Arquivo da categoria: Arte e Cultura

O novo complexo de Orsanmichele de Florença

Completamente renovado, o Complexo de Orsanmichele reabre ao público em janeiro de 2024,  depois de mais de um ano de obras,  após  intervenção que durou 400 dias.

Foram criadas estruturas que elevam as esculturas,  como se estivessem num pódio,  sugerindo  a localização original nos tabernáculos externos. Cada uma das esculturas está situada na posição correspondente a da fachada

Orsanmichele, um antigo mercado de grãos,  é uma das mais importantes e representativas construções de Florença, um monumento extraordinário que combina funções religiosas e civis.  Cópias  de estátuas de grandes artistas decoram as quatro faces do imponente edifício de pedra, que fica entre a Praça da Signoria e a Catedral de Santa Maria del Fiore. As esculturas originais encontram-se no museu, que ocupa o primeiro e o segundo andar do prédio.

O prédio abriga cópias esculturas de famosos artistas florentinos nos nichos externos. As originais encontram-se no museu

 

Na parte externa da construção, as cópias das 14 estátuas que decoram o prédio. O museu abriga 13 esculturas

Restauro, medidas de segurança, reorganização do museu e melhoria dos acessos: depois de mais de um ano de intenso trabalho, o Complexo Orsanmichele, monumento único e extraordinário onde se realizam funções civis e religiosas, reabre as suas portas ao público.

Novo layout do museu Orsanmichele

O início da história dessas estátuas  é  principalmente  do século 14  , quando foi decidido que as guildas medievais (que seriam as corporações de ofício ou associações) mais influentes da época iriam decorar os nichos na parte externa da igreja  com  estátuas de seus santos padroeiros.

As mudanças permitem ao espectador admirar  as estátuas no interior do museu tal como se encontravam no exterior, aumentando assim a eficácia da visita

Das 14 estátuas que decoravam a área externa da construção, 13 das originais encontram-se aqui no museu Orsanmichele. Apenas a escultura  de São Jorge, feita por Donatello, encontra-se no museu do Bargello.

estatuas-renascimento

Descobrindo as belezas do rico patrimônio artístico de Florença

No novo layout foram reposicionadas as 13 estátuas originais, obra dos maiores escultores do Renascimento florentino,  como por exemplo Lorenzo Ghiberti, Donatello, Nanni di Banco, Andrea del Verrocchio, Baccio da Montelupo e Giambologna.

 

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Orsanmichele

os Quatro Santos Coroados, de Nanni di Banco

 

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Detalhes da escultura de São Pedro, trabalho de Donatello do início do século 15

 

orsanmichele

O lindo panorama do segundo andar do museu de Orsanmichele

orsanmichele em Florença

 

orsanmichele

Igreja de Orsanmichele- A  igreja, no andar térreo,  também foi restaurada. Os arquitetos trabalharam  nas grandes portas de acesso e no sistema de iluminação. Na foto, o tabernáculo de Orcagna (século 14)

O museu, que faz parte dos Museus Bargello, estará aberto todos os dias, exceto terça-feira.

 

Complexo de Orsanmichele

Igreja e Museu Orsanmichele

Horários: de segunda à sábado, das 8:30 às 18:30  / domingo: 8:30 às 13:30

*os horários e valores podem variar de acordo com a época do ano

Michelangelo

Tondo Doni, a única pintura num suporte móvel feita por Michelangelo

Uma das maiores obras-primas do Renascimento, a Sagrada Família, conhecida também como Tondo Doni, foi realizada por Michelangelo entre 1505 e 1507 e é a unica pintura num suporte móvel feita pelo artista, isso é, possível de ser transportada.

Tondo

O quadro está exposto no Museu Uffizi, ao lado de outros magníficos quadros realizados por Rafael Sanzio de Agnolo Doni e Madalena Strozzi, que encomendaram a obra à Michelangelo. Esta é a única pintura de Michelangelo que podemos ver em Florença.

Tondo Doni, uma das obras-primas do Renascimento italiano

Sobre o Tondi  Doni:

– é chamado  tondo pela forma circular, muito em voga em Florença na época da encomenda e que era realizado principalmente para decorar os quartos na casa de colecionadores privados

 

Tondo-doni

A pintura de Michelangelo parece uma escultura. Ao fundo, referências de esculturas antigas, principalmente da obra Laooconte, encontrada em Roma no início do século 16

– A ocasião para a qual este trabalho foi criado ainda é motivo de fortes discussões. Uma corrente sustenta que o Tondo Doni foi encomendado por Agnolo Doni, rico comerciante florentino e colecionador de obras de arte, provavelmente em ocasião de seu casamento com Maddalena Strozzi, realizado em 31 de janeiro de 1504. Alguns estudiosos atribuem a encomenda ao batizado da filha Maria, em 1507

 

