Arquivo da categoria: Arte e Cultura

Buchetta del vino, a janelinha do vinho

Quem é atento e gosta de observar a arquitetura das cidades já deve ter notado em Florença uma espécie de janelinha bem perto das entradas dos prédios, a buchetta del vino. São os pequenos buracos do vinho,  aberturas que foram feitas nas fachadas de casas e palácios que remonta aos anos 1500.  Através dessas janelinhas  eram passados  frascos e copos de vinho, vendidos diretamente do produtor ao consumidor. Essa antiga tradição foi uma iniciativa dos produtores de vinho que eram proprietários de vinhedos na Toscana para vender seus produtos em Florença, onde viviam. Dessa forma eles tinham maior lucratividade, pois saltavam os intermediários e se livraram de impostos. Atualmente voltaram a ser utilizadas e não apenas para a venda de vinho e drinks, mas também de sorvete!

 

Geralmente em forma de arco, as janelinhas se abrem nas fachadas principais ou laterais dos palácios. A origem é de época renascentista, de meados do século 16. Em Florença existem cerca de 180 e algumas voltaram a ser utilizadas

 

O buraco do vinho, abaixo da janela no andar térreo. Estas são pequenas portinhas nas paredes de palácios nobres, onde no passado o vinho era vendido com absoluta discrição

 

Esses buracos do vinho  começaram a ser utilizados a partir do século 16.   Mas afinal, como funcionavam?  Na parte interior das habitações havia uma sala com os barris de vinho e o empregado da família,  pronto a servir. As vendas eram realizadas num determinado período do ano e em horários estabelecidos. Mas no final do século 19 começaram a cair em desuso e começaram a ser abandonados, alguns tendo sido até destruídos ou reutilizados para outra finalidade. Outros foram até cimentados e desapareceram depois das reformas dos prédios e encontram-se escondidos nos halls de entrada ou dentro de lojas e restaurantes.

 

As portinhas do vinho representam uma tradição fiorentina que nasceu no Renascimento

Em 1630  uma terrível  peste atingiu a Itália e Florença adotou  as primeiras medidas de higiene para proteger a saúde dos cidadãos.  Por ser altamente contagioso, qualquer contato direto deveria ser evitado.   Aí entraram em jogo os providenciais  janelinhas do vinho.  Para evitar o contato,  as portinhas eram utilizadas para a venda do vinho e também ajudar os mais necessitados.

 

Além de buchette,  outros nomes são utilizados: tabernacoli, finestrini, mostre, nicchie, porticelle, porticine, sportellini, porte del paradiso, porticciole

Dessas janelinhas  com uma porta de madeira, os descendentes das famílias florentinas mais antigas venderam por séculos os produtos de suas empresas agrícolas.

O tamanho convencional da janelinha, que pode variar,  é de  23 x 36 cm, tamanho ideal para conseguir passar o frasco

 

As garrafas de vinho envolvidas com palha. Aqui são chamadas de “fiaschi di vino”

 

Depois de séculos sem serem utilizadas, uma das antigas tradições de Florença ressurge ajudando a resgatar parte da história da cidade.  O Babae, bistrô localizado na via Santo Spirito,  reabriu uma “buchetta del vino” e a ideia está dando o que falar!  Conversei com os sócios da casa sobre  essa ideia, que na verdade surgiu muito por acaso, quando viram que no local havia uma dessas famosas janelinhas. E a proposta tem agradado turistas e locais, entusiasmados com a possibilidade de  adquirir uma taça de vinho através da buchetta del vino.

 

Inaugurado em meados de junho, o Babae, dos sócios Chiara, Claudio e Brando. O local oferece vinho através da janelinha diariamente , das 19 às 20 horas

 

 

Essa “buchetta del vino” que fica na Via delle Belle Donne traz as datas e horários de atendimento

Existe inclusive uma Associação Cultural BDV  Buchette del Vino, instituída em 2015 , com a intenção de divulgar, reforçar e salvaguardar esse patrimônio único chamado buchetta del vino.

 

 

Em Florença, as janelinhas de vinho totalizam quase 180, sendo que 149 estão concentradas no centro histórico.  Vou deixar aqui algumas ruas onde vocês poderão encontrá-las. No Oltrarno muitas estão concentradas nas vias Santo Spirito, Sant’Agostino, via dei Serragli e San Niccolò. E entre a piazza del Duomo e a piazza Santa Croce, nas ruas Borgo Pinti, borgo degli Albizi, Ghibellina e Oriuolo.  Além de toda a beleza artística e riqueza arquitetônica que encontramos em Florença,  as janelinhas de vinho são mais um motivo pra você prestar atenção aos detalhes dessa preciosa e interessante cidade.

