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Os lançadores de bandeiras

A arte dos lançadores de bandeira tem origem medieval, surgiu mais precisamente durante as guerras. A bandeira era um sinal do orgulho cidadão mas ao mesmo exprimia uma necessidade tática e era um ponto de referência durante os combates. E os lançadores de bandeira encarregavam-se de comunicar e transmitir mensagens como o momento para atacar e os movimentos que precisavam fazer com as tropas durante as batalhas.

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Os lançadores de bandeiras em apresentação na Praça da Signoria

 

Atualmente as apresentações dos lançadores de bandeiras são um belíssimo espetáculo que podemos presenciar em determinados eventos e festividades. O que não mudou mesmo depois de tantos séculos é orgulho de quem está envolvido nessa atividade. E Firenze, que é uma cidade que conserva tradições antigas, nos presenteia com lindas festas tradicionais quando é possível admirar o voo das bandeiras num cenário com figurantes a caráter e damas renascentistas que integram o cortejo e desfilam pelas ruas do centro histórico.

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Os lançadores de bandeiras colorem e deixam boquiabertos milhares de espectadores! Movimentos, cores e coreografias dos lançadores de bandeira que encantam num espetáculo que pode ser visto em poucos lugares do mundo.

 

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Esta arte milenar que encanta multidões é uma atividade com regras rígidas, com critério e técnicas. As bandeiras são agitadas e depois lançadas para cima e em seguida apanhadas pelo cabo, sem que caiam no chão

 

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Os lançadores de bandeiras dos Bandierai degli Uffizi e a arte do manejo das bandeiras, originalidade. No rico currículo de sua tradição já participam de eventos importantes, tanto no âmbito esportivo quanto histórico

 

Em Firenze e arredores existem diversos grupos de lançadores de bandeiras, sendo que o principal é o  dos Bandierai degli Uffizi, que surgiu em 1973 como parte do Corteo Storico della Repubblica Fiorentina, com cerca de 530 integrantes,  figurantes com vestimentas nobres e armas, armaduras, música e damas renascentistas.

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Os Bandierai degli Uffizi são parte integrante da Procissão Histórica da Republica Florentina e do Calcio Storico. É o unico grupo que representa oficialmente a cidade de Florença

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A procissão histórica da República Fiorentina nasceu com a intenção de recordar a atmosfera da Florença Renascentista e atualmente integra  o grupo do Calcio Storico Fiorentino, o jogo tradicional da cidade quedou origem ao futebol moderno.

 

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As bandeiras representam as 16 magistraturas e escritórios da Florença renascentistas na época da República do século 16. O grupo se apresenta durante jogos do Calcio Storico

 

Troféu Marzocco

Existe uma competição entre os grupos de lançadores de bandeiras, o Trofeo Marzocco, que acontece sempre no dia 1º  de maio, ao centro da divina Piazza della Signoria.  Participei do evento à convite dos Bandierai degli Uffizi, o grupo oficial do Palazzo Vecchio.  É um torneio entre os grupos  históricos de lançadores de bandeiras,  que aqui  na Itália são chamados de sbandieratori.
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A apresentação é resultado de um treinamento realizado respeitando as antigas tradições

Antes da manifestação tem cortejo pelas ruas do centro histórico da cidade, que parte do Palaggio di Parte Guelfa, na imediações do Mercado Del Porcelino, percorre algumas ruas da cidade e vai até a Piazza della Signoria, onde acontecem as exibições entre os participantes do evento.

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O Cortejo pelas ruas de Firenze, com os participantes em trajes renascentistas

 

Para saber mais a respeito da atividade, fiz uma entrevista com Christian Marini, que faz parte do Bandierai degli Uffizi desde 2003.   Apaixonado e orgulhoso da atividade que começou quando tinha 23 anos, Christian já participou de diversos eventos importantes, dentre os quais, uma exibição em Nova York:

 

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Christian Marini, que começou a dedicar-se à atividade de lançador de bandeiras aos 23 anos. “Aconselho a todos, foi a melhor escolha que fiz” (foto divulgação)

 

1 – Como começou?

Um meu caro amigo, que infelizmente não está mais com a gente, Filippo Galli, fazia parte dos Bandierai degli Uffizi e sempre quando a gente se encontrava ele dizia que eu deveria provar a executar as bandeiras pois iria gostar e me divertir. Se pudesse voltar no tempo, teria seguido o conselho dele muito antes.

2- O que representa essa atividade?

Fazer o executado de bandeiras me permitiu representar a minha cidade, seja nas manifestações que acontecem aqui em Firenze seja por todo o pais e ate mesmo no mundo. portanto, è segumangte uma grande honra pra mim. Alem disso, e importante é a diversão.

 

3- Quando surgiu e o que representa o grupo dos Bandierai degli Uffizi?

Surgiu em 1973 e fazem parte do Corteo della Repubblica Fiorentina. Nos exibimos em ocasião do Cálcio Storico Fiorentino, uma rievocazione de uma partida disputada em fevereiro de 1530 quando os florentinos, assediados das tropas de Carlo V começaram a jogar para despistar o inimigo.

 

4- Quantas vezes por ano?

São 60 vezes por ano como lançadores de bandeira. Para quem, como eu, ha uma família e filhos, é impossível participar de todas as exibições, em media, participo de 20 ou 25 por ano.

 

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Christian, o primeiro da esquerda, durante apresentação na Piazza Santa Croce, em Firenze

 

5- Quais sao as principais dificuldades para um lançador de bandeiras?

É uma atividade extremenaten difícil e precisa de muito treino ara aprender, as dificuldades principais  é fazer com precisão os vários lançamentos de uma coreografia, talvez passando em poucos segundos de lançar uma bandeira a 15 metros e logo depois lançar-la a quem está ao seu lado.. Existem depois algumas variantes que aumentam a dificuldade, o vento e2 certamente o nosso maior inimigo, a chuva e os espaços limitados. É difícil também conseguir segurar o lado emotivo. Nesse pedido tive a sorte de me exibir em locais belíssimos e em ocasiões e eventos muito importas, e nesse casos, é muito importante saber controlar a emoção .

 

6- Existem também mulheres que participam?

O corteo storico da Repubblica Fiorentina é de origem militar e a única figura feminina permitida é a das “madonne fiorentine”.

 

7- Existe rivalidade entre os lançadores de bandeira de outros grupos de Firenze?

Absolutamente não  Na província são diversos grupos, alguns numerosos.  Nós, que fazemos parte da prefeitura de Firenze, nos exibimos principalmente nas festas do município e logicamente somos os únicos que nos exibimos nessas manifestações. A única competição que participam é o Trofeo Marzocco na Piazza della Signoria, quando convidados grupos de toda a Itália. Não é possível que haja rivalidade com associações privadas que fazem espetáculos em ocasiões diferentes das nossas.

 

8 – Como vocês se preparam para as exibições?

Com treinamento, que serve para aperfeiçoar os movimentos e melhorar a harmonia com os movimentos com todos os participantes. Uma apresentação é realmente bela se todos os  componentes fazem os movimentos idênticos e ao mesmo tempo, sincronizados.

 

9- Qual o local mais bonito em que se apresentou?

Nesses 15 anos, tive a sorte de me apresentar em locais e ventos fantásticos, mas se devo escolher um fora de Firenze, direi que ter feito  voar a bandeira que traz a flor de lírio estampada em meio aos arranha-céus de Nova York  foi uma experencia única.

 

 

As apresentações em Firenze acontecem em determinados períodos do ano, como no Domingo de Páscoa, no dia 1º de maio (Trofeo Marzocco), em junho durante as partidas do Calcio Storico. O cortejo histórico passa por algumas ruas e praças do centro histórico de Firenze e não é necessário adquirir bilhete para assistir ao desfile.

 

Apresentação do dia 24 de junho – Festa de San Giovanni

15 horas-  O cortejo histórico parte do Palácio di Parte Guelfa em direção à praça Santa Maria Novella onde se encontra com os jogadores e outros integrantes do cortejo

16 horas – todo o cortejo sai em em direção à Piazza Santa Croce, passando por Via Tornabuoni, Piazza della Repubblica, Via Calimala, Piazza della Signoria e via dei Neri

17 horas- Final do Calcio Storico na piazza Santa Croce (Rossi contra Verdi)

 

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Em 24 de outubro de 2018, os Bandierai degli Uffizi festejaram 45 anos do grupo em solenidade no Salone dei 500, no Palazzo Vecchio, onde foi lançado o selo postal comemorativo

Bucine e a Valdambra, na Toscana

A deslumbrante região da Toscana não para de surpreender!  Território pouco conhecido mas com muito a oferecer, Bucine e a Valdambra, sem dúvida alguma tem tudo para encantar seus visitantes! É uma excelente opção que pode servir de base para explorar diversas cidades, pois está localizada em posição estratégica: entre Siena, Firenze e Arezzo.  Valdambra, ou Val d’Ambra,  é o vale que segue o curso da torrente Ambra. O centro habitado mais importante é Bucine, com média de 3.500 residentes, sendo que a população total do município, que pertence à província de Arezzo, é de cerca de 10 mil.

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Explorando a Valdambra

 

Esse cantinho da Toscana é rico de história, cultura e belezas naturais.  Em suas verdes colinas, a perder de vista, plantações de azeitona e uva onde são produzidos produtos de excelência. A Valdambra é terra de gente hospitaleira, apaixonada pelo território e por suas tradições,  que recebe com carinho, amor e orgulho e que transformam a sua visita numa experiência de viagem inesquecível!

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Habitado desde a antiguidade, no território encontramos fósseis e artefatos antropológicos de épocas etrusca e romana, importantes castelos e abadias da Idade Média. Confinante com cidades do Chianti, a Valdambra é uma região que atende muito bem quem é adepto do slow travel e busca um passeio despretensioso, para desbravar a localidade com tranqüilidade, visitar suas igrejinhas, flanar pelos becos do burgos medievais admirando suas torres e castelos,  papear com os moradores, experimentar sua singular culinária baseada nos produtos locais e absorver um pouco dos hábitos e da cultura locais.  E para os amantes de esportes, é uma academia a céu aberto, onde os visitantes podem praticar esportes como trekking, jogging, ciclismo, moutain bike e muitas atividades ao ar livre, como cavalgada.

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À convite da prefeitura de Bucine passei um maravilhoso final de semana na região da Valdambra.  Mostro como foram esses 2 dias nesse  fascinante território, rico de história e belezas, com vilarejos medievais, festivais gastronômicos e natureza incontaminada.

 

Sábado 

Nosso ponto de encontro foi no sábado pela manhã, em Bucine, onde fomos recebidos pelo assessor de promoção do território Nicola Benini e por John Werich, que colaborou com a organização do evento.  Começamos o nosso blog tour no sábado pela manhã, visitando a pieve românica de San Giovanni Battista a Petrolo,  onde estão custodiadas obras em terracota vitrificada de Giovanni della Robbia, realizadas entre 1517 e 1521.

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A Pieve de Galatrona

Logo depois seguimos para a Torre di Galatrona, a poucos quilômetros dali. Conhecida como  “Il Torrione”, tem 26 metros e é o que restou de um dos mais importantes castelos da Valdambra, em posição estratégica respeito à vale. Em 1351 os florentinos ocuparam  o castelo. De acordo com documentações resulta que existiam 2 torres, e no século 15 , um vilarejo fortificado.

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A torre tem 26 metros e durante o percurso de subida podemos testemunhar um pouco da história de Galatrona e da torre, com fotografias, documentos e objetos custodiados em seu interior

 

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Do alto da Torre de Galatrona avistamos a vinícola Petrolo

Dali seguimos para a vinícola  Petrolo, que concentra sua produção em vinhos de prestígio , como os renomados Galatrona, Torrione e Bòggina, com meticuloso cuidado tanto nas videiras quanto na cantina. A Petrolo, no Valdarno Superior, produz azeite extra-virgem biológico e vinhos prestigiosos. Com cerca de 150 mil pés, em sua maioria Sangiovese – mas também Merlot e Cabernet Sauvignon -, a Petrolo, gerenciada pela quarta geração da família Bazzocchi-Sanjust,  produz também azeite de oliva extra-virgem biológico IGP toscano.

