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O que fazer em San Gimignano

Quer voltar no tempo e visitar uma cidadezinha da Idade Média?  Então inclua em seu roteiro a graciosa San Gimignano. O burgo, localizado no alto de uma colina, é um dos destinos preferidos na Toscana. E não é pra menos! Esse é um dos maiores exemplos de arquitetura medieval da Europa. O pequeno burgo conta com cerca de 7 mil habitantes e fica praticamente na metade do caminho entre Siena e Firenze, despontando como excelente passeio bate-volta para quem pernoita em uma dessas cidades, que são excelentes bases para quem quer girar pela Toscana.

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Disposta a 334 metros acima do nível do mar,  proporciona um panorama incrível de todo o Val d’Elsa. A cidade é circundada por muralhas medievais e no centro apenas pedestres e automóveis autorizados podem circular . E passear pelas suas ruelas e admirar suas bem conservadas construções nos faz voltar no tempo. Os turistas se deleitam com suas belezas e com peculiaridade das construções.

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Natureza que enaltece ainda mais o vilarejo. San Gimignano é uma cidade romântica e cheia de charme e história

 

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De origem etrusca,  esse pequeno vilarejo  teve seu auge na Idade Média graças à via Francigena, que atravessa a cidade, rota dos religiosos entre a França e Roma. A via Francigena, junto à Santiago de Compostela e Terra Santa, eram as 3 maiores vias de peregrinação da Europa. A cidade tornou-se referência para os mercantes e viajantes em busca de hospedagem e auxílio. Neste período também floresceram obras de arte que adornam prédios, igrejas e conventos.

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San Gimignano é conhecida como a Manhattan da época medieval. Isso porque na Idade Média existiam na cidade 72 torres, que foram construídas nos séculos 12 e 13 pelas famílias abastadas  que queriam ostentar riqueza e  poder.  Hoje em dia apenas 13 torres continuam erguidas mas é possível visitar apenas 1 delas, e é a que fica ao lado do Duomo da cidade, na praça Duomo. No local onde existiam as torres é possível observar as construções que trazem fachadas distintas. Onde antigamente existia uma torre agora a fachada  é com  paredes de travertino.

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No século 14 a peste negra assolou a cidade matando mais de metade da população. A cidade ficou abandonada por séculos e talvez por isso sofreu poucas modificações

Em 1990 San Gimignano foi declarada  Patrimônio Mundial da Unesco. A cidade pertence à província de Siena e oferece um rico passado e arquitetura deslumbrante, com construções medievais caracterizadas por casas-torre ainda muito bem preservadas.

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Toscana

Atrações em San Gimignano

Porta San Giovanni – a Porta de San Giovanni  foi concluída em 1262 e é a principal entrada da cidade. A rua é repleta de lojinhas, bares e bodegas de enogastronomia com produtos típicos. Você vai encontrar muitos artigos de couro, cerâmica, madeira, vinhos, azeites, artigos em papel e madeira.

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Praça della Cisterna – é a praça mais linda da cidade que tem um poço na área central que foi projetado em  1287 e que dá nome ao local. Claro que você vai passar por aqui durante o seu passeio pela cidade, afinal, o vilarejo é pequeno. A praça é um local animado e cheio de vida onde turistas e moradores se encontram para bater papo e apreciar o vai-e-vem dos passantes e admirar as amenidades das construções que a circundam.

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A pitoresca Piazza della Cisterna, coração da cidade e ponto de encontro de moradores e turistas. A Torre do Diabo ao fundo

A praça abriga alguns restaurantes e sorveterias. Inclusive é ali a excelente gelateria  Dondoli. O sorvete deles que ganhou por diversos anos o prêmio de gelato mais gostoso do mundo. E o mentor disso tudo, o senhor Sergio Dondoli, entende não apenas de sorvete mas também de marketing.  Vocês acreditam que ele fica na porta da sorveteria cumprimentando e tirando foto com todo mundo da fila? É uma personagem  famoso e muito simpático!

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Hora de degustar esse irresistível gelato na piazza della Cisterna

 

Duomo di Santa Maria Assunta – conhecido como Collegiata di San Gimignano,  o duomo da cidade é uma igreja românica que guarda afrescos maravilhosos do século 14.   É preciso adquirir ingresso para visitar a igreja.

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O Duomo di Santa Maria Assunta

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O acesso à  Torre Grossa é atraves da Pinacoteca. A torre tem 54 metros de altura e depois de superados os 218 degraus, o visitante pode se deleitar com uma vista incrível de San Gimignano!

Musei Civici – Palazzo Comunale, Pinacoteca e a Torre Grossa – o Palazzo Comunale ou Palazzo del Popolo  abriga o museu Civico e é um dos mais importantes prédios da cidade. Foi construído entre 1289 e 1298 e é decorado com uma famosa coleção de afrescos.  Neste complexo ficam a Pinacoteca e a Torre Grossa, conhecida também como Torre del Podestà, que é a única visitável. Do alto de seus  54 metros proporciona uma vista  de tirar o fôlego!  Foi construída entre 1300 e 1311.  Você adquire os ingressos para essas atrações  na praça do Duomo.

Pinacoteca de San Gimignano

A Pinacoteca reúne obras do mecenato artístico de San Gimignano e no espaço  encontramos obras de artistas  como Benozzo Gozzoli, Filippino Lippi e  Sebastiano Mainardi, que contribuíram para a renovação do Renascimento de San Gimignano.

A Sala del Podestà

Museu Arqueológico – em um antigo convento você vai poder conferir uma pequena coleção de artefatos etruscos, que foi a primeira civilização a ocupar o burgo.

Igreja de Santo Agostinho –  as obras de construção da igreja começaram em  1280. Com sua fachada bem simples e com arquitetura em estilo românico  e gótico, a pequena igreja apresenta muitos afrescos feitos por Benozzo Gozzoli que representam episódios da vida de Santo Agostinhoe. Ela guarda os restos mortais de São Bartolo.

Rocca di Montestaffoli – Vale a pena chegar até a fortaleza para admirar lá do alto toda a cidade. A vista lá de cima é deslumbrante! O acesso até o local é através da Praça dell’Erbe. 

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E que tal degustar um Vernaccia, o excelente vinho branco da cidade?

Festa medieval – Sempre no 3º final de semana de junho acontece o festival Ferie delle Messi, realizado pela associação “I Cavalieri di Santa Fina”, uma viagem ao período dos cavaleiros. Canções, danças, mercado medieval, cavaleiros armados e um cortejo histórico,  com mais de 500 personagens que representam a relação entre a terra e a fertilidade.  Autêntica atmosfera medieval que pode dar um plus à tua viagem nesses dias de festa!

 

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Um retorno à Idade Média

Como chegar:

Ônibus – Existem ônibus saindo da estação  ferroviária  Santa Maria Novella a cada hora, da BusItalia Nord Company. Você pode adquirir o bilhete na própria estação  ou em um tabacchi (onde vendem cigarro). São necessários 2 ônibus: o trajeto é apenas até Poggibonsi e dali você vai precisar pegar outro ônibus (133 ou 130) que te conduzirá até o Piazzale San Giovanni, onde fica a porta principal da cidade, San Giovanni. Todo o percurso dura cerca de 90 minutos. Atenção pois os horários sofrem alterações durante as estações do ano.

Carro: De carro, saindo de Firenze,  pegue a A1 saída “Firenze – Impruneta” . o percurso dura 1h e a estrada é a FI-SI, veja o cartaz saída Poggibonsi Nord depois sigam os cartazes San Gimignano. Chegando na cidade busque pelos estacionamentos fora do centro histórico, pois não é  possível entrar de carro na parte murada. A vantagem de explorar a região de carro é que, além de ser mais rápido e cômodo,  você vai poder parar quando quiser para apreciar e fotografar a paisagem que é maravilhosa!

Trem – San Gimignano não conta com estação ferroviária, mas voce pode ir de trem até Poggibonsi e de lá pegar um ônibus. O percurso de trem saindo de Firenze dura 1h15 minutos. Depois em Poggibonsi você pode pegar os ônibus 133 ou 130 para San Gimignano. São  12  Km num percurso que dura cerca de 20 minutos. Em San Gimignano você desce na Piazzale San Giovanni e dali já pode começar explorar a cidade.

 

Distâncias:

Firenze  – 62 Km (o trajeto de carro dura cerca de 1 hora)

Pisa – 79 Km

Cortona – 120 Km

Monteriggioni –  25 Km

Siena– 45 Km

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Viajar de trem na Itália

 Viajar de trem na Itália é prático, econômico e seguro. Acredito que a maioria dos brasileiros que chega à Firenze acaba escolhendo o trem como meio de transporte  já que o aeroporto da cidade não é intercontinental. Neste post dou dicas de como se locomover e economizar

Quem vem do Brasil para a Itália geralmente desembarca em Roma ou Milão e depois começa a explorar o país de carro ou de trem, que é certamente o meio mais eficiente pra você se locomover entre as cidades.

Viajar de trem é simples, prático e econômico. Mas você tem medo só de pensar na possibilidade de enfrentar uma estação ferroviária e se confundir sem saber qual trem precisa pegar? Esta é preocupação de muitos brasileiros que enviam mensagens buscando informações sobre como viajar de trem na Itália. Preparei este post com algumas informações úteis e esclarecedoras para quem tem receio de pegar  trem. Preste atenção nessas dicas e tenho certeza que na próxima viagem de trem você vai conseguir tirar tudo de letra.

