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A Fogueira das Vaidades

No dia 7 de fevereiro de 1497, véspera da Quaresma, aconteceu um episódio  importante na Piazza  della Signoria de Florença conhecido como a Fogueira das Vaidades,  quando seguidores do  pregador Girolamo Savonarola queimaram objetos considerados pecaminosos, que eram associados à ostentação, ao luxo,  ao pecado e ao prazer. ras de Savonarola, diz-se que até Sandro Botticelli atirou  algumas de suas obras na fogueira.

Savonarola predica contro il lusso e prepara il rogo delle vanità”, Ludwig von Langenmantel, 1881

Milhares de obras de arte, joias,  quadros, livros, vestidos,  cartas de baralho e  instrumentos musicais foram destruídos. Convencido pelas palavras de Savonarola, diz-se que até Sandro Botticelli atirou  algumas de suas obras na fogueira.

A praça da Signoria, onde aconteceu a Fogueira das Vaidades em 7 de fevereiro de 1497

 

Predica di Savonarola nella basilica di San Miniato a Firenze , obra de Hyppolite Flandrin, 1840, Lione

A “Fogueira das Vaidades” era uma prática que acontecia em diversas cidades européias. Nessas ocasiões, acompanhados de  sermões  concorridos e fervorosos que condenavam os vícios , riquezes e vaidade, queimavam-se  objetos relacionados  ao  pecado.  Mas,  devido à sua proporção  e impacto, a expressão designa especialmente o acontecimento  ocorrido  em Florença, cidade onde se expressava o Renascimento, que traduzia  ideias humanísticas  no âmbito da  arte,  literatura e ciências.

A Piazza Savonarola de Florença em dia de mercado

 

Savonarola, nascido em Ferrara,  veio para Florença em 1490  a pedido do próprio  Lorenzo O Magnifico, que faleceu 2  anos depois. Em toda Florença não havia um homem que gozasse do mesmo consenso que o frei, sem contar com sua indiscutível oratória e   extraordinário carisma.

Savonarola alcançou grande sucesso com seus sermões, ouvidos e apreciados sobretudo pelos pobres e descontentes. Isso porque em seus sermões  não teve medo de denunciar a decadência e a corrupção da igreja, e não deixou de questionar, lançando inúmeras acusações contra os governantes e  a exploração do povo.

Para facilitar as assembléias do conselho,  Girolamo Savonarola mandou construir um enorme salã dentro do Palazzo della Signoria: o que hoje conhecemos como Salone dei Cinquecento, e que ganhou decoração no século 16

Savonarola viveu no convento de San Marco,  onde foi prior,  entre 1491 e 1498. No ex-convento de San Marco é possível visitar a cela de Savonarola e ver alguns de seus objetos.

O Convento de San Marco, onde Savonarola viveu

Savonarola, o “senhor religioso”, protestava contra a devassidão da sociedade e a corrupção eclesiástica e também contra  o papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia), que, segundo o frei, personificava o vício e a corrupção. Ele criticava abertamente o Vaticano e o Sumo Pontifice.  Por esse motivo, Florença precisava decidir:  ou entregam o herege ao Papa ou a cidade sofreria  interdição papal.  O  apoio popular de  Savonarola decaiu e  ele  acabou por ser preso.  Processado  por heresia, ele foi levado à prisão o na Torre de Arnolfo no Palazzo Vecchio,  uma pequena cela na torre de Arnolfo, conhecida como Alberghetto.

O religioso foi condenado à morte, enforcado e  queimado  em  23 de maio de 1498, aos 46 anos. Suas cinzas foram  jogadas no Rio Arno.

Essa é a placa colocada no local onde Girolamo Savonarola foi executado na Piazza della Signoria

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O melhor da gastronomia toscana – Forchettiere Awards 2023

Quais são as melhores trattorias, restaurantes, pizzarias, sorveterias, bares, confeitarias e delicatessens de toda a Toscana?  O Forchettiere Awards 2023, idealizado pelo jornalista Marco Gemelli,  premiou 13 categorias do mundo da gastronomia toscana, num evento que aconteceu no Dome Firenze dia 16 de janeiro.  Esta é a 3ª do evento, que envolveu mais de 200 locais não apenas de Florença, mas também de outras cidades da Toscana.

Esse é um reconhecimento para premiar os representantes da área de gastronomia no panorama florentino e toscano, dividido em 13 categorias

Adriana Tancredi e Marco Gemelli entregam o prêmio especial à Gaetano Trovato,  duas estrelas Michelin e chef do Arnolfo

A cerimônia de premiação do evento foi conduzida por Adriana Tancredi e Marco Gemelli, e contou com a premiação de 18 estabelecimentos entre restaurantes, pizzarias, trattorias, bares, sorveterias, hamburguerias, confeitarias, entre outros.

Os 5 finalistas da categoria cocktail bar, que premiou o Atrium Bar do Four Seasons Hotel Firenze

A votação  aconteceu durante o mês de dezembro no site do “Il Forchettiere” e eu participei como jurado técnico, que teve um peso de 70%.  Participaram cinco finalistas de cada categoria, que teve apenas um vencedor, e aqui estão eles:

Os vencedores de  Forchettiere Awards 2023:

  • Santo Bevitore (restaurante Firenze )
  • Chic Nonna by Vito Mollica (restaurante “fine dining”)
  • La Loggia – Belmond Villa San Michele (restaurante  da província de Firenze)
  • Da Burde (trattoria tradicional)
  • Fulin (restaurante internacional)
  • Giotto (pizzaria)
  • Atrium Bar – Four Seasons Hotel Firenze (cocktail bar)
  • Gelateria della Passera (gelateria)
  • Giorgio (confeitaria)
  • Lungarno23 (hamburgueria)
  • Nancy De Luca (chef emergente)
  • Chic Nonna by Vito Mollica (nova abertura 2022)
  • Formaggioteca Terroir (gastronomia)

Melhor delicatessen de Florença: Formaggioteca Terroir

Os 5 vencedores da categoria Toscana:

  • Restaurante Osteria Passo dopo Passo de Castellina in Chianti (Si),
  • Pizzaria Elementi de Barberino (Fi),
  • Cocktail bar Caffè al Teatro di Pietrasanta (Lu),
  • Hamburgeria BBQ Chianina Station,
  • Officina della Bistecca de Dario Cecchini, a Panzano in Chianti (Fi)

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A Porta do Paraíso do Batistério de Florença

A encomenda por parte da corporação da Arte di Calimala da célebre Porta do Paraíso do Batistério de San Giovanni de Florença  deu-se em 2 de janeiro de  1425. Lorenzo Ghiberti é o autor da magnífica obra, que foi realizada em 27 anos,  entre 1425 e  1452.

