar parentes, mas  utilizando máscaras (necessário auto-certificação)
  • viagens apenas dentro da própria região
  • viagens para outras regiões apenas por motivos de trabalho ou visitas médicas (necessário auto-certificação)
  • o acesso a parques e jardins públicos será permitido, mas mantendo  sempre a distância de segurança
  • para atividades esportivas, necessário mante distância de dois metros. Atletas profissionais poderão retornar ao treinamento a portas fechadas para disciplinas individuais. Não aos esportes coletivos, provavelmente após o dia 18 de maio. Para atividades esportivas a distância mínima é de 2 metros.
  • será possível realizar cerimônias fúnebres, com participando de no máximo 15 pessoas (missas ainda não são permitidas)
  • bares e restaurantes:  serviços de  take-away serão permitidos. Os alimentos  devem ser consumidos em casa
  • as máscaras devem ser vendidas por no máximo 50 centavos de euro

 

A partir de 18 de maio:

  •  Reabertura de museus, bibliotecas, exposições  e locais culturais
  • Reabertua de lojas
  • Esporte: treinamento para equipes. Sobre o campeonato de futebol da série A,  será necessário avaliar se existem condições para terminar a temporada.

 

A partir de 1º de junho:

  • Reabertura de bares, restaurantes, cabeleireiros e centros estéticos.

 

 

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O que visitar em Lucca

Lucca pode ser uma grata surpresa de viagem! Que a cidade é famosa por seus monumentos históricos, muros e arte, todo mundo sabe. Mas o que quase ninguém imagina é que você pode se apaixonar por essa gracinha de cidade e por sua agradável atmosfera!  Pra ser muito sincera, nunca dei muita atenção à Lucca até que resolvi passar um final de semana na cidade. Já tinha visitado a cidade apenas passando algumas horas e sem dedicar a merecida atenção.

 

Lucca é uma importante e renomeada cidade histórica da Toscana. Visitar a cidade significa fazer uma viagem de volta no tempo e voltar à Idade Média

Com cerca de 88 mil habitantes, Lucca é uma  graça de cidade medieval muito bem preservada e toda murada: são mais de 4 Km de muros de pedra que foram erguidos no século 16. Lucca é conhecida como a cidade das 100 igrejas e terra natal do compositor de óperas  Giacomo Puccini. Dentre as atrações da cidade estão a  Torre Guinigui e a Torre delle Ore, a Praça do Anfiteatro, a Catedral de São Martinho e a Igreja de São Miguel in Foro.

Lucca-Toscana

No século 14 Lucca era uma das mais ricas e prósperas cidades da Idade Média italiana, graças principalmente  à produção de tecidos. A cidade desenvolveu-se também porque era rota de peregrinação, pois  a Via Francigena, que ia Europa Ocidental e conduzia até a Roma, passava por Lucca

Rodeada pelos Alpes Apuanos e Garfagnana, Lucca, que desenvolveu-se às margens do rio Serchio,  é  famosa pelo cinturão de muros renascentistas que circundam o centro histórico e guardam  maravilhas como igrejas, torres, claustros e edifícios de pedra que permaneceram praticamente inalterados ao longo dos séculos. As muralhas da cidade foram edificadas entre os séculos 16 e 17 .

 

lucca

Lucca é um perfeito exemplo de cidade murada da época renascentista, que está praticamente intacta até os dias de hoje. A cidade  já chegou a ter 130 torres e atualmente existem 2

Principais atrações de Lucca

Lucca é uma excelente meta toscana, com deliciosa gastronomia e  mil belezas arquitetônicas para admirar. Enumerei aqui suas principais atrações:

Piazza dell’Anfiteatro – é o coração da cidade e um dos locais preferidos dos turistas.  Foi edificada sobre um antigo anfiteatro romano, no século 2. Conserva ainda sua forma  elíptica, O acesso à praça dá-se através de 4 portas mas apenas 1 delas está posicionada no local de uma original.

Lucca

A Piazza dell’Anfiteatro abriga restaurantes, bares e lojinhas

 

piazza-anfiteatro

A praça tinha capacidade  para 10 mil expectadores e por 400 anos  foram realizados no local combates com gladiadores. A estrutura atual da praça foi realizada pelo arquiteto Lorenzo Nottolini no ano de 1830, que alterou  algumas construções par recuperar a área que estava em degrado, respirando sua forma oval

Catedral de San Martino –  Fundada por San Frediano no século 6, a Catedral de San Martino é um lindo edifício religioso em estilo gótico-românico. É o  principal local de culto católico da cidade. A assimetria de sua fachada é que a igreja foi erguida ao lado da torre pré-existente.  O ingresso para acesso à igreja é de 3 euros.
Duomo-San-Martino

A catedral  foi consagrada no ano de 1070.

Igreja de San Michele in Foro – Nas ruínas de um antigo fórum romano, fica outra maravilhosa praça, a de San Michele, com importantes construções ao seu redor, como o Palazzo Gigli, o Palazzo Del Podestà ou Pretorio e a Igreja de San Michele in Foro. A igreja, com sua imponente e majestosa fachada, foi comissionada pelo Papa Alexandre II no início do século 11. As restruturações que começaram em 1070 terminaram apenas no século 14, por este motivo presenciamos os estilos românico e gótico.

O campanário, a torre do sino, remonta ao século 12

 

A igreja de San Michele in Foro

 

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A fachada da igreja tem 4 metros, com colunas diferentes umas das outras e ornadas com temas do zodíaco e com animais. Na parte central a grande estátua de São Miguel Arcanjo com duas estátuas de anjos

 

Via Fillungo – essa  é uma rua tipicamente medieval, conservada quase inalterada e que praticamente atravessa todo o centro histórico. É  constituída de bodegas, casas, restaurantes e lojas. Sem dúvidas você vai passar pelo local e vai poder admirar seus produtos típicos, cafés históricos e belas vitrines.

Lucca

A partir da Porta dei Borghi começamos nosso passeio pela rua Fillungo

 

Torre delle Ore – A Torre delle Ore é uma construção do século 13 e já pertenceu à diversas famílias nobres.  É a torre mais alta de Lucca, com 50 metros, e  207 degraus com escada de madeira original, ainda em excelentes condições.  A Torre delle Ore ganhou o primeiro relógio em 1390. O relógio atual foi fabricado em 1754, graças à colaboração dos relojoeiros de  Lucca, e seu mecanismo manual ainda é um dos exemplos de trabalho mais importantes do mundo.  A Torre delle Ore fica na movimentada via Fillungo e o bilhete para visitá-la custa 5 euros.
Lucca
Torre Guinigi –  Edificada na segunda metade do século 14, é a mais importante e uma das poucas que restaram na parte interna da cidade; a outra é a Torre delle Ore. Dentre as torres que pertenciam a famílias particulares em Lucca, a Torre Guinigi é a  única que não foi  destruída no século 16. A torre tem   45 metros de altura e um jardim arborizado no topo, uma característica peculiar que a caracteriza. Superados os 230 degraus, o visitante pode aproveitar da vista de toda a cidade e arredores. O  ingresso custa 4 euros. A torre fica nas esquinas das ruas Sant’Andrea e via delle Chiavi D’Oro.

