Arquivo da categoria: Vida na Itália e Lifestyle

Vida na Itália

Deixar nosso país de origem significa renúncias, sacrifícios, coragem e muita força de vontade. Continuo recebendo muitas mensagens de brasileiros que me perguntam quais as maiores dificuldades de morar longe. Resolvi perguntar para alguns brasileiros que vivem aqui em Florença “o que te faz pensar em voltar pro Brasil?”. E por unanimidade, a saudade da família aparece em primeiro lugar. E dando continuidade com a série de entrevistas com nossos compatriotas vamos conferir a opinião de 4  brasileiros que compartilham com os leitores do blog suas experiências:

 

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Marina Righetti

1 –  Cidade natal
Ribeirão Preto – SP
2 – Profissão /ocupação no Brasil
Designer de Interiores
3 – Você trabalha aqui na Itália? O que faz?

Trabalhava como garçonete e agora trabalho fazendo assessoria a artistas.
4 – Há quanto tempo vive aqui e em qual cidade?
Cheguei em 2010 na Europa, vivo entre Londres e Firenze.
5 -Tem planos de voltar para o Brasil? Quando?
Não tenho planos de voltar a viver no Brasil, mas uma vez ao ano vou para passar o carnaval.
6  – Três motivos pelos quais prefere morar aqui
Segurança, liberdade de ser quem você é sem medo de julgamentos, qualidade de vida.
7  – Três motivos que te fazem querer voltar para o Brasil
Família, amigos e comida.

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Christian da Cruz

1 –  Cidade natal
Dionisio, MG
2 – Profissão /ocupação no Brasil
Cabeleireiro
3 – Você trabalha aqui na Itália? O que faz?
Sim! Store manager/abbigliamento moda mare
4 – Há quanto tempo vive aqui e em qual cidade?
Há 13 anos! Vivi em Torino por 12 anos e no último ano vivo em Firenze!
5 -Tem planos de voltar para o Brasil? Quando?
Sim,em breve!!
6  – Três motivos pelos quais prefere morar aqui
Vários! Comodidade,segurança,custo de vida,oportunidades de trabalho…..
7  – Três motivos que te fazem querer voltar para o Brasil
Meu filho,minha família e o clima!!

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Andreia Farenzena

1 –  Cidade natal
Porto Alegre
2 – Profissão /ocupação no Brasil
Fui so estudante no Brazil
3 – Você trabalha aqui na Itália? O que faz?
Sim, trabalho há 20 anos aqui em Firenze , sou vendedora
4 – Há quanto tempo vive aqui e em qual cidade?
Vivo em Firenze desde 1994
5 -Tem planos de voltar para o Brasil? Quando?
Talvez voltaria por 6 meses mas quando me aposentar
6  – Três motivos pelos quais prefere morar aqui
Segurança, clima e a cultura
7  – Três motivos que te fazem querer voltar para o Brasil
Família, pela alegria das pessoas e o carnaval
viver-na-italia

Thiago Fernandes

1 –  Cidade natal
Sou de Goiânia
2 – Profissão /ocupação no Brasil
Vim para a Itália sozinho com 19 anos, estudar psicologia. No Brasil eu estava no segundo ano de jornalismo na UFG.
3 – Você trabalha aqui na Itália? O que faz?
Sou psicólogo psicoterapeuta e consultor de RH (clique aqui para saber mais a respeito). Sou inscrito na Ordem dos Psicólogos da Toscana. Tenho meu consultório em Florença, atendo também no EUI (Instituto Universitário Europeu) e faço consultoria de RH na Itália e no exterior, inclusive no Brasil. Dou aulas em empresas multinacionais e faço  avaliação do potencial de desenvolvimento dos funcionários e managers.
4 – Há quanto tempo vive aqui e em qual cidade?
Moro há 17 anos na Itália, em Florença.
5 -Tem planos de voltar para o Brasil? Quando?
Vou para o Brasil só férias. Minha vida é aqui.
6  – Três motivos pelos quais prefere morar aqui
São várias as questões, é bem complexa a escolha de morar fora. Daqui gosto muito da qualidade de vida, da segurança, e de me sentir em um melting pot com gente do mundo inteiro.
7  – Três motivos que te fazem querer voltar para o Brasil
Minha família, o clima quente e pamonha à moda!

 

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Carteira de motorista brasileira passa a valer na Itália

Desde que vim morar na Italia, em 2005,  ouvia dizer que estava pra sair a conversão da carteira de motorista. Esperei por anos, até que me encontrei numa situação de emergência: meu marido quebrou o calcanhar e precisou colocar gesso semanas antes das férias de verão, onde havíamos programado viagem de 1 mês com as crianças (1 e 4 anos). E ali vi que não podia mais esperar!  Me inscrevi numa auto-escola para lições teóricas e também práticas. Os exames são teóricos, com 40 perguntas onde é necessario marcar verdadeiro ou falso, num prazo de 30 minutos, onde o candidato pode cometer no máximo 4 erros, e os exames práticos. Aqui existe obrigatoriedade de aulas práticas de no mínimo 6 horas. Lembro que gastei cerca de 700 euros com o curso.  Ah, e felizmente consegui passar!!! Mas tem novidade para os brasileiros residentes na Itália pois acaba de ser aprovada a conversão da CNH.
Conversão
Acaba de entrar em vigor o acordo bilateral entre Brasil e Itália da conversão das carteiras de habilitação. O acordo, que prevê que o documento italiano tenha validade no Brasil, foi aprovado em outubro do ano passado e passou a valer desde o último dia 15 de janeiro. O acordo entre os 2 países vale para as carteiras A e B, não provisórias e em vigor.
CNH

A conversão da carteira beneficia brasileiros residentes na Itália, e não turistas. Foto divulgação (site Detran)

 

Quem pode solicitar a conversão? Graças ao acordo, o brasileiro com residência legal e que esteja há menos de 4 anos na Itália  poderá pedir a conversão da carteira de habilitação sem refazer os exames teóricos e práticos de condução.  Quem mora na Itália há mais de 4 anos precisará se submeter a um exame. Ainda não foram divulgadas informações sobre de como será.
O que é necessário? O interessado precisa solicitar a conversão da CNH junto à motorrizzazione, órgão correspondente ao Detran, e  apresentar documento com tradução juramentada.  Não é possível solicitar a conversão caso a habilitação esteja vencida. O departamento vai informar todos os documentos necessários, que são documento de identidade (carteira de identidade italiana), permesso di soggiorno, fotografia 33 x 40 com fundo branco, certificado médico  (custa 30 euros),  pagamento de 2 taxas nos valores de  €10,20 e  € 32,00, em contas diferentes e preenchimento de documentos fornecidos no local, que são um modulo e uma declaração onde o requerente precisa assinar.
Onde fazer?  Na motorizzazione da região onde você mora. Em relação ao acordo com o Brasil é simples, pois tudo é feito direto na motorizzazione, não é necessário ir ao Consulado, como acontece com outros países.
Quanto tempo demora? A  motorizzazione não tem essa resposta. Eles não têm previsão de quanto tempo demora pois tudo vai depender do governo brasileiro, já que, de acordo informou a motorazzazione, esses documentos precisam ser encaminhados para o Brasil.
Importante: Para obter todas as informações sobre o procedimento para a conversão da carteira de habilitação,  acesse o site do Consulado.
Algumas pessoas assinalaram um problema informando que o modelo de CNH que consta no acordo é das carteiras emitidas entre  2006 a 2016 . Como o modelo da CNH foi alterado ano passado (passaram a apresentar marcas extras de segurança e o mapa do Brasil no canto superior),  não esta sendo reconhecido e portanto inválido.  Quem tem a carteira emitida em 2017 precisa aguardar a alteração do acordo. Assim que forem esclarecidos todos os detalhes atualizarei o post.
O Grazie a te está no Facebook. Clique aqui para curtir a nossa fanpage
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Beatriz Altimari e a deputada Renata Bueno, que se empenharam para que o acordo fosse assinado

Uma das pessoas que mais se empenharam para que a conversão da carteira virasse uma realidade foi a minha amiga Beatriz Altimari, que vive aqui na Itália há 14 anos.  “Até o final dos anos 90 você chegava na Itália com a carteira brasileira e ela era convertida.  O acordo que permitia essa conversão não foi renovado e por anos os brasileiros precisaram fazer todos os exames e gastar dinheiro para obter a carteira italiana.  Há mais de 10 anos estávamos nesse luta! Desde 2010 que a Itália resolveu negociar novamente com os países e desde então estávamos tentando. Consegui reunir mais de 3 mil pessoas que mostraram-se interessadas na conversão.  Começamos a enviar email para as autoridades e falei com políticos de vários partidos. A maior dificuldade encontrada para isso se concretizar era a demora pra resolver, foi um processo muito longo. O problema é que tinha sumido a papelada do processo. O meu tio Du Altimari trabalha no Congresso como assessor  do Presidente Michel Temer  e eu pedi que ele me ajudasse. E aqui na Itália contamos com o apoio da deputada Renata Bueno.”

