Arquivo do Autor: Denya Pandolfi

Sobre Denya Pandolfi

A minha paixão pela comunicação e pelo turismo é herança dos meus pais. Adoro viajar para observar e vivenciar as diversidades culturais. Depois que me formei em Jornalismo, passei longa temporada em Londres, um curto período nos Estados Unidos e atualmente vivo em Florença, com meu marido e nossos dois filhos. Desde 2005 sou retail na Ermenegildo Zegna. Busco sempre ver o lado positivo em todas as coisas e prefiro ter por perto aqueles que, como eu, dão mais valor às pessoas do que às coisas materiais.

Maternidade na Itália

Existem alguns aspectos bem diferentes em relação à maternidade na Itália e no Brasil. Partindo do pressuposto que o sistema público de saúde daqui funcione de forma mais eficaz (apenas de ter piorado nos últimos anos mas não vou entrar nessa questão),  as mulheres podem desfrutar de serviços gratuitos para todos os exames e para o parto,   que provavelmente será realizado por um obstetra e não pelos ginecologistas que te acompanham a gestante durante a gravidez. Outro fator importante a ser considerado é que a cirurgia cesariana aqui não é realizada por opção da mãe, mas apenas quando é identificado algum problema ou complicação que resulte risco para a gestante ou para o bebê. Dando sequência às entrevistas sobre a vida aqui na Itália,  neste post vocês poderão conferir o depoimento de 3 brasileiras que relatam suas experiências sobre a maternidade:

 

viver na italia

Antes das entrevistas, alguns esclarecimentos gerais sobre a licença maternidade obrigatória e facultativa:

Licença maternidade obrigatória –  é o período em que a mãe pode se ausentar do trabalho, seja antes ou depois do parto. Aqui na Itália a licença obrigatória é de 5 meses (2 meses antes da data prevista do parto e 3 meses depois  ou então 1 mês antes e 4 depois). O mesmo também em caso de adoção.  A retribuição é de 80% do salário.

Maternidade antecipada por trabalho de risco (Maternità anticipata per lavoro a rischio) – A gestante pode solicitar afastamento antecipado do trabalho por complicações da gravidez ou por risco, dependendo da função que desenvolve (quem trabalha em pé,  precisa fazer escadas ou tem contato com produtos químicos, por exemplo).  Nesses casos o empregador  dispensa a gestante. A  retribuição  é de 80% do salário.

Licença maternidade facultativa – conhecida como congedo parentale (ex facoltativo),  pode ser solicitada pela mãe e também pelo pai, inclusive contemporaneamente, por um período de até 10 meses de abstenção do trabalho, até o 8 º ano da criança. A retribuição do congedo parentale é de 30% do salário,  até o 6º ano de vida da criança, sendo que esse período pode ser fracionado, portanto, não é necessário usufruir da licença de uma só vez. Este período pode ser dividido em meses, semanas, dias ou horas. Do 6º até o 8 º ano de vida da criança a maternidade facultativa pode ser solicitada mas não é remunerada.  Importante explicitar que aria de acordo com a categoria e tipo de contrato e remuneração.

Aleitamento – As mães têm o direto a serem dispensadas 1 hora mais cedo,  até o 1º ano de vida da criança.  As mães podem optar por acumular e usufruir essas horas da maneira que preferirem.

Para quem tem contrato a tempo determinado – gestantes com contrato de trabalho a tempo determinado gozam dos mesmos direitos, compatíveis com a duração do contrato. Para mais informações, clique aqui.

Para mais esclarecimentos sobre maternidade e direitos das gestantes, consulte o site do INPS  (que seria o nosso INSS).

 

Mariana

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Mariana Marchioni , que mora em Milão, após o nascimento do filho Angelo, há 2 anos, que nasceu de parto natural

 

1-   Onde o Angelo nasceu? Foi parto natural ou cesárea? Hospital público ou particular?

Nasceu em Milão, de parto natural, no hospital público Vittorio Buzzi.

2-   Principais diferenças entre gravidez aqui e no Brasil.

Eu não tive bebê no Brasil para comparar, mas olhando um pouco para as pessoas do meu círculo uma das principais diferenças é a melhor qualidade do serviço público, tanto que conversando com meus colegas de trabalho na Itália tive segurança em optar por ele. Em Milão os melhores hospitais são justamente públicos.

3-  Quantos e quais exames fez? Fez tudo pelo sistema público?

O sistema público cobre um “pacote” de exames na gravidez e no caso de fazer alguma coisa extra pode ser necessário pagar o que eles chamam de “ticket” que tem valores relativamente baixos. Fiz todos os exames do “pacote”, não me lembro exatamente, mas basicamente eram exames bimestrais de urina e sangue, 3 ultrassons sendo que eu fiz 4 a pedido do médico, curva glicêmica, exame para verificar infecção urinaria para o parto. Fiz ainda um exame para verificar a possibilidade de algumas doenças genéticas que foi feito pelo serviço público, mas considerado opcional a pagamento. Outro exame considerado opcional que eu resolvi não fazer foi o ultrassom em 3D.

4-  Desfrutou da licença maternidade obrigatória ou facultativa?

Eu estou cursando um programa de doutorado e a licença maternidade era obrigatória podendo fazer de 5 meses a 1 ano, sendo que eu optei por 6 meses. No meu caso a bolsa de estudo me pagava 4 meses de licença maternidade.

5-   Como considera, de forma geral, a maternidade aqui na Itália?

Apesar de ouvir muitas reclamações principalmente na questão da mulher e a licença maternidade eu sinto que no geral temos uma situação satisfatória principalmente pelo serviço médico público e um maior acompanhamento na amamentação e dos primeiros meses do bebê. Aqui existem vários centros da família onde podia justamente obter informações nesses pontos. Existem também alguns tipos de ajuda financeiras para a mãe e o bebê recém-nascido (bônus bebê, bônus mamma) ainda que eu não usei.

6-    Algumas curiosidades em relação à maternidade na Itália.

Algumas diferenças do que eu considerava “normal” da minha experiência no Brasil no início me deixaram ansiosa, mas eventualmente não foram um problema. Alguns exemplos:  o médico obstetra que me seguiu durante a gravidez não seria o mesmo durante o parto, inicialmente fiquei aflita talvez porque tinha esta imagem do médico-psicólogo-amigo. Aqui funcionou assim, o médico obstetra anota todas as informações detalhadas da consulta e eventualmente quando você vai para o hospital você leva todas essas informações e assim o médico de plantão no momento tem o que ele precisa para o parto. Existe até a possibilidade de ter o mesmo medico, mas nesse caso era a pagamento e ao longo do percurso eu acabei sentindo que não era necessário, até porque não conhecia um médico. O quarto no hospital público é normalmente para duas pessoas e eu confesso que logo que fiquei grávida eu imaginava aquela cena do quarto super decorado com toda a minha família e que isso me deixou meio triste… cheguei a ver a possibilidade do quarto single, mas no hospital que eu escolhi era complicado e eventualmente me pareceu bobagem mudar para um hospital particular, com menos recursos médicos, por este motivo. No fim, a mãe que dividiu o quarto comigo se tornou uma das minhas melhores amigas! Os horários de visita são bem restritos, no meu caso era 1 hora por dia e no máximo duas pessoas. Foi outra coisa que no início me deixou aflita, mas depois percebi que no meu caso foi melhor assim. Aqueles dias logo depois do parto serviram para descansar, iniciar a amamentação e o contato com o bebe recém-nascido e acho que foi a melhor coisa aproveitar aquele tempo para isso.

7-      Contou com a ajuda de alguém após o parto? Conte sobre a questão de ter filhos longe da família e amigos.

Sem dúvida não é fácil! Eu não quis contratar baba e não temos família por perto e o início foi muito cansativo! Aliás, ainda é! Uma coisa que me ajudou muito foi justamente um desses centro família que comentei, se trata de um espaço onde eu ia uma ou duas vezes por semana para a consultoria de amamentação e massagem para bebes e servia principalmente para trocar informações com outras mães e com as psicólogas e obstetras.

8-      Como considera a licença maternidade na Itália?

No meu caso de estudante de doutorado ressalto o fato que a minha bolsa permitia um período de pagamento na licença maternidade porem existem bolsas que não contemplam pagamento de licença maternidade. Dessa forma, em certos casos a mulher precisa pedir o período de afastamento do programa de doutorado, mas não obterá pagamento neste mesmo período e isto tem sido fonte de muitas discussões aqui.