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A principal estação de trem de Firenze é a Santa Maria Novella, que fica no centro da cidade. Comparada com Roma e Milão, é uma estação pequena onde é mais fácil você conseguir se virar pois possui 19 plataformas. É a 4ª no país em fluxo de passageiros

As principais companhias ferroviárias italianas são a Trenitalia e a Italo:

 

Italo

A Italo é uma companhia privada e opera apenas com trens de alta velocidade que viajam a uma velocidade de até 360 Km/h.  É fácil reconhecer um trem da Italo: seu  design é mais moderno e ousado, com a frente afunilada. Seu projeto é o resultado de uma eco-projetação com a finalidade de causar menos impacto ao ambiente.  A Italo cobre as seguintes cidades: Milão,  Nápoles, Salerno, Roma, Torino, Padova, Bolonha, Verona , Ferrara, Firenze, Brescia, Rimini, Veneza e Reggio Emilia. Se o seu interesse é explorar a Toscana será necessário adquirir o bilhete com a Trenitalia. A frota da Italo conta com  25 trens AGV  e desde o final do ano passado mais 12 trens chamados “Evo” Pendolino entraram em funcionamento. A Italo tem 4 ambientes em seus trens, que são: Smart,  Comfort, Prima e  Club Executuve. As classes superiores da Ítalo são super confortáveis.

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Trenitalia

 

A Trenitalia  opera em praticamente todas as cidades italianas. As categorias dos trens da  Trenitalia, que é a principal sociedade italiana de gestão do transporte ferroviário de passageiros, são  as seguintes:

  • Le Frecce – são os trens de alta velocidade, que fazem de 250 a 300 Km/h . Os trens Freccia são velozes e muito confortáveis. FrecciaRossa (viaja a 300 km/h), FrecciaArgento (viaja a ate 250 Km/h)e FrecciaBianca são os trens de alta velocidade (AV).   Assentos com lugar marcado.  Oferecem serviço de bordo e água e snacks são grátis. Esses trens costumam ser pontuais e mantidos em ótimo estado.
  • Intercity – eles foram substituidos pelos trens Le Frecce.  Alcança 200 Km/h e ligam mais de 200 cidades italianas.  Passou a ser menos procurado.
  • Regionale – circulam em determinada região e param em praticamente todas as estações. É comum que aconteçam atrasos de poucos minutos.
  • Regionale Veloce – é um trem parador que circula em determinada região e para em alguma estações menores.  São os trens que trazem os moradores dos arredores de Firenze,  que fazem a pendolare por exemplo.  são os trens utilizados para quem quer fazer um bate e volta.

 

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Trens regionais e regionais velozes

São os trens que circulam em uma determinada região, portanto é chamado de Regionale.  Importante lembrar que não vem especificado no bilhete o horário e nem o número do seu assento, pois não é possível comprar o bilhete com o assento marcado. Geralmente o valor da tarifa é a mesma para os trens  Regionale e Regionale Veloce.

Exemplos da duração da viagem em trens “regionali” / “regionali veloci”  saindo de Firenze e valor em euros:

Para Pisa: 49 minutos /  1:29 (€ 8,40)

Para Lucca: 1:19  (€ 7,50)/  1h45 ( €9,60)

Para Cortona Camucia:  1:20 / 1:48  (€10,70)

Para Arezzo: 45 minutos /  1h30 (€ 8,40)

Muitas cidades aqui da Toscana não são servidas por trens mais velozes e algumas não possuem nem mesmo estação ferroviária. Para quem explora a Toscana e opta pelo trem geralmente viaja no Regionale ou Regionale Veloce.  Na hora de adquirir o bilhete preste atenção na duração da viagem pois às vezes voce consegue comprar bilhete em trem mais rápido  pagando o mesmo valor.

 

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Qual companhia escolher? 

A escolha entre as companhias Trenitalia e a Italo vai depender da necessidade de cada viajante. Cada uma delas  classifica seus trens com nomenclaturas diferentes, assim como as classes de tarifa, que é o determina o valor do bilhete. Baseado na classe você terá, por exemplo, mais conforto em seu vagão e maior flexibilidade para alterar a data ou o horário de sua viagem. A diferença de preços entre a Trenitalia e a Italo pode ser enorme! Se quiser economizar,  compare os preços de ambas antes de adquirir os bilhetes e tente adquiri-lo algumas semanas antes da viagem.

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Adquirir o bilhete

Você pode comprar através da internet ou na estação de trem: nos guichês ou nas máquinas, ou seja, no caixa automático, que oferece a possibilidade inclusive em português. É super simples, prático e seguro. Existem máquinas que aceitam cartão e outras apenas dinheiro em espécie.

Para as compras online: Assim que entrar no site será preciso informar o percurso: dove vuoi andare? (a Italo vai te perguntar assim). Depois é preciso colocar as datas e marcar o percurso.  Depois prossiga informando se é apenas ida ou de ida e volta, isso é, andata e ritorno e indicando o número de passageiros. Se tiver bebê de colo (0 a 13 meses sem lugar marcado) marque Infant e para adquirir lugar para crianças, de 0 a 13 anos, selecione bambino.

Com a Trenitalia é tudo bem parecido, mas como a empresa há diversos tipos de trem, na dúvida, a melhor opção é marcar  “Tutti i treni”  antes de escolher o itinerário (englobam os trens Freccia,  Intercity e os regionais). Mas se quiser os trens mais rápidos,  que são os Frecce, marque apenas “solo frecce”. Esses trens mais rápidos não atendem estações menores, que são servidos de trens Intercity ou Regionali. Tenha certeza do nome da estaçao de partida (“da“) e chegada (“a“). Em Firenze tem a SMN e a Campo di Marte, de onde partem os trens para Verona, por exemplo. Depois de preencher o motor de busca clique em “cerca”. A partir do resultado você poderá escolher o trem.  As opções são apresentadas com os valores e as classes de reserva, que são a categoria do vagão e serviços oferecidos .

Para trens Italo e os Le Frecce da Trenitalia não precisa imprimir o bilhete, apenas ter o numero da reserva que é enviado através de torpedo ou email.

Cadastro – As companhias têm um cadastro para quem mora na Itália pois depois enviam para a sua residência o seu cartão fidelidade, para vantagens e acúmulo de pontos. Mas não é obrigatório o cadastro para efetuar a compra, dá pra fazer a compra sem se registrar, mas não deixe de informar seu email. Quando a compra é através da internet a confirmação da compra é através de torpedo e email com o código.

Preencher: na hora de preencher usando os dados dos viajantes, na companhia Trenitalia voce precisa informar o nome de apenas 1 dos viajantes.  Com a Italo é preciso colocar o nome de todos.

 

Com que antecedência é melhor adquirir o bilhete?

Bem, isso depende de alguns fatores, como por exemplo,  o período do ano e  o destino desejado. Geralmente 120 dias antes do embarque você já consegue visualizar no site e adquirir os bilhetes para os trens Le Frecce, Intercity , da Trenitalia, e Italo.  Eu gosto de comprar sempre com 1 mês de antecedência.

Abaixo uma simulação para uma viagem de Firenze a Verona para embarque dia 15 de junho:

 

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Viagem para Verona: atenção que a estação que a Trenitalia utiliza para saída de Firenze é Campo de Marte

Uma recente pesquisa da GoEuro mostrou que comprando com 1 mês de antecedência você pode economizar cerca de 50% (foram analisados 8 principais destinos da Trenitalia). Eu faço sempre pesquisa de preço e escolho a companhia baseado no valor e horários que me atendem.

Para os trens regionais da  Trenitalia você pode comprar no dia da viagem, pois não vem impresso no bilhete o horário e nem é possível adquirir com lugares marcados. Somente a data vem especificada no bilhete, que precisa ser utilizado naquele mesmo dia.

 

É preciso timbrar o bilhete na máquina?

Depende se os bilhetes foram adquiridos pela internet ou na estação (nos guichês ou nas máquinas).

Se viajar com os trens Intercity e Freccia da Trenitalia e da Italo não é necessário.  Tenha em mãos o numero do PNR (QR-code).  Há muito tempo nem imprimo mais, apenas mostro a confirmação que recebo via email ou celular (você pode apresentar também o código da reserva).

Os bilhetes dos trens regionais precisam ser validados. As máquinas ficam nas plataformas de embarque. Ao inserir o bilhete para validar, a máquina imprime a data e o horário. E caso tenho comprado o bilhete na máquina lembre-se que o bilhete vale apenas para aquele dia específico.

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Validar o bilhete antes de entrar no trem para quem compra na bilheteria ou para os viajantes de trens regionais. Se comprar os bilhetes na bilheteria ou nas máquinas, não esqueça de timbra-los na plataforma

 

Na estação ferroviaria – Identificar o número do trem para saber a plataforma de embarque

Como saber qual trem pegar?  Identifique no painel o número do seu trem e horário de saída. Ex: Vamos imaginar que saindo de Firenze o seu destino seja Bolonha, com trem Trenitalia  número 1876, saindo de Firenze às 18. Muitas vezes esse trem provém de Roma e vai até Milão (ele faz todo o percurso com este mesmo número). Como saber em qual plataforma pegar o trem? Existe um painel eletrônico escrito Partenze (que são os trens que partem dessa estação) com o número, horário e a plataforma. Preste muita atenção pois às vezes o painel mostra em evidência o último destino do trem (Milão) e isso pode te confundir. O importante é se orientar pelo número do trem e o horário de saída.

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Existem muitos painéis com as Partidas e Chegadas informando o número da plataforma dos trens

Do aeroporto de Roma para Firenze:

Existe trem direto do aeoporto de Fiumicino (Roma) até a estação  Firenze Santa Maria Novella. Para preencher os dados para pesquisa escreva “Fiumicino aeroporto”. Fiz esta simulaçao de viagem saindo de Roma, Fiumicino às 11:08. A  duração da viagem é de 2 h e 14 minutos e as tarifas custam a partir de 31,50 euros.

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Leonardo Express: 32 minutos do aeroporto de Fiumicino até o centro de Roma

 

Alterações

É possível alterar os bilhetes mas isso depende da regra da tarifa adquirida.  Caso tenha dificuldade em fazer por telefone vá até a estação ferroviária e converse pessoalmente para ver as opções e efetuar o pagamento caso haja diferença tarifaria e multa para alteração.