Beatriz criou um grupo no Facebook onde os brasileiros trocam experiências e relatos.  Para ficar por dentro de tudo, participe também clicando  aqui.

 

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A brasileira Antonietta Marrone mora em Empoli desde 2016. Ela esteve na motorizzazione de Firenze para solicitar a conversão de sua CNH (foto cedida por Antonietta)

Antonietta esteve na motorizzazione para obter informações e divide com os leitores do blog a sua experiência:

“Eu venho acompanhando essa questão e estava aguardando o acordo. Quando em outubro anunciaram que estava para sair eu me antecipei  e pesquisei no site da Embaixada Brasileira o nome de uma tradutora de Firenze. Hoje estive no Tribunal para buscar a minha tradução juramentada (paguei 50 euros e mais 16 euros de taxa, marca da bollo). Fui à motorizzazione e me informaram  que é necessário:  fotografia,  certificado médico, preencher um módulo e uma declaração. Depois que você dá entrada fica sem a sua habilitação.  Eu achei tudo muito simples, o que complica é apenas a expectativa de quando vai sair.”

 

Importante: Para obter todas as informações e esclarecer dúvidas sobre o procedimento para a conversão da carteira de habilitação,  acesse o site do Consulado Geral do Brasil em Roma e/ou informe-se na motorizzazione de sua região. 

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Agroturismo, uma forma simples e autêntica de hospedagem

O agroturismo é uma forma de hospedagem turística numa estrutura agrícola que vem devagar despertando o interesse dos brasileiros.  Bastante difundida e amada pelos europeus, essa modalidade de hospedagem charmosa  e mais econômica, que entrou em vigor na Itália nos anos 70, costuma atrair quem busca um lugar em meio à natureza e longe do caos das cidades muito turísticas.

agroturismo

Slow travel – Para quem viaja sem pressa e é amante da natureza e da simplicidade, o agroturismo é uma excelente opção de hospedagem na Itália

 

agroturismo

Algumas estruturas oferecem piscina e churrasqueira

 

agriturismo

Turismo rural – existe um grande comprometimento com a natureza e conservação ambiental. Essa modalidade de hospedagem está relacionada à valorização da natureza, ambiente rural e hospitalidade

 

Agroturismo

Agriturismo em italiano – é uma empresa rural, geralmente de gestão familiar, que recebe os hóspedes em suas propriedades permitindo que desfrutem não apenas da natureza local mas também de alguns benefícios ligados à terra, tudo de forma simples e genuína.

Nos últimos anos tornou-se a minha melhor opção de hospedagem pois as crianças têm mais liberdade para brincar e se divertir em meio à natureza. Muitas estruturas possuem fazendinhas, com carneiros, galinhas, porcos, ovelhas, bois e cavalos.

toscana

Circundadas de muita natureza, em contato com a agricultura e tradições do local

 

agriturismo

 

 

toscana

Alguns groturismos oferecem os próprios produtos locais, como azeite e vinho, geleias, conservas e produtos lácteos

 

antipasto

Agroturismo Km 0 – O agroturismo Andreini tem restaurante. Aqui o “antipasto” toscano: presuntos, salames e queijo pecorino com mel. Em seguida, carne de javali acompanhado do vinho tinto, tudo produzido pela família

 

agriturismo

A Toscana, cenário perfeito para você vivenciar uma experiência assim, você encontra diversas excelentes estruturas

 

Serviços

Algumas estruturas oferecem cafe-da-manhã, mas na maioria das vezes é você mesmo que tem que preparar as suas refeições. Aliás,  já  vou logo informando: agroturismo não é a melhor opção para quem gosta de mordomia total!

Mas para uma imersão na cultura local,  é uma excelente opção. A limpeza durante a hospedagem também é feita pelos hóspedes. A menos que você combine com os responsáveis e solicite o serviço.  Nem sempre essas estruturas tem recepção.  Nesse caso, no momento do check-in, você  precisa informar aos proprietários ou com quem administra a estrutura, o horário de sua chegada.

agriturismo

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Casamento na Itália

A Itália é uma terra deslumbrante e cheia de peculiaridades! Paisagens românticas, praias, pequenos vilarejos e construções seculares, que a tornam um destino cobiçado para as promessas eternas de casais enamorados. E a Toscana tem despontado como uma das regiões preferidas para quem quer realizar este sonho. Pudera, a região abriga desde famosas cidades de arte até elegantes castelos e charmosos burgos com cenários cinematográficos. Já imaginou realizar o seu casamento aqui?  Você pode optar por uma festa bonita, elegante e econômica.

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Esta é uma villa medicea, um deslumbre!!! Este é um dos locais que aconselho (foto divulgação)

 

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Eu visitei villas, castelos e hotéis e participei de alguns eventos para poder ajudar na indicação

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Arredores de Florença- Adoro encontrar beleza na simplicidade!

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Foto de Olga, fotógrafa de casamentos parceira do Grazie a te blog

Como são os casamentos aqui na Itália?

Em comparação com as festanças que a gente vê no Brasil,  de forma geral, os casamentos aqui são bem mais simples.  O que adoro aqui na Itália é que a própria location já quer dizer muito! Nem sempre aqui os ambientes são transformados. Em locais históricos e elegantes, o legal é poder desfrutar da beleza e dos elementos do dècor original dos espaços. Pra vocês terem uma ideia, a quantidade de flores ( geralmente) não chega nem a 1/3 do que vejo usar no Brasil! Em todos os casamentos que fui, nada de exageros e nem extravagâncias.
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A Toscana lidera a preferência como destination wedding na Itália. E para começar a planejar uma festa geralmente são definidos o local e o cardápio

A comida tem uma importância primordial nos buffets!!! Os convidados querem comer e beber bem.  Principalmente comer! O cardápio é escolhido com produtos sazonais; todo o menu da festa será com produtos frescos e genuínos.  A lembrancinha é o confetti, muito parecido com nossas amêndoas,que são entregues em sacolinhas numa confecção com 5 unidades, simbolizando  saúde, felicidade, riqueza, longevidade e fertilidade.
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Ao final da cerimônia os convidados jogam arroz no casal. A chuva de arroz sifinifca . sposa bagnata, sposa fortunata (noiva molhada, noiva com sorte) 😉

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E cada estação tem suas belezas e encantos

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Entre em contato caso tenha interesse apenas em um shooting fotográfico no estilo trash the dress. São muitas locations excelentes, seja pelas ruas do centro histórico como em paisagens rurais da Toscana

Caso você tenha interesse em se casar na Itália, favor entrar em contato pois posso te auxiliar na organização junto a excelentes profissionais que falam português.  Este é um novo serviço prestado pelo blog Grazie a Te. Estive visitando diversos locais, seja em Florença que arredores. Fiz visitas técnicas na companhia de profissionais do setor e posso te ajudar na organização do seu evento.   Pode parecer complicado, mas com a ajuda de uma wedding planner que vive aqui, tudo fica muito simples e prático. Com experiência e know-how, a wedding planner vai poder te orientar da melhor forma possível em relação a todos os detalhes do evento, seja ele uma renovação de votos, um mini casamento ou uma grande festa com centenas de convidados!

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Precisa de ajuda para organizar um pedido de noivado, festejar seu casamento ou renovar votos aqui na Toscana?  Eu posso te ajudar! Escreva um email para grazieateblog@gmail.com.

 

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Quer dicas de hotéis em Firenze? Confira o postDicas de hotéis em Firenze.

 

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Um passeio no Oltrarno, bairro cool de Firenze

Para apreciadores e curiosos da autêntica e tradicional vida fiorentina, passear pelas vielas do Oltrarno é um deleite!  O quarteirão que engloba Santo Spirito, San Niccolò e San Frediano é situado na zona sudoeste de Firenze.  O coração pulsante é a praça Santo Spirito, onde todas as manhãs acontece um mercadinho. Ali, em meio às frutas e verduras da estação,  stands de roupas e alimentos e barracas de plantas e flores, a gente pode observar o estilo de vida dos locais, fiorentinos autênticos e adotados, que conversam entre si, trocam receitas,  comentam sobre o tempo e são figuras primordiais para compor cenas do quarteirão mais hipster e atual da cidade! Aliás,  Borgo San Frediano, que na verdade é uma rua, foi eleito em 2017 pela Lonely Planet como o cantinho mais cool do mundo!