– Ao centro da obra, em primeiro plano, estão Maria, o Menino Jesus e José e podemos perceber em alguns personagens a chamada “figura serpentina”, que transmite um sentido de movimento. Michelangelo, cuja atividade preferida era a escultura, faz corpos escultóricos nessa obra

 

Não podemos afirmar com certeza se o Menino Jesus está sendo passado de Maria para José ou de José para Maria

– O diâmetro do quadro é de 1,20 m
– esta é a única obra móvel que pode ser atribuída com certeza à Michelangelo
– outra curiosidade que envolve a obra é a tratativa de valor. Michelangelo tinha pedido 70 ducados pelo quadro mas Agnolo considerou o preço excessivamente alto e ofereceu-lhe 40 ducados. Michelangelo ficou irritado e indignado e pegou a pintura pedindo o dobro do valor inicial. Doni, para ter o seu quadro de volta, aceitou pagar o valor de 140 ducados solicitado por Michelangelo

 

– a moldura foi provavelmente desenhada por Michelangelo, com minucioso trabalho de entalhe atribuído à Francesco del Tasso, grande expoente da tradição da escultura em madeira.
– No final do século 16 os herdeiros de Agnolo Doni tiveram um declínio econômico e seu filho Giovanni Battista vendeu a obra para o Grão-duque da Toscana Ferdinando I de’ Medici, que a pendurou em seu quarto no Palazzo Pitti.

 

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Visita à uma fabrica de couro em Florença

Florença  é conhecida pela produção do couro desde a Idade Média e a cidade continua sendo  referência pela excelência, tradição e  qualidade dos produtos manufaturados. O artesanato na capital toscana sempre teve um impacto muito grande  na cidade e é uma  importante referência mundial.

A produção de couro em Florença possui uma tradição  quase milenar  que até hoje é famosa e reconhecida  em todo o mundo

Florença ainda hoje se dedica à tradição artesanal de artigos de couro e poder conhecer de perto essa realidade é uma experiência válida e muito interessante! Recentemente visitei  uma fábrica de couros que há 50 anos produz bolsas e acessórios de couro para diversas marcas de renomadas grifes de luxo  e que lançou há pouco tempo sua própria linha, a Minobossi.

Objetos únicos com materiais nobres através de construções artesanais transmitidas de geração em geração

A MinoBossi produz bolsas e acessórios  desde os anos 70 e é uma empresa familiar que está na terceira geração. Tudo é  made in Italy e feito à mão com muita paixão e maestria, combinando a tradição local  e design moderno e arrojado.

Fui conhecer a empresa em companhia de Elena Farinelli

Poder ver de pertinho e identificar os diferentes tipos de couro, desde os de origem bovina até os mais exóticos

 

Na empresa há um espaço dedicado para os visitantes poderem realizar sua própria criação, através de um workshop. Que tal levar pra casa um artigo personalizado?

A visita  nos dá a possibilidade de realizar uma verdadeira viagem através da realidade virtual, onde  acompanhamos todo o processo de produção de uma bolsa.  Depois de conferirmos  como as peças são feitas é possível  participar de um workshop e  customizar um pequeno objeto de couro. Depois de criar seu próprio  artigo, é a vez da visita  ao showroom, com toda a coleção disponível para venda a preço de fábrica.

Através da realidade virtual acompanhamos todo o processo de produção de uma bolsa

A empresa realiza bolsas para as mais importantes e luxuosas grifes do mundo

Se você quer vivenciar uma experiência como essa e adquirir  bolsas e acessórios de couro  made in  Italy  a preço de fábrica, me escreva que organizo a visita na empresa com possibilidade de passeios à vinícolas e burgos medievais nos arredores de Florença.

No showroom da Minobossi, com a proprietária da empresa Monica Bonaiuti e Francesca Turchi, consultora que nos recebeu durante a nossa visita

Grazie tante Elena, Francesca, Monica e Minobossi! 

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Duomo

7 curiosidades sobre a cúpula do Duomo de Florença

Mistérios e curiosidades envolvem a construção da cúpula do Duomo. A cúpula da igreja Santa Maria del Fiore é uma das obras-primas da arquitetura e as técnicas utilizadas em sua construção  foram resultado de longos estudos e diversos experimentos.  Inclusive seu autor, Filippo Brunelleschi (1377 – 1446),  passou uma temporada em Roma para estudar  as construções da Antiguidade, principalmente o Panteão, buscando uma solução para aplicar na cúpula da catedral, que por  cerca de 50 anos ficou sem um teto, porque ninguém conseguia apresentar um projeto para uma igreja tão imponente.

duomo

Estátua de Filippo Brunelleschi, autor da cúpula

Filippo Brunelleschi foi arquiteto, escultor e ourives florentino  que apresentou um projeto ousado  para a cúpula da catedral, que é a  construção mais alta de Florença, com  116 metros.  Sua construção  envolve alguns mistérios e curiosidades e aqui vou enumerar 7  deles pra vocês:

1-    Há registro de apenas 1 morte durante os 16 anos de sua  construção

2-   O peposo dell’Impruneta , um dos pratos típicos toscanos,  foi criado na época de sua construção.  Durante o cozimento  dos tijolos, aproveitaram para preparar também o almoço dos trabalhadores

3-     Brunelleschi  construiu não apenas uma, mas duas cúpulas: uma interna e outra externa

4-    A cúpula foi elevada graças a máquinas engenhosas desenhadas pelo próprio Brunelleschi, com guindastes e guinchos movidos por animais

5-     Graças ao seu interesse  nas áreas de matemática e engenharia, ele desenvolveu  a perspectiva linear, tornando possível a representação de um objeto tridimensional em uma superfície plana

6-    O assentamento dos tijolos da cúpula  foi através de uma técnica conhecida como “espinha de peixe”

7-    É possível visitar a cúpula mas são 463 degraus até o topo,  com degraus irregulares e passagens estreitas. Não é recomendável para quem sofre de claustrofobia e problemas de coração. Em janeiro deste ano um turista brasileiro precisou  de atendimento e o socorro foi digno de cena de  filme,   ainda bem que tudo terminou bem!

Você conhecia todas essas curiosidades sobre a construção da cúpula?

terrazza-duomo-firenze

Do alto da cúpula: possibilidade de apreciar os monumentos  da cidade de um ponto de vista raro e incomum

Um dos locais mais desejados e exclusivos de Florença é sem duvida alguma a cúpula do Duomo da cidade.  O panorama que temos lá do alto é extraordinário!

 

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O crucifixo de Giotto na Basílica de Santa Maria Novella

É impressionante a quantidade de tesouros artísticos que encontramos na Basílica dominicana de Santa Maria Novella de Florença! Ao centro da igreja temos uma importante obra-prima: o Crucifixo em madeira, realizado por Giotto da Bondone, provavelmente entre 1288 e 1289.

O crucifixo de Giotto foi realizado no final do século 13. É pintado em têmpera e ouro sobre painel de madeira (578 x 406 cm)

Por que o Crucifixo de Giotto é uma obra tão importante?

Cristo ao centro , com Maria e São João

Entre as crucificações que marcaram a história da arte, o Crucifixo de Giotto que encontramos em Santa Maria Novella, aparece no topo da lista.

O crucifixo de Giotto é considerado uma antecipação da arte renascentista

O crucifixo de Giotto é considerado uma obra fundamental para a história da arte italiana, pois o artista explora e inova a iconografia do Christus patiens , que já havia sido introduzido na arte italiana na segunda metade do século 13 por Giunta Pisano e Cimabue.


A relevância da obra consiste no realismo do Cristo retratado, que não é idealizado, como na arte bizantina, estilo dominante na época, mas aqui temos um corpo humano real. O Cristo de Giotto mais fiel à realidade, representado por uma pessoa em carne e osso sofrendo na cruz.

Nesta obra Giotto pinta imagens realistas, expressivas e tridimensionais, sendo que outra inovação importante que testemunhamos é o claro-escuro. A cruz é de madeira e tem quase 6 metros de altura e foi realizada quando o artista tinha cerca de 20 anos.

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A Fogueira das Vaidades

No dia 7 de fevereiro de 1497, véspera da Quaresma, aconteceu um episódio  importante na Piazza  della Signoria de Florença conhecido como a Fogueira das Vaidades,  quando seguidores do  pregador Girolamo Savonarola queimaram objetos considerados pecaminosos, que eram associados à ostentação, ao luxo,  ao pecado e ao prazer. ras de Savonarola, diz-se que até Sandro Botticelli atirou  algumas de suas obras na fogueira.

Savonarola predica contro il lusso e prepara il rogo delle vanità”, Ludwig von Langenmantel, 1881

Milhares de obras de arte, joias,  quadros, livros, vestidos,  cartas de baralho e  instrumentos musicais foram destruídos. Convencido pelas palavras de Savonarola, diz-se que até Sandro Botticelli atirou  algumas de suas obras na fogueira.

A praça da Signoria, onde aconteceu a Fogueira das Vaidades em 7 de fevereiro de 1497

 

Predica di Savonarola nella basilica di San Miniato a Firenze , obra de Hyppolite Flandrin, 1840, Lione

A “Fogueira das Vaidades” era uma prática que acontecia em diversas cidades européias. Nessas ocasiões, acompanhados de  sermões  concorridos e fervorosos que condenavam os vícios , riquezes e vaidade, queimavam-se  objetos relacionados  ao  pecado.  Mas,  devido à sua proporção  e impacto, a expressão designa especialmente o acontecimento  ocorrido  em Florença, cidade onde se expressava o Renascimento, que traduzia  ideias humanísticas  no âmbito da  arte,  literatura e ciências.

