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Saludecio, o burgo dos murales

Há um pequeno vilarejo no Valle del Conca, na província de Rimini, inserido numa paisagem verde, onde as paredes vão ganhando, a cada ano, novos murales, contribuindo assim para transformar o pequeno burgo num encantador museu a céu aberto! É Saludecio, onde caminhar é uma prazerosa descoberta! Imagine que esse gracioso burgo é todo colorido por murales que  retratam principalmente invenções do século 19.

 

Saludecio tem cerca de 3 mil habitantes e era um vilarejo fortificado que pertencia à Senhoria Malatesta

 

São suaves subidas e descidas e ruas de paralelepípedos, por onde passeamos e paramos para admirar os  40 murales  pintados por diferentes artistas que tornam este lugar  ainda mais mágico

 

Arte urbana enfeitando o pacato burgo de Saludecio. O interessante é cada obra traz a explicação da obra com ricas informações. Educativo também para as crianças

 

Saludecio é um minúsculo e charmoso  burgo medieval  na Emília Romanha, onde cerca de 40 murales colorem os muros de suas vielas e pracinhas retratando principalmente invenções do século 19. Realizado pela ARPERC  -Arte per Comunicare di Castellabate (SA) – desde o início dos anos 90, o projeto “800 Festival” acontece anualmente no verão, onde artistas realizam suas obras que vão se juntando às preexistentes.

 

Com seus 40 murales, o  projeto 800 Festival  permitiu que a cidade passasse a fazer parte da Associação Italiana de Países Pintados

 

Meucci e Garibaldi sobre a fábrica de velas, em meados no século 19

 

Sobre a invenção do tutu. Que beleza poder admirar arte nos muros de um pacato burgo medieval! E o mais interessante é que as pinturas trazem informações sobre o que é retratado.

 

A Porta Marina, a principal porta de acesso à cidade. Todo o vilarejo é fortificado por muros que “protegem” o centro histórico

 

Portão de Marina do século 14 é a principal  a porta de entrada principal da cidade.  É uma  estrutura da época de Sigismondo Pandolfo Malatesta , quando  o burgo era todo fortificado.   Localizada numa  colina, a cidade apresentava  uma posição ideal para a construção de castelos  com fins defensivos. Saludecio, de 1500 até 1800, se tornou o povoado mais importante desta parte do Valconca.

 

Igreja – A Igreja de San Biagio fica próxima à porta principal e  guarda um considerável patrimônio de obras de arte e também os restos mortais do venerável Beato Amato Ronconi.  Bem próxima à igreja fica a Torre Cívica,  do século 14.

 

Interior da igreja de San Biagio

 

Este é o muro da escola do burgo

 

Para quem estiver passeando pela Emília Romanha e quiser explorar as cidades próximas à Saludecio, deixo aqui algumas indicações  de alguns lugares que  já visitei.

 

Distâncias:

Bolonha – 130 Km

Rimini – 20 Km

Montefiore Conca – 5 Km

San Marino – 33 Km

Santarcangelo di Romagna – 45 Km

Urbino – 24 Km

Verucchio –  47 Km

San Leo –  46 Km

Verucchio –  48 Km

 

Lazise, no Lago de Garda

Lazise é uma das metas mais procuradas do Lago de Garda.  Visitei a cidade neste verão pela primeira vez e  pude comprovar toda a fama do lugar!  A bela Lazise, localizada na margem sudeste do Lago, é um dos centros turísticos mais importantes da região e dentre os fatores que ajudam a  manter elevada essa posição na preferência dos visitantes estão   elementos históricos de valor arquitetônico representados por muralhas, torres, portões e pelo castelo, além , é claro,  de sua  excelente estrutura turística e a grande quantidade de restaurantes, lojas e atividades esportivas, principalmente aquáticas.

Na Idade Média, Lazise foi o primeiro município livre de Garda e no século 10 foi um dos centros comerciais mais ricos de toda a região

Vale lembrar  que o clima ameno do lago de Garda favorece o cultivo de dois produtos importantes: azeitonas e uvas! Inclusive nos arredores da cidade a gente pode admirar as plantações dessas 2 culturas. Portanto, você pode imaginar que estamos falando de um local do Vêneto onde come-se e bebe-se muito bem!

 

O nome Lazise deriva do latim “lacus” , que significa vilarejo lacustre

 

Porta San Zeno, uma das portas que dão acesso ao vilarejo

 

O centro histórico  é cercado pelas muralhas do castelo que remontam ao século 9, quando os habitantes da vila ergueram as primeiras defesas para se proteger das invasões. O imponente castelo, com seis torres e passarelas cercadas por ameias, foi restaurado no século 13 pela Senhoria Scaligera. Os muros defensivos com suas 3 portas  estão intactos: Porta del Lion, Porta San Zeno e a Porta Cívica ou Porta Cansignorio.

 

Nos séculos 13 e 14 Lazise foi a terra dos Scaligeri de Verona que a cercaram com muralhas com torres e construíram a fortaleza e o cais

A fortaleza Scaligera, com suas defesas com ameias, atualmente é de propriedade da família  Bernini.  O castelo está cercado por um lindo parque e o que resta do antigo castelo Scaligero está incluído no recinto da Villa Buri,  mas que não é possível visitá-lo porque ainda é habitado.

Construções seculares como portas e torres  ajudam a manter intacto o charme da cidade portuária do passado. Esta é Porta del Lion

Lazise, fundada pelos antigos romanos, é considerada o município mais antigo da Itália.  Embora eu  tenha passado apenas um dia no local, consegui absorver e aproveitar toda a deliciosa atmosfera que  impera no lugar.  Lazise é muito aconchegante e  de longe seus prédios coloridos lembram  um vilarejo de pescadores, mas basta caminhar pela cidade para perceber a elegância que impera nesse charmoso  vilarejo, com  construções medievais, barzinhos e bistrôs graciosos, com mesinhas dispostas ao ar livre, por onde circulam sem pressa locais e turistas.

 

O  charmoso centro histórico  é composto por ruas estreitas, vielas e praças que levam ao passeio à beira do lago e à praia onde os barcos ficam  ancorados.

Atrás do portão da cidade fica a Piazza Vittorio Emanuele II, pavimentada com mármore e repleto de lojas e restaurantes

Edificada provavelmente no século 12, a igreja dei Santi Zenone e Martino foi consagrada em 1888

 

A igreja de San Nicolò, uma pequena jóia do século 12 fica bem próxima ao porto e foi dedicada a San Nicolò, protetor de navegadores

 

O Lago de Garda é o maior e mais famoso lago da Itália

 

Lazise está localizada a apenas 24 km da cidade de Verona e a poucos minutos de outra joia de cidade: Sirmione. Perto de Lazise existem outras localidades onde você pode passear, como  Bardolino, Punta San Vigilio e Peschiera del Garda, ou então optar por um passeio de barco até Riva del Garda  em Trentino.

 

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Capanna Montalcino, vinho e relax no Val d’Orcia

Qual a Toscana dos teus sonhos? Sem dúvida é aquela de estradinhas de ciprestes, colinas suaves, vilarejos medievais, campos arados, vinhedos e oliveiras a perder de vista.  Isso é, o maravilhoso  Val d’Orcia! Eu já estava com saudade desse cenário de sonhos  e voltei há poucos dias à convite da  Capanna Montalcino, da família Cencioni, para um blog tour.  E vocês já podem imaginar pelo nome da empresa e pela região citada que a empresa é  produtora do famoso vinho Brunello, um dos mais famosos do mundo. E a novidade é que a família inaugurou ano passado um agroturismo boutique super charmoso onde ficamos hospedados.

 

Montalcino, cenário de sonhos!

A empresa agrícola familiar  Capanna Montalcino está localizada na área de Montosoli, ao norte de Montalcino, na  lindíssima região do Val d’Orcia, entre as províncias de Siena e Grosseto, e constitui um dos  mais bonitos panoramas do mundo.  Esse é um cantinho da Toscana onde natureza, arte e história dão vida a uma paisagem única, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2004.

 

Vinhedos da uva Sangiovese, chamada na região  de Brunello.  Esta casta é destinada  a vinhos especiais, que são controlados por leis italianas em relação ao processo de produção, engarrafamento e envelhecimento

 

Nosso  pequeno grupo de participantes era formado por 10 pessoas, provenientes de diversas cidades.  Com transfer   organizado pelo evento, eu e mais 3 colegas saímos de Firenze pela manhã da cidade  e fomos direto para a Capanna Montalcino, uma das mais antigas  empresas agrícolas da região,  que produz vinhos desde 1957.  Ao chegar fomos recebidos por Amedeo Cencioni, que atua como enólogo e agrônomo, que  nos levou para uma visita à cantina. Amedeo é filho do senhor Patrizio, que trabalha desde criança com o avô, que era meeiro.  Em 1957 o avô adquiriu uma fazenda abandonada após uma geada no ano anterior, onde havia apenas uma cabana de lenhadores. Por esse motivo  mantiveram o nome capanna (em português, cabana).