Oltrarno em fiorentino seria Diladdarno (de la do Arno)

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Bastante frequentada por jovens e notívagos, a região do Oltrarno é realmente cheia de charme e famosa pelas inúmeras bodegas de artesãos, bistrôs, lojas de antiguidades e mercadinhos.

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A Praça Santo Spirito e a igreja homônima

Passeando pela região do Oltrarno para descobrir suas principais atrações:

Praça e a Igreja de  Santo Spirito

A praça de Santo Spirito é o coração pulsante do Oltrarno. Na praça acontecem muitas manifestações musicais e culturais. Diariamente acontece o mercadinho de frutas, verduras e roupas. E desde 1986 acontece o mercadinho,  sempre no segundo domingo do mês (exceto julho e agosto).  São cerca de 100 expositores do setor de antigüidades e artesanato, além de uma área reservada ao setor de alimentos, com produtos biológicos,  plantas e flores. O mercado acontece das 9 às 19 h.

 

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Todo segundo domingo do mês acontece o mercadinho na praça Santo Spirito. Bolsas vintage, objetos para casa, bijouteria, flores e artigos para colecionadores

 

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Inúmeros bistrôs e restaurantes circundam a praça Santo Spirito

 

A Basílica de Santo Santo Spirito, localizada na praça homônima, foi projetada por Filippo Brunelleschi e é uma das mais belas criações arquitetônicas do Renascimento e foi seu último grande projeto.  Sua construção foi iniciada em 1444 , sobre os restos do convento agostiniano destruído durante um incêndio no ano de 1371.  Depois de sua morte, em 1446, os  trabalhos foram continuados por Antonio Manetti, Giovanni da Gaiole e Salvi d’Andrea, que foi o responsável pela construção  da cúpula. A igreja foi concluída em 1487. No interior, há obras dos mais famosos artistas florentinos, como o crucifixo de madeira realizado por  Michelangelo em 1493 e a pintura de Filippino Lipi,  Pala Nerli, feita entre os anos de 1485 e 1488.

 

A igreja de Santo Spirito foi projetada por Brunelleschi. O acesso é gratuito e a visita ao museu (Percurso Agostiniano) custa 2 euros

A basílica apresenta arquitetura renascentista, com colunas de arenito decoradas com capitéis coríntios. As abóbadas fornecem uma linda e harmoniosa perspectiva.

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Interior da Basilica de Santo Spirito

Crucifixo realizado por Michelangelo quando havia 18 anos

O campanário de Santo Spirito visto do jardim Frescobaldi

Horários da basílica:

De segunda à sexta ( 8:30 às 13h e das 15 às 18h), sábado das 8:30 às 13:00 e das 15 às 19 h e domingo das 8:30 às 13:30 e das 15 às 19 h

Visitas turísticas:

de segunda à sábado (excluso quarta): das 10 às 13h e das 15 às 18h

domingos e festividades: das 11:30às 13:30 e das 15 às 18h

 

A Igreja de Cestello

Cestello

A igreja do Cestello fica na praça homônima, próxima ao rio Arno. Em estilo barroco, a igreja é uma das mais importantes do bairro. Sua construção foi iniciada em 1450 e concluída no século 20

A Igreja Santa Maria del Carmine

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A igreja Santa Maria del Carmine foi construída em 1268 e renovada nos séculos 16 e 17. A igreja sedia a Capela Brancacci, famosa pelos afrescos de Masaccio, Masolino e Lippi (foto divulgação)

 

Tradição e modernidade: o Studio Galleria Romanelli, um atelier de esculturas em Borgo San Frediano, onde a mesma família de artistas exerce sua atividade por quase dois séculos

A Porta de San Frediano, construída por Andrea Pisano no século 14,  faz parte do antigo cerco murado de Firenze e é aberta à visitação durate um período do ano.

A Porta de San Frediano, parte das antigas muralhas da cidade

 

Esquina em Borgo San Frediano

 

Ateliês e bodegas – O bairro é caracterizado por diversas lojinhas e bodegas de artesãos. As minhas ruas prediletas para conferir artesanato e produtos feitos a mão são a  Via Santo Spirito e a Borgo San Jacopo.  Mas se você adentrar pelas vielas do bairro vai se maravilhar com verdadeiros tesouros: espaços minúsculos  onde a gente pode assistir artistas em ação criando bolsas, produzindo bijus e objetos de arte com muita autenticidade e criatividade.  A via Maggio  é a rua  que concentra as prestigiosas lojas de antiquariado.

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Na via Santo Spirito: um encanto as peças de madeira da lojinha La Bottega di Mastro Geppetto

 

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Adorável cantinho para um snack e um drink: Il Santino

 

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Um feixe de luz solar entre os prédios de Santo Spirito

 

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A rua Santo Spirito e suas lojinhas cheias de charme

 

Piazza della Passera –  Um dos meus cantinhos prediletos da cidade, essa pracinha reúne barzinhos, restaurantes e excelentes locais para um cafe ou um delicioso gelato.

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Santo Spirito veste a camisa dos “Bianchi” (brancos) na época do calcio storico, o futebol medieval da cidade, disputado entre 4 times, com a final sempre no dia 24 de junho, dia de San Giovanni, padroeiro de Firenze.

 

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Uma das mais lindas esquinas do Oltrarno

 

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O artesão Dimitri Villoresi que produz bolsas e acessórios em couro

 

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Uma loja de molduras de madeira na via Toscanella

 

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O Palazzo Pitti

Palazzo Pitti e o Giardino di Boboli –  O projeto atribuído a Brunelleschi era muito menor e menos suntuoso. Em 1549  o prédio foi ampliado e passou à familia Medici.  Sofreu diversas  restruturações durante séculos. Foi sede da família Lorena e da família real italiana Savoia e já foi residência oficial dos grão-duques da Toscana quando Florença foi capital da Itália. Hoje em dia reúne 5 museus e os maravilhosos Jardins de Boboli.

No Oltrarno fica também o Museu de História Natural de Zoologia La Specola, na na via Romana, 17.

San Niccolò – A região  conhecida como San Niccolò fica aos pés do piazzale Michelangelo e tem ares de um pequeno burgo. É um dos bairros mais antigos de Florença e é circundada por muralhas medievais, abriga a Torre de San Niccolò.

A Torre de San Niccolò aberta à visitação apenas um período do ano

Le Rampe – As rampas, construídas entre 1872 e 1876, foram reabertas em maio de 2019, com o retorno da água nas fontes e cachoeiras

 

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A Porta San Miniato, que faz parte do círculo de muralhas da cidade , localizada entre a Via San Miniato e a Via Monte alle Croci. O nome deriva do fato de que a estrada conduz até  a igreja de San Miniato al Monte.

A Porta San Miniato

 

San Niccolò é rico de lojas de artesanato, galerias de arte, restaurantes e bistrôs: é um requisitado cantinho da cidade  para espíritos criativos. É aqui no bairro onde  Clet tem atelier.  Com obras instaladas em diversas cidades do mundo, o artista faz interferências nas placas modificando os cartazes estradais com humor e irreverência. Encontramos o  joalheiro Dari, a marca de sapatos feitos a mão Stefano Bremer  e o perfumista Sileno Cheloni também estão na região.

 

Loja em San Niccolò, que vende artigos realizados com inspiração na streetart florentina

Nas proximidades fica o acesso à praia do Arno, onde no verão reúne gente animada e de bem com a vida a fim de aproveitar o sol, ouvir música ou  brindar com um aperitivo ao anoitecer,  quando os stands que funcionam apenas no verão organizam festinhas à beira do rio no final do dia.

Empreender na Itália

Quando uma pessoa resolve mudar de país para se aventurar em terras estrangeiras dificilmente imagina que um dia ela pode ser dona do próprio negócio.  Ao menos para os brasileiros que entrevistei foi dessa forma. Fico feliz demais quando vejo meus compatriotas conquistando espaço e triunfando.

Empreender na Itália

Não é fácil, é preciso compreender a cultura local, estudar o mercado e ter paciência para aguardar  os resultados.  Abandonar a estabilidade de um contrato de trabalho para se arriscar por conta própria é um grande desafio. Vocês poderão conferir nos depoimentos, que fazem parte da série sobre viver na Itália, a experiência de 3 brasileiros que se lançaram  nessa aventura cheios de otimismo e  coragem e contam como é empreender na Itália:

 

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Andreia Cruz em seu atelier de Firenze

Andreia

A gaúcha Andreia Cruz vive em Firenze há 13 anos. Desde o primeiro curso que fez de Modelagem que fez logo quando chegou até os dias de hoje, sua vida profissional mudou completamente. Atualmente ela administra o seu próprio negócio, onde cria vestidos de noivas e festa sob medida que saem do ateliê com seu nome estampado na etiqueta.  “Acho que o brasileiro tem uma marcha a mais por natureza, o fato de ter morado em outros países como no meu caso, me permite de colecionar habilidades, experiências e ter um olhar diferente em relação aos meus prováveis concorrentes”.

