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Onde comer bistecca em Florença

A bistecca é um dos pratos típicos da Toscana e Firenze é o destino ideal para os amantes da carne. O bife florentino pode ser encontrado em praticamente todas as trattorias da cidade mas não deixe de levar em conta que em alguns  locais a boa qualidade deixa a desejar. A bistecca alla fiorentina é um corte especial da carne, o característico T-bone, que contém o contra filé e o filé mignon bovino, geralmente de um animal da raça de gado Chianina, proveniente da região da Valdichiana, na Toscana.  A bistecca  é bem espessa e contém osso, é cozida na grelha e servida ao sangue, inclusive, não tente pedir carne bem passada, pois os restaurantes não vão acatar esse pedido, pois consideram uma verdadeira afronta alterar as características do prato, que combina muito bem com batata assada e um vinho tinto bem encorpado. E caso voce não coma carne, te convido a  dar uma olhada na relação que preparei de restaurantes vegetarianos e veganos em Firenze.

No açougue. A verdadeira bistecca alla fiorentina tem o osso no meio em forma de “T”

A história da bistecca está relacionada à seu nome. Dizem que surgiu por volta de 1500, nos tempos da família Medici.  Durante as festividades de  San Lorenzo, comemorado em 10 de agosto, cavaleiros ingleses que viram a carne grelhar pediam pelo “beaf-steak”, e daí esse tipo de carne passou a ser chamado de bistecca.  O  bife florentino tornou-se parte integrante da cidade, dos cidadãos e dos muitos turistas que fazem questão de degustar  esse prato típico.

bistecca

A carne da bistecca é bastante alta, com cerca de 5 a 6 cm de espessura e é exposta à brasa por cerca 5 minutos de cada lado, sem nenhum tempero. Depois de pronta, um fio de azeite extra-virgem de oliva e pimenta-do-reino

 

Regina Bistecca –  Para quem busca um local um pouco mais refinado, sugiro o Regina Bistecca, a poucos minutos do Duomo. No menu de carnes Marchigiana IGP, Scottish Angus,  Chianina IGP ou Regina Selection de 48 a 78 euros o quilo.  Seu ambiente mais refinado não significa preços nas alturas. Pra vocês terem uma ideia,  pratos que vão do filé com pimenta verde  ao  frango à milanesa ou almôndegas, custam entre 14 e 26 euros. Saladas e hambúrgueres também compõem o menu. Fica na via Ricasoli, 14r

regina

No Regina Bistecca, ambiente moderno e de muito bom gosto, decoração que leva assinatura de Betty Soldi.

Perseus –  O Perseus foi por muito tempo eleito como o melhor restaurante de bistecca de Firenze. Atualmente alguns torcem o nariz, mas fato é que  o  local, bastante rústico, continua figurando como os preferidos dos locais em busca de uma carne feita como se deve! Ah, e tem num cartaz que diz: “a carne aqui nao pode ser bem cozida”. Fica perto da piazza della Libertà – Viale don Minzoni,  10 r

Perseus

Osteria Caffè Italiano – eu adoro a atmosfera do Caffè Italiano, que fica perto da piazza Santa Croce. Além de servir uma pizza excelente, propõe carnes de qualidade elevada, que são expostas no frigorífero com o tempo de maturação e procedência.  Via Isola delle Stinche, 11r

 

Osteria dell’Enoteca–  Esta é uma super válida proposta para os amantes  da bistecca, num ambiente elegante, com paredes de tijolinho e mesas arrumadas com o maior capricho.  A equipe da Enoteca Pitti Gola agora pode extravazar em receitas toscanas com o novo espaço que acaba de ser inaugurado na via Romana, perto da entrada do Jardim de Boboli. Participei do almoço de lançametno da Osteria dell’Enoteca, que tem como sócios Edoardo Fioravanti, Manuele Giovanelli, Lorenzo Ricci e Zeno Fioravanti.  O chef Nicola Chiappi está à frente da cozinha e a protagonista da casa é a carne e oferecem uma divina bistecca, que pode ser a Chianina ou a dell’Osteria. Experimentei as duas e garanto que está entre as melhores que já provei na vida! E o tiramissu com cantuccini? Algo imperdível!  Fica na via Romana, 70/r

bistecca

Angiolino –  Atmosfera típica das antigas trattorias fiorentinas, com decoração simples mas bem bonitinha! O Angiolino oferece pratos tradicionais da culinária local e é um ótimo endereço para os que querem experimentar a suculenta bistecca alla fiorentina. Fica no Oltrarno, na Via Santo Spirito, 36 r

bistecca

 

Trattoria dall’Oste – existem varios restaurantes em diferentes pontos  centrais da cidade, como nas proximidades da estação ferroviária SMN ou  perto do Duomo e o Palazzo Vecchio.  Dentre as opções do menu, tagliata com batata e rucula por € 11,50, hamburguer a € 7,50, antipastos de € 5 a 7,50 e as massas saem por 5 euros. Oferecem também 4 tipo de pizza por 6 euros. Via dei Cerchi, 40 r

 

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A Trattoria dell’Oste é um verdadeiro templo da bistecca alla fiorentina, um dos pratos mais tradicionais da cozinha toscana. Servem 12 tipos diferentes de carne em vários cortes, todas certificadas. Toda a carne vem de animais criados com critérios naturais

 

Steak Home –  Perto da piazza Santa Croce, o Steak home,  inaugurado em julho de 2019, oferece carne maturata a seco, no processo conhecido como dry-aged, que consiste em deixar a carne “envelhecer” por um certo tempo em condições controladas de umidade, temperatura e ventilação, obtendo dessa forma carne mais macia e saborosa. No Stek Home, que apresenta ambiente moderno e descontraído,  podemos degustar carne com maturação de 2, 4 e 8. semana. E no final da refeição,  não deixe de pedir a sobremesa, que vem numa charmosa caixinha onde você mesmo compõe o seu doce. O Steak Home fica em Corso dei Tintori, 10 r.