A Torre Guinigi pertencia à familia Guinigi, ricos e influentes comerciantes e banqueiros

Casa Puccini – Lucca homenageia o seu ilustre cidadão, Giacomo Puccini, com um museu dedicado à essa grande personalidade da música classica italiana e mundial. Nascido numa família de músicos  no dia 22 de  dezembro  de 1858 ,  Giacomo começou a tocar órgão na igrejas da cidade como forma de contribuir com sua  família.  Estudou no Conservatório de Lucca  e  em 1880, depois de receber uma bolsa de estudos da rainha Margherita di Savoia,  transferiu-se  para Milão para estudar no Conservatório.  Em 1900 mudou-se para a Villa que construiu em Torre Del Lago, pertinho de Pisa.
puccini
Muralhas –  A  atual cerca murada, de mais de 4 metros, é resultado da última reconstrução, entre 1504 e 1645. E um dos programas mais legais na cidade é justamente fazer uma caminhada  por seus muros antigos, seja a pé, de bicicleta ou de risciò, uma espécie de triciclo muito comum na cidade. Você consegue alugá-los em diversos pontos da cidade.

Curiosidade: as portas da cidade eram fechadas à noite e as chaves das 3 portas existentes na época ficavam em possesso do chefe do governo, o Golfaloniere

 

lucca-muralhas

As muralhas se estendem por quatro quilômetros e meio.O local não é apenas um destino fixo para turistas, mas também um dos lugares mais amados pelos cidadãos de Lucca.

Piazza Napoleone –  Essa grande praça com carrossel foi dedicada à Napoleão. Quando estivemos visitando Lucca estava acontecendo na praça um mercadinho e onde havia sido instalada uma pista de patinação.  A praça abriga  o Palazzo Ducale, sede do  poder da nobreza desde o século 14.   A praça e o palácio são resultado de intervenções por parte de Elisa Baciocchi,  irmã de Napoleão, que entre 1805 a 1815 liderou o Principado de Lucca.

Lucca

A Piazza Napoleone

 

Igreja de San Frediano – Em estilo românico, é um dos mais antigos locais de culto católico da cidade. Foi consagrada em 1147. San Frediano também é famosa pelo mosaico que representa a ascensão de Cristo ao céu e pela fonte batismal. Fica na piazza San Frediano.

Distâncias:

Firenze – 80 Km

Pisa – 18 Km

Pisa – 15 Km

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As tradicionais molduras de madeira de Firenze

Florença nos olhos e a arte nas mãos. Este é o slogan do nosso grupo de blogueiros Tuscany Bloggers,  com quem estive recentemente para mais uma visita à uma atividade histórica da cidade.  Dessa vez visitamos a Cornici Maselli, atividade histórica que realiza molduras em madeira desde os anos 50.

Tenho muita admiração pelos artesãos e adoro visitar as bodegas do centro de Florença, ricas de história, beleza, arte e tradição. Na Cornici Maselli verdadeiras esculturas artísticas realizadas em madeira

Essa é um antiga tradição florentina do artesanato artístico, com apreciadores do mundo inteiro, que se encantam com a habilidade dos escultores que trabalham a madeira, criando verdadeiras obras de arte.  O pequeno ateliê oferece serviços de qualidade impecável na realização de molduras feitas à mão, de todos os tipos e formatos, desde a produção de molduras artísticas personalizadas,  reproduções e restaurações. Na bodega é possível também encontrar molduras coloridas e modernas, sempre realizadas à mão, com design contemporâneo. Depois de pronta, a moldura pode ganhar o tom dourado. A técnica de douramento já era conhecida pelas civilizações antigas e a criada pelo Maselli é realizada  com os mesmos, ferramentas e  método do passado. As molduras dourada criadas na loja são inspiradas nos trabalhos  artísticos italianos e europeus desde o século 16.

Gabriele Maselli é o Presidente da Associação das Atividades de Firenze e filho do fundador Paolo Maselli, que inaugurou em 1955 sua loja de gravuras antigas e molduras artesanais

Gabriele Maselli, especializado em douramento e restauração de molduras, adquiriu do pai a paixão e iniciou nessa atividade em 1979. E essa tradição continua em família, pois Tommaso, filho de Gabriele, atua junto ao pai na bodega. Ele está estudando restauração e aprimorando a técnica.

 

Tommaso, 19 anos, nasceu nesse ambiente e desde criança  começou a criar  suas obras trabalhando a madeira. Lindo de ver a atividade de família que prossegue com a nova geração

 

O douramento ou douração é um processo de decoração de superfícies que utiliza uma camada bem fina de ouro, a “folha de ouro”, muito utilizado nas tradicionais molduras de madeira

 

E Firenze é uma cidade rica de lugares cheios de magia, que reune mestres com muita habilidade, realizando molduras feitas à mão de todos os tipos e formatos (foto Michela Ricciarelli)

 

Gabriele com suas criações. Os Pinoquios são realizados em cipreste

Gabriele cria Pinóquios de diversos tamanhos em madeira de cipreste. Ele quis homenagear o “pai” do simpático bonequinho, Carlo Coloddi, que nasceu  bem pertinho da bodega, na Via Taddea. A Bodega D’Arte Maselli participou da restauração de obras do Duomo de Firenze e no Museu Uffizi.

 

Por que tem tanta obra de arte em Firenze?

Florença é conhecida em todo o mundo como uma cidade de arte e cultura com um rico patrimônio histórico,  artístico e arquitetônico.  Berço do   Renascimento, a cidade revelou grandes gênios e artistas e recebe anualmente milhões de pessoas que podem admirar suas maravilhosas pinturas, esculturas, tapeçarias e porcelanas. E é graças à Anna Maria Luisa de’ Medici, a Elettrice Palatina, que encontramos todas essas obras e monumentos na cidade. Percebendo que o patrimônio da família poderia ser saqueado ou disperso, já que a questão da sucessão da Toscana não estava decidida, Anna Maria Luisa solicitou um inventário com uma relação de todas as obras da família e decretou que todo os bens da família fossem conservados em Firenze. E em 31 de outubro de 1737 ela elaborou um ato legal conhecido como Pacto Familiar. Explico tudo pra vocês neste post:
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Anna Luisa Maria de’ Medici estabeleceu o Pacto Familiar para tutelar as obras de arte: com o acordo, as obras deveriam permanecer em Firenze (pintura realizada por Antonio Franchi,  exposta no Palazzo Pitti)

 