1) Qual a sua formação e desde quando vive na Itália?

Estudei Fashion Design no Brasil, na UCS (Universidade de Caxias do Sul), e estou na Itália desde 2004. Aqui cursei modelagem na Polimoda, Master in Pattern Techniques na Tr Cutting School, e especialização em bordados para alta moda.

 

2) Quais os trabalhos que desenvolveu aqui na Itália? Sempre atuou na sua área?

Sempre trabalhei na área de moda. Ainda no Brasil trabalhei por 4 anos em um atelier de alta costura, aqui na Itália, após terminar os estudos na Polimoda, trabalhei como modelista paras as marcas Gucci, Alexander Mcqueen e Saint Laurent. Minha última experiência na indústria foi para Vivienne Westwood onde passei uns dois anos como responsável da modelagem da primeira linha, a Gold Label.

3)  Como foi a ideia de abrir o seu próprio atelier? Quando você entendeu que era o seu momento?

Na verdade esse sempre foi meu sonho, sempre gostei muito de trabalhar diretamente com a cliente, oferecer o que ela não encontra nas lojas, peças exclusivas e sob medida, com estilo e modelagem personalizada. Ao deixar meu trabalho na Vivienne, passei um ano  só lecionando modelagem na Polimoda. Sempre tinha um vestido de alguém pra fazer. No início era  na minha casa, até que em 2015 resolvi mudar e abrir o atelier onde é hoje

4) Você está  satisfeita com a sua decisão?

Sim

5) Quais as maiores dificuldades que um empreendedor (empresa de pequeno porte) precisa enfrentar aqui na Itália?

Toda a burocracia e as altas taxas.

6) Qual o valor com o investimento?  E com o aluguel e  contas?

Como investimento inicial, se calcular reforma do local, mobília, decoração, maquinário e matéria-prima, em torno a € 20 mil

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Criação assinada pela estilista Andreia (Fotos Sam Sacramento)

 

 

Cristina

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Cristina e sua doce e inseparável companheira, a cadelinha Terry

Habilidosa e criativa,  a goiana Cristina Borges já foi fabricante de velas artesanais e de produtos pet. Apaixonada por design, há 10 anos ela administra junto ao marido Francesco o charmoso B&B  Podere Gattabigia onde a gente nota a forma especial e carinhosa com que se dedica às minuciodades, percebidos em cada cantinho do agroturismo, que fica a poucos quilômetros de Firenze.

1) Qual a sua formação e desde quando vive na Itàlia?
Sou interior designer e vivo aqui há 16 anos.  Na verdade vim morar em Firenze por acaso, porque meu curso de italiano era na Linguadue em Milão com duração de 1 ano, mas não me adaptei na cidade por causa do clima e pedi a transferência do curso para Firenze, mesmo porque o curso sucessivo de restauro seria aqui.

2) Quais os trabalhos que desenvolveu aqui? Sempre atuou na sua área?
Trabalhei para a Poltrona Frau e Roche Bobois por vários anos atuando na minha area e há 10 anos me dedico somente a projetos de clientes privados e ao nosso b&b .
3) Você está satisfeita com a sua decisão?  De quem foi a ideia de abrir o agroturismo?
Completamente satisfeita. A ideia foi minha e do meu marido
4) Já havia imaginado que um dia abriria o próprio negòcio? Como deu-se a concretização desse projeto?
Pensava em abrir um escritório de Design de interiores, mas nunca imaginei em abrir um b&b. Mas como Francesco já tinha a casa no campo (em ruínas), resolvemos entrar juntos nesse percurso.
5) Quais as maiores dificuldades que um empreendedor (empresa de pequeno porte) precisa enfrentar aqui na Itália?
Acho que como todos, as altas taxas impostas pelo governo.
6) Como é seu ritmo de trabalho?
Trabalho 16 horas por dia de março a outubro e nos outros meses me dedico aos meus clientes privados, preparo o b&b para a estação do ano seguinte e saio de férias obviamente.
7) É muito alto o investimento para esse tipo de atividade?
Acho que tem possiblidade para todo bolso.
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Aqui turistas de todo o o mundo se sentem em casa e são recebidos com o maior carinho e hospitalidade. O B&B fica em Lastra a Signa, a apenas 30 minutos de Firenze

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Fotos: Cadeira Amarela

 

 

Totô

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Com grande experiência no setor de restaurantes desde que chegou em Firenze,  Totô atualmente possui seu próprio estabelecimento

O gaúcho Jean Ribeiro, conhecido como Toto,  vive na Itália desde 1995. Veio sem muitas expectativas, gostou de viver aqui em Firenze e resolveu ficar.  Atualmente ele é sócio no restaurante  Baldovino,  nas proximidades da  praça Santa Croce ?.

 

1-  Quais os trabalhos que desenvolveu? Sempre atuou na sua área?

Sim, sempre atuei na área de restaurantes e enotecas, casas de vinhos

2 – Como foi e quando surgiu a ideia de abrir o seu próprio negócio?

Na verdade, em 1998 eu entrei como sócio na trattoria Baldovino, aqui na região de Santa Croce. E depois abrimos a então Enoteca Baldovino, onde realmente nasceu minha paixão por vinhos. Depois disso fiz experiências em outros locais e voltei há pouco tempo  pra cá, agora como Baldovino.

3- Você está satisfeito com a sua decisão? Quantas horas trabalha por semana, em média?
Sim, muito satisfeito com minha escolha, adoro socializar com clientes de toda parte do mundo, difícil dizer quantas horas trabalho por semana,  mas trabalho muito! Na verdade o cansaço é mais mental do que físico. Eu sempre adorei trabalhar com público,  me dá muita satisfação. A gente conhece pessoas de todo o mundo, isso é muito bacana e me dá energia.  O que não é simples é administrar o local. O restaurante é pequeno e não é tão simples coordenar os pedidos, horários,  problemas internos e a pressão, a corrida contra o tempo. Mas eu gosto muito, estou muito satisfeito!

4- Quais as maiores dificuldades que um empreendedor (empresa de pequeno porte) precisa enfrentar aqui na Itália?

O que mais pesa realmente são as taxas e mais taxas, impostos, aluguéis e funcionários, sempre menos competentes… mas vamos em frente!

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Maternidade na Itália

Existem alguns aspectos bem diferentes em relação à maternidade na Itália e no Brasil. Partindo do pressuposto que o sistema público de saúde daqui funcione de forma mais eficaz (apenas de ter piorado nos últimos anos mas não vou entrar nessa questão),  as mulheres podem desfrutar de serviços gratuitos para todos os exames e para o parto,   que provavelmente será realizado por um obstetra e não pelos ginecologistas que te acompanham a gestante durante a gravidez. Outro fator importante a ser considerado é que a cirurgia cesariana aqui não é realizada por opção da mãe, mas apenas quando é identificado algum problema ou complicação que resulte risco para a gestante ou para o bebê. Dando sequência às entrevistas sobre a vida aqui na Itália,  neste post vocês poderão conferir o depoimento de 3 brasileiras que relatam suas experiências sobre a maternidade:

 

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Antes das entrevistas, alguns esclarecimentos gerais sobre a licença maternidade obrigatória e facultativa:

Licença maternidade obrigatória –  é o período em que a mãe pode se ausentar do trabalho, seja antes ou depois do parto. Aqui na Itália a licença obrigatória é de 5 meses (2 meses antes da data prevista do parto e 3 meses depois  ou então 1 mês antes e 4 depois). O mesmo também em caso de adoção.  A retribuição é de 80% do salário.

Maternidade antecipada por trabalho de risco (Maternità anticipata per lavoro a rischio) – A gestante pode solicitar afastamento antecipado do trabalho por complicações da gravidez ou por risco, dependendo da função que desenvolve (quem trabalha em pé,  precisa fazer escadas ou tem contato com produtos químicos, por exemplo).  Nesses casos o empregador  dispensa a gestante. A  retribuição  é de 80% do salário.

Licença maternidade facultativa – conhecida como congedo parentale (ex facoltativo),  pode ser solicitada pela mãe e também pelo pai, inclusive contemporaneamente, por um período de até 10 meses de abstenção do trabalho, até o 8 º ano da criança. A retribuição do congedo parentale é de 30% do salário,  até o 6º ano de vida da criança, sendo que esse período pode ser fracionado, portanto, não é necessário usufruir da licença de uma só vez. Este período pode ser dividido em meses, semanas, dias ou horas. Do 6º até o 8 º ano de vida da criança a maternidade facultativa pode ser solicitada mas não é remunerada.  Importante explicitar que aria de acordo com a categoria e tipo de contrato e remuneração.

