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Fattoria Betti, em Pistoia, na Toscana

A Toscana é uma das mais famosas regiões produtoras de vinhos e o enoturismo é um mercado potencialmente muito forte e  não apenas pela qualidade dos vinhos mas também porque estamos num território de extrema beleza natural.  Pois é claro que, degustar vinhos com um belo panorama  faz – e como –  uma grande diferença!  A  região guarda preciosos segredos, como vinícolas de excelência em locais menos conhecidos, como a Fattoria Betti,  em Quarrata, província de Pistoia, norte da Toscana.

 

Produção de vinhos em Quarrata, Pistoia: clima, solo,  longa tradição vinícola e a beleza natural do território, que contribuem para transformar a experiência da degustação

 

O prédio é uma construção do ano 1903 e no passado foi o local onde os agricultores das redondezas traziam a  uva  para vinificação

 

Fattoria Betti 

A Fattoria Betti é uma empresa familiar, de propriedade dos irmãos Guido e Gherardo Betti, que  tem provavelmente a  única  cantina em estilo Liberty da Itália, construída no início dos anos 1900.

 

O edifício era o local onde os produtores da vizinhança traziam as uvas que depois seriam destinadas à vinificação

As fileiras de vinhas estão   localizadas  a  cerca de 200 metros acima do nível do mar e ali crescem as frutas da Fattoria Betti, em solo argiloso, o que confere à produção um carácter próprio.  Sangiovese, Cabernet, Trebbiano, Canaiolo nero e Merlot são algumas das uvas, que são colhidas à mão. A produção total é de  60 mil garrafas, mas a vinícola está se estruturando para proximamente dobrar  esse número.

Cheers! Um privilégio poder desfrutar de toda a beleza da natureza, degustar os produtos do território e conhecer sobre os processo de vinificação

“Os vinhos que produzimos nascem de uma profunda paixão que, aliada ao orgulho pelo território, nos leva a utilizar tecnologias inovadoras sem trair a milenar arte da vinificação e a utilizar a madeira de forma não invasiva”,  diz Gherardo, enólogo, que nos  explicou sobre os processos adotados na vinícola.

Na Fattoria Betti são utilizados barris de aço ,  de madeira e  cimento vitrificado (foto gentilmente cedida por Sandra Panerai)

 

Vindima

Setembro é mês de colheita de uvas, a vindima, e não podíamos ter visitado a vinícola em uma época melhor!  Tivemos a oportunidade de acompanhar algumas fases do processo, passear por entre as vinhas e experimentar a fruta docinha colhida diretamente das vinhas que ainda estão carregadas, visto que a colheita este ano deve  acontecer até o final do mês.

Para escolher o momento certo é fundamental verificar a maturação das uvas e verificar o teor de açúcares, e assim determinar o potencial teor alcoólico na fermentação

 

Momento que Gherardo chega na cantina com a máquina carregada de uva. É aqui que  começa, de fato, o beneficiamento da fruta. Esse processo é chamado de desengace, que é a separação das bagas, os grãos da uva, do engaço, que sustentam os cachos, que é precedido pelo esmagamento

 

#ungiornodabetti: um dia muito agradável, onde pudemos passear pelos vinhedos e conferir de perto e aprender sobre parte do processo de vinificação

 

Piquenique

Aproveitar a beleza da natureza em locais ao aberto para as refeições, principalmente num momento delicado como esse,  é a proposta certeira! Participei da visita à cantina, com degustação  de safras especiais e de um piquenique super especial nos jardins da empresa,  à convite da Fattoria Betti, em evento que levou a assinatura da expert Claudia Bondi, da Perle & Perlage, para um grupo de bloggers e jornalistas. “Un giorno a colazione nel Bund” foi o tema do evento, que contou com buffet com menu asiático.

 

Guido Betti, responsável comercial da empresa, acompanhou nosso grupo. Na foto, a organizadora do evento, Claudia Bondi, com Francesca Giagnorio, Alireza Mohtashami e Marco Bechi

Toalhas e cestinhas de piqueniques foram  colocados sob o gramado da vinícola. Participamos de uma degustação de vinhos harmonizados com pratos inspirados na China e suas tradições culinárias circundados por toda a beleza do território com seus vinhedos, ciprestes e oliveiras.

A blogger Azzurra, do La Cucina di Azzurra e a guia e blogger  Michela Ricciarelli, do Passion4Food4Fashion. Estava tudo muito gostoso, mas o ravioli com camarão acompanhado pelo Caprone Rosè, realmente excepcional!

Pistoia
Pistoia é uma pequena cidade da Toscana que fica entre Florença e Lucca. Foi proclamada Capital da Cultura Italiana em 2017 e é famosa pela cultivação de plantas ornamentais, tanto é que quando passamos pela estrada, os lindos viveiros de plantas chamam a atenção. Situada aos pés dos Apeninos, tem cerca de 90 mil habitantes. Para mais informações sobre  Pistoia e suas principais atrações, clique aqui.
* Grazie tante Fattoria Betti e Perle & Perlage per l’invito.

O café-da-manhã na Itália

Os italianos adoram tomar o café-da-manhã no bar. É um hábito muito difuso de norte a sul do país. Essa é uma mania tão arraigada que conheço italianos que deixam de tomar o café-da-manhã com a família para irem ao bar tomar aquele cafezinho que só encontram ali! O café no bar vem acompanhado de jornal e papo com outros frequentadores e com o barista, que sabe de cor a preferência de cada um dos clientes habituais.  É assim  que muitos italianos gostam de começar o dia! E nas casas dos italianos o café-da-manhã não oferece tantas opções como estamos acostumados no Brasil, com frutas, sucos, bolos e  opções salgadas.  Aliás os italianos preferem alimentos doces para começar a giornata!

 

Nós brasileiros estamos acostumados com um café-da-manhã farto, com sucos, frutas, bolos e pão de sal ou pão na chapa.  Aqui na Italia é bem diferente, principalmente porque consomem-se alimentos doces pela manhã. Na foto brioche sfogliata e cappuccino

 

Os baritas quase enlouquecem pela manhã com tantos pedidos específicos e variações de cafés! Os mais consumidos são o expresso e o cappuccino

Café no bar

Nos bares a lista de opções, seja para os cafés que para os quitutes é grande, visto que a arte de panificação oferece delícias como focaccia, brioches, biscoitinhos e diversos tipos de pães.  Mas geralmente, os italianos optam por um croissant acompanhado de um cappuccino ou expresso. Muito pedido também é o macchiato (manchado), que é o café expresso com um pouquinho de leite, pois assim fica menos forte. Mas existe uma lista grande cafés e suas variações na hora de servir.  Quem já esteve num bar italiano pela manhã ja percebeu a confusão que é na hora de pedir: macchiato in tazza di vetro, cappuccino decaffeinato,  ou caffè lungo.  Não deixe de ler  como pedir um café na Itália para entender melhor. Para acompanhar o café,  brioche,  também chamado de  croissant, que pode ser vuota  (vazia, sem recheio) ou com recheio de Nutella, chocolate, creme de ovo ou pistache.  Geralmente no inverno muitos optam por um suco natural de laranja, aqui chamado de spremuta d’arancia.

