Arquivo do Autor: Denya Pandolfi

Sobre Denya Pandolfi

A minha paixão pela comunicação e pelo turismo é herança dos meus pais. Adoro viajar para observar e vivenciar as diversidades culturais. Depois que me formei em Jornalismo, passei longa temporada em Londres, um curto período nos Estados Unidos e atualmente vivo em Florença, com meu marido e nossos dois filhos. Desde 2005 sou retail na Ermenegildo Zegna. Busco sempre ver o lado positivo em todas as coisas e prefiro ter por perto aqueles que, como eu, dão mais valor às pessoas do que às coisas materiais.

Giardino delle Rose de Firenze

Com cerca de 350 espécies de rosas, o  Giardino delle Rose é um dos jardins panorâmicos mais lindos de Firenze. Localizado sobre as colinas de San Miniato e pouco abaixo do Piazzale Michelangelo, foi realizado em 1865 pelo arquiteto Giuseppe Poggi, o mesmo arquiteto que projetou o Piazzale Michelangelo, quando a cidade se preparava para se tornar a capital da Itália.
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O jardim fica em posição estratégica de onde temos um visual incrível para admirar toda Firenze.  E o que é melhor, a entrada é gratis!
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O Jardim das Rosas possui mais de 1200 plantas e cerca de 350 espécies de rosas, sendo que algumas espécies antigas são de 1500

O Giardino delle Rose foi aberto ao púbico em maio de 1895 e é um dos encantos da cidade. Desde 2011 o parque abriga 12 obras do  belga Jean-Michel Folon, doadas pela viúva logo após a morte do artista, em 2005.
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Obras do  belga Jean-Michel Folon enfeitam o jardim das Rosas

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Com cerca de 1 hectare, é um dos locais mais românticos e especiais de Firenze, onde os visitantes podem relaxar admirando toda a beleza da cidade.
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Atualmente o jardim abre durante todo o ano mas sem dúvida alguma a primavera é a melhor estação do ano para visitá-lo.

 

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Essas fotos foram feitas pela manhã. Ao entardecer, os visitantes se espalham pelo gramado para assistir daqui ao pôr do sol

 

Em 1998 o jardim ganhou um novo espaço, o Jardim japonês, realizado pelo arquiteto Yasuo Kitayama, doação da cidade de Kyoto, cidade que faz gemelado com Firenze.
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Aqui o visual que temos do Piazzale Michelângelo

Giardino delle Rose
São 4 acessos ao jardim: Viale Giuseppe Poggi, 2;  Via de San Salvatore al Monte;  Via del Bastioni e o outro que está fechado sem previsão de abertura.
Aberto diariamente das 9 às 20 horas (primavera e verão)
Entrada livre

 

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40 coisas pra fazer em Firenze

Firenze é uma cidade que tem muito a oferecer! Engana-se quem pensa que bastam apenas 2 dias por aqui. Fiz uma relação de sugestões com 40 coisas que você pode fazer antes de deixar a cidade. Quero saber quantas dessas você já fez ou pretende fazer:

1- Fazer uma refeição com uma vista arrebatadora da cidade

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2- Degustar 1, 2, 3 ou vários paninos

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3- Comprar flores nos mercados

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4- Participar de um foodtour pelo Oltrarno

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5- Subir até a cúpula do Duomo

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6- Assistir ao pôr do sol do Piazzale Michelangelo

7- Visitar os Jardins de Boboli

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8- Visitar igrejas não tão conhecidas, como a Chiesa di Ognissanti, onde está sepultado Sandro Botticelli

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9- Fazer uma sessão de fotos com um fotógrafo profissional

10- Passear em Fiesole

11- Experimentar quantos sorvetes tiver vontade

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12- Passear sem destino por Santo Spirito

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13- Participar de uma aula de cozinha

14- Escolher qual a mais linda estátua da Loggia dei Lanzi

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15- Garimpar antiguidades nas feirinhas

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16- Visitar o mercadinho de frutas e verduras de San’Ambrogio pela manhã

17- Ter uma refeição completa com todos os pratos (antipasto, primo, secondo, contorno e dolce!)

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18- Fazer um tour no Palazzo Vecchio e subir até a Torre de Arnolfo

19- Curtir a vista da cidade de San Miniato al Monte

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20- Fazer um passeio de sidecar

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21- Comprar frutas e verduras nas históricas bodegas do centro

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22- Visitar o Giardino dell’Orticoltura

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23- Fazer um giro no carrossel da Piazza della Repubblica

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24- Saborear um cappuccino numa cafeteria  histórica da cidade

25- Fazer um tour de 500 vintage

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26-Admirar as esquinas da cidade

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27-Praticar SUP ou rafting no Rio Arno

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28-Admirar os artesãos do Oltrarno enquanto produzem suas peças

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29-Descobrir a streetart da cidade

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30 – Alugar uma bicicleta para explorar a cidade

31- Visitar a feira que acontece todas as terças no parque Le Cascine com precinhos bem camaradas

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32-Tomar um drink no terraço da loja La Rinascente

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33- Relaxar na Società Canottieri e admirar a Ponte Vecchio de outra perspectiva

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34-Experimentar sem culpa os lindos e gostosos doces que enfeitam as vitrines das confeitarias

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35- Bater papo com as simpáticas noninhas pelos mercados da cidade

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36- Hospedar-se num apartamento e viver como um local

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37- Almoçar na padaria

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O Museu Uffizi de Firenze

A Galleria degli Uffizi  é um dos mais antigos museus da Europa e reúne a mais importante coleção renascentista do mundo. Para quem não tem muito tempo em Firenze e precisa escolher apenas um museu, sem dúvidas alguma este é o que eu indico. O Uffizi é o mais importante museu da cidade e em suas salas podemos contemplar  obras de Masaccio, Botticelli, Raffaello, Giotto, Michelangelo, Filippo Lippi, Tiziano,  Leonardo e Caravaggio, só pra citar alguns. Além de quadros e esculturas,  um acerco com 170 mil  desenhos e estampas.
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O Museu Uffizi surgiu para reunir num só local os escritórios (uffizi em italiano) dos magistrados do Grão-Ducado da Toscana

O museu, construído em 1560, surge com a intenção de reunir em um só lugar os escritórios administrativos da Toscana, então espalhados por diversos pontos da cidade. Giorgio Vasari, que tinha como mecenas os Medici, foi convocado por Cósimo I para a construção da obra. Toda a área atualmente ocupada pelo Palazzo degli Uffizi foi inteiramente transformada. Muitas casas daquela área foram destruídas para a realização das obras, até mesmo a Chiesa di San Pier Scheraggio, uma antiga igreja românica do seculo 11, foi parcialmente destruída. Uma parte foi integrada no interno do prédio em construção.
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E no ano de 1565, o famoso arquiteto projetou um prédio em foma de “U”. Alguns anos depois Cosimo decidiu unir o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti,  que era a residência dos Medici, através de uma passagem secreta, o Corredor Vasariano.
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O Corredor Vasariano passa sobre a Ponte Vecchio

Mas o que existia neste local antes do Uffizi?  Esta região, próxima ao Arno, abrigava o Teatrino da Baldracca, degli Zanni ou della Dogana.  Era uma área da cidade com má fama, redutor de bordéis e prostíbulos, que deu espaço aos escritórios onde atualmente funciona a Biblioteca degli Uffizi.
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O Corredor Levante com esculturas gregas e romanas que pertenciam à familia Medici

 

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Grotesque – a decoração dos corredores. A Pintura conhecida como grottesche (da palavra gruta). A inspiração é da Domus Aurea, antiga residência romana do imperador Nero

Quando Vasari morreu, em  1574,  o projeto foi passada aos arquitetos Bernardo Buontalenti e Alfonso Parigi Il Vecchio, que terminaram o prédio por volta do ano de 1580. O museu foi aberto ao público em 1769 com os Lorena, família sucessora dos Medici.
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No século 19, nos nichos externos do prédio, foram colocadas 28 estátuas de homens ilusões da Toscana, como Maquiaavel, Dante Alighieri, Leonardo da Vinci, Giotto e Donatello

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O Museu Uffizi possui quase 50 salas, que são distribuídas em 3 andares. Para quem não tem muito tempo e quer visitar as principais salas, indico aqui as minhas prediletas, citando alguns artistas e obras. A visita começa pelo último andar:

Sala 2 –  Il Duecento  e Giotto –  O espaço reúne as pinturas mais antigas do museu,  de arte gótica e bizantina. Muitas obras lembram as artes sacras medievais. Reúne obras de 3 grandes artistas  toscanos da Idade Média, como Cimabue, Duccio di Buonninsegna e Giotto. Com Giotto inicia-se uma verdadeira revolução no âmbito figurativo que leva mais tarde ao Renascimento.