O Pacto de Família, exposto no Museu dos Medicis de Florença

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Florença é a cidade onde o movimento artístico chamado Renascimento consolidou-se no  século 15.  Por esse motivo, a cidade é considerada o berço mundial da arte e da arquitetura

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O Pacto Familiar trazia uma relação de todos os bens da família, como pinturas, estátuas,  joias e livros que passaram a pertencer à cidade de Firenze

A árvore genealógica da família Medici

A família Medici – De forma resumida, vou falar um pouco sobre os Medici, célebre família que governou Firenze entre 1413 e 1743, com alguns momentos de interrupção do poder. A família Medici,  originária do Mugello (norte de Firenze), foi mecenas das artes não apenas em Firenze mas em toda a Toscana e conseguiu construir uma dinastia mesmo não havendo origens nobres. Entre os séculos 13 e 14, alguns membros da família começaram a prosperar com a  fabricação de lã. Os Medici começaram a se revelar  protagonistas ativos da vida pública e econômica florentina: no século 14 já tinham 2 gonfalonieres da Justiça, que era o mais alto cargo da Republica Fiorentina e participavam ativamente da oligarquia que dominava a cidade. A família conquistou cargos altos na sociedade, como políticos, papas e  rainhas.  O esplendor florentino deu-se com  Lorenzo  “O Magnífico”,  em  meados do século  15. Por volta do ano de 1700 a dinastia estava se extinguindo pois os últimos herdeiros eram Ferdinando e João Gastão (Gian Gastone), que foi o último grão-duque da dinastia dos Medici, e Anna Maria Luisa, que também não deixou herdeiros.

O legado da família, que fomentou e inspirou o Renascimento, começou nos anos 1400 e durou mais de 3 séculos. Os  Medici eram comerciantes de tecidos e  banqueiros que fizeram fortuna e expandiram seu poder e influência não apenas em Firenze mas também na Itália e em outros países da Europa.

 

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Se hoje Firenze é uma das maiores capitais da arte do mundo é graças à Anna Maria Luisa de’ Medici, que salvou o patrimônio artístico de Florença

 

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Arte em Firenze – Com o testamento, Anna Maria garantiu que todo o vasto patrimônio que pertencia à família fosse mantido e preservado na cidade

A vida de Anna Maria Luisa –   Filha de  Cosimo III, grão-duque da Toscana, e da francesa Margherite Louise d’Orleans, Anna  Maria Luisa de’ Medici nasceu em 11 de agosto de 1667,  em Firenze. O casamento dos pais foi um dos piores da história da dinastia, e a mãe acabou  retornando à França depois de obter a separação e depois de concordar em se aposentar no mosteiro de São Pedro em Montmatre.  Quando a mãe retornou para a França Anna Maria tinha apenas 9 anos e nunca mais a viu. Anna Maria era uma mulher culta e inteligente e passou a ser criada pela avó paterna Vittoria della Rovere.

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Anna Maria salvaguardou todo o patrimônio artístico após a morte de seu irmão,  ao estabelecer o Pacto da Família, em 31 de outubro de 1737, deixando ao Estado todos os tesouros culturais das coleções da família Medici

Depois de tratativas mal sucedidas de matrimônio (ela não foi aceita pelos reinos da França , Portugal, Savoia e Inglaterra), aos 23 anos Anna casou-se por procuração com o alemão Giovanni Carlo Guglielmo I, príncipe Elettore del Palatinato e obteve o título de Elettrice Palatina.  O casamento oficial aconteceu em Innsbruck. Eles moravam em Dusseldorf e tiveram um casamento feliz, que durou 25 anos, até a morte do marido, que em 1716, morreu de sífilis (e a tornou estéril). Anna Maria retornou para Firenze em 1717 e encontrou uma situação dramática na cidade. Ela viveu no Palazzo Pitti e posteriormente na Villa la Quiete.

Anna Maria chegou a engravidar provavelmente mais de uma vez, mas não conseguiu levar adiante a gravidez. Presume-se que o marido era estéril, pois ele já havia sido casado e não havia filhos

Anna Luisa teve outros  irmãos: Ferdinando, o mais velho, que morreu  aos 50 anos e  o caçula Giangastone, o último grão-duque  da dinastia Medici, que  sofria de depressão, era alcoólatra e homossexual. Em 1723 Giangastone assumiu o trono e ficou até 1737.  Sua morte despertou interesse por parte de potências estrangeiras em querer assumir o controle do território da Toscana.  Nessa época a família estava em declínio e seu pai, Cosimo III,  tentou em vão fazer com que os outros estados europeus reconhecessem  Anna Luisa como herdeira, o que não era possível por se tratar de uma mulher. Já que ela não podia assumir,  o governo  foi entregue à  família Asburgo-Lorena.

Florença possui uma herança artística surpreendente! Suas obras estão espalhadas pelos principais museus da cidade. Esse aqui é o Palazzo Pitti, onde Anna Maria viveu

Mas antes de entregar o poder Anna Luisa resolveu formular um documento, o chamado Patto di Famiglia, evitando que os quadros, esculturas, livros, móveis e jóias fossem saqueados, o que aconteceu em diversas cidades italianas. O pacto com os Lorena foi estabelecido em 1737 “para o ornamento do Estado, para o benefício do público e para atrair a curiosidade dos estrangeiros”.

 

Galleria Palatina, Palazzo Pitti

A arte florentina gera grande interesse por suas obras monumentais e espetaculares, não apenas nos museus, mas também nas ruas e praças da cidade

Anna Maria Luisa passou os últimos anos de sua vida envolvida com a finalização do mausoléu da família, as Capelas dos Medici, para manter viva a glória e a memória da família. Anna Maria morreu no dia 18 de fevereiro de 1743, data que os florentinos relembram com um cortejo histórico e com ingresso gratuito em alguns museus de Firenze.  Seu túmulo encontra-se nas Cappelle Medicee, no complexo da Basílica de San  Lorenzo.

 

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O espetáculo teatral  The Medici Dynasty é em língua inglesa e conta em 1 hora a vida dos últimos descentes da família Medici.

 

O brasão da família Medici, com 6 bolas, que decoram muitos palácios florentinos

Os museus cívicos de Firenze oferecem ingresso gratuito no dia 18 de fevereiro:

  • Palazzo Vecchio  9 – 19 (Torre di Arnolfo das 10 às  17h )
  • Museo Novecento  11-19
  • Santa Maria Novella  9-17.30
  • Cappella Brancacci  10-17.
  • Fondazione Salvatore Romano  10-17
  • Museo Stefano Bardini  11-17
  • Palazzo Medici Riccardi 9-19

Dia 18/2, No Palazzo Pitti,  na Sala del Fiorino, acontece um monólogo (Incontro com l’Elettrice Palatina) promovido pela Muse, às 15, 16 e 17  horas (o ingresso ao museu  não é gratuito) e no Palazzo Medici Riccardi, no dia 22 de fevereiro , às 10h30 e 11h30.

