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As Rampas do Poggi de Florença

As Rampas do Poggi de Florença,  Le Rampe Del Poggi,   foram reinauguradas na primavera de 2019  após  quase um século desativadas. Graças a um novo sistema hídrico, as cascatas voltaram a embelezar  o   Oltrarno.

As Rampas do Poggi em todo  o esplendor original com suas fontes e cascatas. A obra tem uma superfície de 6700 metros quadrados,  distribuídos em 3 níveis

 

O sistema das rampas  é parte integrante do complexo arquitetônico-paisagístico do Viale dei Colli, projetado e construído pelo arquiteto Giuseppe Poggi

As Rampas do Poggi,  nas proximidades da Torre de San Niccolò, ligam o lungarno ao Piazzale Michelangelo.  A obra foi realizada entre 1872 e 1876 pelo arquiteto Giuseppe Poggi, encarregado do novo projeto de revitalização urbana. Ele foi o responsável pelo novo plano urbanístico quando Firenze tornou-se a capital do Reino da Itália, em 1865. O plano previa importantes transformações urbanas graças às quais, pela primeira vez,  criou-se um sistema verde urbano de dimensão europeia, com  jardins públicos destinado e dedicado não apenas às classes privilegiadas mas para toda a comunidade. O arquiteto Poggi projetou os viales, as grandes avenidas de Firenze e é dele também o projeto do Piazzale Michelangelo.

A Torre de San Niccolò, que é aberta à visitação entre os meses de junho e setembro. Proprorciona uma vista linda não apenas de Florença, mas também das Rampas

As grutas e piscinas foram limpas e toda a superfície decorada foi recuperada após a restauração

 

As Rampas ficaram desativadas por quase um século e  voltaram à vida graças à uma grande obra de restauração financiada pela Fundação CR Firenze (Art Bonus), onde foram gastos 2,5 milhões de euros. A arquitetura original foi restaurada e o jogo mágico de fontes e cachoeiras foi reativado.

 

As Rampas do Poggi apresentam um verdadeiro espetáculo de água com cascatas, fontes e plantas

 

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A elegante via Tornabuoni de Florença

A Via Tornabuoni, que vai da Ponte Santa Trinità até a Piazza Antinori, é uma das ruas mais luxuosas do centro de Florença.   É uma rua muito elegante desde o período do Renascimento, quando passou por um processo de profunda transformação com a construção de inúmeros palácios nobres, que levam o nome das  famílias abastadas que eram suas proprietárias. A rua abriga lojas de grifes renomadas e luxuosas.

A Via Tornabuoni, referência de rua elegante desde o Renascimento

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Aqui começa a via Tornabuoni, nas proximidades da Ponte Santa Trinita, no Lungarno Corsini. As boutiques Ferragamo, no Palazzo Spini Ferroni,  à esquerda e a loja Ermenegildo Zegna à direita, com localização privilegiada.

O   imponente Palazzo Spini Ferroni, sede da Salvatore Ferragamo e sede do Museu Ferragamo

 

Praça de Santa Trinita –  Um dos pontos mais charmosos da rua é a  Piazza Santa Trinita,  dominada pela igreja homônima. Ao centro da praça  há um obelisco de mármore proveniente das Termas de Caracalla de Roma,  doado em 1560 pelo papa Pio IV à Cosimo I, que o ergueu para lembrar a vitória de Montemurlo (em 1537), que marcou o início de seu longo governo.

 

Ao centro da praça a Coluna da Justiça, uma imponente coluna em granito, doada pelo Papa Pio IV  em 1560 para Cosimo I, o primeiro grão-duque de Firenze

Em 1555 Cosimo I conseguiu conquistar a cidade de Siena e tornou-se, em 1569, com a nomeação do papa Pio V, grão-duque da Toscana.  Por esse motivo foi escritoa na coluna ainda hoje visível: “COSMUS MED MAGN DUX ETRURIAE”.  Em 1581, a estátua foi  adicionada  ao topo do obelisco,  obra de Tadda, representando a Justiça. A partir  desse momento, o monumento foi renomeado de Coluna da Justiça.

A Coluna da Justiça , obelisco de mármore no centro da praça

 

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Até 1911 a praça recebia a referência de Via Tornabuoni e foi graças ao pedido do Marquês Filippo Corsini que a praça recebeu seu nome atual

 

Igreja de Santa Trinita– A Igreja de Santa Trinità  , com fachada em estilo barroco  do final do século 16,  conserva um verdadeiro tesouro artístico em uma de suas capelas : “Adoração dos Pastores”, na Capella Sassetti, realizado por  Domenico Ghirlandaio.

 

A fachada da igreja de Santa Trinita. A igreja é de 1200, enquanto a fachada é barroca e foi construída por Bernardo Buontalenti no final dos anos 1500

 

Obra de Domenico Ghirlandaio.  Afrescos da Cappella Sassetti, realizados entre 1482 e 1485, no interior da igreja Santa Trinità

 

Antica Torre Tornabuoni, uma residência de época que faz parte da Associação Italiana de Casas Históricas.  Atualmente no local  funciona um hotel e alguns escritórios.  A torre, edificada em 1260,  possui  dois terraços que nos  proporcionam uma vista  deslumbrante!  Do Duomo Terrace localizado a 25 metros de altura,  avistamos  a Catedral, o campanario de Giotto, o Palazzo Strozzi e a igreja de Santa Maria Novella, enquanto do Arno Terrace localizado a 30 metros de altura,  temos uma vista  linda do Oltrarno.

 

Palazzo Bartolini Salimbeni – “Criticar é mais fácil do que imitar”.  Essa frase (Carpere promptius quam imitari) está escrita no palácio realizado pelo arquiteto Baccio d’Agnolo entre 1517 e 1520.  Ele foi muito criticado por ter construído o edifício “alla romana”, um estilo bem diferente do que até então podia ser visto na arquitetura residencial florentina.  Mais tarde, o palácio foi copiado, marcando uma verdadeira reviravolta na edificação maneirista. Atualmente o palácio abriga da coleção particular de Roberto Casamonti dedicada aos grandes mestres que revolucionaram a arte de 1900 e do nosso século. 