Obra de Giotto, Madonna col bambino in trono (1300-1305)

 

Salas 5 e 6 – Gotico Fiorito ou Fiammeggiante ou Gotico Internacional – Compreende o período que vai do final dos anos  1300 ate o início dos anos 1400. Esse estilo representa o gosto elegante das cortes,  com uma mensagem mais formal, dando uma prova que eram capazes, com uma linguagem que exprimia a riqueza. Lorenzo Monaco e Gentile da Fabriano são alguns dos artistas que encontramos nessas salas.

 

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Obra do fiorentino Lorenzo Monaco, proveniente do Mosteiro da Santa Maria degli Angeli, Coroação da Virgem

Adoração dos Magos, de Gentile da Fabriano (1423). Foi encomendada por um dos mais ricos florentinos da época, Palla Strozzi. As famílias encomendavam obras para mostrar prestígio e riqueza. Nesta obra, observamos o uso de ouro e prata. Boa parte da moldura é ainda a original

 

La Tribuna
Francisco I de Medici, que sucedeu Cosimo a partir de 1574, decidiu reunir no último andar a coleção de pinturas, estátuas e objetos de arte, armaduras e medalhas. Com  a morte de Vasari, em 1574,  Bernardo Buontalenti continuou os trabalhos. Dentre os trabalhos que realizou, a construção de uma “tribuna”, em forma octagonal, para mostrar a glória da poderosa família Medici.  A proposta  da Tribuna era diferente da concepção de  museu  daquela  época e  não  devia expor apenas obras de arte como esculturas e pinturas, mas também objetos provenientes da natureza.  Na cúpula, 6 mil conchas do Oceano Indico enfeitam  o espaço, que traz ao centro a Rosa dos Ventos.
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La Tribuna,  considerada o primeiro museu do Ocidente,  é o espaço mais antigo do museu.  Ao centro, a escultura de mármore Vênus dos Medici

A Tribuna foi construída entre 1581 e 1583 pelo arquiteto Buontalenti para abrigar preciosidades do grão-duque Francesco I de’ Medici. Este era o quarto das maravilhas, Wunderkammern em alemão, com pinturas, estátuas em prata e bronze, mármore, vasos de cristal de rocha e pedras duras,  joias,  objetos com pedras raras, medalhas e camafeus antigos.  Possui uma linda cúpula, com piso de mármore e paredes vermelhas  de veludo. Esses espaços são também  conhecidos como gabinetes de curiosidades e pertenciam às famílias nobres. Era o local que abrigava coleções de objetos raros, exóticos ou curiosos provenientes de diversas partes do mundo.  Não  era um local para expor apenas obras de arte como esculturas e pinturas, mas também objetos provenientes da natureza.  O acesso não é permitido aos visitantes.

 

Simbologias – Por vontade de Francesco, a decoração da Tribuna faz alusão aos quatro elementos do Universo:  Terra, Água,  Ar e Fogo

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Seguindo pelo corredor Levante, novas coleções de retratos  e instrumentos científicos foram acrescentados a partir de 1587, com o duque Fernando I. Após sua morte a galeria permaneceu inalterada por muitos anos.

 

Sala  8-  Filippo Lippi –  Lippi é um dos protagonistas do primeiro Renascimento. Nesta sala destacam-se Filippo e seu filho Filippino,  aluno de Sandro Botticelli. Nesta sala estão também  obras do artista natural de Arezzo Piero della Francesca, que realizou os retratos dos duques de Urbino, entre 1465 e 1472.

 

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Obras de Piero della Francesca, dentre as mais famosas do Renascimento italiano. Os Duques de Urbino

 

Madonna con bambino e Angeli (obra conhecida também como Lippina), de Filippo Lippi (aproximadamente 1465), que era um frei fiorentino e se apaixonou por uma freira chamada Lucrezia Butti e acabaram se casando

Sala  9 – Temperanza de Piero del Pollaiolo, de 1470

Salas 10 a 14- Botticelli – Aqui estão expostas as célebres obras ” O nascimento de Vênus e a “A Primavera”, feitas pelo artista florentino Sandro Botticelli (1445-1510). As salas abrigam também obras de outros artistas.

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O Nascimento de Vênus é uma das obras mais famosas e amadas do mundo. Foi feita por Botticelli entre 1482 e 1485, sob encomenda da família Medici e retrata o nascimento de Afrodite, a deusa do amor, também chamada Vênus

 

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O quadro “A Primavera”, realizado entre 1477 e 1482

 

Madonna del Magnificat, de 1481, de Sandro Botticelli

 

A obra Adorazione dei Magi Tornabuoni, de 1487, realizada por Ghirlandaio, exposta na Sala Botticelli

 

Amor e Psique, arte romana no Corredor do Arno

No corredor, a estátua de Amor e Psique, lenda da mitologia greco-romana. Amor (ou Eros, é conhecido na mitologia grega como Cupido), é filho de Afrodite, deusa do amor e da beleza e Psique, uma das 3 filhas de um rei, é uma lindíssima mortal. A vingativa Afrodite (ou Venus), invejosa pela beleza da jovem, armou um plano e pediu ao próprio filho Eros que o executasse, lançando uma de suas flechas e fazendo ela se apaixonar por um monstro horrível. Eros aceitou, mas, quando se aproximou da moça, ficou tão encantado com sua beleza que se distraiu a ponto de uma de suas flechas o acertar, fazendo-o apaixonar-se perdidamente por Psique, que em grego significa alma.
Para viver seu amor “mortal” sem que sua mãe soubesse, Eros levou Psiquê para um palácio, sem revelar a sua identidade. Durante as noites, o Cupido ia se encontrar com Psique, mas sem nunca mostrar o rosto, e os dois viviam momentos intensos de paixão. A jovem princesa havia aceitado o acordo, mas, como era muito curiosa, e instigada por suas irmãs, queria ver o rosto de seu amado. Ela esperou que Cupido dormisse e se aproximou dele com uma vela. Ela ficou tão extasiada com a beleza do marido que se distraiu e deixou cair acidentalmente uma gota de cera no corpo de Cupido, que acordou e fugiu raivoso. Para conseguir ficar com Cupido Psique precisou superar várias provas e acabou sendo perdoada por Eros, que também estava sofrendo com a sua ausência. A partir desse momento os dois nunca mais se separaram. O mito de Eros e Psiquê retrata a união entre o amor e a alma. É uma tema retirado da fábula mitológica do escritor Apuleio, do século II dC.

No Corredor de Ponente

Sala 35- Leonardo – Nesta sala, restaurada em 2018,  estão alojadas 3 obras mais jovens do mestre Leonardo, antes de mudar-se para Milão, em 1482. Obras como Il Battesimo di Cristo, l’Adorazione dei Magi, e l’Annunciazione.

Realizada entre 1481 e 1482, L’Adorazione dei Magi, obra incompleta de Leonardo

 

A obra Anunciação, da igreja florentina de San Bartolomeo, em Monte Oliveto, com um anjo tão real que propaga sua sombra. Ao fundo, paisagem de mar e montanhas é uma das maiores provas do artista sobre a representação atmosférica do “distante”

Sala 38 –  Esta  sala  abriga a  belíssima escultura de época romana Hermafrodito Adormecido,  que passou a fazer parte do acervo do museu em  1669, com Cosimo III de’ Medici.

Hermafrodito Adormecido é uma escultura tomada do século II DC. No corpo coexistem o masculino do pai Hermes e o faminto da mãe Afrodite . É uma das obras mais sensuais da antiguidade, muito apreciada pelo próprio Michelangelo

 

Sala 41 – Raffaello e Michelangelo – O museu abriga algumas obras de Raffaello,  que nasceu em Urbino  em 1483 e viveu em Firenze entre 1504 e 1508. Michelangelo e i Fiorentini. Área dedicada à obra Sagrada Família, também conhecida como Tondo Doni.

 

Madonna del Cardelino (1505- 1506), uma das obras-primas de Raffaello Sanzio

 

Na mesma sala das obras de Rafael fica a obra Tondo Doni, de Michelangelo, realizada no início do século 16, a pedido de Agnolo Doni, rico florentino amante da arte.  A pintura em têmpera sobre madeira com moldura realizada por Michelangelo é o único quadro realizado pelo artista.