Termos que você precisa saber

trem- treno ; plataforma- binario;  vagão :- carrozza ; poltrona – posto; bilhete- biglietto ; partidas– partenze  ; chegadas – arrivi ; ida– andata; volta– ritorno; troca – cambio

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Importante: você só vai saber a plataforma de embarque minutos antes do trem partir. Não é possível sabermos com antecedência , muito menos quando adquirimos o bilhete de qual plataforma o trem parte. Existem os painéis  com a escrita  “partenze” que indica a cia, o número do trem, o horário e a plataforma de embarque

Vale a pena viajar de trem pela Toscana?

O trem é uma ótima  maneira de viajar pela Toscana, principalemnte entre cidades de porte médio e grande, que apresentam as estações geralmente no centro. É muito prático e fácil  viajar de trem pois você não vai ter preocupação de procurar estacionamento para o carro, tarefa complicada aqui na Itália.  Não deixe de considerar que  muitas lindas e graciosas cidades da Toscana não possuem estação ferroviária, pois encontram-se em colinas, como por exemplo Cortona e Volterra. Outro lugar onde o trem pode não ser a melhor opção é Siena, pois a estação fica fora do centro. E para San Gimignano e Monteriggioni é melhor ir de carro.  Cidades que possuem estação de trem no centro da cidade: Pisa, Lucca, Arezzo, Certaldo, Carrara e Viareggio.

 

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Estações ferroviárias de Firenze:

A estação Santa Maria Novella fica no centro da cidade e a de Campo di Marte fica a 15 minutos de centro histórico.

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A principal estação ferroviária de Firenze é a Santa Maria Novella

Dicas de restaurantes em Firenze, 6

Quando o assunto é gastronomia, Firenze não para de surpreender. Com propostas novas e ideias interessantes, mostro no post de hoje mais uma relação de locais na cidade onde estive e recomendo:

 

Restaurante Santa Maria Novella – sempre tive um pouco de dificuldade para encontrar bons restaurantes ao redor da praça Santa Maria Novella. Agora na primavera foi inaugurado este restaurante a apenas 5 minutos da praça homônima. Fui conhecer o local, que é elegante, oferece pratos preparados com capricho e ingredientes de qualidade e excelentes vinhos! Experimentei os espetinhos de camarão, presunto Iberico, panzanella croccante e as bisteccas Tomawak e Nebrasca. O restaurante fica na Via della Scala, 8

 

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Bem pertinho da praça fica o restaurante homônimo Santa Maria Novella. Destaque para a bistecca e para os vinhos Castelvecchi

 

Il Gourmettino –  estive no Il Gourmettino com um grupo de blogueiross à convite do restaurante, que inaugurou há pouco tempo e  apresenta maravilhosas opções da culinária do sul da Itália, mais especificamente da região da Puglia.  A gente logo percebe a atenção com a decoração, que remete ao sul do país, com o balcão na entrada ornamentado com azulejos coloridos. O ambiente é refinado mas está longe de ser presunçoso. O chef Domenico Cilenti Aberto é pugliese e serve especialidades do sul da Itália num restaurante aconchegante e com ambiente simpático e cordial. As  hortaliças, conservas e peixe que abastecem o restaurante chegam de cidades do sul do pais: não abrem da matéria-prima de primeira qualidade para a preparação de especialidades de pratos da Puglia e da Campania. Bacalhau amanteigado com amêndoa à base de pomodoro Prunile,  a burrata servida com tamarinho datterini,  orecchiette alle cime di etapa e Rombo com tempera de nero di seppia.  E agora que estamos em plena primavera, o restaurante promove todas as quartas jantar “Calici sotto le Stelle”, no lindo e aconchegante jardim externo, com harmonização de  entradas até o doce, com menu fixo a 35 euros. O restaurante fica perto da praça Santa Croce, na via Palmieri, 31 (Arco di San Pierino)

* o restaurante Il Gourmettino encerrou suas atividades no final de 2017

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Pescepane – A ideia de oferecer um serviço mais expresso com frutos do mar como especialidade  surgiu há alguns anos com a proposta de foodtruck. E ha pouco o primeiro street seafood de Firenze acaba de chegar na região de Santo Ambrogio.  O local é pequeno e o ambiente é vintage com temas marítimos. as opções não são vastíssimas mas o resumido menu concentra  deliciosos pratos com frutos de mar. Adorei a panzanella croccante di mare . Os crostini com bacalhau também são super saborosos!  Fica na Via Carducci, 15r

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No Pescepane: fritura de frutos do mar com salada crua, nota 10!

Canto del Ramerino – A poucos passos da Catedral de Santa Croce fica este pequeno e acolhedor restaurante, que mesmo sendo em um dos locais mais disputados da cidade, oferece excelentes opções a um preço honesto.  No balcão dá  pra pedir pizza ou um panino.  No menu tábuas de frios super caprichadas, coccoli (massa de pizza frita) e crostini. Como massas opções como gnocchetti ravioli e linguine, no valor de  7 a 9 euros). Se quiser ir de carne, tem desde bistecca até hambúrguer vegetariano.  O restaurante Canto del Ramerino fica na frente da escola de Couro de Firenze, na Via San Giuseppe, 18 r.

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Sem dúvidas aqui você vai se sentir em casa e poder falar português: 2 brasileiras trabalham no local, além do proprietário da casa Toto Ribeiro, que também é brasileiro

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Gattabuia – É um restaurante e pizzaria no mesmo ambiente, distribuído em 2 andares. O local é pequeno e aconchegante.   E com a chegada da bela estação é possível escolher uma mesinha fora, com vista para o rio Arno. A pizza que servem é divina! Pedi margherita com pomodori confit  (tomate caramelado). Não é posicionado bem pertinho das atrações principais da cidade mas vale a pena uma caminhada à beira do Arno para experimentar seus pratos!  Fica no Lungarno Benvenuto Cellini, 33

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Supper Club by TuscanyPeople – Este não é um restaurante, mas uma ideia importada de Nova York que vem fazendo o maior sucesso aqui em Firenze. Organizado por Valentina Alisi e Tommaso Baldassini, da revista TuscanyPeople, esta  é uma proposta diferente: um jantar secreto organizado  para um seleto número convidados: máximo  60 pessoas. O diferencial? Que simplesmente os participantes não sabem onde será e quem serão as outras pessoas que estarão presentes. O  local é revelado apenas 12 horas antes através de um torpedo. Dessa forma os participantes ficam sabendo onde será o jantar e recebem conselho sobre o dresscode da noite.  Os organizadores solicitaram aos participantes para endossar um acessório laranja. O jantar aconteceu no showroom de Andrea Corsi, em Sesto Fiorentino, um open space de 2 andares a cerca de 20 minutos de Florença.  As araras com roupas foram ajeitadas nas laterais para abrir espaço às mesas arrumadas para acomodar de 8 a 10 pessoas. Tudo preparado com capricho e a atenção aos mínimos detalhes. No início da noite música ao vivo durante o aperitivo para o pessoal ir se entrosando. Em seguida um excelente jantar nos aguardava.  Achei interessante essa proposta aqui na cidade pois é uma forma inovadora para conhecer outras pessoas e transcorrer uma noite permeada de surpresas, com animação, requinte e bom gosto. O jantar secreto acontece uma vez por mês e você pode obter mais informações no site da revista. Todos os detalhes desta noite super especial você confere neste post aqui.
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Tartare com ovo e tartufo. A alta qualidade imperou do aperitivo à sobremesa. À convite dos organizadores, participei da 4ª edição do Supper Club

 

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Showcooking com o mestre sorveteiro Vetulio Bondi que preparou diante dos convidados um delicioso sorvete com azeite de oliva, oferecido no meio do jantar

*atualizado em julho 2017

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A Costa Etrusca, na Maremma Toscana: mar, colinas e história

A Maremma, conhecida como o coração selvagem da Toscana,  permite aos visitantes de vivenciar experiências inesquecíveis através de suas cores, aromas do Mediterrâneo, história, arqueologia, arte, sabores e belezas do mar e montanha. Há diversas maneiras de aproveitar esse lindíssimo território, ao sul da região toscana: passeando por seus bosques, fazendo trilhas, degustando de sua gastronomia, curtindo dias em suas praias de águas cristalinas, visitando burgos medievais ou admirando sua natureza constituída de oliveiras e vinhedos.

 

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A Costa Etrusca, na Maremma superior, inclui todo o território continental da província de Livorno, como os territórios de Piombino, San Vincenzo, Castagneto Carducci, Bibbona, Cecina, Rosignano Marittimo e Livorno, de norte a sul e cidades não litorâneas, como Collesalvetti, Sassetta, Suvereto e Campiglia Marittima.  Essa região é assim conhecida devido às numerosas necrópoles etruscas presentes principalmente entre o Golfo de Baratti e Populonia, que era a única cidade etrusca construída na faixa costeira.

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Un mare di gusto, festa tradicional dedicada ao peixe azul –  Conheci a costa etrusca graças ao evento “Un Mare di Gusto – Palamita & Friends”, que acontece anualmente na cidade litorânea de San Vincenzo. Junto a outros  blogueiros e jornalistas visitamos algumas localidades proximas à San Vincenzo que constituem o Val di Cornia. Aliás, uma das vantagens em escolher essa região como destino é que este é um lindo território constituído de colinas, mar e  vilarejos cheios de história que ficam coladinhos uns aos outros, e cada  um com suas particularidades. A pesca nesse litoral é uma das atividades da região, que além de ser uma graça,  é também  produtora de vinho e azeite.

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A linda e rica Costa Etrusca: perfeita harmonia entre terra e mar. A região, que compreende de Livorno a Piombino, é conhecida como Costa Etrusca devido à presença da população etrusca que povoou a região a partir do século 9 a.c.

A festa tradicional dedicada à Palamita (tipo de peixe da região) e ao peixe azul e à cultura enogastronômica acontece em San Vincenzo. O evento, organizado pela prefeitura com a direção artística de Deborah Corsi, conta com o envolvimento de toda a população, até mesmo das crianças, que preparam poesias e desenhos que são expostos no stand principal,  que fica na  piazza Unità d’Italia,  ponto de encontro e de partida para explorar a cidade.