I Latini – um símbolo de Firenze quando o assunto é bistecca, esse restaurante, com atmosfera dos anos 50,  é praticamente uma instituição na cidade. É um dos mais tradicionais locais para a bistecca em Firenze e é necessário reservar mesa, principalmente na hora do jantar, pois costuma receber grupos de turistas. Via dei Palchetti, 6

 

Outros locais famosos onde encontrar uma boa bistecca:

Buca Lapi –  via del Trebbio, 1

Marione – via della Spada, 27

Da Giovanni- via del Moro, 22  (ainda não experimentei)

Trattoria da Burde – via Pistoiese, 154  (ainda não experimentei)

I’Brindellone – Piazza Piattellina, 10

Trattoria da Sergio Gozzi – Piazza San Lorenzo, 8r  (ainda não experimentei)

Da Mario – via Rosina, 2r

Coco Lezzone  – Piazza Rucelai

Trattoria Sostanza – Via del Porcellana, 25 r

 

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Manifattura Tabacchi, renascimento urbano em Firenze

Renascimento urbano – Florença acaba de ganhar um novo pólo de atrações que mescla  arte contemporânea, moda, coworking, concertos, artesanato e gastronomia: a Manifattura Tabacchi, uma área industrial de 100  mil metros quadrados, onde funcionava uma fábrica de tabacos construída nos anos 30 pelo engenheiro Pier Luigi Nervi.  A área de 6 hectares, nas proximidades do Parque delle Cascine,  abriga 16 edifícios  num bairro estratégico que combina o valor do patrimônio com os melhores cenários contemporâneos.

O  local está sendo transformado em uma nova centralidade urbana, um  point de intercâmbio integrado com a cidade. Os espaços  vão acomodar uma proposta inusitada,   graças a uma nova visão de urbanismo que rompe fronteiras e interage com a arquitetura,   meio ambiente, arte e cultura.

 

Nos andares superiores dos prédios que dão na praça central serão escritórios e espaços de coworking

B9, concept space na Manifattura Tabacchi

Ao interno do complexo, o primeiro espaço recuperado foi o B9. Não é apenas um local de trabalho e criatividade.  Além de ser um novo destino de food de qualidade, no local podemos conferir talentosos makers criando suas obras. No concept space o bistrô B9  funciona diariamente das 9h à meia-noite,  com variada oferta gastronômica. À convite da Manifattura Tabacchi, experimentei todas as propostas enogastronômicas.

Um novo modelo de espaço surge do antigo complexo industrial de Manifattura Tabacchi, ativo por 70 anos e abandonado desde 2001

 

O Bulli & Ballene, que em Firenze surge na Piazza della Passera,  apresenta o bacaro veneziano com drinks, com deliciosos chicchetti gourmets e Spritz. Tortas do dia, tramezzini e pequenas porções de tira-gostos onde é possível montar o próprio prato, como saladas de quinoa, croquetes de peixe, ceviche,  tartare e crostoni.

 

O Soul Kitchen, que atende em Firenze em Santa Croce, propõe um menu com produtos artesanais do terriotiros com atenção à sustentabilizdade:  todos os pratinhos e talheres utilizados são com material reciclado. Propõem pizza a taglio  com 48 horas de levitação e  preparadas com ingredientes sazonais.  Vinhos e sucos bio, coquetéis e destilados artesanais e licores não industriais são as opções de bebidas, que são servidas até as 2 da madrugada, enquanto a pizzaria funciona até às 23 horas.

A cerveja artesanal é do Birrificio Valdarno Superiore, empresa que surgiu na província de Arezzo e que produz cervejas à alta fermentação, inspiradas no território, com matéria-prima de alta qualidade. Excelente para acompanhar as pizzas e cicchetti gourmet!

 

A charmosa varandinha do B9

No enorme espaço, ateliers de makers contemporâneos que expõem e comercializam suas criações. Portanto,  se você se apaixonar por alguma peça, pode levar pra casa mesinhas, cadeiras ou objetos pessoais ou de decoração.

A Manifattura Tabacchi é um pólo de artes  e criatividade para diálogo, colaboração e pesquisa de artistas que atuam com objetos de arte e design e  moda

 

Muitas instalações durante a programação anual. Um contraponto contemporâneo com atividades permanentes e temporárias

 

A Manifattura Tabacchi é um lugar repleto de atrações e agregação, uma área da cidade onde fervem ideias e propostas, num ambiente que ressurge mais moderno e criativo do que nunca!