A Piazza Savonarola de Florença em dia de mercado

 

Savonarola, nascido em Ferrara,  veio para Florença em 1490  a pedido do próprio  Lorenzo O Magnifico, que faleceu 2  anos depois. Em toda Florença não havia um homem que gozasse do mesmo consenso que o frei, sem contar com sua indiscutível oratória e   extraordinário carisma.

Savonarola alcançou grande sucesso com seus sermões, ouvidos e apreciados sobretudo pelos pobres e descontentes. Isso porque em seus sermões  não teve medo de denunciar a decadência e a corrupção da igreja, e não deixou de questionar, lançando inúmeras acusações contra os governantes e  a exploração do povo.

Para facilitar as assembléias do conselho,  Girolamo Savonarola mandou construir um enorme salã dentro do Palazzo della Signoria: o que hoje conhecemos como Salone dei Cinquecento, e que ganhou decoração no século 16

Savonarola viveu no convento de San Marco,  onde foi prior,  entre 1491 e 1498. No ex-convento de San Marco é possível visitar a cela de Savonarola e ver alguns de seus objetos.

O Convento de San Marco, onde Savonarola viveu

Savonarola, o “senhor religioso”, protestava contra a devassidão da sociedade e a corrupção eclesiástica e também contra  o papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia), que, segundo o frei, personificava o vício e a corrupção. Ele criticava abertamente o Vaticano e o Sumo Pontifice.  Por esse motivo, Florença precisava decidir:  ou entregam o herege ao Papa ou a cidade sofreria  interdição papal.  O  apoio popular de  Savonarola decaiu e  ele  acabou por ser preso.  Processado  por heresia, ele foi levado à prisão o na Torre de Arnolfo no Palazzo Vecchio,  uma pequena cela na torre de Arnolfo, conhecida como Alberghetto.

O religioso foi condenado à morte, enforcado e  queimado  em  23 de maio de 1498, aos 46 anos. Suas cinzas foram  jogadas no Rio Arno.

Essa é a placa colocada no local onde Girolamo Savonarola foi executado na Piazza della Signoria

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A Porta do Paraíso do Batistério de Florença

A encomenda por parte da corporação da Arte di Calimala da célebre Porta do Paraíso do Batistério de San Giovanni de Florença  deu-se em 2 de janeiro de  1425. Lorenzo Ghiberti é o autor da magnífica obra, que foi realizada em 27 anos,  entre 1425 e  1452.

As Portas do Paraíso realizadas por Ghiberti, no Museu dell’Opera del Duomo

A porta  deveria ficar inicialmente no lado norte do Batistério de San Giovanni mas depois de pronta, devido  ao seu esplendor e  beleza, decidiram colocá-la numa posição de honra: em frente à Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Florença, no lado leste. Ela foi denominada assim por Michelangelo, que disse: “são tão  lindas que estariam bem nas portas do Paraíso”.

A Sala del Paradiso com as portas originais do Batistério de São João

Em 1966 a enchente que acometeu Florença danificou a porta que precisou ser restaurada. E foram necessários 26 anos de trabalhos, que foram realizados pelo Opificio delle Pietre Dure e que, depois de prontas,  ganharam novo endereço:  as Portas do Paraíso ficam custodiadas no Museo dell’Opera del Duomo.

O Museo dell’Opera del Duomo é um moderno museu de Firenze que reúne  a maior coleção do mundo de esculturas da Idade Média e do Renascimento fiorentino

A porta foi realizada em  bronze e coberta por uma camada de ouro. São 10 painéis quadrados modelados em baixo, médio e alto relevo . Graças ao uso do baixo relevo e da prospectiva são  narrados vários episódios dentro de apenas 1 painel. Ao total, são 47 episódios bíblicos do Antigo Testamento.

A cópia das Portas do Paraíso

A porta realizada por Ghiberti foi substituída por uma cópia feita em 1990 graças à generosidade de um magnata japonês.

No Batistério de San Giovanni encontramos uma cópia das Portas do Paraíso

Portas do Paraíso. Mas por que são chamadas assim?
Segundo Vasari, foi Michelangelo quem  as chamou assim pela primeira vez, pois eram  tão bonitas que estariam bem nas portas do Paraíso : “Elle son tanto belle che starebbon bene alle porte del Paradiso”!

Os painéis iniciam contando a história da criação, com  Adão e Eva e prosseguem com os principais personagens do povo hebraico até terminar com as duas últimas com os reis Davi e Salomão .

Os batentes da porta são decorados com pequenos bustos de personagens bíblicos, profetas e sibilas. Um dos bustos é o artista: Lorenzo Ghiberti. programa iconográfico dos painéis foi confiado a Leonardo Bruni

Na parte interna 24 estátuas de profetas e sibilas e  na parte redonda cabeças de personagens bíblicos e no interior o autorretrato de Ghiberti e seu filho Vittore,  seu colaborador.