Capanna Montalcino e Amedeo Cencioni, , da 4ª geração  da família produtora de vinho

A  Capanna Montalcino produz todas as denominações de origem no território: Brunello di Montalcino DOCG,  também Reserva das melhores safras –  Rosso di Montalcino DOC, Moscadello di Montalcino DOC – também  Vendemmia Tardiva- Sant’Antimo DOC ( tinto e branco). Produzem  também dois vinhos com a indicação Toscana IGT (Rosso del Cerro e SanGioBì), além de azeite extra virgem, grappas de Brunello e de Moscadello.

A empresa foi fundada por Giuseppe Cencioni, um dos 25 fundadores do Consórcio Brunello di Montalcino. É uma das vinícolas pioneiras a engarrafar seus próprios vinhos, após o reconhecimento do Brunello de Montalcino DOC em 1966

 

A paixão pela produção do Brunello se reflete na alta qualidades  dos vinhos. A area de engarrafamento,  etiquetagem, embalagem e armazenamento, apresentam temperatura e umidade ótimas e constantes, garantindo a perfeita conservação do produto

 

A cantina onde acontece o envelhecimento dos vinhos Capanna Montalcino, em barris eslavos. Essa área da cantina era o antigo estábulo dos cavalos

Antes de prosseguir a visita,  aproveito para esclarecer um pouco sobre o prestigioso vinho Brunello, que é um vinho tinto classificado com o  status DOCG Denominação de Origem Controlada e Garantida, produzido na região de Montalcino e obtido com uvas cultivadas exclusivamente da variedade Sangiovese. Não pode ser colocado para consumo antes de 1º de janeiro do ano sucessivo ao término de cinco anos após a colheita.   Durante  esse longo período o vinho deve passar pelo menos dois anos em barris de carvalho  e pelo menos 4 meses de envelhecimento em garrafa.  Clique para saber mais detalhes sobre o vinho e o vilarejo de  Montalcino.

 

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Capanna Suites 

Inaugurado em 2019, o Capanna Suites é um exclusivo  agroturismo boutique  que conjuga com muita harmonia arquitetura toscana e modernidade,  com grande atenção à estetica e aos detalhes.  A partir dos antigos casarios de fazenda  11  apartamentos foram realizados, todos diferentes entre si e muito bem equipados. O Capanna Suites oferece um luxo discreto, sem ostentação, deixando os hóspedes  à vontade, com simpatia, profissionalismo e ótimo atendimento.

Aqui você se sente em casa! O apartamento onde me hospedei, com jardim e varanda. Experiência de luxo sem frescuras em meio à beleza da natureza que impera na região

 

As acomodações seguem o estilo das tradições do território, de genuína beleza  rural com um toque todo especial de elegância e sofisticação, com utilização de tecidos de qualidade, madeira, pedras, metais trabalhados, materiais naturais e design moderno, onde percebemos toda a atenção e carinho em cada detalhe.  O destino é sem duvida uma ótima pedida para os amantes do slow travel, para absorver com calma a beleza do local  e desfrutar de um passeio num ritmo mais tranquilo.

 

Acomodações –  autenticidade da arquitetura rústica da Toscana combinada com prazer para conforto moderno e materiais refinados. Todos os quartos com adega climatizada

 

Romantismo e aconchego no Capanna Suites

 

A divina paisagem do Val d’Arbia

 

A área do jardim e da piscina é um dos ambientes mais espetaculares da estrututa, de onde podemos admirar um esplêndido panorama!

 

A piscina de borda infinita: paisagem de sonhos de onde podemos admirar o pôr do sol e perceber, à medida que o tempo passa,  a mudança de cores desse cenário encantador!

A estrutura oferece também Spa com  sauna e banho turco, piscina hidromassagem e área relax

 

Il Passaggio
O Capanna Suites abriga o restaurante  Il Passaggio, que funciona como bistrot no almoço e  restaurante gourmet à noite, inclusive aberto para quem não está hospedado no agroturismo. O restaurante é capitaneado pelo chef Jacopo Monni,  que propõe um menu  com revisitação de pratos típicos e novos pratos, obviamente harmonizados com vinhos  Capanna.

O restaurante panorâmico Il Passaggio.  Tantos fatores que fazem do local um endereço perfeito para quem busca excelência: a vista, o ambiente, o atendimento, os vinhos e claro, os pratos servidos

O menu é sazonal e  preparado com produtos do território e ingredientes  frescos, a Km 0.  Estivemos visitando a horta que abastece o restaurante, com flores comestíveis, tomates, abobrinha,  verduras e  ervas. Enfim, tudo  plantado ali pertinho do restaurante.

Enzo é o responsável pela horta do Capanna

Fazer as refeições no Il Passaggio é vivenciar uma verdadeira experiência multisensorial.  É uma  vivência  que aguça nossos sentidos, a começar pela  belíssima apresentação, com alguns pratos que  são finalizados à mesa e ganham cor e forma bem diante de nossos olhos.

O prato Rana pescatrice nel blu. O blu dressing  vai sendo derramado delicadamente sobre o prato perfeitamente decorado.  Um autêntico espetáculo!

Pratos para quem aprecia a alta e refinada culinária,  com  sabores habilmente combinados com os  vinhos Capanna.  O azeite extra-virgem de oliva também é de produção local.

Sobremesa : zuccotto alla fiorentina com o vinho  Moscadello di Montalcino DOC 2018

 

 

Participei da viagem à convite da Capanna Montalcino, Capanna Suites e restaurante Il Passaggio, em blog tour organizado  pela Perle & Perlage, de Claudia Bondi. Grazie tante per l’invito, è stata una esperienza indimenticabile!!!

 

O santuário de Montesenario, na Toscana

Situado no topo de uma montanha, o santuário de Montesenario está entre os mais importantes da Toscana. É um dos nossos refúgios principalmente no verão, quando os termômetros acusam temperaturas elevadíssimas em Firenze, que nos refugimos nesse cantinho verde nas colinas do Mugello, a 817 m de altitude, com bosque cobertos de pinheiros.  No local também fica um igreja e um convento. O monumental complexo arquitetônico de Montesenario, em Vaglia, a apenas 18 Km de Firenze, domina todo o vale de Mugello.  Segundo a tradição, o santuário foi fundado em meados do século 13 por  sete frades florentinos que deixaram suas vidas confortáveis para se tornarem eremitas, instituindo assim a Ordem dos Servos de Maria, ou Servitas.  Frequento Montesenario desde que cheguei na Itália pois meu marido é muito aficionado ao local, pois quando criança ia com os avós assistir as missas aos domingos de manhã.  Em uma de nossas idas ao local conhecemos o frei Bruno Wilson, brasileiro de Rio Branco, Acre, que vive no convento  desde 2005.  Ele foi meu guia recentemente em visita ao convento e à igreja.

 

A Virgem Maria era a grande inspiradora do novo grupo religioso que nascia. Por isso, assumiram o nome de “Servos de Santa Maria” ou Servitas

 

Montesenario é meta para peregrinos, motociclistas, ciclistas e famílias que buscam um local mais fresco quando as temperaturas estão altas em Firenze. Muitos sobem para fazer meditação ou simplesmente  apreciar a beleza do local. O convento organiza reuniões, retiros, exposições de arte e também um curso de iconografia que acontece duas vezes por ano.

Entre os santuários da Toscana, Montesenario é um dos mais célebres por sua posição privilegiada. Dista apenas 18 Km de Firenze e está 817 m acima do nível do mar

Em meados do século 13, sete nobres florentinos se retiraram para este lugar para a vida eremita, dedicando-se à penitência e à oração: eles rezavam,   ajudavam os pobres,  doentes e carcerários, ou seja, os mais necessitados.

Nos bosques de Vaglia, perto de Bivigliano

 

Frei Bruno atua principalmente no restaurante do complexo

Há 120 anos, os frades produzem licores seguindo as receitas da antiga farmácia do convento de Montesenario e aqui você pode comprá-los no local. A energia elétrica foi implantada no local  em 1919.

Licores à venda no bar do convento. Dentres os mais famosos, o  Gemmo d’Abeto, exclusivo e excelente produto

 

História

Os sete primeiros padres que iniciaram o convento de Montesenario por volta de 1245 são os mesmos que nos séculos foram chamados de os “Sete Santos Fundadores” da Ordem dos Servos de Maria: Bonfiglio dei Monaldi, Buonagiunta Manetti, Manetto dell’Antella, Amideo degli Amadei, Uguccio degli Uguccioni, Sostegno dei Sostegni e Alessio dei Falconieri.

Os 7 homens abdicaram da riqueza com a intenção de dedicar a vida a Deus e de viver como irmãos depois de terem recebido um chamado em  dia 15 de agosto do ano 1233, quando estavam reunidos em oração. Depois desse encontro com Maria,  os jovens decidiram abandonar tudo o que tinham, bem como suas famílias,  para se dedicarem  à vida de oração e à caridade para com os pobres.  Deixaram a cidade para se estabelecer fora dos muros de Firenze, inicialmente em Cafaggio, onde há o Santuario della Santissma Annunziata.

Subiram até o Montesenario,  local que era de propriedade da cúria florentina e do  bispo Ardingo , que  havia dado autorização para a estadia no local.  Ali  construíram, com o material que encontram , como pedras e madeira, um oratório e uma pequena casa para levar uma vida simples e contemplativa.  A partir de  1247 começaram a permitir que outras pessoas se integrassem ao grupo. Dessa forma surgiu a Ordem dos Servos de Maria.