Sacra Famiglia, conhecida como Tondo Doni, de Michelangelo, realizada para Agnolo Doni.  A obra é de 1505-1506

Sala 42 – Sala della Niobe. Esta sala é repleta de um grupo de esculturas ligadas à mitológica lenda de Niobe e Anfione e de seus filhos. Com decoração neoclássica, a sala abriga cópias de estatuas romanas de originais gregas provenientes de Roma.

Sala della Niobe

 

No final do corredor Ponente,  cópia de Laocoonte, realizada por  Baccio Bandinelli . A obra original foi desenterrada em Roma em 1506 e deixou Michelangelo impressionado. A descoberta dessa obra passou a ter forte influência em seus trabalhos artísticos

Periodo Helenístico, Laocoonte, de Baccio Bandinelli

 

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O caffé no terraço do museu, com vista para o Duomo. Um excelente local para uma pausa relax antes de descer para começar o percurso no primeiro andar

Novas Salas – Em maio de 2021 14 novas salas foram inauguradas com pinturas dos anos 1500. Nessa área, obras-primas de Daniele da Volterra, Rosso Fiorentino, Pontormo, Parmigianino.

 

Obras que retratam membros da família Medici

 

Obra de Bronzino, Eleonora di Toledo e o filho Giovanni

 

Obra maneirista de Rosso Fiorentino “Putto che suona, realizada em 1521

 

Federico Barocci, Madonna del Popolo

 

Sala 83– Esta sala  é dedicada à pintura vêneta e sobretudo ao célebre artista Tiziano.

 

Obra Venere di Urbino , de Tiziano, que foi completada em 1538

 

Os visitantes podem admirar as obras de arte veneziana e florentina da coleção Medici em novas salas, inauguradas em maio de 2019

Sala 90 – Caravaggio – É praticamente no final do percurso que encontramos o espaço dedicado à Caravaggio e à pintura dos anos 1600, que desde fevereiro de 2018 ganhou uma ala nova, constituída de 8 salas. O espaço abriga grandes obras de Michelangelo Merisi (1571 – 1610), conhecido como Caravaggio, que morreu tragicamente aos 39 anos, em 1610. Nesta ala podemos contemplar obras de artistas como Rembrandt, Rubens e Van Dyck.

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De Caravaggio, Lo Scudo com testa di Medusa, que seria o seu auto-retrato, feito em 1597

 

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Bacco, de Caravaggio, feito em 1595

 

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De Rubens, a obra Giuditta con la testa di Oloferne , realizada entre 1626 e 1634

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Obra de Parmigiano, Madonna com o pescoço comprido (1534-1535)

 

Obra de Artemisia Gentileschi

 

Em 2011 foram inauguradas as salas dedicadas a pintores estrangeiros, as “Sale Blue”, com obras de artistas espanhóis, franceses e holandeses dos séculos 16, 17 e 18. As “Sale Rosse” dedicadas à “Maneira moderna”, com obras de grandes artistas do Renascimento, como  Michelangelo, Raffaello e Tiziano. As “Sale Gialle” dedicadas a pintores florentinos do século 17 e as “Sale Verdi” com estátuas de mármore, sobretudo retratos  gregos e óperas de arte romanas. Para ver a o mapa das salas, clique aqui .

 

Reserve de 2 a 3 horas para visitar o Museu Uffizi.

 

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A bilheteria para retirar os bilhetes para quem adquire os ingressos “salte a fila”

Galleria degli Uffizi

Piazzale degli Uffizi

Horários: De terça a domingo : 8:15 às 18:50  (a bilheteria fecha às 18:05)

Fechado às segundas, Ano Novo, 1º maio e Natal

 

Valor do bilhete:

12 euros na baixa temporada e 25 euros na alta temporada

Obs: quem adquire o bilhete para visitar o Uffizi tem direito a visitar o museu Arqueológico e o Opificio Delle Pietre Dure de Firenze.

O museu participa de iniciativas com gratuidade em determinadas datas

A experiência em um hotel 5 estrelas de Roma

Há algumas semanas estive em Roma para conhecer o Hotel de Russie, um requintado 5 estrelas localizado entre a Piazza del Popolo e a Piazza di Spagna. O hotel, inaugurado no ano 2000, faz parte da luxuosa rede Rocco Forte Hotels, dos irmãos Rocco Forte e Olga Polizzi.  Neste post vou contar como foi a minha experiência de hospedagem em um dos endereços mais tradicionais e exclusivos da capital italiana, excelente opção para quem viaja a lazer ou a trabalho.

 

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A rede foi fundada em 1996 pelos irmãos Rocco Forte e Olga Polizzi. A família está no segmento da hotelaria há 4 gerações

O serviço é impecável, com staff gentil, atencioso, simpático e discreto. Além de oferecer serviços como agendamento nos restaurantes indicados pelo concierge ou transfer privativo para o aeroporto, o hotel disponibiliza, por exemplo, experiências exclusivas para os clientes, como consultorias privadas nas áreas vips das mais renomadas lojas de grife, que ficam todas naquela região.

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A varanda do meu apartamento era de frente, com vista para a Piazza del Popolo

Poucos minutos após a minha chegada em meu apartamento, localizado no 4º andar, fui contemplada com uma bandeja de tira-gostos e um kit com a receita e os ingredientes para preparar o meu próprio drink de boas-vindas.  Segui as instruções e voilà, o meu Martini Cocktail estava pronto!

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O espaçoso quarto tem escrivaninha, sofá,  poltrona e objetos de design e livros sobre requintada mobília. As camas são bem grandes, confortáveis, decoradas com almofadas e travesseiros.

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Este foi o apartamento onde me hospedei. Quarto espaçoso, elegante e repleto de luz natural

 

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O banheiro de mármore com mosaicos greco-romanos nas paredes

 

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Um bilhete de boas-vindas escrito a mão e uma bandeja com os ingredientes e instruções para preparar um cocktail. Turn-down service que prepara o quarto à noite e pela manhã o seu jornal é deixado na porta do quarto

O turn-down, serviço oferecido pelo hotel que transforma o quarto num ambiente agradável  para dormir, inclui o fechamento das portas da varanda e cortinas, uma bandeja com água natural e com gás na cabeceira, camas prontas para dormir e chinelinhos colocados ao lado da cama e um bilhetinho com a previsão do tempo para o dia seguinte.  Como é bom sentir-se paparicada!

História do hotel

O Hotel de Russie abriu suas portas no final do século 19,  num edifício  construído em 1818 para a família Torlonia.  Funcionou até o ano de 1969 como hotel e por 40 anos foi a sede da rede italiana Rai.

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Uma grata surpresa! O jardim do hotel, um oásis verde inimaginável por quem observa a estrutura do lado de fora. O pátio do jardim tem área com cantinhos charmosos excelentes para leitura, relax ou bate-papo

O hotel foi projetado por Tommaso Ziffer e uma das áreas mais maravilhosas é o jardim no pátio interno, o Giardino Segreto, um oásis verde que encanta e surpreende os visitantes. O jardim foi reprojetado por Giuseppe Valadier, o mesmo arquiteto que desenhou a Piazza del Popolo e o atual design leva a assinatura da paisagista Antonella Daroda. Diariamente o jardim, que ganhou muitas espécies de rosas e laranjeiras, recebe cuidados e suas árvores centenárias estão protegidas. Conta também com uma horta,  com plantinhas de basílico, alecrim e outras ervas.

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O Giardino Segreto

 

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Com o doorman Christian, que desde a inauguração do hotel, no ano 2000, recebe os clientes com simpatia e profissionalismo e Chiara Di Fonzo, Communications & Marketing Executive

 

Instalações 

O hotel conta com 10 categorias de apartamentos. No total são 120, com tamanhos diferentes.  São 86 quarto e 34 suítes. Todas as unidades oferecem Wi-fi complementar, TV com entretenimento interativo, frigobar, cofre, roupão e chinelos.  Os banheiros, com banheira, são em mármore, com amenities de higiene e beleza assinados Forte Organics, produtos fabricados com ingredientes orgânicos na propriedade da família na Sicília.

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A Superior Deluxe Suite (foto divulgação site Hotel de Russie)

O hotel apresenta um mix do estilo clássico e contemporâneo, onde impera o verde, que caracteriza o Hotel de Russie.  Nas paredes, quadros com monumentos da cidade, objetos vintage,  almofadas coloridas em ricos tecidos.  A designer do hotel é a sócia Olga Polizzi.