Curiosidade: Brunelleschi e Ghiberti “duelaram” para a realização de uma obra importantíssima de Florença: a Porta Norte do Batistério de San Giovanni, em 1401. Os artistas que se inscreveram deveriam apresentar um relevo com a representação de uma passagem do antigo testamento: o sacrifício de Isaque. Na epoca,  foi Ghiberti  que venceu.

Esse concurso realizado para a execução de uma das portas do batistério de Florença em 1401 marca de fato o início do Renascimento na Itália.  O trabalho de realização das Portas do Paraíso foi o segundo de Ghiberti no Batistério.

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O pavimento da Catedral de Siena

Um dos maiores tesouros da arte italiana é o pavimento da Catedral medieval de Siena Santa Maria Assunta: “o mais belo, maior e magnífico que já foi feito”, segundo descreveu Giorgio Vasari. Para sua  melhor preservação, o pavimento do Duomo passa a maior parte do ano coberto.

O piso é descoberto durante poucas semanas do ano

Por apenas  um período muito limitado do ano é possível admirar por inteiro o excepcional pavimento da Catedral de Siena,  que por uma questão de  preservação passa a maior do tempo coberto.   E mais do que poder ver o minucioso trabalho bem de pertinho, tive a oportunidade de admirar do alto, graças ao percurso exclusivo Porta del Cielo,  passando por corredores, subindo escadarias estreitas e caminhando alguns momentos por dentro e outros por fora do Duomo.

O percurso exclusivo “Porta del Cielo” permite admirar o pavimento do alto. Experiência incrível!

Vamos descobrir algumas curiosidades:

– são 56 painéis  com cenas bíblicas e mitológicas, cuja mensagem representa  um convite  à Sabedoria,

–  o pavimento do Duomo foi realizado em mármore,

– para a execução do pavimento duas técnicas foram utilizadas: o “commesso marmoreo”  que é um tipo de mosaico e o “grafitto”, com realização de desenhos que eram traçados sobre parte do mármore branco com pequenos furos feitos com cinzel e broca , que eram em seguida preenchidos com estuque preto,

–  o piso é descoberto  em dois períodos por ano, sendo que uma das vezes é de 18 de agosto até o final de outubro,

– O piso é o resultado de um complexo programa iconográfico realizado  entre os séculos XIV e XIX,

– os temas apresentados são ricamente ornamentados em toda a nave, nos corredores laterais e na área do altar e do coro,

– o trabalho foi realizado por artistas senenses como Domenico di Bartolo, Matteo di Giovanni e Domenico Beccafumi e Pinturicchio, artista umbro,

– o pavimento cobre a inteira superfície da catedral, ou seja, 1300 m2,

– o ingresso à catedral  é a pagamento

 

Uma obra-prima absoluta é o grandioso piso de mármore, único tanto pela técnica de execução como pela mensagem que os seus painéis figurativos consagram

 

A melhor forma de  admirar o piso é subir a escada em espiral

Em estilo românico-gótico, a Catedral de Santa Maria Assunta foi construída no início do século 13: é um único e enorme complexo monumental que contém obras de importantes mestres da história da arte européia

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Participei de um tour exclusivo “La Porta del Cielo”, onde é possível admirar o Duomo de ângulos diferentes

Realizei a viagem  à convite da prefeitura de Siena, com organização de Destination Florence CVB.  

Para mais informações sobre horários, datas e valores, clique aqui.

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O Museu dell’Opera del Duomo

O Museo dell’Opera Del Duomo é um moderno museu de Firenze que reúne  a maior coleção do mundo de esculturas da Idade Média e do Renascimento fiorentino. São mais de 750 obras de artistas como Michelangelo,  della Robbia, Ghiberti, Donatello, Arnolfo de Cambio entre outros, que fascinam apaixonados por arte e arquitetura.  A Ópera do Duomo, também chamada de Opera di  Santa Maria del Fiore, é uma instituição  fundada em 1296 pela República de Florença para administar e  monitorar a construção da nova catedral e do campanário.   Em 1436, o Duomo foi finalizado com a espetacular cúpula de Brunelleschi e após a conclusão dos trabalhos a Ópera do Duomo passou a preservar e proteger os monumentos que fazem parte do complexo do Duomo.

 

Na bilheteria uma divina obra para dar as boas-vindas: San Giovanni in Gloria com anjos segurando candelabros que ornavam o altar principal do Batistério, de Girolamo Ticciati. A obra encontrava-se no interior do Batistério

 

Em 1891, o museu foi criado para abrigar todas as obras de arte que ao longo dos séculos foram retiradas  do Duomo, do  Campanário de Giotto e do Batistério de São João. O museu, que apresenta layout super moderno, foi reestruturado em 2015 depois de 3 anos de trabalhos de modernização e hoje conta com 28 salas distribuídas em 3 andares, numa superfície de 6  mil metros quadrados. Quem assinou a renovação do espaço foi Monsenhor Verdon com os arquitetos Natalini, Guicciardini e Magni.