Aleitamento – As mães têm o direto a serem dispensadas 1 hora mais cedo,  até o 1º ano de vida da criança.  As mães podem optar por acumular e usufruir essas horas da maneira que preferirem.

Para quem tem contrato a tempo determinado – gestantes com contrato de trabalho a tempo determinado gozam dos mesmos direitos, compatíveis com a duração do contrato. Para mais informações, clique aqui.

Para mais esclarecimentos sobre maternidade e direitos das gestantes, consulte o site do INPS  (que seria o nosso INSS).

 

Mariana

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Mariana Marchioni , que mora em Milão, após o nascimento do filho Angelo, há 2 anos, que nasceu de parto natural

 

1-   Onde o Angelo nasceu? Foi parto natural ou cesárea? Hospital público ou particular?

Nasceu em Milão, de parto natural, no hospital público Vittorio Buzzi.

2-   Principais diferenças entre gravidez aqui e no Brasil.

Eu não tive bebê no Brasil para comparar, mas olhando um pouco para as pessoas do meu círculo uma das principais diferenças é a melhor qualidade do serviço público, tanto que conversando com meus colegas de trabalho na Itália tive segurança em optar por ele. Em Milão os melhores hospitais são justamente públicos.

3-  Quantos e quais exames fez? Fez tudo pelo sistema público?

O sistema público cobre um “pacote” de exames na gravidez e no caso de fazer alguma coisa extra pode ser necessário pagar o que eles chamam de “ticket” que tem valores relativamente baixos. Fiz todos os exames do “pacote”, não me lembro exatamente, mas basicamente eram exames bimestrais de urina e sangue, 3 ultrassons sendo que eu fiz 4 a pedido do médico, curva glicêmica, exame para verificar infecção urinaria para o parto. Fiz ainda um exame para verificar a possibilidade de algumas doenças genéticas que foi feito pelo serviço público, mas considerado opcional a pagamento. Outro exame considerado opcional que eu resolvi não fazer foi o ultrassom em 3D.

4-  Desfrutou da licença maternidade obrigatória ou facultativa?

Eu estou cursando um programa de doutorado e a licença maternidade era obrigatória podendo fazer de 5 meses a 1 ano, sendo que eu optei por 6 meses. No meu caso a bolsa de estudo me pagava 4 meses de licença maternidade.

5-   Como considera, de forma geral, a maternidade aqui na Itália?

Apesar de ouvir muitas reclamações principalmente na questão da mulher e a licença maternidade eu sinto que no geral temos uma situação satisfatória principalmente pelo serviço médico público e um maior acompanhamento na amamentação e dos primeiros meses do bebê. Aqui existem vários centros da família onde podia justamente obter informações nesses pontos. Existem também alguns tipos de ajuda financeiras para a mãe e o bebê recém-nascido (bônus bebê, bônus mamma) ainda que eu não usei.

6-    Algumas curiosidades em relação à maternidade na Itália.

Algumas diferenças do que eu considerava “normal” da minha experiência no Brasil no início me deixaram ansiosa, mas eventualmente não foram um problema. Alguns exemplos:  o médico obstetra que me seguiu durante a gravidez não seria o mesmo durante o parto, inicialmente fiquei aflita talvez porque tinha esta imagem do médico-psicólogo-amigo. Aqui funcionou assim, o médico obstetra anota todas as informações detalhadas da consulta e eventualmente quando você vai para o hospital você leva todas essas informações e assim o médico de plantão no momento tem o que ele precisa para o parto. Existe até a possibilidade de ter o mesmo medico, mas nesse caso era a pagamento e ao longo do percurso eu acabei sentindo que não era necessário, até porque não conhecia um médico. O quarto no hospital público é normalmente para duas pessoas e eu confesso que logo que fiquei grávida eu imaginava aquela cena do quarto super decorado com toda a minha família e que isso me deixou meio triste… cheguei a ver a possibilidade do quarto single, mas no hospital que eu escolhi era complicado e eventualmente me pareceu bobagem mudar para um hospital particular, com menos recursos médicos, por este motivo. No fim, a mãe que dividiu o quarto comigo se tornou uma das minhas melhores amigas! Os horários de visita são bem restritos, no meu caso era 1 hora por dia e no máximo duas pessoas. Foi outra coisa que no início me deixou aflita, mas depois percebi que no meu caso foi melhor assim. Aqueles dias logo depois do parto serviram para descansar, iniciar a amamentação e o contato com o bebe recém-nascido e acho que foi a melhor coisa aproveitar aquele tempo para isso.

7-      Contou com a ajuda de alguém após o parto? Conte sobre a questão de ter filhos longe da família e amigos.

Sem dúvida não é fácil! Eu não quis contratar baba e não temos família por perto e o início foi muito cansativo! Aliás, ainda é! Uma coisa que me ajudou muito foi justamente um desses centro família que comentei, se trata de um espaço onde eu ia uma ou duas vezes por semana para a consultoria de amamentação e massagem para bebes e servia principalmente para trocar informações com outras mães e com as psicólogas e obstetras.

8-      Como considera a licença maternidade na Itália?

No meu caso de estudante de doutorado ressalto o fato que a minha bolsa permitia um período de pagamento na licença maternidade porem existem bolsas que não contemplam pagamento de licença maternidade. Dessa forma, em certos casos a mulher precisa pedir o período de afastamento do programa de doutorado, mas não obterá pagamento neste mesmo período e isto tem sido fonte de muitas discussões aqui.

 

Rejane

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Rejane Terzani mora em Firenze e tem uma filha de 10 anos, que nasceu de parto natural

1-  Você fez parto natural ou cesària?

Natural.

2 -Hospital público ou particular?

Público.

3- Principais diferenças entre gravidez aqui e no Brasil.

Aqui quem acompanha o parto é um obsteta e muitas vezes não é a sua ginecologista.

4- Quantos e quais exames fez? Fez tudo pelo sistema pùblico?

Ecografia tridimensional fiz participar mas o restante dos exames, inclusive as ecografias e exames de sangue de rotina mensal, foram todos pelo sistema público.

5- Você trabalhava na época? Usou licença maternidade obrigatório ou facultativa?

Não trabalhava quando engravidei.

6- Como considera , de forma geral, a maternidade aqui na Itália?

Benefícios e direitos, muito melhores que no Brasil. Mas quando falamos dos métodos de cirurgia, acho muito arcaico comparando com o Brasil.
7-  Algumas curiosidades e diferenças entre Brasil e Itália em relação à maternidade.
Minha filha poderia ter nascido com uma césaria, pela dimensão da criança. Mas percebo que aqui são muito resistentes à césaria… No meu caso a médica obstetra acompanhou e seguiu até o final. Foi feita uma episiotomia  porque minha filha era muito grande, nasceu  com 4.210kg. Onde ocorreu muito sofrimento da minha parte a causa do corte profundo.

Luciana 

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Luciana, mãe de Sofia, de 6 anos e Francesco, de quase 3, é esteticista e durante as 2 gestações trabalhava com contrato a tempo indeterminado. Atualmente é sócia da empresa

1- Seus filhos nasceram de parto natural? Em qual hospital?

Os 2 nasceram em Florença, de parto natural, no hospital público Centro Nascita Margherita de Careggi

2 –  Fez os exames através do sistema público de saúde ou particular?

Nos 2 casos eu fiz todos exames e algumas visitas pelo sistema público, mas a ginecologista que me seguia durante a gravidez foi particular, pelo simples fato que eu confiava muito nela e não quis trocar nesse momento tão especial

3- Você usufruiu também da maternidade facultativa (congedo parentale)?

Usei tudo o que eu tinha direito! A licença foi primeiro obrigatória, que é de 5 meses, e depois a facultativa, por outros 6 meses, nas 2 gravidezes.  Na primeira gravidez trabalhei até o oitavo mês. A licença obrigatória da primeira gestação usei um mês antes do nascimento e 4 meses depois, optei dessa forma pois a gravidez foi perfeita, estava indo tudo muito bem. Já na segunda gestação  fiz como a norma aqui na Itália, até o sétimo mês, que é de 2 meses antes e 3 depois, pois eu já estava cansada. Já a facultativa usei tudo pelas duas gestações e até peguei também a licença sem ser remunerada por um período… Pois quando acaba a facultativa na Itália tem a possibilidade de pegar um período sem ser remunerada (aspettativa), assim voltei ao trabalho quando as crianças já tinham 13 meses.

4- Considerou solicitar a maternidade antecipada?