 

Rejane

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Rejane Terzani mora em Firenze e tem uma filha de 10 anos, que nasceu de parto natural

1-  Você fez parto natural ou cesària?

Natural.

2 -Hospital público ou particular?

Público.

3- Principais diferenças entre gravidez aqui e no Brasil.

Aqui quem acompanha o parto é um obsteta e muitas vezes não é a sua ginecologista.

4- Quantos e quais exames fez? Fez tudo pelo sistema pùblico?

Ecografia tridimensional fiz participar mas o restante dos exames, inclusive as ecografias e exames de sangue de rotina mensal, foram todos pelo sistema público.

5- Você trabalhava na época? Usou licença maternidade obrigatório ou facultativa?

Não trabalhava quando engravidei.

6- Como considera , de forma geral, a maternidade aqui na Itália?

Benefícios e direitos, muito melhores que no Brasil. Mas quando falamos dos métodos de cirurgia, acho muito arcaico comparando com o Brasil.
7-  Algumas curiosidades e diferenças entre Brasil e Itália em relação à maternidade.
Minha filha poderia ter nascido com uma césaria, pela dimensão da criança. Mas percebo que aqui são muito resistentes à césaria… No meu caso a médica obstetra acompanhou e seguiu até o final. Foi feita uma episiotomia  porque minha filha era muito grande, nasceu  com 4.210kg. Onde ocorreu muito sofrimento da minha parte a causa do corte profundo.

Luciana 

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Luciana, mãe de Sofia, de 6 anos e Francesco, de quase 3, é esteticista e durante as 2 gestações trabalhava com contrato a tempo indeterminado. Atualmente é sócia da empresa

1- Seus filhos nasceram de parto natural? Em qual hospital?

Os 2 nasceram em Florença, de parto natural, no hospital público Centro Nascita Margherita de Careggi

2 –  Fez os exames através do sistema público de saúde ou particular?

Nos 2 casos eu fiz todos exames e algumas visitas pelo sistema público, mas a ginecologista que me seguia durante a gravidez foi particular, pelo simples fato que eu confiava muito nela e não quis trocar nesse momento tão especial

3- Você usufruiu também da maternidade facultativa (congedo parentale)?

Usei tudo o que eu tinha direito! A licença foi primeiro obrigatória, que é de 5 meses, e depois a facultativa, por outros 6 meses, nas 2 gravidezes.  Na primeira gravidez trabalhei até o oitavo mês. A licença obrigatória da primeira gestação usei um mês antes do nascimento e 4 meses depois, optei dessa forma pois a gravidez foi perfeita, estava indo tudo muito bem. Já na segunda gestação  fiz como a norma aqui na Itália, até o sétimo mês, que é de 2 meses antes e 3 depois, pois eu já estava cansada. Já a facultativa usei tudo pelas duas gestações e até peguei também a licença sem ser remunerada por um período… Pois quando acaba a facultativa na Itália tem a possibilidade de pegar um período sem ser remunerada (aspettativa), assim voltei ao trabalho quando as crianças já tinham 13 meses.

4- Considerou solicitar a maternidade antecipada?

O meu trabalho na verdade não tem riscos, o importante é não exagerar!

5- Como você considera a maternidade aqui na Itália?

Pela experiência positiva que tive,  considero excelente.

6- Principais diferenças  ou curiosidades sobre a gestação aqui.

Inicialmente achei muito estranho o fato que a ginecologista não sempre é a mesma na hora do parto, quem me assistiu foram as obstetras.  Além da assistência na hora do parto, fui seguida também depois do parto, com a primeira gravidez,  a amamentação e a parte psicológica também fui muito seguida, tive duas ou três visita em casa de uma obstetra do meu território, além de vim controlar os pontos (que foram somente dois) para ver como eu estava, se me sentia sozinha, se precisava de algo, as vezes até somente para conversar, enfim ótima.

7- Como conseguiu se organizar para retornar ao trabalho?

Na volta ao trabalho tive que me organizar com berçário, creches (pública e particular) e baby-sitter

 

Para mais informações sobre maternidade e direitos das gestantes, consulte o site do INPS  (que seria o nosso INSS).

 

As outras entrevistas com  brasileiros que compartilham suas experiências:

Trabalhar na Itália

Namoro à distância

20 atrações grátis em Firenze

Dicas de Firenze

A Igreja de Santa Croce

Nonos da Itália 

 

A Costa Etrusca, na Maremma Toscana: mar, colinas e história

A Maremma, conhecida como o coração selvagem da Toscana,  permite aos visitantes de vivenciar experiências inesquecíveis através de suas cores, aromas do Mediterrâneo, história, arqueologia, arte, sabores e belezas do mar e montanha. Há diversas maneiras de aproveitar esse lindíssimo território, ao sul da região toscana: passeando por seus bosques, fazendo trilhas, degustando de sua gastronomia, curtindo dias em suas praias de águas cristalinas, visitando burgos medievais ou admirando sua natureza constituída de oliveiras e vinhedos.

 

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A Costa Etrusca, na Maremma superior, inclui todo o território continental da província de Livorno, como os territórios de Piombino, San Vincenzo, Castagneto Carducci, Bibbona, Cecina, Rosignano Marittimo e Livorno, de norte a sul e cidades não litorâneas, como Collesalvetti, Sassetta, Suvereto e Campiglia Marittima.  Essa região é assim conhecida devido às numerosas necrópoles etruscas presentes principalmente entre o Golfo de Baratti e Populonia, que era a única cidade etrusca construída na faixa costeira.

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Un mare di gusto, festa tradicional dedicada ao peixe azul –  Conheci a costa etrusca graças ao evento “Un Mare di Gusto – Palamita & Friends”, que acontece anualmente na cidade litorânea de San Vincenzo. Junto a outros  blogueiros e jornalistas visitamos algumas localidades proximas à San Vincenzo que constituem o Val di Cornia. Aliás, uma das vantagens em escolher essa região como destino é que este é um lindo território constituído de colinas, mar e  vilarejos cheios de história que ficam coladinhos uns aos outros, e cada  um com suas particularidades. A pesca nesse litoral é uma das atividades da região, que além de ser uma graça,  é também  produtora de vinho e azeite.

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A linda e rica Costa Etrusca: perfeita harmonia entre terra e mar. A região, que compreende de Livorno a Piombino, é conhecida como Costa Etrusca devido à presença da população etrusca que povoou a região a partir do século 9 a.c.

A festa tradicional dedicada à Palamita (tipo de peixe da região) e ao peixe azul e à cultura enogastronômica acontece em San Vincenzo. O evento, organizado pela prefeitura com a direção artística de Deborah Corsi, conta com o envolvimento de toda a população, até mesmo das crianças, que preparam poesias e desenhos que são expostos no stand principal,  que fica na  piazza Unità d’Italia,  ponto de encontro e de partida para explorar a cidade.

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Un Mare di Gusto – Durante o final de semana acontecem varias competições com jovens chefs promissores da Costa Toscana,  cooking shows e muitos laboratórios para as crianças. E no domingo à tarde é o tão esperado Percorso di Gusto, com diversos stands de degustação onde os restaurantes da região preparam suas especialidades à base da Palamita e do peixe azul. São diversos stands de comida, bebida e artesanato com produtos da região. Funciona da seguinte forma:  você adquire o passe que te dá direito a 7 degustações ao valor de 7 euros e o Calice pass no valor de 5 euros dá direito à 2 degustações de vinho.

 

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Domingo é o dia das degustações nos diversos stands onde os visitantes puderam experimentar muitas especialidades à base de Palamita e do Peixe Azul, ocasião para saborear novos pratos e receitas tradicionais

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Alguns restaurantes desenvolveram alguns pratos preparados com peixe para serem servidos durante a semana do evento. Aqui a Palamita tonnè preparado pela chef Deborah Corsi, do Perla del Mare

Jantar de boas-vindas – A festa começou na sexta-feira, quando foi apresentado o projeto que contou com a presença do prefeito da cidade, Alessandro Bandini. Depois seguimos para jantar no restaurante La Perla del Mare, de Deborah Corsi, que nos recebeu para  um maravilhoso jantar à base de peixe. O restaurante La Perla del Mare fica na Via della Meloria, 9.