Quer fazer uma passeio enogastronômico em Florença e ficar por dentro de curiosidades da cidade? Escreva para grazieateblog@gmail.com

 

Vinhos de agricultura biodinâmica

A fazenda Cosimo Maria Masini fica nas colinas da antiga vila medieval de San Miniato, ao longo da Via Francigena, no coração da Toscana.  A estrutura foi adquirida pela família Masini no ano 2000, que desde passou a cultivar vinhedos com método de agricultura biológica e que tornou-se biodinâmica alguns anos depois. À convite da guia Nastassia Voinaya,  visitei  o local com um grupo de blogueiros e jornalistas. 

toscana

A vinícola biológica Cosimo Maria Masini fica em San Miniato, província de Pisa, ao longo da rota da Via Francigena, terra dos vinhos e da trufa branca

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A senhora Maria Masini e Anastasia, que depois de uma visita à estrutura, nos recebeu para um brunch com vinhos da Cosimo Maria Masini

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Interior da villa da senhora Maria Masini (Foto de Serguei Koultchitskii)

 

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Vinhos biodinâmicos

Os vinhos biodinâmicos são produzidos com práticas sustentáveis e técnicas que respeitam o meio ambiente.  O cientista e filósofo Rudolf Steiner é o criador da biodinâmica, cujos princípios são: manter a fertilidade da terra liberando nutrientes, tornar as plantas saudáveis para que possam resistir a doenças e pragas e produzir alimentos de maior qualidade possível.   A natureza, a energia, o ar, a chuva, a lua, o calor, são elementos respeitados e que conferem riqueza aos sabores, em total harmonia e equilíbrio com o meio ambiente e a astrologia também influencia nos ciclos de produção. Nesse tipo de agricultura é a natureza que se ajuda e segue seus ciclos,  com utilização apenas de compostos orgânicos  feitos de plantas e minerais para ajudar as plantas a se nutrir e lutar contra as pragas.  Não são utilizados venenos, herbicidas e nem adubos sintéticos. Através de um processo de vinificação isento de adjuvantes enológicos, como enzimas, taninos e leveduras selecionadas, nasce um vinho que preserva as características do terroir fiel e intacto. Os vinhos biodinâmicos oferecem  maior complexidade e autenticidade do que os produzidos sob métodos mais tradicionais. 

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A produção biodinâmica, que utiliza o calendário astronômico,  visa a integração, respeito e a harmonia das atividades de uma propriedade agrícola. A biodinâmica vai além da agricultura orgânica:  ela exclui o uso de fertilizantes químicos e sintéticos

 

O local da produção do Vin Santo. As uvas são penduradas em ganchos para secarem

 

O Vin Santo, vinho servido com doce ou com biscoitamos feito com amêndoas que se chama cantucci

 

 

 

Vinícola Cosimo Maria Masini

Nessa região onde está localizada a vinícola, a viticultura tem origens muito antigas, com mais de dois mil anos de história. As vinhas, localizadas a cerca de 100 metros acima do nível do mar, se estendem por cerca de 13 hectares em solo argiloso, rico em fósseis com condições microclimáticas ideais para a videira.

Neste cenário em San Miniato são produzidos os vinhos de agricultura biodinâmica

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A propriedade, que pertence à família Masini desde 2000, se estende por uma única colina, com 40 hectares de vinhedos, oliveiras e terras aráveis. Villa la Selva, o coração da propriedade, é uma antiga habitação que já pertenceu à família Bonaparte, adquirida em meados do século 19 pelo marquês Cosimo Ridolfi,  que começou a aplicar no local técnicas inovadoras nos vinhedos e construir a adega que está atualmente em uso.

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As variedades produzidas são aquelas da tradição vinícola da Toscana: Sangiovese, Canaiolo, Trebbian0, Malvasia Branca e Negra, Buonamico, San Colombano e um nativo quase desaparecido, o Sanforte, do qual estamos recuperando o patrimônio genético. Existem também variedades internacionais: Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc.

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Grazie tante Anastasia @itali-amo-trips e @cosimo_maria_masini

A arte dos mosaicos

A poucos passos da Catedral Santa Maria del Fiore,  uma bodega artesanal produz verdadeiras obras de arte: mosaicos com pedras semipreciosas feitos com a técnica do “Commesso Fiorentino”.  Como a própria palavra diz, em italiano, arte de commettere significa a arte de  unir, de colocar peças juntas. E essa atividade, que começou em época renascentista em Florença, atualmente é desenvolvida por pouquíssimos artesãos.

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Atualmente a arte do mosaico é realizada por pouquíssimos artesãos. Para criar peças em mosaico é necessário ter conhecimento especializado aliado à arte e ao design

Junto com o grupo Tuscany Bloggers estivemos visitando o atelier Scarpelli Mosaici,  fundado pelo senhor Renzo em 1972.  Diante dos passantes  na movimentada via Ricasoli, mãos habilidosas realizam verdadeiras preciosidades na bodega comandada por Renzo, que realiza junto ao filho Leonardo peças made in Florence conhecidas e requisitadas em todo o mundo.

Na bodega da família Scarpelli, o senhor Renzo conta com a ajuda da esposa e dos filhos Leonardo e Catia, que foi quem nos contou sobre a trajetória de seu pai e sobre a atividade, que surgiu em Firenze na época do Renascimento, mais precisamente em 1580, sendo que a primeira grande obra foi o túmulo dos Medici, que  “é o maior exemplo do commesso fiorentino”.