As Portas do Paraíso realizadas por Ghiberti, no Museu dell’Opera del Duomo

A porta  deveria ficar inicialmente no lado norte do Batistério de San Giovanni mas depois de pronta, devido  ao seu esplendor e  beleza, decidiram colocá-la numa posição de honra: em frente à Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Florença, no lado leste. Ela foi denominada assim por Michelangelo, que disse: “são tão  lindas que estariam bem nas portas do Paraíso”.

A Sala del Paradiso com as portas originais do Batistério de São João

Em 1966 a enchente que acometeu Florença danificou a porta que precisou ser restaurada. E foram necessários 26 anos de trabalhos, que foram realizados pelo Opificio delle Pietre Dure e que, depois de prontas,  ganharam novo endereço:  as Portas do Paraíso ficam custodiadas no Museo dell’Opera del Duomo.

O Museo dell’Opera del Duomo é um moderno museu de Firenze que reúne  a maior coleção do mundo de esculturas da Idade Média e do Renascimento fiorentino

A porta foi realizada em  bronze e coberta por uma camada de ouro. São 10 painéis quadrados modelados em baixo, médio e alto relevo . Graças ao uso do baixo relevo e da prospectiva são  narrados vários episódios dentro de apenas 1 painel. Ao total, são 47 episódios bíblicos do Antigo Testamento.

A cópia das Portas do Paraíso

A porta realizada por Ghiberti foi substituída por uma cópia feita em 1990 graças à generosidade de um magnata japonês.

No Batistério de San Giovanni encontramos uma cópia das Portas do Paraíso

Portas do Paraíso. Mas por que são chamadas assim?
Segundo Vasari, foi Michelangelo quem  as chamou assim pela primeira vez, pois eram  tão bonitas que estariam bem nas portas do Paraíso : “Elle son tanto belle che starebbon bene alle porte del Paradiso”!

Os painéis iniciam contando a história da criação, com  Adão e Eva e prosseguem com os principais personagens do povo hebraico até terminar com as duas últimas com os reis Davi e Salomão .

Os batentes da porta são decorados com pequenos bustos de personagens bíblicos, profetas e sibilas. Um dos bustos é o artista: Lorenzo Ghiberti. programa iconográfico dos painéis foi confiado a Leonardo Bruni

Na parte interna 24 estátuas de profetas e sibilas e  na parte redonda cabeças de personagens bíblicos e no interior o autorretrato de Ghiberti e seu filho Vittore,  seu colaborador.

Curiosidade: Brunelleschi e Ghiberti “duelaram” para a realização de uma obra importantíssima de Florença: a Porta Norte do Batistério de San Giovanni, em 1401. Os artistas que se inscreveram deveriam apresentar um relevo com a representação de uma passagem do antigo testamento: o sacrifício de Isaque. Na epoca,  foi Ghiberti  que venceu.

Esse concurso realizado para a execução de uma das portas do batistério de Florença em 1401 marca de fato o início do Renascimento na Itália.  O trabalho de realização das Portas do Paraíso foi o segundo de Ghiberti no Batistério.

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É inadmissível que você visite Florença e não coma bem! E se quiser alguns conselhos fora dos que geralmente aparecem nos guias de viagem, elenco aqui alguns endereços onde estive recentemente e recomendo.  São restaurantes localizados principalmente no centro histórico da cidade,  todos para paladares exigentes e apreciadores de lindos ambientes.

 
Architettura del Cibo – Quer um endereço para uma maravilhosa experiência gastronômica multissensorial em Florença?  Architettura del Cibo, que funciona num local inusitado: o restaurante está situado dentro de um jardim. Esse é um lugar especial, com uma atmosfera romântica, intimista e elegante que  me surpreendeu  com uma especialíssima  vivência gastronômica!
Em sua cozinha aberta o jovem chef Giuseppe Papallo e equipe preparam verdadeiras obras-primas, enaltecendo a excelência das matérias-primas transferindo singularidade ao paladar.  O menu segue o ritmo das estações e dos aromas da natureza.  Aqui, percebemos a atenção e o cuidado em cada detalhe, do atendimento cordial, simpático e profissional à apresentação dos pratos e harmonização dos vinhos.  A Arquitetura del Cibo proporciona uma verdadeira experiência dos sentidos!  O restaurante fica em Le Cure, na via Frà Bartolommeo 58 a, a poucos minutos do centro de Florença

Architettura del Cibo, onde o chef Giuseppe Papallo surpreende com criatividade e prepara pratos lindos e deliciosos!