 

O palácio Bartolini Salimbeni, que era uma das mais ricas famílias de Florença. O arquiteto do prédio foi criticado na época da construção, mas depois foi copiado

 

Na Via Tornabuoni encontramos grifes como Prada, Ferragamo, Zegna, Dior, Fendi, Gucci, Céline, Loro Piana, Montblanc, Saint Laurent , Tods e Hermès

O Palazzo Strozzi, um dos mais imponentes da rua, fica na esquina entre as ruas Tornabuoni, Strozzi e praça Strozzi, um santinho descolado e  agradável onde estão a loja Louis Vuitton, o bar Colle Bereto e o Odeon Bistro. O acesso ao pátio, que é aberto ao público, dá-se por 3 divinos portões  e os outros andares são visitados quando acontecem mostras temporárias. É uma das mais significativas construções renascentistas da cidade.

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O Palazzo Dudley,  cuja denominação oficial é Palazzo del duca di Nortumbria.  Foi construído em 1613.  O andar térreo foi durante muitos anos sede da marca Gianfranco Ferrè e atualmente  abriga uma loja da  Cos.

O Palazzo Dudley

 

O prédio foi construido por Robert Dudley, conde de Warwick e amigo de Ferdinando I de’ Medici

 

A Via Tornabuoni ganha linda decoração durante as festividades de final de ano

No século passado a via Tornabuoni tornou-se uma verdadeira sala de estar da Europa com seus prédios históricos e lindas lojas mobiliadas com móveis de época,  por onde circulavam pessoas de classe e elegância. Esta era uma área da cidade  frequentada por personalidades da arte, política e da  aristocracia  florentina.

 

E para um pitstop, alguns dos locais para comer ou beber alguma coisa na Via Tornabuoni são o Procacci, com o panino trufado, o bistrô Obicà e a Cantinetta Antinori, um restaurante da família do conhecido vinho

 

Entre o Palazzo Strozzi e a igreja dos Santos Michele e Gaetano encontramos esta linda  loggia do Palazzo Corsi-Tornabuoni

 

Chiesa dei Santi Michele e Gaetano – A igreja de Santi Michele e Gaetano é uma das surpresas que Florença reserva para quem, ao se aventurar pelo centro histórico em busca de vestígios renascentistas, também se dispõe a olhar para as outras almas da cidade negligenciada pelo turismo de massa. Na Piazza Antinori, na entrada da via Tornabuoni, destaca-se a fachada barroca em pedraforte, com estátuas em mármore branco e escadaria, em estilo romano. A primeira pedra foi lançada em 1604. Matteo Nigetti acompanhou os anos os trabalhos  e foi sucedido em 1633 pelo arquiteto da corte Gherardo Silvani, auxiliado por seu filho Pierfrancesco. A igreja fica na praça Antinori.

 

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A Igreja dei Santi Michele e Gaetano, com fachada barroca em pedraforte florentina, projetada por Gherardo Silvani. Um dos maiores exemplos do barroco em Florença

 

A Igreja dei Santi Michele e Gaetano fica na Piazza Antinori. Interior em cruz latina com  nave única

 

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A Conspiração dos Pazzi

A família Medici enfrentou muita ira, inveja e revolta e foi alvo de algumas conspirações.  Dentre todas, a mais famosa é a Conspiração dos Pazzi,  que resultou na morte de Giuliano, irmão de Lorenzo “O Magnífico”, e aconteceu dentro da Catedral Santa Maria del Fiore no dia 26 de abril de 1478,  no Domingo de Páscoa.  Houveram anteriores tentativas falidas contra a família, como envenenamento,  plano que foi substituído pela Conspiração dos Pazzi,   trágico episódio que marcou a história de Florença e da Itália.

 

A Conspiração foi organizada pelos Pazzi e outras personalidades de destaque. Lorenzo milagrosamente conseguiu escapar da emboscada refugiando-se na Sacristia das Missas

 

Os conspiradores  tentaram eliminar os dois irmãos com espadas e punhais durante a missa pascal, no Duomo de Florença, no coração da cidade

Lorenzo havia 20 anos quando seu pai Piero Il Gotoso morreu, no ano de 1469. Ele passou a ser a figura mais importante nesse período, em pleno Renascimento, e apesar de não ocupar oficialmente nenhum cargo público,   passou a comandar a cidade. Lorenzo, apelidado de “O Magnífico”,  sempre foi precoce, culto e bem educado. Apesar da pouca idade,  demonstrava segurança e determinação.

Lorenzo, O Magnifico, por Giorgio Vasari (Galleria degli Uffizi), fonte internet

 

Interior da Catedral de Santa Maria del Fiore

 

Conspiração  dos Pazzi

No domingo de Páscoa do dia 26 de abril de 1478, os dois irmãos saíram da residência, o Palazzo atualmente conhecido como Palazzo Medici Riccardi e dirigiram-se à catedral. Durante a missa eles não se sentaram  lado a lado, mas a alguns bancos de distância. No momento da Eucaristia, quando os fiéis estavam ajoelhados,  um grupo de conspiradores atacou com  espadas e punhais os irmãos Lorenzo e Giuliano.  A intenção era matá-los contemporaneamente. Giuliano foi atingido  com golpes de espada  e morreu, tendo sido a única vítima do ataque. A  intenção dos conspiradores era que a história tivesse um desfecho muito diferente, mas Lorenzo conseguiu se salvar graças a Francesco Nori, que acabou morrendo para defender o amigo. Depois de ferido, ele se abrigou na sacristia da catedral.

Giuliano de’ Medici (1478 aproximadamente), realizado por Sandro Botticelli, Accademia Carrara de Bergamo. Morreu os 25 anos  (fonte: internet)

 

A conspiração não teve o êxito esperado porque Lorenzo sobreviveu. O encarregado de golpeá-lo era  Giovanni Battista  da Montesecco, porém, desistiu na última hora, pois era um homem ligado à igreja e não pretendia derramar sangue em lugar sagrado. Foram então contratados para a tarefa os padres Stefano Bagnone e Antonio Maffei  para tirar a vida de Lorenzo, mas não tinham maestria com espada.  Mesmo ferido,  Lorenzo saiu da sacristia e foi em direção ao Palazzo della Signoria, hoje Palazzo Vecchio,  com a população à seu lado. Em sinal de apoio à Lorenzo, os florentinos gritavam “Palle, Palle, Palle’” em referência ao brasão dos Medici com as esferas, desencadeando uma verdadeira perseguição aos autores e envolvidos. Após a conspiração, Lorenzo ganhou maior apoio da população e passou a  governar com mais poder e influência política, embora nunca ter ocupado cargos oficiais.