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O senhor Renzo com a filha Catia e a neta Luna, Stefano, artesãos que também atua na Scarpelli, com Erika, Marco, Denya, Ksenia, Sandra , Giulia e Marco

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Pintura em pedra – na Scarpelli Mosaicos é possível admirar os artesãos em ação e apreciar as obras expostas no espaço, que funciona como uma galeria de artes

 

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O sr Renzo começou nos anos 60 com 13 anos de idade, como aprendiz em outra bodega, quando criar objetos com as próprias mãos era mais habitual

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O clássico mosaico fiorentino, realizado em pedras semipreciosas em suas cores naturais teve grande desenvolvimento no Renascimento

A arte do mosaico –  A elaboração de cada mosaico é realizado no atelier seguindo o método tradicional, que permite manter a genuinidade da técnica, realçando a cor natural de cada pedra. Para tanto, é necessário conhecer os materiais para obter um resultado ideal. Na bodega todos os processos são realizados manualmente, desde o corte com o arco até a colagem com cera de abelha.  É uma atividade que exige muita paciência e habilidade.

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Stefano cortando as pedras utilizando o arco, que tem as mesmas características dos arcos utilizados na época dos Medici. Os arcos podem variar de tamanho de acordo com o tamanho da obra a ser realizada

mosaico

 

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Na parede, instrumentos antigos que ainda são utilizados nos dias de hoje

 

mosaico

Para iniciar um mosaico geralmente se parte de um desenho. Quando as pedras são molhadas as cores são exaltadas. Cada mosaico é uma peça única, exclusiva

 

Scarpelli

Como é a parte de trás de um quadro de mosaicos. A matéria-prima são pedras semipreciosas provenientes de diversos locais, como África e América do Sul, que possuem pedras em cores vivas e fortes

 

mosaico

O mosaico é uma das excelências do artesanato artístico italiano ainda vivo e apreciado em todo o mundo. Esta magnifica obra exigiu do senhor Renzo 750 horas de trabalho e foi realizada em pouco mais de 9 meses

 

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Outra obra-de-arte em exposição no atelier: Ponte Vecchio. Esta obra de 97 x 97 cm é composta por 1860 peças e mais de 3 mil horas de trabalho

 

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A Família Scarpelli com Gabriele Maselli e Leonardo Tulini, da Asssociazione Esercizi Storici Fiorentini , que também participaram do encontro

 

Grazie  famiglia Scarpelli, Associazione Esercizi Storici Fiorentini e Tuscany Bloggers!

 

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Villa Medicea de Castello, em Firenze

A Villa Medicea di Castello, nas colinas de Firenze,  é uma das mais antigas casas de campo da família Medici.  Atualmente a elegante vila é sede  da Accademia della Crusca, escola dedicada ao estudo da língua italiana. Também chamada Villa Reale e dell’Olmo, era a villa predileta de Cosimo I, que encomendou o belíssimo jardim, projetado em 1538 e que é  um dos maiores exemplos de jardim à italiana e abriga mais de  8 mil plantas, labirintos  verdes, canteiros de flores, estátuas, grutas e fontes com jogos de água. A villa fica no bairro de Castello, perto de Sesto Fiorentino,  a cerca de 20 minutos de carro do centro de Firenze.

A entrada à Villa di Castello

Castello deriva da presença de um aqueduto romano.  Ao longo do aqueduto haviam reservatórios de água que eram chamados de “castelos” (tanques de água), e passou a abastecer as fontes de água do parque

A villa foi adquirida pela família Medici em 1477. Obras como A Primavera e O Nascimento de Vênus, de Botticelli, foram provavelmente realizadas para a villa (atualmente encontram-se na Galleria degli Uffizi de Firenze).

Arte e natureza – O jardim da Villa di Castello era considerado por  Vasari  como “o jardim mais rico, mais magnífico e mais honrado da Europa”, graças principalmente à engenhosidade e à imaginação de Niccolò Pericoli, conhecido por “Tribolo”,  e posteriormente Ammannati, que ajudou a transformar esse lugar de extraordinária beleza.

A villa Castello já pertencia à família Medici desde meados do século XV, mas é com Cosimo I que há uma importante reestruturação , com a intenção de  exaltar a grandeza do novo duque de Florença

 

Graças à recente colaboração entre o Polo de Museus da Toscana e a prefeitura de Firenze,  desde meados de maio de 2019, é possível redescobrir a beleza do Jardim da Villa Medicea di Castello com visitas gratuitas realizadas aos sábados e domingos pelos mediadores culturais do Mus.e como parte das celebrações dos 500 anos do nascimento de Cosimo I e Caterina de’ Medici. Durante a visita é possível admirar as diversas variedades botânicas de frutas cítricas e os principais monumentos, incluindo a famosa Gruta dos animais,  também chamado por Giorgio Vasari de Gruta do Diluvio, que é um dos primeiros exemplos de caverna artificial.

O jardim da Villa Castelo tornou-se, junto ao jardim de Boboli, o lugar favorito dos Medici, reunindo plantas raras e exóticas e construindo espaços adequados para preservá-las

 

Fonte –  A fonte de Hércules e Anteu, de Tribolo e Pierino da Vinci, coroada pelo grupo de bronze de Bartolomeo Ammannati, localizada no primeiro terraço
Gruta dos animais ou Diluvio– A gruta é a obra mais famosa do jardim. Projetada em  1540 por Niccolò Tribolo, é uma extraordinária obra do maneirismo, que foi terminada por Vasari  entre 1554 e 1574. Em seu interior, em pedra calcária, a decoração é constituída por mosaicos rústicos e vários grupos de animais esculpidos em pedras, sobre banheiras de mármore.