Anna Maria Luisa de’ Medici – promovido pela Muse, o encontro com o personagem é seguido de um debate com o público: oportunidade para entender melhor as características dessa grande personalidade e mergulhar no contexto da Florença do século 18

 

Cortejo histórico começa no Palagio di Parte Guelfa e passa pelas ruas do centro e praças de Florença

 

O cortejo histórico termina nas Capelas dos Medici, onde Anna Maria foi enterrada

E para comemorar o seu aniversário e homenagear Anna Maria Luisa,  no dia 31 de outubro a Galeria Uffizi, o Palazzo Pitti e o Jardim Boboli são abertos gratuitamente.

 

Passeios em Firenze e na Toscana

Quer vivenciar uma experiência em Firenze de uma maneira mais completa, diferente e autêntica? Desenvolvi alguns tours temáticos fora dos passeios mais tradicionais e das paradas obrigatórias para aqueles que buscam experiências mais exclusivas e uma perspectiva diferente, seja para quem já conhece e para quem visita pela primeira vez a cidade.

Os passeios temáticos foram elaborados com muito carinho para possibilitar ao visitante uma verdadeira imersão na cultura local, com respeito à tradição mas sempre em busca de atividades diferenciadas. Os passeios incluem lugares mais reservados e menos óbvios para você conhecer,  vivenciar e experimentar a cidade de forma  mais  específica, com temas como história, fotografia, gastronomia, moda, entretenimento e cultura. Alguns passeios podem ter duração de meio dia ou de dia inteiro e são realizados em número limitado, de 2 a 8 pessoas.  Apresento pra vocês os 4 tours temáticos para o ano de 2020, além de passeios e degustações na Toscana:

 

 

Durante os passeios passamos pelos pontos mais famosos e conhecidos da cidade

Artesanato

A relação de Florença com o artesanato é muito forte.  A Capital do Renascimento possui diversas pequenas bodegas seculares que conservam a tradição de produtos exclusivos feitos à mão e o artesanato é motivo de orgulho para os florentinos. Nosso passeio começa no Oltrarno,  meca de artesãos , onde passaremos por diversas  oficinas para vermos de perto como as peças são realizadas. Esse passeio é pelas ruelas de Florença, passando em seus ateliês secretos onde criatividade, habilidade e tradição se fundem. O tour inclui visitas às bodegas de bolsas,  sapatos, molduras, joias, bijuterias, roupas e acessórios.

A arte dos ourives em Firenze tem origem  no século 12.  Brunelleschi, Michelozzo, Cellini  e Donatello são apenas alguns dos artistas que treinaram como ourives em oficinas florentinas

 

A tradição florentina em trabalhar com o couro remete à tempos antigos. Firenze é um importante centro produtor de produtos em couro de alta qualidade

 

Boutique com possiblidade de presenciar produção das peças no ateliê das proprietárias

Itinerário:

San Frediano e Santo Spirito, Piazza Santo Spirito, Ponte Vecchio, San Niccolò e Santa Croce, com visita à Scuola del Cuoio.

Duração: 3 horas (início do tour às 10 horas)

  • Durante o tour  é oferecido um mini-shooting onde cada participante vai receber  10 fotos tratadas  (enviadas através de link on-line, prontas para serem impressas)

Fashion

Firenze tem uma relação estreita com a moda e é uma das mais importantes cidades italianas do setor, com grande tradição e referência no cenário internacional.  Diversas maisons mundialmente famosas como Gucci, Ermanno Scervino,  Enrico Coveri, Emilio Pucci, Roberto Cavalli e Patrizia Pepe escolheram Firenze para produzir suas peças.  O tour Fashion  começa na esplêndida Piazza della Signoria, com visita ao  Gucci Garden, no interior do histórico Palazzo della Mercanzia. Em meio às inúmeras obras de arte que encontramos   pelas ruas e praças da cidade,  faremos um passeio nos endereços de shopping mais elegantes de Florença. Coffee break no atelier de uma estilista brasileira radicada em Firenze. Para quem optar pelo tour de 6 horas, à tarde tem visita guiada ao Palazzo Pitti, o museu mais importante da Itália dedicado à História da Moda, com uma rica coleção de mais de 6000 peças com trajes antigos do século 17 até os dias de hoje.

brecho

Itinerário:

Piazza della Signoria, Palazzo della Mercanzia, Ponte Vecchio e Ponte Santa Trinità, Oltrarno, workshop num atelier de moda,  Palazzo Pitti com Museo del Costume com guia credenciada (para quem optar pelo tour de 6 horas).

Duração:  3 ou 6 horas (início do tour às 10 horas)

 

  • Durante o tour de 6 horas é oferecido um mini-shooting onde cada participante vai receber  10 fotos tratadas    (enviadas através de link on-line, prontas para serem impressas)
  •  Parada de 1 hora para almoço (despesas da refeição não incluídas no valor do tour)

 

Enogastronômico

Admirar monumentos, praças e construções da capital do Renascimento com paradas para degustar as delícias que você pode encontrar na cidade! Durante o percurso enogastronômico, vou te levar para saborear os  produtos típicos da região. Como a própria palavra diz, esse tour é um passeio pelo centro histórico, com foco na comida e no vinho. O tour de 7  horas inclui cooking show no Oltrarno

Duração: 3, 4 ou 7 horas (início do tour às 10 horas)

  • Durante o tour de 7 horas é oferecido um mini-shooting onde cada participante vai receber  10 fotos tratadas    (enviadas através de link on-line, prontas para serem impressas)

 

Fotográfico 

Florença é uma das cidades mais fotogênicas da Itália e tem um luz incrível!  Monumentos, paisagens, praças e ruelas inspiradoras são cenários.  Que tal registrar a sua passagem por aqui num tour fotográfico? Esse tour inclui um passeio a pé pelas principais atrações da cidade com shooting fotográfico.

Duração: 2 ou 3 horas

 

 

 

Passeios na Toscana

1 – Degustação de vinhos, piquenique e passeio em cidades da Toscana (a escolher)

Piquenique com degustaçao de vinhos e visita à San Gimignano , Siena ou cidades do Vale da Orcia, como Montalcino, Montepulciano e Pienza.

 

Um dos programas mais interessantes é o programa que inclui degustação de vinhos e visita a alguns burgos da Toscana

 

2- Visita à agriturismo na Toscana com almoço e visita à Vinci

Visita à um agriturismo com cooking show. Vamos cozinhar numa linda cozinha onde um italiano vai  prear

Tarde visita ao vilarejo de Vinci, com guia credenciado , para passeio na cidade do gênio Leonardo.

 

 

 

Escreva para grazieateblog@gmail.com para mais informações.