As joias do artista Alessandro Dari

Florença é uma cidade efervescente e berço de artistas contemporâneos. No bairro de San Niccolò, no Oltrarno, fica o ateliê do artista  Alessandro Dari, ourives, escultor e músico.  Mas é de suas joias que vou falar aqui no post.  Impossível não se encantar ao adentrar em seu museu-bodega, um lugar mágico, num prédio histórico do século 15, onde estão expostas mais de 1200 criações, peças únicas, “resultado de estudos que fundem o mundo físico e o especial numa alquimia de formas e pensamentos, que ele vive constantemente e que o inspiram em seu trabalho”.

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Alessandro Dari é um mestre florentino em ourivesaria e escultor. Ele é o fundador do movimento artístico Dinamismo Perceptivo. Alessandro é um artista versátil: formado em Farmacia, é também guitarrista clássico

Alessandro Dari  realiza suas criações num  prédio histórico do bairro de San Niccolò, no Oltrarno, onde é também a sua residência. Documentos comprovam que desde o século XVII,  sua família, que é de origem fiorentina, era constituída de artistas habilidosos em pedra, bronze e joalheria.

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Sua técnica de realização refere-se ao estilo etrusco, gótico e renascentista. Arquitetura e anatomia são elementos sempre presentes em suas criações. Dari estudou química para se tornar farmacêutico.

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Suas joias escultóricas dão forma a arquiteturas em miniatura retratando castelos medievais, igrejas góticas, instrumentos astronômicos e figuras mitológicas

Toda a produção é realizada no ateliê de Alessandro Dari: fundição, esmaltado, cravação das pedras. E todas as fases tratadas com paixão e total dedicação.

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Alessandro Dari em sua bodega. Desde 2014 realiza cursos de ourivesaria escultural

 

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Suas peças refletem sua inspiração criativa através de igrejas, castelos e monumentos. Um dos temas de suas criações são igrejas e ele reproduziu diversas catedrais de Firenze

 

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Alessandro Dari

Via San Niccolò, 115 r

Firenze

Buchetta del vino, a janelinha do vinho

Quem é atento e gosta de observar a arquitetura das cidades já deve ter notado em Florença uma espécie de janelinha bem perto das entradas dos prédios, a buchetta del vino. São os pequenos buracos do vinho,  aberturas que foram feitas nas fachadas de casas e palácios que remonta aos anos 1500.  Através dessas janelinhas  eram passados  frascos e copos de vinho, vendidos diretamente do produtor ao consumidor. Essa antiga tradição foi uma iniciativa dos produtores de vinho que eram proprietários de vinhedos na Toscana para vender seus produtos em Florença, onde viviam. Dessa forma eles tinham maior lucratividade, pois saltavam os intermediários e se livraram de impostos. Atualmente voltaram a ser utilizadas e não apenas para a venda de vinho e drinks, mas também de sorvete!

 

Geralmente em forma de arco, as janelinhas se abrem nas fachadas principais ou laterais dos palácios. A origem é de época renascentista, de meados do século 16. Em Florença existem cerca de 180 e algumas voltaram a ser utilizadas

 

O buraco do vinho, abaixo da janela no andar térreo. Estas são pequenas portinhas nas paredes de palácios nobres, onde no passado o vinho era vendido com absoluta discrição

 

Esses buracos do vinho  começaram a ser utilizados a partir do século 16.   Mas afinal, como funcionavam?  Na parte interior das habitações havia uma sala com os barris de vinho e o empregado da família,  pronto a servir. As vendas eram realizadas num determinado período do ano e em horários estabelecidos. Mas no final do século 19 começaram a cair em desuso e começaram a ser abandonados, alguns tendo sido até destruídos ou reutilizados para outra finalidade. Outros foram até cimentados e desapareceram depois das reformas dos prédios e encontram-se escondidos nos halls de entrada ou dentro de lojas e restaurantes.

 

As portinhas do vinho representam uma tradição fiorentina que nasceu no Renascimento

Em 1630  uma terrível  peste atingiu a Itália e Florença adotou  as primeiras medidas de higiene para proteger a saúde dos cidadãos.  Por ser altamente contagioso, qualquer contato direto deveria ser evitado.   Aí entraram em jogo os providenciais  janelinhas do vinho.  Para evitar o contato,  as portinhas eram utilizadas para a venda do vinho e também ajudar os mais necessitados.

 

Além de buchette,  outros nomes são utilizados: tabernacoli, finestrini, mostre, nicchie, porticelle, porticine, sportellini, porte del paradiso, porticciole

Dessas janelinhas  com uma porta de madeira, os descendentes das famílias florentinas mais antigas venderam por séculos os produtos de suas empresas agrícolas.

O tamanho convencional da janelinha, que pode variar,  é de  23 x 36 cm, tamanho ideal para conseguir passar o frasco

 

As garrafas de vinho envolvidas com palha. Aqui são chamadas de “fiaschi di vino”

 

Depois de séculos sem serem utilizadas, uma das antigas tradições de Florença ressurge ajudando a resgatar parte da história da cidade.  O Babae, bistrô localizado na via Santo Spirito,  reabriu uma “buchetta del vino” e a ideia está dando o que falar!  Conversei com os sócios da casa sobre  essa ideia, que na verdade surgiu muito por acaso, quando viram que no local havia uma dessas famosas janelinhas. E a proposta tem agradado turistas e locais, entusiasmados com a possibilidade de  adquirir uma taça de vinho através da buchetta del vino.