FishmoodUna storia d’amore e di mare... Esta é a história de uma viagem que começa em Trani, na Puglia. Há poucos meses a família Cancelli, com uma conhecida experiência como chefs e empreendedores, abriu o Fishmood nos arredores de Santa Croce, na Piazza dei Peruzzi. O Fishmood é um restaurante de peixe que traz para Florença um pouco da Puglia, de sua tradição gastronômica,  com cozinha refinada e simples ao mesmo tempo . A cozinha  é à vista e o restaurante apresenta três salas, com um espaço subterrâneo  para eventos privativos. O menu elaborado pelo jovem chef Andrea Cancelli,  que cria com paixão e criatividade pratos de grande qualidade com matérias-primas e  receitas originais. E o restaurante apresenta uma histórica buchetta del vino, de onde é possível pedir uma taça de vinho ou qualquer outra bebida, como na antiga tradição florentina que começou na epoca renascentista. O restaurante, está localizado na piazza de Peruzzi de Florença

No Fishmood , o excelente menu, à base de peixe, leva a assinatura do jovem chef Andrea Cancelli

Cibrèo Ristorante –  Esse é o templo de Giulio Picchi, filho do saudoso Fabio, que nos deixou meses após a inauguração desse belíssimo restaurante no histórico hotel Helvetia &  Bristol.  Nome famoso da restauração florentina, com uma história de mais de 40 anos e locais em outros pontos na cidade, o Cibrèo conta com um sofisticado  cocktail bar, que domina a sala principal, com enorme balcão de mármore amarelo Siena.  Bem na capa do menu, a escrita : “um monte de coisas boas – uma viagem gastronomica à descoberta das melhores matérias-primas da estação”, com pratos preparados pelo chef Gabriele Avanzi.  O Cibrèo fica no Helvetia Bristol, na via del Verrocchio, 8 r
Babae –  Babae é um local descontraído , um ponto de encontro para qualquer hora do dia, seja para beber um café , tomar um drink ou fazer refeições, com pratos frescos e genuínos.  E sabem uma preciosidade que apresenta?  Uma buchetta del vino, a famosa janelinha do vinho  por onde você pode receber a sua bebida. O Babae fica na via Santo Spirito, no Oltrarno.

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Villa San Michele, elegância atemporal

Imaginem um local que conjuga o esplendor do Renascimento, a elegância e o luxo contemporâneos e um maravilhoso jardim com vista para a cidade de Florença? Assim é o boutique hotel Belmond Villa San Michele, nas colinas de Fiesole, a poucos minutos da capital toscana, Berço do Renascimento.

 

Visitei o Belmond Villa San Michele num dia lindo de outono

O refinado hotel combina arte, história e paisagem e  é endereço ideal para quem busca um destino romântico.

O edifício, cujo nome tem origem na igreja dedicada à São Miguel Arcanjo, é um antigo mosteiro. A fachada foi desenhada pela escola de Michelangelo e a estrutura é do século 15.

O hotel, inaugurado em 1982, está entre os mais bonitos da Itália e fica num ex-convento franciscano. O Villa San Michele  disponibiliza de 45 acomodações, com diferentes categorias e oferece apartamentos exclusivos com acesso e jardim privativos.

Recepção – A recepção fica na antiga capela e algumas telas de laca chinesa  foram colocadas no altar. Atrás, há uma resenha de antigas alcovas devocionais, onde você pode parar para folhear um livro,  saborear um chá ou um café.

Tudo em perfeita sintonia:  beleza, elegância e contemporaneidade no Villa San Michele

 

Location para quem busca uma experiência dedicada à hospitalidade de excelência, arte e beleza !

Passeando pelo hotel é difícil saber o que mais emociona, se o perfeito equilíbrio entre o design contemporâneo  com a arquitetura do passado ou se o panorama de Florença que podemos admirar de seus antigos pórticos ou do seu  esplêndido  jardim.

O claustro que nos conduz aos restaurantes La Loggia e San Michele. O ambiente foi todo reestruturado este ano

Restaurantes – Dois restaurantes funcionam sob os pórticos do hotel, o La Loggia, apenas para jantar, e o San Michele,  que serve almoço e jantar:  para  inspirar olhos e paladar!  No comando, o  chef Alessandro Cozzolino apresenta menu criativo preparado com  ingredientes locais da terra e do mar em seu menu criativo.

Culinária italiana e toscana. Aqui você pode vivenciar uma verdadeira experiência gastronômica, com produtos locais servidos em ambientes ricos de história e charme,  excelente carta de vinhos e vista espetacular

 

E para refeição informal,  o Pool Grill, à beira da piscina

 

Visitei o hotel em companhia de minha amiga Elena Farinelli. Nosso aperitivo no jardim num dia ensolarado desse outono

 

A arte da mixology, com signature drinks. Experimentamos esses dois, à base de verbena e lavanda, do próprio jardim do hotel

 

O Lounge Bar

O Villa San Michele  é o refugio ideal para quem foge do ritmo movimentado de Florença, num importante contexto histórico com  vista pitoresca,  maravilhoso jardim  e excelente serviço.

No jardim, obra “Window and Ladder” do artista conceitual argentino Leandro Elrich,  em exposição até o próximo dia  7 de novembro

 

Património cultural e artístico – os afrescos de “A Última Ceia” de Nicodemo Ferrucci, do século 17 , no antigo refeitório, agora utilizado para banquetes privados.   Ao centro a obra  “A Nuvem”, de Leandro Elrich

O Belmond Group é  uma rede hoteleira de luxo do grupo LVMH responsável também pela administração do  Copacabana Palace, ícone da hotelaria brasileira, e que completa 100 anos em 2023.

Realizei a visita à convite do Belmond Villa San Michele, a quem agradeço a receptividade.  O tour no hotel foi realizado em companhia da gerente de Relações  Públicas Sophie Fabiani.  Grazie mille per l’accoglienza! 

 

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O Museu dell’Opera del Duomo

O Museo dell’Opera Del Duomo é um moderno museu de Firenze que reúne  a maior coleção do mundo de esculturas da Idade Média e do Renascimento fiorentino. São mais de 750 obras de artistas como Michelangelo,  della Robbia, Ghiberti, Donatello, Arnolfo de Cambio entre outros, que fascinam apaixonados por arte e arquitetura.  A Ópera do Duomo, também chamada de Opera di  Santa Maria del Fiore, é uma instituição  fundada em 1296 pela República de Florença para administar e  monitorar a construção da nova catedral e do campanário.   Em 1436, o Duomo foi finalizado com a espetacular cúpula de Brunelleschi e após a conclusão dos trabalhos a Ópera do Duomo passou a preservar e proteger os monumentos que fazem parte do complexo do Duomo.