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Uma das Executive Suites

Eu visitei o hotel em maio, mês de alta temporada e o hotel estava com ocupação quase total das categorias superiores.  Pude visitar algumas das Executive Suites, que foram recentemente renovadas. Elas apresentam uma vista deslumbrante para o esplêndido jardim.

 

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O maravilhoso terraço da Nijinsky Suite, a mais cara do hotel , com 172 m2 (foto divulgação)

 

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A Popolo Suite, com varanda e vista para a Piazza del Popolo (foto divulgação)

Restaurante, bar e spa

Na área do jardim fica o Restaurante Le Jardin de Russie, que traz o ilustre chef Fulvio Pierangelini (já tive o prazer de jantar no restaurante Irene de Firenze, do qual é supervisor criativo), e o requintado Bar Stravinskij.

O café-da-manhã é servido no salão do restaurnte e pode ser tomado nos jardins. O buffet com frutas frescas, yogurts e geleias homemade, bolos, tortas, queijos, presuntos.

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O salotto com o completo buffet. Começar o dia com um café-da-manhã caprichado no deslumbrante jardim do hotel é uma experiência única!

No andar térreo fica um equipado Spa,  com hidromassagem com água quente e salgada, salas para tratamentos, sauna finlandesa , banho turco, cabeleireiro e  até uma academia com instrutor.

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O bar Stravinskij é um endereço requisitado na capital italiana e costuma reunir vips e jetsetters. O cardápio com a relação de drinks é vastíssima!  O bar tem menu variado e caprichado para quem fazer refeições, desde antepastos, saladas, massas, sopas, carnes, peixes e diversas opções com caviar.

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O fascinante bar Stravinskij, onde você pode saborear drinks inovativos seja neste ambiente moderno e refinado que na área externa do jardim, em total relax!

O restaurante, o bar e o Spa são abertos mesmo para quem não está hospedado no hotel. No andar térreo ficam 4 salas de reuniões  para celebrações privadas e eventos corporativos.

 

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A entrada do Hotel de Russie, na via del Babuino (foto divulgação)

Localização –  O Hotel de Russie  fica na via del Babuino, a apenas 45 metros da Piazza del Popolo. A rua onde está localizado o hotel permite que você caminhe a pé para explorar diversos pontos interessantes da cidade. Imaginem que a apenas 5 minutos  você chega na Piazza di Spagna e dali pode circular por uma das áreas mais elegantes para compras da cidade, que é a região das luxuosas lojas de grife que estão na via dei Condotti e Borgognona.

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A praça e a entrada do maravilhoso parque da Villa Borghese, uma área verde de 2800 metros quadrados, que é praticante integrado ao jardins do hotel

 

A rede Rocco Forte conta com 10 hotéis e resorts:

Hotel de Russie, em Roma

Savoy, em Firenze,

Verdura Resort, na Sicilia,

The Balmoral, em Edinburgo, Browns’ Hotel , em Londres,

The Charles Hotel, em Munique,

Villa Kennedy, em Frankfurt,

Hotel de Rome,  em Berlin,

Hotel Amigo em Bruxelas

Astoria, em Sao Petersburgo.

 

Hotel de Russie

Via del Babuino, 9 – Roma

 

Fiquei hospedada no Hotel de Russie à convite da rede.  A gratuidade não condiciona o meu relato. As impressões  descritas no texto são pessoais e baseadas na minha experiência.

Compartilhei a minha experiência no Instagram @grazieateblog e se quiser conferir os vídeos que fiz, é só dar uma olhada nos destaques

 

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O pão toscano

Depois de um percurso de 15 anos, o pão toscano conquistou a Denominação De Origem Protegida e o Consorzio del Pane Toscano DOP apresentou recentemente toda a trajetória e as características do produto, de altíssima qualidade certificada. O pão caracteriza a história e a cultura da região desde a Antiguidade e é utilizado em muitas receitas aqui na Toscana. Alguns pratos  à base de pão toscano foram apresentados pelo chef Arturo Dori, na escola de cozinha Desinare, num evento que reuniu jornalistas e blogueiros.

 

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A maravilhosa cozinha da Desinare

 

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O pão toscano obteve a Denominação de Origem Protegida em 2016 e acaba de lançar nova logomarca e novo site com informações ricas e detalhadas a respeito do produto

 

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Roberto Pardini presidente do Consorzio del Pane Toscano DOP

O pão toscano de levitação natural é obtido com farinha de trigo mole do tipo “0”, fermento natural e água, sem aditivos ou outros coadjuvantes. O trigo é cultivado principalmente nas províncias de Livorno, Siena, Arezzo e Grosseto.  Uma vez obtida a farinha, são acrescentadas a massa ácida e a água.

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O chef Arturo Dori em ação

 

O pão toscano é  sem sal, com a crosta crocante e o interno macio. Pesa geralmente 500 g e pode ter a forma retangular, redonda ou oval. E outra importante  característica é em relação a sua conservação, que pode durar até 7 dias, graças à levitação com massa ácida.

 

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Como o pão é sem sal, é prefeito para várias combinações, seja com produtos salgados ou doce, como mel ou geleia. Cai perfeitamente bem com salames, presuntos e queijos típicos das tradições toscanas, pois resultam num excelente equilíbrio de sabores. O miolo do pão, que é macio mas consistente, permite combinações com diversos molhos e é o ingrediente principal para muitas receitas, como panzanella, pappa col pomodoro, ribollita e sopa toscana. A gastronomia toscana é baseada em ingredientes simples e genuínos, dando alusão à cozinha pobre, devido à sua origem camponesa e ao fato de que muitos pratos são preparados com reaproveitamento. Confira no blog os pratos típicos da Toscana.

 

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Crostini di fegatini. Pão com patê de fígado de frango

 

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A panzanella é um prato típico do verão, preparada com pão, tomate, pepino, manjericão e cebola

 

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Nhoque de pão by Arturo Dori

 

O pão toscano DOP  preserva e garante a originalidade da preparação e o controle da matéria-prima utilizada. E para reconhecê-lo é fácil, pois leva uma marca circular sobre o pão,  garantindo ao consumidor que o produto é certificado.

 

Antico Setificio Fiorentino

O Antico Setificio Fiorentino é uma das mais antigas e famosas tecelagens do mundo. Excelência do made in Florence, a empresa foi fundada em 1786 por nobres famílias florentinas e ainda funciona com teares originais do século 18.  A fábrica de seda produz estofados para cortinas, almofadas e toalhas usadas na decoração e  na restauração de luxo.

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Estive visitando a sede da empresa, que fica em San Frediano, no Oltrarno, região de grande tradição artesanal da cidade de Firenze.

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É uma verdadeira viagem ao passado presenciar as máquinas trabalhando sendo guiadas por artesãos no grande galpão da fábrica,  que possui teares manuais e semi-mecânicos em funcionamento.

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Os tecidos do Antico Setificio Fiorentino ornamentam prestigiosos museus e maisons não apenas na Itália mas como em diversos países do mundo. Galleria degli Uffizi, o Vaticano, o Palazzo Madama, indumentos do Palio de Siena, em Roma e o kremlin de Moscou. A fabrica de seda produziu tecido com desenhos exclusivos para papas, príncipes e princesas e famìlias nobres da Europa. E um fator interessante é que a tecelagem utiliza seda proveniente do Brasil, que tem a seda mais forte do mundo e apropriada ao teares artesanais.

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A empresa conta com 12 telaios em funcionamento, dos quais 6 são manuais do século 18 e 6 são mecânicos, do século 19

Relíquia de grande valor historico é o Orditoio de Leonado da Vinci, um tear  desenhado pelo mestre do Renascimento que ainda hoje é utilizado para a produção.

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A tecelagem pertenceu por muitos anos à família Pucci mas em 2010 foi adquirida pela maison fiorentina Stefano Ricci, de moda masculina. E quem quiser pode adquirir produtos para a casa como almofadas, cortinas, colchas e tecidos na loja da marca, ao final da visita à tecelagem.

Antico Setifico Fiorentino

Via Lorenzo Bartolini, 4

San Frediano

Visitas com hora marcada  – valor 100, euros

 

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Um dia em Pádua, a cidade de Santo Antônio

Pádua, a cidade do Santo, é charmosa,  dinâmica e um dos mais importantes destinos turísticos religiosos da Itália. Seu centro histórico apresenta construções em estilo medieval e renascentista que contrastam com alguns prédios de arquitetura mais moderna do século 20. É uma cidade rica histórica e culturalmente e apresenta um vibrante estilo de vida graças principalmente às suas universidades.