 

Inaugurado em meados de junho, o Babae, dos sócios Chiara, Claudio e Brando. O local oferece vinho através da janelinha diariamente , das 19 às 20 horas

 

 

Essa “buchetta del vino” que fica na Via delle Belle Donne traz as datas e horários de atendimento

Existe inclusive uma Associação Cultural BDV  Buchette del Vino, instituída em 2015 , com a intenção de divulgar, reforçar e salvaguardar esse patrimônio único chamado buchetta del vino.

 

 

Em Florença, as janelinhas de vinho totalizam quase 180, sendo que 149 estão concentradas no centro histórico.  Vou deixar aqui algumas ruas onde vocês poderão encontrá-las. No Oltrarno muitas estão concentradas nas vias Santo Spirito, Sant’Agostino, via dei Serragli e San Niccolò. E entre a piazza del Duomo e a piazza Santa Croce, nas ruas Borgo Pinti, borgo degli Albizi, Ghibellina e Oriuolo.  Além de toda a beleza artística e riqueza arquitetônica que encontramos em Florença,  as janelinhas de vinho são mais um motivo pra você prestar atenção aos detalhes dessa preciosa e interessante cidade.

Quer fazer uma passeio enogastronômico em Florença e ficar por dentro de curiosidades da cidade? Escreva para grazieateblog@gmail.com

 

A Torre de San Niccolò de Firenze

Que tal admirar Firenze do alto de uma torre medieval? Essa é uma das mais gratificantes experiências que podemos vivenciar aqui na cidade! Durante o verão, a Torre de San Niccolò é aberta para visitação, numa iniciativa da Mus.e, que está promovendo visitas guiadas diariamente, até o dia 30 de setembro.

A porta de San Niccolò apresenta aspecto de torre. Seu nome deriva da região onde está, San Niccolò, no Oltrarno

Superados os 160 degraus, o visual que temos lá de cima é deslumbrante: o Duomo, o Palazzo Vecchio e a Torre de Arnolfo, todas os principais monumentos da maravilhosa cidade de Firenze,  a 360 graus.

Do alto da torre: um dos panoramas mais evocativos e exclusivos da cidade

 

A Porta de San Niccolò, que tem aspecto de torre, faz parte das antigas muralhas que protegiam Firenze

 

A Torre de San Niccolò, que encontra-se na Piazza Poggi,  é um  importante testemunho que nos ajuda a compreender a história da cidade,  em particular modo sobre os muros urbanos que protegiam a cidade.  A torre foi construída  entre os anos de 1324 e 1327 com o objetivo de defender a cidade. Com 45 metros de altura,  é a mais alta das antigas torres da cidade ainda existentes e a única que apresenta altura original.  Com a evolução da maneira de  fazer guerra, quando as armas de fogo começaram a substituir as armas brancas, na primeira metade do século 16,   as portas precisaram ser  reduzidas para oferecer um alvo menor e diminuir o perigo em caso de colapso. Mas a Porta de San Niccolò não foi tocada porque a colina de San Miniato lhe oferecia uma proteção natural contra os golpes da artilharia.  Todas os outras portas foram abaixados durante o cerco de Florença, que começou em outubro de 1529, sob o comando do Imperador Carlo V.  Em 17 de fevereiro de 1530, os florentinos, fingindo ignorar a presença das tropas de Carlo, disputaram na Piazza Santa Croce uma partida de futebol para zombar dos inimigos. Foi assim que surgiu o  calcio storico fiorentino. Em 1530 a cidade foi tomada e o Imperador nomeou seu genro Alessandro de ‘Medici como o novo governante da cidade.

A estrutura está bem conservada. As  ameias  das muralhas  foram reconstruídas após a 2 ª Guerra Mundial

Em 1864, quando Firenze foi proclamada capital da Itália  fez-se necessário um projeto de modernização da cidade. Em 1865, o arquiteto florentino Giuseppe Poggi apresentou ao rei Vittorio Emanuele II  um novo layout da cidade. Com isso, quarteirões medievais do centro histórico tiveram que ser destruídos e as muralhas do século 13 de Arnolfo di Cambio foram abatidas para que a cidade se alargasse, dando espaço às novas avenidas de Circonvallazione. Na parte norte do Arno, apenas as principais portas de acesso foram deixadas, enquanto que do lado sul, na área do Oltrarno, parte das muralhas e portas são visíveis e bem preservadas.

Torre de San Niccolo de Firenze

 

Este ano, mais um motivo para visitar a torre é a possibilidade de admirar de maneira privilegiada a Rampe del Poggi, o sistema de fontes que embeleza a praça e a colina abaixo da Piazzale Michelangelo, que foi reinaugurado em junho de 2019. Outras atrações que ficam próximas à torre: Basílica de San Miniato al Monte, Giardino delle Rose e Villa Bardini.