 

cafe

Os italianos tomam o café-da-manhã no balcão

 

colazione

O cappuccino é uma das bebidas mais apreciadas pelos italianos no bar, obviamente junto com o café

 

Café em casa

A prima colazione  ou colazione genuína feita nas casas dos italianos é geralmente  constituída de torrada ou  pão e geleia e café da moka, a tradicional cafeteira italiana. É um cafe mais forte, intenso e baixo. As crianças geralmente comem cereais ou biscoito com uma taça de leite.  As crianças também consomem chocolate em pó ou mel junto ao leite. Outro produto consumido é yogurt, com cereais ou frutas.

 

Os costumes também variam de norte a sul do país, mas de forma geral, em casa, é o café da moka que todos tomam! E uma dica importante para quem adquire a maquininha de café: ela não precisa ser lavada com sabão, apenas com água

 

Gosto muito de variar, de vez em quando preparo misto quente e suco de laranja. E sempre tem um cafezinho

Como sou fã de café-da-manhã, sempre preparo à maneira brasileira e gosto de variar bastante. Diariamente gosto de preparar o café com frutas,  suco e pão, que às vezes é com presunto e queijo e outras com produtos doces, como geleia e creme de avelã.  Nos finais de semana sempre gosto de caprichar, com bolo de maça ou de chocolate e  às vezes faço ovos mexidos com pão.

 

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A Itália em tempos de coronavírus

  • post atualizado em 26 de abril.  Você confere as novas medidas no final do texto:

Desde que os casos do novo coronavírus Covid-19 começaram a crescer no Brasil as mensagens de amigos e leitores do blog passaram a ser mais frequentes. Todos querem saber como está a situação na Itália, onde 60 milhões de pessoas estão fechadas em casa.  Como o país está enfrentando essa pandemia?

 

Todo mundo em casa!  Em poucas palavras, é isso que determina o mais recente decreto estabelecido pelo Presidente do Conselho de Ministros Giuseppe Conte. Nessas últimas semanas, as decisões têm sido tomadas de forma gradativa.  Inicialmente o decreto, em vigor desde o  dia 8 de março era   limitado à região da Lombardia e mais 14 províncias.  Contendo novas medidas, esse último anunciado  domingo passado passou a valer em todo o território italiano, considerado “zona protegida”. Portanto,  de 10 de março até o dia 3 de abril, toda a Itália em quarentena. Isolamento social: precisamos ficar em casa para evitar novos contágios. #iorestoacasa (eu fico em casa)  é a hashtag do momento.  Proibição absoluta de sair de casa para os que resultam positivo para o vírus. Escolas e universidades encerraram as atividades desde o dia 4 de março. Museus e  cinemas  foram fechados, estão proibidas atividades esportivas e até as missas foram suspensas, assim como cerimônias de casamentos e funerais não podem ser realizados.  Os rituais para o funeral não incluem missa, é possível apenas um  pequeno ritual de enterro. Podemos sair apenas para irmos ao supermercado, farmácia ou por algum motivo de urgência.  É necessário apresentar uma declaração que assinamos para justificar o deslocamento. Se algum cidadão for flagrado passeando ou não for capaz de justificar o motivo da saída corre o risco de levar uma multa  de 206 euros e até 3 meses de prisão. Não  é permitido visitar familiares e amigos.  As estradas estão sendo  controladas e nada de viagens. Cada um deve ficar onde está, independente se você mora em Milão e quer passar esse período de quarentena com a tua mamma que vive em Nápolis.  Alguns escritórios e repartições estão funcionando. Mas quem pode, trabalha de casa. Lojas, bares e restaurantes estão fechados, inicialmente até 25 de março.   Alguns restaurantes entregam em domicílio. Cabeleireiros e centros estéticos também. Muitas fábricas e indústrias estão abertas mas, como em qualquer ambiente, precisam impor aos seus colaboradores de manter entre eles  a distância de 1 metro. Os supermercados estão bem abastecidos (salvo em alguns locais onde falta, por exemplo, papel higiênico), mas grandes e demoradas filas foram criadas na porta dos estabelecimentos devido ao número limitado de pessoas que podem entrar contemporaneamente. É possível fazer pedidos de compras pela internet  mas aqui em Firenze a próxima entrega não chega antes do dia 25, portanto, daqui a quase 2 semanas! Sobre esse assunto tenho em casa talvez a pessoa mais bem-informada da cidade, rs. Posso confiar tranquilamente à meu marido a questão das compras de supermercado.  Lazer? Praticamente nada. Algumas cidades estão fechando seus parques públicos devido aos frequentadores não respeitarem  a distância de segurança. Aqui em Firenze foi assim. Em todo o país os serviços  de transporte público são garantidos, mas foram reduzidos.  Muitas companhias aéreas também cancelaram voos com chegada e partida da Itália.

A Itália, o segundo país com mais casos de coronavírus,  tomou providências diferentes daquelas  adotadas pela China, país onde o surto teve origem e que desde o início impôs a quarentena em algumas cidades onde foram registrados os primeiros surtos e conseguiu diminuir a curva epidêmica.  Não sou médica, nem matemática e nem especialista de saúde pública, mas a minha opinião é que não tomamos providências imediatas quando os casos começaram a aparecer aqui na Itália. Fechar as fronteiras e proibir voos da China? Fechar escolas e universidades? Cancelar shows e manifestações em locais aglomerados?  Decretar quarentena? Só pra vocês terem uma noção sobre a desorientação do modo de se comportar, assim que foram suspensas as aulas, que foi uma das primeiras medidas para evitar o contágio, muitas famílias reservaram viagens para estações de esqui e até para o exterior.  Desdenhamos da pandemia desconhecendo o inimigo, que é rápido, silencioso e invisível. Tosse, febre e dificuldade para respirar são os principais sintomas, mas não é em todos os infectados que se manifesta dessa forma. Os casos começaram a aparecer sempre carregados de incertezas.  E ainda continuamos sem conhecer o denominador. Talvez o que também assusta tanto quando falamos em coronavírus é que não sabemos quem foi contagiado.  Uma coisa é saber o número de pessoas positivas depois que se submetem ao teste, outra coisa é não saber e nem imaginar quem está infectado e que pode ser transmissor.  Muitos pacientes apresentam poucos sintomas – que em alguns casos são  como os da gripe – sem contar que pessoas assintomáticas podem transmitir o vírus.  As medidas aqui na Itália começaram a ser tomadas de acordo com a evolução da questão. Ficamos um pouco sem saber como agir. No início, desconhecendo o problema,  alguns governantes até incentivaram o convívio sem julgamentos e sem preconceito, contra o terrorismo psicológico nos primeiros dias de fevereiro: vamos abraçar um chinês! Além disso, até mesmo iniciativas culturais com museus abertos gratuitamente para todos, para ajudar a enfrentar o medo que estava deixando as cidades sempre com menos turistas.  E  num espaço muito curto de tempo, o jogo virou impondo regras  bem diferentes: nada de socialização,  todo mundo em casa! Ainda não temos respostas para muitas perguntas que envolvem o assunto. Mas uma coisa é certa: é preciso frear os contágios e para isso precisamos nos  isolar.