A Ordem dos Servitas cresceu e se espalhou por vários países chegando à França, Alemanha e Polônia, e muitos séculos mais tarde,  também  no Brasil, onde eles fundaram casas em São Paulo, Santa Catarina e Acre, onde ainda existe uma missão servita em Rio Branco.

 

 

O Convento de Montesenario

O convento de Montesenario não  é apenas um local de arte e história, mas  uma espécie de torre panorâmica sobre todo o vale verdejante. Vivem no local 9 freis e constantemente hospedam também religiosos de outras cidades. Visitei o local em companhia do frei Bruno. Iniciamos nossa visita no refeitório. Frei Bruno explicou que diariamente uma senhora vem pela manhã preparar o almoço e que à noite os freis esquentam para jantar.

 

No refeitório afresco A Ultima Ceia, realizado por Matteo Rosselli  no ano de 1634

 

O complexo de Montesenario foi ampliado e enriquecido pela família Medici em meados do século 16, quando   ganhou um terraço panorâmico.

Vista do terraço realizado pela familia Medici

 

Uma das mais importantes capelas do convento é a  Capela da Aparição, provavelmente realizada pelos 7 Santos  a partir de 1241 . O altar è revestido de mármore  (obra de Ubaldo Farsetti), servo de Maria.

A Capela da Aparição, provavelmente realizada pelos 7 Santos após 1241 . O altar è revestido de marmore e obra Ubaldo Farsetti, servo de Maria.

No vão do altar, a bela Pietà em terracota, obra de Lottini, de 1629

No primeiro andar ficam as acomodações, escritórios e ateliês dos freis e a biblioteca.

O corredor do dormitório

 

No ateliê de frei Bruno. Todas as obras feitas com folhas de ouro, gema de ovo e vinho branco

 

O frei Bruno durante curso de iconografia (foto divulgação)

 

 

A Igreja 

A Igreja de Montesenario passou por várias reestruturações. Em 1621 foi inteiramente reconstruída e dedicada à Virgem Assunta.  Em abril de 1717, após outra alteração,  foi consagrada por Monsenhor Francesco Poggi.

No altar o crucifixo de Fernando Tacca (1619-1686)

 

Afresco na parte central da igreja realizado por Antonio Domenico Gabbiani, no século 18

 

Após a morte do último santo, os corpos dos sete fundadores foram colocados num mesmo túmulo e venerados em conjunto pelo povo. Os sete fundadores da Ordem dos Servitas foram canonizados pelo Papa Leão XIII em 1888. A Capela dos Sete Santos foi construída em 1933.

A Capela dos Sete Santos, que abriga os restos mortais dos sete Fundadores

 

A capela e o cemitério dos frades no bosque

 

Monte Senario no inverno, coberto de neve

 

O convento pode ser visitado uma vez por mês, apenas com agendamento.

Convento e Igreja de Montesenario

Via Montesenario, 3474/ A

Vaglia (Firenze)

Telefono: 055-40.64.41 / 055-40.64.42

Horários:

Missa :  às 7 h e 17h30 (durante o verão) e aos domingos e feriados 8, 10, 11h30 e 17h30
Monastério: 07.30 – 19.30

Bar: 9:00 – 12:00 / 15:00 – 18:30 (domingos e feriados não fecha após o almoço)
(fechado às sextas)

  • por gentileza contatar o local para se certificar dos horários de funcionamento

Como será o turismo após a pandemia?

Ainda é uma grande incógnita de como será o turismo após a pandemia, impossível fazer previsões no momento com tantos países ainda com fronteiras fechadas. O setor do turismo de todo o mundo está in ginocchio, isso é, de joelhos. E a Itália é um dos países europeus mais afetados com essa crise.  O turismo representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e emprega  cerca de 4 milhões de pessoas, portanto, é fácil compreender quanto a crise no setor turístico atinge também o setor social.  No ano passado a Itália registrou 430 milhões de visitantes (presenças totais) e foi o 4º país mais visitado do mundo.

 

A Piazza San Marco de Veneza antes da pandemia

 

Mudanças de planos devido à pandemia  – É difícil mensurar o real impacto da pandemia no sistema econômico.  Ainda não há como saber suas reais consequências. Devido à pandemia muita gente precisou adiar ou cancelar viagens já programadas. E em relação aos brasileiros que haviam planos de passear na Itália neste verão  ainda existem muitas dúvidas sobre a possibilidade de realizar a viagem. E dada a crescente gravidade do que vem acontecendo, parece razoável para quem tem viagens até o final de julho, tentar remarcar.  As companhias estão se comportando de maneira diferente em relação às remarcações,  reembolsos e multas, portanto, é preciso refletir sobre novas datas levando também em conta as perdas que o viajante pode ter na hora de decidir o que fazer. E para quando remarcar? Bem,  se eu tivesse viagem  com embarque para até inicio de agosto ia preferir remarcar para o próximo ano.  Mas repito: é preciso analisar as condições da companhia aérea, da atual situação da pandemia no Brasil e evidente, do seu  país de destino. Se a viagem é para depois de agosto, em minha opinião, melhor aguardar algumas semanas antes de tomar alguma decisão.

 

A Piazza della Signoria de Florença após a pandemia. Distanciamento interpessoal e máscara quando não é possível manter distância de ao menos 1 metro

 

Como será a nova forma de viajar? essa é a pergunta que ainda estamos tentado responder.   Não é apenas o para onde , mas também de que forma. O fator  segurança sanitária  é importantíssimo e determinante para quem está escolhendo o destino para essas férias de verão aqui na Europa, que já restabeleceu a liberdade de circulação de muitos países. Talvez a única certeza é que, ao menos por algum tempo, o turismo de massa  vai dar lugar ao turismo mais slow e sustentável,  feito de forma mais sensível e responsável.  Será uma temporada de terminologias como  sustentabilidade, segurança, undertourism (destinos alternativos fora dos destinos mais procurados), lentidão,  individualidade , conscientização e experiência e respeito. Que a escolha seja as praias, burgos ou cidades de arte, muito provavelmente o turista dará lugar ao viajante responsável e consciente.

 

 

Pienza, na região da Val d’Orcia, na Toscana

A nova forma de viajar será diferente e cada país, e até mesmo de acordo com cada região, vai adotar suas próprias regras. Aqui na Europa as fronteiras entre alguns países foram reabertas há menos de uma semana mas alguns países ainda proíbem a entrada de italianos. As fronteiras externas para países que  não fazem da  União Europeia e do Acordo Schengen estão fechadas até primeiro de julho.  Podem viajar apenas casos específicos, como residentes que precisam retornar. Nos aeroportos, procedimentos  como a medição da temperatura e solicitação de distanciamento nas filas estão sendo adotados. Os cruzeiros ainda não divulgaram datas de retorno dos itinerários. Hotéis e apartamentos para temporada precisam seguir protocolos de limpeza das acomodações. Infelizmente temos visto alguns hotéis e restaurantes encerraram definitivamente as atividades.

Litoral da Emília Romanha

Bônus de 500 euros para os italianos –  as férias de verão dos italianos serão muito provavelmente em território nacional. Não que isso possa significar um problema, afinal a Itália tem  mar, montanha, campo e esplêndidas cidades de arte.  O governo prevê  uma contribuição de até 500 euros para as famílias que fazem reservas em estruturas italianas. O incentivo será modulado com base nos membros da família: 500 euros para famílias de 3 ou mais pessoas, 300 para famílias de dois e 150 para 1 pessoa. A  proposta surge para  apoiar o setor de turismo, atingido pela crise da saúde e o futuro ainda incerto. O bônus poderá  ser utilizado entre 1 de julho a 31 de dezembro de 2020. Para aproveitar o bônus, no entanto, existe um requisito específico, como limite de renda anual (renda Isee até 40 mil euros).

 

museu-dell'opera

Visitas aos museus – turismo após a pandemia: ter atenção e manter o distanciamento  interpessoal. O número de visitantes nas atrações turísticas em locais fechados foi reduzido para evitar  aglomerações

O centro histórico  Firenze devagar começa a receber turistas,  nesse momento, italianos de outras regiões. As regras  que vigoram aqui:  uso de máscaras é obrigatório em locais fechados e em proximidade de outras pessoas (mínimo 1 metro),  evitar aglomerações e manter o distanciamento  interpessoal  em transportes públicos, igrejas, lojas museus e  restaurantes.  As mesinhas ao ar livre nos bares e restaurantes  são as mais requisitadas.

Na Piazza Duomo de Firenze: movimento tranquilo, pessoas que endossam máscaras e um cantor na esquina animando a noite no primeiro final de semana da fase 3

 

Entrada na Catedral Santa Maria Novella com reserva online. Antes de entrar é preciso medir a temperatura corporal, que deve ser abaixo de 37,5ºC

 

 

Retorno do Brasil para residentes –  Brasileiros com residência na Europa podem retornar pra casa mas precisam fazer quarentena.  E  o que me deixou perplexa foi que uns amigos que residem aqui na Itália retornaram  há pouco do Brasil, via Amsterdam, num voo l-o-t-a-d-o.  Apenas de Amsterdam para a Itália o voo estava mais vazio, com uma poltrona vazia entre os passageiros.  De acordo com o que me relataram, precisaram informar o motivo da viagem e ao chegar na Itália preencheram um formulário informando  o local para onde estavam indo e o endereço de onde iam  fazer a quarentena, que é um procedimento obrigatório.  Os aeroportos europeus estão medindo a temperatura de todos os passageiros antes do embarque e no desembarque.