 

Obra de Stefano Ussi, La congiura dei Pazzi (século 19)

 

O final para os conspiradores foi trágico:  foram condenados à morte, alguns enforcados,  esquartejados vivos e queimados em praça pública. Alguns envolvidos foram torturados, enforcados e pendurados nas  janelas do Palazzo della Signoria.  Praticamente todos os membros da família Pazzi foram presos ou exilados,  tiveram seus bens confiscados e o nome proibido de figurar nos documentos oficiais e todos os brasões das famílias foram cancelados da cidade.

Giuliano foi assassinado por Francesco de’ Pazzi e Bernardo Bandini, que fugiu da cidade e conseguiu se refugiar em Constantinopla, mas acabou sendo encontrado.  Ele foi executado em 1479 em Florença e seu corpo pendurado na forca foi retratado por Leonardo da Vinci (fonte internet)

Quem eram os conspiradores?

Rivais políticos da Senhoria Medicea,  a família Pazzi tramou o  atentado  contra  os irmãos  a fim de acabar com a hegemonia da família Medici em Florença.  O ataque aos dois irmãos Medici  foi uma conspiração  internacional que contou inclusive com o apoio do Papa Francisco della Rovere, chamado de Sisto IV, e  de  seu sobrinho Girolamo Riario , Senhor de Ímola.  O Papa havia concordado de participar da conspiração mas  não era favorável ao assassinato. Foi seu próprio sobrinho que o desobedeceu.  Lorenzo e o Papa Sisto haviam tido alguns desentendimentos e o pontífice havia tirado dos Médici a administração de suas finanças, passando-a aos Pazzi. Participaram também da conspiração a família Salviati (Francesco Salviati era arcebispo de Pisa) e o rei de Nápoles Fernando de Aragão.  Recentes estudos comprovam também o envolvimento do duque de Urbino Federico da Montefeltro, que era gonfaloniere da Igreja. Todos os conspiradores nutriam forte ressentimento contra os Medici e além da inimizade, caso a conspiração tivesse bom êxito, eles poderiam obter vantagens políticas.

Sacristia delle Messe

No interior da catedral, perto do altar, fica a Sacristia das Missas, onde se refugiou Lorenzo o Magnifico.  É um ambiente ricamente decorado com obras realizadas por grandes artistas do Renascimento, como Giuliano da Maiano, Antonio del Pollaiolo e Alessio Baldovinetti. A Sacristia das Missas é geralmente fechada ao público mas mostro pra vocês fotos exclusivas que realizei.

Lorenzo se salvou graças à prontidão de seu amigo Agnolo Poliziano, que levou Lorenzo para a sacristia barricando a porta e resistindo com alguns amigos até que os conspiradores escapassem

Entre 1436 e 1468 o ambiente foi decorado e ganhou painéis de madeira com incrustações com figuras de santos e cenas do Evangelho,  realizados com novos princípios de perspectiva. 

Na sacristia estão os primeiros exemplos desta técnica na madeira na Itália

A pia de mármore, obra de Andrea Cavalcanti, conhecido como Buggiano

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Florença menos conhecida

A Florença que vemos sempre nos cartões-postais e rota obrigatória de turistas em visita à cidade,  já sabemos de cor e  salteado:  Catedral Santa Maria Del Fiore, Basílica Santa Maria Novella,  Basílica de Santa Croce, Museu Uffizi, Palazzo Vecchio, Piazzale Michelangelo, Palazzo e Pitti e Galleria dell’Accademia. Basicamente são essas as atrações que fazem parte da lista dos turistas que visitam Florença. Mas essa extraordinária cidade guarda verdadeiros tesouros não muito conhecidos,  geralmente visitados por quem já esteve na cidade. Aqui uma  relação com 10 atrações que selecionei pra vocês de uma Florença menos conhecida:

 

Florença menos conhecida: atrações lindas e interessantes que irão te surpreender!

 

1- Basílica de San Miniato al Monte – A igreja fica a poucos passos do Piazzale Michelangelo e é uma das obras-primas do estilo românico na cidade. Foi construída entre os séculos 11 e 13 .  Geralmente, para ter uma visão panorâmica da cidade os visitantes escolhem  o Piazzale Michelangelo, mas sugiro também visitar a basílica, que fica a 5 minutos a pé.  Entrada gratuita.

 

Igreja de San Miniato al Monte. Como o nome sugere, esta igreja é dedicada a San Miniato, o primeiro mártir da cidade de Florença

 

A vista das escadarias da igreja de San Miniato, que fica nos arredores do piazzale Michelangelo, em um dos pontos mais altos de Firenze e que nos proporciona um esplêndido panorama

 

2- Giardino delle Rose– Com cerca de 350 espécies de rosas, o  Giardino delle Rose é um dos jardins panorâmicos mais lindos de Firenze. Localizado sobre as colinas de San Miniato e pouco abaixo do Piazzale Michelangelo, foi realizado em 1865 pelo arquiteto Giuseppe Poggi.  O jardim fecha em alguns meses do ano,  sempre aberto na primavera e no verão. Entrada gratuita.

 

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3- Cappella Brancacci  Continuando com os locais de Florença menos conhecida, sugiro uma visita à Cappella  Brancacci,  fundada no século 14. A capela fica dentro da igreja de Santa Maria del Carmine e guarda preciosidades da pintura do Renascimento italiano. A pequena capela reúne obras de Filippino Lippi,  Masolino e  Masaccio, um dos primeiros artistas a utilizar a perspectiva em suas pinturas. A Cappella Brancaci fica na piazza Del Carmine, no Oltrarno.

Cappella-Brancacci

A carreira de Masaccio foi breve mas marcante. Ele pintou muitos dos afrescos da Capela Brancacci

 

4- Villa Bardini  Conhecida também como Villa Manadora, a Villa Bardini é um importante espaço verde  na cidade dedicado a exposições temporárias, graças aos seus dois museus internos, o Museu Capucci e o Museu Annigoni.  A vista dos jardins da Villa é um espetáculo e o local  pode ser visitado com o mesmo ingresso que os Jardins de Boboli.