Não vou entrar nos problemas econômicos. Em relação aos números negativos desse baque acho que nem o Ministro da Economia tem condições de quantificar.  Coloquem nessa conta o abalo emocional da situação.  Pode parecer fácil, mas não estamos de férias trancados em casa.  É uma sensação estranha que mexe com nosso emocional. Agora temos tempo à disposição. Ah, esse mesmo tempo do qual somos tão escravos e que tanto almejamos!  O sagrado tempo. E que agora é só nosso…  mas afinal,  do que importa se não podemos escolher o que fazer com esse tempo? Tenho dois filhos, de 7 e 11 anos. Moro num apartamento, portanto, as brincadeiras se limitam entre os quartos e a sala. Passamos esse período entre  leitura, filmes, jogos eletrônicos, brincadeiras em família e tarefas de casa que foram passadas pelas professores através de mensagens e plataformas divulgadas pela escola. Não é fácil explicar que só sairemos de casa dentro de algumas semanas. A primavera vai anunciar sua chegada e nós estaremos aqui, em casa, imaginando os parques e jardins que se colorem, sem poder contemplar toda a beleza de perto.  Mas vai passar. Essa é a frase que hoje pintamos em casa,  a partir de uma mobilização nacional onde as crianças colocam faixas penduradas na janela com um arco-íris e a frase:  “andrà tutto bene“.

E como estão sendo tratados os casos que resultaram positivo? Ainda não existe uma vacina contra o vírus, mas existe tratamento. Muitos pacientes podem se tratar em casa, e os que apresentam outros sintomas, como   insuficiência respiratória, precisam de internação em UTI com equipamentos de respiração assistida e os hospitais estão sobrecarregados. Médicos e enfermeiros estão empenhando-se com longos turnos de trabalho em hospitais lotados. Alguns estão usando as redes sociais para alertar a população: “estamos combatendo como se fosse uma guerra, é preciso que as pessoas fiquem em casa para evitar os contágios”.  Outro assunto que está causando surpresa nos brasileiros é que a notícia que está sendo difundida é que os hospitais estão  escolhendo  os pacientes a serem tratados.  Diante da delicada situação, o SIAARTI (Sociedade Italiana de Anestesia, Analgesia, Reanimação e Terapia Intensiva), divulgou um documento informando que, se necessário,  os médicos precisarão selecionar os pacientes a serem atendidos de acordo com as chances de sucesso no tratamento e de sobrevivência, devido a “um enorme desequilíbrio entre as reais necessidades clínicas da população e a disponibilidade real de recursos intensivos”.  Além dos casos de coronavírus, os hospitais lidam com emergências de todo tipo, como cirurgias de urgência.  Não há leitos para todos os pacientes. Esse é o maior desafio: conseguir vaga e equipamento para internar os pacientes e disponibilizar as maquinas de respiração.  E uma notícia boa é que desembarcaram ontem na Itália 9 profissionais vindos da China. São especialistas no tratamento do coronavírus, que trouxeram também equipamentos respiratórios e milhares de máscaras. Que fique claro: o desafio maior  será conseguir cuidar e dar assistência aos infectados que precisam de internação: o problema se agrava quando número de doentes é maior do que a capacidade que temos nos hospitais!

E a mensagem que deixo para quem está no Brasil é a seguinte: é preciso prevenção, é preciso ser consciente e ter senso de responsabilidade e de coletividade. Não é momento de histeria e nem de pânico, mas de atenção, de racionalidade.  Pessoas jovens e saudáveis correm menos riscos, mas idosos e pessoas com doenças prévias são vulneráveis. Isso de forma alguma  justifica ignorar as medidas de prevenção.  Todos precisamos colaborar! E para evitar a proliferação do vírus, além de cuidados de higiene,  é preciso evitar locais com grande concentração de pessoas e  evitar contato com idosos, que precisam ficar o máximo de tempo possível em casa.  Sei que é difícil pedir que as pessoas se socializem menos, sobretudo conhecendo  a nossa cultura, mas façam um sacrifício por um período e deixem de lado festinhas, shows, cinemas e locais muito cheios. Procure manter distância das pessoas, mesmo de conhecidos,  e tenha muito cuidado ao usar transporte público. E para os chegam de viagem internacional, isolamento domiciliar de 14 dias.   Não é preciso ter pânico, mas é necessário seguir as recomendações de higiene e de bom comportamento.

Agora sejamos sinceros, você  já deve até  ter pensado, há poucos dias,  que o problema desse vírus, que surgiu lá do outro lado do mundo, não era um problema seu. Aí o vírus começou a se proliferar na Itália, continuando a não ser problema seu. Mas agora ele está em todo lugar. E o problema é tanto meu quanto  seu. Assim como é do Trump, do Bolsonaro e de todos os habitantes desse Planeta.  De todos, afinal, estamos todos na mesma ciranda. Será que agora ficou claro?

 

Busque informações em sites oficiais, como o do Ministério da Saúde que traz dicas e informações de como se comportar em caso de suspeitas da doença. Quem desejar monitorar os casos de Coronavirus em tempo real, aqui vai um mapa que está sendo atualizado constantemente, clique aqui

 

Fase 2 

O Presidente do Conselho dos Ministros, Giuseppe Conte, anunciou na noite de 26 de abril as novas medidas que passarão a valer a partir de 4 maio.  Pode ser que alguma medida informada seja modificada. As decisões são tomadas de acordo com o andamento dos casos.  Conte iniciou o pronunciamento dizendo que teremos que conviver com o vírus e respeitar a distância de segurança, que é de ao menos 1 metro: “Graças aos sacrifícios feitos por todos até agora nós estamos conseguindo controlar a difusão da pandemia. Vocês manifestaram todos, de norte a sul, força, coragem,  senso de responsabilidade  e de comunidade. Agora começa  para todos a fase de convivência com o vírus. Tempo que ser conscientes que nessa nova fase, a  fase 2, pode ser que a curva do contagio suba em algumas áreas do país. Esse é um risco e devemos enfrentá-lo. Na fase 2 será ainda mais importante manter a distancia de segurança, de ao menos 1 metro.”

Muitas fábricas reiniciam as atividades amanhã, 27 de abril.

O bônus de 600 euros que foi concedido para trabalhadores autônomos ou temporários será renovado automaticamente.

As escolas continuam fechadas ate o final do ano letivo (aqui na Itália termina em  junho). Muito provavelmente abrirão em setembro, mês que começa  o ano letivo aqui na Itália.  Os alunos seguem fazendo atividades em casa. Haverá um  grande esforço para que possa ser realizado o “esame di maturità“, exame do curso do ensino medio, com as devidas condições de segurança.  Algumas prefeituras estão analisando a possibilidade de retornar em meados de maio.