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Deborah Corsi, diretora artística do evento, em seu agradável e refinado restaurante na beira da praia

San Vincenzo, a anfitriã do evento

Com cerca de 7 mil habitantes, San Vincenzo, província de Livorno, é uma cidade hospitaleira do litoral da Toscana com 12 Km de litoral com lindas praias de areia branca e aguas límpidas e com grande área verde constituída de parques e bosques, oferecendo percursos naturias para os amantes de caminhadas e do turismo esportivo.

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O Porto turístico de San Vincenzo, construído em 1967

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Campiglia Marittima

Na manhã de sábado fomos conhecer Campiglia Marittima, província de Livorno, um dos burgos da Costa Etrusca. Enquanto a gente percorre o caminho que dá acesso a Campiglia Marittima pode admirar as plantações de azeitonas e as pedreiras de mármore; inclusive o mármore branco daqui reveste o Campanille di Giotto e a fachada da igreja Santa Maria Novella de Firenze.

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As fachadas medievais que ganham o colorido das flores durante a primavera

Com cerca de 13 mil habitantes, o charmoso centro histórico fica sobre uma colina circundada por oliveiras seculares. Com ruas e becos estreitos, é dessas cidadezinhas medievais que nos fazem voltar no tempo.  O centro é constituído de construções medievais e com algumas bodegas alimentares, barzinhos e lojinhas de artesanato.  Em algumas paredes dos prédios mais antigos podemos encontrar  brasões das nobres famílias que já viveram na cidade.

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Piazza della Repubblica – Assim como muitos burgos da Toscana, Campiglia Marittima conserva muito da arquitetura medieval.

Após explorarmos o centro histórico em companhia de um guia fomos até a Pieve de San Giovanni, sobre as colinas do cemitério. Foi construída em 1173 no centro do camposanto, de onde temos uma vista deslumbrante!

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Em estilo românico, a Pieve de San Giovanni data do século 12. Ao fundo a cidade de Campiglia Marittima

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Prosseguindo nosso tour, fomos ao Parco Archeominerario de San Silvestro, onde pudemos visitar  uma mineira subterrânea.   No parque funciona também um museu. Após a visita à mineira fomos almoço no restaurante Blue Marlin (Via della Principessa, 137) com todos os pratos preparados à base de peixe.

 

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Pudemos visitar as mineiras antigas, desde a época dos etruscos com técnicas extrativas antigas e modernas

Suvereto

Após o almoço seguimos para Suvereto,  na Alta Maremma,  a poucos minutos de Campiglia Marittima, para um passeio guiado. Com forte tradição rural, Suvereto é um pequeno burgo medieval e um dos mais antigos da Val di Cornia, terra que produz vinho e azeite.

 

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Perto da porta que dà acesso à cidade fica a igreja românica de San Giusto, que terminou de ser construída em 1189. Atravessando a  Porta Principal ou “di Sotto” (de Baixo) , restaurada em  1857, a gente pode começar a explorar o vilarejo, que tem pouco mais de  3 mil habitantes.

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Parte das construções originais são muralhas do século 12 que circundam a cidade. Atmosfera de séculos passados…

Suvereto

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Uma das atrações da cidade é o Convento de São Francisco,do ano de 1286. Este espaço urbano que é dotado de excelente acústica é um dos mais cobiçados endereços para eventos culturais, sociais e enogastronômicos de Suvereto

 

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Palazzo Comunale, do século 13, um dos mais significativos exemplos de arquitetura medieval da Maremma

Suvereto é um vilarejo tranquilo mas festeiro.  A cidade é palco da “Corsa delle Botti”, uma corrida com barris de vinho que anima as ruelas do burgo e acontece duas vezes por ano: no dia 3 de maio,  dia de Santa Croce, padroeira da cidade e sempre na véspera do feriado de Ferragosto.

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O ponto mais alto do vilarejo é a Rocca Aldobrandesca, provavelmente do final do século 9, símbolo do passado medieval de Suvereto. Na fortaleza acontecem festas medievais com acampamentos e roupas de época

A gastronomia local é muito conhecida pelas carnes de caça, como o javali, que é base para preparação de muitos pratos da região. Uma das sagras mais antigas e conhecidas da Toscana acontece em Suvereto há 50 anos, a Sagra del Cinghiale, uma festa cultural e artística que movimenta a ciadade entre o final de novembro e início de dezembro.

Vinícola Petra

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Arte e enologia – A cantina Petra, projeto moderno que evidencia a paisagem rural e a beleza da natureza nessa região, com mais de 300 hectares de plantações de oliveiras e vinhedos

Como estamos na terra do vinho e do azeite, não podíamos deixar de visitar a moderna Vinícola Petra, em Suvereto, localidade de San Lorenzo Alto, com sua moderna arena de mármore. De propriedade da família Moretti que produz vinho há 20 anos, é um maravilhoso e ousado projeto do arquiteto Mario Botta: uma estrutura contemporânea num cenário constituído pelas leves colinas da Val di Cornia.

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Os vinhos são produzidos principalmente com uvas Sanvigiovese, Cabernet Sauvignon,  Merlot e Vermentino, Syrah e Alicante. As uvas de elevada qualidade são trabalhadas atingindo o melhor da tradição com técnicas e critérios modernos que resultam na criação de vinhos que possam refletir a personalidade da terra. As uvas descansam seja em tanques de aço  quando em barris de de madeira.

 

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Depois da visita à empresa participamos de uma degustação de 3 vinhos com um caprichado apetitivo preparado com produtos Km 0. A empresa produz também azeite de oliva extra-virgem. Tudo excelente!

 

No sábado à noite fomos recebidos para jantar no restaurante La Tuga,  que fica em excelente localização,  bem na orla da praia (Via Trento, 119), com ambiente elegante e com staff cordial e simpático.

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O restaurante do chef Nicola Ricci, inaugurado há poucos meses, oferece pratos preparados com ingredientes de qualidade onde a gente percebe o capricho e carinho também no momento da apresentação

Parque de Baratti e Populonia

Na manhã de domingo fizemos um passeio pelo Parque Arqueológico de Baratti e Populonia e  se estende no Golfo di Baratti e Populonia. O parque abrange uma área de 80 hectares, com tumbas e edificações etruscas e romanas.

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As construções etruscas eram geralmente realizadas em madeira e tijolo

 

Terra do ferro e dos metais, Populonia é a única cidade etrusca que se debruça sobre o mar. A cidade teve um papel importante internacionalmente na comercialização do ferro e de minerais.

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Populonia é uma antiga cidade de origem etrusca, situada sobre uma colina circundada pelo mar, no Golfo de Baratti

O Castello di Populonia é um pequeno burgo medieval construído no século 15  pelos etruscos sobre uma colina, ao redor da antiga torre, que é do século 12. Nas redondezas do castelo  desenvolveu-se a cidade de Populonia Alta.

Populonia era uma das mais ricas e poderosas cidades da Dodecápolis, que prosperou graças  às atividades  de mineração e à indústria do ferro

 

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Populonia era uma das mais ricas e poderosas cidades da Dodecápolis, que prosperou graças  às atividades  de mineração e à indústria do ferro

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A vista do alto do Castello de Populonia

 

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A igreja de Santa Croce, do século 15

 

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O vilarejo é minúsculo e o que impressiona é que conta com apenas cerca de 20 habitantes. Aqui a rua principal, com algumas bodegas e lojinhas de artesanato

 

Após o tour à Populonia, almoço na vinícola Poggio Rosso, que fica nas imediações do Glamping onde me hospedei e que pertence à família Monelli, que desde 2002 dedica-se à produção de vinhos. Os vinhedos cultivados são de uvas Merlot, Sangiovese, Vermentino, Cabernet Sauvignon e Viogner.

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Com Camilla, Kathleen, Carlotta e Silvia

 

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O nosso light lunch com delícias toscanas preparadas pela senhora Edi Monelli

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Hospedagem – Fiquei hospedada no Glamping Poggiorosso. Esta seria a minha primeira experiência em uma estrutura do tipo e estava super empolgada com a ideia! Glamping é uma nova forma de hospedagem que vem conquistando adeptos em muitos países do mundo. Significa camping com glamour. Estrutura elegante, muito charme, conforto e riqueza em detalhes.  Feitas com materiais ecossustentavies, as barracas são produzidas por uma empresa holandesa. São espaçosas e resistentes, com estruturas fixas de madeira, com ambiente climatizado,  Wi-fi, banheiro com duchas com jato hidromassagem e cozinha toda equipada. A sensação é de estar numa luxuosa casinha na árvore!