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Com 215 mil habitantes, a elegante Pádua é a cidade de Santo Antonio, padroeiro das crianças, protetor da família, dos casamentos,  e um dos santos mais conhecidos e venerados do mundo.

 

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Muitos brasileiros que visitam a cidade limitam-se à Basílica do Santo. Mas Pádua possui muitas outras incríveis atrações, principalmente no âmbito artístico. A cidade possui construções famosas e  praças imponentes, museus e  parques.   Até mesmo para quem quer fazer umas comprinhas poderá encontrar boas opções no comércio local, com  lojas de grife e ateliês com artesanato local. E muitos bares e restaurantes para um pitstop, onde turistas dividem as mesinhas com os locais, simpáticos, solícitos e hospitaleiros.

 

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Reserve um dia inteiro para explorar a cidade sem pressa. Pádua é elegante, graciosa e muito bonita. Tem 12 Km de pórticos (perde apenas para Bolonha e Torino). Eu havia visitado a cidade há muitos anos e resolvi voltar sozinha com mais calma para conhecer as atrações que ficaram falando.  Neste post apresento o que fazer em um dia na cidade.  Caso queiram seguir o meu roteiro, aqui listo 10 atrações pra fazer a pé na cidade. Fiz  um bate e volta saindo de Firenze.

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Corso del Popolo é a rua que precisamos pegar ao sairmos da estação para começar a explorar a cidade. Optei por fazer todo o passeio a pé

 

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 10 atrações de Pádua

1 – Basílica de Santo Antônio – Os padovanos chamam Santo Antônio de “Il Santo”. A Basílica del Santo é o principal monumento de Pádua e uma das maiores igrejas do mundo.  Independente de sua religião, uma visita ao local é obrigatória pois faz parte de  um verdadeiro circuito artístico. Construída em sua memória a partir de 1232 para guardar os restos do frade franciscano Antônio, que morreu em Pádua no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos.

 

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A igreja é um dos mais importantes santuários cristãos do mundo e recebe anualmente mais de 6,5 milhões de peregrinos

 

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A Basilica tem 155 metros de comprimento e 39 de altura

A construção apresenta uma fusão de estilos: românico na fachada,  gótico nos arcos e bizantino em suas capelas.  A igreja abriga muitas obras de artistas italianos.

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Caracterizado por diversas esculturas em bronze, o altar realizado por Donatello entre 1446 e 1453

Dentro da igreja está a  Capela do Tesouro, principal atração do local, que custodiam as relíquias do Santo. Na  Capela das Relíquias  estão a túnica do Santo, além de sua  língua e o queixo  do santo.

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O túmulo de Santo Antônio, na Capela da Arca

A igreja abriga a Capela da Virgem Maria, posteriormente anexada à basílica. Era uma pequena igreja chamado Santa Maria Mater Domni, onde estava o corpo do santo até 1262.

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O Chiostro della Magnolia, que faz parte do complexo da Basílica

O horário de abertura da Basílica  varia de acordo com o período do ano. Clique aqui para conferir.

2- Prato della Valle – a poucos minutos da Basílica está este enorme parque, uma  área verde com um canal circundado de estátuas. É a segunda maior praça da Europa e impressiona não apenas por sua imensidão mas também por sua beleza e imponência.  Antigamente hospedava um grande teatro romano e onde aconteciam corridas de cavalo. É um local lindo e agradável para passear, andar de bicicleta e  pegar sol.

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O praça é cercada por um canal com estátuas dos 2 lados. Ao fundo podemos observar a Igreja Santa Giustina

 

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Ao centro a Isola Memma

3- Duomo e Batistério –  O Duomo da cidade é dedicado à  Santa Maria Assunta. O  início da construção é do século IV e a construção atual é do século  16, em cujo projeto participou o mestre Michelângelo. Apesar dos trabalhos terem sido iniciados durante o Renascimento, em 1551, foi completada em 1754, e apresenta fachada inacabada.

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A Igreja de Santa Maria Assunta foi consagrada em 1754

4 -Piazza dell’Erbe della Frutta e dei Signori –  Neste local é onde acontece o mercado. É uma parte da cidade cheia de vida,  onde os cidadãos se encontram para  papear e escolher os produtos nas diversas bancas espalhadas por toda a praça.  Não deixem de visitar o andar de baixo que tem uma galeria com produtos gastronômicos.

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5- Palazzo della Ragione – Construído em 1218, sofreu ampliações em 1306. A construção, a mais imponente e símbolo da cidade,  tem 82 metros de comprimento por 27 de largura. Por séculos foi a sede do Tribunal. Conservava afrescos de Giotto que foram destruídos no incêndio de 1420. A “Grande Sala” do edifício é um espaço para exposições e encontros culturais. Visitável a pagamento.  O ingresso custa 6 euros ( o valor por varia em caso de exposições temporárias). Sobre os horários, detalhes aqui.

6- Cappella degli Scrovegni –  o prédio que abriga a capela é bem simples e uma pessoa que o observa de fora não pode imaginar o tesouro que guarda: o mais importante ciclo de pinturas do mundo!  A Capela foi construída na antiga Arena Romana no século 14 por uma rica família de banqueiros, os Scrovegni.  Encarregado por Enrico Scrovegni, em 1303 o artista toscano Giotto Di Bondone iniciou os trabalhos que duraram apenas 2 anos.   O ciclo pictórico ocupa  toda a superfície interna da capela e consiste em 39 episódios da vida da virgem e de Cristo, pintados em painéis ao longo dos corredores,  de um arco e  também a abóbada com o céu estrelado.  Essa é a maior obra-prima de afrescos do artista e testemunha a profunda revolução que o pintor iniciou na arte ocidental.

A visita à capela dura 30 minutos e começa com um vídeo na recepção que explica toda a sua história. É difícil conseguir entrar sem reserva pois é uma das mais disputadas atrações da cidade e as visitas são limitadas. Sugiro  reservar os bilhetes com antecedência, clicando aqui no site oficial você pode adquirir os ingressos. Eu comprei o bilhete por 13 euros que dá direito  a visitar também os Museus Cívicos .

 

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Giotto marcou época, pois começou a revolução da pintura moderna. A Capela Scrovegni, conhecida por todos pelo sobrenome da família de Enrico, que encomendou a obra, é dedicada a Santa Maria della Carità

Horário de visitação : diariamente, das 9 às 19 horas

7- Musei Civici – agrupam uma bela coleção de pintores, especialmente venetos, como Tiepolo, Tintoretto, Veronese. Os museus cávicos comprrendem o Museu Arqueológico e o Museu d’Arte Medievale e Moderna.

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8-  Universidade de Pádua – A universidade de Pádua é uma das mais antigas do mundo e a segunda mais antiga da Itália (depois de Bolonha) e  foi fundada no ano de 1222, mas já haviam as faculdades de Direito e Medicina. O Palazzo Bo tornou-se sede da universidade na metade do século 15.  Galileu Galilei lecionou Matemática e Física na universidade entre os anos de 1592 e 1610 e na Sala  dei Quaranta conserva a  mesa que era por ele utilizada. Outro local de interesse  é o Teatro Anatômico, o mais antigo do mundo. O Palazzo Bo  é visitável apenas com visitas guiadas. Para informações sobre horários e valores, aqui.

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O “Cortile Antico”, de meados dos anos 1500, por Andrea Moroni

9- Passear pela cidade –  recomendo um passeio a pé ou de bicicleta (é fácil alugar uma).  Reserve um tempinho para um passeio despretensioso pela cidade. Você vai se admirar com o capricho das lojas e bodegas.  Explore também as lojinhas de artesanato e delicatessens.

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10- Piazza dei  Signori  com a Torre do Relógio – é uma das praças mais sugestivas e vitais da cidade, um dos símbolos de Pádua.  A praça é assim chamada devido ao Palazzo della Signoria, da família Da Carrara, aristocratas que foram os Senhores de Pádua de 1318 a 1405.  Por muitos séculos era na praça que aconteciam celebrações cívicas e  torneios.  A praça abriga a Torre do Relógio, um edifício de origem medieval. Foi realizado em 1344 por Jacopo Dondi e instalado na torre  do Palazzo Capitano, que foi construído em 1428.

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A Torre do Relógio – o relógio não marca apenas as horas e os minutos, mas também o mês, o dia e as fases lunares

 

Sobre Santo Antonio

Nasceu em Lisboa em 1195. De sobrenome incerto, foi batizado como Fernando.  Foi ordenado sacerdote aos 25 anos e foi frade agostiniano em Lisboa. Em 1220 tornou-se franciscano e viajou bastante. Depois de Portugal, viveu na Itália e na França.