A partir de 4 de maio:

  • é possível visitar parentes, mas  utilizando máscaras (necessário auto-certificação)
  • viagens apenas dentro da própria região
  • viagens para outras regiões apenas por motivos de trabalho ou visitas médicas (necessário auto-certificação)
  • o acesso a parques e jardins públicos será permitido, mas mantendo  sempre a distância de segurança
  • para atividades esportivas, necessário mante distância de dois metros. Atletas profissionais poderão retornar ao treinamento a portas fechadas para disciplinas individuais. Não aos esportes coletivos, provavelmente após o dia 18 de maio. Para atividades esportivas a distância mínima é de 2 metros.
  • será possível realizar cerimônias fúnebres, com participando de no máximo 15 pessoas (missas ainda não são permitidas)
  • bares e restaurantes:  serviços de  take-away serão permitidos. Os alimentos  devem ser consumidos em casa
  • as máscaras devem ser vendidas por no máximo 50 centavos de euro

 

A partir de 18 de maio:

  •  Reabertura de museus, bibliotecas, exposições  e locais culturais
  • Reabertua de lojas
  • Esporte: treinamento para equipes. Sobre o campeonato de futebol da série A,  será necessário avaliar se existem condições para terminar a temporada.

 

A partir de 1º de junho:

  • Reabertura de bares, restaurantes, cabeleireiros e centros estéticos.

 

 

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Como um casal pode enfrentar as diferenças culturais

Para um casal de nacionalidades diferentes não é nada simples enfrentar as diferenças culturais. Casais com criações e culturas distintas precisam encontrar um equilíbrio que pode significar  um importante  desafio a ser superado para um relacionamento saudável. E o desafio é ainda maior com a chegada dos filhos:  é preciso discutir, aceitar e compartilhar as diferenças, afinal, precisamos  considerar a identidade cultural de casa um, as práticas comportamentais e religiosas, os valores e as diferentes tradições. Conversei com algumas brasileiras casadas com italianos para saber como lidam com questão das diferenças culturais no casamento.  Duas das 3 entrevistadas são mães,  e contam como é a criação dos filhos:

Márcia Alves e Jacopo Torricelli 

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Márcia e Jacopo com a filha Livia, de 15 anos

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1 – Onde e quando se conheceram?
Nos conhecemos em São Paulo, a trabalho há quase 17 anos.
 
2-  Como foi a decisão de morar em Firenze?
Após termos falado bastante a respeito quando nos conhecemos, decidimos juntos que iniciaríamos a nossa vida juntos morando em  Firenze.
3-  Em algum momento sentiu vontade de voltar a morar no Brasil? Como superou esse período?
No início quando você chega por aqui não é tão facil se adaptar.  Quando casamos e decidimos morar no exterior, não mudamos somente de estado civil, mas também de habitos quotidianos varios, alem da distancia de familiares e amigos. Então respondendo a sua pergunta, sim, por varias vezes tive vontade de voltar pra o Brasil. Porém, com o passar do tempo, você vai se adaptando, vai conhecendo melhor seus novos hábitos e no final a gente consegue superar a vontade de voltar pela vontade de permanecer.
4- Existem divergências sociais e culturais entre o casal?  Acha que podem ser um obstáculo para o casal?
Sobre essa pergunta, posso te responder um pouco em modo geral, pois eu particularmente, não tive esse tipo de experiência. Então, não sei te dizer. Acredito mais em divergências entre personalidades diferentes.
5- Em relação à educação dos filhos, de que forma as diferenças culturais podem interferir na criação e educação das crianças?
Mais que diferenças culturais aqui entra o fato de cultivar as raízes de cada um dos pais. Ou seja, transmitir sempre aos filhos os detalhes da cultura do pai e da mãe na mesma intensidade. Obviamente que em muitas vezes, os hábitos da cultura local irão prevalecer, porém é muito importante manter sempre presente na vida familiar as duas culturas.
Paloma Monti e Giuseppe Pecchioli
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Paloma e o marido Giuseppe com os filhos Benjamin, 9 anos e Teodoro, 5 anos

1 – Onde, como e quando se conheceram?
Nos conhecemos em um Pub, o Kikuya, eu trabalhei por um ano lá enquanto estudava, mas só começamos a namorar depois que parei de trabalhar. Eu sempre passava no pub pra comer depois da faculdade e ele quase sempre estava lá!
 2-  Como foi a decisão de morar em Firenze?
Eu decidi antes de nos conhecermos, e ele já morava aqui.
 3-  Em algum momento sentiu vontade de voltar a morar no Brasil? Como superou esse período?
Sim claro, até chegamos a pensar em ir morar lá, mas fizemos a famosa lista dos prós e contras e acabamos decidindo ficar.
 4- Existem divergências sociais e culturais entre o casal?  Acha que podem ser um obstáculo para o relacionamento?
Eu acho que é praticamente impossível não existir divergências sociais e culturais entre qualquer casal, ainda mais de nacionalidades diferentes. Cada família leva uma bagagem diferente da outra, que se junta à outra bagagem, com outras bagagens diferentes! Quem disser que não existem está mentindo!  Acho que essas divergências só se tornam obstáculos se permitirmos… é interessante e construtivo conhecê-las e enfrenta-las juntos. Eu as vejo como degrauzinhos que vamos subindo para um maior conhecimento e cumplicidade um com o outro e não como obstáculos.
 5- Quais as maiores dificuldades que encontram devido às diferenças e como conseguem superá-las?
Acho que com relação à comunicação, estou aqui há 15 anos, falo super fluentemente o italiano e meu marido fala fluentemente português, mas tem sempre alguma sutileza na língua que nos escapa, e pode levar a desentendimentos. O que pra mim em português tem um significado às vezes pra ele em italiano, tem outro por exemplo. Nós superamos discutindo e conversando muito (e com uma dose de terapia também!)

6- Em relação à educação dos filhos, de que forma as diferenças culturais podem interferir na criação e educação das crianças?
A gente sempre chega à um ponto comum qualquer seja a diferença. Tentamos fazer isso para que as crianças não se sintam desnorteadas, vendo cada um com uma opinião. E se não conseguimos chegar a um acordo, vemos qual das duas visões é a melhor para os meninos.
 Vania e Marco Berbeglia
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1 – Onde e quando se conheceram?
Nos conhecemos em Norwich, Inglaterra em Julho de 2013. Em um bar/discoteca que fazia uma noite de música latino-americana.
2-  Como foi a decisão de morar em Firenze? Cogitaram a morar em outra cidade ou país?
 Moramos na Inglaterra por três anos antes de decidir provar a Itália em 2016. Optamos por Firenze já que meu marido é nascido e criado aqui.
3-  Em algum momento sentiu vontade de voltar a morar no Brasil? Como superou esse período?
Em 2010 antes mesmo de conhecer meu marido quando já morava na Inglaterra por 9 anos senti sim vontade de “casa” e quis voltar para o Brasil para morar (para visitar sempre fui 1 vez a cada 2 anos). Em 2011 fui por 10 meses, mas creio que porque me mudei para Inglaterra quando ainda era uma adolescente (18 anos) e minha vida adulta passei lá, inicialmente para estudar e depois trabalhar, descobri que já eram muitas anos de Europa e mesmo que meu coração estivesse no Brasil, principalmente por causa dos meus pais, me sentia em casa na Inglaterra.
4- Existem divergências sociais e culturais entre o casal?  Acha que podem ser um obstáculo para o casal?
Nós por sorte não temos muitas divergências exatamente pelo fato de eu ter conhecido meu marido na Inglaterra, por ele ter vivido lá por anos, nós pensamos muito da mesma forma. Mas algumas divergências podem sim, se tornar um peso na vida do casal.
5- Vocês são religiosos? Qual igreja ou religião seguem?
Não somos religiosos, mas gostamos da filosofia de vida encontrada no budismo, mesmo que seja muito difícil colocar tudo em prática.
6-  Quais as maiores dificuldades que encontram devido às diferenças e como conseguem superá-las?
No momento não vêm em mente dificuldades específicas, mas superamos nossas divergências com muita conversa, para mim é muito importante deixar o coração falar.
7-  Pretendem ter filhos? Acredita que as diferenças culturais podem interferir na criação e educação das crianças e como pretendem superá-las?
No momento não, de qualquer forma penso sim que diferenças culturais podem ter influência na educação das crianças, mas para mim nada que muita conversa entre o casal e a família não ajude!