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Un Mare di Gusto – Durante o final de semana acontecem varias competições com jovens chefs promissores da Costa Toscana,  cooking shows e muitos laboratórios para as crianças. E no domingo à tarde é o tão esperado Percorso di Gusto, com diversos stands de degustação onde os restaurantes da região preparam suas especialidades à base da Palamita e do peixe azul. São diversos stands de comida, bebida e artesanato com produtos da região. Funciona da seguinte forma:  você adquire o passe que te dá direito a 7 degustações ao valor de 7 euros e o Calice pass no valor de 5 euros dá direito à 2 degustações de vinho.

 

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Domingo é o dia das degustações nos diversos stands onde os visitantes puderam experimentar muitas especialidades à base de Palamita e do Peixe Azul, ocasião para saborear novos pratos e receitas tradicionais

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Alguns restaurantes desenvolveram alguns pratos preparados com peixe para serem servidos durante a semana do evento. Aqui a Palamita tonnè preparado pela chef Deborah Corsi, do Perla del Mare

Jantar de boas-vindas – A festa começou na sexta-feira, quando foi apresentado o projeto que contou com a presença do prefeito da cidade, Alessandro Bandini. Depois seguimos para jantar no restaurante La Perla del Mare, de Deborah Corsi, que nos recebeu para  um maravilhoso jantar à base de peixe. O restaurante La Perla del Mare fica na Via della Meloria, 9.

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Deborah Corsi, diretora artística do evento, em seu agradável e refinado restaurante na beira da praia

San Vincenzo, a anfitriã do evento

Com cerca de 7 mil habitantes, San Vincenzo, província de Livorno, é uma cidade hospitaleira do litoral da Toscana com 12 Km de litoral com lindas praias de areia branca e aguas límpidas e com grande área verde constituída de parques e bosques, oferecendo percursos naturias para os amantes de caminhadas e do turismo esportivo.

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O Porto turístico de San Vincenzo, construído em 1967

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Campiglia Marittima

Na manhã de sábado fomos conhecer Campiglia Marittima, província de Livorno, um dos burgos da Costa Etrusca. Enquanto a gente percorre o caminho que dá acesso a Campiglia Marittima pode admirar as plantações de azeitonas e as pedreiras de mármore; inclusive o mármore branco daqui reveste o Campanille di Giotto e a fachada da igreja Santa Maria Novella de Firenze.

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As fachadas medievais que ganham o colorido das flores durante a primavera

Com cerca de 13 mil habitantes, o charmoso centro histórico fica sobre uma colina circundada por oliveiras seculares. Com ruas e becos estreitos, é dessas cidadezinhas medievais que nos fazem voltar no tempo.  O centro é constituído de construções medievais e com algumas bodegas alimentares, barzinhos e lojinhas de artesanato.  Em algumas paredes dos prédios mais antigos podemos encontrar  brasões das nobres famílias que já viveram na cidade.

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Piazza della Repubblica – Assim como muitos burgos da Toscana, Campiglia Marittima conserva muito da arquitetura medieval.

Após explorarmos o centro histórico em companhia de um guia fomos até a Pieve de San Giovanni, sobre as colinas do cemitério. Foi construída em 1173 no centro do camposanto, de onde temos uma vista deslumbrante!

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Em estilo românico, a Pieve de San Giovanni data do século 12. Ao fundo a cidade de Campiglia Marittima

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Prosseguindo nosso tour, fomos ao Parco Archeominerario de San Silvestro, onde pudemos visitar  uma mineira subterrânea.   No parque funciona também um museu. Após a visita à mineira fomos almoço no restaurante Blue Marlin (Via della Principessa, 137) com todos os pratos preparados à base de peixe.

 

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Pudemos visitar as mineiras antigas, desde a época dos etruscos com técnicas extrativas antigas e modernas

Suvereto

Após o almoço seguimos para Suvereto,  na Alta Maremma,  a poucos minutos de Campiglia Marittima, para um passeio guiado. Com forte tradição rural, Suvereto é um pequeno burgo medieval e um dos mais antigos da Val di Cornia, terra que produz vinho e azeite.

 

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Perto da porta que dà acesso à cidade fica a igreja românica de San Giusto, que terminou de ser construída em 1189. Atravessando a  Porta Principal ou “di Sotto” (de Baixo) , restaurada em  1857, a gente pode começar a explorar o vilarejo, que tem pouco mais de  3 mil habitantes.

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Parte das construções originais são muralhas do século 12 que circundam a cidade. Atmosfera de séculos passados…

Suvereto

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Uma das atrações da cidade é o Convento de São Francisco,do ano de 1286. Este espaço urbano que é dotado de excelente acústica é um dos mais cobiçados endereços para eventos culturais, sociais e enogastronômicos de Suvereto

 

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Palazzo Comunale, do século 13, um dos mais significativos exemplos de arquitetura medieval da Maremma

Suvereto é um vilarejo tranquilo mas festeiro.  A cidade é palco da “Corsa delle Botti”, uma corrida com barris de vinho que anima as ruelas do burgo e acontece duas vezes por ano: no dia 3 de maio,  dia de Santa Croce, padroeira da cidade e sempre na véspera do feriado de Ferragosto.

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O ponto mais alto do vilarejo é a Rocca Aldobrandesca, provavelmente do final do século 9, símbolo do passado medieval de Suvereto. Na fortaleza acontecem festas medievais com acampamentos e roupas de época

A gastronomia local é muito conhecida pelas carnes de caça, como o javali, que é base para preparação de muitos pratos da região. Uma das sagras mais antigas e conhecidas da Toscana acontece em Suvereto há 50 anos, a Sagra del Cinghiale, uma festa cultural e artística que movimenta a ciadade entre o final de novembro e início de dezembro.

Vinícola Petra

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Arte e enologia – A cantina Petra, projeto moderno que evidencia a paisagem rural e a beleza da natureza nessa região, com mais de 300 hectares de plantações de oliveiras e vinhedos

Como estamos na terra do vinho e do azeite, não podíamos deixar de visitar a moderna Vinícola Petra, em Suvereto, localidade de San Lorenzo Alto, com sua moderna arena de mármore. De propriedade da família Moretti que produz vinho há 20 anos, é um maravilhoso e ousado projeto do arquiteto Mario Botta: uma estrutura contemporânea num cenário constituído pelas leves colinas da Val di Cornia.

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Os vinhos são produzidos principalmente com uvas Sanvigiovese, Cabernet Sauvignon,  Merlot e Vermentino, Syrah e Alicante. As uvas de elevada qualidade são trabalhadas atingindo o melhor da tradição com técnicas e critérios modernos que resultam na criação de vinhos que possam refletir a personalidade da terra. As uvas descansam seja em tanques de aço  quando em barris de de madeira.

 

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Depois da visita à empresa participamos de uma degustação de 3 vinhos com um caprichado apetitivo preparado com produtos Km 0. A empresa produz também azeite de oliva extra-virgem. Tudo excelente!

 

No sábado à noite fomos recebidos para jantar no restaurante La Tuga,  que fica em excelente localização,  bem na orla da praia (Via Trento, 119), com ambiente elegante e com staff cordial e simpático.

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O restaurante do chef Nicola Ricci, inaugurado há poucos meses, oferece pratos preparados com ingredientes de qualidade onde a gente percebe o capricho e carinho também no momento da apresentação

Parque de Baratti e Populonia

Na manhã de domingo fizemos um passeio pelo Parque Arqueológico de Baratti e Populonia e  se estende no Golfo di Baratti e Populonia. O parque abrange uma área de 80 hectares, com tumbas e edificações etruscas e romanas.

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As construções etruscas eram geralmente realizadas em madeira e tijolo

 

Terra do ferro e dos metais, Populonia é a única cidade etrusca que se debruça sobre o mar. A cidade teve um papel importante internacionalmente na comercialização do ferro e de minerais.

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Populonia é uma antiga cidade de origem etrusca, situada sobre uma colina circundada pelo mar, no Golfo de Baratti

O Castello di Populonia é um pequeno burgo medieval construído no século 15  pelos etruscos sobre uma colina, ao redor da antiga torre, que é do século 12. Nas redondezas do castelo  desenvolveu-se a cidade de Populonia Alta.

Populonia era uma das mais ricas e poderosas cidades da Dodecápolis, que prosperou graças  às atividades  de mineração e à indústria do ferro

 

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Populonia era uma das mais ricas e poderosas cidades da Dodecápolis, que prosperou graças  às atividades  de mineração e à indústria do ferro

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A vista do alto do Castello de Populonia

 

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A igreja de Santa Croce, do século 15

 

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O vilarejo é minúsculo e o que impressiona é que conta com apenas cerca de 20 habitantes. Aqui a rua principal, com algumas bodegas e lojinhas de artesanato

 

Após o tour à Populonia, almoço na vinícola Poggio Rosso, que fica nas imediações do Glamping onde me hospedei e que pertence à família Monelli, que desde 2002 dedica-se à produção de vinhos. Os vinhedos cultivados são de uvas Merlot, Sangiovese, Vermentino, Cabernet Sauvignon e Viogner.

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Com Camilla, Kathleen, Carlotta e Silvia

 

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O nosso light lunch com delícias toscanas preparadas pela senhora Edi Monelli

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Hospedagem – Fiquei hospedada no Glamping Poggiorosso. Esta seria a minha primeira experiência em uma estrutura do tipo e estava super empolgada com a ideia! Glamping é uma nova forma de hospedagem que vem conquistando adeptos em muitos países do mundo. Significa camping com glamour. Estrutura elegante, muito charme, conforto e riqueza em detalhes.  Feitas com materiais ecossustentavies, as barracas são produzidas por uma empresa holandesa. São espaçosas e resistentes, com estruturas fixas de madeira, com ambiente climatizado,  Wi-fi, banheiro com duchas com jato hidromassagem e cozinha toda equipada. A sensação é de estar numa luxuosa casinha na árvore!