Vendas: Natur Viagens

 

Restaurantes internacionais em Florença

Moro em Florença desde 2005 e lembro que logo quando cheguei sugeri um restaurante japonês à uma colega italiana que ficou admirada com a minha proposta. É que a tradição culinária local era tão forte que as pessoas muitas vezes não queriam nem experimentar outro tipo de comida e nem a oferta era tão vasta quanto nos dias de hoje. Eu adoro provar   pratos de  culturas diferentes e mesmo com a excelente gastronomia italiana sinto vontade de comer e experimentar pratos com um tempero diferente. Fiz uma relação com restaurantes de cozinha internacional aqui na cidade:

 

Comida japonesa – Asian-fusion

Dentre os restaurantes internacionais em Florença, os de comida chinesa e japonesa são maioria

The Fusion – um ambiente refinado, que leva a assinatura da família Ferragamo, o Fusion oferece especialidades nikkei, com drinks excepcionais! Eu adoro o local, que fica nas proximidades da Ponte Vecchio, e voltei recentemente junto ao grupo Tuscany Bloggers para experimentar o novo menu elaborado pelo chef Andrea Magnelli. Uma perfeita fusão entre as cozinhas peruana e japonesa, com pratos delicados, realizados com ingredientes frescos e muita criatividade. Quanto aos coquetéis, algumas releituras e drinks autorais, para agradar os mais exigentes amantes da mixology.  Fica no Vicolo Dell’Oro, 3

Outros locais Asian-fusion:

  • Kome, Via dei Benci, 41
  • Hibiki-àn, Piazzale Donatello, 4 r
  • Kawaii e Momoyama, Borgo San  Frediano, 8 r
  • Koko, Piazza Ferrucci

Comida chinesa 

Fulin –  O restaurante Fulin é um restaurante oriental com proposta luxury, para quem busca uma verdadeira experiência gourmet chinesa. Idealizado por Stefano Dai e Franceso Han, em sociedade com o fotografo Gianni Ugolini, proprietário do edifício histórico que abriga o restaurante: uma elegante construção dos anos  1800 nas proximidades da piazza Ferrucci. Fui conhecer o local à convite da casa, com um grupo de foodbloggers e instagrammers e pela primeira vez experimentei a verdadeira cozinha chinesa, com seus sabores autênticos, com pratos realizados com produtos frescos, locais e de primeira qualidade.  Provamos praticamente tudo que tem no menu, com degustação que começou com o famoso ravioli: foram 6 tipos diferentes, de verdura, carne e peixe, com a massa preparada no local todos os dias. Depois, involtini primavera e caramelle, arroz negro,   spaghetti al sugo do Oriente,  peixe Branzino ao vapor, carneiro e pato ò Pequim, um dos carros chefe do Fulin.   Uma proposta interessante que a casa oferece é o menu degustação, com  3 formats, de 35, 45 e 55 euros. O Fulin, aberto diariamente para almoço e jantar, fica na via Giampaolo Orsini, 113 r

Fulin é um restaurante chinês de luxo, de 2 andares, com salas privês e uma varanda de onde podemos admirar as colinas de Firenze.O elegante restaurante Fulin oferece uma verdadeira experiência culinária gourmet chinesa

 

No Fulin, os pratos da tradicional cozinha chinesa milenar, são preparados com paixão e realizados com ingredientes frescos e de alta qualidade

 

Osir – Osir é um dos mais antigos restaurantes chineses de Firenze e o considero muito bom, com ambiente típico de locais chineses, com decoração nas cores preto e vermelha, com ambiente tranquilo e com atmosfera um pouco mais intimista do que a média que encontramos aqui na cidade. O menu é amplo e o serviço eficaz. Dentre os pedidos que faço sempre ali e que não decepcionam estão rolinho primavera, porco agridoce e frango com bambu. Media de custo para um jantar é de 23 euros. Fica no viale  Spartaco Lavagnini

Outros restaurantes chineses:

  • Ciblèo, via Andrea del Verrocchio, 2 r
  • Dim Sum, via dei Neri, 37 r

 

Comida persa

Tehran –  já estive algumas vezes e recomendo o Tehran, restaurante persa a poucos passos da piazza della Signoria. Com poucos lugares e um decorrer que nos trnasporte ao Oridente Medio, o Teheran oferece pratos típicos e refinados da tradição iraniana, que mistura ervas frescas e especiarias aromáticas seja nas carnes que no peixe e arroz.  Como entrada, tris di mazè: creme de berinjela, tomate e alho, azeitonas marinadas e o outro de yogurt, depois carne de cordeiro com arroz e açafrão.  Os pratos custam em média 10 euros. Tehran fica na via dei Cerchi, 25, r

Comida Armena

Ararat–  Um local alternativo para quem quiser experimentar outro tipo de cozinha que não seja italiana. É um restaurante que serve pratos da Armênia e da Georgia. Na cozinha e na sala, staff dos países de origem que auxiliam e ajudam a explicar sobre os pratos da casa e os vinhos, que também são  provenientes desses países. Experimentei Pkhali,  uma especie de almôndega servida com  molho, o Khinkali, ravioli com recheio de carne, e o Tolma, enroladinho de carne acompanhado de yogurt. A preparação dos pratos, como da tradição, são realizados com produtos frescos e naturais, mas geralmente são elaborados e precisam de cozinheiros muito pacientes. Segundo Amalia, a gerente da casa que nos recebeu, a cozinha desses países tem base pobre, portanto, precisa ser calórica.  Muitos pratos levam nozes, pão e batata. Ambiente moderno e requintado, de dois andares, o Ararat fica perto da Piazza Beccaria, na Borgo da Croce,  32, r

Ararat

Colorida e variada , a cozinha armena é perfumada de ervas aromáticas e temperos, mas nao particularmente picante. Uva e romã, símbolos de abundância, são presentes em muitos pratos

 

Ararat

Khachapuri agiaruli , pão-pizza georgiano. Este é o clássico, servido com ovos, mas pode ser com preparado com beringela, tomate, pimentão , funghi ou espinafre

Americano e mexicano

1950 American Diner – O 1950 American Diner é  para os amantes de um bom cheesburger! No menu, nachos,  burritos e burgers.  A nova area oferece também um espaço para crianças, com sala de jogos onde os pequenos podem se divertir a valer num ambiente temático que remonta os anos 50. Além de almoço e jantar, oferecem também  American breakfast e brunch. Fica na esquina entre as ruas Guelfa e Nazionale, a 5 minutos da estação ferroviária  SMN.