Castiglione della Pescaia

As glicínias de Firenze 

 

Como pedir um café na Itália

O café é uma grande paixão dos italianos e é impressionante como existem tantas maneiras de prepará-lo! Depois da água, é a segunda maior bebida consumida no mundo. Na Itália muita gente prefere tomar o café-da-manhã no bar. Quem já esteve por aqui pôde perceber que é uma verdadeira loucura o momento dos pedidos tamanha variedade de cafés e que podem ser servidos de diversas formas (os baristas endoidam, rs!).  Neste post mostro alguns tipos de café que você pode pedir nos bares italianos:

Foto Franca/ Effeti Photo Studio

 

 

Tipos de café

cafe

Caffè espresso ou normal: o café italiano é forte. O café expresso aqui na Itália é um dos mais pedidos. É sempre feito na máquina, servido numa tacinha e é bem baixinho

Caffè doppio:  2 cafés

Macchiato: café expresso com um pouco de leite vaporizado em cima para “manchar”, como o próprio nome diz

Macchiato freddo con latte scremato: com leite frio magro por cima

Ristretto: mais curto que o expresso

Cappuccino: café com o leite vaporizado, para torná-lo cremoso. O chocolate em pó pode ser acrescentado depois, de acordo com o gosto de cada pessoa

Cappuccino con latte scremato: para quem está de dieta, pede leite mais magro

Lungo: café expresso mais longo, portanto, deixam a máquina mais tempo ligada e a quantidade de café é maior, mas com a mesma quantidade de pó

Americano: é o café longo servido com agua quente à parte

Corretto: café com uma pequena quantidade de licor

Caffè latte: o nosso conhecido café com leite

Caffè D’orzo: preparado sem cafeína, com cevada

Caffè alla nocciola (avelã), al ginseng (com raiz de ginseng) e correto (servido com alguma bebida como cognac ou sambuca)

 

Todos os cafés acima podem sofrer variações:

Deccaffeinato: muitos dizem apenas deca, que significada descafeinado

Al vetro – qualquer um dos cafés acima, mas servido em copo de vidro
Con panna – com chantilly
In tazza grande – servido em xícara grande
cappuccino

Cappuccino em taça de vidro (al vetro). Perguntei para alguns baristas o motivo da escolha na taça de vidro. Não souberam me dizer a razão dessa preferência, talvez pela elegância e por poder admirar a tonalidade da bebida através do vidro transparente

capuccino

Em torno de um café no bar amigos se encontram, colegas de profissão falam sobre trabalho, conhecidos discutem de política e futebol. A expressão “vamos tomar um café” é praticamente uma forma de sugerir um encontro. E é em torno de um convite para um cafezinho que muita coisa pode acontecer…

 

Espresso, caffè latte e iced americano latte . No verão a versão “iced” é uma excelente pedida!

E se você gosta de viajar e descobrir a cidade atraves da sua culinária, que tal participar de um passeio enogastronômico em Firenze?  Venha participar do tour mais delicioso da cidade!

espresso

Dica para economizar:

Deixo uma dica para quem não tem muito tempo e principalmente para quem quer  economizar: em locais mais turísticos, como nos bares perto das principais praças e atrações mais  da cidade é melhor pedir o café “al banco“. Isso significa que você não irá utilizar o serviço de mesa e sim saborear o seu café em pé, próximo ao balcão. Em média você paga três vezes mais para consumir sentado. Sugiro a leitura do post turistas pagam mais caro para consumir?

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Chianti Cashmere, nas colinas de Radda

Em uma das mais belas regiões do mundo, a americana Nora Kravis cria cabras que produzem peças exclusivas de artesanato em cashmere de forma sustentável. A Chianti Cashmere Goat Farm,  um refúgio paradisíaco em Radda in Chianti, é a primeira e maior criação de cabras cashmere da Europa.

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A propriedade rural fica em Radda in Chianti, entre Firenze e Siena

Visitei a Chianti Cashmere num evento promovido pelo @tuscanybloggers, organizado por Babi, do @vivatoscana,  numa manhã de inverno onde a chuva ameaçava aparecer. Para nossa sorte, o sol nos brindou com sua luz e passamos momentos mais que agradáveis circundados de toda a beleza da natureza do local.

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Nora, que vive na Toscana desde 1972,  formou-se em Veterinária na Universidade de Pisa e começou a criar cabras em 1988 , formando o primeiro rebanho de caprinos de cashmere na Europa. Atualmente sua criação de cerca  240 cabras, vigiada por 12 cães de guarda, tornou-se o único centro de reprodução e seleção genética de cabra cashmere italiana.  Pode parecer uma história de sonhos de quem deixa a metrópole de Nova York para refugiar-se nas colinas do Chianti, mas a história de vida de Nora  não é embasada em glamour, mas em muito esforço, sacrifício,  estudo e trabalho. “Ser criador é uma paixão”.

Nora

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A cabra cashmere provém de de regiões montanhosas da Asia Central. Com 60% dos partos são gemelares, as cabras produzem as primeiras fibras na primavera, um ano após o nascimento. Os animais vivem cerca de 15 anos

A Chianti Cashmere oferece uma produção qualificada de cashmere sustentável de alta qualidade: produtos como pashminas, gorros e mantas são realizados  com processo manual , do fio até a tecelagem, sem corantes artificiais ou produtos químicos. Maciez e leveza são características da fibra de cashmere.

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A Chianti Cashmere é uma empresa sustentável de alta qualidade que respeita o ambiente e os animais e adota sistemas de prevenção para poder conviver com a presença de lobos, com a escolha de métodos não letais para o predador, o que rendeu-lhe o certificado concedido pela Wildlife Friendly Enterprise Network.

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É possível obter de cada cabra cem, duzentos gramas de lã, e é por isso que a lã de cabra ê tão preciosa

 

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Sabonetes de leite de cabra

 

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Eu com Marcela e a filha Anita, Babi, Nora, Gloria, Marco, Erika, Ksenia e Veronica, na loja de produtos em cashmere. Nora presentou cada blogger com uma pashmina (foto Veronica Sorace)

Pastor por um dia – Na primavera, a partir do dia primeiro de abril, é a temporada de pentear as cabras para obter o pelo. E para os interessados, Nora oferece a possibilidade de participar dessa experiência. Ela ensina todas as etapas da coleta da fibra e sua preparação para análise e a transformação do fio.  E em maio, quando nascem os filhotes, é possível adotá-los para ajudar na alimentação com mamadeira.  Na fazenda é possível vivenciar todo o processo de pertinho, podendo pentear as cabras para obter a fibra e alimentar os filhotes.