Em 1221 fez parte o Capítulo Geral da Ordem em Assis, onde encontrou-se com São Francisco e seus primeiros seguidores.

No ano de 1222 foi convidado para  a ordenação sacerdotal em Forli, quando fez um ermo revelando seu grande dom da oratória e grande conhecimento da Bíblia. Em 1224 transfere-se  para Bolonha onde leciona Teologia na Universidade.

Alguns anos depois, em  1230, com saúde debilitada, retira-se para uma localidade perto de Pádua, onde veio a falecer, no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos.

O santo, de acordo com seu testamento, foi enterrado na pequena igreja de Santa Maria Mater Domini (Santa Maria, Mãe do Senhor) perto do convento fundado por ele em 1229. Essa igreja foi incorporada à atual Basílica com o nome de Cappella della Madonna Mora.

Por milagres que lhes foram atribuídos, foi canonizado pelo papa Gregorio IX apenas um ano após a sua morte.  Sao muitos  os relatos de milagres, como a pregação aos peixes e graças alcançadas rogando seu nome.  Padroeiro das cidades de Pádua e de  Lisboa, Santo Antonio também é conhecido como padroeiro dos pobres e santo casamenteiro.  É festejado no dia 13 de junho.

Distâncias: 

Veneza – 43 Km

Treviso – 57 Km

Bolonha – 120 Km

Verona – 85 Km

Firenze – 220 Km

A Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze

A Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze, é um dos maiores símbolos da cidade. Como no centro histórico não existem prédios muito altos, sua cúpula pode ser avistada de diversos pontos da cidade. E a obra é tão impressionante que tem gente que até se emociona quando em passeio pelo centro se depara com essa majestosa igreja. É realmente uma obra arquitetônica magnífica! Foi erguida a partir de 1296 sobre a igreja de Santa Reparata,  a antiga catedral de Florença.

 

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É uma das obras-primas do gótico italiano e é a maior catedral de alvenaria já construída

O complexo da catedral inclui , alem da igreja, o Batistério de São João e  o Campanário de Giotto,  na Piazza San Giovanni, no centro histórico de Florença,  declarado  Património Mundial da Unesco em 1982.

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O Duomo tem capacidade para acomodar até 30 mil pessoas. É  uma das obras-primas da arquiteta gótica e uma das principais atrações de quem visita a Toscana

 

A partir de 1412 ganhou o nome de Santa Maria del Fiore (Flor)

A Basílica, uma das obras-primas do gótico italiano, é a 5ª maior igreja do mundo, depois de São Pedro em Roma, São Paulo de Londres, da Catedral de Sevilha e do Duomo de Milão.

 

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Em muitos séculos de construção até a sua conclusão, a igreja sofreu muitas intervenções seja na parte interna que externa. O projeto da igreja é de Arnolfo di Cambio, que trabalhou na construção da igreja até 1302, ano de sua morte.

 

História da construção 

No século 13, durante a República fiorentina,  Ser Mino de Cantoribus buscava substituir Santa Reparata por uma catedral mais imponente. O projeto foi confiado à  Arnolfo di Cambio no ano de 1294  e a pedra fundamental foi lançada 2 anos depois, em 9 de setembro de 1296, sobre as antigas fundações de Santa Reparata.  O antigo edificio foi construído no século V estava em ruínas e não era grande o suficiente para acolher a população que estava aumentando. Da antiga igreja, somente  pedras na pavimentação da praça San Giovanni e a cripta, que pode ser visitada com ingresso através da catedral, testemunham passado de Santa Reparata.

Após a morte de Arnolfo no ano de 1302,  a construção prossegue de forma mais lenta, até que em 1331 a Arte della Lana encarregou Giotto di Bondone de supervisionar a obra. A maior contribuição foi a realização do magnifico campanário,  projeto que iniciou em 1334. Mas Giotto veio a falecer em 1337 e seu sucessor foi Andrea Pisano, que administrou as obras  até 1348, quando explodiu a peste negra.  Devido à peste, que dizimou quase 2/3 da população da cidade, não foi  possível prosseguir com as obras, tendo sido retomadas por  Francesco Talenti em 1349. Ele  foi o responsável  pela conclusão da obra do campanário, em   1359. Giovanni di Lapo Ghini deu continuidade aos trabalhos na igreja.

 

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Santa Reparata é co-padroeira de Florença junto com San Giovanni Battista.

Santa Reparata – Santa Reparata era uma criança de família nobre nascida na Palestina. A história conta que, depois de ter sido torturada e condenada à morte devido à sua recusa em honrar deuses pagãos, sua alma voou para o céu em forma de uma pomba. Em outra versão, conta-se que o seu corpo teria sido colocado em um barco e, liderado por anjos, teria atingido as costas da Campânia ou da Provença. E de fato nesses locais o culto de Santa Reparata está muito presente. O vínculo com Florença  foi estabelecido em 8 de outubro de 406 aC. Segundo a  tradição, foi graças à sua intercessão milagrosa que e o exército dos florentinos conseguiu derrotar os ostrogodos, que haviam cercado a cidade nessa época. Por esse motivo, a principal basílica foi dedicada ao culto à santa e posteriormente transformada na Catedral de Santa Maria del Fiore.

 

A Catedral é a mais importante obra arquitetônica edificada na Europa da época Romana. A construção da igreja perdurou por seis séculos e passou por várias intervenções estruturais. Ao fim das obras da cúpula, em 1436, a catedral foi consagrada

O Campanário, que é a torre campanária da catedral, tem quase 85 metros e possui um conjunto de 7 sinos e foi construído entre 1334 e 1359.

Interior da igreja: A planta apresenta 3 naves divididas em grandes arcos que são suportados por colunas monumentais.  Tem 153 metros de comprimento por 38 de largura.  O ponto mais  alto é de quase  90 m de altura,  até o cume da cúpula. Muitos obras encontram-se expostas no Museu dell’Opera del Duomo.

 

O altar do Duomo com a cadeira do bispo ao centro

 

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O crucifixo é obra de Benedetto da Maiano e as portas da sacristão são de Luca della Robbia.

 

Na Catedral é possível admirar um relógio que possui particularidades que o tornam único e um dos mais interessantes do mundo. Seu mostrador foi pintado por um grande artista do Renascimento, Paolo Uccello. O método utilizado para marcar as horas é particular porque vai do pôr do sol ao pôr do sol, o que é chamado como  “hora italiana”,  com o giro do ponteiro em sentido anti-horário e o mostrador dividido em 24 horas em números romanos, com o rosto dos 4 evangelistas nas extremidades.

 

O relógio em sentido anti-horário realizado por Paolo Uccello

Um fato importante que aconteceu no interior da Catedral foi o assassinato de Giuliano de’Medici, que foi vitima da Conspiração dos Pazzi, em 1478. Seu irmão Lorenzo conseguiu se salvar pois se refugiou na sacristia.

A Sacrestia delle Messe, onde se escondeu Lorenzo O Magnífico

 

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Cripta: A cripta pode ser visitada e o acesso é por  dentro da Catedral. O visitante pode conhecer os restos arquitetônicos dos vários períodos, além das lápides e do  piso que preserva um mosaico feito com decorações geométricas.  Nos subterrâneos da igreja fica  o túmulo do arquiteto Filippo Brunelleschi, o criador da cúpula do Duomo.

 

Fachada : A fachada original foi desehada por Arnolfo di Cambio e começou a ser realizada em meados do século 15, com a colaboração de vários artistas.  Permaneceu por muitos séculos sem revestimento. Em 1864 o arquiteto Emilio de Fabris venceu um concurso e apresentou um projeto em estilo neo-gótico para a fachada com mosaicos coloridos. A fachada ficou pronta em 1887 e foi dedicada à Virgem Maria. As portas de bronze foram terminadas em 1903.

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Os revestimentos em mármore foram feitos entre 1414 e 1421

 

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Ao lado da igreja o Campanário de Giotto, considerado o mais bonito da Itália! Ele tem quase 85 metros de altura e 15 de largura

 

Detalhes da porta do Duomo

 

Porta della Mandorla –  Mandorla em italiano é amêndoa, e representa um dos símbolos da virgindade de  Maria. A Porta della Mandorla fica na parte lateral esquerda da catedral. Foi construída de 1391 a 1423, e as esculturas da porta têm um grande valor histórico  porque foram realizadas num período de transição entre as últimas fases do gótico e início do Renascimento, e contou com participação de vários escultores, incluindo Donatello e Nanni di Banco. Seu nome deriva da bela decoração esculpida na parte alta da porta realizada por Nanni, artista florentino que viveu no início do século 15 , que inseriu a figura de Nossa Senhora em uma espécie de grande auréola , na verdade em forma de amêndoa, cercado por anjos e San  Tomaso curvando-se para receber sua estola.