A Comissão Européia propõe a abertura parcial das fronteiras externas da UE a partir de primeiro de julho, mas não será aplicada a todos os países. Será uma reabertura gradual e parcial,  mas ainda não há previsão de abertura para países em fase crítica da pandemia, como o Brasil.  E  a pergunta que muitos têm feito: quando a Itália abrirá as fronteiras aos turistas brasileiros? Não sabemos ainda.

 

A estação ferroviária de Milão

 

Recomeçar  unindo forças – Devagar estamos retornando à rotina mas precisamos nos adequar ao novo estilo de vida, pelo menos nesse momento, como distanciamento interpessoal, uso de máscaras em locais fechados e evitar aglomerações. Desde o  último dia 3 de junho podemos circular livremente entre todas as regiões da Itália e  as fronteiras com quase todos os países da União Europeia e do Acordo Shengen foram reabertas. Mesmo com essa possibilidade de deslocamento, acredita-se que as próximas férias de verão dos italianos serão mais curtas e dentro do próprio território. Para promover a economia circular nesse momento de percalços para o turismo, a blogueira Valentina Carbone lançou Un blogger per l’Italia, projeto  que pretende sensibilizar todos que atuam no setor de turismo e hotelaria na recuperação do turismo italiano envolvendo criadores de conteúdo.

 

A blogueira de viagens Valentina Carbone,  idealizadora da projeto Un Blogger per l’Italia: blogueiros de viagens e operadores do setor de turismo atuando juntos (foto: arquivo de Valentina)

 

A proposta de Valentina Carbone, que trabalha no setor de comunicação digital criando  estratégias de comunicação para empresas e profissionais liberais,  visa unir estruturas receptivas e blogueiros, com a intenção de divulgar o grande potencial das estruturas através do  compartilhamento  nas redes sociais,  ferramentas indispensáveis para ajudar a obter uma recuperação turística e comercial mais rápida.   Valentina conta com a colaboração de Giuseppe e Nicola. O projeto “Um Blogger para a Itália” pretende sensibilizar todos os que trabalham para o setor de turismo e hotelaria na recuperação concreta do turismo italiano, colocando o papel de criador de conteúdo em sua missão de turismo. Confiram a entrevista de Valentina para o Grazie a te:

 

1 – Com’è nato il Progetto Un blogger per l’Italia

Il Progetto “Un Blogger per l’Italia” è nato per mettere in comunicazione chi fa il Turismo e chi lo comunica tramite il web. Enti, Operatori turistici e Travel Blogger, infatti, sono chiamati a lavorare gli uni per gli altri per far rinascere il Turismo italiano dopo l’emergenza sanitaria.

1 – Come surgiu o projeto “Un Blogger per l’Italia”?

O Projeto “Um blogueiro para a Itália” nasceu para colocar em contato quem faz turismo e quem o comunica via web. Agências, operadores turísticos e blogueiros de viagens são chamados a trabalhar um para o outro para fazer renascer  o turismo italiano após a emergência de saúde.

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A estação ferroviária Santa Maria Novella, em Firenze

2- In cosa consiste il progetto e  quale sono le tue aspettative?

È nato con l’idea di creare un aggregatore di professionisti e strutture ricettive ma, in poco meno di un mese, si è trasformato in un’iniziativa apprezzata da Istituzioni italiane e da professionisti del settore. L’aspettativa più grande è che diventi un Portale di riferimento per tutti coloro che vogliono fare delle campagna di Destination Marketing grazie alle quali le Destinazioni possono essere raccontate, in maniera professionale, dai Travel Blogger.

2- Em que consiste o projeto e quais são as suas expectativas?

Nasceu com a idéia agregador profissionais e estruturas receptivas, mas, em pouco menos de um mês, tornou-se uma iniciativa apreciada por instituições e profissionais italianos do setor. A maior expectativa é que ele se torne um portal de referência para todos aqueles que desejam fazer campanhas de marketing de viagem, graças às quais os destinos podem ser contados, de maneira profissional, pelos blogueiros de viagem.

 

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A Praia de Cala Mariolu, na Sardenha

 

3- Come crede che sarà il turismo in Italia e nel mondo nei prossimi anni dopo la pandemia?

Credo che il turista italiano, affinché riprenda a viaggiare con serenità, abbia bisogno di fiducia e noi Travel Blogger possiamo dare un grandissimo supporto al Territorio italiano. Non sarà semplice ripartire ma dovremo fare di tutto affinché questo avvenga perché l’Italia – come tutto il resto del Mondo – è stata messa a dura prova e abbiamo bisogno di rifiorire e condividere la nostra rinascita.

3- Como você acha que será o turismo na Itália e no mundo nos próximos anos?

Acredito que o turista italiano, para começar a viajar novamente com serenidade, precisa de confiança e nós, bloqueios de viagens, podemos dar um grande apoio ao território italiano. Não será fácil começar de novo, mas teremos que fazer todo o possível para que isso aconteça, porque a Itália – como o resto do mundo – foi posta à prova e precisamos florescer novamente  e compartilhar o nosso renascimento.

 

O Palazzo Pitti de Florença

O imponente Palazzo Pitti,  o maior palácio de Florença, é a antiga residência dos grão-duques da Toscana e atualmente  abriga um  importante complexo de museus, como a Galleria Palatina, os Apartamentos Reias, o Museu da Prata, Museu Del Tesoro dei Granduchi (ex-museu degli Argenti),  Museu do Traje, a Galeria de Arte Moderna e o magnífico Jardim de Boboli. É um palácio renascentista construído pela família Pitti em 1457 e adquirido em 1549 por Eleonora di Toledo,  esposa do grão-duque Cosimo I de’ Medici.

 

 

O Palazzo Pitti fica no Oltrarno. Originalmente era menor e passou por ampliações com a família Medici

O Palazzo Pitti foi originalmente construído em meados do século 15 para ser a residência do banqueiro Luca Pitti e passou a ser a maior residência privada de Firenze. Sobre o projeto, existem algumas dúvidas.  Muitos registros atribuem a obra ao arquiteto Luca Fancelli, colaborador de Filippo Brunelleschi. A família Pitti competia com os Medici e  queria um palácio maior que o da poderosa família, que habitava no Palazzo della Signoria, e que passa então a ser chamado de Palácio Vecchio. Em 1549, o palácio foi vendido aos Medici, tornando-se a residência da família grão-ducal. A corte se transfere ao palácio no governo de Ferdinando I,  filho de Cosimo e Eleonora di Toledo,  entre os anos de  1587 e 1609.

 

 

O Palazzo Pitti era o símbolo do poder consolidado dos Medici sobre a Toscana

Palazzo-Pitti

A fachada do prédio  é coberta por pedra forte,  típica da cidade. A construção original incluía apenas a parte central do edifício atual, com as 7 janelas centrais no primeiro andar.

 

O patio foi realizado por Bartolomeo Ammannati nos anos 60 dos anos 1500, com trabalho conhecido como “bugnato”, silhar em português, processo de alvenaria caracterizado por blocos de pedras

 

Com a ruína econômica da família Pitti, o palácio foi comprado por Eleonora de Toledo, esposa de Cosimo I de’ Medici em 1549.  Com saúde debilitada devido à tuberculose, Eleonora, que teve 11 filhos, considerou a área do palácio, aos pés de Boboli no Oltrarno, mais saudável tanto para ela quanto para os filhos, com a possibilidade de ter um grande espaço ao ar livre numa residência maior. O palácio passou por ampliações e modificações,  sendo que a mais importante foi realizada por Bartolomeo Ammannati no século 16, que construiu  o suntuoso pátio interno e  realizou também alterações no Giardino di Boboli. Com a extinção dos Medici, o ducado e o palácio passou para a dinastia dos Asburgo- Lorena, sucessores dos Medici a partir de 1737.

 

No pátio aconteceu o casamento de Ferdinando I e Cristina di Lorena  com um espetáculo grandioso de naumachia,  com  a encenação de uma batalha naval, com todo o pátio coberto de água

No pátio do palácio há uma linda gruta, é  a Grotta di Mosè.  Durante o Renascimento,  uma tendência era a construção de  grutas artificiais.

Gruta de Moisés

A Gruta  de Moisés é decorada com esculturas, fontes e afrescos.  Ao centro da caverna, na parede do fundo,  o grande Moisés, que dá nome ao lugar. Originalmente a gruta, ou caverna, era sóbria e não tinha decoração em seu interior, que foram encomendadas por  encomendadas por Cosimo II e Fernando II.

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O palácio passou por algumas ampliações com os sucessores da família  Medici, que foi extinta em 1737

 

pitti

Escadaria monumental neo-classica realizada pelo arquiteto Luigi del Moro, provavelmente com esculturas de Giovanni Duprè

 

sala-di-marte

No século 19 foi usado como base militar por Napoleão e  o palácio passou a ser residência de sua irmã Elisa.  Entre 1865 e 1871, época em que Firenze foi capital da Italia, o  palácio foi residência oficial dos reis. No início do século 20 foi doado ao povo italiano por Vittorio Emanuele III.