O meu trabalho na verdade não tem riscos, o importante é não exagerar!

5- Como você considera a maternidade aqui na Itália?

Pela experiência positiva que tive,  considero excelente.

6- Principais diferenças  ou curiosidades sobre a gestação aqui.

Inicialmente achei muito estranho o fato que a ginecologista não sempre é a mesma na hora do parto, quem me assistiu foram as obstetras.  Além da assistência na hora do parto, fui seguida também depois do parto, com a primeira gravidez,  a amamentação e a parte psicológica também fui muito seguida, tive duas ou três visita em casa de uma obstetra do meu território, além de vim controlar os pontos (que foram somente dois) para ver como eu estava, se me sentia sozinha, se precisava de algo, as vezes até somente para conversar, enfim ótima.

7- Como conseguiu se organizar para retornar ao trabalho?

Na volta ao trabalho tive que me organizar com berçário, creches (pública e particular) e baby-sitter

 

Para mais informações sobre maternidade e direitos das gestantes, consulte o site do INPS  (que seria o nosso INSS).

 

As outras entrevistas com  brasileiros que compartilham suas experiências:

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Trabalhar na Itália

Há alguns meses vocês puderam conferir entrevistas onde o tema abordado foi namoro à distância, com o relato de brasileiras que contaram como fizeram para driblar e manter um relacionando à distancia. E dando continuidade às entrevistas,  no post de hoje o assunto é “Trabalhar na Itália”, com o depoimento de algumas pessoas que compartilham suas experiências com os leitores do Grazie a Te. Alguns dos entrevistados ja possuíam cidadania e outros chegaram aqui e precisaram solicitar um permesso di soggiorno,  que é autorização de residência, documento emitido pela Polizia di Stato (na questura) que concede a permanência legal de estrangeiros aqui na Itália por um período superior a 90 dias. A validade do permesso di soggiorno varia de acordo com cada caso e o mesmo precisa ser renovado.

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Para trabalhar na Itália

Antes de conferirmos as entrevistas, apenas alguns esclarecimentos: não é necessário visto para entrar na Itália mas os brasileiros (que não possuem cidadania italiana) precisam de uma autorização para ficarem no país por mais de 90 dias, que é conhecida como permesso di soggiorno, concedido também para quem vem estudar. E a licença para os brasileiros que querem trabalhar legalmente é solicitar o permesso di soggiorno per motivo di lavoro.  Para mais esclarecimentos em relação à permanência de brasileiros aqui na Itália,  confira aqui no site do Consulado-Geral do Brasil em Roma quais são as dúvidas mais frequentes dos brasileiros. E no  Trabalho na Italia vocês poderão obter muitas informações úteis sobre o assunto.

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Salário

Aqui na Itália não existe salário mínimo fixo e a remuneração varia de acordo com a região italiana  Os valores são determinados de acordo com o tipo (categoria) de emprego. A média para empregos que não exigem qualificação formal é de 1.100 euros por mês. Para  quem tem qualificação técnica a media é de 1.4oo e para setores que exigem formação superior a media é entre  1.500 euros e 5 mil euros por mês. Os contratos podem ser a tempo determinado (com um tempo de duração estipulado,  podendo ser prorrogado) ou indeterminado (efetivo). Na Itália, além do 13 º salário, existe também o 14º (benefício não previsto por lei, mas acordado entre as partes).

Vamos agora conferir os depoimentos:

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Apaixonada pela cidade, Palova Valenti passa um período aqui e outro no Brasil: “Eu fico onde tem o amor. Eu amo Florença!”

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Palova –  A gaúcha  Palova Oselame Valenti é de Bento Gonçalves e divide seu tempo entre Florença, onde passa cerca de 8 meses por ano, e o Brasil, para onde embarcou na semana passada para estar perto da família.  A entrevista com Palova foi feita há algumas semanas, quando ela estava ainda trabalhando numa agência de viagens.  O amor à Firenze a traz pra cá todos os anos! “Morar aqui é magico, é como se eu estivesse em outra dimensão, aqui tudo me inspira”.  A Palova tem um canal no Youtube onde ela compartilha as suas experiências.

1-  Motivo que te trouxe para Firenze e desde quando vive aqui?

Eu tive uma desilusão amorosa e como amo a Itália decidi curar ela cum um curso de italiano de um mês em Florença e um mês viraram 4 anos! Eu não sabia que eu tinha tanta arte,  arquitetura e pintura na minha veia… eu vim pra cá pela primeira vez em 2013 e falei: preciso morar aqui! A minha vida era mais fácil nos Estados Unidos, onde morei por muitos anos.  Mas sou apaixonada por essa cidade.

2- Você trabalha?  Como conseguiu emprego?

Este é o meu quarto ano na Itália porém todos os anos eu vou pro Brasil e fico 5 meses, então pra mim é  sempre um recomeço,  porque todas as vezes que volto pra cá tenho que procurar emprego de novo. Nos outros anos foi mais fácil, algum conhecido meu sempre indicava alguma coisa que acabava dando certo, mas esse ano foi mais difícil. Fiquei 3 meses procurando alguma coisa, e já era alta estação, ou seja, muitos turistas, sem considerar que é a melhor época pra encontrar um emprego! O importante também é falar inglês já que pelo menos aqui onde moro o inglês é muito usado!

3-  Você  já considerou a possibilidade de morar definitivamente em Firenze?
Já, mas como não tenho profissão e família, me sinto livre pra passar tempo com a minha família no Brasil, que é meu bem mais precioso, por isso vou todos os anos pra lá.

4- Como brasileira, como é possível trabalhar aqui? Como você fez?

Eu sou brasileira mas sou também cidadã italiana, então nunca tive problema.

5- Você está satisfeita com seu trabalho?

Já trabalhei de camelô, já limpei casa, já fiz serviços garçonete e agora estou nesse emprego na área do turismo. Estou satisfeita sim, embora o salário seja um pouco baixo, mas eu foco sempre no meu amor por Florença, então eu faço o que precisar pra ficar aqui!

5- Qual a média de seus gastos aqui em Firenze?

Pago 380 por um quarto em um apartamento no centro historico, 15 reias pro meu celular e digamos que mais 300 entre comida e outras coisas. Não tenho carro nem bicicleta, ando por tudo a pè e quando preciso uso transporte público.

6- Consegue juntar dinheiro nesse período que vem pra cá?
Consigo pra comprar a passagem e ter o mínimo pra quando eu voltar ter um pouquinho porque eu nunca sei quanto tempo vai demorar pra eu arrumar emprego!

7- Acha que é um momento difícil para conseguir emprego aqui em Firenze?

Depende da área, mas acredito que sim. Onde trabalho, muitas pessoas vem deixar o currículo. É muito importante saber falar italiano e também o inglês.

8- Quais são as principais diferenças entre o setor de trabalho italiano e brasileiro?

Morei 11 anos nos Estados Unidos e há 15 anos estou fora do Brasil, não saberia responder a essa pergunta. O que me espanta aqui na Italia é a falta de treinamento quando a pessoa começa a trabalhar.  Praticamente tu tem que aprender as coisas por ti mesmo, porque eles não explicam muito o que tu terá que fazer.

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Carolina  –  Carolina Kfouri é de Guaratinguetá (SP) e mora em Firenze há 2 anos com a filha Ana Clara, de 13 anos. Depois de um período em Milão, ela voltou para Firenze e há cerca de 2 meses conseguiu emprego para gerenciar uma agência de turismo no centro de Firenze. Carol é youtuber e faz muitos vídeos contando sobre o seu lifestyle e mostrando um pouquinho da cidade.

1- Motivo que te trouxe para Firenze e desde quando vive aqui

Havia estudado por um mês em Londres e cismei que iria me mudar do Brasil. Fiquei encantada com a organização da cidade em todos os sentidos mas o visto pro Reino Unido era muito mais difícil do que pra vir pra Itália então decidi vir pra cá justamente por poder trabalhar.

2-  Quem entra com vista de estudo pode trabalhar? Explique como vc fez. 

Sim, pode trabalhar até 20 horas semanais. No meu quarto mês aqui entreguei alguns curriculuns e no mesmo dia fui chamada pra ser hostess em um restaurante na Piazza della Repubblica, bem tradicional e com uma pizza de dar água na boca.

3- Como brasileira é possível trabalhar aqui? 