 

Le Rampe del Poggi

Le Rampe: depois de um século, retorna o sistema de águas com cascatas e grutas. Esta obra monumental foi projetada por Giuseppe Poggi e liga o Piazzale Michelangelo à Torre de San Niccolò

 

Torre di San Niccolò

Piazza Giuseppe Poggi – Firenze

Visitação: diariamente, das das 17 h às 19:30 h, a cada meia-hora, de 24 de junho até o dia 30 de setembro.   De 1 de setembro das 16 h às 18:30 h ( último acesso meia hora antes de fechar)

Valor: 6,00 euros

Atenção: visitas permitidas a partir de 8 anos, entrada gratuita até 18 anos.

Informações e reservas: Tel. 055/2768224 – 055/2768558
info@muse.comune.fi.it

A arte dos mosaicos

A poucos passos da Catedral Santa Maria del Fiore,  uma bodega artesanal produz verdadeiras obras de arte: mosaicos com pedras semipreciosas feitos com a técnica do “Commesso Fiorentino”.  Como a própria palavra diz, em italiano, arte de commettere significa a arte de  unir, de colocar peças juntas. E essa atividade, que começou em época renascentista em Florença, atualmente é desenvolvida por pouquíssimos artesãos.

mosaicos

Atualmente a arte do mosaico é realizada por pouquíssimos artesãos. Para criar peças em mosaico é necessário ter conhecimento especializado aliado à arte e ao design

Junto com o grupo Tuscany Bloggers estivemos visitando o atelier Scarpelli Mosaici,  fundado pelo senhor Renzo em 1972.  Diante dos passantes  na movimentada via Ricasoli, mãos habilidosas realizam verdadeiras preciosidades na bodega comandada por Renzo, que realiza junto ao filho Leonardo peças made in Florence conhecidas e requisitadas em todo o mundo.

Na bodega da família Scarpelli, o senhor Renzo conta com a ajuda da esposa e dos filhos Leonardo e Catia, que foi quem nos contou sobre a trajetória de seu pai e sobre a atividade, que surgiu em Firenze na época do Renascimento, mais precisamente em 1580, sendo que a primeira grande obra foi o túmulo dos Medici, que  “é o maior exemplo do commesso fiorentino”.

mosaicos

O senhor Renzo com a filha Catia e a neta Luna, Stefano, artesãos que também atua na Scarpelli, com Erika, Marco, Denya, Ksenia, Sandra , Giulia e Marco

Scarpelli

mosaico

Pintura em pedra – na Scarpelli Mosaicos é possível admirar os artesãos em ação e apreciar as obras expostas no espaço, que funciona como uma galeria de artes

 

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O sr Renzo começou nos anos 60 com 13 anos de idade, como aprendiz em outra bodega, quando criar objetos com as próprias mãos era mais habitual

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mosaicos

O clássico mosaico fiorentino, realizado em pedras semipreciosas em suas cores naturais teve grande desenvolvimento no Renascimento

A arte do mosaico –  A elaboração de cada mosaico é realizado no atelier seguindo o método tradicional, que permite manter a genuinidade da técnica, realçando a cor natural de cada pedra. Para tanto, é necessário conhecer os materiais para obter um resultado ideal. Na bodega todos os processos são realizados manualmente, desde o corte com o arco até a colagem com cera de abelha.  É uma atividade que exige muita paciência e habilidade.

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Stefano cortando as pedras utilizando o arco, que tem as mesmas características dos arcos utilizados na época dos Medici. Os arcos podem variar de tamanho de acordo com o tamanho da obra a ser realizada

mosaico

 

mosaici

Na parede, instrumentos antigos que ainda são utilizados nos dias de hoje

 

mosaico

Para iniciar um mosaico geralmente se parte de um desenho. Quando as pedras são molhadas as cores são exaltadas. Cada mosaico é uma peça única, exclusiva

 

Scarpelli

Como é a parte de trás de um quadro de mosaicos. A matéria-prima são pedras semipreciosas provenientes de diversos locais, como África e América do Sul, que possuem pedras em cores vivas e fortes

 

mosaico

O mosaico é uma das excelências do artesanato artístico italiano ainda vivo e apreciado em todo o mundo. Esta magnifica obra exigiu do senhor Renzo 750 horas de trabalho e foi realizada em pouco mais de 9 meses

 

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Outra obra-de-arte em exposição no atelier: Ponte Vecchio. Esta obra de 97 x 97 cm é composta por 1860 peças e mais de 3 mil horas de trabalho

 

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A Família Scarpelli com Gabriele Maselli e Leonardo Tulini, da Asssociazione Esercizi Storici Fiorentini , que também participaram do encontro

 

Grazie  famiglia Scarpelli, Associazione Esercizi Storici Fiorentini e Tuscany Bloggers!

 

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Villa Medicea de Castello, em Firenze

A Villa Medicea di Castello, nas colinas de Firenze,  é uma das mais antigas casas de campo da família Medici.  Atualmente a elegante vila é sede  da Accademia della Crusca, escola dedicada ao estudo da língua italiana. Também chamada Villa Reale e dell’Olmo, era a villa predileta de Cosimo I, que encomendou o belíssimo jardim, projetado em 1538 e que é  um dos maiores exemplos de jardim à italiana e abriga mais de  8 mil plantas, labirintos  verdes, canteiros de flores, estátuas, grutas e fontes com jogos de água. A villa fica no bairro de Castello, perto de Sesto Fiorentino,  a cerca de 20 minutos de carro do centro de Firenze.