 

Na bilheteria uma divina obra para dar as boas-vindas: San Giovanni in Gloria com anjos segurando candelabros que ornavam o altar principal do Batistério, de Girolamo Ticciati. A obra encontrava-se no interior do Batistério

 

Em 1891, o museu foi criado para abrigar todas as obras de arte que ao longo dos séculos foram retiradas  do Duomo, do  Campanário de Giotto e do Batistério de São João. O museu, que apresenta layout super moderno, foi reestruturado em 2015 depois de 3 anos de trabalhos de modernização e hoje conta com 28 salas distribuídas em 3 andares, numa superfície de 6  mil metros quadrados. Quem assinou a renovação do espaço foi Monsenhor Verdon com os arquitetos Natalini, Guicciardini e Magni.

 

No Museu dell’Opera encontramos a maior coleção de esculturas monumentais medievais e renascentistas florentinas do mundo: estátuas e relevos em mármore, bronze, madeira e prata

Ao entrar no novo Museu dell’Opera  a gente percebe imediatamente que  está iniciando um  percurso expositivo bem diferente do trivial.  Espaços modernos, com layout contemporâneo,  iluminação, onde o design tem grande relevância para a experiência do visitante e onde as obras parecem ganhar vida!

O início do percurso do Museu dell’Opera de Firenze, que apresenta uma espetacular instalação: ambientes e jogos de luz que chamam a atenção

 

No Museu dell’Opera uma instalação espetacular com obras-primas únicas no mundo

O Museu dell’Opera não está entre os mais  requisitados dos roteiros mais comuns, mas pode representar um verdadeiro tesouro escondido para quem gosta de escultura e estilo gótico. E justamente por não estar entre os mais requisitados museus da cidade o fluxo de visitantes permite uma visita agradável e sem longas esperas.

 

O museu dell’Opera reúne maravilhosas obras-primas de Florença. Estátuas, relevos em mármore, bronze e prata, feitos originalmente para os ambientes externo e interno das estruturas que constituem o complexo do Duomo.

 

Salone del  Paradiso  – Graças à uma antiga tradição os cristãos chamavam de Paraíso  a área entre um batistério e a igreja, em alusão à alegria daqueles que haviam se batizado. Na Sala do Paraíso podemos admirar a fachada da catedral e as magníficas portas do Batistério. O espaço é chamado de Paraíso pois era  como os florentinos chamavam a área da praça entre o Duomo e o Batistério.

 

A Sala del Paradiso com obras que ornavam as fachadas da Catedral e do Batistério

 

A fachada medieval do Duomo na reconstrução do Grande Museu do Duomo

 

Existem cerca de 750 obras de arte, desde as obras-primas de Arnolfo Di Cambio até as de Verrocchio e Donatello. Séculos da tradição artística florentina medieval e renascentista

 

A Porta do Paraíso, realizada por Lorenzo Ghiberti

 

Sala della Maddalena – A sala leva o nome da principal obra de arte que abriga o centro,  protegida por uma  estrutura de vidro: é a  impressionante obra de Donatello,  Santa Maria Maddalena Penitente, realizada em madeira entre 1453 e 1455.

 

 

Santa Maria Maddalena Penitente, obra de  Donatello, meados do século 15

Galleria del Campanile – Nesta sala, algumas obras de arte do campanário de Giotto.  Através dessas obras é possível perceber a importância da escultura na época, utilizada como forma de  comunicação. Aqui estão as 16  estátuas e os 54 relevos.

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Obras da bodega de Andrea Pisano e de Donatello

 

 

 

 

 

 

 

 

 

museu-dell'opera

Galleria del Campanile, nesta sala as obras originais das decorações do Campanário de Giotto

 

Sacrifício  de Isaac, de Donatello e e Nanni di Bartolo  (aproximadamente 1421). Essa  é a primeira escultura nu em tamanho real

 

Sala dedicada à cupula de Brunelleschi –  Talvez essa seja a sala  mais interessante do museu! O espaço é dedicado à esplêndida obra realizada pelo gênio Brunelleschi: a cúpula  do Duomo.  Na sala você pode conhecer os instrumentos e ferramentas  que foram criados para a realização da cúpula, conferir os desenhos das decorações e das janelas que adornam a igreja e  pode também  assistir a um breve vídeo que explica sobre a construção desta magnífica obra.

 

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O modelo arquitetônico da obra-prima do grande mestre Brunelleschi, realizada entre 1420-1436

 

Alguns dos instrumentos utilizados no século 15 para a construção da cúpula

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Sala delle Cantorie – Aqui existem dois coros lado a lado, que uma vez foram localizados na catedral, um esculpido por Luca della Robbia  entre 1431-38  e o outro por Donatello,  entre 1433-39.

 

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Muitos desenhos enriquecem o acervo do museu

 

Museu dell’Opera del Duomo

Piazza del Duomo, 9 – Firenze

Data: de Segunda a domingo, das  9 às 19 horas (o horario pode sofrer variações de acordo com o período do ano)

Valor do bilhete: 15 euros (para todas as atrações do complexo do Duomo)

Museu de San Marco de Firenze

O Museu de San Marco de Florença tem o maior acervo do mundo das obras, tanto em madeira quanto em afrescos, de Beato Angelico, que viveu neste mosteiro durante um período de sua vida. O museu, que fica ao lado igreja da homônima, funciona num ex-convento  fundado em 1299 pelos monges beneditinos Silvestrini e que passou  para a ordem dos Dominicanos Observantes em 1436.  No anos sucessivos, com financiamento de Cosimo dei Medici e sob a direção do arquiteto Michelozzo, foi totalmente restaurado e reformado, além de embelezado com afrescos de Beato Angelico.  A visita à San Marco inclui os esplêndidos espaços arquitetônicos do convento e das celas, o claustro de Sant’Antonino, o Cenáculo de Ghirlandaio, o refeitório e a Sala Capitular. Abriga o maior acervo do mundo de obras de Beato Angelico que também viveu e trabalhou no convento por volta de 1440 para afrescar os espaços renovados por Michelozzo.