Eu vim com visto de estudos e podia trabalhar 20 horas semanais, com esse contrato o trabalhador ganha aproximadamente 200 euros por semana. Quando este visto estava por vencer, um outro empregador fez a “proposta de trabalho” junto à prefettura e além de renovar por mais um ano, mudei a tipologia para visto de trabalho podendo assim trabalhar por mais de 20 horas. Foi um grande avanço!
4-  Com qual periodicidade precisa renovar o permesso di soggiorno?
 Depende do tipo de permesso, se estivermos falando do permesso “per motivo de lavoro” ou seja, trabalho, depende também do contrato que deu origem à renovação/pedido de visto. Em linhas gerais seria de 2 em 2 anos para quem tiver um contrato por tempo indeterminado e para os demais casos, a renovação se baseia no contrato, 6 meses dura 6 meses, 1 ano dura 1 ano.
5-  Você  está satisfeita com seu trabalho?
Agora sim, mas já enfrentei várias situações complicadas. A legislação trabalhista no Brasil é mais paternalista e é mais difícil de o empregador permitir que o funcionário trabalhe sem ser registrado. Já aqui, chamamos de trabalho “in nero” e acontece muito. Com exceção das grandes marcas, os pequenos restaurantes, lojas, registram de uma forma, pagam de outra e quem não quiser que reclame pro Papa! Hoje tenho um emprego com contrato registrado, 1 folga por semana e não passo de 8 horas diárias. Ja cheguei a fazer 11 horas num dia em uma enoteca sem ser paga por isso!
6- Fale um pouco sobre salário… 
Uma pessoa que trabalhe 40 horas semanais recebe cerca de 1.200 euros, sem contar horas extras e benefícios. Com a desculpa da crise, muitos empregadores consideram “salário” os benefícios e declaram ter pago, por exemplo, seu décimo terceiro no holerite para não serem executados mais pra frente em juízo mas na realidade você não recebe. Existem também os que te contratam por 20 horas semanais e te pagam por fora as 20 horas mas vale lembrar que é ilegal e se forem pegos tomam multa. É super comum, diga-se de passagem. Raros são os que recebem as horas contratuais, direitos trabalhistas e horas extras.

7- É mais fácil juntar dinheiro aqui ou no Brasil?
 Olha, no Brasil eu não arrumava nem emprego! Isso é sério! Rs

8-  Dica para brasileiros que querem deixar o Brasil para virem trabalhar aqui.

Façam um planejamento coerente. Tenho um canal no youtube onde ajudo a brasileiros que pretendem deixar o Brasil e às vezes recebo algumas perguntas que “mamma mia”, fico pensando como uma pessoa pode cogitar ir embora do próprio país sem o mínimo de cautela ou organização.

 9 – Qual a média mensal dos seus gastos?
Como despesas, posso dizer que o aluguel de um apartamento com 1 quarto, mobiliado mais condomínio fica em torno de 700 euros,  sem contar contas de água, luz e internet que tudo giraria aí por volta de 150€ mês.
Por semana uma pessoa sozinha, gasta 100€ de supermercado se cozinhar em casa,  20€ para recarregar o celular e 30€ de transporte público mensal, ilimitado. Esses seriam os gastos básicos, sem considerar lazer, higiene pessoal e emergencias. Eu moro com a minha filha de 13 anos então tirando o gasto com o aluguel, todo o resto pago dobrado. Obviamente numa familia onde dois adultos trabalham o conforto é maior.

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Nemuel  – Nemuel de Souza Viana mora há 11 anos na Itália e há 5 veio para Firenze, onde trabalha na Mercado do Porcellino,  geralmente das 8.30 às 19h.  A decisão de sair do Brasil não foi dele: “meu pai é pastor da igreja e como ele e minha mae estavam aqui eu também vim, na época eu tinha 16 anos. Eu não queria vim de jeito nenhum, todos os meus amigos estavam no Brasil, mas agora me acostumei”. Depois de alguns anos conheceu a atual  esposa, também brasileira, e acabou se habituando com o ritmo de vida daqui.  Segundo Nemuel eles vivem bem aqui na Itália, apesar de trabalharem bastante.

1- Por que você saiu do Brasil?

No início não queria ter vindo, eu tinha 16 anos, era jovem.  Não foi uma escolha minha. Vim porque meus pais vieram devido à igreja.

2- Como conseguiu permanecer regularmente na Italia? 

Como meus pais já estavam aqui, o meu tipo de visto foi ricongiungimento familiare.  Quem tem parente aqui pode pedir esse tipo de visto. Foi a partir daí que regularizei a minha situação e depois pude trabalhar.  Meu primeiro emprego foi aos 18 anos, quando ainda morava em Viareggio. Antes de vim pra Firenze morei um tempo em Certaldo.

3- Qual tipo de contrato você tem? 

Atualmente meu contrato é por prazo determinado. Deixei o emprego em outra banca com contrato a tempo indeterminado porque recebi uma proposta melhor e resolvi arriscar. Agora tenho contrato a tempo determinado mas com grande possibilidade de ser renovado.

4- Quantas horas por dia trabalha?

Trabalho cerca de 11 horas por dia e tenho apenas um dia de folga,  sempre no domingo.

5- Consegue juntar dinheiro aqui?

Consigo. A minha esposa Edilaine também trabalha (na casa de uma senhora ajudando nos afazeres domésticos)

6- Quanto ja conseguiu receber por mes trabalhando no mercado?

No verão, fazendo hora extra, já cheguei a receber 2.200 euros

7- Você encorajaria outros brasileiros em busca de trabalho e oportunidade a virem pra cá?

Se a pessoa tiver garra, sim. Nem todos que chegam aqui dão  sorte de conseguir logo trabalho.

8- Está satisfeito com seu trabalho ou busca algo diferente?

Eu gosto muito de música. Estou estudando e tenho projetos. Espero conseguir atuar nesse setor.

 

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Marcella– A cariocaMarcella Cardoso Vieira Gomes veio estudar em Firenze há 4 anos e se encantou com a cidade.  Formada em Publicidade,  ela trabalha na Aquaflor, uma butique artesanal de perfumes mas seu salário não basta, já seus gastos giram em torno dos 3 mil euros por mês, portanto ela conta com o suporte da família.

1- Motivo que te trouxe para Firenze e desde quando vive aqui.

Eu vim para Firenze em 2012 para estudar. Fiz curso de italiano, História da arte e Fotografia no primeiro ano. Eu já conhecia Firenze mas me apaixonei pelo estilo de vida e decidi me mudar. Como tenho dupla cidadania não foi um problema. Já era formada em Publicidade quando cheguei e então  decidi continuar os estudos, fiz pós em Hotelaria, Marketing Digital e curso de sommelier.

2- Com o que trabalha?
Eu trabalho em uma boutique artesanal de perfumes, faço a mídia social, vendas e de tudo um pouco. Tenho contrato por tempo determinado e espero que  seja renovado. Senão, vou continuar procurando um trabalho na minha área, que é marketing digital.
3- Você está satisfeita com seu trabalho? 
Acredito que na Itália em geral poderia ter mais oportunidades para os jovens
4- Qual a mèdia de seus gastos aqui em Firenze? 
 Em torno dos 3 mil euros por mês mas claro com a ajuda da minha família.
5- Acha que è um momento dificil para conseguir emprego aqui em Firenze?
Sim, passei quase um ano procurando sem receber respostas.
6- Quais as principais diferenças entre o setor de trabalho italiano e brasileiro 
Sao tantas que ate difícil explicar, eu diria tudo, do bom humor ate a garra, Brasileiro que é Brasileiro não para enquanto não termina, os Italianos param para o cafe, a comida, o repouso….
7- Pretende voltar para o Brasil?
Não pretendo voltar, mas se com o passar dos anos perceber que não tenho oportunidade de crescer na minha carreira posso considerar.

8- O que almeja profissinalmente aqui em Firenze?

Trabalhar com o que eu adoro, que é o marketing digital.
9- O que faz aqui que não faria no Brasil? 
Trabalhar como vendedora.

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Roberto – O carioca Roberto Ferreira Gomesvive em Firenze desde 98. Veio pra cá incentivado pela família, já que 6 das suas irmãs estavam morando aqui (atualmente 5 estão aqui).  Ele trabalha como barman desde 2006 no Caffè La Posta, no centro da cidade.  Roberto vive com a esposa Tatiana (gaúcha que veio pra cá para fugir da violência no Brasil)  e com a filha de 4 anos. “Não existe dinheiro no mundo que pague a liberdade e a sensação de segurança, de poder sair a qualquer hora e não se preocupar se alguém vai te assaltar”.

1- Por que você veio?

Na época que cheguei eu tinha 24 anos e no Brasil trabalhava ganhando um salário mínimo. Como as minhas irmãs estavam aqui eu resolvi experimentar, até porque o Rio estava muito violento.  A situação no Brasil piorou demais nos últimos 10 anos. Nem sonho em voltar.

2- Como conseguiu regularizar a sua situação para poder trabalhar?