A famosa Caverna dos Animais desenhada por Tribolo e originalmente animada por jogos de água, que celebra, na perfeita simulação de uma caverna natural

Na parte mais alta do jardim  existe um bosque com um lago, onde fica a Fonte de Janeiro ou Apenino, realizada por Bartolomeu Ammannati.

A obra Apenino ou Janeiro, realizada por Ammannati

 

Participei da visita guiada à Villa di Castello com meu filho Bruno

  • Visitei o local à convite do Mus.e, que organiza passeios guiados no local.

Villa Medicea di Castello

Via di Castello, 44

Ônibus Ataf 2 ou 28

Ingresso gratuito

Visitas ao jardim: diariamente das 8:30 às 18h30

Visitas guiadas: sábados e domingos, às 9:30 e 11h (até 21de julho e em setembro, de 7 a 29/9)

Reservas e informações: Mus.e (tel:  +39 055 2768224) ou enviando email para:  info@muse.comune.fi.it

 

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Artigianato e Palazzo, excelências do artesanato em Firenze

Um dos eventos mais aguardados da primavera de Firenze é o Artigianato e Palazzo,  nos maravilhosos jardins do Palazzo  Corsini. Em sua 25ª edição, o evento reúne este ano 97 artesãos de alto nível de diversos segmentos, não apenas da Itália mas de todo o mundo, que apresentam e realizam in loco  maravilhosos artigos bem diante do público presente.  O jardim Corsini, que pertence è família Corsini, abre suas portas apenas uma vez por ano: para hospedar o evento.

Jardim à italiana – O Jardim Corsini encontra-se no Palazzo Corsini al Prato e é um dos jardins mais bonitos e famosos de Firenze. Foi realizado por Gherardo Silvani, por encomenda da família Corsini

Junto ao grupo Tuscany Bloggers estivemos na pre-estreia do evento no palazzo Corsini, onde fomos recebidos pelo idealizador Neri Torrigiani e pelos proprietários, o principe Filippo Corsini e a princesa Giorgiana Corsini, promotora do evento Artigianato e Palazzo

 

O grupo Tuscany Bloggers no Palazzo Cosini Il Prato

 

Artigianato e Palazzo – Idealizado por Neri Torrigiani e promovido pela princesa Giorgiana Corsini,  tem como objetivo reavaliar e recuperar a figura do artesão e sua obra nos dias de hoje, considerando a alta qualidade e técnica, ligado à tradição. O tema do evento deste ano, que começou na ultima quinta e vai até domingo,  é Memoria da Russia em Firenze.  Cooking show com receitas russas fazem parte do programa.

 

Muito bom poder acompanhar de perto os artistas em ação produzindo peças exclusivas manualmente

O artesanato é uma força não apenas de  Firenze mas de toda a Itália, e precisa ser preservado, criando uma rede entre aqueles que realizam apaixonadamente o trabalho manual, dando a oportunidade de discutir habilidades, conhecimentos e recursos

Os artesãos das áreas de acessórios, aço, alta gastronomia, prata, bicicleta, bijuteria, chapéu, coral, moldura, couro, decoração, madeira, mosaico, ouro, vidro, porcelana, perfume,  sabonetes, calçados, tecido  e plantas estão presentes realizando inclusive obras diante do público.

 

 

 

O Palazzo e o Jardim Corsini

O Jardim Corsini,  que faz parte do complexo que abriga o palácio, é  um dos jardins mais fascinantes de Florença. Em 1591,  quando o proprietário do local era Alessandro Acciaiuoli,  solicitou à Bernardo Buontalenti que projetasse um palácio com um grande jardim, pois era apaixonado por botânica e queria uma grande parque em sua villa da cidade. Na época, havia no jardim as famosas esculturas  “quatro estações”, que atualmente adornam as extremidades da elegante ponte Santa Trinita. Outra escultura importante que ja fez parte das obras do jardim é  Bacco de Giambologna, que encontra-se no museu Bargello.

 

Para obter um efeito de maior profundidade, as bases das estátuas são de diferentes dimensões

Apos o declínio da família Acciaiuoli, a propriedade foi adquirida por Filippo e Maddalena Corsini no ano de 1620. A tarefa de completar o palácio e o jardim foi encarregada à Gherardo Silvani. Em estilo italiano, o jardim conserva até hoje as mesas características, com grandes vasos de limoeiros espalhados, canteiros geométricos de design refinado,  cercas vivas e a  avenida central com estátuas, que mostra claramente o gosto barroco do arquiteto.
Em 1834  passou a ser a residência de don Neri Corsini e sua esposa, que encomendou obras arquitetônicas e decorativas. Nos mesmos anos, o jardim também passou por algumas reestruturações, com bosques e árvores que cercam o jardim, repleto de rosas  lavandas, rosas, peônias e cerejeiras.

 

 

Artigianato e Palazzo

Giardino Corsini

Ingresso: doação mínima de 8 euros (com fins beneficentes)

Via della Scala, 115

Das 10 às 20 horas

Evento 2019: 16 a 19 de maio

 

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Dormir no Palazzo Vecchio

Que tal ter o Palazzo Vecchio como sua residência por uma noite? Participei dessa incrível e exclusiva experiência com meus filhos, organizada pela Mus.e, durante o Firenze dei Bambini, evento anual dedicado às crianças, com atividades, laboratórios, workshops, iniciativas e espetáculos em  diversos pontos da cidade durante todo um final de semana.   Neste ano de 2019 o evento foi dedicado ao gênio Leonardo da Vinci, um talento universal.