 

No Museu dell’Opera encontramos a maior coleção de esculturas monumentais medievais e renascentistas florentinas do mundo: estátuas e relevos em mármore, bronze, madeira e prata

Ao entrar no novo Museu dell’Opera  a gente percebe imediatamente que  está iniciando um  percurso expositivo bem diferente do trivial.  Espaços modernos, com layout contemporâneo,  iluminação, onde o design tem grande relevância para a experiência do visitante e onde as obras parecem ganhar vida!

O início do percurso do Museu dell’Opera de Firenze, que apresenta uma espetacular instalação: ambientes e jogos de luz que chamam a atenção

 

No Museu dell’Opera uma instalação espetacular com obras-primas únicas no mundo

O Museu dell’Opera não está entre os mais  requisitados dos roteiros mais comuns, mas pode representar um verdadeiro tesouro escondido para quem gosta de escultura e estilo gótico. E justamente por não estar entre os mais requisitados museus da cidade o fluxo de visitantes permite uma visita agradável e sem longas esperas.

 

O museu dell’Opera reúne maravilhosas obras-primas de Florença. Estátuas, relevos em mármore, bronze e prata, feitos originalmente para os ambientes externo e interno das estruturas que constituem o complexo do Duomo.

 

Salone del  Paradiso  – Graças à uma antiga tradição os cristãos chamavam de Paraíso  a área entre um batistério e a igreja, em alusão à alegria daqueles que haviam se batizado. Na Sala do Paraíso podemos admirar a fachada da catedral e as magníficas portas do Batistério. O espaço é chamado de Paraíso pois era  como os florentinos chamavam a área da praça entre o Duomo e o Batistério.

 

A Sala del Paradiso com obras que ornavam as fachadas da Catedral e do Batistério

 

A fachada medieval do Duomo na reconstrução do Grande Museu do Duomo

 

Existem cerca de 750 obras de arte, desde as obras-primas de Arnolfo Di Cambio até as de Verrocchio e Donatello. Séculos da tradição artística florentina medieval e renascentista

 

A Porta do Paraíso, realizada por Lorenzo Ghiberti

 

Sala della Maddalena – A sala leva o nome da principal obra de arte que abriga o centro,  protegida por uma  estrutura de vidro: é a  impressionante obra de Donatello,  Santa Maria Maddalena Penitente, realizada em madeira entre 1453 e 1455.

 

 

Santa Maria Maddalena Penitente, obra de  Donatello, meados do século 15

Galleria del Campanile – Nesta sala, algumas obras de arte do campanário de Giotto.  Através dessas obras é possível perceber a importância da escultura na época, utilizada como forma de  comunicação. Aqui estão as 16  estátuas e os 54 relevos.

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Obras da bodega de Andrea Pisano e de Donatello

 

 

 

 

 

 

 

 

 

museu-dell'opera

Galleria del Campanile, nesta sala as obras originais das decorações do Campanário de Giotto

 

Sacrifício  de Isaac, de Donatello e e Nanni di Bartolo  (aproximadamente 1421). Essa  é a primeira escultura nu em tamanho real

 

Sala dedicada à cupula de Brunelleschi –  Talvez essa seja a sala  mais interessante do museu! O espaço é dedicado à esplêndida obra realizada pelo gênio Brunelleschi: a cúpula  do Duomo.  Na sala você pode conhecer os instrumentos e ferramentas  que foram criados para a realização da cúpula, conferir os desenhos das decorações e das janelas que adornam a igreja e  pode também  assistir a um breve vídeo que explica sobre a construção desta magnífica obra.

 

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O modelo arquitetônico da obra-prima do grande mestre Brunelleschi, realizada entre 1420-1436

 

Alguns dos instrumentos utilizados no século 15 para a construção da cúpula

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Sala delle Cantorie – Aqui existem dois coros lado a lado, que uma vez foram localizados na catedral, um esculpido por Luca della Robbia  entre 1431-38  e o outro por Donatello,  entre 1433-39.