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Acomodações ecofriendly num ambiente tranquilo e em contato direto com a natureza, com vinhedos e oliveiras nas proximidades. Toda a tenda era equipada com móveis de madeira e a decoração é de muito bom gosto, charme e requinte

 

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Mimos de boas-vindas. Este é o quarto de casal. A nossa barraca era de 2 quartos, com banheiro, cozinha e varanda. As paredes internas são de madeira

 

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No Poggiorosso são disponíveis no momento 10 barracas, todas circundadas de árvores e com bem cuidado jardim que atende a cada uma das acomodações

Como chegar:

Carro – Sugiro alugar um carro para visitar a região pois as cidades ficam muito próximas umas às outras e e é sempre bom poder parar nas localidades que mais chamam a atenção. A paisagem é bucólica e linda!

Trem- O trajeto de Firenze até San Vincenzo dura cerca de 2 horas e meia.  Valor do bilhete € 13,50 com Trenitalia

Distâncias:

139 Km – Firenze

43 Km- Massa Marittima

66 Km – Volterra

88 Km – Pisa

49 Km – Castiglione della Pescaia

 

Participei do evento Un Mare del Gusto à convite da Prefeitura de San Vincenzo. Todas as refeições foram oferecidas pelos estabelecimentos citados, assim como a hospedagem. O meu relato é resultado de minha experiência e minhas observações pessoais, sem nenhum vínculo editorial. O meu muito obrigada aos organizadores e promotores do evento.

 

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Cinque Terre

A minha vontade de conhecer Cinque Terre era tão grande que estive na região em pleno inverno, numa viagem que fiz com amigas há cerca de 15 anos. Queria voltar no verão para  ver aquelas cores acesas e apagar da memória aquela sensação do vento gélido de fevereiro. Ah, quanta diferença em visitar esse pedacinho da Itália em dias ensoladoros! Com menos de 5 mil habitantes, esta região que tanto fascina e encanta é constituída por 5 vilarejos de pescadores com casinhas coloridas incrustadas uma ao lado da outra nas montanhas da riviera da Ligúria.

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Para quem dificuldade de locomoção e para quem estiver com carrinho de bebê leve em consideração que visitar os burgos de Cinque Terre significa subir e descer ladeiras e fazer degraus

É um paraíso natural que recebe 2,4 milhões de turistas por ano atraídos pelo charme desses burgos que constituem a meta mais cobiçada da Ligúria, vizinha das regiões italianas da Emília Romanha, Piemonte e Toscana.  Em 1997 a região de Cinque Terre, província de La Spezia, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Por estar a apenas 2 horas de trem de Firenze, é muito comum que turistas escolham fazer um bate-volta para visitar a região, o que sinceramente não recomendo, pois acho cansativo e muito corrido para explorar uma região tão peculiar.  Se escolher visitar a região na alta temporada, isso é,  entre junho e agosto, prepare-se para enfrentar a multidão de turistas que invadem os burgos. O turismo de massa é devido também aos cruzeiros marítimos que aportam na costa da Liguria nessa época.

 

Os 5 burgos que constituem a região de Cinque Terre

 

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Riomaggiore– Saindo de La Spezia, a primeira parada é Riomaggiore, portanto,a primeira parada para quem chega de barco. Suas casinhas coloridas seguem o esquema de construção de casas-torres e são todas coladinhas umas às outras. Na parte alta fica a Igreja San Giovanni Battista, construída em 1340.  Segundo a tradição, o burgo é do século 8 e teria sido fundado por um grupo de refugiados gregos. Em Riomaggiore começa a Via dell’Amore, que vai até Manarola, uma estrada de cerca 1 quilometro que se percorre a pé, para quem tem fôlego e quer admirar a esplêndida paisagem mas que desde 2012 foi fechada por motivos de segurança com previsão de reabertura em 2019.

 

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Aqui a gente vê Manarola e Riomaggiore, à direita

Manarola – Formada por casas-torre, é um vilarejo charmoso, pequeno mas bastante íngreme, e com menos fluxo de turistas.  Em sua praça estão concentrados os prédios religiosos, como a igreja de São Lorenzo em estilo gótico do ano de 1338, o oratório del Disciplinati e a Torre Campanária.

 

Corniglia

Corniglia é a 3ª cidade, ela fica no meio entre as outras2. O menor dos vilarejos é Corniglia que também não há praia e nem marina. É o que recebe menos visitantes

Corniglia–  suas origens são da época romana. Com casas mais baixas, é o menor dos burgos e não tem acesso ao mar. Para chegar  até o topo,  você  vai precisar encarar cerca de 382 degraus  a partir da estação ferroviária (pois Corniglia não tem estação central).  Fica no alto de um penhasco de onde o pôr do sol é um espetáculo imperdível e de onde é possível admirar todos os outros 4 burgos. Corniglia é o único vilarejo onde as embarcações não param.

 

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Vernazza – Foi fundada no ano 1000. Já foi a mais próspera das cidades que constituem a região, possui construções arquitetônicas importantes como pórticos e arcadas. Prepara-separa o maior sobe e desce: Vernazza é cheia de ladeiras íngremes e estreitas. É entre os burgos mais populares e requisitados. Sua rua principal é repleta de lojinhas de souvenires e restaurantes. Uma das atrações da cidade é a igreja de Santa Margherita , em estilo românico.  No topo ruínas fica o Castello dei Doria,  símbolo da importância econômica do vilarejo e de onde a vista é espetacular!

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A deslumbrante vista que temos do Castello dei Doria (entrada a pagamento)

 

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Estava quente mas nao tomei banho. Os burgos estavam lotados! O auge da temporada é entre maio e agosto

Monterosso al mare – é o maior dos 5 vilarejos e o mais plano, portanto, para quem viaja com crianças e pessoas com dificuldade de locomoção  (ou que simplesmente querem evitar as escadarias), passa a ser a opção mais interessante. Para quem curtir praia, Monterosso é a mais indicada, pois sua praia é extensa e tem grande área com areia. Vale ressaltar que as praias da região são com muita pedra e pouca areia. Nas colinas do vilarejo são cultivadas uva e azeitona.  Devido à extensão das praias e ao maior número de estruturas hoteleiras, é a mais turística e cobiçada de todas as 5 cidades. É dividida em duas: a parte nova e velha.

 

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Monterosso é o local mais apropriado para quem quer curtir praia, praticar esportes e dar um bom mergulho!

 

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Porto de em La Spezia de onde saem as embarcações

Onde dormir

Eu me hospedei em La Spezia e achei excelente essa opção. A cidade é tranquila, com boa estrutura e com acomodações a preços razoáveis.  Dali partem trens e embarcações para todos os vilarejos de Cinque Terre. Optei em visitar os burgos de barco, que saem do porto de La Spezia.

 

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A vantagem de visitar de barco é poder apreciar os burgos do mar… mas para quem visita pela primeira vez e não tem muito tempo, o trem é mais prático

Come chegar 

Barco – Entre março e outubro diversas embarcações conectam La Spezia, Levanto e Portovenere até todas as 5 cidades de Cinque Terre. Você pode escolher uma dessas cidades como base. A maioria dos passeios de barco permite que você pare em qualquer uma das cidades, portanto, você tem condições de visitar as 5 no mesmo dia.  Para adquirir os bilhetes das embarcações basta se dirigir aos guichês que ficam no próprio porto. Dependendo da época do ano, chegue 1 hora mais cedo do horário em que pretende partir. Para ver os horários e opções de itinerários, clique aqui.

Trem – Caso seja a sua primeira viagem, acredito que o trem seja a melhor opção pois é bem mais prático que barco. Eu visitei a primeira vez de trem e a segunda de barco. Todos os 5 vilarejos são servidos de estações ferroviárias.  Existe o trem Cinque Terre Express que faz o trajeto La Spezia a  Levanto parando em todas as 5 cidades. Serviço disponível das 7.55 às 20:10 diariamente com 3 trens por hora em cada direçao. O bilhete custa 4 euros para cada trecho. O  percurso entre cada uma das cidades dura poucos minutos varia de 3 a 10 minutos.

Cinque Terre Card –  é um passe que custa 15 euros e dá direito de viajar de trem pela região durante 1 dia. E como você vai passear de um local para o outro, sai bem mais em conta do que pagar por cada trecho separadamente.

Carro -desaconselho porque é praticante impossível conseguir estacionamento e é proibido entrar nas vilas de carro. Descarte a possibilidade de ir de carro.