 

 

A cúpula: A cúpula é uma das mais lindas obras de Filippo Brunelleschi.  A cúpula começou a ser construída em 7 de agosto de 1420 e os trabalhos foram concluídos em 1436. Foi a primeira cúpula de grandes dimensões erguida no país desde a Antiguidade sobre uma enorme base octogonal. Se tiver fôlego para subir os 463 degraus, você poderá visitar a cúpula e apreciar a cidade do alto. A altura da cúpula é de 116 metros,  uma estrutura imensa, provavelmente composta por mais de 4 milhões de tijolos.

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A maior e mais bela igreja jamais construída. Era o desafio de Arnolfo di Cambio, arquiteto da Catedral

 

Afrescos e vitrais  – no interior da cúpula a obra o Juízo Final, pintado por Giorgio Vasari e Federico Zuccari, entre os anos de 1572 e 1579.

 

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O afresco da cúpula do Duomo é composto por mais de 700 figuras desenhadas

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O tambor da cúpula possui 43 metros. Os vitrais são os maiores em seu gênero na Itália entre os séculos 14 e 15 e trazem imagens de santos do Velho e do Novo Testamento.

 

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A entrada à igreja é gratis e geralmente forma-se uma grande fila na lateral, principalmente entre os meses de abril e outubro. Mas não desanime e tenha paciência pois a espera não é muito longa

Curiosidades  ligadas ao Duomo

Existem algumas curiosidades ligadas ao Duomo que talvez muitos desconhecem e que vou relatar pra vocês. :

Existe a escultura de uma cabeça touro na fachada,  perto da Porta della Mandorla.  Foi uma homenagem aos animais que colaboraram para a construção da cúpula. Existe, no entanto, outra versão mais curiosa: a vingança de um marido traído. Fala-se que a mulher de um alfaiate (alguns dizem padeiro) da via Ricasoli tinha uma relação com um mestre de obras  que trabalhava na igreja. Descoberto o adultério, o homem traído denunciou a esposa e o  amante ao Tribunal Eclesiástico. Diz a lenda que foi o mestre de obras que colocou a cabeça de touro para lembrar o marido traído  de sua condição.

Parece que no passado havia o costume de dedicar esculturas aos animais para reconhecer seu sacrifício durante a construção de obras de arte, de modo que, entre as decorações de mármore da catedral florentina, encontramos outras gárgulas antropomórficas ou selvagens. Segundo a tradição, a estátua poderia estar entre as homenagens dos construtores aos vários animais de reboque usados para transportar os materiais necessários para a construção da catedral. Existe, no entanto, outra versão mais curiosa e goliárdica: a lenda de uma traição e a vingança original do amante.

Existe uma cabeça de touro na fachada, na direção da via Ricasoli, perto da Porta della Mandorla. Parece que no passado havia o costume de dedicar esculturas aos animais para reconhecer seu sacrifício durante a construção de obras de arte

Outra curiosidade é que o Davi, feito por Michelangelo, foi realizado para ser posicionado no contraforte da catedral.  Devido à perfeição da obra, resolveram colocá-lo em um local mais visível e não tão alto, com mais visibilidade. O posicionamento final foi escolhido por uma comissão que escolheu leva-lo à Piazza della Signoria, em frente ao Palazzo della Signoria, hoje em dia Palazzo Vecchio . Foi só no ano de 1873 que a estátua foi transferida para a Galleria dell’Academia.

Posição original do David de Michelangelo

 

Gaiola de grilos – Em 1506, o arquiteto Baccio d’Agnolo começou a trabalhar para criar uma passarela de mármore ao longo do tambor da cúpula de Santa Maria del Fiore. Depois de construída uma das oito vertentes, a obra não pareceu encontrar um grande consenso. Diz-se que Michelangelo, vendo a intervenção de Baccio d’Agnolo comentou que parecia uma gaiola de grilos. Desanimado com as críticas, Baccio d’Agnolo decidiu abandonar o projeto

 

O lanternim do Duomo e a “Gaiola de Grilos”.  Na foto inferior a marca branca no chão marca o ponto onde a esfera dourada realizada por Verrocchio caiu

Em 1600 houve uma  tempestade forte e um raio atingiu a esfera dourada realizada por Andrea del Verrocchio, mestre de Leonardo da Vinci, que muito provavelmente também ajudou na realização da esfera. No chão, perto do Museu dell’Opera, encontramos o local exato onde a esfera caiu.

 

Outra curiosidade é que provavelmente a cúpula foi realizada com aplicações de medidas matemáticas conhecidas como razão áurea, seguindo a sequência de Fibonacci,  uma sucessão em que cada número é a soma dos dois anteriores. Os primeiros termos da sequência de Fibonacci são dispostos da seguinte forma: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55. Portanto, vamos a alguns  números do Duomo:   o tambor octogonal de apoio da cúpula possui 13 metros, com a lanterna de 21 metros,  34 metros a altura média da cúpula e 55 metros de altura do solo.

 

O Campanário de Giotto, o Batistério de San Giovanni e cúpula do Duomo podem ser visitados no mesmo dia e são atrações a pagamento. A visita inclui também a cripta, que abriga restos arqueológicos das primeiras fundações.

 

Catedral Santa Maria del Fiore

Horários: 10  – 16:60/ 17 h (13:30 – 16:45 aos domingos)

  • podem sofrer alterações de acordo com os eventos

 

Para conferir os horários da missa clique aqui.

 

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Existem muitas formas de explorar Firenze. E uma das mais originais e inusitadas é a bordo de um sidecar.  Participei dessa experiência num dia lindo do início da primavera. Passeamos pelo centro da cidade, paramos San Miniato para contemplar do alto a beleza de Firenze e de lá seguimos para visitar uma vinícola orgânica nas colinas de Fiesole.

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O nosso tour foi organizado para algumas bloggers que vivem na cidade e pela primeira vez o passeio foi feito com o sidecar e o tuk-tuk, aqui chamado de Ape. O tour operator que organiza os passeios é De Gustibus Tours. Participaram do passeio Coral  Sisk, do Curious Appetite e Georgette Jupe, do maravilhoso blog Girl in Florence, que levou sua amiga Julia que estava festejando sua despedida de solteira.

 

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A empresa oferece 3 tours diferentes: 2 passeios têm duração de 90 minutos, que trazem como tema o street-food, com paradas para experimentar as delícias  típicas da cidade, que pode ser o panino al lampredotto, um saboroso gelato ou um photo tour por locais sugeridos pelos organizadores. Nós fizemos o tour mais longo, que   tem duração de 5 horas e prevê  um giro pelas colinas do Chianti, finalizando na vinícola Poggio la Noce, em Fiesole, para degustação de vinhos e almoço.

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Os sócios Tommaso e Riccardo, que criaram o primeiro passeio turístico de sidecar da Itália. Este modelo de sidecar é dos anos 80

Nosso ponto de encontro foi a Piazza Ognissanti, de onde partimos numa manhã de sábado ensolarado de primavera. Dali passamos por Santo Spirito, no Oltrarno,  para um pitstop no charmoso Caffè Ditta Artigianale para a nossa colazione. Inclusive neste post os cafés de Firenze falo sobre o local, que figura entre os meus endereços prediletos na cidade.

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Café na Ditta Artigianale

É muito interessante e divertido fazer o passeio no siderar! Esse simpático meio de transporte atrai muito olhares, por todas as ruelas que passamos as pessoas se giravam pra olhar! No Oltrarno passamos perto da Ponte Vecchio, pegamos a direção do Piazzale Michelangelo e fomos até San Miniato, que é um dos pontos de parada para se contemplar a magnífica vista da cidade!

 

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Logo depois seguimos para a vinícola Poggio la Noce, em Fiesole, a poucos minutos de Firenze, onde fomos recebidos pelo casal de sócios-proprietários Enzo Schiano e Claire Beliard.