 

Após as obras realizadas por Michelozzo, os frades dominicanos foram transferidos para o convento de San Marco, que fica ao lado da Basílica de San Marco

 

Pátio Sant’Antonino –  O local foi restaurado por volta da segunda metade de 1400 por Michelozzo, que foi encarregado por Cosimo Il Vecchio de reconstruir o convento de acordo com os novos cânones renascentistas

Museu

O museu faz parte do grande complexo do antigo convento dominicano de São Marcos e está intimamente ligado ao pintor e frade Beato Angelico, um  dos maiores pintores do início do Renascimento, que viveu e trabalhou no convento.  A obra arquitetônica é um projeto de Michelozzo e foi encomendada por Cosimo de ‘Medici, Il Vecchio.  A reforma do convento foi realizada entre 1437 e 1443.   Durante o primeiro século de sua vida o convento era o lar de personalidades importantes. Não apenas de Beato Angelico viveu no local, mas  também  Antonino Pierozzi, conhecido como San’Antonino da Firenze , o famoso frade Girolamo Savonarola e  o ex-prefeito de Florença, Giorgio La Pira, que morreu em 1977.

Durante o reinado de Lorenzo O Magnífico, este ambiente  de San Marco tornou-se ponto de encontro de muitos humanistas da época, como Angelo Poliziano e Pico della Mirandola, que podiam consultar os livros da biblioteca. Na verdade, esta é considerada a primeira biblioteca pública da Europa.

 

No complexo do museu de San Marco terracota envidraçada, realizada por Andrea della Robbia

Em 1869 o Museu de San Marco foi aberto ao publico.  Até 2014, o convento de San Marco acolheu alguns frades da comunidade dominicana que foram transferidos nos últimos anos para o complexo de Santa Maria Novella.

Além das obras de Beato Angelico, no complexo podemos admirar tambem A Ultima Ceia realizada por Domenico Ghirlandaio

Nova Sala Beato Angelico – Inaugurada em dezembro de 2020, com nova iluminação  e novo layout, a  Sala Beato Angelico ,que  contem 16 obras-primas do artista, permite ao visitante admirar cada detalhe, com todas as cores vibrantes utilizadas pelo artista.  A renovada exposição de obras-primas da sala reúne a mais importante seleção do mundo de  obras de uma das maiores e mais fascinantes personalidades da história da arte.

Sala Beato Angelico – O novo espaço com nova iluminação exalta ainda mais a qualidade que transparece em suas pinturas

 

A nova exposição, financiada por Friends os Florence, muda radicalmente a disposição anterior que havia sido criada em 1980 pelo então diretor Giorgio Bonsanti.  Inseridas em uma nova estrutura com iluminação tecnologicamente atualizada, as obras hoje seguem uma sucessão cronológica coerente.

Angelico foi um frei e é considerado o pintor que melhor retratou a mensagem cristã em toda a história

 

Sobre Beato Angelico

Beato Angelico nasceu em Vicchio (Toscana) provavelmente no ano de 1395.  Não se sabe muito sobre a sua infância, mas acredita-se que em 1418 tenha entrado para a Ordem dos Pregadores em Fiesole, arredores de Florença e em 1425 confirmou seus votos adotando o nome de “Fra Giovanni da Fiesole”.  Iniciou  sua atividade ainda antes de entrar na vida religiosa.  Viveu e trabalhou  no convento entre os anos de 1438 e 1445. No convento de São Marcos, Fra Angelico pintou diversos retábulos e afrescos no claustro, na sala capitular, nas celas dos frades e nos corredores superiores.  Beato Angelico realizou várias obras principalmente em Florença e também em Roma.

 

Fra Angelico valorizava detalhes realísticos e expressões de sentimentos

Giovanni da Fiesole nasceu com o nome de Guido di Pietro.  As obras do artista eram de carácter religioso e foi Giorgio Vasari, o biógrafo de artistas renascentistas, que o definiu “Angélico”, por sua habilidade de pintar figuras  de anjos, pela beleza serena de seus retábulos e afrescos e também pela doçura  na forma de tratar as pessoas.

O Tríptico de São Pedro Mártir executada entre 1428 e 1429

Beato Angelico acreditava  que a fé podia salvar o homem. Ele descreve a beleza da criação com uma luz suave com o intuito de despertar a admiração dos fiéis,  pois eee acreditava que  as imagens podiam contribuir para a salvação das almas.  Angelico soube fundir  duas vocações : a pintura e a fé.   A luz dourada que investe as suas figuras tem um valor místico: é expressão da graça divina que salva o homem e, por isso, tranquiliza a alma.

Seu nome “Angelico” significa angelical, por sua forma de pintar e de tratar o próximo. Seus personagens são sempre dedicados a algo espiritual, e não terreno, com abordagem de temas cristãos presentes na Bíblia

No ex-convento,  Fra Angelico, ajudado por alguns colaboradores, realizou afrescos no claustro, nas numerosas celas, nos corredores do andar superior e na Sala do Capítulo. 

Obra Juízo Final

Fra Angelico passou praticamente toda a ultima década  de sua vida em Roma, onde faleceu em um convento dominicano , em 18 de fevereiro de 1455. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 1982 e declarado o Padroeiro Universal dos Artistas.

 

Sala Capitular –  A Sala do Capítulo, local onde a comunidade se reune e as imagens tem a função de ajudar , através das imagens compreender as mensagens, o veiculo de comunicação de Beato Angelico era a pintura. Beato Angelico realizou o seu maior afresco, com mais de 50 figuras, uma obra monumental.

O crucifixo realizado por Baccio da Montelupo  e o sino que tocou quando Savonarola foi levado do convento. O sino é chamado de” Piagnona”

 

Segundo andar

Quem dá as boas-vindas ao segundo andar é a espetacular obra Anunciação, de Beato Angelico.  Nesse andar ficam os dormitórios dos freis dominicanos, com teto elevado em treliça de madeira.