 

 

5- Palazzo Medici Riccardi -Riqueza do patrimônio arquitetônico, histórico e artístico de Firenze, o Palazzo Medici Riccardi foi a primeira residência da poderosa família Medici em Florença.  Concluído em 1460, é um dos mais notáveis modelos de arquitetura Renascentista em Firenze.  Foi projetado por Michelozzo em 1444, sob encomenda de Cosimo Il Vecchio. No ano de 1517  passou pelas primeiras alterações estruturais. Atualmente, além de ser sede da Città Metropolitana,  abriga exposições de arte temporárias e funciona como museu, que oferece aos visitantes a oportunidade de um retorno ao passado de ao menos quatro séculos. No complexo onde fica o prédio você também pode visitar o lindo jardim do palácio. Fica na via Cavour, 1.

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A Cappella dei Magi fica no primeiro andar do palácio. Era a pequena capela particular da família.  A capela é o único ambiente realizado na época em  que os Médici habitavam no Palácio

 

6- Museu  Arqueológico de Firenze – O MAF briga verdadeiros tesouros únicos, pouco conhecido em comparação com outros museus do circuito da cidade, também inclui uma seção de bronzes da antiguidade e renascentistas e seção egípcia que é segunda mais importante da Itália, depois a de Turim. O museu abriga a importante obra Quimera de Arezzo, em bronze,  um dos maiores exemplares de arte etrusca antiga, provavelmente do do século IV A.C..  Foi encontrada em Arezzo em 1553.  Você vai poder ver múmias do período egípcio, sarcófagos etruscos e esculturas romanas em um dos museus mais antigos da Italia.   O museu fica na  Praça della Santissima Annunziata, 9,r

Arte etrusca. A obra em bronze, Quimera de Arezzo, que na mitologia grega representa um animal monstruoso com corpo de leão, cabeça de cabra e cauda de serpente

 

7- Museu Opera del Duomo– Aqui encontramos a maior concentração de esculturas monumentais florentinas do mundo: estátuas medievais e renascentistas e relevos em mármore, bronze e prata pelos maiores artistas da época. Obras-primas que, na maioria dos casos, foram feitas para o exterior e o interior das estruturas eclesiásticas que encontramos em frente ao museu: a Catedral de Santa Maria del Fiore, o Batistério de San Giovanni e o Campanário de Giotto.  O museu apresenta  obras feitas para esses edifícios, que juntos constituem o que hoje é chamado de “Museo Opera Del Duomo”.

 

 

 

8- Igreja de Santa Trinita  – A igreja de Santa Trinità fica na praça homônima, na elegante Via Tornabuoni. Foi fundada pelos monges  valombrosianos  no século 11. Obteve o título de abadia no século 14  e  passou por algumas reconstruções. Ao longo dos séculos, as capelas da igreja foram colocadas sob o patrocínio de ricas famílias florentinas.  As formas em estilo gótico  datam da segunda metade dos anos 1300 e foram atribuídas  ao artista Neri di Fioravante A igreja tem 20 capelas, sendo que uma das mas preciosas é a Cappella Sassetti, preciosa obra de Domenico Ghirlandaio, realizados entre 1482 e 1485.  Entrada gratuita

 

A igreja de Santa Trinita

 

Afrescos de Domenico Ghirlandaio no interior da igreja, entre as obras-primas do século XV , na Cappella Sassetti

 

9 -Le Rampe del Poggi  – As rampas do Poggi foram construídas pelo arquiteto Giuseppe  Poggi entre 1872 e 1876. Durante cerca de cem anos ficaram desligadas e desde 2019 voltaram a embelezar a região do Oltrarno, próximo à Torre de San Niccolò. A obra tem uma superfície de 6700 metros quadrados e apresenta um moderno sistema hídrico, composto por grutas, cascatas e planta e Liga o lungarno ao Piazzale Michelangelo.

 

As obras de restauro e valorização devolveram o esplendor original às fontes. A reinauguração foi em maior de 2019

 

 

10- Igreja de Ognissanti –  A igreja de Todos os Santo guarda preciosos tesouros artísticos em seu interior, que  é ricamente decorado, com obras de arte realizadas por  Giotto, Taddeo Gaddi, Botticelli e Ghirlandaio.  A igreja franciscana tem sua origem ligada à família do navegador Américo Vespúcio, que a patrocinou.  Em seu interior os túmulos de nomes prestigiosos como  Américo Vespúcio e Simonetta Vespúcio, a musa de Sandro Botticelli, que também foi enterrado no local.

 

A igreja franciscana, dificada em 1251 , fica na luminosa praça homônima

 

O que acharam das opções deste post Florença menos conhecida? Alguma outra atração que não faz parte das mais visitadas que gostaria de dividir com a gente? Em breve vou publicar mais 10 atrações “Florença menos conhecida”.

A Torre de Arnolfo

A Torre de Arnolfo, de 95 metros de altura, é um dos maiores símbolos de Firenze. É a segunda construção mais alta da cidade, perdendo apenas para a cúpula de Brunelleschi, e pode ser vista de diversos pontos da cidade.  Faz parte do  primeiro núcleo do Palazzo Vecchio, sede municipal da cidade de Florença, que foi construído em 1299, com  projeto de Arnolfo di Cambio.  A  torre, que  é aberta ao público para visitação,  foi realizada em  1310 e é um dos pontos panorâmicos mais bonitos de Firenze!

A curiosa assimetria em relação ao centro da fachada é que a torre foi erguida incorporando uma torre pré-existente que ficava naquela posição

As casas-torre eram demonstração de poder e prestígio das famílias que as construíam. Em Firenze  existiam inúmeras casas-torre e a torre de Arnolfo foi construída a partir de uma torre já existente,  a torre denominada “della Vacca”, que pertencia à família Foraboschi, e tornou-se a mais alta da cidade.

A Torre do Palazzo Vecchio é chamada de Torre Arnolfo em homenagem a Arnolfo di Cambio, o arquiteto do palácio, realizado no final do século 13

 

Na parte superior da torre ficam os 3 sinos campanários: um toca marcando as horas e os outros dois tocam em festividades cívicas. No alto da torre fica o catavento de bronze com uma esfera e  o Marzocco, o leão  símbolo  de Florença.

Os três sinos, a Martinella,  o sino do meio-dia e o sino dos sobrados,  ainda  estão em uso. E o leão Marzocco, símbolo de Florença

 

Com acesso pela parte interna do palácio, as escadarias com seus 223 degraus nos conduzem até o topo da torre.  No percurso, uma curiosidade: existe uma pequena cela, conhecida como Alberghetto, que já serviu de prisão para Cosimo Il Vecchio  e Savonarola.