 

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Nora disponibiliza também uma casa colônica com piscina que funciona como agroturismo. O casarão possui 3 quartos e presenteia os hóspedes com uma vista esplêndida de todo o vale do Volpaia, uma das mais belas de Chianti: colinas com vinhas, bosques e pastagens, um verdadeiro quadro da Toscana!

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A maravilhosa cozinha da casa colônica disponível para aluguel

Aos interessados, deixo aqui o contato de Nora: info@cashmeregoatfarm.com.

Depois de nossa visita à Chianti Cashmere  seguimos para um espetacular almoço no restaurante Il Vescovino, há 5 anos sob o comando de uma família de brasileiros. Em breve falarei aqui no blog sobre o restaurante.

Grazie Nora, Babi e Ksenia pela receptividade e organização desta linda manhã nas colinas do Chianti!

 

 

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Famílias brasileiras que escolheram a Itália para viver

Cada vez mais famílias brasileiras decidem deixar o país  para recomeçar a vida no exterior

Quantas famílias você conhece com carreiras consolidadas no Brasil, casa própria, filhos em boas escolas particulares e que teriam coragem de deixar tudo para recomeçar a vida no exterior? Duas famílias compartilham com os leitores do blog sobre essa decisão e os motivos pelos quais deixaram o Brasil e se mudaram para Firenze:

 

Daniele e Danilo com os filhos João Pedro, 5 anos, e Leonardo, 3. Eles deixaram São Paulo e vivem em Firenze  desde março de 2018. O companheiro de 4 patas, Haschi, de 8 anos, também veio

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Eu conheci esta família bacana graças ao Flat San Fredianoo apartamento do blog. A Dani me contatou no início do ano e alugou o apartamento por 3 meses. Foi um período de adaptação enquanto buscavam por uma casa para morar. No Brasil, Daniele atuava como jornalista freelancer e fazia também gerenciamento  de redes sociais, trabalhava principalmente para as editora Abril e para editora Globo e abriu em Firenze uma empresa de marketing e conteúdo e trabalha como social media manager.  O Danilo era sócio de uma consultoria de marketing e planejamento estratégico e desfez a sociedade para vir pra cá.  Atualmente ele é coordenador de marketing na GMG spa.

 

1 –  Quando surgiu a ideia de deixar o Brasil?

Sempre tivemos a vontade de morar juntos na Europa – eu já havia morado em Firenze e o Danilo em Londres – mas era um plano muito distante. Depois que o João Pedro nasceu, em 2013, passamos a pensar nisso com mais foco.

2- De quem foi a ideia?
A ideia sempre foi de nós dois, uma vontade conjunta de passar por essa experiência. 
3-  Vocês consideraram outros países ou a Itália era a única opção?
De início, quando ainda estava tudo bem no mundo das ideias, chegamos a pensar até em Estados Unidos e Canadá. E na Europa, consideramos várias possibilidades, como Londres, Barcelona e Luxemburgo.
4- Algum fator negativo os motivou a querer deixar o Brasil?
A gente costuma brincar que nascemos no lugar errado. Não curtimos muito o “jeitinho brasileiro”. Somos muito certinhos, cumpridores de regras, e sempre tomávamos na cabeça no Brasil. Além disso, a violência pesou bastante depois que as crianças chegaram. Antes de vendermos nosso carro, eu tinha pânico de sair com eles no banco de trás, achando que um ladrão poderia nos assaltar e levar o carro, sem me dar tempo para soltar os meninos da cadeirinha. Além disso, o custo de vida acintosamente alto, a falta de saúde e educação públicos de qualidade e os escândalos de corrupção na política nos fizeram ter certeza de que não gostaríamos que os meninos crescessem no Brasil.
5- Quanto tempo se passou desde o momento em que realmente se decidiram da mudança até o dia da viagem?
Quase 3 meses.
6- Como a família recebeu a notícia?
Minha família recebeu muito bem a notícia, porque eles sabiam que era um sonho antigo. Ficaram tristes pela distância, claro, mas felizes com a oportunidade. A família do Danilo foi mais resistente, acharam que era uma loucura. Mas depois acabaram aceitando e agora estão super curtindo a ideia. Eles  vieram nos visitar em agosto 😉
7 – O que mais pesou na decisão de mudar?
Qualidade de vida, saúde, educação e cultura para as crianças. Foi tudo por eles e pra eles. 
8- Agora sobre a Itália, como têm sido esses primeiros meses aqui?
Pra mim, Daniele, tem sido maravilhoso. É como se eu finalmente tivesse encontrado meu lugar no mundo. Todos os dias quando saio na rua e vejo essa cidade linda, agradeço a Deus por estar aqui. O primeiro mês foi o mais difícil, com adaptação dos meninos, os dois em casa e a gente trabalhando normalmente… Mas depois João Pedro foi pra escola e tudo começou a se ajeitar. Ainda falta resolver muitas coisas, de burocracia mesmo, e isso desgasta bastante. Mas faz parte, era esperado e estamos lidando bem com isso.
9- A maior dificuldade que encontraram?
Encontrar casa! Não imaginava que houvesse tantas exigências e tanta resistência para alugar casa para famílias com filhos. Depois entendi que a lei italiana privilegia os inquilinos e que se você tem filhos, nunca mais o proprietário te tira da casa, mesmo que você não pague o aluguel durante anos. Por isso os proprietários morrem de medo e já partem do princípio de que famílias com filhos não vão pagar. Complexo, dá um trampinho, mas a gente resolve. 
10-  Até quando pensam em ficar aqui?
Não pretendemos voltar para o Brasil, a não ser de férias. Mas não dá pra dizer nunca mais, né? Por hora, nossa vontade é de ficar aqui pra sempre. 
11-  Sobre o estilo de vida, o que  mais estranharam em relação à vida no Brasil?
Estranhamos o ritmo. As pessoas aqui são muito mais tranquilas, cumprem suas jornadas de trabalho e vão pra casa descansar. Não tem aquela loucura de trabalhar 12 horas por dia, de chegar em casa e continuar trabalhando. Nós ainda estamos nesse ritmo porque mantemos nossos clientes no Brasil, mas acho muito certo esse jeito mais tranquilo de levar a vida. Claro que, sendo paulistanos, a gente quer agilidade e às vezes nos irritamos um pouco com a demora dos processos por aqui. Mas os errados somos nós, não eles.
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A família comemorando o aniversário do João Pedro

Os paulistanos Fernanda Rocco e Thiago com a filha Lorena. Eles vivem em Firenze desde julho de 2018 

Fernanda, Thiago e Lorena moram em Firenze desde julho de 2018.  A Fernanda tem no Brasil uma empresa de organização de eventos, especializada  em decoração de casamentos, inclusive ela pensa em atuar neste ramo aqui na Toscana. Thiago è internacionalista e trabalhava na área de expatriados na Diretoria e Presidência do Carrefour, cuidando dos trâmites legais.
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1 –  Quando surgiu a ideia de deixar o Brasil?