A entrada à Villa di Castello

Castello deriva da presença de um aqueduto romano.  Ao longo do aqueduto haviam reservatórios de água que eram chamados de “castelos” (tanques de água), e passou a abastecer as fontes de água do parque

A villa foi adquirida pela família Medici em 1477. Obras como A Primavera e O Nascimento de Vênus, de Botticelli, foram provavelmente realizadas para a villa (atualmente encontram-se na Galleria degli Uffizi de Firenze).

Arte e natureza – O jardim da Villa di Castello era considerado por  Vasari  como “o jardim mais rico, mais magnífico e mais honrado da Europa”, graças principalmente à engenhosidade e à imaginação de Niccolò Pericoli, conhecido por “Tribolo”,  e posteriormente Ammannati, que ajudou a transformar esse lugar de extraordinária beleza.

A villa Castello já pertencia à família Medici desde meados do século XV, mas é com Cosimo I que há uma importante reestruturação , com a intenção de  exaltar a grandeza do novo duque de Florença

 

Graças à recente colaboração entre o Polo de Museus da Toscana e a prefeitura de Firenze,  desde meados de maio de 2019, é possível redescobrir a beleza do Jardim da Villa Medicea di Castello com visitas gratuitas realizadas aos sábados e domingos pelos mediadores culturais do Mus.e como parte das celebrações dos 500 anos do nascimento de Cosimo I e Caterina de’ Medici. Durante a visita é possível admirar as diversas variedades botânicas de frutas cítricas e os principais monumentos, incluindo a famosa Gruta dos animais,  também chamado por Giorgio Vasari de Gruta do Diluvio, que é um dos primeiros exemplos de caverna artificial.

O jardim da Villa Castelo tornou-se, junto ao jardim de Boboli, o lugar favorito dos Medici, reunindo plantas raras e exóticas e construindo espaços adequados para preservá-las

 

Fonte –  A fonte de Hércules e Anteu, de Tribolo e Pierino da Vinci, coroada pelo grupo de bronze de Bartolomeo Ammannati, localizada no primeiro terraço
Gruta dos animais ou Diluvio– A gruta é a obra mais famosa do jardim. Projetada em  1540 por Niccolò Tribolo, é uma extraordinária obra do maneirismo, que foi terminada por Vasari  entre 1554 e 1574. Em seu interior, em pedra calcária, a decoração é constituída por mosaicos rústicos e vários grupos de animais esculpidos em pedras, sobre banheiras de mármore.

A famosa Caverna dos Animais desenhada por Tribolo e originalmente animada por jogos de água, que celebra, na perfeita simulação de uma caverna natural

Na parte mais alta do jardim  existe um bosque com um lago, onde fica a Fonte de Janeiro ou Apenino, realizada por Bartolomeu Ammannati.

A obra Apenino ou Janeiro, realizada por Ammannati

 

Participei da visita guiada à Villa di Castello com meu filho Bruno

  • Visitei o local à convite do Mus.e, que organiza passeios guiados no local.

Villa Medicea di Castello

Via di Castello, 44

Ônibus Ataf 2 ou 28

Ingresso gratuito

Visitas ao jardim: diariamente das 8:30 às 18h30

Visitas guiadas: sábados e domingos, às 9:30 e 11h (até 21de julho e em setembro, de 7 a 29/9)

Reservas e informações: Mus.e (tel:  +39 055 2768224) ou enviando email para:  info@muse.comune.fi.it

 

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A primavera chegou e trouxe novos locais imperdíveis em Firenze e nos arredores,  como o Gunè, Gan e Coquinarius, que abriu em Fiesole um lindo espaço com jardim e  área reservada para os pequenos. Conto neste post a minha experiência e espero contribuir com as indicações de bares e restaurantes na cidade:

Coquinarius – A enoteca já existente em Firenze há 20 anos acaba de abrir suas portas nas colinas de Fiesole, com espaço ao aberto para quem aprecia fazer as refeições circundado de natureza e com uma vista maravilhosa de Firenze.  O titular Igor, o gerente Leonardo e Filippo, da área de marketing, receberam algumas convidadas para apresentar o espaço e o menu. Começamos a nossa degustação com ovo  cozido com creme de queijo pecorino e aspargos, terrina de fígado com cebola agrodolce, salsa de pimenta e anchovas,  pasta ravioli recheado de burrata, pistache e creme de cebola vermelha de Tropea e bistecca com batatas.  E como se não bastasse o espaço lindamente decorado e repleto de plantas, um jardim  foi inaugurado em meados de maio com uma área reservada às crianças. Conquinarius, via  Mantellini, 2,b, Fiesole

O Coquinarius oferece uma grande seleção de vinhos com mais de 130 etiquetas de vinhos produzidos na Itália, inclusive naturais e biodinâmicos

 

Tudo preparado com ingredientes frescos e de alta qualidade: entradas deliciosas. Adorei o crostino com queijo, peixe e geleia de figo! Como massa, ravioli e para encerrar, uma bistecca super macia servida como batatas

 