No início entrei no país com a autorização que é concedida aos familiares (ricongiungimento familiare).  Depois consegui emprego e me casei com uma brasileira que é cidadã italiana e devido também à nossa filha que nasceu aqui, consegui a cidadania.

3-  Quantas horas trabalha por semana?

Cerca de 40 horas mas sempre faço extraordinário. Tenho apenas 1 dia livre por semana. Mas nem todo dia trabalho 8 horas, às vezes faço meio expediente, depende da semana.

4- Quais são seus maiores gastos?

Meus gastos maiores são com aluguel e depois comida, carro.

5- Pode dizer a média do seu salário por mês? Consegue juntar dinheiro?

Ganho cerca de 1.200 euros por mês, mais extraordinário que varia a cada mês. Consigo juntar. Pouco, mas consigo (rs). E mando pro Brasil, diretamente na conta.

6- Qual o melhor aspecto de viver aqui em relação ao Brasil?

Em primeiro lugar está a segurança.  Não existe dinheiro no mundo que pague isso.

 

Antes de se aventurar é bom estudar a lingua  italiana, pois alem de sua capacitado e força de vontade, esse é um dos aspectos que podem te ajudar.  Deixo aqui alguns sites de empregos na Itália e agências especializadas na seleção de candidatos:

Indeed

Clicca lavoro 

Monster

Infojobs 

Cerco lavoro

Adecco

Obbietivo Lavoro

Gi Group

Bancalavoro

 

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As cidades italianas atingidas pelos terremotos

Os 2 fortes terremotos que abalaram a região central da Itália este ano causaram muitas mortes e destruição. O primeiro foi no dia 24 de agosto, com epicentro em Amatrice, no Lazio, com 299 mortes confirmados pela Defesa Civil.  O segundo foi no dia 30 de outubro e atingiu principalmente a cidade de Norcia, na Umbria, sem vitimas fatais, pois a população já havia deixado a cidade depois dos tremores de agosto. Essas tragédias fizeram desaparecer algumas cidades causando danos incalculáveis ao patrimonio artístico e deixado muitas famílias desabrigadas e que encontram-se alojadas em acampamentos improvisados. Depois das tragédias, uma grande onda de solidariedade.  Não apenas a Itália está se mobilizando para oferecer apoio e garantir o mínimo e indispensável à essas famílias que estão desabrigadas, mas a ajuda tem vindo de todo o mundo.  Além da Cruz Vermelha, muitos grupos de voluntários estão contribuindo.

terremoto

Solidariedade

A minha amiga Benedetta Mazzocchi, mãe de um colega de escola do meu filho mais velho, é voluntária e esteve no colégio esses dias solicitando ajuda também das crianças, que levaram alimentos para serem entregues aos desabrigados. Junto à uma equipe de voluntários do Ragazzi del 50/A, de Spoleto, Benedetta visitou algumas cidades que foram atingidas para levar as doações recolhidas aqui em Firenze. Ela contou para os pais dos estudantes que fizeram doações sobre a situação que encontrou nas 3 cidades onde esteve: Spoleto, Cascia e Norcia. O relato, feito através do grupo de WhatsApp da escola,  é comovente. Resolvi  traduzi-lo para publicar aqui no blog, junto com as fotos feitas por Benedetta:

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Benedetta, de blusa preta, com os voluntários do Ragazzi del 50/A, um grupo de amigos que desde agosto está ajudando a população da região atingida pelos terremotos

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As doações da escola aqui de Firenze

Oi pessoal, acabo de chegar de Spoleto e Norcia. Foi  uma viagem muito intensa.  Vimos situações  bastante  diferentes. Em Spoleto existe essa associação de rapazes chamada Ragazzi del 50/A que não mede esforços para estocar em uma grande garagem tudo o que chega. Eles estão dando prioridade para as pessoas com maior dificuldade de acesso, como casas isoladas e  e lugares de montanha. Peguei o contato deles para buscarmos intercâmbio com as escolas e informações seguras sobre onde adquirir com segurança os produtos típicos locais.

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Depois nos mandaram à Cascia porque haviam o contato de famílias com crianças celíacas. O mais tocante é que tem uma criança deficiente e celíaca  que não estava recebendo alimentos apropriados porque a estrada è de difícil acesso e a farmácia deles è esta:

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Cascia me impressionou bastante. As casas da cidade estão totalmente destruídas e ali tem um cordão de isolamento em volta onde no centro existe uma quadro tipo de refugiados e onde as pessoas comem, tomam banho e dormem. 

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Estes são os banheiros:

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E esta foi a coisa mais bonita que eu vi: a igreja deles.  Naquele momento estava acontecendo a missa e dentro tinham pessoas que cantavam. Aquilo me emocionou demais, fiquei arrepiada em presenciar aquela cena.

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Chegou um caminhão cheio de sapatos doados das lojas e muitos mulheres saíram de onde estavam para prová-los.

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Depois fomos pra Norcia e ali a situação é realmente dramática! Não se pode entrar na cidade, que é toda zona nossa (área vermelha). Os desmoronamentos são frequentes. As pessoas precisaram deixar suas casas no dia do terremoto e não puderam voltar para pegar nada. Existem listas de espera longuíssimas para poder voltar em casa para pegar apenas documentos, pois as pessoas podem entrar somente acompanhadas do Corpo de Bombeiros.  

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Ali ninguém esta à toa, todos ajudam, de crianças a idosos. Cada um tem uma função e dá uma mão.  Ali terminamos de descarregar os caminhões e a comida especial para celíacos  e para animais acabou na hora, muita gente apareceu para pegar. Assim como a água,  que não é suficiente.

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Uma coisa é clara: essas pessoas estão bem longe de uma solução e existe um risco de serem esquecidas.

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Toda ajuda é muito bem-vinda. Resolvi através do blog divulgar a situação e solicitar qualquer contribuição para os desabrigados. E agora que o inverno se aproxima,  entristeço só de imaginar famílias inteiras com crianças nas quadras improvisadas. Seguem os dados bancários da associação de voluntários, caso possam colaborar com qualquer quantia. Muito obrigada!

Intestatario del conto: Associazione “I Ragazzi del 50/A”
IBAN: IT55S0570421801000000166100
Banca Popolare di Spoleto SpA – Filiale di SPORT. SPOLETO VIA NURSINA

 

Vem chegando o outono

Hoje trago imagens que fiz neste mês de setembro, conhecido como o período do “rientro” (retorno). É a despedida do verão e o anúncio do outono, que já chega nesta semana.  O mês de setembro aqui na Itália  (período de volta às aulas e início do ano letivo) é bem parecido com o nosso janeiro no Brasil e é inelutável aquele sentimento de bons propósitos, esperanças renovadas e novos planos. São essas as sensações  que nos permeiam nesse período do ano. É a renovação,  uma  verdadeira metáfora do que o  outono significa. Neste post algumas imagens que fiz para celebrar a chegada do outono, uma das minhas estações prediletas. Porque a estação que mais gosto é a primavera!
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Na semana passada ainda estava bem quente por aqui. Muita gente ainda usando short e camiseta. Nos últimos dias tempo instável, com pancadas de chuva e logo depois, sol novamente…

 

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Turistas de todo o mundo invadam a cidade. Em setembro muitos grupos de cruzeiros. Aqui um grupo próximo à Loggia dei Lanzi, na piazza della Signoria

 

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E nos dias ensolarados a cidade se enche de alegria!!!!

 

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Setembro é a transição das estações. Ainda dá tempo de fazer um aperitivo ao aberto. Aqui na beira do rio Arno, no Lungarno Corsini

 

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Em setembro o sol começa a ser menos constante e se põe por volta das 19 horas. Aqui o final do dia na via della Spada

 

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O dia começando na Piazza della Signoria, coração pulsante da cidade

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Arte contemporânea – No Palazzo Strozzi instalação do artista chinês Ai Weiwei, que estará expondo de 23/9 até em 22/1, com o tema Libero. Nas janelas , os botes salva-vidas chamam a atenção para a questão da imigração

 

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Centro histórico de Firenze

 

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E as folhas começam a cair discretamente… ares de outono, que chega oficialmente daqui a 5 dias

 

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A cidade começa a ganhar outros tons…. e de manhã é necessário uma jaquetinha porque começa a ficar fresquinho

 

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Fiz esta foto hoje no Mugello, antes do temporal que caiu por volta das 17 horas. Mesmos secos, os girassóis ainda colorem as estradinhas da Toscana. Para conferir as flores em todo o seu esplendor, só no próximo verão!

 

Para quem vem passear em Firenze, aqui um post sobre o que fazer na cidade. E como muita gente me pergunta o que usar nessa época do ano, aqui vai um post com dicas sobre como preparar a mala de outono (veja aqui).