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1950 American Diner – o ambiente vintage remonta aos anos 50 e as garçonetes circulam de patins

Melaleuca – é um bistro com especialidades americanas e australianas. Com ambiente informal, iluminado e moderno, propõe também uma variedade de delicias da confeitaria.ingredientes toscanos de qualidade, da nossa cozinha ao Arno, assamos, engarrafamos e fabricamos cerveja em pequenos lotes, de bagels ao pão, à kombucha e à bebida gelada. , de 8 às 12 h servem café-da-manhã e depois até às 17 horas opções de almoço e lanche e nos finais de semana, brunch das 8 às 15 horas. no menu, toasts, ovos, pão com abacate, sanduíches de salmão,  saladas e petiscos. Mas Fica no Lungarno delle Grazie, 18

 

Outros locais americanos:

  • Old Wild West , Centro Comercial San Donato
  • The Diner,  via dell’Acqua, 2
  • Hard Rock Café, Piazza della Repubblica
  • Rooster – Via Porta Rossa, 63 r
  • Sugar & Spice – Borgo la Croce e via dei Servi
  • Mama’s Bakery – via della Chiesa, 34 r

Locais mexicanos:

  • El Chico, via dei Benci, 15 r
  • Eby’s Latin Bar , via dell’Oriuolo, 5
  • I 5  Tavoli, via del Sole, 26 r
  •  Tijuana , via Ghibellina e Porta al Prato

 

Comida indiana 

Haveli –  Esse restaurante, inaugurado em 2000, é um ponto de referência para a culinária indiana em Firenze. Já estive inclusive no local com toda a família ,  incluindo as crianças, que adoraram os pratos. Servem principalmente  receitas do Punjab, região dos proprietários, que oferecem receitas da tradição culinária milenar,  preparadas com modernas técnicas. Você pode saborear os pratos típicos da culinária indiana, como frango ao curry ou tandoori e tanta receitas, baseadas no uso harmonioso de vegetais. Fica no Viale Fratelli Rosselli, 31.

 

Haveli – Aromas e especiarias indianos num ambiente refinado.

Outros restaurantes:

  • Salaam Bombay, viale Fratelli Rosselli, 45r

Comida espanhola

La Cova –  Depois de Prato, o La Cova abriu as portas em Firenze no inverno de 2017  com as delícias do street food espanhol num cantinho muito sugestivo da cidade: uma ruela a 2 minutos do Palazzo Pitti. A proposta da casa é  celebrar a Andalusia em Firenze! Servem tapas, patatas bravas, tortilla, croquetas de bacalhau e claro,  presuntos espanhóis nobres envelhecidos  (Jamón Serrano Gran Reserva, Ibérico Cebo e Ibérico de Bellota). E claro que não podia faltar, a sangria! Atmosfera descontraída e acolhedora em 3 ambientes, o local é uma excelente opção para quem quer socializar. Aliás, a proposta é essa também:  compartilhar a mesa, fazer novas amizades e  bater papo com quem está nas mesinhas próximas enquanto se degusta vinhos e comida da qualidade. Os produtos são frescos e trazidos diretamente da Espanha. O restaurante fica no Sdrucciolo de’ Pitti, 19 r

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La Cova, local divertido onde se respira atmosfera espanhola

Italian Tapas   A dois passos da piazza Santo Spirito encontramos um local descontraído que funciona como bar, restaurante e cocktail bar, numa envolvente atmosfera espanhola, com petiscos e pratos preparados com produtos da estação. A especialidade são tapas,  pequenas porções de petiscos servidos com alguma bebida, que pode ser alcoólica ou não. Adorei os 2 tipos super inusitados que experimentei:  gnudi toscani com ricota, peixe e açafrão e o gnocconi com queijo pecorino com molho funghi!  No menu uma ampla e variada seleção,  propostos em 2 mini-porções, bom pra quem quiser experimentar vários dividindo com os amigos. Os coquetéis merecem atenção especial! A lista é grande e o barman prepara drinks deliciosos! Aliás,  o local é ótimo para quem busca apenas um drink num dos bairros mais badalados da cidade.  Via Sant’Agostino, 11/r.

  • o Italian Tapas fechou em 2020

 

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O agradável ambiente do Italian Tapas, que abriu as portas no verão de 2017

A Igreja de Ognissanti de Firenze

Uma das minhas igrejas prediletas de Firenze é a de San Salvatore in Ognissanti, localizada na praça homônima, no centro histórico da cidade e a poucos minutos da piazza de Santa Maria Novella. A Igreja de Ognissanti, isto é, de Todos os Santos, é pouco conhecida  mas reúne verdadeiros tesouros artísticos. Seu interior é ricamente decorado, com obras de  Giotto, Taddeo Gaddi, Botticelli e Ghirlandaio.  A igreja franciscana tem sua história ligada à família de Américo Vespucio, que a patrocinou.  Veio daí o nome de Baía de todos os Santos (Bahia), por onde Vespúcio passou em 1501.

A igreja franciscana foi edificada em 1251 e fazia parte do complexo do convento dos “Umiliati”. No ano de 1571 os Umiliati foram substituídos pelos franciscanos, que expandiram o complexo com dois claustros, novos altares e reconstruíram a fachada

 

Na fachada,  terracota vitrificada,  atribuída a Benedetto Buglioni

A igreja fazia parte do complexo do convento fundado em 1251 pelos Humilhados, ordem que se dedicava à pobreza e ao trabalho. Vindos da Lombardia, chegaram em Firenze no ano de 1239 e se estabeleceram  incialmente fora da cidade e depois estenderam as propriedades ao burgo, onde construíram a igreja e o convento. O complexo foi terminado em 1260.

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A igreja inicialmente fazia parte dos “Umiliati”, congregação religiosa que se dedicou ao trabalho com a lã, entre os séculos 13 e 15, que foi a principal atividade comercial de Firenze

 

O interior da igreja. A ordem dos Humilhados,  dedicava-se  não apenas à prática religiosa mas também ao comércio e negócios

A região era apropriada ao trabalho com a lã devido à proximidade do Rio Arno e  a formação do canal, que garantia energia hidráulica para os moinhos. Foram os freis que impulsionaram o setor com sua experiência no manuseio e tingimento da lã e contribuíram para o crescimento urbano na região, que começou a girar em torno das atividades da igreja, especialmente no que diz respeito aos artesãos. Devido ao prestígio que alcançaram , os Humilhados foram convidados para ocupar importantes cargos públicos. A igreja passou a receber obras importantes, graças sobretudo à contribuição das famílias de prestígio do bairro.

 

Logo depois da chegada à Firenze, os freis adquiriram um terreno próximo ao Rio Arno, favorável ao processo de fabricação. A igreja fica próxima ao Lungarno

Durante o século sucessivo os Humilhados  reduziram de número e começaram a perder prestígio, tanto que em 1571, por vontade de Cosimo I de’ Medici, cederam o mosteiro aos franciscanos. O complexo foi restaurado, foram construídos dois claustros e a igreja foi consagrada em 1582 recebendo o nome de San Salvatore ad Ognissanti . 