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Acomodações ecofriendly num ambiente tranquilo e em contato direto com a natureza, com vinhedos e oliveiras nas proximidades. Toda a tenda era equipada com móveis de madeira e a decoração é de muito bom gosto, charme e requinte

 

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Mimos de boas-vindas. Este é o quarto de casal. A nossa barraca era de 2 quartos, com banheiro, cozinha e varanda. As paredes internas são de madeira

 

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No Poggiorosso são disponíveis no momento 10 barracas, todas circundadas de árvores e com bem cuidado jardim que atende a cada uma das acomodações

Como chegar:

Carro – Sugiro alugar um carro para visitar a região pois as cidades ficam muito próximas umas às outras e e é sempre bom poder parar nas localidades que mais chamam a atenção. A paisagem é bucólica e linda!

Trem- O trajeto de Firenze até San Vincenzo dura cerca de 2 horas e meia.  Valor do bilhete € 13,50 com Trenitalia

Distâncias:

139 Km – Firenze

43 Km- Massa Marittima

66 Km – Volterra

88 Km – Pisa

49 Km – Castiglione della Pescaia

 

Participei do evento Un Mare del Gusto à convite da Prefeitura de San Vincenzo. Todas as refeições foram oferecidas pelos estabelecimentos citados, assim como a hospedagem. O meu relato é resultado de minha experiência e minhas observações pessoais, sem nenhum vínculo editorial. O meu muito obrigada aos organizadores e promotores do evento.

 

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Cinque Terre

A minha vontade de conhecer Cinque Terre era tão grande que estive na região em pleno inverno, numa viagem que fiz com amigas há cerca de 15 anos. Queria voltar no verão para  ver aquelas cores acesas e apagar da memória aquela sensação do vento gélido de fevereiro. Ah, quanta diferença em visitar esse pedacinho da Itália em dias ensoladoros! Com menos de 5 mil habitantes, esta região que tanto fascina e encanta é constituída por 5 vilarejos de pescadores com casinhas coloridas incrustadas uma ao lado da outra nas montanhas da riviera da Ligúria.

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Para quem dificuldade de locomoção e para quem estiver com carrinho de bebê leve em consideração que visitar os burgos de Cinque Terre significa subir e descer ladeiras e fazer degraus

É um paraíso natural que recebe 2,4 milhões de turistas por ano atraídos pelo charme desses burgos que constituem a meta mais cobiçada da Ligúria, vizinha das regiões italianas da Emília Romanha, Piemonte e Toscana.  Em 1997 a região de Cinque Terre, província de La Spezia, foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Por estar a apenas 2 horas de trem de Firenze, é muito comum que turistas escolham fazer um bate-volta para visitar a região, o que sinceramente não recomendo, pois acho cansativo e muito corrido para explorar uma região tão peculiar.  Se escolher visitar a região na alta temporada, isso é,  entre junho e agosto, prepare-se para enfrentar a multidão de turistas que invadem os burgos. O turismo de massa é devido também aos cruzeiros marítimos que aportam na costa da Liguria nessa época.

 

Os 5 burgos que constituem a região de Cinque Terre

 

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Riomaggiore– Saindo de La Spezia, a primeira parada é Riomaggiore, portanto,a primeira parada para quem chega de barco. Suas casinhas coloridas seguem o esquema de construção de casas-torres e são todas coladinhas umas às outras. Na parte alta fica a Igreja San Giovanni Battista, construída em 1340.  Segundo a tradição, o burgo é do século 8 e teria sido fundado por um grupo de refugiados gregos. Em Riomaggiore começa a Via dell’Amore, que vai até Manarola, uma estrada de cerca 1 quilometro que se percorre a pé, para quem tem fôlego e quer admirar a esplêndida paisagem mas que desde 2012 foi fechada por motivos de segurança com previsão de reabertura em 2019.

 

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Aqui a gente vê Manarola e Riomaggiore, à direita

Manarola – Formada por casas-torre, é um vilarejo charmoso, pequeno mas bastante íngreme, e com menos fluxo de turistas.  Em sua praça estão concentrados os prédios religiosos, como a igreja de São Lorenzo em estilo gótico do ano de 1338, o oratório del Disciplinati e a Torre Campanária.

 

Corniglia

Corniglia é a 3ª cidade, ela fica no meio entre as outras2. O menor dos vilarejos é Corniglia que também não há praia e nem marina. É o que recebe menos visitantes

Corniglia–  suas origens são da época romana. Com casas mais baixas, é o menor dos burgos e não tem acesso ao mar. Para chegar  até o topo,  você  vai precisar encarar cerca de 382 degraus  a partir da estação ferroviária (pois Corniglia não tem estação central).  Fica no alto de um penhasco de onde o pôr do sol é um espetáculo imperdível e de onde é possível admirar todos os outros 4 burgos. Corniglia é o único vilarejo onde as embarcações não param.

 

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Vernazza – Foi fundada no ano 1000. Já foi a mais próspera das cidades que constituem a região, possui construções arquitetônicas importantes como pórticos e arcadas. Prepara-separa o maior sobe e desce: Vernazza é cheia de ladeiras íngremes e estreitas. É entre os burgos mais populares e requisitados. Sua rua principal é repleta de lojinhas de souvenires e restaurantes. Uma das atrações da cidade é a igreja de Santa Margherita , em estilo românico.  No topo ruínas fica o Castello dei Doria,  símbolo da importância econômica do vilarejo e de onde a vista é espetacular!

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A deslumbrante vista que temos do Castello dei Doria (entrada a pagamento)

 

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Estava quente mas nao tomei banho. Os burgos estavam lotados! O auge da temporada é entre maio e agosto

Monterosso al mare – é o maior dos 5 vilarejos e o mais plano, portanto, para quem viaja com crianças e pessoas com dificuldade de locomoção  (ou que simplesmente querem evitar as escadarias), passa a ser a opção mais interessante. Para quem curtir praia, Monterosso é a mais indicada, pois sua praia é extensa e tem grande área com areia. Vale ressaltar que as praias da região são com muita pedra e pouca areia. Nas colinas do vilarejo são cultivadas uva e azeitona.  Devido à extensão das praias e ao maior número de estruturas hoteleiras, é a mais turística e cobiçada de todas as 5 cidades. É dividida em duas: a parte nova e velha.

 

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Monterosso é o local mais apropriado para quem quer curtir praia, praticar esportes e dar um bom mergulho!

 

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Porto de em La Spezia de onde saem as embarcações

Onde dormir

Eu me hospedei em La Spezia e achei excelente essa opção. A cidade é tranquila, com boa estrutura e com acomodações a preços razoáveis.  Dali partem trens e embarcações para todos os vilarejos de Cinque Terre. Optei em visitar os burgos de barco, que saem do porto de La Spezia.

 

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A vantagem de visitar de barco é poder apreciar os burgos do mar… mas para quem visita pela primeira vez e não tem muito tempo, o trem é mais prático

Come chegar 

Barco – Entre março e outubro diversas embarcações conectam La Spezia, Levanto e Portovenere até todas as 5 cidades de Cinque Terre. Você pode escolher uma dessas cidades como base. A maioria dos passeios de barco permite que você pare em qualquer uma das cidades, portanto, você tem condições de visitar as 5 no mesmo dia.  Para adquirir os bilhetes das embarcações basta se dirigir aos guichês que ficam no próprio porto. Dependendo da época do ano, chegue 1 hora mais cedo do horário em que pretende partir. Para ver os horários e opções de itinerários, clique aqui.

Trem – Caso seja a sua primeira viagem, acredito que o trem seja a melhor opção pois é bem mais prático que barco. Eu visitei a primeira vez de trem e a segunda de barco. Todos os 5 vilarejos são servidos de estações ferroviárias.  Existe o trem Cinque Terre Express que faz o trajeto La Spezia a  Levanto parando em todas as 5 cidades. Serviço disponível das 7.55 às 20:10 diariamente com 3 trens por hora em cada direçao. O bilhete custa 4 euros para cada trecho. O  percurso entre cada uma das cidades dura poucos minutos varia de 3 a 10 minutos.

Cinque Terre Card –  é um passe que custa 15 euros e dá direito de viajar de trem pela região durante 1 dia. E como você vai passear de um local para o outro, sai bem mais em conta do que pagar por cada trecho separadamente.

Carro -desaconselho porque é praticante impossível conseguir estacionamento e é proibido entrar nas vilas de carro. Descarte a possibilidade de ir de carro.

Avião – os aeroportos internacionais mais próximo são os de Pisa (84 Km)  e Gênova (112 Km).

 

Quando visitar – Apesar da lotação, melhor época para visitar Cinque Terre é entre meados de abril até início de outubro. Os meses mais cheios são de final de maio até agosto. Se visitar nesse período prepare-se para a superlotação. Se quiser aproveitar com menos gente chegue bem cedinho, antes das 10 horas ou depois das 16 horas, horário que termina a visita de quem está fazendo cruzeiro.

Bate-volta saindo de Firenze–  não aconselho sair de Firenze para fazer bate-volta pois não sou fã de passeios apressados onde temos a sensação de que estamos perdendo algo importante quando visitamos uma atração. O trajeto dura cerca de 2h30, portanto, considere que você vai passar mais de 5 horas no trem.  Caso você queira muito visitar Cinque Terre e não tem outra opção, acorde bem cedinho e pegue o primeiro trem saindo de Firenze e programe-se para voltar à noite. Se a sua viagem é nas temporadas de primavera e verão, terá a seu favor o horário de verão,  quando costuma escurecer por volta das 21 horas.

Importante: os valores mudam de acordo com a estação do ano. Antes de programar sua viagem aconselho visitar os sites de transportes e serviços.

Distâncias

Firenze – 188 Km

Pisa- 117 Km

Milão – 227 Km

Gênova- 100 Km

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Qual o melhor período do ano para visitar a Itália?