 

Os Museus 

O  Palácio Pitti, que é o maior de Firenze,  abriga 7 museus públicos com  importantes coleções de esculturas, pinturas, objetos de arte, figurinos e porcelanas, em um complexo monumental:

  • Galleria  Palatina: reúne  grande coleção de pinturas dos séculos 15 a0 17, que inclui a maior concentração de obras de Rafael no mundo, além de pinturas de Tiziano,  Pontormo, Filippo Lippi, Tintoretto, Caravaggio e Rubens.  As pinturas decoram as paredes com ambientes enriquecidos de esculturas, vasos e mesas de pedras semipreciosas, segundo o modelo típico das galerias do século 17.  Enriquecem o museu os belíssimos afrescos barrocos  e o mobiliário original;
  • Apartamentos Reais: eram os aposentados da família Savoia e os ambientes foram utilizados na época em que Florença foi a Capital da Italia, entre 1865 e 1871.
  • Museo del Tesoro dei Granducchi (Museo degli Argenti), funciona na ala do palácio que abrigava os quartos do apartamento de verão da família Medici. Objetos em prata, ouro, âmbar e marfim, vasos em pedras semipreciosas e cristais de rocha
  • Museo della Porcellana: grande coleção de porcelanas das familias Medici e Lorena
  • Giardino di Boboli: uma magnifica área verde em Florença com 45 mil m² de jardim alla italiana, com estátuas, fontes e  grutas
  • Museo della Moda: roupas e acessórios do século 18 a hoje.
  • Museo di Arte Moderna : pinturas e esculturas do século 18 até o inicio do século 20

 

Na Galeria Palatina, um dos primeiros ambientes é a Sala dell’Iliade e ao centro estátua realizada por Lorenzo Bartolini, que representa a caridade educadora

Nesta área do palácio, estão as salas dedicadas à 5 planetas onde os afrescocs se referem aos planetas.  Saturno, Giove,  Marte, Venere e Apolo.

Sala di Saturno.  Aqui encontramos  8 obras de Rafael Sanzio.  No teto, afrescos dedicados à Galileo Galilei

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Sala di Giove

 

Sala di Marte, Deus da Guerra, com obras de  Tintoreto, Rubens

 

Sala di Venere, com a Vênus de Canova

 

 

 

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Decoração – os salões são repletos de quadros e afrescos da Galleria Palatina

 

Obra realizada por Rafael em 1518. Retrato de Leão X

No espaço que abriga os Apartamentos Reais estão os  móveis de época do século 19. São 14 salas usadas pelo segundo Rei da Itália Umberto I e sua esposa Margherita di Savoia, que residiram no palácio entre 1865 e 1871.

 

 

No térreo e no mezanino fica o Museo degli Argenti, que contém uma grande coleção de objetos preciosos que pertenciam à família Medici.

 

A Galleria de Arte Moderna, que fica no último andar,  expõe uma bela coleção de pinturas e esculturas do neoclassicismo até a  década de 30. Reúne os maiores intérpretes da arte italiana no suntuoso ambiente que ja foi residência da família Lorena.

galleria-palatina

Na Galleria d’Arte Moderna – Obras do Neoclassicismo e Romantismo

Sala Bianca –  O Salão dos Forestieri da época dos Médici foi transformado, por vontade do Grão-Duque Pietro Leopoldo, em um suntuoso salão de baile.   Este magnifico salão de Dança,  no período do pós-guerra, acabou se tornando um importante local para a moda internacional. Em 1951 aconteceu o primeiro desfile de moda italiano, organizado pelo marquês Giovanni Battista Giorgini na Villa Torrigiani, sua residência na época, com   importantes compradores norte-americanos. E sempre por iniciativa de Giorgini que em junho de 1952 os desfiles foram transferidos para a Sala Bianca do Palazzo Pitti, contribuindo para a internacionalidade da moda, divulgando o nome ‘Pitti’ em todo o mundo. Aliás, o maior evento de moda masculina do mundo acontece em Firenze, na Fortezza da Basso: Pitti Uomo.

 

A Sala Branca ou Salone dei Forestieri. Foi no elegante salão que aconteceu  um importante desfile de moda, organizado por Giovanni Battista Giorgini, no ano de 1952.

 

Todas as obras que podemos conferir no local é  graças ao legado de Ana Maria Luisa de Médici, a última herdeira da sua dinastia e que evitou que a coleção fosse saqueada, o que geralmente te acontecia às coleções privadas. O museu foi aberto ao público em 1833.

 

 

Num prédio separado, conhecido como Casino del Cavaliere, nos Jardins Boboli, fica o Museu da Porcelana, enquanto a Palazzina della Meridiana abriga o Museo della Moda e del Costume, fundado em 1983, que apresenta roupas, jóias e artefatos da moda contando a história do vestuário dos últimos 400 anos.

 

 

Este é o primeiro museu estadual da história da moda na Itália e um dos mais importantes do mundo, com  coleção que inclui mais de 6000 peças, e com modelos raros  do século 16  usados pelo Grão-Duque Cosimo I de ‘Medici e sua esposa Eleonora.

 

boboli

Lindo esse ângulo dos jardins onde vemos Firenze e a cúpula do Duomo

Jardins de Boboli – Atrás do Palazzo Pitti ficam os maravilhosos Jardins de Boboli.  Essa é a maior área verde monumental de Florença, abrangendo uma área  de mais de  45 mil m2.

 

Do Palazzo Pitti: vista para o anfiteatro e a Fontana del Carciofo

palazzo-pitti

 

Palazzo Pitti

Aberto de terça à domingo, 9:15 às 18:50

Valor do bilhete: 10 euros (Palazzo Pitti: Galleria Palatina, Galleria d’Arte Moderna, Tesoro dei Granduchi, Museo della Moda e del Costume, Appartamenti Imperiali e Reali)

Jardim de Boboli : aberto diariamente a partir das 8:15  com horário de fechamento que varia de acordo com a época do ano

  • Os horários sofreram alterações devido à emergência Coronavírus

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As belezas da Puglia, no sul da Itália

Nunca te vi, sempre te amei! Acho que posso começar a falar da Puglia assim!!!  Essa região, popularmente conhecida como o “salto da bota”,  me fascina  muito! Vejo sempre fotos e vídeos de lugares incríveis e a vontade de visitá-la aumenta ainda mais. São praias com águas cristalinas, plantações de oliveiras,  pitorescas vilas e construções típicas que atiçam nossa vontade de imergir nessa Itália mais autêntica!  Delimitada por dois mares, o Jônico e o Adriático, a costa da Puglia, ou Apuglia para nós brasileiros, tem mais de 800 quilômetros, é a mais longa da península itálica.  Como ainda não estive nessa linda região,  convidei Maria Cristina Recchia, autora do blog Vem Pra Puglia,  para dividir com a gente as belezas do local. Maria Cristina é paulista,  filha de puglieses e  vive em Polignano a Mare desde 2003. É casada com um polignanese e mãe de dois meninos, de 13 e 10 anos: “Aqui criei raízes. Sempre ouvi falar muito da Puglia, de suas tradições , contadas pelos  meus pais, mas em todos esses anos pude descobrir muitas outras”. Vamos agora conhecer a Puglia através do texto e fotos de Maria Cristina:

O mapa da Puglia, conhecida como o salto da bota. Polignano a Mare fica entre Bari e Monopoli (fonte internet)

 

Maria Cristina, autora do blog Vem Pra Puglia

 

Quando a Denya me convidou para escrever um texto sobre a Puglia, fiquei imensamente feliz porque amo falar sobre o “meu paraíso”. Moro desde 2003 em Polignano a Mare, uma linda e pequena cidade que muitas vezes é escolhida como base pelos turistas interessados em conhecer as “Terre di Bari” (na parte central da Puglia), ou seja, Bari (a grande cidade, o berço da Puglia com seus monumentos como Castelo Svevo, a Basilica di San Nicola e o seu popular centro histórico), Alberobello (com seus “trulli” casas em forma de cone construídas sem argamassa, pedra sobre pedra), Castellana Grotte (com um dos mais belos complexos de grutas da Itália), Monopoli (com seu grande centro histórico, suas inumeras igrejas e o porto), Conversano (com o museu dentro do Castelo Aragonese e o museu arqueológico), entre outras cidades mais próximas.

 

Quando se fala nas “Terre di Bari” é interessante falar inclusive de Matera (Capital Européia da Cultura em 2019 e Patrimônio da UNESCO desde 1993) pois, embora esteja localizada na Região da Basilicata, ela faz fronteira com a Puglia, e a maneira mais rápida para se chegar até ela é por Bari.  

Mas aproveitando esta ocasião, queria dedicar minhas palavras para a encantadora Polignano a Mare, que tem uma história muita antiga e que teve grande importância nos tempos do Império Romano com a passagem da Via Appia Traiana que favorecia o colegamento entre Benevento e o porto de Brindisi para embarques com destino a Terra Santa. 