 

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Muitos desenhos enriquecem o acervo do museu

 

Museu dell’Opera del Duomo

Piazza del Duomo, 9 – Firenze

Data: de Segunda a domingo, das  9 às 19 horas (o horario pode sofrer variações de acordo com o período do ano)

Valor do bilhete: 15 euros (para todas as atrações do complexo do Duomo)

Museu de San Marco de Firenze

O Museu de San Marco de Florença tem o maior acervo do mundo das obras, tanto em madeira quanto em afrescos, de Beato Angelico, que viveu neste mosteiro durante um período de sua vida. O museu, que fica ao lado igreja da homônima, funciona num ex-convento  fundado em 1299 pelos monges beneditinos Silvestrini e que passou  para a ordem dos Dominicanos Observantes em 1436.  No anos sucessivos, com financiamento de Cosimo dei Medici e sob a direção do arquiteto Michelozzo, foi totalmente restaurado e reformado, além de embelezado com afrescos de Beato Angelico.  A visita à San Marco inclui os esplêndidos espaços arquitetônicos do convento e das celas, o claustro de Sant’Antonino, o Cenáculo de Ghirlandaio, o refeitório e a Sala Capitular. Abriga o maior acervo do mundo de obras de Beato Angelico que também viveu e trabalhou no convento por volta de 1440 para afrescar os espaços renovados por Michelozzo.

 

Após as obras realizadas por Michelozzo, os frades dominicanos foram transferidos para o convento de San Marco, que fica ao lado da Basílica de San Marco

 

Pátio Sant’Antonino –  O local foi restaurado por volta da segunda metade de 1400 por Michelozzo, que foi encarregado por Cosimo Il Vecchio de reconstruir o convento de acordo com os novos cânones renascentistas

Museu

O museu faz parte do grande complexo do antigo convento dominicano de São Marcos e está intimamente ligado ao pintor e frade Beato Angelico, um  dos maiores pintores do início do Renascimento, que viveu e trabalhou no convento.  A obra arquitetônica é um projeto de Michelozzo e foi encomendada por Cosimo de ‘Medici, Il Vecchio.  A reforma do convento foi realizada entre 1437 e 1443.   Durante o primeiro século de sua vida o convento era o lar de personalidades importantes. Não apenas de Beato Angelico viveu no local, mas  também  Antonino Pierozzi, conhecido como San’Antonino da Firenze , o famoso frade Girolamo Savonarola e  o ex-prefeito de Florença, Giorgio La Pira, que morreu em 1977.

Durante o reinado de Lorenzo O Magnífico, este ambiente  de San Marco tornou-se ponto de encontro de muitos humanistas da época, como Angelo Poliziano e Pico della Mirandola, que podiam consultar os livros da biblioteca. Na verdade, esta é considerada a primeira biblioteca pública da Europa.

 

No complexo do museu de San Marco terracota envidraçada, realizada por Andrea della Robbia

Em 1869 o Museu de San Marco foi aberto ao publico.  Até 2014, o convento de San Marco acolheu alguns frades da comunidade dominicana que foram transferidos nos últimos anos para o complexo de Santa Maria Novella.

Além das obras de Beato Angelico, no complexo podemos admirar tambem A Ultima Ceia realizada por Domenico Ghirlandaio

Nova Sala Beato Angelico – Inaugurada em dezembro de 2020, com nova iluminação  e novo layout, a  Sala Beato Angelico ,que  contem 16 obras-primas do artista, permite ao visitante admirar cada detalhe, com todas as cores vibrantes utilizadas pelo artista.  A renovada exposição de obras-primas da sala reúne a mais importante seleção do mundo de  obras de uma das maiores e mais fascinantes personalidades da história da arte.

Sala Beato Angelico – O novo espaço com nova iluminação exalta ainda mais a qualidade que transparece em suas pinturas

 

A nova exposição, financiada por Friends os Florence, muda radicalmente a disposição anterior que havia sido criada em 1980 pelo então diretor Giorgio Bonsanti.  Inseridas em uma nova estrutura com iluminação tecnologicamente atualizada, as obras hoje seguem uma sucessão cronológica coerente.

Angelico foi um frei e é considerado o pintor que melhor retratou a mensagem cristã em toda a história

 

Sobre Beato Angelico

Beato Angelico nasceu em Vicchio (Toscana) provavelmente no ano de 1395.  Não se sabe muito sobre a sua infância, mas acredita-se que em 1418 tenha entrado para a Ordem dos Pregadores em Fiesole, arredores de Florença e em 1425 confirmou seus votos adotando o nome de “Fra Giovanni da Fiesole”.  Iniciou  sua atividade ainda antes de entrar na vida religiosa.  Viveu e trabalhou  no convento entre os anos de 1438 e 1445. No convento de São Marcos, Fra Angelico pintou diversos retábulos e afrescos no claustro, na sala capitular, nas celas dos frades e nos corredores superiores.  Beato Angelico realizou várias obras principalmente em Florença e também em Roma.

 

Fra Angelico valorizava detalhes realísticos e expressões de sentimentos

Giovanni da Fiesole nasceu com o nome de Guido di Pietro.  As obras do artista eram de carácter religioso e foi Giorgio Vasari, o biógrafo de artistas renascentistas, que o definiu “Angélico”, por sua habilidade de pintar figuras  de anjos, pela beleza serena de seus retábulos e afrescos e também pela doçura  na forma de tratar as pessoas.