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Nos anos 80 a família abriu na localidade um agroturismo nesta linda região rural. Local sossegado e para quem busca relax e contato com a natureza, com a típica paisagem toscana constituída de plantações de uvas e azeitonas.

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A Tenuta Petrolo é composta da Villa Petrolo e de 3 casarões independentes para os hóspedes. No local é possível fazer degustações e adquirir produtos como vinho e azeite de oliva

Desde 2016 os vinhos Petrolo ganharam o EU Organic Certification. A peculiaridade do território com oliveiras, bosque e vinhedos, a altitude e a composição do terreno são fatores fundamentais que favorecem a alta qualidade dos vinhos. “O resto faz a paixão e a capacidade de estar os ensinamentos que a própria terra transmite”, exalta o proprietário Luca Sanjust.

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Depois de uma visita à cantina, uma farta mesa com produtos locais. Degustação de vinhos e azeites Petrolo com produtos típicos locais. Presunto cru, finocchiona e os saborosos salames da Macelleria Sani com os vinhos da Petrolo.

 

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Os queijos pecorino da Azienda Agricola Panzano casam super bem seja com geleia que com mel!  Adorei o mel com pimenta e  a pasta de amora (preparada com menos açúcar que a geleia).  da Sapori della Valdambra, de Cinzia Valentini

 

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Encerramos nosso almoço com um delicioso Vin Santo, o Sanpetrolo um dos melhores que já experimentei na vida! Produzido desde os naos 50, o Sanpetrolo, envelhecido 9 ano, não é filtrado e contém 50% uva Trebbiano e 50% Malvasia Bianca

Após o almoço seguimos para a vinícola Il Carnasciale, no Val d’Arno di Sopra,  a única no mundo a produzir a uva Caberlot, que é a mistura entre as espécies Merlot e Cabernet Franc. A vinícola, de propriedade da família alemã Rogosky desde os anos 70, fica em Mercatale Valdarno.

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E a vontade de passar horas e horas apreciando este panorama? A região atende muito bem os que querem desacelerar e curtir com toda a tranquilidade a beleza da natureza

Quem nos recebeu foi o proprietário Moritz junto ao enólogo Peter Schilling. Eles nos explicaram sobre a unicidade das uvas Caberlot, que crescem apenas nesta região, numa área de 3 hectares. Valorizando a produção com insumos naturais e  proteção do solo, a Carnasciale é uma vinícola orgânica onde as uvas são colhidas a mão.

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O resultado é um vinho de alta qualidade, elegante, com proporções perfeitas e perfume original. A produção é pequena,  são cerca de 3.500 garrafas por ano de Caberlot, o que ajuda a tornar o vinho tão especial. Vencedor de prêmios e com excelente reputação,  é produzido apenas em garrafas magnum que são numeradas manualmente pela senhora Bettina, mãe de Moritz. A primeira produção foi em 1988 e em 2000 foi introduzido o vinho Carnasciale,  com produção anual de 4 mil garrafas. Ambos feitos exclusivamente com uvas Caberlot.

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As etiquetas do Il Caberlot (foto divulgação site da empresa)

Prosseguimos nosso passeio em visita à  Ceccina, burgo medieval que está posicionado sobre uma colina a 470 m de altitude.

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A fortaleza que foi de grande importância no passado, devido à sua posição estratégica. O Castelo de Ceccina é de 1167

 

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Um dos burgos mais encantadores e pitorescos da região. A primavera dá espetáculo e confere mais beleza às casas do pequeno vilarejo

No final do dia fomos para o Il Verreno Resort, onde ficamos hospedamos. A recepção em grande estilo foi com Prosecco e deliciosos e refinados quitutes.

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O Il Verreno, inaugurado em julho de 2017, é um resort num ambiente toscano mas com toque moderno, em posição privilegiada, com maravilhoso jardim, sauna, piscina, área para festas e playground para as crianças.

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Resort Il Verreno, refugio toscano com atmosfera de uma casa de campo e excelente serviço de hotel

O restaurante do hotel La Cucina di Donnaluisa é comandado pela expert chef Marialuisa Lovari, que nos recebeu para um maravilhoso jantar, onde tivemos a companhia do prefeito de Bucine Pietro Tanzini e de Nicola Benini, que nos acompanhou em nossas visitas e passeios.

 

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Marialuisa Lovari nos recebeu com um excepcional jantar. No menu galeto com espuma de batata, creme de feijão com tortelli, pici com ragu de pato, cubos de carne de porco com funghi e chutney de cebolas e para finalizar, esta maravilha de sobremesa: barra de chocolate e café com cremoso de lamponi e sorvete de creme

 

Domingo

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Colazione caprichada no resort Il Verreno

Depois de um reforçado café-da-manhã no hotel seguimos para Badia a Ruoti,  a poucos kms de Ambra, que desenvolveu-se em torno da construção que abriga abadia dedicada à San Pietro, que é do século 10, e que por mais de 400 anos pertenceu à diocese de Montepulciano.

 

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O burgo fortificado de Badia a Ruoti

 

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O pátio do convento. Tivemos acesso aos ambientes no sub-solo, com cantina os locais de deposito de cereais e onde mantinham o gelo (ghiacciaia), para preservar alimentos. A abadia atualmente é sede de atividades recreativas e culturais, com possibilidade de alojar pessoas interessadas em pernoitar no local

Visitamos o convento, que é do ano 1000,  ao lado da igreja de San Pietro a Ruoti. A igreja apresenta afrescos e a divina obra L’Incoronaziaone della Vergine di Neri di Bicci, de 1472, que traz moldura realizada por Da Maiano,  único exemplar que permanece intacto.

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A obra L’Incoronaziaone della Vergine, de Neri di Bicci

 

Dali seguimos para visitar os bucólicos burgos de Sogna, Rapale e Ambra.

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O burgo de Sogna, para quem busca sossego e total relax em lugar mais isolado

Ambra – O burgo de Ambra faz parte do comune de Bucine e está a 258 m de altitude.  A cidade é pequena, com cerca de 1300 habitantes.  Quem visita a cidade em setembro poderá conferir o evento gastronômico  “Sagra della Lumaca”, com música, cerveja e a atividades para toda a família. E no último dia do evento, acontece o “Palio della Palla Tonchiata”, uma rememoração dos conflitos entre Ambra e Bucine, onde os participantes precisam empurrar uma roda de pedra com cerca de 90 quilos fazendo 2 giros em volta do burgo.

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Ambra – a igreja de Santa Maria Assunta, de 1300

 

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O burgo de Rapale

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Antes de seguirmos para Montebenichi visitamos o Polo Club Villa a Sesta do Relais la Martina, uma área que abriga um encantador hotel que conta com o restaurante de cozinha típica toscana La Martina.

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O Polo Club Villa a Sesta é palco de competições profissionais nacionais e internacionais de polo

Prosseguimos para  Montebenichi, um antigo burgo bem conservado, situado sobre as colinas do Chianti aretino, uma joia da região, que graças aos seus 511 metros de altitude desfruta de uma posição privilegiada na paisagem toscana. O nome do lugar e do castelo originaram-se de um assentamento longobardo, do qual restam poucos vestígios, exceto por algumas partes das muralhas e relíquias da torre. A Praça Gorizia, com suas antigas construções, é o coração do burgo.

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O “Castelletto”, castelo original da fortaleza, restaurado em refinada arquitetura neo-gótica pelo pintor Salvadore Malesci onde atualmente funciona um hotel

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Explorar Montebenichi é ter a sensação de passear por um autêntico local medieval

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Almoçamos na Osteria Orciaia, sob a batuta do chef Simone Biagi, que preparou alguns deliciosos pratos da tradicional cozinha toscana.  Começamos com crostino e bruschettina al pomodoro fresco, depois como primo crespelle de ricota al pomodoro e para finalizar, stracotto di Chianina com vinho tinto e o saboroso feijão cozido em frasco de vidro.

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Atmosfera amigável – O chef Simone Biagi (com o frasco onde é cozido o delicioso feijão) e o prefeito de Bucine Pietro Tanzini. Simone preparou também uma deliciosa trippa alla fiorentina, um dos mais típicos pratos da culinária toscana

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O territorio é caracterizado pela presença de uma olivicultura muito difusa e para promover, valorizar  e tutelar a atividade, a prefeitura de Bucine junto ao CNR- Ivalsa de Firenze,  está desenvolvendo o projeto Olio Nostrum, difundindo a cultura da qualidade do azeite produzido na região, que conta com 33 espécies de azeitonas.

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Esta é o “Olivone”, que tem mais de 300 anos e é a maior e mais antiga oliveira da Toscana e foi inserida no elenco “Alberi della Memoria” , projeto de proteção e promoção do patrimônio natural e cultural

 

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Antes do nosso retorno para Firenze fomos conferir a 1ª edição do Festival delle Frazioni, evento dedicado à promoção e valorização dos produtos e pratos da Valdambra. Cada burgo apresenta uma receita típica e um juri técnico e popular votam para eleger o vencedor

 

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À esquerda, John Werich, um dos organizadores do evento e alguns dos jurados do concurso de gastronomia (foto divulgação cedida por John)

Participaram do evento Nicolas Pradier e Georgette Jupe, do blog Girl in Florence,  Nardia Plumridge, do blog Lost in Florence, e a jornalista Selin Sanli.

Meu muito obrigada à prefeitura de Bucine, na pessoa do prefeito Pietro Tanzini e do assessor de promoção do território Nicola Benini, e à John Werich, um dos organizadores do evento. Fomos muito bem recebidos por toda a equipe, que nos acolheu calorosamente, com muito profissionalismo, entusiasmo e dedicação.

 

Meio de transporte

Bucine tem estação ferroviária, mas a melhor maneira de visitar a região é de carro, pois o visitante terá possibilidade de visitar localidades e atrações sem depender de transporte público e não ficar limitado ao seus horários. Com seu próprio meio de transporte você terá  condições de explorar seus burgos, vinícolas e atrações com toda a calma e tranquilidade que o local merece.

 

Distâncias:

Firenze – 50 Km

Siena – 30 Km

Arezzo – 30 Km

 

Um passeio por Veneza

Veneza é única, linda, romântica e encantadora! São muitos os adjetivos para definir esta cidade formada por mais de 100 ilhotas e que fascina e impressiona multidões!  Já estive em Veneza outras vezes e voltei agora no início da primavera com a minha família. Foi uma experiência mais enriquecedora, pois passamos alguns dias explorando cada cantinho com mais calma e atenção.

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Veneza é situada sobre um grupo de 117 pequenas ilhas, separadas por canais e ligadas por pontes, que contabilizam cerca de 400! Está ligada ao mar Adriático por 3 aberturas e a parte da cidade em terra firme está na localidade de Mestre

Localizada na Lagoa de Veneza, é uma das cidades mais exclusivas e originais do mundo! Formada por centenas de ilhas, Veneza apresenta diversas pontes, por onde transitam gôndolas e traghettos. A cidade  surge sobre as águas da laguna e é mantida por estacas que foram encravadas no terreno. Imaginem que ao invés de ruas existem canais e ao invés de carros, embarcações. E é o maior vai e vem de barcos!  Praticamente toda a cidade depende de embarcações para funcionar: transporte para a população e abastecimento, barcos que transportam mudanças, polícia, ambulância, táxi.