As estações do ano são muito bem definidas em quase todo o país com diferentes tipos de clima.  Mas afinal, qual o melhor período do ano para visitar a Itália? Bom, isso depende do estilo de viagem que você busca. Neste post vou falar mais especificamente da Toscana, que apresenta características bem distintas a cada estação!  Considere que a região tem cidades de montanha e de mar e que o clima varia bastante de uma localidade para outra. Para te ajudar a programar melhor a sua viagem e sanar dúvidas, descrevo como é cada estação do ano aqui na Toscana.

 

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E a gente pode aproveitar cada temporada desfrutando do melhor que cada uma tem a oferecer.  Junto às variações climáticas não apenas o cenário desse encantador país se transforma mas de consequência o estilo de vida e os hábitos alimentares também mudam, pois como sempre comento, a gastronomia local é baseada nos produtos que a gente encontra em cada estação.

 

 

Primavera (de 21 de março a 20 de junho)

Eu vibro com a chegada  da primavera, um dos meus  períodos preferidos do ano! Adoro poder  fazer programas ao ar livre,  passear nos parques e fazer piquenique. Na primavera os dias ficam mais longos e a programação aqui na Toscana é cheia de ótimos eventos culturais, sagras e programas  enogastronômicos.  As cidades começam a receber mais turistas.

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Em abril acontece a exposição de flores no Jardim dell’Orticultura e em maio tem  Mostra de Artesanato no Palazzo Corsini. Dentre os deliciosos programas da temporada tem o Festival do Gelato, na Piazzale Michelangelo.  E para os amantes de vinho: no mês de maio acontece em toda a Toscana o evento Cantine Aperteevento ecoturístico onde as vinícolas abrem suas portas para apresentar seus produtos.

 

Na primavera não é muito fácil saber como se vestir. É que costuma ser bem fresco  no início e no final do dia.  E se precisar de dicas práticas sobre como preparar as malas, confira no post mala de primavera.

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Verão (de 21 de junho a 22 de setembro)

Agosto é mês de férias escolares em toda a Europa e a gente vê muitas famílias viajando neste período. É preciso fazer reservas de hotéis e de passeios  com antecedência. Algumas cidades são insuportavelmente quentes no auge do verão e nessa época do ano costuma escurecer por volta das 21 horas. Em Firenze a estação já começa quente com o Calcio Storico Fiorentino, modalidade esportiva com final da partida disputada no dia 24 de junho, dia do padroeiro da cidade, San Giovanni. Escrevi um post contando sobre o verão aqui na cidade: vale a pena visitar Firenze em agosto? Não é dificil que os termômetros atinjam os 34 graus.

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As cidades ficam bem divertidas e muitos festivais de música animam as noites em locais públicos.  Temporais são comuns nos meses de junho e julho.

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Praia em Marina de Carrara

No começo de setembro, período em que os termômetros abaixam um pouco, acontecem alguns eventos gastronômicos importantes, principalmente relacionados à colheita da uva, que geralmente acontece na primeira quinzena do mês.  A vindima, a tão festejada colheita da uva para produção de vinho, é entre o verão e  o outono. Em setembro tem a Expo Chianti Classico, que existe desde 1970, na cidade de Greve, a poucos minutos de Firenze.

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Em Siena nos dias 2 de julho e 6 de agosto acontece o Palio, uma tradicional corrida de cavalos que acontece na Piazza del Campo. E verão significa festas típicas em Montepulciano, com a festa Bravio delle Botti, uma corrida com barris de vinho e em Monteriggioni a festa medieval Monteriggioni di Torri si corona agita o burgo 2 finais de semana de julho.

E se quiser praia, você pode se refrescar nos litorais bonitos e badalados nas localidades da Maremma e da Versilia.

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Verão é a temporada dos girassóis!  Julho é o mês ideal para encontrá-los lindos e floridos. Veja mais informações no post onde encontrar girassois na Toscana.

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Para marcar o encerramento do verão do ano passado a minha amiga Maria do EaTravel promoveu um chá da tarde com um grupo formada por blogueiras e artistas. Uma tarde para trocar ideias,  aprender a fazer arranjos de flores e saborear as gostosuras que Emiko Davies preparou com tanto carinho. Aprecio demais poder vivenciar com tanto entusiasmo cada estação do ano por aqui!

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Se a sua intenção é passear nas cidades de arte como Siena e Firenze, prepare-se para o calor e traga roupas bem leves.  Para caminhar tanto, conforto é fundamental. Sem saber o que colocar na mala para temporada de calor aqui na Toscana? Não deixe de conferir o post com dicas sobre mala de verão.

 

Outono  (de 23 de setembro a 22 de dezembro)

O outono é uma excelente estação para visitar a Toscana! Nessa época do ano a região se colore com os tons alaranjados das folhas mudando o cenário das cidades e a paisagem. Escrevi um post sobre a chegada dessa esplendida estação, que marca o início do ano letivo, com promessas de novos projetos e propósitos: Vem chegando  o outono.

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Nesta estação o cheirinho de castanha queimada pelas ruas é inebriante! Este é o período da colheita de uva e de azeitona. Existem eventos dedicados à agricultura para festejar os produtos da estação, como o Autumnia, em Figline Valdarno.   Eventos ligados ao vinho em outras localidades da Toscana e em Firenze , no último sábado de setembro acontece a festa do Carro Matto (Carroça maluca), uma tradição da época do Renascimento em transportar os frascos de vinho da procissão  pelas ruas do centro.

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Muitos eventos gastronômicos com produtos da estação, como castanha, tartufo e vinho novo. Em novembro, em San Miniato,  4 finais de semana são dedicados ao tartufo branco. Entre final de outubro e inicio de dezembro acontece a colheita de azeitonas.  Venha ver como é esta tradição aqui da Itália.

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A partir do final de outono as cidades começam a ficar mais vazias e as atrações menos disputadas, com menos filas.

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E se quiser uma ajudinha para preparar  a sua bagagem, aqui vai: Mala de outono.

 

Inverno  (de 23 de dezembro a 20 de março)

A Toscana pode ser fascinante também no inverno! Nessa época do ano o fluxo de viajantes é menor e as atrações são mais vazias. As temperaturas variam entre 0 e 14 graus. Alguns vilarejos ficam completamente desertos nessa época do ano e algumas bodegas e restaurantes não funcionam. E nada de idealizar mesinhas ao ar livre e refeições na parte externa. Faz frio e todo mundo busca os ambientes internos aquecidos. Os dias são bem mais curtos e escurece super cedo,  lá pelas 16h30.  Mas em compensação, em alguns dias do inverno o céu é de um azul exuberante!

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É raro nevar em Firenze, mas desde que moro aqui presenciei 3 das históricas nevascas que marcaram esse fenômeno na cidade: em 2005, em  2009 e em 2010. Todas essas vezes a neve caiu no mês de dezembro e causou alguns transtornos na cidade. Vejam neste post a neve atípica do dia 1º de março.

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O inverno na Toscana pode ter uma conotação bem romântica. Entre novembro e março os burgos e vilarejos do interior ficam bem vazios e tranquilos.  As lareiras dão um toque de charme e romantismo aos restaurantes e hotéis.  E para aquecer,  vinho e chocolate quente. Em fevereiro acontece a Feira do Chocolate Artesanal (e se quiser os melhores endereços onde encontrar chocolate na cidade,  leia  a rota do chocolate). Dezembro é marcado por tradicionais mercadinhos de Natal de artesanato e gastronomia em Firenze e em diversas cidades da Toscana.

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Mesmo disponibilizando aquecimento nas áreas externas as mesinhas dos estabelecimentos estão sempre vazias durante o inverno. Até porque as pessoas preferem pratos quentes, como sopas e risottos. E com o frio que faz, a comida gela em poucos minutos (por este motivo eu prefiro sempre fazer as refeições na área interna).

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Aproveite para explorar com mais tranqüilidade museus e igrejas e visitar exposições ou passear nos centros termais.  Para quem busca um destino romântico, sugiro Bagno Vignoni e Saturnia. E no carnaval em Viareggio, na Versilia,  acontecem os desfiles com carros alegóricos pelas principais avenidas da cidade. E para os fãs de esportes de inverno, a Toscana conta alguma estações de esqui com instrutores. Veja no post  esquiar na Toscana.

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Traga roupas bem quentinhas e invista nos acessórios de inverno. Entre aqui para conferir como preparar uma eficiente mala de inverno.

 

Eventos

Para ficar por dentro dos eventos nas diversas cidades da Toscana, confira aqui no site do Eventi in Toscana. Sempre no primeiro domingo do mês  é possível visitar os museus estatais sem pagar.

 

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Primavera em Florença

Um dos meus  períodos  prediletos do ano é a primavera e aqui em Florença a sua chegada é bastante celebrada! É que depois de meses de frio a gente fica na maior ansiedade para fazer programas ao ar livre. É quando voltam a crescer as folhas das árvores e a cidade ganha um reforço nos quesitos graça e encanto com o colorido das flores. E com as temperaturas aumentando, turistas de todo o mundo começam a chegar à cidade.

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Upgrade na beleza da praça Santa Maria Novella com o jardim todo florido

Primavera em Florença  – A partir de março os dias começam a ficar mais longos e nesse período do ano torna em vigor a ora legale, para nós brasileiros, o horário de verão. Normalmente escurece por volta das 19h30.  Em dias ensolarados, principalmente na hora do almoço, pode ficar bem quente. Programa que sugiro para quem visita a cidade nessa época é escolher um local bem bacana para um aperitivo (deixei uma lista dos meus locais preferidos!).

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Aperitivo na Lungarno Corsini de onde temos um pôr do sol espetacular. Do Piazzale Michelangelo também temos uma visão cinematográfica 😉

Os estabelecimentos ajeitam suas mesinhas nas partes externas e é uma maravilha poder fazer as refeições ao ar livre observando o movimento nas ruas.

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Nessa época do ano é  fresquinho no início e no final do dia. Em dias ensolarados pode fazer calor principalmente no horário de almoço. Não é simples selecionar o que usar e o negocio é optar por vestir-se em camadas, ou como cebola.  Se precisar de dicas práticas sobre como preparar as malas, confira no post mala de primavera.