O Tríptico de São Pedro Mártir executada entre 1428 e 1429

Beato Angelico acreditava  que a fé podia salvar o homem. Ele descreve a beleza da criação com uma luz suave com o intuito de despertar a admiração dos fiéis,  pois eee acreditava que  as imagens podiam contribuir para a salvação das almas.  Angelico soube fundir  duas vocações : a pintura e a fé.   A luz dourada que investe as suas figuras tem um valor místico: é expressão da graça divina que salva o homem e, por isso, tranquiliza a alma.

Seu nome “Angelico” significa angelical, por sua forma de pintar e de tratar o próximo. Seus personagens são sempre dedicados a algo espiritual, e não terreno, com abordagem de temas cristãos presentes na Bíblia

No ex-convento,  Fra Angelico, ajudado por alguns colaboradores, realizou afrescos no claustro, nas numerosas celas, nos corredores do andar superior e na Sala do Capítulo. 

Obra Juízo Final

Fra Angelico passou praticamente toda a ultima década  de sua vida em Roma, onde faleceu em um convento dominicano , em 18 de fevereiro de 1455. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1982 e declarado o Padroeiro Universal dos Artistas.

 

Sala Capitular –  A Sala do Capítulo, local onde a comunidade se reune e as imagens tem a função de ajudar , através das imagens compreender as mensagens, o veiculo de comunicação de Beato Angelico era a pintura. Beato Angelico realizou o seu maior afresco, com mais de 50 figuras, uma obra monumental.

O crucifixo realizado por Baccio da Montelupo  e o sino que tocou quando Savonarola foi levado do convento. O sino é chamado de” Piagnona”

 

Segundo andar

Quem dá as boas-vindas ao segundo andar é a espetacular obra Anunciação, de Beato Angelico.  Nesse andar ficam os dormitórios dos freis dominicanos, com teto elevado em treliça de madeira.

A “Anunciação” feita para o convento de São Marcos, é uma de suas obras mais famosas. Foi  realizada por volta de 1440, no primeiro  corredor do segundo andar, onde ficavam os dormitórios

Neste andar ficam as 43 celas do convento com afrescos realizados por Beato Angelico e colaboradores.  Os afrescos retratam episódios da Paixão de Cristo, com imagens que  convidam à meditação e ao arrependimento.  Algumas curiosidades e lendas surgiram em torno da figura do frade pintor. Diz-se que ele não pintava se não tivesse orado antes. Ao longo de sua vida, ele sempre pintou temas sagrados.

Dentro de cada cela existe um afresco. Esses são os  aposentos onde dormiam os freis dominicanos

Savonarola

No convento viveram muitos dos mais importantes representantes da vida espiritual e da cultura do século 15,  como o frei Girolamo Savonarola, que pregava contra a decadência da moral. Savonarola nasceu em Ferrara no ano de 1452. Ele foi um político, religioso e frade que foi acusado de heresia, enforcado e queimado na Piazza della Signoria em 23 de maio de 1498.

Savonarola estabeleceu-se definitivamente em Florença em 1490, a pedido de Lorenzo Il Magnifico.   Ele viveu no convento de San Marco entre 1491 e 1498. Savonarola alcançou grande sucesso com seus sermões, ouvidos e apreciados sobretudo pelos pobres e descontentes. Isso porque em seus sermões Savonarola não teve medo de denunciar a decadência e a corrupção da igreja, e não deixou de questionar, lançando inúmeras acusações contra os governantes e sua exploração do povo.

“Fogueira das Vaidades” –  Esse foi episódio que ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1497  em Florença, quando seguidores de Savonarola queimaram objetos associados à ostentação, à tentação e ao pecado.  Milhares de obras de arte, como  quadros, livros, vestidos, espelhos, instrumentos musicais foram destruídos.

No ex-convento de San Marco é possível visitar a cela de Savonarola,  o seu estúdio e ver alguns objetos, como a característica capa com o capuz, as vestes  e outras relíquias. Savonarola foi queimado vivo na praça della Signoria e suas cinzas foram  jogadas no Rio Arno.

 

Interior da igreja de San Marco, que fica ao lado do museu

Sant’Antonino

Sant’Antonio Pierozzi nasceu em Florença no ano de 1389. Antonio Pierozzi foi teólogo,  arcebispo e um dos mais fortes defensores da reforma da Ordem promovida pelo Beato Raimondo da Cápua. Foi “priore”  em Fiesole e bispo de Florença na época de Cosimo “O Velho” era muito querido pelos florentinos.

No momento de sua morte, ocorrida em 10 de maio de 1459, Antonino foi sepultado em San Marco. Em 1589 seus restos mortais foram transferidos para a capela Salviati, concluída por Giambologna.

 

Museo di San Marco – Florença

Piazza San Marco, 3

Horário de abertura:  8.15 às 13.50

Dias de fechamento : sábado, domingo e festivos

Valor do bilhete 8 euros