Desenhada por Santiago Calatrava, A Ponte della Costituzione, aberta ao público em 2008, atravessa o Canal Grande, entre a praça Roma e a estação ferroviária

 

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A instalação de quase 9 metros do artista Lorenzo Quinn, para chamar a atenção da população sobre as questões do aquecimento global. A obra ficou até o inicio de maio no Canal Grande

 

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A gondola é um dos símbolos da cidade e das melhores pedidas para os visitantes. Aqui os turistas curtem um passeio no sestiere de Cannaregio

Veneza é a capital do Vêneto e no seu centro histórico vivem cerca de 53 mil habitantes (cerca de 81  mil se consideramos também as ilhas), mas os números caem a cada ano. Os venezianos me disseram que a cidade perdeu um pouco da sua essência e que atualmente  encontram dificuldades para manter vivas as suas tradições.  A cidade tem sofrido o grande assédio de turistas e os órgãos públicos vêm fazendo muitos apelos para conscientizar os frequentadores sobre a boa conduta, cuidados e preservação da cidade.  E é nossa obrigação respeitar e ajudar a manter esse lindo patrimônio.

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A Basílica de Santa Maria della Salute, na Punta della Dogana, costruída para celebrar o fim da peste. Foi construída entre 1631 e 1687

 

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Artesão produzindo as tradicionais máscaras de Veneza

 

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Mapa da cidade com os 6 sestieri de Veneza

A senhoril Veneza divide-se em 6 bairros, ou seja, sestiere, cada um com suas próprias características. Em breve falarei mais especificamente sobre eles. Neste post vou falar sobre as principais atrações que você vai encontrar em cada um dos bairros:

San Marco 

Seu nome deriva da Basílica de São Marcos e este é o coração da cidade e sem dúvida o bairro mais conhecido pelos turistas. Geralmente é daqui que os turistas começam a explorar a ilha. Reúne atrações como a Basilica di San Marco, o Campanario di San  Marco (tem 99 metros de altura e de onde tem-se uma vista espetacular da cidade) , o Palazzo Ducale, a Ponte dos Suspiros  (construída entre 1600 e 1603, fica perto da Praça Sao Marcos e liga o Palazzo Ducale às Prigioni Nuove, o primeiro edifício no mundo que foi construído para ser uma prisão) , a  Torre do Relógio (construida entre 1496 e 1499) e o Palazzo Ducale.

 

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San Marco é o centro político e legislativo da cidade desde a República e é o maior espaço aberto de Veneza, que abriga a Basílica, que é uma suntuosa construção e um dos principais cartões-postais da cidade

 

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O interior da Basílica de São Marcos, em estilo bizantino. A igreja tem mais de mil anos e é o resultado de quatro igrejas anteriores

 

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A igreja possui uma grande cúpula central e quatro cúpulas menores. Os mosaicos da basílica são de uma riqueza que impressiona! Representam a vida e a obra de Cristo

 

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Os concertos no elegante Caffè Florian, na Piazza San Marco. Inaugurada em 1720, esta é a mais antiga cafeteria da Europa e merece uma visita, é um deslumbre!

San Polo

Apesar de ser  o menor bairro da cidade, é repleto de atrações, bodegas e osterias. É aqui que encontramos a Ponte di Rialto, cuja construção começou em 1588, e o Mercato di Rialto, o típico mercado de peixe e verdura e o mais importante da cidade. O quarteirão recebe este nome devido à igreja e ao Campo  San Polo, a maior praça de Veneza, depois da de São Marcos.

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O Canal Grande que tem mais de 4 Km de extensão

 

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Construída em 1181, a Ponte do Rialto é a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Canal Grande

 

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O Campo San Polo, ou Praça San Polo

A Praça San Polo abriga a igreja homônima. Outra igreja que merece uma visita é a de San Giacomo di Rialto, considerada a mais antiga da cidade. Em San Polo estão presentes importantes atrações, como as Scuola Grande di San Rocco, que contém uma maravilhosa coleção de arte com obras de Tintoretto, que decorou seus tetos e paredes por mais de 20 anos, e a Scuola di San Giovanni Evangelista, fundada em 1261.

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A Scuola Grande di San Rocco (foto divulgato Wikipedia)

Castello

Situado na parte leste da ilha, o sestiere de Castello é o maior da cidade e mais residencial e é o único que não é voltado para o Canal Grande. Seu nome deriva de um forte medieval onde o bairro desenvolveu-se.  Castelllo é uma das áreas mais verdes da cidade, com jardins arborizados e excelente área para recreação de crianças.

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Um passeio pelo bairro vai te levar ao encontro do famoso Arsenale (um grande canteiro naval fundado em 1104, atualmente sede do Museu Naval) e da Biennale di Venezia, instituição que organiza o Festival de Cinema de Veneza.

Castello

Dentre os prédios mais importantes estão a Basilica dei Santi Giovanni e Paolo,Chiesa di Santa Maria Formosa, Fondazione  Querini Stampalia, Museo di Palazzo Grimani,  Monastero di San Francesco della Vigna e a  Riva degli Schiavoni, um excelente local para passeio à beira mar,  com menor concentração de turistas.

 

Castello

O sestiere de Castello é o bairro mais distante da estação, a pé você vai gastar cerca de 40 minutos para chegar (linhas 4.1 e 5.1 do vaporetto).

 

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Ligado ao sestiere de San Marco através da Ponte dell’Accademia, este é o bairro mais boêmio da cidade, que costuma atrair artistas, intelectuais e estudantes. Área rica de museus, igrejas e palácios, apresenta uma atmosfera mais nostálgica e muitas atividades culturais.  Para os visitantes, são muitas as atrações, como a  Galleria dell’Accademia a Collezione Peggy Guggenheim, no Palazzo Venier dei Leoni, o  Museo di Arte Contemporanea di Punta della Dogana, a Galleria di Palazzo Cini  e Ca’ Rezzonico, prestigioso palácio veneziano de frente ao Canal Grande e sede do Museo Del Settecento. Dentre as igrejas do bairro, Chiesa dei Gesuati, com obras de Tiepolo e Tintoretto, Chiesa di San Sebastiano, em estilo renascentista e famosa pelas obras de Veronese, a Chiesa di San Trovaso e a Chiesa dei Carmini.

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Perto da Universidade de Veneza está o Campo Santa Margherita, um dos locais mais movimentados do bairro.  Rodeada de restaurantes e barzinhos, é a praça onde as famílias passeiam e onde acontecem os mercadinhos.

 

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O Campo Santa Margherita

 

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Proximidades do Campo San Barnaba, onde está a Igreja de San Barnaba, outra atração de Veneza

É em Dorsoduro que está a linda basílica Santa Maria della Salute, monumental igreja barocca, na Punta della Dogana.

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A construção da igreja começou em 1631 e foi realizada pelo arquiteto Longhena

 

Cannaregio

Este foi o bairro que escolhemos para nossa hospedagem.  O sesteiro di Cannaregio estende-se do Canal Grande até a Laguna e  fica na parte norte da cidade,  uma região mais tranquila,  bem menos turística e mais autêntica.  Nesta região fica a estação ferroviária de Veneza Santa Lucia. É repleto de vielas, bodegas, ateliês, restaurantes e bares.

 

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No bairro de Cannaregio, um restaurante na “fondamenta”, que é um calçadão que beira um canal ou um rio

Uma atração famosa do bairro é o gueto hebraico, que é o mais antigo do mundo e possui 5 sinagogas.

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Campo di Ghetto Nuovo, praça onde podemos observar os judeus em sua vida cotidiana

Uma das atrações mais visitadas do bairro é o Ca’ d’Oro, um dos mais lindos palácios do Canal Grande, perfeito exemplo do gótico veneziano. Cannaregio tem importantes e bonitas igrejas dentre elas a  Chiesa della Madonna dell’Orto, igreja gótica que abriga obras de Tintoretto, a Chiesa di Santa Maria dei Miracoli, exemplo de arquitetura renascimental veneziana e a Chiesa degli Scalzi, perto da estação.

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Campo Santi Apostoli e a igreja dei Santi Apostoli

 

Neste parte da cidade encontram-se as Fondamente Nuove, de onde partem os traghettos para outras ilhas,  como Burano e Murano.

 

Santa Croce 

É neste bairro  que fica a estação de ônibus e é a única parte da cidade onde circulam carros. Inclusive na Piazzale Roma é onde você encontra estacionamento na cidade, mas é bem caro!  Passei pouco tempo neste sestiere, que é o menos turístico de Veneza.  e o cantinho da cidade com restaurantes mais econômicos.

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Dentre as atrações do bairro estão a Chiesa di San Giacomo dell’Orio, a igreja de San Stae,  o Fondaco dei Turchi,  um palácio medieval que se debruça sobre o Canal Grande e que abriga o Museu de Historia Natural e os lindos prédios, o Palazzo Mocenigo  (excelente pedida para os interessados por história da moda, pois ali estão expostos  vestidos autênticos do século 18)  e a Ca’ Pesaro, sede permanente da Galeria Internacional de Arte Moderna, rica em obras dos séculos 19 e 20.

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A Igreja de San Simeone Piccolo, vista da estação ferroviária de Santa Lucia

 

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Gastronomia em Veneza

A gastronomia local é outra atração! Muitos pratos são à base de frutos do mar. Se quiserem experimentar algo típico, optem pelo bacalhau amanteigado, Sarde in saor (sardinha preparada com cebolas refogadas com azeite e vinagre), Bigoli in salsa (à base de cebola e anchovas), scampi  in busera (espagheti com camarão e molho de tomate), polenta,  spaghetti al nero di seppia,  fegato alla  veneziana (fígado preparado com cebolas). O Veneto é uma região que produz excelentes vinhos e claro, o Prosecco. E os locais onde você vai encontrar muitas das gostosuras dessa terra são os bacari, que são bares típicos que servem quitutes, as pequenas osterias.  E não deixem de aprender o significado da palavra “cicchetto“, ou finger food, que são os belisquetes para acompanhar as bebidas.  Ah, e por falar em drink,  vá de Spritz, a bebida da região!

 

Transporte 

Existem tarifas válidas para 1 dia, 2, 3 ou 7 dias, com direito a usar onibus e vaporetto, válido inclusive para Burano e Murano. Para informações sobre transporte na cidade, clique aqui e veja rotas, horários e valores.

Hospedagem

Eu escolhi hospedagem no sestiere de Cannaregio. Foi a primeira vez que fiquei hospedada em Veneza. Nas outras vezes busquei hotel em Mestre, o que acho que não vale a pena, pois Veneza oferece muitas opções de hospedagem  não apenas em hotel mas também em apartamento, que geralmente fica bem mais em conta.  Fiquei no apartamento Grand Canal 3 (Belvedere). O que me atraiu quando estava buscando acomodação foi a vista da sala que dá pro  Canal Grande.

 

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A vista do apartamento onde ficamos hospedados

Fiz a reserva através da Juice Glam /Faville Tours , que me ofereceu 10% de desconto, portanto, as 2 noites para a minha família (2 adultos e 2 crianças) ficou por 330, euros. Gostei muito da localização do apartamento mas sinceramente esperava um local um pouco mais charmoso e aconchegante. A empresa possui diversos outros apartamentos distribuídos por todos os bairros da cidade.