Durante os séculos, Polignano foi alvo de muitas invasões e é difícil imaginar que uma cidade tão graciosa tenha sido palco de uma história de sofrimento.  

Mas virando esta página da história e chegando a uma época mais contemporânea, em Polignano nasceram muitos artistas e dentre eles teve um filho de grande importância para Itália: Domenico Modugno, grande cantor e compositor da música “Volare” (Nel blu dipinto di blu) que  no final do anos 50, se tornou a canção italiana mais conhecida no mundo. Na cidade foi colocada uma estátua em homenagem ao cantor com os braços abertos, exatamente como ele costumava interpretar suas canções.

Um dos cenários mais famosos de Polignano a Mare, além do mar azul, é a famosa Ponte Lama Monachile, construída sobre uma pequeníssima praia chamada Cala Porto, que divide 2 falésias, onde em uma delas encontra-se o centro histórico da cidade, com suas poesias, flores e terraços. 

Outro grande cenário é conhecer Polignano a Mare pelo mar e apreciar o centro histórico sobre as falésias e as numerosas grutas marinhas formadas pela ação do mar e do vento durante milênios. Minha sugestão é de não deixar de fazer um passeio de barco pela costa e admirar a cidade por outro ângulo.

 

Um aperitivo na Abbazia di San Vito, um passeio pelo Lungomare, uma visita no Museu de Arte Contemporânea di Pino Pascali e as prainhas de Polignano são atrações imperdíveis da cidade.

Eu não poderia deixar de mencionar aqui mais uma “obra de arte” Pugliese: a sua gastronômia! Variedades de laticínios, queijos, carnes, peixes, frutos do mar, o famoso “orecchiette” (tipo de macarrão), focaccia, frutas (como as cerejas, figos da índia e romãs), legumes e verduras, doces de amêndoas e sorvetes artesanais que fazem parte das tradições de uma cozinha típica e antiga que vive cotidianamente entre os habitantes. 

A grande produção de “olio extravergine d’oliva” (azeite) e vinhos como o Primitivo DOC são grande fonte da econômica Pugliese. Vale a pena visitar uma das tantas vinícolas da região para uma deliciosa degustação. 

Bem… a atmosfera que se vive nesta tranquila cidade e no resto da Puglia é mágica e sou orgulhosa de poder compartilhar, em poucas palavras, um pouquinho desta beleza e das suas delícias! 

Já escolheram seu próximo destino? Vem pra Puglia!

Quer contar também sobre a sua viagem à Italia ou dividir alguma experiência? Escreva para grazieateblog@gmail.com.

 

O que visitar em Lucca

Lucca pode ser uma grata surpresa de viagem! Que a cidade é famosa por seus monumentos históricos, muros e arte, todo mundo sabe. Mas o que quase ninguém imagina é que você pode se apaixonar por essa gracinha de cidade e por sua agradável atmosfera!  Pra ser muito sincera, nunca dei muita atenção à Lucca até que resolvi passar um final de semana na cidade. Já tinha visitado a cidade apenas passando algumas horas e sem dedicar a merecida atenção.

 

Lucca é uma importante e renomeada cidade histórica da Toscana. Visitar a cidade significa fazer uma viagem de volta no tempo e voltar à Idade Média

Com cerca de 88 mil habitantes, Lucca é uma  graça de cidade medieval muito bem preservada e toda murada: são mais de 4 Km de muros de pedra que foram erguidos no século 16. Lucca é conhecida como a cidade das 100 igrejas e terra natal do compositor de óperas  Giacomo Puccini. Dentre as atrações da cidade estão a  Torre Guinigui e a Torre delle Ore, a Praça do Anfiteatro, a Catedral de São Martinho e a Igreja de São Miguel in Foro.

Lucca-Toscana

No século 14 Lucca era uma das mais ricas e prósperas cidades da Idade Média italiana, graças principalmente  à produção de tecidos. A cidade desenvolveu-se também porque era rota de peregrinação, pois  a Via Francigena, que ia Europa Ocidental e conduzia até a Roma, passava por Lucca

Rodeada pelos Alpes Apuanos e Garfagnana, Lucca, que desenvolveu-se às margens do rio Serchio,  é  famosa pelo cinturão de muros renascentistas que circundam o centro histórico e guardam  maravilhas como igrejas, torres, claustros e edifícios de pedra que permaneceram praticamente inalterados ao longo dos séculos. As muralhas da cidade foram edificadas entre os séculos 16 e 17 .

 

lucca

Lucca é um perfeito exemplo de cidade murada da época renascentista, que está praticamente intacta até os dias de hoje. A cidade  já chegou a ter 130 torres e atualmente existem 2

Principais atrações de Lucca

Lucca é uma excelente meta toscana, com deliciosa gastronomia e  mil belezas arquitetônicas para admirar. Enumerei aqui suas principais atrações:

Piazza dell’Anfiteatro – é o coração da cidade e um dos locais preferidos dos turistas.  Foi edificada sobre um antigo anfiteatro romano, no século 2. Conserva ainda sua forma  elíptica, O acesso à praça dá-se através de 4 portas mas apenas 1 delas está posicionada no local de uma original.

Lucca

A Piazza dell’Anfiteatro abriga restaurantes, bares e lojinhas

 

piazza-anfiteatro

A praça tinha capacidade  para 10 mil expectadores e por 400 anos  foram realizados no local combates com gladiadores. A estrutura atual da praça foi realizada pelo arquiteto Lorenzo Nottolini no ano de 1830, que alterou  algumas construções par recuperar a área que estava em degrado, respirando sua forma oval

Catedral de San Martino –  Fundada por San Frediano no século 6, a Catedral de San Martino é um lindo edifício religioso em estilo gótico-românico. É o  principal local de culto católico da cidade. A assimetria de sua fachada é que a igreja foi erguida ao lado da torre pré-existente.  O ingresso para acesso à igreja é de 3 euros.
Duomo-San-Martino

A catedral  foi consagrada no ano de 1070.

Igreja de San Michele in Foro – Nas ruínas de um antigo fórum romano, fica outra maravilhosa praça, a de San Michele, com importantes construções ao seu redor, como o Palazzo Gigli, o Palazzo Del Podestà ou Pretorio e a Igreja de San Michele in Foro. A igreja, com sua imponente e majestosa fachada, foi comissionada pelo Papa Alexandre II no início do século 11. As restruturações que começaram em 1070 terminaram apenas no século 14, por este motivo presenciamos os estilos românico e gótico.

O campanário, a torre do sino, remonta ao século 12

 

A igreja de San Michele in Foro

 

San-Michele-in-Foro

A fachada da igreja tem 4 metros, com colunas diferentes umas das outras e ornadas com temas do zodíaco e com animais. Na parte central a grande estátua de São Miguel Arcanjo com duas estátuas de anjos

 

Via Fillungo – essa  é uma rua tipicamente medieval, conservada quase inalterada e que praticamente atravessa todo o centro histórico. É  constituída de bodegas, casas, restaurantes e lojas. Sem dúvidas você vai passar pelo local e vai poder admirar seus produtos típicos, cafés históricos e belas vitrines.

Lucca

A partir da Porta dei Borghi começamos nosso passeio pela rua Fillungo

 

Torre delle Ore – A Torre delle Ore é uma construção do século 13 e já pertenceu à diversas famílias nobres.  É a torre mais alta de Lucca, com 50 metros, e  207 degraus com escada de madeira original, ainda em excelentes condições.  A Torre delle Ore ganhou o primeiro relógio em 1390. O relógio atual foi fabricado em 1754, graças à colaboração dos relojoeiros de  Lucca, e seu mecanismo manual ainda é um dos exemplos de trabalho mais importantes do mundo.  A Torre delle Ore fica na movimentada via Fillungo e o bilhete para visitá-la custa 5 euros.
Lucca
Torre Guinigi –  Edificada na segunda metade do século 14, é a mais importante e uma das poucas que restaram na parte interna da cidade; a outra é a Torre delle Ore. Dentre as torres que pertenciam a famílias particulares em Lucca, a Torre Guinigi é a  única que não foi  destruída no século 16. A torre tem   45 metros de altura e um jardim arborizado no topo, uma característica peculiar que a caracteriza. Superados os 230 degraus, o visitante pode aproveitar da vista de toda a cidade e arredores. O  ingresso custa 4 euros. A torre fica nas esquinas das ruas Sant’Andrea e via delle Chiavi D’Oro.

A Torre Guinigi pertencia à familia Guinigi, ricos e influentes comerciantes e banqueiros

Casa Puccini – Lucca homenageia o seu ilustre cidadão, Giacomo Puccini, com um museu dedicado à essa grande personalidade da música classica italiana e mundial. Nascido numa família de músicos  no dia 22 de  dezembro  de 1858 ,  Giacomo começou a tocar órgão na igrejas da cidade como forma de contribuir com sua  família.  Estudou no Conservatório de Lucca  e  em 1880, depois de receber uma bolsa de estudos da rainha Margherita di Savoia,  transferiu-se  para Milão para estudar no Conservatório.  Em 1900 mudou-se para a Villa que construiu em Torre Del Lago, pertinho de Pisa.
puccini
Muralhas –  A  atual cerca murada, de mais de 4 metros, é resultado da última reconstrução, entre 1504 e 1645. E um dos programas mais legais na cidade é justamente fazer uma caminhada  por seus muros antigos, seja a pé, de bicicleta ou de risciò, uma espécie de triciclo muito comum na cidade. Você consegue alugá-los em diversos pontos da cidade.