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A igreja é pequena e lindamente decorada, com obras de Giotto, Ghirlandaio, Taddeu Gaddi e Sandro Botticelli

 

San Girolamo, realizado por Domenico Ghirlandaio  provavelmente em 1480

 

Madonna della Misericordia (1474-1477), de Ghirlandaio

 

Botticelli

Obra de Sandro Botticelli, Sant’Agostino nello studio, realizada por volta de 1480

 

No século 15, Sandro Botticelli (que está enterrado na igreja) e Domenico Ghirlandaio, nomes de grande expressão do Renascimento italiano,  trabalharam em Ognissanti. Ghirlandaio havia sido contratado pela família Vespucci, que eram aliados dos Médici e da qual fazia parte o famoso Américo,  navegador que deu seu nome à América. Sob encomenda da família,  Ghirlandaio afrescou uma Pietà e uma Madonna della Misericordi, San Girolamo  e também a Última Ceia,  no refeitório do convento.

 

 

Na igreja está a capela da família Vespucci, localizada ao longo da parede direita da nave da igreja e que contém  afrescos realizados por Ghirlandaio  (1448-1494) por volta do ano 1470 e a obra  La Pietà e la Madonna della Misericordia,  que acolhe sob o seu manto os membros da família Vespucci, como Simonetta Vespucci, a musa de Sandro Botticelli (1445- 1510) e diva do Renascimento. Foi casada com o banqueiro Marco Vespucci, primo de Américo, cuja família era ligada aos Medici, poderosa família de mecenas.

 

Túmulo Simone Vespucci, filho de Piero, morto em 1400 e fundador do Hospital de Santa Maria da Humildade, chamado depois de San Giovanni di Dio (conhecido como Torregalli)

 

Capela do Santissimo Sacramento, com obras de artistas como Giuseppe Pinzani, Matteo Rosselli e Ranieri Del Pace

 

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Dessa porta à direita temos acesso ao claustro, com visitas apenas às segundas e sábados pela manhã

Uma das obras mais importantes da igreja é o Crucifixo realizado por Giotto di Bondone por volta de 1315. Até poucos anos atrás, o Crucifixo foi considerado um trabalho realizado por algum parente de Giotto. Depois de uma cuidadosa restauração foi possível atribuir ao artista a autoria do trabalho, colocado em destaque, do lado esquerdo do altar.

 

Perto do altar, o crucifixo de Giotto

O túmulo do artista florentino Sandro Botticelli (1445-1510) fica na capela di San Pietro de Alcantara, nas capelas posicionadas do lado direito do altar. Botticelli é autor das obras Primavera e O Nascimento de Venus, expostas no Museu Uffizi.

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Local onde fica o túmulo de Sandro Botticelli

 

Convento

A construção do convento, assim como da igreja, iniciaram em 1250 pelos Humilhados, que  obtiveram obras de altíssima qualidade. Do claustro do convento, repleto de  afrescos de Jacopo Ligozzi e outros pintores que contam a histórias da vida de São Francisco, é  possível ter acesso ao refeitório, que abriga a obra-prima o Cenacolo, realizado por  Ghirlandaio em 1480.  A obra  não é mais de propriedade dos freis e da igreja, mas sim do Ministério dos Bens Culturais.

A obra Madonna col Bambino, Nanni di Bartolo, realizada entre 1420 e 1423

 

A Última Ceia, obra de Ghirlandaio realizada em 1480, visitável apenas às segundas e sábados pela manhã.

O convento foi eliminado em 1866 e 2m 1923 passa a sediar o quartel  dos Carabinieri. Em 1885 os franciscanos retomaram parte da antiga sede.

É possível visitar o claustro e a obra de Ghirlandaio às segundas e aos sábados, das 9 às 13 horas.

 

Igreja de Ognissanti

Piazza Ognissanti, 42 – Firenze

Entrada gratuita

Horários

Manhã: 9:30 às 12:30 (fechada às quartas pela manhã)

Tarde: 16 às 19:30

 

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Museo do Bargello, em Firenze

O Museu do Bargello, localizado no antigo Palazzo del Podestà de Florença, abriga algumas das mais importantes obras da escultura do Renascimento italiano em seus majestosos salões, distribuídos em 3 andares. O museu foi construído em época medieval, no ano de 1255.  É um dos mais importantes museus de Florença, com obras de Cellini, Donatello, Luca della Robbia e Michelangelo. Suas coleções incluem esculturas, cerâmicas, medalhas, bronzes, tapeçarias, baixos-relevos medievais e mobiliário, que pertenceram à família Médici e a colecionadores. Dentre os doadores mais relevantes, o antiquário francês Louis Carrand, com sua coleção de mais de 3 mil obras, incluindo artes decorativas e pinturas. Com o decreto de 1865 tornou-se o primeiro museu nacional italiano dedicado às artes da Idade Média e do Renascimento.

 

O Museu do Bargello é o mais importante museu do mundo de escultura renascentista, com sede em um dos mais importantes palácios  medievais de Florença.

 

bargello

O  prédio que abriga o museu é um magnífico exemplo de arquitetura medieval.  A construção, que parece um castelo, é  um dos edifícios mais antigos de Firenze.  Já foi sede de algumas instituições importantes e palco de importantes acontecimentos históricos.

 

O museu é localizado no antigo Palazzo del Podestà, que serviu como prisão até 1857

O sino chamado de Montalina ou Montanina, toca em raríssimas ocasiões, como por exemplo, na virada do milênio, como ocorrido em 2000. A última vez que tocou foi em 22 de junho de 2015, para comemorar os 150 anos do Bargello, o primeiro Museu Nacional da Itália.  Outras ocasiões em que o sino tocou  foram em  1918 para anunciar o fim da Primeira Guerra, em 1921 para anunciar as celebrações de Dante, em 11 de agosto de 1944 para anunciar a liberação da cidade e em 1945 , ao final do último conflito mundial.

Bargello

O pátio do museu é repleto de lindíssimas obras. Joia da história e da arquitetura, o Museu de Bargello abriga 16 salas

História do museu

A história do museu começou com o nascimento da figura do Capitano Del Popolo, momento em que a classe média começou a emergir e sentir a necessidade de uma personalidade que a representasse. Portanto, a partir de 1255 inicia-se a construção do palácio para hospedar o capitano del popolo, que era também chamado de bargello.  O palácio foi a sede do Bargello por 3 séculos.  A torre Volognana do palácio, que tem quase 60 metros, por séculos abrigou uma prisão. E seu nome deriva de um dos primeiros prisioneiros da torre, Geri da Volognano.

Com o estabelecimento da hegemonia Medici na segunda metade do século 15, o palácio tornou-se a sede do Conselho de Justiça e dos Juízes de Ruota.  E, a partir de 1574, sob o duque Cosimo I de ‘Medici, sede do Bargello, ou o chefe das Guardas, que tinham autoridade para prender, julgar e cumprir sentenças de morte. Depois que a sede da prisão foi transferida para Le Murate as obras de restauração no palácio começaram.  Esta prisão possuía  equipamento sofisticado e eficaz para torturar os condenados. Do lado de fora do prédio, até o final do século  17, eram expostas as cabeças dos executados, a título de advertência pública. Em 30 de novembro de 1786, com decreto de Pietro Leopoldo di Lorena, Florença foi o primeiro estado do mundo a abolir a tortura e a pena de morte.