 

O Museu Uffizi de Firenze

A Galleria degli Uffizi  é um dos mais antigos museus da Europa e reúne a mais importante coleção renascentista do mundo. Para quem não tem muito tempo em Firenze e precisa escolher apenas um museu, sem dúvidas alguma este é o que eu indico. O Uffizi é o mais importante museu da cidade e em suas salas podemos contemplar  obras de Masaccio, Botticelli, Raffaello, Giotto, Michelangelo, Filippo Lippi, Tiziano,  Leonardo e Caravaggio, só pra citar alguns. Além de quadros e esculturas,  um acerco com 170 mil  desenhos e estampas.
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O Museu Uffizi surgiu para reunir num só local os escritórios (uffizi em italiano) dos magistrados do Grão-Ducado da Toscana

O museu, construído em 1560, surge com a intenção de reunir em um só lugar os escritórios administrativos da Toscana, então espalhados por diversos pontos da cidade. Giorgio Vasari, que tinha como mecenas os Medici, foi convocado por Cósimo I para a construção da obra. Toda a área atualmente ocupada pelo Palazzo degli Uffizi foi inteiramente transformada. Muitas casas daquela área foram destruídas para a realização das obras, até mesmo a Chiesa di San Pier Scheraggio, uma antiga igreja românica do seculo 11, foi parcialmente destruída. Uma parte foi integrada no interno do prédio em construção.
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E no ano de 1565, o famoso arquiteto projetou um prédio em foma de “U”. Alguns anos depois Cosimo decidiu unir o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti,  que era a residência dos Medici, através de uma passagem secreta, o Corredor Vasariano.
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O Corredor Vasariano passa sobre a Ponte Vecchio

Mas o que existia neste local antes do Uffizi?  Esta região, próxima ao Arno, abrigava o Teatrino da Baldracca, degli Zanni ou della Dogana.  Era uma área da cidade com má fama, redutor de bordéis e prostíbulos, que deu espaço aos escritórios onde atualmente funciona a Biblioteca degli Uffizi.
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O Corredor Levante com esculturas gregas e romanas que pertenciam à familia Medici

 

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Grotesque – a decoração dos corredores. A Pintura conhecida como grottesche (da palavra gruta). A inspiração é da Domus Aurea, antiga residência romana do imperador Nero

Quando Vasari morreu, em  1574,  o projeto foi passada aos arquitetos Bernardo Buontalenti e Alfonso Parigi Il Vecchio, que terminaram o prédio por volta do ano de 1580. O museu foi aberto ao público em 1769 com os Lorena, família sucessora dos Medici.
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No século 19, nos nichos externos do prédio, foram colocadas 28 estátuas de homens ilusões da Toscana, como Maquiaavel, Dante Alighieri, Leonardo da Vinci, Giotto e Donatello

Piazzale degli Uffizi

O Museu Uffizi possui quase 50 salas, que são distribuídas em 3 andares. Para quem não tem muito tempo e quer visitar as principais salas, indico aqui as minhas prediletas, citando alguns artistas e obras. A visita começa pelo último andar:

Sala 2 –  Il Duecento  e Giotto –  O espaço reúne as pinturas mais antigas do museu,  de arte gótica e bizantina. Muitas obras lembram as artes sacras medievais. Reúne obras de 3 grandes artistas  toscanos da Idade Média, como Cimabue, Duccio di Buonninsegna e Giotto. Com Giotto inicia-se uma verdadeira revolução no âmbito figurativo que leva mais tarde ao Renascimento.

Obra de Giotto, Madonna col bambino in trono (1300-1305)

 

Salas 5 e 6 – Gotico Fiorito ou Fiammeggiante ou Gotico Internacional – Compreende o período que vai do final dos anos  1300 ate o início dos anos 1400. Esse estilo representa o gosto elegante das cortes,  com uma mensagem mais formal, dando uma prova que eram capazes, com uma linguagem que exprimia a riqueza. Lorenzo Monaco e Gentile da Fabriano são alguns dos artistas que encontramos nessas salas.

 

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Obra do fiorentino Lorenzo Monaco, proveniente do Mosteiro da Santa Maria degli Angeli, Coroação da Virgem

Adoração dos Magos, de Gentile da Fabriano (1423). Foi encomendada por um dos mais ricos florentinos da época, Palla Strozzi. As famílias encomendavam obras para mostrar prestígio e riqueza. Nesta obra, observamos o uso de ouro e prata. Boa parte da moldura é ainda a original

 

La Tribuna
Francisco I de Medici, que sucedeu Cosimo a partir de 1574, decidiu reunir no último andar a coleção de pinturas, estátuas e objetos de arte, armaduras e medalhas. Com  a morte de Vasari, em 1574,  Bernardo Buontalenti continuou os trabalhos. Dentre os trabalhos que realizou, a construção de uma “tribuna”, em forma octagonal, para mostrar a glória da poderosa família Medici.  A proposta  da Tribuna era diferente da concepção de  museu  daquela  época e  não  devia expor apenas obras de arte como esculturas e pinturas, mas também objetos provenientes da natureza.  Na cúpula, 6 mil conchas do Oceano Indico enfeitam  o espaço, que traz ao centro a Rosa dos Ventos.
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La Tribuna,  considerada o primeiro museu do Ocidente,  é o espaço mais antigo do museu.  Ao centro, a escultura de mármore Vênus dos Medici

A Tribuna foi construída entre 1581 e 1583 pelo arquiteto Buontalenti para abrigar preciosidades do grão-duque Francesco I de’ Medici. Este era o quarto das maravilhas, Wunderkammern em alemão, com pinturas, estátuas em prata e bronze, mármore, vasos de cristal de rocha e pedras duras,  joias,  objetos com pedras raras, medalhas e camafeus antigos.  Possui uma linda cúpula, com piso de mármore e paredes vermelhas  de veludo. Esses espaços são também  conhecidos como gabinetes de curiosidades e pertenciam às famílias nobres. Era o local que abrigava coleções de objetos raros, exóticos ou curiosos provenientes de diversas partes do mundo.  Não  era um local para expor apenas obras de arte como esculturas e pinturas, mas também objetos provenientes da natureza.  O acesso não é permitido aos visitantes.

 

Simbologias – Por vontade de Francesco, a decoração da Tribuna faz alusão aos quatro elementos do Universo:  Terra, Água,  Ar e Fogo

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Seguindo pelo corredor Levante, novas coleções de retratos  e instrumentos científicos foram acrescentados a partir de 1587, com o duque Fernando I. Após sua morte a galeria permaneceu inalterada por muitos anos.

 

Sala  8-  Filippo Lippi –  Lippi é um dos protagonistas do primeiro Renascimento. Nesta sala destacam-se Filippo e seu filho Filippino,  aluno de Sandro Botticelli. Nesta sala estão também  obras do artista natural de Arezzo Piero della Francesca, que realizou os retratos dos duques de Urbino, entre 1465 e 1472.

 

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Obras de Piero della Francesca, dentre as mais famosas do Renascimento italiano. Os Duques de Urbino

 

Madonna con bambino e Angeli (obra conhecida também como Lippina), de Filippo Lippi (aproximadamente 1465), que era um frei fiorentino e se apaixonou por uma freira chamada Lucrezia Butti e acabaram se casando

Sala  9 – Temperanza de Piero del Pollaiolo, de 1470

Salas 10 a 14- Botticelli – Aqui estão expostas as célebres obras ” O nascimento de Vênus e a “A Primavera”, feitas pelo artista florentino Sandro Botticelli (1445-1510). As salas abrigam também obras de outros artistas.

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O Nascimento de Vênus é uma das obras mais famosas e amadas do mundo. Foi feita por Botticelli entre 1482 e 1485, sob encomenda da família Medici e retrata o nascimento de Afrodite, a deusa do amor, também chamada Vênus

 

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O quadro “A Primavera”, realizado entre 1477 e 1482

 

Madonna del Magnificat, de 1481, de Sandro Botticelli

 

A obra Adorazione dei Magi Tornabuoni, de 1487, realizada por Ghirlandaio, exposta na Sala Botticelli

 

Amor e Psique, arte romana no Corredor do Arno

No corredor, a estátua de Amor e Psique, lenda da mitologia greco-romana. Amor (ou Eros, é conhecido na mitologia grega como Cupido), é filho de Afrodite, deusa do amor e da beleza e Psique, uma das 3 filhas de um rei, é uma lindíssima mortal. A vingativa Afrodite (ou Venus), invejosa pela beleza da jovem, armou um plano e pediu ao próprio filho Eros que o executasse, lançando uma de suas flechas e fazendo ela se apaixonar por um monstro horrível. Eros aceitou, mas, quando se aproximou da moça, ficou tão encantado com sua beleza que se distraiu a ponto de uma de suas flechas o acertar, fazendo-o apaixonar-se perdidamente por Psique, que em grego significa alma.
Para viver seu amor “mortal” sem que sua mãe soubesse, Eros levou Psiquê para um palácio, sem revelar a sua identidade. Durante as noites, o Cupido ia se encontrar com Psique, mas sem nunca mostrar o rosto, e os dois viviam momentos intensos de paixão. A jovem princesa havia aceitado o acordo, mas, como era muito curiosa, e instigada por suas irmãs, queria ver o rosto de seu amado. Ela esperou que Cupido dormisse e se aproximou dele com uma vela. Ela ficou tão extasiada com a beleza do marido que se distraiu e deixou cair acidentalmente uma gota de cera no corpo de Cupido, que acordou e fugiu raivoso. Para conseguir ficar com Cupido Psique precisou superar várias provas e acabou sendo perdoada por Eros, que também estava sofrendo com a sua ausência. A partir desse momento os dois nunca mais se separaram. O mito de Eros e Psiquê retrata a união entre o amor e a alma. É uma tema retirado da fábula mitológica do escritor Apuleio, do século II dC.

No Corredor de Ponente

Sala 35- Leonardo – Nesta sala, restaurada em 2018,  estão alojadas 3 obras mais jovens do mestre Leonardo, antes de mudar-se para Milão, em 1482. Obras como Il Battesimo di Cristo, l’Adorazione dei Magi, e l’Annunciazione.

Realizada entre 1481 e 1482, L’Adorazione dei Magi, obra incompleta de Leonardo

 

A obra Anunciação, da igreja florentina de San Bartolomeo, em Monte Oliveto, com um anjo tão real que propaga sua sombra. Ao fundo, paisagem de mar e montanhas é uma das maiores provas do artista sobre a representação atmosférica do “distante”

Sala 38 –  Esta  sala  abriga a  belíssima escultura de época romana Hermafrodito Adormecido,  que passou a fazer parte do acervo do museu em  1669, com Cosimo III de’ Medici.

Hermafrodito Adormecido é uma escultura tomada do século II DC. No corpo coexistem o masculino do pai Hermes e o faminto da mãe Afrodite . É uma das obras mais sensuais da antiguidade, muito apreciada pelo próprio Michelangelo

 

Sala 41 – Raffaello e Michelangelo – O museu abriga algumas obras de Raffaello,  que nasceu em Urbino  em 1483 e viveu em Firenze entre 1504 e 1508. Michelangelo e i Fiorentini. Área dedicada à obra Sagrada Família, também conhecida como Tondo Doni.

 

Madonna del Cardelino (1505- 1506), uma das obras-primas de Raffaello Sanzio

 

Na mesma sala das obras de Rafael fica a obra Tondo Doni, de Michelangelo, realizada no início do século 16, a pedido de Agnolo Doni, rico florentino amante da arte.  A pintura em têmpera sobre madeira com moldura realizada por Michelangelo é o único quadro realizado pelo artista.

Sacra Famiglia, conhecida como Tondo Doni, de Michelangelo, realizada para Agnolo Doni.  A obra é de 1505-1506

Sala 42 – Sala della Niobe. Esta sala é repleta de um grupo de esculturas ligadas à mitológica lenda de Niobe e Anfione e de seus filhos. Com decoração neoclássica, a sala abriga cópias de estatuas romanas de originais gregas provenientes de Roma.

Sala della Niobe

 

No final do corredor Ponente,  cópia de Laocoonte, realizada por  Baccio Bandinelli . A obra original foi desenterrada em Roma em 1506 e deixou Michelangelo impressionado. A descoberta dessa obra passou a ter forte influência em seus trabalhos artísticos

Periodo Helenístico, Laocoonte, de Baccio Bandinelli

 

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O caffé no terraço do museu, com vista para o Duomo. Um excelente local para uma pausa relax antes de descer para começar o percurso no primeiro andar

Novas Salas – Em maio de 2021 14 novas salas foram inauguradas com pinturas dos anos 1500. Nessa área, obras-primas de Daniele da Volterra, Rosso Fiorentino, Pontormo, Parmigianino.