Avião – os aeroportos internacionais mais próximo são os de Pisa (84 Km)  e Gênova (112 Km).

 

Quando visitar – Apesar da lotação, melhor época para visitar Cinque Terre é entre meados de abril até início de outubro. Os meses mais cheios são de final de maio até agosto. Se visitar nesse período prepare-se para a superlotação. Se quiser aproveitar com menos gente chegue bem cedinho, antes das 10 horas ou depois das 16 horas, horário que termina a visita de quem está fazendo cruzeiro.

Bate-volta saindo de Firenze–  não aconselho sair de Firenze para fazer bate-volta pois não sou fã de passeios apressados onde temos a sensação de que estamos perdendo algo importante quando visitamos uma atração. O trajeto dura cerca de 2h30, portanto, considere que você vai passar mais de 5 horas no trem.  Caso você queira muito visitar Cinque Terre e não tem outra opção, acorde bem cedinho e pegue o primeiro trem saindo de Firenze e programe-se para voltar à noite. Se a sua viagem é nas temporadas de primavera e verão, terá a seu favor o horário de verão,  quando costuma escurecer por volta das 21 horas.

Importante: os valores mudam de acordo com a estação do ano. Antes de programar sua viagem aconselho visitar os sites de transportes e serviços.

Distâncias

Firenze – 188 Km

Pisa- 117 Km

Milão – 227 Km

Gênova- 100 Km

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Qual o melhor período do ano para visitar a Itália?

As estações do ano são muito bem definidas em quase todo o país com diferentes tipos de clima.  Mas afinal, qual o melhor período do ano para visitar a Itália? Bom, isso depende do estilo de viagem que você busca. Neste post vou falar mais especificamente da Toscana, que apresenta características bem distintas a cada estação!  Considere que a região tem cidades de montanha e de mar e que o clima varia bastante de uma localidade para outra. Para te ajudar a programar melhor a sua viagem e sanar dúvidas, descrevo como é cada estação do ano aqui na Toscana.

 

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E a gente pode aproveitar cada temporada desfrutando do melhor que cada uma tem a oferecer.  Junto às variações climáticas não apenas o cenário desse encantador país se transforma mas de consequência o estilo de vida e os hábitos alimentares também mudam, pois como sempre comento, a gastronomia local é baseada nos produtos que a gente encontra em cada estação.

 

 

Primavera (de 21 de março a 20 de junho)

Eu vibro com a chegada  da primavera, um dos meus  períodos preferidos do ano! Adoro poder  fazer programas ao ar livre,  passear nos parques e fazer piquenique. Na primavera os dias ficam mais longos e a programação aqui na Toscana é cheia de ótimos eventos culturais, sagras e programas  enogastronômicos.  As cidades começam a receber mais turistas.

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Em abril acontece a exposição de flores no Jardim dell’Orticultura e em maio tem  Mostra de Artesanato no Palazzo Corsini. Dentre os deliciosos programas da temporada tem o Festival do Gelato, na Piazzale Michelangelo.  E para os amantes de vinho: no mês de maio acontece em toda a Toscana o evento Cantine Aperteevento ecoturístico onde as vinícolas abrem suas portas para apresentar seus produtos.

 

Na primavera não é muito fácil saber como se vestir. É que costuma ser bem fresco  no início e no final do dia.  E se precisar de dicas práticas sobre como preparar as malas, confira no post mala de primavera.

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Verão (de 21 de junho a 22 de setembro)

Agosto é mês de férias escolares em toda a Europa e a gente vê muitas famílias viajando neste período. É preciso fazer reservas de hotéis e de passeios  com antecedência. Algumas cidades são insuportavelmente quentes no auge do verão e nessa época do ano costuma escurecer por volta das 21 horas. Em Firenze a estação já começa quente com o Calcio Storico Fiorentino, modalidade esportiva com final da partida disputada no dia 24 de junho, dia do padroeiro da cidade, San Giovanni. Escrevi um post contando sobre o verão aqui na cidade: vale a pena visitar Firenze em agosto? Não é dificil que os termômetros atinjam os 34 graus.

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As cidades ficam bem divertidas e muitos festivais de música animam as noites em locais públicos.  Temporais são comuns nos meses de junho e julho.

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Praia em Marina de Carrara

No começo de setembro, período em que os termômetros abaixam um pouco, acontecem alguns eventos gastronômicos importantes, principalmente relacionados à colheita da uva, que geralmente acontece na primeira quinzena do mês.  A vindima, a tão festejada colheita da uva para produção de vinho, é entre o verão e  o outono. Em setembro tem a Expo Chianti Classico, que existe desde 1970, na cidade de Greve, a poucos minutos de Firenze.

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Em Siena nos dias 2 de julho e 6 de agosto acontece o Palio, uma tradicional corrida de cavalos que acontece na Piazza del Campo. E verão significa festas típicas em Montepulciano, com a festa Bravio delle Botti, uma corrida com barris de vinho e em Monteriggioni a festa medieval Monteriggioni di Torri si corona agita o burgo 2 finais de semana de julho.

E se quiser praia, você pode se refrescar nos litorais bonitos e badalados nas localidades da Maremma e da Versilia.

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Verão é a temporada dos girassóis!  Julho é o mês ideal para encontrá-los lindos e floridos. Veja mais informações no post onde encontrar girassois na Toscana.

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Para marcar o encerramento do verão do ano passado a minha amiga Maria do EaTravel promoveu um chá da tarde com um grupo formada por blogueiras e artistas. Uma tarde para trocar ideias,  aprender a fazer arranjos de flores e saborear as gostosuras que Emiko Davies preparou com tanto carinho. Aprecio demais poder vivenciar com tanto entusiasmo cada estação do ano por aqui!

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Se a sua intenção é passear nas cidades de arte como Siena e Firenze, prepare-se para o calor e traga roupas bem leves.  Para caminhar tanto, conforto é fundamental. Sem saber o que colocar na mala para temporada de calor aqui na Toscana? Não deixe de conferir o post com dicas sobre mala de verão.

 

Outono  (de 23 de setembro a 22 de dezembro)

O outono é uma excelente estação para visitar a Toscana! Nessa época do ano a região se colore com os tons alaranjados das folhas mudando o cenário das cidades e a paisagem. Escrevi um post sobre a chegada dessa esplendida estação, que marca o início do ano letivo, com promessas de novos projetos e propósitos: Vem chegando  o outono.

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Nesta estação o cheirinho de castanha queimada pelas ruas é inebriante! Este é o período da colheita de uva e de azeitona. Existem eventos dedicados à agricultura para festejar os produtos da estação, como o Autumnia, em Figline Valdarno.   Eventos ligados ao vinho em outras localidades da Toscana e em Firenze , no último sábado de setembro acontece a festa do Carro Matto (Carroça maluca), uma tradição da época do Renascimento em transportar os frascos de vinho da procissão  pelas ruas do centro.

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Muitos eventos gastronômicos com produtos da estação, como castanha, tartufo e vinho novo. Em novembro, em San Miniato,  4 finais de semana são dedicados ao tartufo branco. Entre final de outubro e inicio de dezembro acontece a colheita de azeitonas.  Venha ver como é esta tradição aqui da Itália.

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A partir do final de outono as cidades começam a ficar mais vazias e as atrações menos disputadas, com menos filas.

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E se quiser uma ajudinha para preparar  a sua bagagem, aqui vai: Mala de outono.

 

Inverno  (de 23 de dezembro a 20 de março)

A Toscana pode ser fascinante também no inverno! Nessa época do ano o fluxo de viajantes é menor e as atrações são mais vazias. As temperaturas variam entre 0 e 14 graus. Alguns vilarejos ficam completamente desertos nessa época do ano e algumas bodegas e restaurantes não funcionam. E nada de idealizar mesinhas ao ar livre e refeições na parte externa. Faz frio e todo mundo busca os ambientes internos aquecidos. Os dias são bem mais curtos e escurece super cedo,  lá pelas 16h30.  Mas em compensação, em alguns dias do inverno o céu é de um azul exuberante!

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É raro nevar em Firenze, mas desde que moro aqui presenciei 3 das históricas nevascas que marcaram esse fenômeno na cidade: em 2005, em  2009 e em 2010. Todas essas vezes a neve caiu no mês de dezembro e causou alguns transtornos na cidade. Vejam neste post a neve atípica do dia 1º de março.