 

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Sogni d’oro tra soffitto d’oro foi o tema do pijama party deste ano, onde cada participante levou o seu próprio saco de dormir ou colchonete. A atividade começou às 21horas, após o jantar.

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O Palazzo Vecchio sempre teve função pública, exceto quando abrigou a família Medici, depois que deixou o Palazzo Medici Riccardi

 

Fizemos um tour no Palazzo Vecchio, que fica na magnífica Piazza della Signoria.  Começamos nosso passeio admirando a cidade do alto, no camminamento di ronda,  na torre de Arnolfo. Depois visitamos algumas salas e diversas passagens secretas do palácio, que foram construídas pela família Medici para poderem escapar dos inimigos e também para salvaguardar objetos de valor.

Na Sala dos Mapas Geográficos tem uma passagem  secreta bem atrás do mapa da Armênia com uma passagem que conduz para o  “camarim” da Duquesa Bianca Capello, a segunda  esposa de Francesco I. Por uma janelinha é possível ter uma visão de todo o salão dos 500. As crianças assistiam e interferiam com muito entusiasmos à explicação do guia, que contou sobre a história do palácio e de alguns personagens que já viveram no local.

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Com meus filhos Bruno e Lorenzo no camminamento di ronda

Por volta das 23 horas fomos para o Salone dei 500 preparar as nossas camas. Em contraste com a suntuosidade do ambiente, ajeitamos nossos colchonetes finos no tablado do salão. E enquanto nos preparávamos para dormir, fiquei observando cada detalhe artístico que minha visão podia alcançar naquele imenso e pomposo espaço em meio à penumbra: os afrescos  realizados por Giorgio Vasari e seus ajudantes, que representam episódios da vida de Cosimo I, as esculturas de Baccio Bandinelli e o famoso grupo marmóreo “O Gênio da Vitória”, esculpido por Michelângelo.

Sem contar que foi no salão que atuaram  as 2 maiores personalidades do Renascimento: Michelângelo, encarregado de pintar a Batalha de Cascina, e Leonardo da Vinci, incumbido de pintar a Batalha de Anghiari, em paredes opostas. As obras inacabadas dessas 2  importantes vitórias florentinas envolvem grande mistério, não se sabe se foram perdidas ou destruídas. Enfim, mesmo depois que as luzes se apagaram por completo ainda continuei imaginando quantos episódios históricos e quantas personalidades transitaram nesse ambiente que por 1 noite me hospedou.

 

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O Salone dei 500 tem 54 m de comprimento por 23 m de largura

O Firenze dei bambini promoveu eventos em mais de 10 pontos da cidade, como Biblioteca delle Oblate, Palazzo Vecchio, Giardino dell’Orticoltura, Manifattura Tabacchi, complexo de San Firenze, complexo delle Murate , Piazza Santissima Annunziata.  todas as atividades sao gratuitas, algumas reserva.

 

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O Palazzo Vecchio organizado para o evento Firenze dei bambini

A edição de 2019 foi um grande, com participação de ao menos 38 mil  pessoas, entre crianças e adultos, que ajudaram a colorir a cidade, apesar da chuva.  Nos 3 dias de Firenze per bambini todos brincaram “como Leonardo”, edição inspirada no gênio  Leonardo, em seus interesses,  sua capacidade de observação, seu espírito de investigação, suas intuições e seu pensamento sistêmico, que encantou e alimentou a curiosidade e o desejo de experimentar novas habilidades e novas paixões.

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Atividade do último dia de event, na Sala d’arme di Palazzo Vecchio: La Mia Monnalisa, onde cada criança reinterpretou a obra-prima de Leonardo. Estudantes de Belas Artes participam dos workshops

O evento, que acontece sempre no mês de abril, é uma promoção da prefeitura de Firenze, com organização do Mus.e.

 

A Piazza della Signoria de Firenze

A Piazza della Signoria é uma das mais lindas praças da Itália e coração político e social de Firenze. Em forma de L, a praça agrupa parte da história da cidade em suas imponentes construções e obras de arte. Circundada de restaurantes e cafés, é a principal praça da cidade e muito procurada pelos turistas pois é um verdadeiro museu a céu aberto!  Na praça são realizadas festas, cerimônias e celebrações tradicionais, tanto de natureza profana como religiosa.

Piazza della Signoria –  séculos de poder e grandeza: é a praça central de Florença

A praça fica sobre os restos de um assentamento romano. As escavações realizadas para a reforma da praça levaram à descoberta de  um centro termal, de uma tinturaria e de uma lavanderia.  A  praça foi pavimentada apenas no ano de 1385.