 

Obras que retratam membros da família Medici

 

Obra de Bronzino, Eleonora di Toledo e o filho Giovanni

 

Obra maneirista de Rosso Fiorentino “Putto che suona, realizada em 1521

 

Federico Barocci, Madonna del Popolo

 

Sala 83– Esta sala  é dedicada à pintura vêneta e sobretudo ao célebre artista Tiziano.

 

Obra Venere di Urbino , de Tiziano, que foi completada em 1538

 

Os visitantes podem admirar as obras de arte veneziana e florentina da coleção Medici em novas salas, inauguradas em maio de 2019

Sala 90 – Caravaggio – É praticamente no final do percurso que encontramos o espaço dedicado à Caravaggio e à pintura dos anos 1600, que desde fevereiro de 2018 ganhou uma ala nova, constituída de 8 salas. O espaço abriga grandes obras de Michelangelo Merisi (1571 – 1610), conhecido como Caravaggio, que morreu tragicamente aos 39 anos, em 1610. Nesta ala podemos contemplar obras de artistas como Rembrandt, Rubens e Van Dyck.

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De Caravaggio, Lo Scudo com testa di Medusa, que seria o seu auto-retrato, feito em 1597

 

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Bacco, de Caravaggio, feito em 1595

 

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De Rubens, a obra Giuditta con la testa di Oloferne , realizada entre 1626 e 1634

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Obra de Parmigiano, Madonna com o pescoço comprido (1534-1535)

 

Obra de Artemisia Gentileschi

 

Em 2011 foram inauguradas as salas dedicadas a pintores estrangeiros, as “Sale Blue”, com obras de artistas espanhóis, franceses e holandeses dos séculos 16, 17 e 18. As “Sale Rosse” dedicadas à “Maneira moderna”, com obras de grandes artistas do Renascimento, como  Michelangelo, Raffaello e Tiziano. As “Sale Gialle” dedicadas a pintores florentinos do século 17 e as “Sale Verdi” com estátuas de mármore, sobretudo retratos  gregos e óperas de arte romanas. Para ver a o mapa das salas, clique aqui .

 

Reserve de 2 a 3 horas para visitar o Museu Uffizi.

 

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A bilheteria para retirar os bilhetes para quem adquire os ingressos “salte a fila”

Galleria degli Uffizi

Piazzale degli Uffizi

Horários: De terça a domingo : 8:15 às 18:50  (a bilheteria fecha às 18:05)

Fechado às segundas, Ano Novo, 1º maio e Natal

 

Valor do bilhete:

12 euros na baixa temporada e 25 euros na alta temporada

Obs: quem adquire o bilhete para visitar o Uffizi tem direito a visitar o museu Arqueológico e o Opificio Delle Pietre Dure de Firenze.

O museu participa de iniciativas com gratuidade em determinadas datas

Antico Setificio Fiorentino

O Antico Setificio Fiorentino é uma das mais antigas e famosas tecelagens do mundo. Excelência do made in Florence, a empresa foi fundada em 1786 por nobres famílias florentinas e ainda funciona com teares originais do século 18.  A fábrica de seda produz estofados para cortinas, almofadas e toalhas usadas na decoração e  na restauração de luxo.

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Estive visitando a sede da empresa, que fica em San Frediano, no Oltrarno, região de grande tradição artesanal da cidade de Firenze.

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É uma verdadeira viagem ao passado presenciar as máquinas trabalhando sendo guiadas por artesãos no grande galpão da fábrica,  que possui teares manuais e semi-mecânicos em funcionamento.

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Os tecidos do Antico Setificio Fiorentino ornamentam prestigiosos museus e maisons não apenas na Itália mas como em diversos países do mundo. Galleria degli Uffizi, o Vaticano, o Palazzo Madama, indumentos do Palio de Siena, em Roma e o kremlin de Moscou. A fabrica de seda produziu tecido com desenhos exclusivos para papas, príncipes e princesas e famìlias nobres da Europa. E um fator interessante é que a tecelagem utiliza seda proveniente do Brasil, que tem a seda mais forte do mundo e apropriada ao teares artesanais.

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A empresa conta com 12 telaios em funcionamento, dos quais 6 são manuais do século 18 e 6 são mecânicos, do século 19

Relíquia de grande valor historico é o Orditoio de Leonado da Vinci, um tear  desenhado pelo mestre do Renascimento que ainda hoje é utilizado para a produção.

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A tecelagem pertenceu por muitos anos à família Pucci mas em 2010 foi adquirida pela maison fiorentina Stefano Ricci, de moda masculina. E quem quiser pode adquirir produtos para a casa como almofadas, cortinas, colchas e tecidos na loja da marca, ao final da visita à tecelagem.

Antico Setifico Fiorentino

Via Lorenzo Bartolini, 4

San Frediano

Visitas com hora marcada  – valor 100, euros

 

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Um dia em Pádua, a cidade de Santo Antônio

Pádua, a cidade do Santo, é charmosa,  dinâmica e um dos mais importantes destinos turísticos religiosos da Itália. Seu centro histórico apresenta construções em estilo medieval e renascentista que contrastam com alguns prédios de arquitetura mais moderna do século 20. É uma cidade rica histórica e culturalmente e apresenta um vibrante estilo de vida graças principalmente às suas universidades.

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Com 215 mil habitantes, a elegante Pádua é a cidade de Santo Antonio, padroeiro das crianças, protetor da família, dos casamentos,  e um dos santos mais conhecidos e venerados do mundo.

 

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Muitos brasileiros que visitam a cidade limitam-se à Basílica do Santo. Mas Pádua possui muitas outras incríveis atrações, principalmente no âmbito artístico. A cidade possui construções famosas e  praças imponentes, museus e  parques.   Até mesmo para quem quer fazer umas comprinhas poderá encontrar boas opções no comércio local, com  lojas de grife e ateliês com artesanato local. E muitos bares e restaurantes para um pitstop, onde turistas dividem as mesinhas com os locais, simpáticos, solícitos e hospitaleiros.

 

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Reserve um dia inteiro para explorar a cidade sem pressa. Pádua é elegante, graciosa e muito bonita. Tem 12 Km de pórticos (perde apenas para Bolonha e Torino). Eu havia visitado a cidade há muitos anos e resolvi voltar sozinha com mais calma para conhecer as atrações que ficaram falando.  Neste post apresento o que fazer em um dia na cidade.  Caso queiram seguir o meu roteiro, aqui listo 10 atrações pra fazer a pé na cidade. Fiz  um bate e volta saindo de Firenze.

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Corso del Popolo é a rua que precisamos pegar ao sairmos da estação para começar a explorar a cidade. Optei por fazer todo o passeio a pé

 

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 10 atrações de Pádua

1 – Basílica de Santo Antônio – Os padovanos chamam Santo Antônio de “Il Santo”. A Basílica del Santo é o principal monumento de Pádua e uma das maiores igrejas do mundo.  Independente de sua religião, uma visita ao local é obrigatória pois faz parte de  um verdadeiro circuito artístico. Construída em sua memória a partir de 1232 para guardar os restos do frade franciscano Antônio, que morreu em Pádua no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos.

 

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A igreja é um dos mais importantes santuários cristãos do mundo e recebe anualmente mais de 6,5 milhões de peregrinos

 

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A Basilica tem 155 metros de comprimento e 39 de altura

A construção apresenta uma fusão de estilos: românico na fachada,  gótico nos arcos e bizantino em suas capelas.  A igreja abriga muitas obras de artistas italianos.

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Caracterizado por diversas esculturas em bronze, o altar realizado por Donatello entre 1446 e 1453

Dentro da igreja está a  Capela do Tesouro, principal atração do local, que custodiam as relíquias do Santo. Na  Capela das Relíquias  estão a túnica do Santo, além de sua  língua e o queixo  do santo.

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O túmulo de Santo Antônio, na Capela da Arca

A igreja abriga a Capela da Virgem Maria, posteriormente anexada à basílica. Era uma pequena igreja chamado Santa Maria Mater Domni, onde estava o corpo do santo até 1262.

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O Chiostro della Magnolia, que faz parte do complexo da Basílica

O horário de abertura da Basílica  varia de acordo com o período do ano. Clique aqui para conferir.

2- Prato della Valle – a poucos minutos da Basílica está este enorme parque, uma  área verde com um canal circundado de estátuas. É a segunda maior praça da Europa e impressiona não apenas por sua imensidão mas também por sua beleza e imponência.  Antigamente hospedava um grande teatro romano e onde aconteciam corridas de cavalo. É um local lindo e agradável para passear, andar de bicicleta e  pegar sol.

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O praça é cercada por um canal com estátuas dos 2 lados. Ao fundo podemos observar a Igreja Santa Giustina

 

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Ao centro a Isola Memma

3- Duomo e Batistério –  O Duomo da cidade é dedicado à  Santa Maria Assunta. O  início da construção é do século IV e a construção atual é do século  16, em cujo projeto participou o mestre Michelângelo. Apesar dos trabalhos terem sido iniciados durante o Renascimento, em 1551, foi completada em 1754, e apresenta fachada inacabada.

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A Igreja de Santa Maria Assunta foi consagrada em 1754

4 -Piazza dell’Erbe della Frutta e dei Signori –  Neste local é onde acontece o mercado. É uma parte da cidade cheia de vida,  onde os cidadãos se encontram para  papear e escolher os produtos nas diversas bancas espalhadas por toda a praça.  Não deixem de visitar o andar de baixo que tem uma galeria com produtos gastronômicos.

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5- Palazzo della Ragione – Construído em 1218, sofreu ampliações em 1306. A construção, a mais imponente e símbolo da cidade,  tem 82 metros de comprimento por 27 de largura. Por séculos foi a sede do Tribunal. Conservava afrescos de Giotto que foram destruídos no incêndio de 1420. A “Grande Sala” do edifício é um espaço para exposições e encontros culturais. Visitável a pagamento.  O ingresso custa 6 euros ( o valor por varia em caso de exposições temporárias). Sobre os horários, detalhes aqui.

6- Cappella degli Scrovegni –  o prédio que abriga a capela é bem simples e uma pessoa que o observa de fora não pode imaginar o tesouro que guarda: o mais importante ciclo de pinturas do mundo!  A Capela foi construída na antiga Arena Romana no século 14 por uma rica família de banqueiros, os Scrovegni.  Encarregado por Enrico Scrovegni, em 1303 o artista toscano Giotto Di Bondone iniciou os trabalhos que duraram apenas 2 anos.   O ciclo pictórico ocupa  toda a superfície interna da capela e consiste em 39 episódios da vida da virgem e de Cristo, pintados em painéis ao longo dos corredores,  de um arco e  também a abóbada com o céu estrelado.  Essa é a maior obra-prima de afrescos do artista e testemunha a profunda revolução que o pintor iniciou na arte ocidental.

A visita à capela dura 30 minutos e começa com um vídeo na recepção que explica toda a sua história. É difícil conseguir entrar sem reserva pois é uma das mais disputadas atrações da cidade e as visitas são limitadas. Sugiro  reservar os bilhetes com antecedência, clicando aqui no site oficial você pode adquirir os ingressos. Eu comprei o bilhete por 13 euros que dá direito  a visitar também os Museus Cívicos .

 

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Giotto marcou época, pois começou a revolução da pintura moderna. A Capela Scrovegni, conhecida por todos pelo sobrenome da família de Enrico, que encomendou a obra, é dedicada a Santa Maria della Carità

Horário de visitação : diariamente, das 9 às 19 horas

7- Musei Civici – agrupam uma bela coleção de pintores, especialmente venetos, como Tiepolo, Tintoretto, Veronese. Os museus cávicos comprrendem o Museu Arqueológico e o Museu d’Arte Medievale e Moderna.