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O inverno na Toscana pode ter uma conotação bem romântica. Entre novembro e março os burgos e vilarejos do interior ficam bem vazios e tranquilos.  As lareiras dão um toque de charme e romantismo aos restaurantes e hotéis.  E para aquecer,  vinho e chocolate quente. Em fevereiro acontece a Feira do Chocolate Artesanal (e se quiser os melhores endereços onde encontrar chocolate na cidade,  leia  a rota do chocolate). Dezembro é marcado por tradicionais mercadinhos de Natal de artesanato e gastronomia em Firenze e em diversas cidades da Toscana.

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Mesmo disponibilizando aquecimento nas áreas externas as mesinhas dos estabelecimentos estão sempre vazias durante o inverno. Até porque as pessoas preferem pratos quentes, como sopas e risottos. E com o frio que faz, a comida gela em poucos minutos (por este motivo eu prefiro sempre fazer as refeições na área interna).

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Aproveite para explorar com mais tranqüilidade museus e igrejas e visitar exposições ou passear nos centros termais.  Para quem busca um destino romântico, sugiro Bagno Vignoni e Saturnia. E no carnaval em Viareggio, na Versilia,  acontecem os desfiles com carros alegóricos pelas principais avenidas da cidade. E para os fãs de esportes de inverno, a Toscana conta alguma estações de esqui com instrutores. Veja no post  esquiar na Toscana.

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Traga roupas bem quentinhas e invista nos acessórios de inverno. Entre aqui para conferir como preparar uma eficiente mala de inverno.

 

Eventos

Para ficar por dentro dos eventos nas diversas cidades da Toscana, confira aqui no site do Eventi in Toscana. Sempre no primeiro domingo do mês  é possível visitar os museus estatais sem pagar.

 

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Sardenha, paraíso no mar Mediterrâneo

Não tenho dúvidas que após conferir as maravilhosas imagens deste post vai te dar aquela vontade de pegar um avião e desembarcar direto nessa paradisiaca ilha do Mediterrâneo e se jogar nesse mar cristalino! Na seção Amici Miei, a carioca Lidiane Albuquerque, compartilha com a gente a sua temporada de verão na Sardenha. Lidiane é formada em moda e é colaboradora do blog Viajar pela Europa, onde conta um pouquinho sobre curiosidades e dicas da Noruega, país onde vive desde agosto de 2015. E aqui no Grazie a te ela relata a viagem  que fez com o marido Leandro, em agosto do ano passado, explorando algumas praias do norte da Sardenha:

 

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A Sardenha é uma grande ilha ou um paraíso no mar Mediterrâneo, situada a oeste da Itália e ao sul da ilha francesa Córsega. Por ser no mediterrâneo vocês já podem imaginar como a água é cristalina, não é ?! A cor da água é incrivelmente linda e transparente! Eu fiquei muito impressionada e apaixonada por aquele mar! Acho que as fotos não fazem jus ao tamanho da beleza das águas transparentes. A Sardenha é uma ilha bem grande. Para se ter uma ideia, existem 3 aeroportos: 2 ficam ao norte da ilha (Alghero e Olbia) e outro ao sul, Cagliari, que é a capital da Sardenha. Importante ressaltar que o ideal é alugar um carro e retirá-lo já no aeroporto.  A ilha não possui infraestrutura de transporte público.
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Por ser uma ilha bem grande e com várias praias maravilhosas e algumas outras pequenas ilhas para conhecer (como o arquipélago La Madalena), a quantidade de dias para se explorar a Sardenha pode variar muito, depende do quanto quer explora-la ou se deslocar, porque você pode optar por escolher apenas uma base (hotel) e explorar algumas praias próximas ou escolher umas três bases e ir se deslocando pela ilha e conseguir conhece-la melhor. Fazendo base em apenas um lugar não é possível conhecer toda a ilha pois as distâncias são realmente longas e fica cansativo dirigir às vezes 200 km ou mais e voltar.
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Vista do hotel

O meu roteiro foi de 6 dias com apenas uma base, o Grand Hotel in Porto Cervo. Escolhi a região de Porto Cervo para me hospedar por ficar na região conhecida como Costa Esmeralda, pelo nome podem imaginar a cor da água, e por ter um centrinho com lojas e restaurantes para passear no final do dia, além de iates enormes para admirar (risos). O Grand Hotel in Porto Cervo oferece boa estrutura para os hospedes, piscina grande, restaurante bom, recreação, uma praia quase que particular e um por do sol maravilhoso.
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O centrinho de La Madalena

Reservei um dia para conhecer o arquipélago La Madalena, fomos nas praias Spiaggia di Cala Spalmatore, Cala Trinita, Spiaggia di Punta Tegge, Spiaggia di Cala Garibaldi e Spiaggia di Cala Coticcio, para acessa-la é preciso fazer uma trilha de uns 40 minutos. Ideal levar um lanche e água pois estas praias não tem estrutura.

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Em outro dia fui explorar a região de Santa Teresa Gallura, de onde saem os ferry para a Ilha francesa de Córsega. Fomos nas praias Spiaggia Rena di Ponente e Grotta la Tana di Lu Maccioni. Outra região que merece ser visitada em um dia é a Stintino, as praias visitadas foram: Spiaggia di Ezzi Mannu, Spiaggia delle Saline e Spiaggia della Pelosa que para mim foi a mais deslumbrante com uma cor de água que mais parecia uma piscina, incrível. Essas praias de Stintino tinham estrutura de espreguiçadeira e barraca na praia.
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A partir do meu hotel em Porto Cervo até a Spiaggia della Pelosa levamos cerca de 2 horas e meia de carro para ir e o mesmo tempo para voltar, então são cerca de 5 horas dirigindo num dia, todo esse tempo dirigindo começa já a ficar um pouco cansativo e distante. No dia seguinte queríamos ir para região de Alghero e conhecer a Grotta di Nettuno mas seriam mais 5 horas dirigindo no dia e optamos por não ir, apesar de ter visto fotos lindas de lá. O que eu recomendo é que caso tenha mais tempo e queira também visitar esta região, chegue pelo aeroporto de Olbia, fique por uns dias explorado e depois faça base em Stintino ou Alghero e deixe para sair da Sardenha pelo aeroporto de Alghero.
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Lidiane na praia La Pelosa

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Lembre-se que apesar de ser uma ilha, a Sardenha tem uma área muito grande para ser explorada. Eu adorei todas as praias que visitei. Acho que não tem um cantinho sequer que não seja linda e de tirar o fôlego. Sem dúvida um dos lugares de praia mais lindos que já estive.
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O final do dia no hotel

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Lidiane, obrigada por participar da Seção Amici Miei compartilhando dicas e essas fotos tão lindas! 
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Streetstyle primavera, Firenze

Escolher o que vestir no mês de abril não é muito fácil.  Sempre assim: época de transição de estações é a maior dificuldade para  escolher a roupa, principalmente porque o tempo não é tão estável.  Isso acontece porque bem cedinho e no final do dia costuma fazer frio e você vai precisar de um casaquinho e uma pashmina. E em dias ensolarados geralmente na hora do almoço faz calor e até mesmo uma camiseta  pode ser suficiente. Não tem como fugir do estilo vestir-se como cebola, ou seja, em camadas. Mas para quem está vindo pra Firenze: os casacos já não servem mais. Mesmo quando esfria ou chove um casaqueto ou bomber resolvem.  Reparem o que o pessoal tem usado neste início de mês:

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Tá vindo pra cá e não sabe o que trazer? Confira o post Mala para a primavera na Europa.

Em dúvida sobre onde se hospedar? Veja o post Dicas de hotéis em Firenze.

Primavera em Florença

Um dos meus  períodos  prediletos do ano é a primavera e aqui em Florença a sua chegada é bastante celebrada! É que depois de meses de frio a gente fica na maior ansiedade para fazer programas ao ar livre. É quando voltam a crescer as folhas das árvores e a cidade ganha um reforço nos quesitos graça e encanto com o colorido das flores. E com as temperaturas aumentando, turistas de todo o mundo começam a chegar à cidade.

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Upgrade na beleza da praça Santa Maria Novella com o jardim todo florido

Primavera em Florença  – A partir de março os dias começam a ficar mais longos e nesse período do ano torna em vigor a ora legale, para nós brasileiros, o horário de verão. Normalmente escurece por volta das 19h30.  Em dias ensolarados, principalmente na hora do almoço, pode ficar bem quente. Programa que sugiro para quem visita a cidade nessa época é escolher um local bem bacana para um aperitivo (deixei uma lista dos meus locais preferidos!).