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As azaléias na Ponte Vecchio

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Durante a primavera a programação é intensa aqui em Firenze, com eventos culturais e enogastronômicos. A cidade começa a receber mais turistas e as filas nas atrações começam a se prolongar, portanto, sempre bom se programar com atencedência e fazer reserva dos passeios que te interessam.

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Nos jardins da Villa Bardini este túnel de glicínas é a atração da temporada

A primavera é a melhor estação para visitar os lindos jardins da cidade.  Dentre os que frequento e sugiro estão o Le Cascine (a 10 minutos do centro e ideal para a pratica de esportes),  o Jardim das Rosas, ao lado do piazzale Michelangelo e o Jardim dell’Orticultura, que não cobram ingresso.  Tem também o jardim Villa Bardini onde as glicínias estão dando espetáculo e de onde temos uma vista incrível da cidade, e o Jardim di Boboli, que são a pagamento e o Giardino delle Rose,  nas proximidades do Piazzale Michelangelo e com entrada grátis. Dica amiga: não deixe de trazer algum remedinhos para alergia. Os pólens não têm piedade e é atchim pra todo lado!

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O Parque delle Cascine é o maior parque de Firenze, com 118 hectares. Muitos eventos acontecem no parque, desde festivais de músicas, laboratórios para crianças a mercados enogastronômicos

Em Scandicci, o Wander and Pick, o  parque das tulipas, embeleza um campo de quase um hectare.  Durante o mês de abril os visitantes  podem admirar com esse colorido tapete colorido, espetáculo de beleza que nos encanta e fascina!

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O parque Wander and Pick, em Scandicci

 

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No Giardino delle Rose existem mais de 350 espécies de rosas

 

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Um dos cartões-postais da cidade: a Ponte Vecchio

Eventos

Todos os anos, no domingo de Páscoa, às 11 h,  tem o tradicional Scoppio del Carro (a explosão do carro), entre o Batistério e a catedral Santa Maria del Fiorentina. A cerimonia é precedida de cortejo histórico  com desfiles em roupas de época.

No final de abril acontece a exposição de flores no Jardim dell’Orticultura com ingresso gratuito. Este ano o evento acontece entre 25 de abril e 1º de maio.

Em maio o lindíssimo Palazzo Corsini abre seus portões para uma importante Mostra de Artesanato.  O ingresso para o Artigianato e Palazzo custa 6 euros.

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O lindo Jardim dell’Orticultura

Primavera tem tudo a ver com sorvete, que inclusive surgiu aqui em Florença! E um programa delicioso que acontece anualmente  o Festival do Gelato, na piazzale Michelangelo.  E para os amantes de vinho: no mês de maio acontece em toda a Toscana o evento Cantine Aperteevento ecoturístico onde as vinícolas abrem suas portas para apresentar seus produtos.

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Este post faz parte da blogagem coletiva da RBBV onde diversos blogueiros brasileiros dos 4 cantos do mundo contarão sobre a primavera em diferentes cidades.

 

Blogs que estão participando da blogagem coletiva:

TurMundial – Primavera em Barcelona 
Why Not? – Primavera no Canada 
Passeiorama – Primavera em NY 
Família Viagem – Primavera no Texas
Guia do Nômade Digital – Parques de Madrid na Primavera 

 

 

 

 

 

A Síndrome de Stendhal

Impossível ficar indiferente diante de tantas belezas que uma visita à Florença nos proporciona! Berço do Renascimento, a cidade conserva lindos e importantes patrimônios artísticos no âmbito da pintura, arquitetura e escultura. Cada pessoa reage de uma forma diferente diante de uma obra de arte. E essa reação varia de acordo com nossa sensibilidade e estado de ânimo. E sabiam que existe uma síndrome, que apesar de não deixar consequências, afeta algumas pessoas chegando a provocar alguns transtornos psíquicos quando diante de determinadas obras? É a Síndrome de Stendhal, conhecida também como Síndrome de Firenze, doença psicossomática que teve seu nome inspirado no professor francês Stendhal, que descreveu em seu diário as sensações perturbadoras ao visitar a Basílica de Santa Croce. Detentora de tesouros arquitetônicos e artísticos, Firenze  é a cidade onde a síndrome se manifesta mais frequentemente, mas existem descrições  de casos parecidos em outras cidades da Itália e do mundo.

 

Interior da Igreja de Santa Croce, onde se manifestou a crise no escritor francês Stendhal. Ele foi a primeira pessoa a descrever os sintomas da síndrome, após visita à Basílica, em 1817

 

A Capela Niccolini

 

A Síndrome de Stendhal: quando o contato com a beleza das obras de arte provoca fortes emoções

Recebo constantemente mensagens e comentários das fotos que publico nas redes sociais de pessoas que se comovem diante da magnitude das obras seja nas ruas que no interior dos museus e igrejas.  E mesmo vivendo aqui há mais de 10 anos, de vez em quando me emociono ao passar por determinados locais. Às vezes me comovo observando as pinturas e as estátuas que encontramos a céu aberto nas praças e esquinas da cidade. E é disso que caracteriza-se a síndrome de Stendhal, de prazer estético, da nossa sensibilidade e percepção, só que de uma forma mais latente, que chega a causar transtornos.

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A beleza e grandiosidade da Catedral Santa Maria del Fiore. Sua cúpula foi construída por Filippo Brunelleschi (1377-1446), arquiteto e escultor precursor do Renascimento

 

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Aqui o interior da cúpula de Brunelleschi, obra-prima da arquitetura do período renascentista realizada por Giorgio Vasari

 

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Interior da igreja Santa Maria Novella

 

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A Loggia dei Lanzi, na Piazza della Signoria, museu a céu aberto

 

Sem ser alarmante, os distúrbios causados pela síndrome de Stendhal são mal estar, angústia, taquicardia, confusões mentais, vertigem, ataques de pânico e alucinações causadas pela beleza das obras de arte, especialmente da época do Renascimento, movimento que nasceu aqui na cidade no final do século 14.

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Stendhal precisou sair da igreja de Santa Croce para recuperar-se do mal-estar causado pela beleza das obras de arte

 

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Stendhal – “O mal-estar dos viajantes diante da grandiosidade da arte”

O nome foi inspirado no escritor francês  Stendhal, pseudônimo de Henri-Marie Beyle (1783-1842), que descreveu em seu diário o  transtorno emocional em visita à Basílica de Santa Croce, mais precisamente ao visitar a Cappella Niccolini, uma das 16 capelas da basílica.  E foi uma psiquiatra aqui de Firenze, Graziella Magherini, responsável pelo Departamento de psiquiatria do Hospital de Santa Maria Nuova de Firenze, que nos anos 70  estudou mais de 100 casos de pacientes (turistas que visitavam Firenze pela primeira vez) com sintomas semelhantes aos de Stendhal.  Segundo a sua análise, a síndrome atinge turistas de bom nível cultural, jovens e pessoas com grande sensibilidade estética.  Suas consequências não são muito graves, basta  repouso e descanso.  Os sintomas podem durar poucas horas ou, em alguns casos, alguns dias.

 

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A Síndrome de Stendhal foi estudada por uma psiquiatra italiana que a divulgou graças à publicação de um livro em que ela descreveu o resultado de um estudo realizado em mais de 100 pessoas. A doutora Graziella Margherini, chefe do serviço de saúde mental do Hospital Santa Maria Nuova,  escreveu “Síndrome de Stendhal. O mal-estar do viajante diante da grandeza da arte”, em 1979. Sua pesquisa foi baseada no comportamento de turistas que sentiam algum tipo de desconforto após a visita em alguns museus enquanto contemplavam obras de arte.

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Parte do texto escrito no livro Roma Napoli Firenze, escrito por Stendhal:

“Ao chegar a Florença, meu coração batia com força… em uma curva da estrada, meu olho mergulhou na planície e percebi, de longe, como uma massa escura, Santa Maria Del Fiore e sua famosa cúpula, obra-prima de Brunelleschi. Eu me dizia: É aqui que viveram Dante, Michelangelo, Leonardo da Vinci! Eis esta nobre cidade, a rainha da Idade Média! É nesses muros que começou a civilização… as lembranças se comprimiam em meu coração, sentia-me sem condição de raciocinar e entregava-me à minha loucura como junto de uma mulher a quem se ama…

Eu já me encontrava em uma espécie de êxtase pela idéia de estar em Florença e pela vizinhança dos grandes homens dos quais eu acabava de ver os túmulos [Michelangelo, Alfieri, Machiavel, Galileu]… Absorto na contemplação da beleza sublime, que via de perto, eu a tocava, por assim dizer. Tinha chegado ao ponto da emoção onde se encontram as sensações celestes proporcionadas pelas belas-artes e os sentimentos passionais. Saindo de Santa Croce, meu coração batia forte; a vida esgotara-se em mim, eu andava com medo de cair…”

Florença, 22 de janeiro de 1817

 

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A Galleria degli Uffizi

O Museu degli Uffizi, a  principal atração de Firenze  quando o assunto é arte e recebe mais de 2 milhões de visitas por ano. É um dos mais famosos e antigos museus do mundo, com verdadeiras obras de arte da época do Renascimento.  É dividido em cerca de 50 salas com obras de artistas como Botticelli,  Giotto, Tiziano, Da Vinci, Michelangelo, Cimabue e Caravaggio. Difícil não se emocionar diante de tanta perfeição e beleza!

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Obras do museu Uffizi: na foto maior, o Corredor Vasariano e abaixo a obra Nascimento de Vênus, de Botticelli e a Sala dei 400 com quadros e esculturas

 

O Palazzo Vecchio de Firenze

Mala para a primavera na Europa

Restaurantes em Firenze

Food tour na região do Oltrarno

Onde comer pizza em Firenze

O Corredor Vasariano

 

 

 

 

 

Esquiar na Toscana

Tem gente que se surpreende ao saber que é possível esquiar na Toscana! É  que geralmente associam a região às paisagens com suas suaves colinas verdes, burgos medievais e cidades de arte.  Mas a Toscana é também um ótimo destino para quem curte turismo esportivo.  Mostro aqui a estação da Doganaccia,  uma fração de Abetone Cutigliano, na província de Pistoia.