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8-  Universidade de Pádua – A universidade de Pádua é uma das mais antigas do mundo e a segunda mais antiga da Itália (depois de Bolonha) e  foi fundada no ano de 1222, mas já haviam as faculdades de Direito e Medicina. O Palazzo Bo tornou-se sede da universidade na metade do século 15.  Galileu Galilei lecionou Matemática e Física na universidade entre os anos de 1592 e 1610 e na Sala  dei Quaranta conserva a  mesa que era por ele utilizada. Outro local de interesse  é o Teatro Anatômico, o mais antigo do mundo. O Palazzo Bo  é visitável apenas com visitas guiadas. Para informações sobre horários e valores, aqui.

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O “Cortile Antico”, de meados dos anos 1500, por Andrea Moroni

9- Passear pela cidade –  recomendo um passeio a pé ou de bicicleta (é fácil alugar uma).  Reserve um tempinho para um passeio despretensioso pela cidade. Você vai se admirar com o capricho das lojas e bodegas.  Explore também as lojinhas de artesanato e delicatessens.

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10- Piazza dei  Signori  com a Torre do Relógio – é uma das praças mais sugestivas e vitais da cidade, um dos símbolos de Pádua.  A praça é assim chamada devido ao Palazzo della Signoria, da família Da Carrara, aristocratas que foram os Senhores de Pádua de 1318 a 1405.  Por muitos séculos era na praça que aconteciam celebrações cívicas e  torneios.  A praça abriga a Torre do Relógio, um edifício de origem medieval. Foi realizado em 1344 por Jacopo Dondi e instalado na torre  do Palazzo Capitano, que foi construído em 1428.

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A Torre do Relógio – o relógio não marca apenas as horas e os minutos, mas também o mês, o dia e as fases lunares

 

Sobre Santo Antonio

Nasceu em Lisboa em 1195. De sobrenome incerto, foi batizado como Fernando.  Foi ordenado sacerdote aos 25 anos e foi frade agostiniano em Lisboa. Em 1220 tornou-se franciscano e viajou bastante. Depois de Portugal, viveu na Itália e na França.

Em 1221 fez parte o Capítulo Geral da Ordem em Assis, onde encontrou-se com São Francisco e seus primeiros seguidores.

No ano de 1222 foi convidado para  a ordenação sacerdotal em Forli, quando fez um ermo revelando seu grande dom da oratória e grande conhecimento da Bíblia. Em 1224 transfere-se  para Bolonha onde leciona Teologia na Universidade.

Alguns anos depois, em  1230, com saúde debilitada, retira-se para uma localidade perto de Pádua, onde veio a falecer, no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos.

O santo, de acordo com seu testamento, foi enterrado na pequena igreja de Santa Maria Mater Domini (Santa Maria, Mãe do Senhor) perto do convento fundado por ele em 1229. Essa igreja foi incorporada à atual Basílica com o nome de Cappella della Madonna Mora.

Por milagres que lhes foram atribuídos, foi canonizado pelo papa Gregorio IX apenas um ano após a sua morte.  Sao muitos  os relatos de milagres, como a pregação aos peixes e graças alcançadas rogando seu nome.  Padroeiro das cidades de Pádua e de  Lisboa, Santo Antonio também é conhecido como padroeiro dos pobres e santo casamenteiro.  É festejado no dia 13 de junho.

Distâncias: 

Veneza – 43 Km

Treviso – 57 Km

Bolonha – 120 Km

Verona – 85 Km

Firenze – 220 Km

A Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze

A Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Firenze, é um dos maiores símbolos da cidade. Como no centro histórico não existem prédios muito altos, sua cúpula pode ser avistada de diversos pontos da cidade. E a obra é tão impressionante que tem gente que até se emociona quando em passeio pelo centro se depara com essa majestosa igreja. É realmente uma obra arquitetônica magnífica! Foi erguida a partir de 1296 sobre a igreja de Santa Reparata,  a antiga catedral de Florença.

 

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É uma das obras-primas do gótico italiano e é a maior catedral de alvenaria já construída

O complexo da catedral inclui , alem da igreja, o Batistério de São João e  o Campanário de Giotto,  na Piazza San Giovanni, no centro histórico de Florença,  declarado  Património Mundial da Unesco em 1982.

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O Duomo tem capacidade para acomodar até 30 mil pessoas. É  uma das obras-primas da arquiteta gótica e uma das principais atrações de quem visita a Toscana

 

A partir de 1412 ganhou o nome de Santa Maria del Fiore (Flor)

A Basílica, uma das obras-primas do gótico italiano, é a 5ª maior igreja do mundo, depois de São Pedro em Roma, São Paulo de Londres, da Catedral de Sevilha e do Duomo de Milão.

 

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Em muitos séculos de construção até a sua conclusão, a igreja sofreu muitas intervenções seja na parte interna que externa. O projeto da igreja é de Arnolfo di Cambio, que trabalhou na construção da igreja até 1302, ano de sua morte.

 

História da construção 

No século 13, durante a República fiorentina,  Ser Mino de Cantoribus buscava substituir Santa Reparata por uma catedral mais imponente. O projeto foi confiado à  Arnolfo di Cambio no ano de 1294  e a pedra fundamental foi lançada 2 anos depois, em 9 de setembro de 1296, sobre as antigas fundações de Santa Reparata.  O antigo edificio foi construído no século V estava em ruínas e não era grande o suficiente para acolher a população que estava aumentando. Da antiga igreja, somente  pedras na pavimentação da praça San Giovanni e a cripta, que pode ser visitada com ingresso através da catedral, testemunham passado de Santa Reparata.

Após a morte de Arnolfo no ano de 1302,  a construção prossegue de forma mais lenta, até que em 1331 a Arte della Lana encarregou Giotto di Bondone de supervisionar a obra. A maior contribuição foi a realização do magnifico campanário,  projeto que iniciou em 1334. Mas Giotto veio a falecer em 1337 e seu sucessor foi Andrea Pisano, que administrou as obras  até 1348, quando explodiu a peste negra.  Devido à peste, que dizimou quase 2/3 da população da cidade, não foi  possível prosseguir com as obras, tendo sido retomadas por  Francesco Talenti em 1349. Ele  foi o responsável  pela conclusão da obra do campanário, em   1359. Giovanni di Lapo Ghini deu continuidade aos trabalhos na igreja.

 

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Santa Reparata é co-padroeira de Florença junto com San Giovanni Battista.

Santa Reparata – Santa Reparata era uma criança de família nobre nascida na Palestina. A história conta que, depois de ter sido torturada e condenada à morte devido à sua recusa em honrar deuses pagãos, sua alma voou para o céu em forma de uma pomba. Em outra versão, conta-se que o seu corpo teria sido colocado em um barco e, liderado por anjos, teria atingido as costas da Campânia ou da Provença. E de fato nesses locais o culto de Santa Reparata está muito presente. O vínculo com Florença  foi estabelecido em 8 de outubro de 406 aC. Segundo a  tradição, foi graças à sua intercessão milagrosa que e o exército dos florentinos conseguiu derrotar os ostrogodos, que haviam cercado a cidade nessa época. Por esse motivo, a principal basílica foi dedicada ao culto à santa e posteriormente transformada na Catedral de Santa Maria del Fiore.

 

A Catedral é a mais importante obra arquitetônica edificada na Europa da época Romana. A construção da igreja perdurou por seis séculos e passou por várias intervenções estruturais. Ao fim das obras da cúpula, em 1436, a catedral foi consagrada

O Campanário, que é a torre campanária da catedral, tem quase 85 metros e possui um conjunto de 7 sinos e foi construído entre 1334 e 1359.

Interior da igreja: A planta apresenta 3 naves divididas em grandes arcos que são suportados por colunas monumentais.  Tem 153 metros de comprimento por 38 de largura.  O ponto mais  alto é de quase  90 m de altura,  até o cume da cúpula. Muitos obras encontram-se expostas no Museu dell’Opera del Duomo.

 

O altar do Duomo com a cadeira do bispo ao centro

 

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O crucifixo é obra de Benedetto da Maiano e as portas da sacristão são de Luca della Robbia.

 

Na Catedral é possível admirar um relógio que possui particularidades que o tornam único e um dos mais interessantes do mundo. Seu mostrador foi pintado por um grande artista do Renascimento, Paolo Uccello. O método utilizado para marcar as horas é particular porque vai do pôr do sol ao pôr do sol, o que é chamado como  “hora italiana”,  com o giro do ponteiro em sentido anti-horário e o mostrador dividido em 24 horas em números romanos, com o rosto dos 4 evangelistas nas extremidades.

 

O relógio em sentido anti-horário realizado por Paolo Uccello

Um fato importante que aconteceu no interior da Catedral foi o assassinato de Giuliano de’Medici, que foi vitima da Conspiração dos Pazzi, em 1478. Seu irmão Lorenzo conseguiu se salvar pois se refugiou na sacristia.

A Sacrestia delle Messe, onde se escondeu Lorenzo O Magnífico

 

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Cripta: A cripta pode ser visitada e o acesso é por  dentro da Catedral. O visitante pode conhecer os restos arquitetônicos dos vários períodos, além das lápides e do  piso que preserva um mosaico feito com decorações geométricas.  Nos subterrâneos da igreja fica  o túmulo do arquiteto Filippo Brunelleschi, o criador da cúpula do Duomo.

 

Fachada : A fachada original foi desehada por Arnolfo di Cambio e começou a ser realizada em meados do século 15, com a colaboração de vários artistas.  Permaneceu por muitos séculos sem revestimento. Em 1864 o arquiteto Emilio de Fabris venceu um concurso e apresentou um projeto em estilo neo-gótico para a fachada com mosaicos coloridos. A fachada ficou pronta em 1887 e foi dedicada à Virgem Maria. As portas de bronze foram terminadas em 1903.

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Os revestimentos em mármore foram feitos entre 1414 e 1421

 

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Ao lado da igreja o Campanário de Giotto, considerado o mais bonito da Itália! Ele tem quase 85 metros de altura e 15 de largura

 

Detalhes da porta do Duomo

 

Porta della Mandorla –  Mandorla em italiano é amêndoa, e representa um dos símbolos da virgindade de  Maria. A Porta della Mandorla fica na parte lateral esquerda da catedral. Foi construída de 1391 a 1423, e as esculturas da porta têm um grande valor histórico  porque foram realizadas num período de transição entre as últimas fases do gótico e início do Renascimento, e contou com participação de vários escultores, incluindo Donatello e Nanni di Banco. Seu nome deriva da bela decoração esculpida na parte alta da porta realizada por Nanni, artista florentino que viveu no início do século 15 , que inseriu a figura de Nossa Senhora em uma espécie de grande auréola , na verdade em forma de amêndoa, cercado por anjos e San  Tomaso curvando-se para receber sua estola.

 

 

A cúpula: A cúpula é uma das mais lindas obras de Filippo Brunelleschi.  A cúpula começou a ser construída em 7 de agosto de 1420 e os trabalhos foram concluídos em 1436. Foi a primeira cúpula de grandes dimensões erguida no país desde a Antiguidade sobre uma enorme base octogonal. Se tiver fôlego para subir os 463 degraus, você poderá visitar a cúpula e apreciar a cidade do alto. A altura da cúpula é de 116 metros,  uma estrutura imensa, provavelmente composta por mais de 4 milhões de tijolos.

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A maior e mais bela igreja jamais construída. Era o desafio de Arnolfo di Cambio, arquiteto da Catedral

 

Afrescos e vitrais  – no interior da cúpula a obra o Juízo Final, pintado por Giorgio Vasari e Federico Zuccari, entre os anos de 1572 e 1579.