Há 2 anos.

2- De quem foi a ideia?
Minha, mas há anos atrás (13 anos) meu marido já tinha me proposto de morar por um tempo em outro país, por isso quando disse do meu interesse em viver esta experiência ele logo topou.

3-  Vocês consideraram outros países ou a Itália era a única opção?

Primeiro pensamos em Portugal, mas depois de analisarmos as melhores condições preferimos vir pra Itália, porque eu já tinha a cidadania portuguesa, mas meu marido ainda deveria requerer a cidadania italiana.

4- Algum fator negativo os motivou a querer deixar o Brasil?

Comportamentos de radicalismo e intolerância que vem sendo manifestado nos últimos anos, associados à uma profunda desigualdade material e suas consequências, foram os gatilhos que estimularam essa mudança. Não nos  identificávamos na sociedade brasileira.

5- Quanto tempo se passou desde o momento em que realmente se decidiram da mudança até o dia da viagem?

1 ano e meio

6- Como a família no Brasil recebeu a notícia?

Ficaram assustados e não acreditaram, no início, que este projeto fosse realizado. Mas depois nos apoiaram e plantamos essa semente neles também.

7 – O que mais pesou na decisão de mudar?

O desejo de viver numa sociedade mais igualitária, com mais história e bagagem que nos promovessem um aprendizado sócio cultural nos proporcionando uma vida mais coerente e construtiva, principalmente para nossa filha de 9 anos. 

8- Agora sobre a Itália, como têm sido esses primeiros meses aqui?

Estamos adorando, cada dia uma nova conquista e aprendemos diariamente a superar os obstáculos que nos são propostos cotidianamente. Nos 3 primeiros meses, mesmo empolgados e anestesiados com o fato de termos mudado pra uma cidade tão linda, eu considero a fase mais difícil, pois neste período a adaptação à língua, à educação e aos costumes locais, ao funcionamento das coisas e principalmente à burocracia é a parte mais penosa. Neste período você percebe sentimentos e sensações que dificilmente existem em pessoas que se encontram em zona de conforto, dentro de uma bolha. Medo, insegurança em adaptar-se e o isolamento social do início fazem parte desta fase.

9- A maior dificuldade que encontraram?

Pelo meu alto grau de exigência em morar confortavelmente e numa casa aconchegante  e bonita, tornou a nossa busca por residência uma saga. Desde a dificuldade em encontrar um imóvel adaptado ao que gostaríamos por um preço justo, até a ausência de opções de imóveis disponíveis a estrangeiros (família) por tempo superior há 1 ano. A maioria dos imóveis para locação são disponíveis para turistas e estudantes.

10-  Até quando pensam em ficar aqui?

Essa é uma experiencia que nos propomos e não temos nada como definitivo, tudo dependerá de como nos estabeleceremos por aqui.

11-  Sobre o estilo de vida, o que  mais estranharam em relação à vida no Brasil?

Ainda não temos bagagem para fazer uma analise conclusiva, mas pelo pouco tempo que estamos, percebemos alguns detalhes: italianos são diretos e retos, o que pode dar um ar honesto e prático, mas para nós brasileiros pode parecer pouco educado.  Falam alto e parecem sempre estar discutindo com você ou com alguém. O trânsito é desorganizado. Pedestres, bicicletas, motos e carros disputam espaço nas ruas.  Particularmente gosto da forma como levam a vida, com muito mais simplicidade e qualidade. O lazer depende de pouca produção, vão a parques, praticam esporte, participam de eventos culturais, comem e bebem produtos de extrema qualidade e estão cercados de cidades incríveis de fácil acesso que tornam os finais de semana sempre inusitados.

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Fernanda Rocco em Firenze

 

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Coppedè, em Roma

Sempre tive a maior curiosidade de conferir de perto as construções em estilo Liberty do Coppedè em Roma, que fica no bairro de Trieste.  Como não é perto de nenhuma atração de grande interesse, acabava adiando a minha visita ao local.  Essa é uma meta insólita e fora dos roteiros turísticos, passeio para ser feito por quem já esteve nas principais atrações da cidade e tem vontade de explorar uma Roma mais alternativa.

 

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Os “Palazzi degli Ambasciatori”

 

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Na esquina a Madonna con Bambino

A gente começa a explorar o bairro pela via Dora, que  conduz à Piazza Mincio.  Quem nos dá as boas-vindas é o   grande arco ornado com máscaras e afrescos com cavaleiros medievais com ao centro um maravilhoso lampadário em ferro fundido, sob os “Palazzi degli Ambasciatori”.

 

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Estilo Liberty, características do barroco e também da arquitetura medieval estão presentes no complexo de Coppedè

Quando estive em Roma e reservei uma manhã para ir até o local.  Quem me acompanhou no meu passeio foi a querida Ana Venticinque, do blog Vou pra Roma.  Pegamos o Tram na estação Flaminia, na Piazza del Popolo, e depois de 20 minutos desembarcamos na Piazza Buenos Aires. Dali, basta caminhar por 5 minutos e você já vai ser capaz onde fica o complexo com construções Art Nouveau.

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A incrível região do Coppedè  surpreende os visitantes por sua beleza! O Coppedè é um complexo formado por cerca de 40 construções. São palácios e casarões que desenvolvem-se em volta da Piazza Mincio. Seu criador  foi o arquieteto e escultor fiorentino Gino Coppedè, que dedicou-se a sua realização provavelmente entre 1915 e 1927.

 

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A Fontana delle Rane, na Piazza Mincio, construída em 1924

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A Fontana delle Rane, que quer dizer Fonte das Rãs

 

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Riqueza arquitetônica onde impera o estilo Liberty

I Villini delle fate são 3 casarões que possuem o muro em comum. As 3 construções rendem uma homenagem  à Firenze, Roma e Veneza através de símbolos e personagens que recordam cada cidade.

 

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I Villini delle fate, riqueza nos detalhes

O bairro é residencial e conta com escritórios e Embaixadas, como as da África do Sul, Bolívia e Marrocos.
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O Palazzo del Ragno ( O Prédio da Aranha)

 

Vale a pena visitar este cantinho da cidade? Olha, o Coppedè resume-se a poucas ruas e sem opções de bares, restaurante ou comércio.  Para os amantes do Art Nouveau e de arquitetura é realmente um programa interesse. Avalie o que você vai deixar de conhecer para dedeicar-se a um passeio aqui pelo Coppedè. Se já visitou as principais atrações de Roma  e busca um tour  menos turístico, certamente vais gostar!

 

Como chegar:

Tram número 3 ou 19 – saltar na Piazza Buenos Aires

 

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O pão toscano

Depois de um percurso de 15 anos, o pão toscano conquistou a Denominação De Origem Protegida e o Consorzio del Pane Toscano DOP apresentou recentemente toda a trajetória e as características do produto, de altíssima qualidade certificada. O pão caracteriza a história e a cultura da região desde a Antiguidade e é utilizado em muitas receitas aqui na Toscana. Alguns pratos  à base de pão toscano foram apresentados pelo chef Arturo Dori, na escola de cozinha Desinare, num evento que reuniu jornalistas e blogueiros.