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Aperitivo na Lungarno Corsini de onde temos um pôr do sol espetacular. Do Piazzale Michelangelo também temos uma visão cinematográfica 😉

Os estabelecimentos ajeitam suas mesinhas nas partes externas e é uma maravilha poder fazer as refeições ao ar livre observando o movimento nas ruas.

Firenze

Nessa época do ano é  fresquinho no início e no final do dia. Em dias ensolarados pode fazer calor principalmente no horário de almoço. Não é simples selecionar o que usar e o negocio é optar por vestir-se em camadas, ou como cebola.  Se precisar de dicas práticas sobre como preparar as malas, confira no post mala de primavera.

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As azaléias na Ponte Vecchio

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Durante a primavera a programação é intensa aqui em Firenze, com eventos culturais e enogastronômicos. A cidade começa a receber mais turistas e as filas nas atrações começam a se prolongar, portanto, sempre bom se programar com atencedência e fazer reserva dos passeios que te interessam.

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Nos jardins da Villa Bardini este túnel de glicínas é a atração da temporada

A primavera é a melhor estação para visitar os lindos jardins da cidade.  Dentre os que frequento e sugiro estão o Le Cascine (a 10 minutos do centro e ideal para a pratica de esportes),  o Jardim das Rosas, ao lado do piazzale Michelangelo e o Jardim dell’Orticultura, que não cobram ingresso.  Tem também o jardim Villa Bardini onde as glicínias estão dando espetáculo e de onde temos uma vista incrível da cidade, e o Jardim di Boboli, que são a pagamento e o Giardino delle Rose,  nas proximidades do Piazzale Michelangelo e com entrada grátis. Dica amiga: não deixe de trazer algum remedinhos para alergia. Os pólens não têm piedade e é atchim pra todo lado!

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O Parque delle Cascine é o maior parque de Firenze, com 118 hectares. Muitos eventos acontecem no parque, desde festivais de músicas, laboratórios para crianças a mercados enogastronômicos

Em Scandicci, o Wander and Pick, o  parque das tulipas, embeleza um campo de quase um hectare.  Durante o mês de abril os visitantes  podem admirar com esse colorido tapete colorido, espetáculo de beleza que nos encanta e fascina!

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O parque Wander and Pick, em Scandicci

 

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No Giardino delle Rose existem mais de 350 espécies de rosas

 

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Um dos cartões-postais da cidade: a Ponte Vecchio

Eventos

Todos os anos, no domingo de Páscoa, às 11 h,  tem o tradicional Scoppio del Carro (a explosão do carro), entre o Batistério e a catedral Santa Maria del Fiorentina. A cerimonia é precedida de cortejo histórico  com desfiles em roupas de época.

No final de abril acontece a exposição de flores no Jardim dell’Orticultura com ingresso gratuito. Este ano o evento acontece entre 25 de abril e 1º de maio.

Em maio o lindíssimo Palazzo Corsini abre seus portões para uma importante Mostra de Artesanato.  O ingresso para o Artigianato e Palazzo custa 6 euros.

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O lindo Jardim dell’Orticultura

Primavera tem tudo a ver com sorvete, que inclusive surgiu aqui em Florença! E um programa delicioso que acontece anualmente  o Festival do Gelato, na piazzale Michelangelo.  E para os amantes de vinho: no mês de maio acontece em toda a Toscana o evento Cantine Aperteevento ecoturístico onde as vinícolas abrem suas portas para apresentar seus produtos.

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Este post faz parte da blogagem coletiva da RBBV onde diversos blogueiros brasileiros dos 4 cantos do mundo contarão sobre a primavera em diferentes cidades.

 

Blogs que estão participando da blogagem coletiva:

TurMundial – Primavera em Barcelona 
Why Not? – Primavera no Canada 
Passeiorama – Primavera em NY 
Família Viagem – Primavera no Texas
Guia do Nômade Digital – Parques de Madrid na Primavera 

 

 

 

 

 

As glicínias de Firenze

Assim como as cerejeiras que marcam a chegada da primavera no Japão encantando e colorindo de rosa muitas cidades, as glicínias são protagonistas da estação das flores aqui em Firenze. Elas dão  espetáculo  e reforçam de elegância e beleza a cidade.  E o show mais aguardado é a floração das glicínias da Villa Bardini, um jardim que fica nas colinas da cidade e de onde temos uma vista espetacular de Firenze!

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Nos jardins  da villa forma-se um túnel repleto de cachos das flores que arrancam suspiros dos visitantes.  A cortina lilás que se forma exala um perfume agradável e é um verdadeiro deleite caminhar sob a pérgula florida. Para quem quiser conferir essa maravilha precisa visitar os jardins da villa em abril, auge da floração. E vá por mim: tente visitar o local durante a semana que é bem mais tranquilo.

 

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Olhem que beleza essa cortina de flores! Na Villa Bardini é a Wisteria sinensis, espécie proveniente da China que chegou na Itália no século 18

Não apenas turistas de outros países mas também florentinos visitam os jardins da Villa Bardini nesse período do ano para contemplar o magnífico túnel de glicínias. As escolas também levam as crianças para passeios pedagógicos. Achei uma gracinha o interesse em escutar a explicação e a admiração pela natureza que demonstrou essa turminha que estava visitando o parque no momento em que eu estava lá.

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As glicínias –  A glicínia é da família das leguminosas e é originaria do Extremo Oriente,  de países como China e Japão.  A beleza e a particularidade de suas flores é que são cachos pendentes e perfumados. As glicínias  resistem ao clima frio e florescem em locais de clima temperado. Precisa de solo bem adubado e devem ser cultivadas sob o sol e em solo rico em matéria orgânica. As glicínias  demoram a florescer mas são plantas que podem durar até 100 anos. É uma planta vigorosa que precisa de uma estrutura forte para se apoiar e crescer. São muito valiosas para os apicultores porque suas flores são muito apreciadas pelas abelhas.

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As glicínias de Firenze

As glicinias ou wisterias, são trepadeiras vistosas que vão se adaptando e crescendo nas estruturas onde forem plantadas.  Suas flores podem ser lilás, rosa ou branca.  Aqui em Firenze a que predomina é a lilás. As casas, prédios e parques da cidade estão repletos de cachos de glicínias que enfeitam e conferem um ar mais romântico à paisagem. Fiz uma quantidade de fotos pra mostrar pra vocês como a cidade fica ainda mais linda na primavera.

Quando podemos admirar as glicínias em Firenze?

Apesar de  ser normal a glicínia florescer duas vezes por ano, a floração completa   acontece em meados de abril, é quando os cachos ficam carregadinhos e espetacular!  Mas atenção: essa maravilha dura pouco:  apenas cerca de 10 dias.

 

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A Síndrome de Stendhal

Impossível ficar indiferente diante de tantas belezas que uma visita à Florença nos proporciona! Berço do Renascimento, a cidade conserva lindos e importantes patrimônios artísticos no âmbito da pintura, arquitetura e escultura. Cada pessoa reage de uma forma diferente diante de uma obra de arte. E essa reação varia de acordo com nossa sensibilidade e estado de ânimo. E sabiam que existe uma síndrome, que apesar de não deixar consequências, afeta algumas pessoas chegando a provocar alguns transtornos psíquicos quando diante de determinadas obras? É a Síndrome de Stendhal, conhecida também como Síndrome de Firenze, doença psicossomática que teve seu nome inspirado no professor francês Stendhal, que descreveu em seu diário as sensações perturbadoras ao visitar a Basílica de Santa Croce. Detentora de tesouros arquitetônicos e artísticos, Firenze  é a cidade onde a síndrome se manifesta mais frequentemente, mas existem descrições  de casos parecidos em outras cidades da Itália e do mundo.

 

Interior da Igreja de Santa Croce, onde se manifestou a crise no escritor francês Stendhal. Ele foi a primeira pessoa a descrever os sintomas da síndrome, após visita à Basílica, em 1817

 

A Capela Niccolini

 

A Síndrome de Stendhal: quando o contato com a beleza das obras de arte provoca fortes emoções

Recebo constantemente mensagens e comentários das fotos que publico nas redes sociais de pessoas que se comovem diante da magnitude das obras seja nas ruas que no interior dos museus e igrejas.  E mesmo vivendo aqui há mais de 10 anos, de vez em quando me emociono ao passar por determinados locais. Às vezes me comovo observando as pinturas e as estátuas que encontramos a céu aberto nas praças e esquinas da cidade. E é disso que caracteriza-se a síndrome de Stendhal, de prazer estético, da nossa sensibilidade e percepção, só que de uma forma mais latente, que chega a causar transtornos.