 

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O afresco da cúpula do Duomo é composto por mais de 700 figuras desenhadas

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O tambor da cúpula possui 43 metros. Os vitrais são os maiores em seu gênero na Itália entre os séculos 14 e 15 e trazem imagens de santos do Velho e do Novo Testamento.

 

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A entrada à igreja é gratis e geralmente forma-se uma grande fila na lateral, principalmente entre os meses de abril e outubro. Mas não desanime e tenha paciência pois a espera não é muito longa

Curiosidades  ligadas ao Duomo

Existem algumas curiosidades ligadas ao Duomo que talvez muitos desconhecem e que vou relatar pra vocês. :

Existe a escultura de uma cabeça touro na fachada,  perto da Porta della Mandorla.  Foi uma homenagem aos animais que colaboraram para a construção da cúpula. Existe, no entanto, outra versão mais curiosa: a vingança de um marido traído. Fala-se que a mulher de um alfaiate (alguns dizem padeiro) da via Ricasoli tinha uma relação com um mestre de obras  que trabalhava na igreja. Descoberto o adultério, o homem traído denunciou a esposa e o  amante ao Tribunal Eclesiástico. Diz a lenda que foi o mestre de obras que colocou a cabeça de touro para lembrar o marido traído  de sua condição.

Parece que no passado havia o costume de dedicar esculturas aos animais para reconhecer seu sacrifício durante a construção de obras de arte, de modo que, entre as decorações de mármore da catedral florentina, encontramos outras gárgulas antropomórficas ou selvagens. Segundo a tradição, a estátua poderia estar entre as homenagens dos construtores aos vários animais de reboque usados para transportar os materiais necessários para a construção da catedral. Existe, no entanto, outra versão mais curiosa e goliárdica: a lenda de uma traição e a vingança original do amante.

Existe uma cabeça de touro na fachada, na direção da via Ricasoli, perto da Porta della Mandorla. Parece que no passado havia o costume de dedicar esculturas aos animais para reconhecer seu sacrifício durante a construção de obras de arte

Outra curiosidade é que o Davi, feito por Michelangelo, foi realizado para ser posicionado no contraforte da catedral.  Devido à perfeição da obra, resolveram colocá-lo em um local mais visível e não tão alto, com mais visibilidade. O posicionamento final foi escolhido por uma comissão que escolheu leva-lo à Piazza della Signoria, em frente ao Palazzo della Signoria, hoje em dia Palazzo Vecchio . Foi só no ano de 1873 que a estátua foi transferida para a Galleria dell’Academia.

Posição original do David de Michelangelo

 

Gaiola de grilos – Em 1506, o arquiteto Baccio d’Agnolo começou a trabalhar para criar uma passarela de mármore ao longo do tambor da cúpula de Santa Maria del Fiore. Depois de construída uma das oito vertentes, a obra não pareceu encontrar um grande consenso. Diz-se que Michelangelo, vendo a intervenção de Baccio d’Agnolo comentou que parecia uma gaiola de grilos. Desanimado com as críticas, Baccio d’Agnolo decidiu abandonar o projeto

 

O lanternim do Duomo e a “Gaiola de Grilos”.  Na foto inferior a marca branca no chão marca o ponto onde a esfera dourada realizada por Verrocchio caiu

Em 1600 houve uma  tempestade forte e um raio atingiu a esfera dourada realizada por Andrea del Verrocchio, mestre de Leonardo da Vinci, que muito provavelmente também ajudou na realização da esfera. No chão, perto do Museu dell’Opera, encontramos o local exato onde a esfera caiu.

 

Outra curiosidade é que provavelmente a cúpula foi realizada com aplicações de medidas matemáticas conhecidas como razão áurea, seguindo a sequência de Fibonacci,  uma sucessão em que cada número é a soma dos dois anteriores. Os primeiros termos da sequência de Fibonacci são dispostos da seguinte forma: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55. Portanto, vamos a alguns  números do Duomo:   o tambor octogonal de apoio da cúpula possui 13 metros, com a lanterna de 21 metros,  34 metros a altura média da cúpula e 55 metros de altura do solo.

 

O Campanário de Giotto, o Batistério de San Giovanni e cúpula do Duomo podem ser visitados no mesmo dia e são atrações a pagamento. A visita inclui também a cripta, que abriga restos arqueológicos das primeiras fundações.

 

Catedral Santa Maria del Fiore

Horários: 10  – 16:60/ 17 h (13:30 – 16:45 aos domingos)

  • podem sofrer alterações de acordo com os eventos

 

Para conferir os horários da missa clique aqui.

 

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Batistério de São João em Firenze

O Batistério de San Giovanni Battista é um dos mais importantes monumentos de Firenze e faz parte do  Complexo do Duomo de Firenze, junto a obras como a Catedral Santa Maria del Fiore, a Cúpula de Brunelleschi, o Campanille de Giotto, as escavações de Santa Reparada e o Museu dell’Opera del Duomo. O Batistério de São João, onde se fundem fé,  história e arte,  fica na praça San Giovanni, em frente à igreja  e é dedicado ao padroeiro de Firenze, São João Batista.  Dante Alighieri e muitos membros da família Medici foram batizados no local, que apresenta em seu interior um excepcional teto todo feito em mosaicos. A origem do monumento é incerta e tema de muitas discussões.

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O Batistério de San Giovanni é uma das mais antigas igrejas de Florença, localizada em frente à Catedral Santa Maria Del Fiore, o Duomo da cidade

Acredita-se o Batistério tenha sido construído sobre as ruínas de um antigo templo romano dedicado ao Deus Marte, nos séculos 4 e 5. As primeiras citações referentes ao batistério são do ano de 897.   Foi consagrado em 1059 pelo Papa Niccolo II e passou por várias reestruturações.
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O Batistério é em mármore de duas cores, branco de Carrara e verde de Prato

O Batistério tem 8 lados e 3 portas de bronze, de imenso valor histórico: a Porta Sul, feita por Andrea Pisano, é a mais antiga (realizada entre 1330 e 1336) e é constituída por 28 painéis. A Porta Norte, de Lorenzo Ghiberti (1401), descreve a vida e a paixão de Cristo através de 20 painéis, e com outros 8, os 4 evangelistas e os 4 “pais da igreja” e a Porta Leste, também de Lorenzo Ghiberti , localizada em frente ao Duomo, também chamada Porta do Paraíso , consiste em 10 painéis dourados representando algumas cenas do Antigo Testamento. Ghiberti ganhou o concurso para realizar a porta, vencendo o artista Brunelleschi na competição.
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Em 1128 tornou-se oficialmente o batistério da cidade e nos anos sucessivos foram realizadas diversas mudanças, como revestimentos de mármore na área externa, (com  mármore branco de Carrara e verde de Prato), no pavimento e na cúpula, que foi concluída na metade do século 13. Sucessivamente foram realizados mosaicos que contaram com a colaboração de Coppo di Marcovaldo e Cimabue.

 

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Realizado em estilo românico fiorentino, o batistério apresenta  forma octogonal e é coberto por um cúpula com 8 circulas concêntricos.  Representa o 8º dia, o tempo da Ascensão de Cristo, é quando os cristãos renascem. Simboliza a vida eterna através do batismo.

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Altar neo-românico

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A pia batismal Dante Alighieri

Mosaicos do teto 

A parte interna tem inspiração nos templos romanos. Adentrar o batistério é se surpreender com tanta beleza, principalmente quando olhamos pra cima e nos deparamos com o magnífico trabalho de mosaicos na cor dourada realizado na cúpula, uma das maiores do mundo decorada com essa técnica.

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O interior do Batisterio é dourado e o teto é todo feito em mosaicos. A enorme figura de Cristo domina os mosaicos, que trazem  cenas do julgamento e ocupam três dos oito segmentos da cúpula

 

Os mosaicos mais antigos são da abside, realizados a partir de 1225, pelo irmão Jacopo, também chamado de “della Scarsella”, o primeiro artista da recém-nascida ordem Franciscana, que havia sido convocado no Batistério pela corporação da Arte de Calimala.  Apresentam imagens de Cristo, da Virgem Maria , dos Profetas, Apóstolos e  Anjos.  com imagens da natureza representada por folhas e plantas. O espetacular trabalho de mosaicos da cúpula  representam o  Julgamento Fina e foram realizados a  partir de 1266-70.

 

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Seu interior é de uma beleza única! Adornada pel rico trabalho Arte di Calimala

 

As portas do Bastitério de São João

O Batistério apresenta 3 grandes portas de bronze decoradas. A mais antiga é a Porta Sud, que fica na direção da via Calzaiuoli. Foi realizada por Andrea Pisano entre 1330 e 1336 . Ela apresenta 28 episódios que narram a vida de São João Batista, nos 20 primeiros painéis, e as virtudes cristianas, n0s últimos 8.

 

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Detalhes da porta Sud, que foi feita por Andrea Pisano

A Porta Nord foi a segunda a ser realizada, entre 1403 e 1424,  e seu autor é Lorenzo Ghiberti. A porta  representa cenas do Novo Testamento e dos Evangelistas. Havia sido inicialmente colocada na parte oriental, e posteriormente alterada para o lado norte.

 

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O concurso para a realização da Porta Nord, em 1401 , marca o início do Renascimento

 

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A Porta Nord é chamada também de Porta alla Croce

A terceira porta, que fica  em frente ao Duomo, a Porta Leste  é a famosa  Porta do Paraíso e representa cenas do Antigo Testamento. Realizada em bronze e revestida em ouro, foi realizada por Lorenzo Ghiberti,  entre 1425 e 1452,  e contou com a participação de seu filho Vitto e ajudantes como Luca della Robbia.  Dividida em 10 quadros retangulares, ela representa a sua obra de arte e um dos trabalhos mais famosos do Renascimento fiorentino.  A porta foi danificada durante a enchente de 1966 de Firenze e depois de ter sido restaurada está conservada no Museu dell’Opera del Duomo.

 

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Detalhes da Porta do Paraíso.  Devido à beleza da obra, a porta foi colocada em  lugar de honra, no lado leste, com vista para a catedral, daí o nome da porta. Segundo Vasari, foi Michelangelo quem deu esse nome quando: “são tão bonitas que ficam bem nos portões do paraíso”.

 

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Ao longo dos 27 anos, Ghiberti teve numerosos colaboradores do calibre de Donatello, Michelozzo, Luca della Robbia e Benozzo Gozzoli. Esta obra-prima do início da Renascença foi realizada em bronze e ouro

 

Horário:

8:15-10:15  / 11:15 – 19:30  (depende do dia da semana)

* os horários sofrem variações. Favor conferir as datas e horários aqui.
* Fechado sempre na primeira terça-feira do mes

 

Roteiro de 3 dias em Firenze

Os turistas que visitam Firenze passam geralmente 2 ou 3 dias na cidade. Claro que em tão pouco tempo não dá pra visitar as inúmeras excelentes atrações que a cidade oferece, como museus, praças e igrejas. Mas para quem não tem como prolongar a estadia, aqui deixo um itinerário para quem tem 3 dias para explorar a cidade:

 

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Dia 1

Duomo –  Que tal começar a explorar a cidade por aqui? A Catedral  de Santa Maria del Fiore é  um dos símbolos da cidade e é o resultado de um trabalho que durou 6 séculos. O complexo do Duomo inclui, além da igreja (entrada grátis), o Museu Ópera do Duomo, o Campanário de Giotto, a cripta e a Cúpula de Brunelleschi. Existe um ingresso único para as atrações que são a pagamento. Detalhes aqui.

 

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O Complexo do Duomo de Florença

 

Accademia – É no museu Accademia que está a obra original de Michelângelo, o David , concebida em 1504.  Em Firenze existem 2 cópias da estátua: uma fica na Piazza della Signora e a outra no Piazzale Michelangelo.