Gunè –  no bairro super cool de San Frediano, no Oltrarno, uma proposta culinária que parte da memória dos sabores e aromas da cozinha da Basilicata e Toscana, graças ao grande conhecimento dos 2 territórios por parte do proprietário Nicola Langone, que recebeu um grupo de bloggers e jornalistas para apresentar o seu novo projeto: Gunè, palavra grega que significa mulher, homenagem às donas de casa que lhes transmitiram o amor pela cozinha. Uma seleção primorosa de pratos que privilegiam a sazonalidade, preparados pelo chef Mirko Margheri.  O Gunè fica na Via del Drago d’oro, 1, r

Ambiente refinado no coração de San Frediano. O cocktail bar do Gunè oferece não apenas os clássicos, mas também  novas propostas, para um drink antes ou após o jantar. Paolo Ponzo preparou para o nosso grupo o Blunègroni

 

Pratos lindamente apresentados. Retratos do artista Andrea Pomini decoram o ambiente, com telas de personalidades conhecidas

Gan Lounge Restaurant  & Cocktail Bar  – A proposta do elegante restaurante Gan é a de oferecer o verdadeiro plateau royal. Para quem busca uma experiência de luxo com pratos crus e cozidos à base de peixe, este é o endereço. Fomos recebidos pelo proprietário Marco Nardi e seu filho Andrea, que nos explicou sobre a proveniência dos peixes e frutos do mar,  selecionados pelos melhores fornecedores para garantir elevada qualidade. Inclusive é possível admirar e a vasta seleção de pescados exposta no balcão e selecionar o que for de sua preferência para compor o plateau. Pratos como risotto, tartare também fazem parte do menu, assim como frutos do mar com molhos especiais e exclusivos. Adorei poder indicar este novo local onde comer peixe em Firenze!  Aberto para almoço, aperitivo e jantar. O Gan fica no Lungarno Ferruci, 9 a,b
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A beleza do plateau royale do restaurante Gan. Tudo fresquíssimo e saboroso!

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Ambiente moderno e refinado com pratos à base de peixe. O Plateau royale que a Gan propõe é digno de muitos elogios! Os pratos da casa são muito bem apresentados e cada detalhe recebe atenção única, tudo de elevada qualidade

Artigianato e Palazzo, excelências do artesanato em Firenze

Um dos eventos mais aguardados da primavera de Firenze é o Artigianato e Palazzo,  nos maravilhosos jardins do Palazzo  Corsini. Em sua 25ª edição, o evento reúne este ano 97 artesãos de alto nível de diversos segmentos, não apenas da Itália mas de todo o mundo, que apresentam e realizam in loco  maravilhosos artigos bem diante do público presente.  O jardim Corsini, que pertence è família Corsini, abre suas portas apenas uma vez por ano: para hospedar o evento.

Jardim à italiana – O Jardim Corsini encontra-se no Palazzo Corsini al Prato e é um dos jardins mais bonitos e famosos de Firenze. Foi realizado por Gherardo Silvani, por encomenda da família Corsini

Junto ao grupo Tuscany Bloggers estivemos na pre-estreia do evento no palazzo Corsini, onde fomos recebidos pelo idealizador Neri Torrigiani e pelos proprietários, o principe Filippo Corsini e a princesa Giorgiana Corsini, promotora do evento Artigianato e Palazzo

 

O grupo Tuscany Bloggers no Palazzo Cosini Il Prato

 

Artigianato e Palazzo – Idealizado por Neri Torrigiani e promovido pela princesa Giorgiana Corsini,  tem como objetivo reavaliar e recuperar a figura do artesão e sua obra nos dias de hoje, considerando a alta qualidade e técnica, ligado à tradição. O tema do evento deste ano, que começou na ultima quinta e vai até domingo,  é Memoria da Russia em Firenze.  Cooking show com receitas russas fazem parte do programa.

 

Muito bom poder acompanhar de perto os artistas em ação produzindo peças exclusivas manualmente

O artesanato é uma força não apenas de  Firenze mas de toda a Itália, e precisa ser preservado, criando uma rede entre aqueles que realizam apaixonadamente o trabalho manual, dando a oportunidade de discutir habilidades, conhecimentos e recursos

Os artesãos das áreas de acessórios, aço, alta gastronomia, prata, bicicleta, bijuteria, chapéu, coral, moldura, couro, decoração, madeira, mosaico, ouro, vidro, porcelana, perfume,  sabonetes, calçados, tecido  e plantas estão presentes realizando inclusive obras diante do público.

 

 

 

O Palazzo e o Jardim Corsini

O Jardim Corsini,  que faz parte do complexo que abriga o palácio, é  um dos jardins mais fascinantes de Florença. Em 1591,  quando o proprietário do local era Alessandro Acciaiuoli,  solicitou à Bernardo Buontalenti que projetasse um palácio com um grande jardim, pois era apaixonado por botânica e queria uma grande parque em sua villa da cidade. Na época, havia no jardim as famosas esculturas  “quatro estações”, que atualmente adornam as extremidades da elegante ponte Santa Trinita. Outra escultura importante que ja fez parte das obras do jardim é  Bacco de Giambologna, que encontra-se no museu Bargello.