Realmente fantástico o panorama de Firenze do alto! Temos a possibilidade de admirar a cidade pelos  quatro lados: dos monumentos, às colinas circundantes

Uma das principais curiosidades  relacionadas à torre é a pequena prisão, chamada Alberghetto,  situada praticamente na metade do caminho das escadarias que  conduzem até  o topo. É uma pequena  cela com uma janelinha que era usada, na maioria das vezes,  para deixar os cidadãos que aguardavam julgamento.  Duas personalidades  já estiveram presas no local: Cosimo Il Vecchio e Savonarola.  Cosimo de’ Medici  foi preso  em 1433 devido à suspeita, não muito infundada, de traição e de querer derrubar a República para obter a Senhoria de Florença. Ele foi condenado ao exílio e passou um período em Pádua e depois em Veneza e cerca de um ano mais tarde conseguiu retornar e estabeleceu de fato a Senhoria em Firenze.  Já  o frei dominicano Girolamo Savonarola, preso 65 anos depois, não teve a mesma sorte.  O líder religioso foi  condenado por heresia e queimado  na fogueira na  praça della Signoria,  em 23 de maio de 1498.
A prisão onde ja estiveram Cosimo I e Savonarola

A vista do alto da Torre de Arnolfo, que pode receber um número restrito de visitantes por vez

 

Torre de Arnolfo
Palazzo Vecchio -Firenze
Visitas: de segunda à domingo , das 9 às 21 horas (até 14h às quintas)
Valor: 10 euros (reduzido ) e 12,50 euros inteiro
Visite  o site da  Muse para mais informações
obs: Devido à pandemia é necessario se certificar dos horários de visitação , que  podem sofrer alterações 

Escola do Couro de Firenze

Firenze orgulha-se de suas tradições que é também mantida através do artesanato. E um endereços mais importantes  ligados à artesanalidade na cidade é   Escola do Couro de Firenze , que funciona no complexo da Basílica de Santa Croce, num antigo dormitório projetado por Michelozzo.  Firenze  carrega um considerável  legado na arte do couro graças também à   Scuola del Cuoio, com 70 anos de história dedicados à criação de artigos de couro. A escola foi fundada após a Segunda Guerra Mundial através dos esforços colaborativos dos frades franciscanos do Mosteiro da Santa Croce, que desejavam ensinar uma profissão aos órfão, e das famílias Gori e Casini, mestres artesãos de couro florentino desde os anos 1930.

 

Para quem está em busca de artigos de couro Made in Italy

 

Aqui  você pode encontrar o que busca sem se preocupar com  autenticidade do produto,  que é realizado por artesãos que também se formam no local

Marcello Gori deu vida à Escola do Couro, que abriu suas portas ao público na década de 1950 e ainda é administrada por suas filhas e seu sobrinho.  A escola surgiu numa posição estratégica, ao longo das margens do rio Arno nas proximidades de Santa Croce.  É que a água era essencial para o funcionamento das oficinas artesanais, por esse motivo  diversas empresas se estabeleciam  nas proximidades  de locais que concentravam grande quantidade  de água.

 

A qualidade de seus produtos e o compromisso com a tradição tornaram famosa a Escola de Couro

O acesso à escola dá-se pelo pátio que fica atrás da Catedral de Santa Croce

 

Desde 1950, a Escola do Couro produz peças artesanais de couro de alta qualidade, como bolsas, mochilas, carteiras, malas, cintos, pastas, álbuns e caixas. Cerca de 20 artesãos trabalham dentro da escola,  produzindo a artigos de diversos estilos, dos  clássico ao  contemporâneo. Além disso, a escola oferece a oportunidade de aprender técnicas e conceitos de trabalho em design, por meio de cursos de 3 ou 6 meses e de vários workshops.

 

São cerca de 20 artesãos que trabalham na escola. E  durante a visita à escola podemos assistir aos estudantes em ação

A escola tem como objetivo transmitir o valor da arte manufatureira florentina, ajudando a preservar  a tradição de produtos feitos sob medida com competência e criatividade, remando contra e resistindo à enorme globalização de produção da nossa era.

Dedicação, concentração e  tempo, fundamentais  para o processo criativo e produtivo do artesanato, pois aprimora os detalhes, confere personalidade, singularidade e exclusividade a um objeto precioso

 

Os estudantes da Escola de Couro vêm de todo o mundo.  Alguns decidem se estabelecer em Florença e outros retornam ao seu país de origem levando na bagagem uma grande riqueza: a habilidade  e o know-how da arte manufatureira florentina.

 

Cerca de 80% dos artigos produzidos são exportados

 

 

 

Scuola del Cuoio 

Via San Giuseppe, 5 r – Firenze

Santa Croce

Horário de funcionamento:

Outono / Inverno –  de segunda a sexta, das 10h (sábado das 10:30) às 18h
Primavera / Verão – diariamente das 10h às 18h

Os campos de lavanda da Toscana

Quem nunca sonhou em passear pelos campos de lavanda para apreciar de perto toda a beleza da natureza que se colore de lilás e poder sentir  o  suave  perfume das flores? A característica imagem que nos remete à Provença pode ser também apreciada em diversas localidades da Itália nos meses de verão. Recentemente eu pude matar a minha vontade de visitar um campo de lavandas nos arredores de Firenze.

Conhecida por seu perfume delicado, a lavanda é sinônimo de bem estar, saúde e beleza. É utilizada na indústria de perfumaria, alimentos e medicamentos

Estive junto com Laura Di Benedetto, autora do Life Blogger  visitando um campo de lavandas inserido num panorama lindíssimo a poucos minutos do centro de Firenze. Borghetto 39 é um charmoso B&B gerenciado por Carlotta e sua mãe Daniela Zavattoni, que nos ciceroneou numa tarde ensolarada de verão.  Daniela nos contou sobre a decisão de dedicar-se à terra e ao agroturismo. Na verdade foi uma escolha guiada pelas circunstâncias da vida.  Ano passado seu ex-marido, pai de Carlotta e proprietário da estrutura, sofreu um acidente com o trator e com sua morte a filha refletiu e aceitou os conselhos de mãe. Depois de 8 anos vivendo em Londres, Carlotta deixou a capital inglesa e voltou para Firenze, sua terra natal, para recomeçar essa nova atividade e dedicar-se ao setor agrícola.