A “Anunciação” feita para o convento de São Marcos, é uma de suas obras mais famosas. Foi  realizada por volta de 1440, no primeiro  corredor do segundo andar, onde ficavam os dormitórios

Neste andar ficam as 43 celas do convento com afrescos realizados por Beato Angelico e colaboradores.  Os afrescos retratam episódios da Paixão de Cristo, com imagens que  convidam à meditação e ao arrependimento.  Algumas curiosidades e lendas surgiram em torno da figura do frade pintor. Diz-se que ele não pintava se não tivesse orado antes. Ao longo de sua vida, ele sempre pintou temas sagrados.

Dentro de cada cela existe um afresco. Esses são os  aposentos onde dormiam os freis dominicanos

Savonarola

No convento viveram muitos dos mais importantes representantes da vida espiritual e da cultura do século 15,  como o frei Girolamo Savonarola, que pregava contra a decadência da moral. Savonarola nasceu em Ferrara no ano de 1452. Ele foi um político, religioso e frade que foi acusado de heresia, enforcado e queimado na Piazza della Signoria em 23 de maio de 1498.

Savonarola estabeleceu-se definitivamente em Florença em 1490, a pedido de Lorenzo Il Magnifico.   Ele viveu no convento de San Marco entre 1491 e 1498. Savonarola alcançou grande sucesso com seus sermões, ouvidos e apreciados sobretudo pelos pobres e descontentes. Isso porque em seus sermões Savonarola não teve medo de denunciar a decadência e a corrupção da igreja, e não deixou de questionar, lançando inúmeras acusações contra os governantes e sua exploração do povo.

“Fogueira das Vaidades” –  Esse foi episódio que ocorreu no dia 7 de fevereiro de 1497  em Florença, quando seguidores de Savonarola queimaram objetos associados à ostentação, à tentação e ao pecado.  Milhares de obras de arte, como  quadros, livros, vestidos, espelhos, instrumentos musicais foram destruídos.

No ex-convento de San Marco é possível visitar a cela de Savonarola,  o seu estúdio e ver alguns objetos, como a característica capa com o capuz, as vestes  e outras relíquias. Savonarola foi queimado vivo na praça della Signoria e suas cinzas foram  jogadas no Rio Arno.

 

Interior da igreja de San Marco, que fica ao lado do museu

Sant’Antonino

Sant’Antonio Pierozzi nasceu em Florença no ano de 1389. Antonio Pierozzi foi teólogo,  arcebispo e um dos mais fortes defensores da reforma da Ordem promovida pelo Beato Raimondo da Cápua. Foi “priore”  em Fiesole e bispo de Florença na época de Cosimo “O Velho” era muito querido pelos florentinos.

No momento de sua morte, ocorrida em 10 de maio de 1459, Antonino foi sepultado em San Marco. Em 1589 seus restos mortais foram transferidos para a capela Salviati, concluída por Giambologna.

 

Museo di San Marco – Florença

Piazza San Marco, 3

Horário de abertura:  8.15 às 13.50

Dias de fechamento : sábado, domingo e festivos

Valor do bilhete 8 euros

O restaurante Cuculia, em Florença

Artistas aqui em Florença se exprimem não apenas com pincéis diante de telas ou moldando esculturas, mas também através da gastronomia. Estudar ingredientes e testar combinações insólitas, cores, sabores e consistências é o que adora fazer, conseguindo resultados surpreendentes, o chef Oliver Betancourt, do restaurante Cuculia, fundado em 2013.

O Cuculia é um restaurante mas pode ser comparado a um ateliê de arte!  As criações do chef Oliver deixam todos admirados!

cuculia

O Cuculia é uma gracinha de lugar e um dos restaurantes que aconselho vivamente no Oltrarno!

Roberta e o chef Oliver demonstram todo o carinho e amor seja através da calorosa receptividade que na preparação dos pratos, resultado de muita dedicação,  pesquisa , criatividade, além de toda experiência internacional de Oliver, que aproximou-se do mundo da gastronomia ainda em família, na Venezuela, para depois seguir para a França e na Espanha.

Roberta e o marido, o chef nascido na Venezuela, Oliver Betancourt

Roberta, que tem formação artística e uma estreita relação com o mundo da enogastronomia, é esposa de Oliver e e gerente do local e se encarrega de selecionar os produtos gastronômicos e vinhos do restaurante que complementarão as propostas do chef.  É graças à ela, que narra com tanta emoção e explica cada criação, que cada prato torna-se ainda mais especial!

Pratos leves, criativos e ecléticos

Oliver cria preparações intrigantes, com nuances especiais e surpreendentes, propondo pratos refinados de cozinha contemporânea com raízes caribenhas, com influências francesa e espanhola, mas também da tradição italiana. O menu proposto é inspirado em produtos sazonais, com sabores especiais e matérias-primas frescas e coloridas e também a utilização de frutas exóticas, como manga e abacate: preparações intrigantes com sabores únicos!
O Cuculia é oendereço imperdível para quem quer vivenciar uma bela experiência gastronômica  e multissensorial!

Beleza deslumbrante em cada prato apresentado com toque artístico

O nome “Cuculia” deriva do antigo nome da via dè Serragli que na epoca d Renascimento era conhecida como Via del Canto alla Cuculia, devido aos numerosos cucos (pássaros) que viviam nos jardins dos mosteiros e palácios nobres da região.

O restaurante funciona apenas para jantar, exceto aos domingos, que servem brunch.

Cuculia

Via dei Serragli, 3 r , Oltrarno

Firenze

Campanário de Giotto de Florença

Dentre os maiores símbolos de Florença  está o Campanário de Giotto,  uma das 4 principais construções do complexo da Piazza Duomo, que fica ao lado da majestosa Catedral Santa Maria Del Fiore. A torre dos sinos foi desenhada pelo artista Giotto di Bondone –  por esse motivo recebeu esse nome – e é um maravilhoso exemplo da arquitetura gótica florentina do século 14. O  Campanile di Giotto de Florença é aberto à visitação, mas é preciso superar seus 414 degraus! Mas asseguro que a vista deslumbrante que temos do terraço panorâmico  vale o esforço!