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A praça começou a tomar a forma atual por volta de 1268,  quando foram demolidos alguns edifícios e casas-torres existentes para a realização de novas construções.  A praça foi pavimentada no ano de 1385

A praça testemunhou no passado momentos marcantes e dramáticos da história de Florença.  Em 23 de maio de 1498 o frade pregador Girolamo Savonarola foi enforcado e queimado na fogueira com acusação de heresia Fogueria das vaidades. como lembra uma placa de mármore colocada em frente à Fonte de Netuno. Outro fator determinante  aconteceu em 1540, quando o duque Cosimo I de’ Medici decide transferir-se da residência oficial. do Palazzo Medici para o Palazzo della Signoria, transformando o predio, que era publico, em sua residência particular.
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A Piazza della Signoria é o centro do poder político e civil da cidade e o coração da vida social de Florença

Outro acontecimento marcante data de 9 de maio de 1938, dia da visita de Hitler à Firenze. As construções em volta da praça apresentaram bandeiras vermelhas com o símbolo nazista e a praça da Signoria reuniu uma multidão que queria saudar Hitler, que discursou do balcão do palácio.
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Na fachada do Palazzo Vecchio os brasões que foram pintados em 1353 e simbolizam aspectos da Republica Fiorentina

A Piazza della Signoria abriga o Palazzo Vecchio, sede da prefeitura com diversas salas que funcionam como museu. Várias estátuas compõem a fachada do Palazzo Vecchio, dentre elas uma reprodução do Davide, de Michelangelo, que foi instalada em 1910. A original, realizada entre 1501 e 1504, encontra-se na Galleria della Academia desde 1873.  Na frente do palácio encontramos também o leão apoiando a pata sobre o escudo com  brasão de Firenze: o Marzocco, representa Marte, o  Deus da guerra, realizado por Donatello.  Aqui na praça encontramos uma cópia, pois a escultura original fica no museu do Bargello.

 

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Em uma das entradas do palácio estão as estátuas de Davi (esta é uma reprodução). Esta copia foi realizada por Luigi Arrighetti e Saul Fanfani e foi colocada na Piazza della Signoria em 1910

 

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A estátua do Hércules e Caco, esculpida por Baccio Bandinelli entre 1530 e 1534

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Fontana del Nettuno –  um dos monumentos mais importantes da cidade é a Fontana del Nettuno.  A Fonte de Netuno, realizada entre 1560 e 1565 por Bartolomeo Ammannati, é um dos maiores símbolos da cidade.  Foi construída a partir de uma competição lançada em 1559 por Cosimo I de ‘Medici para criar a primeira fonte pública de Florença e contou com a participação dos mais importantes escultores florentinos da época.  O Netuno de Ammannati foi escolhido porque foi considerado o mais significativo ao exaltar as gloriosas realizações marítimas da época.

 

Nettuno

A primeira fonte pública da cidade: a Fontana di Nettuno

E depois de 2 anos de restauros, que começaram em fevereiro de 2017, o “Biancone”, realizado em mármore e bronze, volta a embelezar a Piazza della Signoria de Florença. Foi reinaugurado em março  de 2019, com novo sistema hídrico, que não funcionava há cerca de 40 anos e também com nova iluminação.

Em frente à Fonte de Netuno foi colocado uma placa de mármore  para lembrar onde Savonarola foi queimado

Curiosidade: em 1497 foi organizada aqui a “Fogueira das Vaidades”, promovida pelo frade dominicano Girolamo Savonarola, que queimou milhares de objetos, incluindo livros e pinturas.  Um ano depois Savonarola foi acusado de heresia. Ele foi enforcado e queimado na própria praça.

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Ao redor das praças encontramos cafés elegantes e as marcas Valentino, Chanel e Dolce & Gabbana

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Estátua de Cosimo – bem perto da Fontana del Nettuno encontra-se a estátua equestre de Cosimo I de’ Medici (1519 – 1574),   realizada por Giambologna entre 1597 e 1594, a pedido de Ferdinando I, que queria homenagear seu pai.  Em 1537, antes de ter completar 18 anos,  Cosimo I torna-se o primeiro Grão-duque da Toscana. Ele colaborou para aumentar o prestigiado econômico e cultural da cidade.

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A estátua de Cosimo I de’Medici

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Loggia dei Lanzi – Nas proximidades do pátio da Galleria degli Uffizi,   fica a elegante Loggia dei Lanzi, construída entre 1376 e 1382 com o objetivo de sediar assembléias e para a realização de cerimônias públicas. É uma galeria de esculturas ao ar livre com obras originais, que podem ser apreciadas a qualquer hora do dia ou da noite.

 

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Foi inicialmente chamada  de Loggia della Signoria

 

Perseo

Perseus com a Cabeça de Medusa, uma das mais famosas obras da loggia, foi realizada por  Benvenuto Cellini

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Eventos – Dentre os eventos anuais, estão a festa da Epifania, 6 de janeiro,  Trofeo Marzocco no dia 1º de maio com os lançadores de bandeiras, A Festa da Libertação da Itália no dia 25 de abril,  23 de maio tem La Fiorita, celebração que lembra a morte de Savonarola, o Carro Matto, no segundo sábado de setembro,  desfile dos jogadores nos dias de partida do Calcio Storico, com a final dia 24 de junho, dia do Padroeiro São João com a Festa degli Omaggi, concertos na noite de réveillon.