 

Em visita aos campos de lavanda com Laura e Daniela

 

 

O Borghetto 39 conta com dois apartamentos independentes, com cozinha moderna e equipada, acolhedora e confortável sala de estar, com os quartos distribuídos no andar superior e enorme varanda, de onde  podemos apreciar a linda vista das colinas de Fiesole.  Daniela tem veia artística  – inclusive pintou algumas telas expostas no local – e foi ela mesma quem decorou todos os ambientes, com muito bom gosto e criatividade, utilizando alguns móveis restaurados e garimpados em mercadinhos.

 

A lavandula é um gênero de plantas pertencente à família Lamiaceae.  Compreende cerca de 40 espécies, entre elas a que chamamos de lavanda e cujo nome deriva do latim “lavare”, que significa lavar

 

A lavanda se adapta a vários tipos de solo, não precisa de muita  água, mas de luz solar.  Aqui na Itália podemos  admirar os campos floridos entre junho e agosto, que assim como os girassóis, florescerem no verão.

 

No agroturismo existem 3 campos de lavanda,  bem próximos um do outro, circundados por oliveiras. Daniela está desenvolvendo uma novidade que ainda não pode ser divulgada, mas que já experimentamos em primeira mão. Em breve espero poder contar pra vocês!

 

O óleo essencial de lavanda  é versátil e promove o equilíbrio do corpo e da mente. É ótimo para a saúde da pele e do cabelo.  Tem propriedades terapêuticas que ajudam a combater a insônia e a ansiedade

 

Benefícios da lavanda – A lavanda, originária da Europa Mediterrânea, Oriente Médio e África, tem propriedades antissépticas, cicatrizantes, antioxidantes, analgésicas, antidepressivas, adstringentes, relaxantes e desodorantes.  O óleo de  lavanda é um dos poucos óleos que podem ser aplicados diretamente na pele. Podem ser utilizados  como integradores, como ingredientes ativos, como cosméticos, em produtos de higiene pessoal,  para o ambiente e também para a preparação de doces e bebidas.

 

O Palazzo Pitti de Florença

O imponente Palazzo Pitti,  o maior palácio de Florença, é a antiga residência dos grão-duques da Toscana e atualmente  abriga um  importante complexo de museus, como a Galleria Palatina, os Apartamentos Reias, o Museu da Prata, Museu Del Tesoro dei Granduchi (ex-museu degli Argenti),  Museu do Traje, a Galeria de Arte Moderna e o magnífico Jardim de Boboli. É um palácio renascentista construído pela família Pitti em 1457 e adquirido em 1549 por Eleonora di Toledo,  esposa do grão-duque Cosimo I de’ Medici.

 

 

O Palazzo Pitti fica no Oltrarno. Originalmente era menor e passou por ampliações com a família Medici

O Palazzo Pitti foi originalmente construído em meados do século 15 para ser a residência do banqueiro Luca Pitti e passou a ser a maior residência privada de Firenze. Sobre o projeto, existem algumas dúvidas.  Muitos registros atribuem a obra ao arquiteto Luca Fancelli, colaborador de Filippo Brunelleschi. A família Pitti competia com os Medici e  queria um palácio maior que o da poderosa família, que habitava no Palazzo della Signoria, e que passa então a ser chamado de Palácio Vecchio. Em 1549, o palácio foi vendido aos Medici, tornando-se a residência da família grão-ducal. A corte se transfere ao palácio no governo de Ferdinando I,  filho de Cosimo e Eleonora di Toledo,  entre os anos de  1587 e 1609.

 

 

O Palazzo Pitti era o símbolo do poder consolidado dos Medici sobre a Toscana

Palazzo-Pitti

A fachada do prédio  é coberta por pedra forte,  típica da cidade. A construção original incluía apenas a parte central do edifício atual, com as 7 janelas centrais no primeiro andar.

 

O patio foi realizado por Bartolomeo Ammannati nos anos 60 dos anos 1500, com trabalho conhecido como “bugnato”, silhar em português, processo de alvenaria caracterizado por blocos de pedras

 

Com a ruína econômica da família Pitti, o palácio foi comprado por Eleonora de Toledo, esposa de Cosimo I de’ Medici em 1549.  Com saúde debilitada devido à tuberculose, Eleonora, que teve 11 filhos, considerou a área do palácio, aos pés de Boboli no Oltrarno, mais saudável tanto para ela quanto para os filhos, com a possibilidade de ter um grande espaço ao ar livre numa residência maior. O palácio passou por ampliações e modificações,  sendo que a mais importante foi realizada por Bartolomeo Ammannati no século 16, que construiu  o suntuoso pátio interno e  realizou também alterações no Giardino di Boboli. Com a extinção dos Medici, o ducado e o palácio passou para a dinastia dos Asburgo- Lorena, sucessores dos Medici a partir de 1737.

 

No pátio aconteceu o casamento de Ferdinando I e Cristina di Lorena  com um espetáculo grandioso de naumachia,  com  a encenação de uma batalha naval, com todo o pátio coberto de água

No pátio do palácio há uma linda gruta, é  a Grotta di Mosè.  Durante o Renascimento,  uma tendência era a construção de  grutas artificiais.

Gruta de Moisés

A Gruta  de Moisés é decorada com esculturas, fontes e afrescos.  Ao centro da caverna, na parede do fundo,  o grande Moisés, que dá nome ao lugar. Originalmente a gruta, ou caverna, era sóbria e não tinha decoração em seu interior, que foram encomendadas por  encomendadas por Cosimo II e Fernando II.

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O palácio passou por algumas ampliações com os sucessores da família  Medici, que foi extinta em 1737

 

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Escadaria monumental neo-classica realizada pelo arquiteto Luigi del Moro, provavelmente com esculturas de Giovanni Duprè

 

sala-di-marte

No século 19 foi usado como base militar por Napoleão e  o palácio passou a ser residência de sua irmã Elisa.  Entre 1865 e 1871, época em que Firenze foi capital da Italia, o  palácio foi residência oficial dos reis. No início do século 20 foi doado ao povo italiano por Vittorio Emanuele III.