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Estivemos na Doganaccia em meados de março, no final da temporada de neve

Doganaccia –  A Doganaccia, província de Pistoia, é uma importante estação de esqui da região central dos Apeninos e apresenta uma excelente estrutura não apenas para quem é fera, mas para a toda a família, pois possui pistas excelentes também para principiantes.  Com 15 quilômetros de pistas de esqui, a Doganaccia fica na cidade medieval de Cutigliano, a uma altura de cerca 1500 de altitude.  Já estive outras vezes e sempre utilizo o teleférico que sai do burgo e nos leva até a ponta Croce Arcana.

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A Doganaccia é repleta de atividades kids friendly. O local possui pistas para o slittino (esquibunda), prancha e snowboard e muitos percursos nos bosques que circundam suas montanhas.  Para dar uma mãozinha na hora da subida, existem 6 k de percurso dotados de skilift.

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Doganaccia- esquiar na Toscana

A estação do Abetone é a meta principal quando o assunto é esqui mas existem outras localidades para a prática do esqui na Toscana, como apeninos pistoiese, Monte Amiata, Zum Zeri, Lunigiana, Garfagnana e Alpes Apuanos, além da Doganaccia.

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E tem quem se arrisca também em bicicleta

Quanto se gasta?

Se não tiver as roupas apropriadas para esquiar não se preocupe, você pode alugar em um dos 2 locais fornecem equipamentos (um fica perto do teleférico, na chegada, e o outro perto do restaurante).   Veja nesta tabela os valores que vigoram para alugar o equipamento:

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A lição de esqui para uma pessoa custa 26 euros e para 2 pessoas 30 euros (1 hora). Aulas de esqui são disponíveis para adultos e crianças.

Valor do teleférico de Cutigliano até a estação –  ida e volta adulto  10 euros e crianças de 7 a 10 anos pagam 8 euros.  Funciona das 8 às 17h30 com saida a cada meia hora. Das 13.50 às 14 fechado para almoço.

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Um mapa apresenta os percursos indicando as pistas. Nessa região fica o belissimo lago Scaffaiolo, onde já estive durante o verão. O percurso panorâmico de teleférico até a estação dura 8 minutos

 

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O burgo de Cutigliano é pequeno mas oferece opções boas gastronômicas

Post relacionado  Pistoia- Capital Italiana da Cultura de 2017

Onde pernoitar

Cutigliano– Uma boa pedida é pernoitar em Cutigliano, centro histórico da montanha pistoiese. O teleférico conecta o  burgo de Cutigliano e vai até a estaçao de Doganaccia. Cutigliano é um vilarejo com cerca de 1.700 habitantes e a 733 metros acima do nível do mar.  Ali existem algumas pensões e hotéis bem simples onde voce pode pernoitar. Turismo mais lento e tranquilo, não apresenta muitas opções . tesouros e riquezas pouco conhecidos.

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Igreja di Madonna della Piazza

 

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Edificado no século 14, o Palazzo Pretorio ou Dei Capitani della Montagna, comune da cidade, visto da Loggia della Giustizia

Outras localidades para quem busca quem esquiar na Toscana são Monte Amiata, localizada na parte sul da província de Siena, que oferece 10 km de pistas de esqui alpino e 8 teleféricos e 10,5 km de Pistas de esqui nórdico, metade das quais são constantemente tratadas e Zum Zeri- Passi Due Santi,  nos Apeninos tosco-emilianos, na Alta Lunigiana, província de Massa Carrara.

 

 

 

Eu moro onde você passa férias

“Ah, como você tem sorte de viver em Florença!”  Escuto constantemente essa frase de turistas e apaixonados pelas belezas dessa cidade principalmente através das  minhas mídias sociais.  Sim, é maravilhoso viver aqui,  mas antes de mais nada, é preciso estabelecer a diferença entre passar uma temporada na cidade vendo tudo com os olhos de turista,  e viver aqui.  Porque nem tudo aqui resume-se  à maravilhosa  “dolce vita” que vemos nas revistas e redes sociais!
Eu nasci em Linhares, no interior do Espírito Santo, onde morei até a minha adolescência (até quando comecei a frequentar a universidade em Vitória, na capital).  Apesar de sempre ter viajado muito, o meu estilo de vida era em lugares mais tranquilos e pouco turísticos. Foi a minha temporada de 1 ano em Londres (há 20 anos!) que me expôs a um ritmo mais frenético numa cidade cosmopolita e super turística, mas com estrutra bem diferente da que encontramos aqui.  Até que conheci meu marido  e resolvemos viver em sua cidade natal.  Há mais de 10 anos fui adotada por Florença.
Para voce gostar e aceitar a nova vida precisa, obviamente, considerar muitos fatores, como o seu país e sua cidade de origem,  burocracia enfrentada, emprego, salário, idioma, amizade e novo estilo de vida.

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Turismo em Florença – com 378 mil habitantes, a capital do Renascimento é um dos destinos  mais visitados da Itália. Vocês não podem imaginar como a cidade fica insuportavelmente lotada entre abril e setembro! Suas praças, ruelas e museus são invadidos por viajantes de todo o mundo em busca de descobrir os tesouros artísticos e arquitetônicos dessa linda e fascinante cidade.

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O turismo de massa causa um impacto diferente de acordo com a estrutura de cada cidade. Os aspectos que enumero aqui em Firenze não seriam válidos se reportados à uma cidade turística de outro país

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Para quem não conhece Florença: assim como muitas cidades italianas, o centro histórico é limitado ao tráfego de veículos e para atravessar a cidade precisamos dar uma volta enorme. Em horário de pico ou quando acontecem eventos na cidade é um verdadeiro martírio cruzar a cidade de carro. A Tramvia (trens elétricos) começou a funcionar em 2010 e a cidade ainda está em obras para a construção de outras linhas que ligarão, por exemplo, o aeroporto ao centro

Em 2016 a cidade registrou mais de 9 milhões de visitantes ( mais de 48 milhões de pessoas visitaram a Toscana em 2018). Turismo traz dinheiro para a cidade, além de desenvolvimento e crescimento. Mas vocês podem imaginar como é morar numa cidade onde as pessoas vêm passar férias? Neste post enumero 7 aspectos considerados negativos por quem vive  numa cidade tão turística como Firenze:

1- dificuldade de caminhar pela ruas 

A cidade está sempre lotada! Caminhar pelas calçadas e praças em determinados períodos do ano às vezes é tarefa árdua.  As pessoas param a cada esquina e nas calçadas para tirar fotos obstruindo a passagem. Já repararam como tem turista desligado que não percebe que as outras pessoas não têm tempo a perder? Eu busco ser muito paciente mas vejo constantemente os locais bufarem quando não conseguem “furar o cerco” de turistas.

2- restaurantes lotados

No centro histórico não tem muito dessa coisa de restaurante apenas frequentado por locais, portanto, até mesmo aquelas trattorias mais tradicionais, reduto dos florentinos, vão estar cheias de turistas. E se na sua pausa de almoço você se depara com fila de espera no restaurante o jeito é partir para o plano b: mangiare un panino al volo (comer um panino rapidinho). De vez em quando até mesmo para conseguir um simples sorvete você precisa ter paciência para esperar na fila.  E o mesmo para as farmácias, mercadinhos e bodegas do centro.

3-  depredação dos bens culturais e degrado

Não são apenas turistas que sujam e depredam mas muitos episódios aqui na cidade tiveram o envolvimento de estrangeiros. Estátuas já foram quebradas e muros foram pichados e riscados.  Com o fluxo tão grande de turistas o risco de danos ao patrimônio cultural é grande.

4- falta de cordialidade nos estabelecimentos

Não saberia dizer se é devido ao grande número de turistas que em alguns locais a cordialidade e a gentileza passam longe ou se essa é uma característica dos italianos daqui (que acabou “contaminando” italianos de outras regiões e trabalhadores de outros países que acabaram adquirindo esse jeitinho tão seco). Quem atende os turistas nem sempre compreende a dificuldade que eles têm de compreender e de se expressar. Óbvio que turista não tem pressa e leva tudo de maneira mais light, enquanto os locais estão a mil por hora para fazer número e faturar mais. Já vi cenas de estabelecimentos que tratam quase com grosseria alguns turistas. Acho um absurdo e fico chateada demais.

5- trânsito lento

As ruas do centro histórico de Firenze são estreitas e muitas são limitadas ao tráfego.  De vez em quando nem de vespa e nem mesmo de bicicleta é possível passar.

6- preços inflacionados

Os preços das tarifas dos hotéis e restaurantes da cidade são altos. E paga-se alto quem quiser ter o privilégio de acordar e deparar-se com o Duomo ou admirar a ponte Vecchio durante a refeição.

7-  dificuldade com transporte público ou taxi

O transporte público aqui não é essa maravilha! Há poucos anos foi implantado o tram (bondinho)  o que melhorou consideravelmente, só que muitos trechos ainda estão em construção e a cidade virou um canteiro de obras. E a frota de taxi na cidade é super limitada. Quando acontecem feiras e eventos na cidade às vezes é impossível conseguir taxi.
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Mas enfim, se eu gosto de morar aqui? Sim, adoro! E em sua opinião, o que você acharia mais difícil e complicado de viver em Florença?

Contra essa lista com 7 defeitos existe uma relação enorme sobre como é bom morar aqui!  E que fique bem claro: turista é sempre bem-vindo! E não acho que seja apenas porque contribui para gerar riqueza, mas porque possibilita a quem os recebe de ter contato com outras culturas e valores. E isso é muito enriquecedor para nos ajudar a compreender um pouquinho as diferenças que existem nesse mundo em que vivemos.

 

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