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A Basílica de Santa Maria Novella

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Anghiari, na Toscana

Madonnari, os artistas que desenham nas calçadas

A surpresa é grande quando a gente está caminhando pelas ruas de Firenze encantado com suas antigas construções e belíssimas  estátuas quando se depara com a street art dos artistas de rua que colorem as ruas e calçadas do centro histórico. E outra grande surpresa é quando descobrimos que toda a perfeição daquela arte é tão efêmera e que pode ficar até no máximo 2 dias.  Isso mesmo, é tudo apagado num intervalo de tempo curtíssimo. Os responsáveis por embelezarem ainda mais a cidade são conhecidos como madonnari,  que reproduzem imagens sacras e de madonna (santas).  E vocês sabiam que mesmo depois de tanto trabalho a pintura fica pouco mais de 1 dia? De acordo com um regulamento, os pintores precisam lavar tudo ou então o caminhão de limpeza da cidade passa jogando água e apaga o desenho. Aqui em Florença ficam geralmente na Via Calimala.  Atualmente são cerca de 12 madonnari com licença permanente e outros com licença temporária para atuar. São chamados também como 3d street painter ou pavement drawer.

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Os artistas dependem de ofertas do público. Ao invés de apenas se aproximar para fazer fotos, que tal colabora para incentivar essa arte?

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Os artista dão vida a essas obras de arte retratando principalmente imagens sacras

 

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Os desenhos são realizados com giz

 Confira neste post: arte de rua em Firenze

Não há informação definitiva sobre a origem da arte dos madonnari. Muitos sustentam que  é  uma arte antiga que remonta ao final do século XVI. Antigamente esses artistas itinerantes viajavam pelo país e trabalhavam nos numerosos monumentos construídos durante o período da Renascença. Quando o trabalho era concluído, eles precisavam encontrar outro meio de ganhar a vida e, muitas vezes, recriaram as pinturas das igrejas nas calçadas, representando, na maioria das vezes, um dos assuntos favoritos da época: a Madonna. Daí o nome “Madonnari”. Eles conseguiam ganhar a vida graças às pessoas que pararam para observá-las e jogavam algumas moedas caso o trabalho agradasse.

 

 

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É um trabalho fascinante: o madonnaro é um artista de rua que propõe seu trabalho efêmero e executa sua arte bem ali diante dos olhos dos passantes

 

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Fernando já chegou a ganhar cerca de 200 euros por dia de trabalho. Mas tem dia que não recebe praticamente nada

Fernando Càrdenas Barrera, artista de origem colombiana,  vive em Firenze há 11 anos.  Quando não está realizando seus magníficos desenhos nas calçadas de Firenze dedica-se às suas telas em seu ateliê, onde realiza principalmente pinturas contemporâneas retratando o seu amor pelo mar, através de sua arte oceânica. Ele me explicou que a prefeitura da cidade estabeleceu um calendário de acordo com o tipo de atividade, como pintores, cantores, escultores, estátuas vivas.  Existe um revezamento dos locais pré-estabelecidos onde eles podem atuar.  Pela utilização do solo público os artistas pagam cerca de 390 euros por ano.

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Formada em Belas Arte, outra paixão da japonesa Kumiko Suzuki é realizar esculturas

A japonesa Kumiko Suzuki vive em Firenze há 12 anos.  Ela é formada na  Accademia di Belle Arti di Firenze em Escultura e desde 2007 faz desenhos de street-paintings na Itália. O verão é a melhor temporada para trabalhar e ela já recebeu quase 300 euros por um dia de trabalho. Mas no inverno o cenário muda: num dia gelado de inverno ela recebeu 2 euros depois de passar  um dia inteiro exposta a temperaturas negativas e muito vento.
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Sonja Samardjieva é da Macedonia e vive há 9 anos em Firenze e com a sua arte, viaja para outras cidades da Itália e do mundo

Sonja trabalha de 2 a 6 dias por mês com pintura nas calçadas.  Nos outros dias dedica-se à pintura em tela, aquarela e esculturas. Fez Liceo artístico em Escultura e a vontade de atuar junto aos madonnari surgiu quando passava pelas ruas de Firenze e observava as obras divinas que os artistas faziam nas ruas . Ela se apaixonou pelo trabalho e resolveu dedicar-se à atividade. Sonja tem uma página  no Facebook onde compartilha as suas obras, é a Florence Art by Sonja.

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E se você  estiver em Firenze e quiser ver de pertinho essa beleza de trabalho, aqui os 5 locais onde  atuam  na cidade: Piazza Santa Maria Novella, Piazzale Michelangelo,  Via degli Avelli,  Duomo e via Calimala.  Para mais informações sobre os artistas,  veja aqui no site da prefeitura sobre os Artisti di Strada.

 

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Caça às trufas na Itália

Caçar e comer trufas:  uma das experiências mais especiais e exclusivas que pude vivenciar desde que vivo aqui na Itália!

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À convite da Savini Tartufi, junto a um grupo de colegas, passei  uma tarde no bosque em Forcoli,  arredores de Pisa com 2 caçadores e o adorável cãozinho Giotto, da raça lagotto. Depois de uma tarde em meio à natureza, fomos recebidos para um happy-hour na delicatessen da empresa, onde existe um museu que conta a história da família Savini, que há 4 gerações transformou uma grande uma paixão em atividade. E a segunda parte da nossa luxury experience foi um jantar no NH Collection, um hotel cinco estrelas no centro de Firenze que abriga o restaurante da família que é especializado nessa nobre iguaria.