 

Para obter um efeito de maior profundidade, as bases das estátuas são de diferentes dimensões

Apos o declínio da família Acciaiuoli, a propriedade foi adquirida por Filippo e Maddalena Corsini no ano de 1620. A tarefa de completar o palácio e o jardim foi encarregada à Gherardo Silvani. Em estilo italiano, o jardim conserva até hoje as mesas características, com grandes vasos de limoeiros espalhados, canteiros geométricos de design refinado,  cercas vivas e a  avenida central com estátuas, que mostra claramente o gosto barroco do arquiteto.
Em 1834  passou a ser a residência de don Neri Corsini e sua esposa, que encomendou obras arquitetônicas e decorativas. Nos mesmos anos, o jardim também passou por algumas reestruturações, com bosques e árvores que cercam o jardim, repleto de rosas  lavandas, rosas, peônias e cerejeiras.

 

 

Artigianato e Palazzo

Giardino Corsini

Ingresso: doação mínima de 8 euros (com fins beneficentes)

Via della Scala, 115

Das 10 às 20 horas

Evento 2019: 16 a 19 de maio

 

20 atrações grátis em Firenze

Dicas de Firenze

A Igreja de Santa Croce

A Basílica de Santa Maria Novella

Passeio a bordo do 500

7 rooftops de Firenze

O que ver em Treviso

Dormir no Palazzo Vecchio

Que tal ter o Palazzo Vecchio como sua residência por uma noite? Participei dessa incrível e exclusiva experiência com meus filhos, organizada pela Mus.e, durante o Firenze dei Bambini, evento anual dedicado às crianças, com atividades, laboratórios, workshops, iniciativas e espetáculos em  diversos pontos da cidade durante todo um final de semana.   Neste ano de 2019 o evento foi dedicado ao gênio Leonardo da Vinci, um talento universal.

 

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Sogni d’oro tra soffitto d’oro foi o tema do pijama party deste ano, onde cada participante levou o seu próprio saco de dormir ou colchonete. A atividade começou às 21horas, após o jantar.

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O Palazzo Vecchio sempre teve função pública, exceto quando abrigou a família Medici, depois que deixou o Palazzo Medici Riccardi

 

Fizemos um tour no Palazzo Vecchio, que fica na magnífica Piazza della Signoria.  Começamos nosso passeio admirando a cidade do alto, no camminamento di ronda,  na torre de Arnolfo. Depois visitamos algumas salas e diversas passagens secretas do palácio, que foram construídas pela família Medici para poderem escapar dos inimigos e também para salvaguardar objetos de valor.

Na Sala dos Mapas Geográficos tem uma passagem  secreta bem atrás do mapa da Armênia com uma passagem que conduz para o  “camarim” da Duquesa Bianca Capello, a segunda  esposa de Francesco I. Por uma janelinha é possível ter uma visão de todo o salão dos 500. As crianças assistiam e interferiam com muito entusiasmos à explicação do guia, que contou sobre a história do palácio e de alguns personagens que já viveram no local.

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Com meus filhos Bruno e Lorenzo no camminamento di ronda

Por volta das 23 horas fomos para o Salone dei 500 preparar as nossas camas. Em contraste com a suntuosidade do ambiente, ajeitamos nossos colchonetes finos no tablado do salão. E enquanto nos preparávamos para dormir, fiquei observando cada detalhe artístico que minha visão podia alcançar naquele imenso e pomposo espaço em meio à penumbra: os afrescos  realizados por Giorgio Vasari e seus ajudantes, que representam episódios da vida de Cosimo I, as esculturas de Baccio Bandinelli e o famoso grupo marmóreo “O Gênio da Vitória”, esculpido por Michelângelo.

Sem contar que foi no salão que atuaram  as 2 maiores personalidades do Renascimento: Michelângelo, encarregado de pintar a Batalha de Cascina, e Leonardo da Vinci, incumbido de pintar a Batalha de Anghiari, em paredes opostas. As obras inacabadas dessas 2  importantes vitórias florentinas envolvem grande mistério, não se sabe se foram perdidas ou destruídas. Enfim, mesmo depois que as luzes se apagaram por completo ainda continuei imaginando quantos episódios históricos e quantas personalidades transitaram nesse ambiente que por 1 noite me hospedou.

 

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O Salone dei 500 tem 54 m de comprimento por 23 m de largura

O Firenze dei bambini promoveu eventos em mais de 10 pontos da cidade, como Biblioteca delle Oblate, Palazzo Vecchio, Giardino dell’Orticoltura, Manifattura Tabacchi, complexo de San Firenze, complexo delle Murate , Piazza Santissima Annunziata.  todas as atividades sao gratuitas, algumas reserva.

 

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O Palazzo Vecchio organizado para o evento Firenze dei bambini

A edição de 2019 foi um grande, com participação de ao menos 38 mil  pessoas, entre crianças e adultos, que ajudaram a colorir a cidade, apesar da chuva.  Nos 3 dias de Firenze per bambini todos brincaram “como Leonardo”, edição inspirada no gênio  Leonardo, em seus interesses,  sua capacidade de observação, seu espírito de investigação, suas intuições e seu pensamento sistêmico, que encantou e alimentou a curiosidade e o desejo de experimentar novas habilidades e novas paixões.

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Atividade do último dia de event, na Sala d’arme di Palazzo Vecchio: La Mia Monnalisa, onde cada criança reinterpretou a obra-prima de Leonardo. Estudantes de Belas Artes participam dos workshops

O evento, que acontece sempre no mês de abril, é uma promoção da prefeitura de Firenze, com organização do Mus.e.