 

Os Museus 

O  Palácio Pitti, que é o maior de Firenze,  abriga 7 museus públicos com  importantes coleções de esculturas, pinturas, objetos de arte, figurinos e porcelanas, em um complexo monumental:

  • Galleria  Palatina: reúne  grande coleção de pinturas dos séculos 15 a0 17, que inclui a maior concentração de obras de Rafael no mundo, além de pinturas de Tiziano,  Pontormo, Filippo Lippi, Tintoretto, Caravaggio e Rubens.  As pinturas decoram as paredes com ambientes enriquecidos de esculturas, vasos e mesas de pedras semipreciosas, segundo o modelo típico das galerias do século 17.  Enriquecem o museu os belíssimos afrescos barrocos  e o mobiliário original;
  • Apartamentos Reais: eram os aposentados da família Savoia e os ambientes foram utilizados na época em que Florença foi a Capital da Italia, entre 1865 e 1871.
  • Museo del Tesoro dei Granducchi (Museo degli Argenti), funciona na ala do palácio que abrigava os quartos do apartamento de verão da família Medici. Objetos em prata, ouro, âmbar e marfim, vasos em pedras semipreciosas e cristais de rocha
  • Museo della Porcellana: grande coleção de porcelanas das familias Medici e Lorena
  • Giardino di Boboli: uma magnifica área verde em Florença com 45 mil m² de jardim alla italiana, com estátuas, fontes e  grutas
  • Museo della Moda: roupas e acessórios do século 18 a hoje.
  • Museo di Arte Moderna : pinturas e esculturas do século 18 até o inicio do século 20

 

Na Galeria Palatina, um dos primeiros ambientes é a Sala dell’Iliade e ao centro estátua realizada por Lorenzo Bartolini, que representa a caridade educadora

Nesta área do palácio, estão as salas dedicadas à 5 planetas onde os afrescocs se referem aos planetas.  Saturno, Giove,  Marte, Venere e Apolo.

Sala di Saturno.  Aqui encontramos  8 obras de Rafael Sanzio.  No teto, afrescos dedicados à Galileo Galilei

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Sala di Giove

 

Sala di Marte, Deus da Guerra, com obras de  Tintoreto, Rubens

 

Sala di Venere, com a Vênus de Canova

 

 

 

palazzo-pitti

Decoração – os salões são repletos de quadros e afrescos da Galleria Palatina

 

Obra realizada por Rafael em 1518. Retrato de Leão X

No espaço que abriga os Apartamentos Reais estão os  móveis de época do século 19. São 14 salas usadas pelo segundo Rei da Itália Umberto I e sua esposa Margherita di Savoia, que residiram no palácio entre 1865 e 1871.

 

 

No térreo e no mezanino fica o Museo degli Argenti, que contém uma grande coleção de objetos preciosos que pertenciam à família Medici.

 

A Galleria de Arte Moderna, que fica no último andar,  expõe uma bela coleção de pinturas e esculturas do neoclassicismo até a  década de 30. Reúne os maiores intérpretes da arte italiana no suntuoso ambiente que ja foi residência da família Lorena.

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Na Galleria d’Arte Moderna – Obras do Neoclassicismo e Romantismo

Sala Bianca –  O Salão dos Forestieri da época dos Médici foi transformado, por vontade do Grão-Duque Pietro Leopoldo, em um suntuoso salão de baile.   Este magnifico salão de Dança,  no período do pós-guerra, acabou se tornando um importante local para a moda internacional. Em 1951 aconteceu o primeiro desfile de moda italiano, organizado pelo marquês Giovanni Battista Giorgini na Villa Torrigiani, sua residência na época, com   importantes compradores norte-americanos. E sempre por iniciativa de Giorgini que em junho de 1952 os desfiles foram transferidos para a Sala Bianca do Palazzo Pitti, contribuindo para a internacionalidade da moda, divulgando o nome ‘Pitti’ em todo o mundo. Aliás, o maior evento de moda masculina do mundo acontece em Firenze, na Fortezza da Basso: Pitti Uomo.

 

A Sala Branca ou Salone dei Forestieri. Foi no elegante salão que aconteceu  um importante desfile de moda, organizado por Giovanni Battista Giorgini, no ano de 1952.

 

Todas as obras que podemos conferir no local é  graças ao legado de Ana Maria Luisa de Médici, a última herdeira da sua dinastia e que evitou que a coleção fosse saqueada, o que geralmente te acontecia às coleções privadas. O museu foi aberto ao público em 1833.

 

 

Num prédio separado, conhecido como Casino del Cavaliere, nos Jardins Boboli, fica o Museu da Porcelana, enquanto a Palazzina della Meridiana abriga o Museo della Moda e del Costume, fundado em 1983, que apresenta roupas, jóias e artefatos da moda contando a história do vestuário dos últimos 400 anos.

 

 

Este é o primeiro museu estadual da história da moda na Itália e um dos mais importantes do mundo, com  coleção que inclui mais de 6000 peças, e com modelos raros  do século 16  usados pelo Grão-Duque Cosimo I de ‘Medici e sua esposa Eleonora.

 

boboli

Lindo esse ângulo dos jardins onde vemos Firenze e a cúpula do Duomo

Jardins de Boboli – Atrás do Palazzo Pitti ficam os maravilhosos Jardins de Boboli.  Essa é a maior área verde monumental de Florença, abrangendo uma área  de mais de  45 mil m2.

 

Do Palazzo Pitti: vista para o anfiteatro e a Fontana del Carciofo

palazzo-pitti

 

Palazzo Pitti

Aberto de terça à domingo, 9:15 às 18:50

Valor do bilhete: 10 euros (Palazzo Pitti: Galleria Palatina, Galleria d’Arte Moderna, Tesoro dei Granduchi, Museo della Moda e del Costume, Appartamenti Imperiali e Reali)

Jardim de Boboli : aberto diariamente a partir das 8:15  com horário de fechamento que varia de acordo com a época do ano

  • Os horários sofreram alterações devido à emergência Coronavírus

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A Igreja de San Lorenzo

A  Igreja de San Lorenzo, uma das mais antigas de Florença  e a preferida da família Medici, foi por 300 anos a catedral da cidade. Difícil imaginar que encontramos numa igreja com a simples fachada em pedra um interior tão rico, bonito e simétrico: a Basílica de San Lorenzo abriga muitas obras-primas de grandes nomes da cena artística e arquitetônica de Firenze. Consagrada em 393 por Santo Ambrósio, foi por 3 séculos a igreja mais importante de Florença, até ser substituída pela Igreja de Santa Reparata, que mais tarde se tornou a Catedral de Santa Maria del Fiore, o Duomo da cidade.