Bargello

Niccolò Machiavelli foi preso e torturado no Bargello em 1513 com a acusação de ter participado de uma conspiração anti-medicea

 

Bargello

O antigo cárcere da cidade e local onde as pessoas condenadas à morte aguardavam a execução. Com  Pietro Leopoldo, o Grão-ducado da Toscana foi o primeiro na Europa a abolir a pena de morte, em 30 de novembro de 1786

 

Quando Firenze foi eleita capital da Itália, em 1865, o palácio passou a abrigar o primeiro museu nacional após a unificação.

 

Térreo 

 

O poço octogonal ao centro do pátio do museu

Quando adentramos o museu chegamos ao belíssimo pátio com um poço ao centro e circundado de pórticos.  A estrutura medieval acolhe maravilhosas obras renascentistas que deixam os visitantes encantados. Dentre as obras, a esplêndida  Fontana di Sala Grande (1556- 1561), em mármore.  As estátuas  foram encomendadas em 1555 à Ammannati por Cosimo I de Medici para o Salão dos 500 do  Palazzo Vecchio mas nunca foram instaladas no local. Depois de pronta a obra esteve nos Jardins de Pratolini e Boboli.

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Niccolò Ammannati, Fontana del Granduca

O pátio do palácio traz os brasões  dos Podestá, da época em que o edifício tinha função administrativa.

Bargello

A obra Oceano, de Giambologna

No térreo temos acesso ao Salão de Michelangelo,  sem dúvidas o espaço mais disputado do museu. Ali encontramos  esculturas de Buonarroti, Giambologna e Ammannati.

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Bacco (o Deus romano do vinho), de 1497, esculpido por Michelangelo quando o artista havia apenas 22 anos

 

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Mercurio Volante, em bronze, a obra mais célebre de Giambologna, realizada provavelmente em 1580

museu-bargello

 

Primeiro andar

Quando subimos as escadas para começar a explorar o primeiro andar do prédio nos deparamos com uma magnífica loggia, repleta de estátuas. No primeiro andar fica a Sala de Donatello com as obras mais famosas do artista fiorentino, as esculturas de Luca Della Robbia, as coleções de arte islâmica, as doações de Louis Carrand e a Capela com a efígie mais antiga da  Dante Alighieri, a Sala degli Avori e a Sala del Trecento. Outras peças que merecem atenção são os paineis de portas realizados por Filippo Brunelleschi e Lorenzo Ghiberti, chamados de Sacrifício de Isaac, fundidos em bronze. Ambos foram realizados no ano de 1401, quando participaram  da competição  para a decoração das portas do Batistério de São João em Firenze.

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A Loggia que fica no primeiro andar do museu

 

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Esta é a espetacular Sala de Donatello e das escultura dos anos 1400

 

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A família Della Robbia foi uma das mais importantes no cenário fiorentino dos séculos 15 e 16, especializados na técnica da terracota vitrificada. Ao centro, algumas das obras Luca Della Robbia

 

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Lucca della Robbia, Madonna con Bambino, 1441 – 1445, em terracota vetrificada

 

Donato di Niccolò di Betto Bardi, Donatello, nasceu em Firenze em 1386, considerado um dos pais do Renascimento, bem como um dos escultores mais célebres de todos os tempos.

 

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Davi em mármore, realizada por Donatello entre 1408 e 1410

 

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O Davi de Donatello em mármore é a primeira obra do artista

 

O Davi em bronze do artista Donatello, realizado  entre 1440/44

 

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Ao centro da sala a obra San Giorgio, a primeira obra-prima de Donatello, um maravilhoso exemplo de sua habilidade como escultor. A estátua havia sido colocada em um dos nichos da igreja de Orsanmichele, onde atualmente existe uma cópia

 

San Giorgio, de Donatello, considerada uma das obras-primas das esculturas do Renascimento dos anos 1400

Os outros espaços do primeiro andar são a Capella del Podestà, Sala degli Avori, Sala del Trecento e Sala delle Maioliche, Sala de Arte islâmica, com as doações de Louis Carrand,  um antiquário de Lyon, que em 1888 presenteou o Bargello com sua coleção de cerca 3 mil peças da Idade Média e do Renascimento, incluindo artes decorativas, joias, armas,  cerâmicas, tecidos e pinturas.

 

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Cappella del Podestà ou  Capela de Santa Maria Madalena,  com afrescos da oficina de Giotto, realizados provavelmente entre 1330 e 1337. A capela foi construída em 1280. Era local de oração para o  podestà (ou prefeito) e  posteriormente  a capela passou a ser usada como quarto onde os condenados à morte passaram sua última noite.

A Cappella del Podestà ou  Capela de Santa Maria Madalena. A  capela hospedava os condenados à morte que esperavam o suplício na época em que  o prédio transformou-se em prisão, em 1574.

Dante e Giotto  –  Na Capela do Podestà  está o mais antigo  retrato de Dante Alighieri, realizado por Giotto. Dentro do afresco do “Julgamento Final”,  o artista  e seus colaboradores realizaram os afrescos retratando  Dante Alighieri entre os abençoados.

 

Bargello

 

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Bargello

 

Segundo andar

No segundo andar estão as principais coleções de obras-primas de Andrea, Luca e Giovanni della Robbia, com a famosa majorai envidraçada, as Sala dei Bronzetti, Sala di Verrocchio,  com esculturas de Verrocchio, Mino da Fiesole, Rossellino, Da Maiano  e Sala das Armas com peças do arsenal bélico com armas de origem medieval.

 

Da bodega de Giovanni della Robbia, terracota vitrificada (1515-1520)

 

Sala de Andrea Della Robbia, com 4 vãos, é dedicada às peças de terracota verificada realizada por Andrea Della Robbia. A família Della Robbia é muito conhecida pela arte da terracota esmaltada

 

A Sala das Armas. Esta seção do museu possui cerca de 2 mil peças, em sua maioria proveniente de arsenais dos Grãos-Duques Médici

 

A Sala dos Bronzes

Museo del Bargello

Via del Proconsolo, 4. – Firenze

Horários:

Diariamente , das 8h15 às 14 h (aos sábados abertura prolongada com fechamento às 18 ou 20 horas, dependendo do mês)

Dias de fechamento:

2º e 4º domingo de cada mês e  1ª, 3ª e 5ª segunda-feria de cada mês

Valor do bilhete:

Inteiro: 8 euros

Reduzido: 4 euros para jovens entre 18 e 25 anos com cidadania de um país da União Européia

Gratuidade:  para menores de 18 e maiores de 65 anos que tiverem cidadania de um país da União Européia

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