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Piazza della Repubblica – uma das mais lindas praças da cidade com os históricos e elegantes cafés. A tentação é grande para se sentar nas convidativas cadeiras dos locais ao redor da praça, mas saiba que a consumação é bem salgada. Não deixe de conferir o post pagar para sentar para ficar por dentro.

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Piazza della Signoria e Palazzo Vecchio – esse é o coração pulsante da cidade. Aqui o conceito “museu a céu aberto” se faz valer. Veja mais detalhes sobre a praça e o  Palazzo Vecchio, sede da prefeitura da cidade,  neste post.

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O Palazzo Vecchio e a Loggia dei Lanzi e suas diversas estátuas que adornam a praça

 

Piazzale Michelangelo –  Fica na parte alta da cidade.  Essa  praça nos presenteia com uma vista incrível da cidade. Admirar Firenze do alto é um programa que recomendo.  Escolha o final do dia para poder vivenciar o por do sol. Leve seu lanchinho, algo para beliscar ou bebericar e passe um tempo ali, vendo a cidade se transformar quando o sol se despede.

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Dia 2

Mercado de San Lorenzo–  Voce pode começar seu dia aqui Acho imperdível um passeio pelo Mercado central San Lorenzo. No térreo funciona o mercado propriamente dito, com bancas de frutas, verdura, alimentos, laticínios e produtos típicos. E no primeiro andar, com diversos quioesques,  existe uma grande praça de alimentação, onde é possível petiscar uma grande variedade de alimentos.

Piazza San Marco, Santa Annunziata e Piazza San Lorenzo –  Outros locais cheios de vida e lindas construções são as praças, que ficam próximas uma das outras: praça San Marco,  a Santissima Annunziata  e a Piazza San Lorenzo, onde fica Complexo da Basílica de San Lorenzo.

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No complexo da Basílica de San Lorenzo está a Capela dos Medici.

Igreja de São Lorenzo e Capela dos Medici– No complexo da Basílica de San Lorenzo estão a Igreja de San Lorenzo, que era a paróquia da família Medici, e a Capela dos Medici, mausoléu e local de sepultamento da prestigiosa família. Foi construída pelos Medici durante a Renascença.

A Capela dos Príncipes, que junto à Sacristia Nova constituem As Capelas dos Medici, grandiosa capela, com 59 metros de altura e ricamente decorada com mármore

 

Museu UffiziO museu reúne o maior acervo de obras góticas e renacentistas do país . É o mais importante museu de Firenze e guarda tesouros de artistas como Botticelli, Leonardo da Vinci, Tiziano, Rubens e Michelangelo.

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A Galleria degli Uffizi

 

Ponte Vecchio – Perto do Uffizi fica um dos mais famosas cartões-postais da Itália, a Ponte Vecchio. Essa ponte foi a única de Firenze poupada dos bombardeiros alemães durante a 2ª Guerra Mundial. É repleta de joalherias, entre aqui para saber tudo a respeito sobre a Ponte Vecchio.

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Palazzo Pitti e Giardini di Boboli –  O Palazzo Pitti é uma enorme construção renascentista de Firenze e fica no Oltrarno, bem perto da Ponte Vecchio, e abriga 8 museus. Foi residência dos rei da Itália entre 1865 e 1871 quando a cidade foi capital do país.  No Palazzo Pitti  residiram também as poderosas famílias Medici e Lorena.  Instalado atrás do palácio estão os Jardins de Boboli, a maior área verde da cidade. Distribuído em vários níveis, é um grande parque repleto de plantas, estátuas e fontes, um deslumbre!

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Santo SpiritoDepois do Palazzo Pitti,  reserve ao menos uma horinha para passear por essa charmosa região da cidade, mais boêmia e com uma variedade de bodegas, restaurantes transadinhos e lojinhas de artesanato. Confira neste post sobre arte no Oltrarno.

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A pracinha central do bairro abriga a Igreja de Santo Spirito. Inúmeros restaurantes e barzinhos circurdam a praça

 

Dia 3

Igreja Santa Croce – Comece o dia na pracinha de Santa Croce e não deixe de visitar a igreja homônima (a pagamento), onde estão enterrados grandes personalidades italianas, como Machiavel, Galileu e Michelangelo. No blog tem post sobre a igreja de Santa Croce. Foi nessa igreja que surgiu a Síndrome de Stendhal.  Aproveite pra dar uma esticada até a região de Sant’Ambrogio, que tem um típico mercado de frutas, verduras, vestuário e street-food com produtos locais.

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Projetada por Arnoldo Di Cambio, a igreja começou a ser construída em 1294 mas ficou pronta quase um século depois e contou com a ajuda das ricas famílias florentinas que contribuíram com doações em troca de sepulturas na igreja

 

Igreja Santa Maria Novella –  Perto da estação, a igreja Santa Maria Novella, localizada na praça homônima,  é a primeira  grande basílica da cidade e a principal Igreja Dominicana de Florença.  Seu interior é decorado por esplêndidos afrescos e esculturas.

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A igreja de Santa Maria Novella é uma das mais importantes obras do Renascimento fiorentino, mesmo tendo sido iniciada precedentemente

 

Passeio pelas ruelas da cidade –  Firenze é uma cidade cheia de vida, arte e beleza em cada cantinho. Permita-se um passeio sem destino por suas vielas para admirar sua arquitetura e absorver um pouco do seu ritmo, beleza e costumes.

 

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Tour enogastronômico –  Uma forma muito gostosa de conhecer a cidade e suas tradições é através de um tour enogastronômico, onde você vai ter a oportunidade de vivenciar os costumes locais e experimentar produtos típicos. Quer passear comigo pelo centro?  Geralmente o passeio é realizado pela manhã. Veja detalhes aqui.

 

O blog Grazie a te pode  tem parcerias com muitos profissionais e pode te indicar guias que falam português para auxiliar e enriquecer a sua visita.  Escreva um email para grazieateblog@gmail.com.

O Palazzo Vecchio de Firenze

Mala para a primavera na Europa

Restaurantes em Firenze

Food tour na região do Oltrarno

Onde comer pizza em Firenze

Onde comprar souvernis de Firenze

 

Páscoa em Firenze

Post atualizado em  20 de abril de 2025

Uma das mais antigas tradições populares da cidade de Firenze acontece no domingo de Páscoa e reúne na Piazza Duomo não apenas florentinos mas uma multidão de turistas: é o Scoppio del Carro.

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Essa celebração, que em português significa explosão do carro,  uma belíssima queima de fogos de artifício que acontece no domingo após a missa celebrada na Catedral Santa Maria del Fiore.  Acompanhada por percussionistas, jogadores de bandeiras e um cortejo histórico,  a procissão percorre as ruas do centro da cidade trazendo o carro repleto de explosivos,  puxado por  bois da raça Chianina, que se posiciona entre o Batistério e o Duomo.

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Uma multidão se reúne na piazza Duomo para o espetáculo do Domingo de Páscoa em Firenze

 

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Chamado de “brindellone”,  o carro foi utilizado pela primeira vez em 1622. É  uma espécie de torre pirotécnica montada sobre um carro de madeira, e é o protagonista do espetáculo. O carro, que sai da Porta al Prato, desfila por algumas ruas do centro da cidade até a Piazza Duomo, onde é aguardado por milhares de pessoas.

 

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Essa espécie de carruagem é puxada por 4 bois enfeitados por guirlandas que desfilam pelas ruas do centro histórico e se posiciona entre o Batistério e do Duomo (foto divulgação)

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Tradição histórica e religiosa

Essa tradição começou no século 11, na época da Primeira Cruzada. Em 1099 Pazzino de’ Pazzi, voltando de Jerusalém, trouxe 3 pedras provenientes do Santo Sepulcro que haviam sido doadas por Godofredo  de Bouillon como prêmio por ter sido o primeiro a subir  os Muros de Jerusalém. Essas pedras representam um tesouro religioso importante para a cidade e estão guardadas na igreja de Santissimi Apostoli.

 

A igreja de Santissimi Apostoli, na Piazza del Limbo, é uma das igrejas mais antigas de Firenze. Foi provavelmente fundada no ano 800, na época de Carlos Magno

 

Por centenas de anos elas acenderam o fogo do carro, com as faíscas geradas através do atrito dessas pedras e eram levadas em procissão até o Duomo. A partir dessa cerimônia  usavam distribuir o fogo Santo aos florentinos, que saíam com as tochas cantando com a chama purificadora pelas ruas da cidade. E por muitos séculos essa tradição foi seguida. Com o passar do tempo foi introduzida uma carroça de madeira para transportar o fogo.  Acredita-se que por volta dos anos 1300 começaram a usar fogos de artifício ao invés do Fogo Santo.

 

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O carro tem 11 metros de altura. Antes desse modelo eram usados outros menos resistentes e eram necessárias restaurações todos os anos após o seu uso

Por muitos anos as pedras, que eram guardadas na igreja Santíssimi Apostoli,  eram acesas no domingo de Páscoa e levadas em procissão até o duomo. Agora o acendimento das velas acontece no Sábado Santo à noite.

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O carro é acompanhado pelo cortejo histórico com os sbandieratori, que são os atiradores de bandeira,  percursionistas em trajes típicos de época.

renascimento

 

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A queima de fogos no domingo de Páscoa em Firenze 

Atualmente o ritual acontece da seguinte forma:  o brindellone, carregado de fogos de artifício posiciona-se entre o Duomo e o Batistério. A cerimônia no Duomo começa às 10 da manhã e por volta das 11 horas, enquanto os fiéis cantam a Glória, do altar da Catedral o bispo acende com o fogo santo uma espécie de foguete em   forma de pomba (Colombina) que simboliza o Espírito Santo.  Do altar, a  pomba ligada a um fio percorre o cabo até  o carro, num percurso de 150 metros, , que fica estacionado na porta da igreja acendendo os fogos para dar início ao espetáculo.

Depois que a pomba encosta no carro para dar inicio aos fogos ela precisa voltar para a igreja. Se a pomba não retornar significa que o ano  não será de boa colheita e nem de boa sorte.

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A Colombina, um acionador com forma de pomba, é ligada a um fio e voa para fora da igreja, portando o fogo que atinge o carro dando início às explosões

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brindellone

Nos últimos anos apenas uma vez não correu como se esperava e a colombina decepcionou. Foi no ano de 1966, quando Firenze foi assolada por uma terrível enchente. Saiba mais aqui.

 

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A explosão pirotécnica

 

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O espectáculo dura cerca de 20 minutos enquanto os sinos da catedral tocam. Essa é a distribuição simbólica do fogo benzido, envolvendo o carro numa grande cortina de fumaça

 

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A pomba branca que voa da catedral até o carro

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Os jogadores do Calcio Storico  Fiorentino também participam do cortejo. No domingo de Páscoa é feito o sorteio entre as 4 equipes que disputarão as partidas que acontecem em junho. A final é disputada no dia 24 de Junho, dia do padroeiro de Firenze, São João.

 

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O carro sai do depósito de Porta al Prato apenas uma vez por ano, sempre às 8 da manhã. Aqui o retorno do carro após a celebração

 

Tive a oportunidade de ver o carro dentro do depósito

 

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Durante todo o ano o brindellone fica guardado num enorme portão de madeira, no número 48 na via Il Prato. O único dia do ano em que vemos o portão aberto é no domingo de Páscoa

Scoppio del Carro

Local: Piazza del Duomo

Horário: Procissão às 10 e explosão do carro às 11 horas

Na segunda após a Páscoa é feriado de Pasquetta na Itália

 

E na Itália, a segunda-feira após a Páscoa é feriado de Pasquetta.  É a festa Lunedì dell’Angelo ou Segunda-feira do Anjo, em referência à aparição do anjo no Santo Sepulcro anunciando a ressurreição de Jesus.

 

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