 

A Basílica de San Lorenzo, uma das mais antigas igrejas de Firenze, foi consagrada em 393 d.C e reconstruída por Brunelleschi no século 15

A fachada da igreja é inacabada porque na época o encarregado era  Michelangelo, que não conseguiu  terminá-la porque mudou-se para Roma quando foi contratado para pintar o teto da Capela Sistina. Muitos fatores complexos envolvem a fachada: disputa e ciúmes entre artistas, custos altíssimos e até mortes.

 

A Igreja de San Lorenzo e a estátua de Giovanni dalle Bande Nere, pai do granduca Cosimo I de’ Medici

A Igreja de San Lorenzo fica ao lado do mercado de rua homônimo e bem próxima ao Palazzo Medici-Riccardi, a primeira residência da família Medici em Firenze.

A igreja é dividida em três naves com colunas coríntias e arcos arredondados

Em 1059, houve a primeira ampliação da igreja românica, sendo que em 1419, quando os Médici decidiram expandir a estrutura e tansformá-la na igreja da família. Os trabalhos foram atribuídos à Filippo Brunelleschi, arquiteto responsável pela construção da cúpula da igreja Santa Maria del Fiore.   Com isso temos a primeira igreja considerada uma obra-prima do Renascimento.

 

Perto do altar, sob os últimos arcos da nave central, estão os dois púlpitos de bronze realizados por Donatello, o da esquerda dedicado ao tema da Paixão de Cristo e o direito à ressurreição

 

O arquiteto Filippo Brunelleschi transformou a antiga igreja românica em basílica renascentista

 

 

 

Na parte esquerda fica a Capela Martelli, com um sarcófago da família Martelli, realizado por  Donatello ou  por sua oficina, e a obra Anunciação Martelli, de Filippo Lippi ( cerca 1440).

A obra Anunciação Martelli, de Filippo Lippi, datada de 1440

 

Sacristia Velha

Realizada entre 1421 e 1428, a  Sacristia Velha é uma das obras-primas do artista Filippo Brunelleschi e a única concluída. Era a capela fúnebre particular da família Medici construída por Brunelleschi e decorada por Donatello entre 1428 e 1429.   A decoração foi realizada por Donatello após término dos trabalhos de Brunelleschi e a Sacristia Velha, por  incompatibilidade, marca o fim da amizade e colaboração entre os dois gênios do início da Renascença.

O brasão dos Medici na Sacristia Velha

O túmulo de Giovanni Bicci, fundador do banco dei Medici e  morto em 1429, foi colocado sob a grande mesa de mármore na parte central da capela, a sacristia tornou-se o mausoléu dos Medici.

Ao centro da sacristia, os túmulos de Giovanni di Bicci e Piccarda Bueri

A Sacristia Velha de San Lorenzo recebeu esse nome para distingui-la da “nova”, que foi construída um século depois por Michelangelo, e que encontra-se nas Capelas dos Medici.

Donatello realizou as duas portas de bronze

 

Igreja de San Lorenzo

Piazza de San Lorenzo – Firenze

Horário: todos os dias da semana das 10h às 17h
Domingo: das 13h30 às 17h30

Os horários podem sofrer alterações dependendo da época do ano

Preço do bilhete: 4,50 €

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Parque de diversões que funciona sem energia elétrica

Existe um parque de diversões no Vêneto onde os brinquedos funcionam sem eletricidade e grande parte dos materiais utilizados são reciclados.  A ideia do parque surgiu a partir da inauguração da Osteria dei Pioppi,  fundada pelo senhor Bruno Ferrin há cerca de 50 anos: a Osteria e Parque ai Pioppi  é um parque construído a mão, onde tudo funciona sem energia elétrica e o ingresso é gratuito.

Eu e minha família estivemos no parque com a minha amiga Helen, conterrânea de Linhares, que mora pertinho de Treviso

O senhor Bruno Ferrin, que nasceu em 1937,  trabalhava numa padaria e tinha as tardes livres. Daí resolveu arriscar numa nova atividade. Em  15 junho de 1969 inaugurou junto à esposa Marisa Zaghis a Osteria dei Poppi, em meio a um bosque. Pensando nas famílias com crianças, teve ideia de montar um balanço.  Foi num ferro velho pedir ajuda para soldar os ganchos de ferro. O dono do local, vendo que o trabalho não valeria a pena disse que não havia tempo e sugeriu que Bruno tentasse fazer sozinho. Ele voltou pra casa determinado e se empenhou para soldar e montar sozinho o  balanço. “De repente aquela faísca se acende e você descobre uma paixão”, relata o senhor Bruno, que desde então,  nunca mais parou de construir brinquedos para o parque.

 

Todos as atrações são sem motor

Há alguns anos o senhor Bruno ganhou ajuda na realização do trabalho:  o neto Francesco, futuro herdeiro do parque.  Eles projetam, constroem e cuidam da manutenção, que é realizada toda segunda-feira, em todas as atrações.

Numa área de 300 mil metros quadrados no bosque de Montello, na província de Treviso,  freqüentado por  40 mil pessoas por ano , em cerca de 40 atrações. E para muitos brinquedos a regra é simples:  quanto maior  o esforço que você faz, maior a adrenalina!

Empurrando o carrinho da montanha-russa: quem quer se divertir precisa se esforçar

São mais de 40 atrações, como escorregadores, tobogãs,  montanha-russa, carrinhos e balanços.  CriançAs a partir dos 3 anos podem se divertir  nas gangorras , balanços e camas-elásticas.  Todas as atrações são divididas por faixas etárias, que são identificadas por cores diferentes.

Em cerca de 50 anos Bruno e a esposa Marisa transformaram  o local num espetacular parque de diversões onde não é necessária energia elétrica

 

O giro da morte, onde quanto mais voce pedala, mais a roda gira . Se tiver força suficiente para conseguir fazer a roda girar, você fica de cabeça pra baixo e roda dentro da gaiola.

Não existe ingresso a pagar mas é proibido fazer piquenique no local. As refeições são em companhia do senhor Bruno e família, que servem pratos tradicionais da cozinha vêneta na osteria,  um local simples  onde compartilhamos grandes meses com outros clientes da casa. Tudo a um precinho mais do que justo.

 

Osteria ai Pioppi

Via VIII Armata, 76

Nervesa della Battaglia, Treviso

 

 

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