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Gili, Sandra, Ksenia, Gloria, Marco, Erika, Caroline, Yulia e Raul, com Andrea e Luca. A trufa, elemento da terra, simples, de sabor e aroma tão marcantes, é o fungo mais caro do mundo. Este é o grupo que participou da experiência de caça às trufas em companhia do cãozinho Giotto Jr, nosso bravíssimo farejador (foto Couple in Florence)

 

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Fomos recebidos por Luca Campinotti na Savini Tartufi, em Forcoli, arredores de Pisa. Apaixonado pela atividade que desenvolve há quase 30 anos, explicou ao nosso grupo sobre essa preciosidade da terra: a trufa

 

Trufa – A trufa, que  é um  tipo de fungo subterrâneo,  tem sabor e aroma marcantes. Os tipos mais conhecidos são a trufa branca (mais delicada e cara), negra (de paladar mais forte) e a de verão. Não é possível  cultivar a trufa. Ela nasce sob a terra, a uma profundidade de 20 a 40 cm, próximo às raizes das árvores. Na maior parte das vezes a trufa é consumida fresca. Depois de tiradas da terra, é preciso consumi-las em no máximo 3 dias.  Podem ser conservadas em geladeira por até 3 semanas. As trufas não são lavadas, precisam ser  limpas com uma escovinha para tirar a terra.

A trufa é encontrada graças aos cães treinados.  Conforme nos contou Luca, esse adestramento dura de 4 a 6 meses e começa quando são filhotes, que aprendem desde bem pequenininhos, a reconhecer o odor, pois os patrões passam trufas nas mamas das cadelas e os filhotes se familiarizam dessa forma.  Tempos atrás os caçadores das trufas eram porcos, que não são mais utilizados porque eles acabavam comendo as trufas que  encontravam.

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A maior trufa dos últimos 50 anos foi encontrada em 2007, pesando 1,5 quilo. Foi vendida em um leilão beneficente por 330 mil dólares e quem arrematou foi um magnata de Macau

 

Agora vou contar como foi a nossa deliciosa tarde no bosque. Longe da cidade e dos centros habitados e na companhia do nosso fiel Giotto, fomos em busca de um dos produtos mais particulares, misteriosos e valiosos que a terra pode oferecer.

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A toscana possui 7 das 9 tipologias de trufas encontradas, podendo ser encontradas durante todo o ano

 

O caçador e o cachorro passeiam pelo bosque, perto dos troncos. Em alguns pontos o cãozinho é atraído pelo cheiro e começa a cavar a terra para chamar a atenção.

 

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Olfato apurado – E pra quem pensa que os caçadores escondem as trufas e trazem o cachorro pra cheirar o local: os caçadores disseram que absolutamente não fazem assim, é tudo realmente espontâneo e nada armado

 

O trifulau (caçador de trufas) precisa ter muita atenção pois às vezes o cachorro pode escavar e lançar a  tão preciosa trufa pra longe. Depois de encontrar,  como prêmio,  o cahocoro ganha um biscoitinho.

 

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A trufa  do tipo bianchetto (foto Ksenia)

 

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Depois de nossa aventura no bosque voltamos à loja e museu da Savini Tartufi para um aperitivo à base de trufas!  No local funciona também uma delicatessen onde podemos adquirir diversos produtos pra levar pra casa, inclusive em charmosas embalagens de madeira para  presente onde cada um pode preparar com autonomia a própria receita à base de trufas. Possuem desde sal até patês.

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Restaurante Savini Tartufi

A segunda parte de nossa luxury experience foi no restaurante Savini Tartufi, onde todos os pratos, do antepasto ao doce, foram à base de trufas.  Uma completa experiência gastronômica, onde é possível apreciar trufas com tantas combinações!

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O restaurante Savini Tartufi no hotel NH Collection de Firenze

Nosso jantar começou com antepastos de pães com manteiga de trufa, tartare com lascas de trufa,  tagliolini con zabaione e ovos e trufas frescas. Teve trufa  até mesmo na sobremesa: petit-gateau com trufas!

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Tagliolini  al tartufo

 

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Tartare com trufas frescas

 

 

Grazie Tuscany Bloggers e Savini Tartufi por ter nos proporcionado uma tarde tão especial, que começou em meio à natureza e terminou num elegante endereço no centro de Firenze onde pudemos degustar tantos pratos  à base de trufas.

Mercadinho francês em Firenze

Um pouquinho da França em Florença! Até o dia 28 de abril, na Piazza della Santissima Annunziata, acontece o  Mercadinho Belle Époque. A praça foi transformada numa charmosa vila com sabores e tradições franceses que remetem a mágica atmosfera de Paris do final dos anos 1800.
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Atmosfera parisiense. Visitar o mercado é como passear pelos charmosos bairros de Paris

Em estilo liberty, nos diversos stands que colorem a praça em tons pastel , podemos encontrar  acessórios, artigos para a casa, bijouxs e produtos típicos da gastronomia de diversas regiões francesas, que podem ser consumidos na própria praça ou em casa.
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Um vilarejo francês onde toda a família pode aproveitar

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Todas as delícias da gastronomia francesa em um espaço único numa agradável atmosfera: vinhos, especialidades da boulangerie, geleias, biscoitos, ostras e queijos.
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Produtos artesanais da Provença e da Costa Azul

 

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Todos os atendentes usam roupas e acessórios tradicionais, o que confere uma atmosfera ainda mais interessante ao evento.

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O Mercatino Francese Belle Epoque funciona diariamente das 10 às 22.
Até domingo, 28 de abril 2019

  • atualizado em 24/04/2019