Curiosidade: as portas da cidade eram fechadas à noite e as chaves das 3 portas existentes na época ficavam em possesso do chefe do governo, o Golfaloniere

 

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As muralhas se estendem por quatro quilômetros e meio.O local não é apenas um destino fixo para turistas, mas também um dos lugares mais amados pelos cidadãos de Lucca.

Piazza Napoleone –  Essa grande praça com carrossel foi dedicada à Napoleão. Quando estivemos visitando Lucca estava acontecendo na praça um mercadinho e onde havia sido instalada uma pista de patinação.  A praça abriga  o Palazzo Ducale, sede do  poder da nobreza desde o século 14.   A praça e o palácio são resultado de intervenções por parte de Elisa Baciocchi,  irmã de Napoleão, que entre 1805 a 1815 liderou o Principado de Lucca.

Lucca

A Piazza Napoleone

 

Igreja de San Frediano – Em estilo românico, é um dos mais antigos locais de culto católico da cidade. Foi consagrada em 1147. San Frediano também é famosa pelo mosaico que representa a ascensão de Cristo ao céu e pela fonte batismal. Fica na piazza San Frediano.

Distâncias:

Firenze – 80 Km

Pisa – 18 Km

Pisa – 15 Km

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Museo do Bargello, em Firenze

O Museu do Bargello, localizado no antigo Palazzo del Podestà de Florença, abriga algumas das mais importantes obras da escultura do Renascimento italiano em seus majestosos salões, distribuídos em 3 andares. O museu foi construído em época medieval, no ano de 1255.  É um dos mais importantes museus de Florença, com obras de Cellini, Donatello, Luca della Robbia e Michelangelo. Suas coleções incluem esculturas, cerâmicas, medalhas, bronzes, tapeçarias, baixos-relevos medievais e mobiliário, que pertenceram à família Médici e a colecionadores. Dentre os doadores mais relevantes, o antiquário francês Louis Carrand, com sua coleção de mais de 3 mil obras, incluindo artes decorativas e pinturas. Com o decreto de 1865 tornou-se o primeiro museu nacional italiano dedicado às artes da Idade Média e do Renascimento.

 

O Museu do Bargello é o mais importante museu do mundo de escultura renascentista, com sede em um dos mais importantes palácios  medievais de Florença.

 

bargello

O  prédio que abriga o museu é um magnífico exemplo de arquitetura medieval.  A construção, que parece um castelo, é  um dos edifícios mais antigos de Firenze.  Já foi sede de algumas instituições importantes e palco de importantes acontecimentos históricos.

 

O museu é localizado no antigo Palazzo del Podestà, que serviu como prisão até 1857

O sino chamado de Montalina ou Montanina, toca em raríssimas ocasiões, como por exemplo, na virada do milênio, como ocorrido em 2000. A última vez que tocou foi em 22 de junho de 2015, para comemorar os 150 anos do Bargello, o primeiro Museu Nacional da Itália.  Outras ocasiões em que o sino tocou  foram em  1918 para anunciar o fim da Primeira Guerra, em 1921 para anunciar as celebrações de Dante, em 11 de agosto de 1944 para anunciar a liberação da cidade e em 1945 , ao final do último conflito mundial.

Bargello

O pátio do museu é repleto de lindíssimas obras. Joia da história e da arquitetura, o Museu de Bargello abriga 16 salas

História do museu

A história do museu começou com o nascimento da figura do Capitano Del Popolo, momento em que a classe média começou a emergir e sentir a necessidade de uma personalidade que a representasse. Portanto, a partir de 1255 inicia-se a construção do palácio para hospedar o capitano del popolo, que era também chamado de bargello.  O palácio foi a sede do Bargello por 3 séculos.  A torre Volognana do palácio, que tem quase 60 metros, por séculos abrigou uma prisão. E seu nome deriva de um dos primeiros prisioneiros da torre, Geri da Volognano.

Com o estabelecimento da hegemonia Medici na segunda metade do século 15, o palácio tornou-se a sede do Conselho de Justiça e dos Juízes de Ruota.  E, a partir de 1574, sob o duque Cosimo I de ‘Medici, sede do Bargello, ou o chefe das Guardas, que tinham autoridade para prender, julgar e cumprir sentenças de morte. Depois que a sede da prisão foi transferida para Le Murate as obras de restauração no palácio começaram.  Esta prisão possuía  equipamento sofisticado e eficaz para torturar os condenados. Do lado de fora do prédio, até o final do século  17, eram expostas as cabeças dos executados, a título de advertência pública. Em 30 de novembro de 1786, com decreto de Pietro Leopoldo di Lorena, Florença foi o primeiro estado do mundo a abolir a tortura e a pena de morte.

Bargello

Niccolò Machiavelli foi preso e torturado no Bargello em 1513 com a acusação de ter participado de uma conspiração anti-medicea

 

Bargello

O antigo cárcere da cidade e local onde as pessoas condenadas à morte aguardavam a execução. Com  Pietro Leopoldo, o Grão-ducado da Toscana foi o primeiro na Europa a abolir a pena de morte, em 30 de novembro de 1786

 

Quando Firenze foi eleita capital da Itália, em 1865, o palácio passou a abrigar o primeiro museu nacional após a unificação.

 

Térreo 

 

O poço octogonal ao centro do pátio do museu

Quando adentramos o museu chegamos ao belíssimo pátio com um poço ao centro e circundado de pórticos.  A estrutura medieval acolhe maravilhosas obras renascentistas que deixam os visitantes encantados. Dentre as obras, a esplêndida  Fontana di Sala Grande (1556- 1561), em mármore.  As estátuas  foram encomendadas em 1555 à Ammannati por Cosimo I de Medici para o Salão dos 500 do  Palazzo Vecchio mas nunca foram instaladas no local. Depois de pronta a obra esteve nos Jardins de Pratolini e Boboli.

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Niccolò Ammannati, Fontana del Granduca

O pátio do palácio traz os brasões  dos Podestá, da época em que o edifício tinha função administrativa.

Bargello

A obra Oceano, de Giambologna

No térreo temos acesso ao Salão de Michelangelo,  sem dúvidas o espaço mais disputado do museu. Ali encontramos  esculturas de Buonarroti, Giambologna e Ammannati.

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Bacco (o Deus romano do vinho), de 1497, esculpido por Michelangelo quando o artista havia apenas 22 anos

 

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Mercurio Volante, em bronze, a obra mais célebre de Giambologna, realizada provavelmente em 1580

museu-bargello

 

Primeiro andar

Quando subimos as escadas para começar a explorar o primeiro andar do prédio nos deparamos com uma magnífica loggia, repleta de estátuas. No primeiro andar fica a Sala de Donatello com as obras mais famosas do artista fiorentino, as esculturas de Luca Della Robbia, as coleções de arte islâmica, as doações de Louis Carrand e a Capela com a efígie mais antiga da  Dante Alighieri, a Sala degli Avori e a Sala del Trecento. Outras peças que merecem atenção são os paineis de portas realizados por Filippo Brunelleschi e Lorenzo Ghiberti, chamados de Sacrifício de Isaac, fundidos em bronze. Ambos foram realizados no ano de 1401, quando participaram  da competição  para a decoração das portas do Batistério de São João em Firenze.

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A Loggia que fica no primeiro andar do museu

 

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Esta é a espetacular Sala de Donatello e das escultura dos anos 1400

 

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A família Della Robbia foi uma das mais importantes no cenário fiorentino dos séculos 15 e 16, especializados na técnica da terracota vitrificada. Ao centro, algumas das obras Luca Della Robbia

 

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Lucca della Robbia, Madonna con Bambino, 1441 – 1445, em terracota vetrificada

 

Donato di Niccolò di Betto Bardi, Donatello, nasceu em Firenze em 1386, considerado um dos pais do Renascimento, bem como um dos escultores mais célebres de todos os tempos.

 

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Davi em mármore, realizada por Donatello entre 1408 e 1410

 

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O Davi de Donatello em mármore é a primeira obra do artista

 

O Davi em bronze do artista Donatello, realizado  entre 1440/44

 

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Ao centro da sala a obra San Giorgio, a primeira obra-prima de Donatello, um maravilhoso exemplo de sua habilidade como escultor. A estátua havia sido colocada em um dos nichos da igreja de Orsanmichele, onde atualmente existe uma cópia

 

San Giorgio, de Donatello, considerada uma das obras-primas das esculturas do Renascimento dos anos 1400

Os outros espaços do primeiro andar são a Capella del Podestà, Sala degli Avori, Sala del Trecento e Sala delle Maioliche, Sala de Arte islâmica, com as doações de Louis Carrand,  um antiquário de Lyon, que em 1888 presenteou o Bargello com sua coleção de cerca 3 mil peças da Idade Média e do Renascimento, incluindo artes decorativas, joias, armas,  cerâmicas, tecidos e pinturas.