 

O campanário é em total harmonia de cores com a Catedral Santa Maria del Fiore, o Duomo de Florença. Possui revestimento de mármore branco, verde e vermelho semelhante ao da igreja. A subida até o topo da torre dos sinos não é muito fácil e  em nenhuma parte do percurso há elevador. É  preciso superar  seus exatos 414 degraus a pé.  Construída no século 14,  a torre em estilo gótico tem 84,70 metros de altura e 15 m de largura.

 

Durante o percurso de subida existem dois terraços panorâmicos onde é possível fazer uma pausa para descansar e apreciar o panorama.

A escadaria que conduz até o terraço panorâmico é bem estreita e não há elevador em nenhuma parte do trajeto, sã 414 degraus

História da construção do campanário 

Sua construção começou em 1334,  depois que um incêndio no ano de 1333 destruiu a torre do sino de Santa Reparada, igreja  que existia antes do atual Duomo de Santa Maria del Fiore.  Giotto di Bondone, que era um dos principais pintores e arquitetos da época,  foi contratado para completar a obra, cuja primeira pedra foi lançada em 9 de julho de 1334. Giotto conseguiu acompanhar os trabalhos por apenas 3 anos seguintes, até a sua  morte.

A realização da torre   prosseguiu com Andrea Pisano,  que terminou os 2 primeiros andares seguindo os projetos de Giotto.  Devido à peste negra os trabalhos foram interrompidos durante dois anos, de 1348 a 1350,  e a conclusão da obra deu-se com Francesco Talenti, no  ano de 1359.

Quando foi construído,  o campanário era unido à igreja por uma  ponte,  que foi demolida em 1431

O campanário possui um conjunto de 7 sinos. O maior sino é chamado Santa Reparata em homenagem à santa, já que assim era chamada a igreja sobre a qual foi erguida a atual catedral.  Os outros sinos  são chamados Misericordia, Apostolica, Assunta, Mater Dei, Annunziata e Immacolata, todos nomes relacionados à Madonna.

A torre surgiu não apenas como um complemento do Duomo, mas como um monumento “independente”. A obra foi erguida  destacada da igreja, mostrando sua importância e autonomia. A torre era tão importante que, segundo narrou Vasari, assim que Giotto assumiu o cargo na direção de todo o trabalho, ele cuidou principalmente da torre sineira e  bem menos  da igreja.

O campanário  apresenta base quadrada e é considerada a mais bonita da Itália e foi provavelmente criada mais como elemento decorativo do que funciona

A rica decoração do campanário  é constituída por 54  relevos e 16 estátuas em tamanho natural nos nichos, obras de mestre florentinos dos  séculos 14 e 15, incluindo Andrea Pisano, que  realizou o primeiro e mais importante núcleo a  partir de 1334,  Donatello e Luca della Robbia. Os ciclos figurativos foram substituídos por cópias,  pois os originais encontram-se no museu da Ópera do Duomo.

As estátuas e os relevos originais do campanário estão custodiados no Museu dell’Opera del Duomo

 

A parte inferior da torre é decorada com 54 baixos-relevos, enquanto na área superior existem várias estátuas de santos e profetas

 

Os mais de 50 relevos da decoração, em formas de  hexágonos e losangos,   celebram o o trabalho humano

 

Informações Campanário de Giotto

Horário: das 8:15 às 19:20 (os horários podem sofrer alterações a qualquer momento devido a eventos extraordinários)

Fechamento: sempre na primeira terça-feira de cada mês

Valor do bilhete: 18 euros. O bilhete unico do Grande Museo del Duomo da acesso ao campanário, batistério, cripta e Museo do Duomo e cripta na catedral e tem validade de 72 horas.

A subida não é recomendada para pessoas que sofrem de coração, tonturas e claustrofobia

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O chef italiano mais carioca no Four Seasons

Emoção é o que move o chef do Il Palagio Paolo Lavezzini. Estive recentemente no elegante hotel Four Seasons de Florença para conversar com o chef emiliano, proveniente de Fidenza, que retornou para a Itália em meados d2 2021 depois de uma experiência no Brasil, onde viveu por  quase 10 anos.  Aliás, Paolo é um italiano com alma brasileira, pois a sua passagem no Fasano de São Paulo e no Four Seasons do Rio,  marcaram sua vida não apenas profissionalmente, mas foram de fundamental importância para seu enriquecimento pessoal.

O restaurante Il Palagio no elegante hotel 5 estrelas Four Seasons de Florença

 

Paolo Lavezzini no restaurante Il Palagio: “primeiro você coloca o pé e  Deus coloca o chão”, eu aprendi isso no Brasil”

Paolo, 43 anos,  guarda recordações marcantes de momentos na cozinha em companhia da avó na época em que era criança. Foi  ela quem despertou a sua paixão, respeito e amor pela gastronomia. A filosofia culinária de Paolo vem de sua região de origem e foi influenciada por suas experiências culinárias na Toscana, bem como por seu período de trabalho no Brasil. Ele se define um “italiano de coração, com alma brasileira”. Sua trajetória profissional começou em restaurantes da Versília, Toscana, de onde seguiu para prestigiosos locais em Paris,  e em Florença antes de mudar-se para o Brasil. Paolo substitui Vito Molica, chef renomado que deixou um importante legado no Four Seasons, onde estive para uma entrevista exclusive com o chef, que dirige o prestigioso  e estrelado restaurante Palagio, um dos endereços mais refinados de Florença. O menu desenvolvido por Paolo inclui  uma grande variedade de receitas que respeitam a estação e representam a alta gastronomia da Itália e da Toscana,  com pratos preparados com ingredientes genuínos de produtores locais.