 

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A maravilhosa cozinha da Desinare

 

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O pão toscano obteve a Denominação de Origem Protegida em 2016 e acaba de lançar nova logomarca e novo site com informações ricas e detalhadas a respeito do produto

 

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Roberto Pardini presidente do Consorzio del Pane Toscano DOP

O pão toscano de levitação natural é obtido com farinha de trigo mole do tipo “0”, fermento natural e água, sem aditivos ou outros coadjuvantes. O trigo é cultivado principalmente nas províncias de Livorno, Siena, Arezzo e Grosseto.  Uma vez obtida a farinha, são acrescentadas a massa ácida e a água.

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O chef Arturo Dori em ação

 

O pão toscano é  sem sal, com a crosta crocante e o interno macio. Pesa geralmente 500 g e pode ter a forma retangular, redonda ou oval. E outra importante  característica é em relação a sua conservação, que pode durar até 7 dias, graças à levitação com massa ácida.

 

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Como o pão é sem sal, é prefeito para várias combinações, seja com produtos salgados ou doce, como mel ou geleia. Cai perfeitamente bem com salames, presuntos e queijos típicos das tradições toscanas, pois resultam num excelente equilíbrio de sabores. O miolo do pão, que é macio mas consistente, permite combinações com diversos molhos e é o ingrediente principal para muitas receitas, como panzanella, pappa col pomodoro, ribollita e sopa toscana. A gastronomia toscana é baseada em ingredientes simples e genuínos, dando alusão à cozinha pobre, devido à sua origem camponesa e ao fato de que muitos pratos são preparados com reaproveitamento. Confira no blog os pratos típicos da Toscana.

 

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Crostini di fegatini. Pão com patê de fígado de frango

 

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A panzanella é um prato típico do verão, preparada com pão, tomate, pepino, manjericão e cebola

 

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Nhoque de pão by Arturo Dori

 

O pão toscano DOP  preserva e garante a originalidade da preparação e o controle da matéria-prima utilizada. E para reconhecê-lo é fácil, pois leva uma marca circular sobre o pão,  garantindo ao consumidor que o produto é certificado.

 

Sidecar em Firenze

Existem muitas formas de explorar Firenze. E uma das mais originais e inusitadas é a bordo de um sidecar.  Participei dessa experiência num dia lindo do início da primavera. Passeamos pelo centro da cidade, paramos San Miniato para contemplar do alto a beleza de Firenze e de lá seguimos para visitar uma vinícola orgânica nas colinas de Fiesole.

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O nosso tour foi organizado para algumas bloggers que vivem na cidade e pela primeira vez o passeio foi feito com o sidecar e o tuk-tuk, aqui chamado de Ape. O tour operator que organiza os passeios é De Gustibus Tours. Participaram do passeio Coral  Sisk, do Curious Appetite e Georgette Jupe, do maravilhoso blog Girl in Florence, que levou sua amiga Julia que estava festejando sua despedida de solteira.

 

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A empresa oferece 3 tours diferentes: 2 passeios têm duração de 90 minutos, que trazem como tema o street-food, com paradas para experimentar as delícias  típicas da cidade, que pode ser o panino al lampredotto, um saboroso gelato ou um photo tour por locais sugeridos pelos organizadores. Nós fizemos o tour mais longo, que   tem duração de 5 horas e prevê  um giro pelas colinas do Chianti, finalizando na vinícola Poggio la Noce, em Fiesole, para degustação de vinhos e almoço.

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Os sócios Tommaso e Riccardo, que criaram o primeiro passeio turístico de sidecar da Itália. Este modelo de sidecar é dos anos 80

Nosso ponto de encontro foi a Piazza Ognissanti, de onde partimos numa manhã de sábado ensolarado de primavera. Dali passamos por Santo Spirito, no Oltrarno,  para um pitstop no charmoso Caffè Ditta Artigianale para a nossa colazione. Inclusive neste post os cafés de Firenze falo sobre o local, que figura entre os meus endereços prediletos na cidade.

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Café na Ditta Artigianale

É muito interessante e divertido fazer o passeio no siderar! Esse simpático meio de transporte atrai muito olhares, por todas as ruelas que passamos as pessoas se giravam pra olhar! No Oltrarno passamos perto da Ponte Vecchio, pegamos a direção do Piazzale Michelangelo e fomos até San Miniato, que é um dos pontos de parada para se contemplar a magnífica vista da cidade!

 

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Logo depois seguimos para a vinícola Poggio la Noce, em Fiesole, a poucos minutos de Firenze, onde fomos recebidos pelo casal de sócios-proprietários Enzo Schiano e Claire Beliard.

 

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O grupo que participou do passei com Claire, que nos mostrou a área onde são plantadas as uvas e as azeitonas, pois a empresa produz também azeite de oliva. Ela é neta de italianos que há muitos produziam vinho no Chianti Classico

 

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A cantina é integrada ao ambiente e quase imperceptível para quem a observa de longe. Aqui são realizadas as degustações e venda direta dos produtos

A Poggio la Noce é uma pequena vinícola localizada em Ontignano,  nas colinas de Fiesole, a 250 m de altitude, que produz vinhos de forma artesanal desde 2003. A propriedade compreende uma área de 16 hectares com  2,5 hectares reservados à  plantação de uvas,  onde são produzidos 90% Sangiovese e 10% de Colorino e Teroldego.

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Depois do nosso tour nas plantações, fomos conhecer a nova cantina, inaugurada em 2016 e que conta com espaço degustação e gourmet.  Enzo já nos esperava com um maravilhoso buffet com todos os preparados por ele. E cheirinho irresistível das delicias preparadas por Enzo. Tudo regado ao espetacular azeite de oliva que produzem no local, que conta com 1500 oliveiras. São 3 espécies de  azeitonas que cultivam: Frantoio, Leccino e Morailo, que são colhidas a mão.

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Enzo, chef auto-didata, preparou um delicioso almoço. Degustação de vinhos com direito a pratos inspiradas na cozinha campana

Adoro conhecer novas locations e principalmente ouvir as histórias  de quem escolhe a Toscana como moradia. Claire é francesa e conheceu o marido Enzo, que é napolitano, nos Estados Unidos, onde moravam.  Desde 2000 o casal resolveu deixar a vida americana para o sossego do lifestyle nas colinas da Toscana.

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O carro-chefe vinho Gigiò, primeiro vinho produzido blend Sangiovese e Colorino. A produção atual é de 8 mil garrafas, sendo a maior parte destinada ao mercado externo.

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O vinho rosé Pinko Palino, blend de uvas Sangiovese e Teroldego

 

A experiência foi tão incrível que resolvi repetir e levar meu filho mais velho para um tour pela cidade.  Crianças acima de 6 anos podem participar dos passeios com o sidecar e garanto que se divertem a valer!

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Este é um passeio interessante que agrada toda a família! A empresa disponibiliza no momento 2 sidecars. O passeio é feito com o condutor do siderar e pode levar 2 pessoas em cada veículo

 

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Com o condutor Riccardo. Na ida meu filho foi no sidecar e na voltar foi a minha vez!

 

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Com direito a foto diante deste maravilhoso cartão-postal de Firenze!