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A beleza e grandiosidade da Catedral Santa Maria del Fiore. Sua cúpula foi construída por Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto e escultor precursor do Renascimento

 

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Aqui o interior da cúpula de Brunelleschi, obra-prima da arquitetura do período renascentista realizada por Giorgio Vasari

 

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Interior da igreja Santa Maria Novella

 

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A Loggia dei Lanzi, na Piazza della Signoria, museu a céu aberto

 

Sem ser alarmante, os distúrbios causados pela síndrome de Stendhal são mal estar, angústia, taquicardia, confusões mentais, vertigem, ataques de pânico e alucinações causadas pela beleza das obras de arte, especialmente da época do Renascimento, movimento que nasceu aqui na cidade no final do século 14.

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Stendhal precisou sair da igreja de Santa Croce para recuperar-se do mal-estar causado pela beleza das obras de arte

 

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Stendhal – “O mal-estar dos viajantes diante da grandiosidade da arte”

O nome foi inspirado no escritor francês  Stendhal, pseudônimo de Henri-Marie Beyle (1783-1842), que descreveu em seu diário o  transtorno emocional em visita à Basílica de Santa Croce, mais precisamente ao visitar a Cappella Niccolini, uma das 16 capelas da basílica.  E foi uma psiquiatra aqui de Firenze, Graziella Magherini, responsável pelo Departamento de psiquiatria do Hospital de Santa Maria Nuova de Firenze, que nos anos 70  estudou mais de 100 casos de pacientes (turistas que visitavam Firenze pela primeira vez) com sintomas semelhantes aos de Stendhal.  Segundo a sua análise, a síndrome atinge turistas de bom nível cultural, jovens e pessoas com grande sensibilidade estética.  Suas consequências não são muito graves, basta  repouso e descanso.  Os sintomas podem durar poucas horas ou, em alguns casos, alguns dias.

 

Stendhal

A Síndrome de Stendhal foi estudada por uma psiquiatra italiana que a divulgou graças à publicação de um livro em que ela descreveu o resultado de um estudo realizado em mais de 100 pessoas. A doutora Graziella Margherini, chefe do serviço de saúde mental do Hospital Santa Maria Nuova,  escreveu “Síndrome de Stendhal. O mal-estar do viajante diante da grandeza da arte”, em 1979. Sua pesquisa foi baseada no comportamento de turistas que sentiam algum tipo de desconforto após a visita em alguns museus enquanto contemplavam obras de arte.

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Parte do texto escrito no livro Roma Napoli Firenze, escrito por Stendhal:

“Ao chegar a Florença, meu coração batia com força… em uma curva da estrada, meu olho mergulhou na planície e percebi, de longe, como uma massa escura, Santa Maria Del Fiore e sua famosa cúpula, obra-prima de Brunelleschi. Eu me dizia: É aqui que viveram Dante, Michelangelo, Leonardo da Vinci! Eis esta nobre cidade, a rainha da Idade Média! É nesses muros que começou a civilização… as lembranças se comprimiam em meu coração, sentia-me sem condição de raciocinar e entregava-me à minha loucura como junto de uma mulher a quem se ama…

Eu já me encontrava em uma espécie de êxtase pela idéia de estar em Florença e pela vizinhança dos grandes homens dos quais eu acabava de ver os túmulos [Michelangelo, Alfieri, Machiavel, Galileu]… Absorto na contemplação da beleza sublime, que via de perto, eu a tocava, por assim dizer. Tinha chegado ao ponto da emoção onde se encontram as sensações celestes proporcionadas pelas belas-artes e os sentimentos passionais. Saindo de Santa Croce, meu coração batia forte; a vida esgotara-se em mim, eu andava com medo de cair…”

Florença, 22 de janeiro de 1817

 

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A Galleria degli Uffizi

O Museu degli Uffizi, a  principal atração de Firenze  quando o assunto é arte e recebe mais de 2 milhões de visitas por ano. É um dos mais famosos e antigos museus do mundo, com verdadeiras obras de arte da época do Renascimento.  É dividido em cerca de 50 salas com obras de artistas como Botticelli,  Giotto, Tiziano, Da Vinci, Michelangelo, Cimabue e Caravaggio. Difícil não se emocionar diante de tanta perfeição e beleza!

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Obras do museu Uffizi: na foto maior, o Corredor Vasariano e abaixo a obra Nascimento de Vênus, de Botticelli e a Sala dei 400 com quadros e esculturas

 

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Esquiar na Toscana

Tem gente que se surpreende ao saber que é possível esquiar na Toscana! É  que geralmente associam a região às paisagens com suas suaves colinas verdes, burgos medievais e cidades de arte.  Mas a Toscana é também um ótimo destino para quem curte turismo esportivo.  Mostro aqui a estação da Doganaccia,  uma fração de Abetone Cutigliano, na província de Pistoia.

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Estivemos na Doganaccia em meados de março, no final da temporada de neve

Doganaccia –  A Doganaccia, província de Pistoia, é uma importante estação de esqui da região central dos Apeninos e apresenta uma excelente estrutura não apenas para quem é fera, mas para a toda a família, pois possui pistas excelentes também para principiantes.  Com 15 quilômetros de pistas de esqui, a Doganaccia fica na cidade medieval de Cutigliano, a uma altura de cerca 1500 de altitude.  Já estive outras vezes e sempre utilizo o teleférico que sai do burgo e nos leva até a ponta Croce Arcana.

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A Doganaccia é repleta de atividades kids friendly. O local possui pistas para o slittino (esquibunda), prancha e snowboard e muitos percursos nos bosques que circundam suas montanhas.  Para dar uma mãozinha na hora da subida, existem 6 k de percurso dotados de skilift.

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Doganaccia- esquiar na Toscana

A estação do Abetone é a meta principal quando o assunto é esqui mas existem outras localidades para a prática do esqui na Toscana, como apeninos pistoiese, Monte Amiata, Zum Zeri, Lunigiana, Garfagnana e Alpes Apuanos, além da Doganaccia.

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E tem quem se arrisca também em bicicleta

Quanto se gasta?

Se não tiver as roupas apropriadas para esquiar não se preocupe, você pode alugar em um dos 2 locais fornecem equipamentos (um fica perto do teleférico, na chegada, e o outro perto do restaurante).   Veja nesta tabela os valores que vigoram para alugar o equipamento:

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A lição de esqui para uma pessoa custa 26 euros e para 2 pessoas 30 euros (1 hora). Aulas de esqui são disponíveis para adultos e crianças.

Valor do teleférico de Cutigliano até a estação –  ida e volta adulto  10 euros e crianças de 7 a 10 anos pagam 8 euros.  Funciona das 8 às 17h30 com saida a cada meia hora. Das 13.50 às 14 fechado para almoço.

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Um mapa apresenta os percursos indicando as pistas. Nessa região fica o belissimo lago Scaffaiolo, onde já estive durante o verão. O percurso panorâmico de teleférico até a estação dura 8 minutos

 

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O burgo de Cutigliano é pequeno mas oferece opções boas gastronômicas

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Onde pernoitar

Cutigliano– Uma boa pedida é pernoitar em Cutigliano, centro histórico da montanha pistoiese. O teleférico conecta o  burgo de Cutigliano e vai até a estaçao de Doganaccia. Cutigliano é um vilarejo com cerca de 1.700 habitantes e a 733 metros acima do nível do mar.  Ali existem algumas pensões e hotéis bem simples onde voce pode pernoitar. Turismo mais lento e tranquilo, não apresenta muitas opções . tesouros e riquezas pouco conhecidos.

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Igreja di Madonna della Piazza

 

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Edificado no século 14, o Palazzo Pretorio ou Dei Capitani della Montagna, comune da cidade, visto da Loggia della Giustizia

Outras localidades para quem busca quem esquiar na Toscana são Monte Amiata, localizada na parte sul da província de Siena, que oferece 10 km de pistas de esqui alpino e 8 teleféricos e 10,5 km de Pistas de esqui nórdico, metade das quais são constantemente tratadas e Zum Zeri- Passi Due Santi,  nos Apeninos tosco-emilianos, na Alta Lunigiana, província de Massa Carrara.