 

Paolo se define “italiano de coração, com alma brasileira” (foto Four Seasons)

 

Restaurante Il Palagio (fotos site Four Seasons/ Il Palagio)

 

Entrevista com o chef Paolo Lavezzini

1-  O que você  traz e o que você aprendeu no Brasil que te marcou  e que você vai  levar para  a sua vida toda?

Muita coisa, eu sou apaixonado  pelo Brasil,  eu aprendi muito, pra mim é emocionante  falar do Brasil. Eu saí aqui da Itália pra fugir dessa coisa de status symbol das pessoas daqui, de viver  de aparência, de imagem.  No Rio, você vai pra paria de chinelo e encontra as pessoas mais ricas do Brasil e do mundo. Na frente da cerveja qualquer papo  é bom, é isso que é lindo!  Muita gente acha que o Brasil é terceiro mundo.  Quando você entra na cultura das pessoas, isso que è gostoso, então  é o papo,  é o chinelo na praia,  descalço na rua, voce aceita as pessoas. As pessoas saem de casa de sunga e vão pra praia. Lá você não é classificado.  Mas já  em Sao Paulo é diferente,  aliás como São Paulo no mundo tem poucas. Eu na verdade nem gostava de São Paulo.  Mas São Paulo é  uma cidade  cheia de oportunidades, é uma cidade que   dà muito  mais do que muitas cidades americanas, é uma cidade única na America Latina,  que oferece tanto quantos os Estados Unidos, mas tem um feeling, o emocional as pessoas, como os italianos.  É uma cidade  gastronômica,  super cultural. Eu nunca ia pra SP, ai quando comecei a conhecer SP, o lado gastronômico, a noite, tudo o que oferece, eu fiquei muito apaixonado.  Sao Paulo è uma cidade super gastronómica, muito cultural. Eu não gostava de SP ai quando conheci Sao Paulo,  o lado gastronômico, a noite , tudo o que a cidade oferece.  São 2 cidades muito lindas!

2 – E como você começou a entender a cultura?

Eu demorei uns seis meses pra começar a compreender a cultura porque tinha dificuldade também com a língua. No inicio eu viajei bastante; fui pra Bahia,  viajei um pouco pelo  Nordeste, fui pra Belém, conheci muita coisa, me dei essa oportunidade.   Um dia eu cheguei no trabalho e chegou um rapaz que tinha ficado uns dias em casa porque havia perdido a esposa.  Eu cheguei perto dele e  dei um abraço.  Ele falou comigo algo que eu não havia entendido muito bem mas foi algo assim: “chef tranquilo, nada nos aborrece, tudo paz”, é emocionante demais, quando eu lembro eu me arrepio. Aí eu entendi de verdade que eu precisava compreender de onde eles vêm pra poder falar com eles (me emocionei de novo). Aí eu comecei a visitar as favelas com os meninos (como chama os colaboradores), eles  me levaram para a casa deles. Eu fui na Favela da Rocinha e vi meninos com fuzis na mão. Eu pedia para a minha equipe para podermos fazer churrasquinho junto com eles. Pra ser entendido eu precisava ter humildade,  eu tinha que me colocar no nível deles.  Eu comecei a visitar os morros junto com eles, eu visitei vários lugares. Eu entendi que não é preciso ser  um comandante, mas sim ser um líder, ser parte do grupo.  Ali eu entendi o que significa, quando  essas pessoas, que ganham tão pouco, acordam todo dia e agradecem a Deus a oportunidade de estar vivo e de poder trabalhar.  Isso é muito emocionante, te faz enxergar a vida de um jeito diferente!

3- O que vai trazer do Brasil para a cozinha ?

Praticamente nada. Eu não quero ser egocêntrico e nem prepotente, eu não sou chef de restaurante,  eu sou chef de hotel,  isso foi uma escolha pra mim. O hóspede vem primeiro. Quando eu cheguei aqui eu precisava entender qual era o conceito de tudo isso, não posso trazer o Brasil pra cá. Não posso trazer mandioca pra cá.  Quando eu estava no Brasil, era a Italia lá, com produtos italianos, pratos revisitados. Aqui eu estou vivenciando tudo como se eu fosse gringo, pois são quase 10 anos fora.  Eu até pensei de talvez propor uma moqueca, mas aí me perguntei, será que isso mesmo que precisa ser feito, é isso que as pessoas que visitam esse lugar querem? Um dia eu saí daqui filha e fui visitar uma fazenda com minha filha e vi vários ciprestes. Ai eu pensei, é isso que as pessoas querem! Eu percebi que tinha que fazer alguma coisa que fosse a Toscana. Eu sentei aqui no restaurante, comecei a estudar o que é esse ambiente. Nós somos a nossa história, não podemos nos desconectar disso. Eu queria trazer um pouco do Brasil pra cá e pensei numa forma. E pra esse ambiente renascimental  eu trago um pouco do Brasil através da  acidez,  da pimentinha,  do limão Tahiti e das frutas nos pratos. Comecei a me desconectar um pouco do que o Vito fez aqui.

4-  E o que vai continuar do legado de Vito Molica?

Eu conheço bem o Vito, nós somos amigos,  mas somos duas pessoas diferentes.  Ele tinha trazido um pouco da história dele pra cá, da Basilicata.  Eu queria ser um pouco mais contemporâneo, alegrar um pouco mais esse ambiente renascimental. Aí eu comecei a pensar na região da Toscana e também com algo do Brasil. Eu pensei em trazer uma filosofia diferente, entregar um pouco de Toscana, mas uma Toscana um pouco diferente.   A gente tem que traduzir a gastronomia do Palagio, que é uma gastronomia contemporânea, sazonal com um olhar para os produtos típicos toscanos.  Eu pesquisei e estudei bastante. Comecei a buscar  fornecedores éticos, que mesmo com a ajuda da tecnologia consigam produzir de forma eticamente correta.

Obrigada Paolo pela sua disponibilidade!
Ristorante Il Palagio
Four Seasons
Borgo Pinti,  99 – Firenze