 

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O grupo que participou do passei com Claire, que nos mostrou a área onde são plantadas as uvas e as azeitonas, pois a empresa produz também azeite de oliva. Ela é neta de italianos que há muitos produziam vinho no Chianti Classico

 

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A cantina é integrada ao ambiente e quase imperceptível para quem a observa de longe. Aqui são realizadas as degustações e venda direta dos produtos

A Poggio la Noce é uma pequena vinícola localizada em Ontignano,  nas colinas de Fiesole, a 250 m de altitude, que produz vinhos de forma artesanal desde 2003. A propriedade compreende uma área de 16 hectares com  2,5 hectares reservados à  plantação de uvas,  onde são produzidos 90% Sangiovese e 10% de Colorino e Teroldego.

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Depois do nosso tour nas plantações, fomos conhecer a nova cantina, inaugurada em 2016 e que conta com espaço degustação e gourmet.  Enzo já nos esperava com um maravilhoso buffet com todos os preparados por ele. E cheirinho irresistível das delicias preparadas por Enzo. Tudo regado ao espetacular azeite de oliva que produzem no local, que conta com 1500 oliveiras. São 3 espécies de  azeitonas que cultivam: Frantoio, Leccino e Morailo, que são colhidas a mão.

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Enzo, chef auto-didata, preparou um delicioso almoço. Degustação de vinhos com direito a pratos inspiradas na cozinha campana

Adoro conhecer novas locations e principalmente ouvir as histórias  de quem escolhe a Toscana como moradia. Claire é francesa e conheceu o marido Enzo, que é napolitano, nos Estados Unidos, onde moravam.  Desde 2000 o casal resolveu deixar a vida americana para o sossego do lifestyle nas colinas da Toscana.

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O carro-chefe vinho Gigiò, primeiro vinho produzido blend Sangiovese e Colorino. A produção atual é de 8 mil garrafas, sendo a maior parte destinada ao mercado externo.

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O vinho rosé Pinko Palino, blend de uvas Sangiovese e Teroldego

 

A experiência foi tão incrível que resolvi repetir e levar meu filho mais velho para um tour pela cidade.  Crianças acima de 6 anos podem participar dos passeios com o sidecar e garanto que se divertem a valer!

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Este é um passeio interessante que agrada toda a família! A empresa disponibiliza no momento 2 sidecars. O passeio é feito com o condutor do siderar e pode levar 2 pessoas em cada veículo

 

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Com o condutor Riccardo. Na ida meu filho foi no sidecar e na voltar foi a minha vez!

 

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Com direito a foto diante deste maravilhoso cartão-postal de Firenze!

 

Batistério de São João em Firenze

O Batistério de San Giovanni Battista é um dos mais importantes monumentos de Firenze e faz parte do  Complexo do Duomo de Firenze, junto a obras como a Catedral Santa Maria del Fiore, a Cúpula de Brunelleschi, o Campanille de Giotto, as escavações de Santa Reparada e o Museu dell’Opera del Duomo. O Batistério de São João, onde se fundem fé,  história e arte,  fica na praça San Giovanni, em frente à igreja  e é dedicado ao padroeiro de Firenze, São João Batista.  Dante Alighieri e muitos membros da família Medici foram batizados no local, que apresenta em seu interior um excepcional teto todo feito em mosaicos. A origem do monumento é incerta e tema de muitas discussões.

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O Batistério de San Giovanni é uma das mais antigas igrejas de Florença, localizada em frente à Catedral Santa Maria Del Fiore, o Duomo da cidade

Acredita-se o Batistério tenha sido construído sobre as ruínas de um antigo templo romano dedicado ao Deus Marte, nos séculos 4 e 5. As primeiras citações referentes ao batistério são do ano de 897.   Foi consagrado em 1059 pelo Papa Niccolo II e passou por várias reestruturações.
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O Batistério é em mármore de duas cores, branco de Carrara e verde de Prato

O Batistério tem 8 lados e 3 portas de bronze, de imenso valor histórico: a Porta Sul, feita por Andrea Pisano, é a mais antiga (realizada entre 1330 e 1336) e é constituída por 28 painéis. A Porta Norte, de Lorenzo Ghiberti (1401), descreve a vida e a paixão de Cristo através de 20 painéis, e com outros 8, os 4 evangelistas e os 4 “pais da igreja” e a Porta Leste, também de Lorenzo Ghiberti , localizada em frente ao Duomo, também chamada Porta do Paraíso , consiste em 10 painéis dourados representando algumas cenas do Antigo Testamento. Ghiberti ganhou o concurso para realizar a porta, vencendo o artista Brunelleschi na competição.
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Em 1128 tornou-se oficialmente o batistério da cidade e nos anos sucessivos foram realizadas diversas mudanças, como revestimentos de mármore na área externa, (com  mármore branco de Carrara e verde de Prato), no pavimento e na cúpula, que foi concluída na metade do século 13. Sucessivamente foram realizados mosaicos que contaram com a colaboração de Coppo di Marcovaldo e Cimabue.

 

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Realizado em estilo românico fiorentino, o batistério apresenta  forma octogonal e é coberto por um cúpula com 8 circulas concêntricos.  Representa o 8º dia, o tempo da Ascensão de Cristo, é quando os cristãos renascem. Simboliza a vida eterna através do batismo.

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Altar neo-românico

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A pia batismal Dante Alighieri

Mosaicos do teto 

A parte interna tem inspiração nos templos romanos. Adentrar o batistério é se surpreender com tanta beleza, principalmente quando olhamos pra cima e nos deparamos com o magnífico trabalho de mosaicos na cor dourada realizado na cúpula, uma das maiores do mundo decorada com essa técnica.

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O interior do Batisterio é dourado e o teto é todo feito em mosaicos. A enorme figura de Cristo domina os mosaicos, que trazem  cenas do julgamento e ocupam três dos oito segmentos da cúpula

 

Os mosaicos mais antigos são da abside, realizados a partir de 1225, pelo irmão Jacopo, também chamado de “della Scarsella”, o primeiro artista da recém-nascida ordem Franciscana, que havia sido convocado no Batistério pela corporação da Arte de Calimala.  Apresentam imagens de Cristo, da Virgem Maria , dos Profetas, Apóstolos e  Anjos.  com imagens da natureza representada por folhas e plantas. O espetacular trabalho de mosaicos da cúpula  representam o  Julgamento Fina e foram realizados a  partir de 1266-70.

 

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Seu interior é de uma beleza única! Adornada pel rico trabalho Arte di Calimala

 

As portas do Bastitério de São João

O Batistério apresenta 3 grandes portas de bronze decoradas. A mais antiga é a Porta Sud, que fica na direção da via Calzaiuoli. Foi realizada por Andrea Pisano entre 1330 e 1336 . Ela apresenta 28 episódios que narram a vida de São João Batista, nos 20 primeiros painéis, e as virtudes cristianas, n0s últimos 8.

 

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Detalhes da porta Sud, que foi feita por Andrea Pisano

A Porta Nord foi a segunda a ser realizada, entre 1403 e 1424,  e seu autor é Lorenzo Ghiberti. A porta  representa cenas do Novo Testamento e dos Evangelistas. Havia sido inicialmente colocada na parte oriental, e posteriormente alterada para o lado norte.

 

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O concurso para a realização da Porta Nord, em 1401 , marca o início do Renascimento

 

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A Porta Nord é chamada também de Porta alla Croce

A terceira porta, que fica  em frente ao Duomo, a Porta Leste  é a famosa  Porta do Paraíso e representa cenas do Antigo Testamento. Realizada em bronze e revestida em ouro, foi realizada por Lorenzo Ghiberti,  entre 1425 e 1452,  e contou com a participação de seu filho Vitto e ajudantes como Luca della Robbia.  Dividida em 10 quadros retangulares, ela representa a sua obra de arte e um dos trabalhos mais famosos do Renascimento fiorentino.  A porta foi danificada durante a enchente de 1966 de Firenze e depois de ter sido restaurada está conservada no Museu dell’Opera del Duomo.

 

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Detalhes da Porta do Paraíso.  Devido à beleza da obra, a porta foi colocada em  lugar de honra, no lado leste, com vista para a catedral, daí o nome da porta. Segundo Vasari, foi Michelangelo quem deu esse nome quando: “são tão bonitas que ficam bem nos portões do paraíso”.

 

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Ao longo dos 27 anos, Ghiberti teve numerosos colaboradores do calibre de Donatello, Michelozzo, Luca della Robbia e Benozzo Gozzoli. Esta obra-prima do início da Renascença foi realizada em bronze e ouro

 

Horário:

8:15-10:15  / 11:15 – 19:30  (depende do dia da semana)

* os horários sofrem variações. Favor conferir as datas e horários aqui.
* Fechado sempre na primeira terça-feira do mes