 

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Cappella del Podestà ou  Capela de Santa Maria Madalena,  com afrescos da oficina de Giotto, realizados provavelmente entre 1330 e 1337. A capela foi construída em 1280. Era local de oração para o  podestà (ou prefeito) e  posteriormente  a capela passou a ser usada como quarto onde os condenados à morte passaram sua última noite.

A Cappella del Podestà ou  Capela de Santa Maria Madalena. A  capela hospedava os condenados à morte que esperavam o suplício na época em que  o prédio transformou-se em prisão, em 1574.

Dante e Giotto  –  Na Capela do Podestà  está o mais antigo  retrato de Dante Alighieri, realizado por Giotto. Dentro do afresco do “Julgamento Final”,  o artista  e seus colaboradores realizaram os afrescos retratando  Dante Alighieri entre os abençoados.

 

Bargello

 

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Bargello

 

Segundo andar

No segundo andar estão as principais coleções de obras-primas de Andrea, Luca e Giovanni della Robbia, com a famosa majorai envidraçada, as Sala dei Bronzetti, Sala di Verrocchio,  com esculturas de Verrocchio, Mino da Fiesole, Rossellino, Da Maiano  e Sala das Armas com peças do arsenal bélico com armas de origem medieval.

 

Da bodega de Giovanni della Robbia, terracota vitrificada (1515-1520)

 

Sala de Andrea Della Robbia, com 4 vãos, é dedicada às peças de terracota verificada realizada por Andrea Della Robbia. A família Della Robbia é muito conhecida pela arte da terracota esmaltada

 

A Sala das Armas. Esta seção do museu possui cerca de 2 mil peças, em sua maioria proveniente de arsenais dos Grãos-Duques Médici

 

A Sala dos Bronzes

Museo del Bargello

Via del Proconsolo, 4. – Firenze

Horários:

Diariamente , das 8h15 às 14 h (aos sábados abertura prolongada com fechamento às 18 ou 20 horas, dependendo do mês)

Dias de fechamento:

2º e 4º domingo de cada mês e  1ª, 3ª e 5ª segunda-feria de cada mês

Valor do bilhete:

Inteiro: 8 euros

Reduzido: 4 euros para jovens entre 18 e 25 anos com cidadania de um país da União Européia

Gratuidade:  para menores de 18 e maiores de 65 anos que tiverem cidadania de um país da União Européia

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O que visitar em Montepulciano

Montepulciano, habitada desde época etrusca, é uma cidade medieval localizada sobre uma colina ao sul da Toscana, a uma altitude de 605 m acima do nível do mar.  Circundada de vinhedos e oliveiras,  é a terra que produz o famoso vinho Nobile. Seu centro histórico é acolhedor, com elegantes prédios  de arquitetura renascentista e conservsa ainda traços do passado medieval.

 

Montepulciano

Localizada ao sul de Siena, Montepulciano foi fundada como castelo no início do século VIII , sobre uma das mais altas colinas da Toscana

 

Rica em história, arte e cultura, Montepulciano é uma das mais fascinantes cidades da Toscana. Está localizada numa das mais altas montanhas da região

Montepulciano, província de Siena, possui cerca de 15 mil habitantes e está localizada em posição privilegiada na Toscana, pois é bem próxima da encantadora Pienza, da vila termal de Bagno Vignoni e da famosa Montalcino, terra do Brunello.  Na Idade Média, a cidade se enriqueceu  graças ao comércio e às atividades manufatureiras. Sempre foi alvo de disputa entre as cidades de Firenze e Siena, sendo que em 1404 os florentinos tomaram posse da cidade, que atingiu seu esplendor a partir desse período, principalmente no século 16, com a família Medici.   Por solicitação de Cosimo I, foi circundada por muralhas fortificadas, com projeto de Antonio da Sangallo il Vecchio.

 

Por sua posição estratégica, Montepulciano sempre foi motivo de guerra entre Siena e Firenze que queriam garantir o controle da Valdichiana e da Val D’orcia

 

Uma das portas de acesso à cidade

O que visitar em Montepulciano

Montepulciano é uma das cidades medievais mais bonitas da Toscana e você pode percorrer suas ruelas a pé.  Fazendo ziguezague pelas vielas do centro histórico, que sem dúvidas vão te conduzir à única estrada principal, que é a via del Corso, que começa na parte baixa da cidade e chega até à Piazza Grande.

São vários os acessos ao seu centro histórico, sempre através das portas seculares, que eram as entradas do burgo fortificado.  Existem estacionamentos próximos aos acessos ao vilarejo, que como fica na parte alta, exige um mínimo de resistência física do visitante para chegar até o miolinho do burgo, que é a Piazza Grande, onde estão o Palazzo Comunale, o Duomo, o Palazzo Contucci, o Palazzo Del Capitano del Popolo e o Palazzo Nobili-Tarugi.

 

A Piazza Grande, o ponto de encontro de turistas e locais, e sede das muitas iniciativas da cidade

 

Do Palazzo Comunale é possível aceder ao terraço da torre para observar a cidade do alto

O Palazzo Comunale, sede da prefeitura, é um edifício medieval que foi transformado no século 15 por Michelozzo, que século acrescentou a torre e a fachada ao complexo gótico original. A construção é muito parecida com o Palazzo Vecchio de Firenze.

A praça é o principal cenário de eventos na cidade, como mercadinhos e feiras e o campeonato de corrida de barris Bravio delle Botti, realizado em agosto, onde participam as 8 contratas (bairros) da cidade

 

A igreja medieval de Santa Maria Assunta, o Duomo da cidade

O Duomo da cidade é a Igreja de Santa Maria Assunta,  construída entre 1592 e 1680 por Ippolito Scalza e consagrada em 1712. Guarda obras de Andrea della Robbia, Benedetto di Maiano e Michelozzo di Bartolomeo.

A obra Altare dei Gigli, de Andrea della Robbia, realizada em torno ao ano de 1512

 

Dentre as principias atrações, estão Torre de Pulcinella, torre do relógio, na Piazza Michelozzo.

A Torre de Pulcinella

 

Outra igreja que merece uma visita é a Igreja de Santagostinho, na piazza Michelozzo, em frente à torre de Pulcinella. Fundada em 1285,  foi restaurada no século 15 por Michelozzo  di Bartolomeo, para realização da parte inferior da fachada. Em seu interior, “Ressurezione di Lazzaro” de Alessandro Allori,  “San Bernardino”, de Giovanni di Paolo, “Crocifisso”  de Antonio da Sangallo e “Crocifissione”, de Lorenzo di Credi.

A igreja de Santagostinho, na piazza Michelozzo

 

Interior da igreja di Sant’Agostino, construída por Michelozzo em 1427

Durante o passeio, entrei também na  Paróquia Santissimo  Nome di Gesù,  que fica no Vicolo Delle Scuole Pie. É uma igreja em estilo barroco, com início da construção em 1691 pelo arquiteto milanês Giovan Battista Origoni e  foi completada em 1712.

Nesta foto o interior da Paróquia Santissimo  Nome di Gesù, que foi consagrada em 1716

Montepulciano é um desses locais onde você vai sem muita programação sobre o que vai visitar. Permita-se passear a pé pela cidade sem pressa para admirar sua beleza e descobrir cantinhos sugestivos.

 

Entre subidas e descidas, bistrôs, lojinhas de artesanato local, enotecas e restaurante, afinal, estamos na terra do bom vinho e da boa mesa!

Vinícolas com entrada gratuita que oferecem degustações.

Natal em Montepulciano

O Evento Natale a Montepulciano, festa que costuma acontecer entre meados de novembro até a Epifania, deixa a cidade com uma atmosfera ainda mais envolvente com todas as suas luzes e decoração natalícia.  Portanto se você escolher o final do ano para visitar o vilarejo vai poder se encantar com a decoração natalina por suas ruelas e com o Villagio di Natale di Montepulciano. Por diversas praças e ruas da cidade acontece o característico mercadinho com 80 casinhas de madeira que oferecem produtos típicos e o ponto de encontro para os pequenos é no Castello de Papai Noel, que promove diversas atividades para as crianças.

Villaggio di Natale di Montepulciano. A mágica atmosfera natalícia torna Montepulciano  ainda mais charmosa e acolhedora

poço dei grifi e dei leoni

Montepulciano

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Na praça, cerca de 80 casinhas em madeira oferecem produtos típicos e artesanato

 

Montepulciano

O Castello  di Babbo Natale é a atração principal para os pequenos, que podem participar de diversas atividades dentro do castelo.  É  nessa fantástica casa, localizada dentro da imponente Fortaleza Medieval, que Papai Noel espera pelos pequenos visitantes.

O Castello di Babbo Natale

 

Castello di Babbo Natale – um castelo dos sonhos, luzes, decorações, surpresas, onde todas as crianças podem conhecer o verdadeiro protagonista do Natal, com jogos, músicas, atividades educacionais e de entretenimento, shows interativos e oficinas criativas

Natale em Montepulciano é uma festa que começa em meados de novembro e vai até a Epifania, dia 6 de janeiro.

Casa di Babbo Natale

Valores: crianças de 2 a 9 anos 8 euros e 10 euros para acima de 10 anos

Distâncias:

Pienza -13 Km

Siena – 67 Km

Bagno Vignoni – 27 Km